[Comum] UAOM - In The North of The Island

por NR Nayruni Dom Mar 09, 2014 8:22 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Tópico criado como parte integral da campanha Uma Ameaça de Outro Mundo. Essa parte da campanha se passa nas regiões gélidas de Calm.

Jogadores:

Lyza Simons
PV: 100%
EN: 100%
XP Adquirido:
Status:

Sabrina Lima
PV: 100%
EN: 88%
XP Adquirido:
Status:

Kirshin Arcroem
PV: 100%
EN: 100%
Status:

Sérpico/b]
PV: 100%
EN: 100%
Status:

[b]Saphira
PV: 100%
EN: 100%
Status:

Eric
PV: 100%
EN: 100%
Status:

por NR Nayruni Ter Abr 14, 2015 6:48 am

@ Todos

A tensão entre os aventureiros era evidente, todos eles estavam extremamente nervosos, se pudessem não estariam mais ali, mas não havia como fugir como os mais inteligentes haviam percebido. Eles precisavam derrotar os orcs ali. Sérpico e Kirshin foram os primeiros a pensar em fugir, mas a postura firme do restante do grupo os fez desistir. Todos iriam ficar, todos iriam lutar, todos iriam sangrar juntos e talvez morrer juntos.

Os aventureiros lançaram olhares uns aos outros, alguns trocaram palavras de apoio e confiança. A pressão era esmagadora, aquela era a primeira batalha em larga escala que eles estavam enfrentando, muitos ali sabiam o gosto de se tirar uma vida, mas até agora todas as batalhas foram contra pequenos grupos de inimigos, nunca contra tantos. E por esse motivo até mesmo o frio Kirshin temia por sua vida, até mesmo a cadavérica Saphira se questionava se veria o anoitecer novamente.

O tambor de guerra dos orcs batia forte em um ritmo compassado, os aventureiros estavam escondidos em um arvoredo de pinheiros típicos da mata de taiga predominante na região, diante deles uma grande extensão de chão estava completamente nua com exceção da neve que a cobria, a planície a frente era circundada por pinheiros formando uma espécie de estádio ou coliseu natural. Todos puderam ver os orcs emergindo do outro lado da mata de taga e invadindo o descampado marchando correndo em direção a onde eles estavam sendo guiados pelo maldito lobo caolho, sim aquele mesmo que Sérpico não conseguiu matar. O animal estava furioso e agora trazia reforços para clamar sua vingança pelo olho perdido.

Trilha Sonora

Os aventureiros conseguiam ver claramente os inimigos brotando por entre os pinheiros, conseguiam contar seus números e isso apenas os deixava mais nervosos. Viram um, dois, cinco, quinze orcs surgindo e um worg caolho. Todos os orcs eram assustadores, eles mediam quase dois metros de altura, eram estupidamente musculosos, usavam armaduras de peles e brandiam armas que variavam entre o machado, a clava e a maça, todas ao estilo rústico com suas lâminas dentadas e por vezes enferrujadas, algumas sequer eram de ferro mas sim de pedra, apenas um deles carregava um tambor enorme preso ao corpo e enquanto corria ele batia nele furiosamente em um ritmo que claramente controlava o avanço dos demais.

Mas o que realmente instaurou o terror nos corações de todos os aventureiros e os fez crer que eles morreriam naquele dia foi o que eles viram surgir atrás dos orcs. Ele era enorme, media no mínimo quatro metros de altura, seu corpo era descomunalmente musculoso, seus dentes eram pontiagudos, grandes e afiados a tal ponto que ele não conseguia fechar a boca, seu rosto era deformado e horrendo, rugas, cicatrizes, orelhas pontudas e um par de olhos amarelos ferozes. A maior parte de seu corpo descomunal estava descoberto revelando incontáveis cicatrizes horríveis de inúmeras batalhas, apenas sua cintura e seus ombros estavam cobertos por uma armadura de couro. No pescoço a criatura tinha um colar feito com crânios humanos o que apavorava ainda mais os heróis. Mas havia algo nele que assustava ainda mais e era a sua arma, uma enorme clava que mais parecia um galho de uma árvore que havia acabado de ser arrancado, a clava possuia formidáveis 3 metros de comprimento.

O gigantesco humanoide se movia muito mais devagar que os orcs, mas logo estaria ali e os aventureiros agora precisavam lidar com aquele problema que estava desconhecido até aquele momento.

O Ogro
[Comum] UAOM - In The North of The Island - Página 4 Once_upon_a_time___ogre_encounter_by_uncannyknack-d6fv8zl

Os Orcs
[Comum] UAOM - In The North of The Island - Página 4 700x583_3944_Orc_2d_fantasy_orc_warrior_picture_image_digital_art

Os orcs corriam invadindo o descampado, rapidamente tomaram o lugar e continuavam a correr seguindo o lobo e logo atrás deles o medonho ogro se aproximava ameaçadoramente. A tensão era brutal entre os aventureiros, Sérpico se posicionava procurando uma forma de flanquear os inimigos, Kirshin seguia pelo lado oposto procurando fazer a mesma coisa mas de uma frente diferente. Saphira se posicionava escondida entre as árvores pronta para matar o primeiro que conseguisse alcançar, Eric preparava suas lanças para abater alguns deles a distância juntamente de Lyza que também preparava suas magias.

Os orcs se aproximavam cada vez mais, gotículas de suor brotavam na testa de todos com exceção de Saphira, Sérpico começou a sentir sede e nervosamente bebeu toda a água de seu cantil, Kirshin sem percebe estava com suas duas espadas em mãos muito antes do inimigo está próximo o suficiente, Lyza mordia os lábios inferiores quase se machucando, Eric pegava sua lança de luz, a segurava e depois fincava de novo para em seguida repetir o gesto. Todos estavam muito nervosos, todos estavam apavorados, todos estavam a beira do desespero.

Até que Lyza levantou seus braços como o fizera antes e repentinamente vários orcs tombaram escorregando no chão que tornou-se liso sob seus pés. Pelo menos cinco orcs caíram. Eric agiu rapidamente e arremessou suas lanças acertando dois dos orcs que não haviam caído e continuavam avançando. Lyza fez um novo movimento e seus cristais de gelo cortante voaram em direção a o grupo de orcs, três deles caíram mortos com os estilhaços acertando seus olhos e rostos.

A batalha mal havia começado e quatro dos quinze orcs já tomavam mortos ou agonizantes no chão. Mas isso de forma alguma intimidou os demais, muito pelo contrário, agora eles sabiam onde seus inimigos estavam e isso apenas os fez correr mais rápido ainda, o próprio tambor já não tocava mais em um ritmo compassado como antes mas sim em uma cadência caótica e completamente desgovernada.

Os primeiros orcs logo chegaram onde os aventureiros estavam, uma dupla deles visualizou Lyza e correram com os machados em punhos mas então uma sombra pulou sobre um deles e este caiu morto no chão com o pescoço cortado. Era Saphira que agora se erguia de cima do corpo morto, a vampira mal teve tempo de comemorar sua vitória um terceiro orc veio por trás e tentou acertá-la com uma maça. Por pouco ela conseguiu escapar saltando para atrás bem a tempo de evitar ter o crânio espatifado. Mas essa não era uma batalha onde ela enfrentaria um inimigo solitário, o worg caolho vinha para atacá-la pelo flanco, o animal correu e saltou silencioso pronto para abocanhar sua vítima desavisada.

Mas seus planos seriam mudados no momento em que uma adaga voou indo de encontro a sua jugular, o animal caiu e rolou pelo chão e ali ficou para nunca mais se levantar, Sérpico havia terminado seu trabalho finalmente. Enquanto isso um dos orcs que havia passado por Saphira avançava em direção a Lyza pronto para a batalha, mas foi surpreendido por Kirshin que o atacou por trás abrindo um talho enorme em suas costas.

Dos quinze orcs, seis estavam mortos e o worg também, faltavam nove e o ogro que vinha logo atrás. Um dos orcs que se aproximava arremessou uma machadinha que passou voando até acertar o braço direito de Kirshin que não conseguiu se esquivar por não ver o ataque. A dor o afligiu e ele na hora soltou uma de suas espadas, aquele braço estava inutilizado.

Saphira que lutava com um orc estava tendo dificuldades, pois mais dois orcs chegaram para ajudá-lo. Durante a luta um orc usando uma grande clava conseguiu acertar Saphira jogando-a no chão, a vampira rolou na neve e ali ficou por alguns segundos, quando se virou para se levantar viu um dos três orcs que a atacavam vindo com um par de machados, ela precisava fazer alguma coisa ou morreria ali mesmo.

Quanto a Lyza, esta viu dois orcs se aproximando, um usando uma clava e o outro um martelo de duas mãos, a jovem rapidamente puxou sua foice e habilmente conseguiu abrir a barriga de um deles fazendo-o tombar morto no chão. Mas o segundo, o que empunhava o martelo, bateu forte com seu martelo na foice de Lyza, a força do impácto foi tamanha que a jovem soltou sua arma. Ela agora estava indefesa e o orc avançava sorrindo bestialmente para ela.

Kirshin que agora se recuperava da dor do ferimento em seu braço viu um orc avançar em direção a ele portando um grande machado de duas mãos. O orc golpeou com força mas Kirshin conseguiu se desviar, ele estava ocupado agora e não poderia ajudar ninguém além dele mesmo.

Sérpico que via tudo acontecer diante de seus olhos pensou em agir para ajudar Saphira que estava mais próxima, porém uma machadinha arremessada com força o pegou desprevenido, a arma acertou Sérpico em cheio no tronco, na lateral abrindo um talho generoso, Sérpico jamais sentiu tamanha dor, ele estava atordoado tanto pelo ferimento quanto pela dor absurda de sentir sua carne sendo rasgada e aberta. O orc que havia arremessado a arma se aproximava de Sérpico sedento para finalizar sua presa, ele trazia em suas mãos uma clava.

Eric era o único que ainda não havia sido atacado por ninguém, isso lhe dava uma certa vantagem, ele precisava escolher quem ele ajudaria, Lyza que estava desarmada e prestes a ser esmagada por um orc com um martelo, Sérpico que estava atordoado e sangrando rios de sangue ou Saphira que estava no chão prestes a ser estripada como uma porca. A decisão era difícil, ele sentia que se escolhesse errado alguém morreria.

Informações:
200 XP de atraso pra todos.
Dados vitais atualizados.
Quando usarem suas habilidades por favor postem o custo de mana e quanta mana vocês usaram.

por **Sérpico** Ter Abr 14, 2015 5:06 pm

Não deu certo. Não conseguiu pegá-los por trás. De repente a coisa toda já estava em andamento e ele se lançou no meio da briga. Sua adaga surpreendeu apenas um antes que, de alguma forma, ele próprio fosse surpreendido. Talvez tenha se distraído com Saphira, ali perto, num combate singular, e não viu quando um machado voo pra si vencendo couro, lã e pele com facilidade. Tirou o machado de lá e agora estava morrendo. Na verdade ele já estava morrendo, desde o início. A diferença era que agora sua passagem seria mais rápida.

O orc. Sérpico o encarou. Não saiu do lugar, esperou o inimigo.

Sua mão iria até o ferimento, como que para tentar conter a saída da vida, mas ele decidiu de último instante que não ─ precisava das mãos limpas e secas para manusear as armas. Então ainda pensava em lutar? Não exatamente. Era mais um instinto, uma reação, algo que o impulsionou a sacar a espada curta com uma mão e duas adagas com a outra. Ele não pensava em lutar, pensava em ver sua família de novo, liberdade, descanso, silêncio.

Os tambores o irritava. O som atrapalhava a sua fantasia do almejado silêncio. Buscou, mas não achou o desgraçado que fazia aquele batuque. Se o tivesse visto, suas adagas voariam pra lá. Mas sua visão estava estranha, meio escura, meio embaçada, como se estivesse enxergando através de um saco. Por isso não achou o barulhento ─ não enxergava direito. Mas enxergava o orc e sua clave. Ele parecia o único inimigo na cena. E estava perto agora.

Sérpico caiu sobre um joelho, sentindo dores. Agora ele só enxergava o branco, talvez a luz no fim da masmorra. Piscou e percebeu que era a neve, o chão a sua frente. A cabeça estava pesada, o queixo colado no peito. Ainda apertava as armas, mas não tornou a se erguer quando o inimigo chegou. Sérpico não queria vê-lo novamente. Se concentrava apenas no som de seus passos e na aparição de seus pés, sobre o branco, a frente.

Que ele pensasse que Sérpico tinha desistido. Que ele sorrisse com isso. Que ele chegasse ao lado, como um executor, e erguesse sua arma para um único e pesado golpe, esperando explodir Sérpico, esperando a visão de partes do humano voltando grudadas em sua clave. Que ele fizesse isso.

Para então Sérpico erguer o rosto subitamente e ver como seria o golpe, se vinha de cima, se vinha do lado. Para então tencionar sua perna dobrada, pisar firme no solo e se impulsionar a fim de evitar o golpe, se jogando para o lado. Que se dane o ferimento, pois ele se esticaria agora: no ato da esquiva, tentaria contra-atacar numa louca coordenação em que arremessaria suas adagas a queima roupa contra o peito aberto alheio ao mesmo tempo em que sua espada, num golpe baixo, buscaria cortar o inimigo do joelho para baixo.

Spoiler:

por Laser Beetle Qua Abr 22, 2015 8:34 pm

O frio era constante, e as pontas dos dedos de Eric começaram a gelar - mas ainda assim suava. Suava frio de completa antecipação e, quando a horda de Orcs inundou a clareira que escolheram como campo de batalha, sua alma gritou. Eram temíveis. Deu seu grito de batalha, baixo o suficiente só pros mais próximos ouvirem, tanto pra animá-los como pra silenciar seu próprio medo, e deixou a Luz guiar seu caminho.
Havia um erro quase que fundamental na estratégia do grupo, e era o espalhar. Já eram poucos, e o fato de todos - menos Lyza e o próprio Cruzado - terem se afastado mostrava uma falta de experiência clara no combate em conjunto deles. Esperava isso de Sérpico, mas não de da líder e de Kirshin. Esperava eles ali, pra guardar os seus flancos e reciprocar a proteção. Unidade. Infelizmente, poucos tinham tais treinamentos marciais, e eram um grupo de lobos solitários tentando trabalhar numa matilha mal-feita.

Mas se deram extremamente bem, pra uma matilha mal-feita.

Quando o gelo assobiou, fazendo uma mão de Orcs cair, Eric urrou e trovejou sua primeira lança dourada - o alvo foi pego tão de surpresa que caiu de imediato, com as costas retas na neve, e provavelmente morreu ali mesmo. O segundo meio que esperava o projétil, mas não deve ter conseguido achar equilíbrio no chão mágico da Maga, e também foi atingido. Com um brilho intenso, Eric invocou suas armas principais e as colocou em riste, escudo alto tampando a maior parte do tronco, espada colada ao lado da redoma dourada. Flexionou os joelhos levemente segundos antes dos Orcs entrarem no alcance do combate singular, esperando uma chuva de marteladas e machadadas.
Mas não recebeu nada. Absolutamente nada.

Viu seus aliados batalhando, e por algum motivo esperou sua vez. Podia ter se juntado à luta mais cedo, devia ter, mas seja pelo medo ou pela confiança, deixou seus companheiros aos seus problemas e esperou os seus chegarem. E chegaram todos ao mesmo tempo. Num piscar de olhos, todos estavam em uma situação precária, e ele só então percebeu que não haviam mais Orcs vindo. O tinham ignorado, seja lá por qual motivo, e atacaram todos os outros. No canto da visão periférica viu Lyza ser lançada ao chão, desarmada, mas um Orc jazia com as entranhas pintando a neve logo ali - e a maior capacidade dela nem era sua foice, ela daria um jeito com sua magia. Virou a cabeça e encarou Sérpico moribundo prestes a ser executado, e deu um passo.
Parou ao ouvir o grito de um dos Orcs à sua direita, que avançava com outros dois na direção de Sapphira que também havia perdido seu chão. Sentiu o coração apertar e a garganta secou, quem ele ajudaria? Sérpico, de certo, está ferido demais! Deu uma pequena corrida e hesitou de novo, deslizando o pé e olhando para Sapphira. Ela enfrentaria três sozinha, não daria conta. O ladino tinha só um oponente, mas parecia ter morrido de joelhos ali mesmo. E isso teria convencido Eric a abandonar o cadáver do companheiro loiro, não fossem suas armas.

Ele não as soltou. Não era raro um morto se agarrar às armas até depois de já ter falecido, era um acontecimento geralmente ligado à grande força de vontade e valor do guerreiro em vida, e em algumas religiões se acreditava que se um homem morria com as armas em mãos, as levava para a pós-vida pra lutar contra demônios. Ainda assim, Sérpico só tinha caído de joelhos segundos depois do golpe, que certamente não o matou de imediato. Se perdera a força nos joelhos, teria a perdido nas mãos também, e o fato de ainda segurar suas armas deu a Eric - naquele infinito instante de reflexão - a certeza de que vivia; e lutaria.

Girou a espada na mão direita, engoliu seco e deixou sua energia brilhar pela lâmina reta, segurando-a como uma adaga (com a lâmina pra baixo) e moldando sua estrutura, transformando a espada em uma curta lança de arremesso. Com o pé fundo na neve, girou o ombro e o quadril e atirou sua arma na direção do Orc próximo a Sérpico, numa tentativa simples de o atrapalhar e ajudar o companheiro. Torcia pra Sapphira fazer algo de imediato e escapar da morte, mas não a tinha abandonado, logo depois de arremessar - sequer esperaria o resultado - dispararia em direção da líder, gritando e balançando a mão no ar para conjurar outra espada reta.

Não poderia arremessar suas lanças agora, porque teria de parar e mirar, e talvez a mulher pálida não aguentasse tanto tempo. Teria de se virar em combate pessoal com o primeiro dos três Orcs, o matar a tempo de acometer ao segundo e torcer pra Sapphira ter lidado com o terceiro. Era um plano miserável, feito às pressas e fortemente influenciado pela vontade do Cruzado de ajudar a todos, e não abandonar ninguém. Lyza tinha sua magia e só um inimigo; Kirshin sequer tinha passado no pensamento de Eric, ele era provavelmente o único outro guerreiro ali, e só tinha um oponente; Sérpico teria uma lança de auxílio e Sapphira receberia o maior peso da ajuda do fraco soldado d'A Luz. Ah, se apenas ele fosse mais poderoso, poderia ter feito chover flechas e lanças nos Orcs durante a magia da ruiva e acabado com aquilo em um instante. Se apenas pudesse invocar armas pra todos os seus aliados, equipando-os com as placas douradas do metal de seus milagres.

Mas não, Eric não era um paladino, nem um inquisidor ou um sumo-sacerdote. Era somente um devoto, um garoto com algum treinamento militar, uma qualquer coisa de coragem e mais fanatismo do que era bom pra sua saúde. Ainda assim, ele lutaria. Lutaria feroz e salvaria todos, em especial Sapphira, ou morreria tentando. Por sorte tinha visto alguns dos golpes dos Orcs contra o resto do grupo, e sabia o que esperar mais ou menos: golpes amplos, pesados e devastadores. Se pudesse, desviaria e usaria de estocadas curtas pra abater os inimigos deveras maiores e mais lentos, caso contrário, ainda poderia aparar um golpe mortal com seu escudo de Luz. Ele não quebraria. Não havia chance de sua fé ser mais fraca que a energia negra e corrompida que incitava aqueles demônios verdes.

Ele sentia o ódio, agora. Sentia o ódio natural da batalha, a vontade de fazer sangrar e a vingança pelo sangue amigo derramado. Só queria fazê-los pagar, queimá-los nos seus ignorantes pecados e enviar suas almas de volta à Luz, para a purificação eterna. Só queria matá-los.

Não sei como você tá calculando o custo da minha H.E., Gold, então vou só colocar o custo descrito na habilidade.

Custos: 8% PE para cada 50cm² materializados, custo avaliado pelo GM caso o tamanho não chegue a 50cm.

por **Kamui Black** Dom Abr 26, 2015 3:38 pm

- C29 -

Sim, eu estava nervoso. Com medo? Talvez também estivesse com medo. Mas certa vez ouvi um guerreiro dizer que um homem só pode ter coragem se também tivesse medo. O fato é que eu estava ansioso e as juntas de minhas mãos deviam estar até brancas de tanto apertar o cabo de minhas armas.

Como era esperado, alguns deles caíram antes mesmo do combate direto começar devido aos ataques à distância de meus companheiros de batalha. E isto deu ainda mais impeto aos orcs que nos atacavam e, atrás deles eu vi aquela criatura bestial e imensa. Eu não sabia o que era aquilo, mas supunha que era algum tipo semelhante aos orcs e possivelmente muito mais forte, mas teríamos que lidar com ele mais para frente.

Percebi quando Saphira matou um dos orcs que ameaçava Lyza e Sérpico atingiu o lobo gigante que havia escapado em nosso último combate. Eu agi para livrá-la de um dos agressores e fiquei satisfeito em matar aquele maldito orc com minha espada. Apesar de saber que o resultado era incerto, meu sangue fervia na batalha. Eu queria lutar mais, fazê-los sangrar, mesmo que eu também sangrasse.

Foi quando a retaliação veio. Eu percebi que Sérpico foi severamente ferido e Lyza desarmada, mas eu nada poderia fazer, pois também tive minha cota de sofrimento. Urrei ao sentir a dor daquele mechado arremessado contra mim. E mal tive tempo de me esquivar daquele grande orc com aquele machado de duas mãos. Eu não poderia ajudar ninguém sem antes me livrar daquele oponente.

Fiz com que minha energia demoníaca percorresse meu corpo até chegar na ferida. Foi um alivio sentir meu corpo regenerando aquele ferimento. Mas eu não poderia esperar até me curar por completo para voltar ao combate. Enquanto direcionava minha energia para me regenerar, também avancei contra meu oponente. Eu sabia que não poderia amparar aquele golpe com apenas uma mão então teria que me esquivar dele. Talvez fosse possível desviar o curso de seu machado enquanto o evitava para facilitar minha esquiva.

Assim que estivesse ao alcance do golpe eu iria desferir minha investida. Se eu percebesse que havia uma boa abertura para abrir sua barriga e deixar suas entranhas caírem na neve eu o faria, mas era possível que a melhor escolha naquele momento seria golpear seu ombro ou seu braço para inutiliza-lo. Apenas o calor da batalha podia nos levar à decisão correta e na maioria das vezes é necessário agir por instinto.

H.E. Utilizada:

H.E.:

Acredito que isso seja suficiente para parar o sangramento e recuperar o movimento do braço.

por **Lyza Simons** Ter maio 05, 2015 8:58 am

Lyza estava preparada para aquilo, era no que ele preferia acreditar. Ela deu uma ultima olhada para seus companheiros antes de chegar o momento oportuno. Ela se concentrou, fechou seus olhos, respirou fundo e quando sentiu que era a hora, lançou seu primeiro feitiço. As placas de gelo fino surgiram logo abaixo dos orcs, fazendo vários deles escorregarem. Em seguida, foi a vez de lançar seu segundo feitiço, para ajudar Eric a eliminar o máximo possível de inimigos a distancia. Lyza fez o movimento de um arco acima de sua cabeça, partindo da direita para esquerda, e nesse movimento, a energia se congelava a umidade presente no ar, formando os flocos de neve que agora pairavam em volta da maga. Um novo movimento, como numa dança, e ela os arremessou contra os inimigos, ferindo 3 deles. Mais 3 haviam tombado. Eric eliminou dois, e logo 5 deles já estavam mortos, antes mesmo de chegarem até o grupo. Depois disso, tudo ficou mais caótico, Lyza deixou de acompanhar a sucessão de acontecimentos, dando atenção somente ao que acontecia consigo mesma e com os inimigos que vinham diretamente contra ela.

Dois deles haviam se destacado e vinham agora na direção da maga, eles vinham famigerados, brandindo suas poderosas armas contra a maga, que agora encontrava-se sem energia para executar mais de seus feitiços. Lyza agora só poderia contar com sua fiel parceira, a foice, mas ela confiava em sua arma, e também em sua habilidade. Sua expressão então se fechou numa carranca de ódio, ódio contra aqueles que ameaçavam seus parceiros, ódio contra aqueles que praticavam o mau, ódio contra aqueles que usavam do ódio como mascara para seus atos hediondos. E Lyza soube bem como descarregar sua raiva, ela decepou o primeiro dos monstros sem muita dificuldade, mas o segundo golpeou sua arma com força, fazendo com que a maga soltasse sua foice. Ela agora encontrava-se totalmente indefesa, sem sua arma e sem magia, muitos pensariam que este era provavelmente seu fim. O coração da mulher bateu mais forte, mas ela não temeu a morte naquele momento, ela temia mais a morte de seus companheiros que a sua própria, e com esse pensamento, ela se manteve firme, pois se ela estivesse firme, os outros também estariam.

Lyza esperou que o orc viesse, sua arma era forte, mas era certamente mais lenta que a maga desarmada, e quando ele estivesse prestes a esmaga-la, Lyza daria uma cambalhota para o lado em que estivesse sua foice. Pegaria ela no processo e voltaria à luta contra o orc da forma, se possível já executando um ataque horizontal no mesmo assim que se virasse para este. As coisas estavam acontecendo de forma muito rápida, e a maga não poderia ficar para trás. Quanto mais rápido eliminasse seu inimigo, mais rápido poderia ajudar seus aliados. Se Lyza não conseguisse ataca-lo no mesmo momento, faria o possível para abrir sua guarda, usando um ataque em falso ou até mesmo jogando neve em seu rosto para distrai-lo.

por **Saphira** Ter maio 05, 2015 10:13 am

Todos assumiram rapidamente as suas posições e logo o inimigo se revelava a nós no horizonte. Me posicionei na lateral, um pouco mais a frente do grupo, escondida num dos matinhos presentes. A respiração era profunda, a concentração naquele momento era crucial, e a cada nova batida do tambor parecia ouvir uma batida no coração frio que residia dentro de mim. Ali, naquele momento eu incorporei novamente a predadora, eu já não era mais a mesma Saphira desde meu primeiro encontro com aquele mago, mas agora eu entendia que a maldição do vampirismo não era somente isso, uma maldição. Era uma chance de me tornar melhor do que eu era antes como elfa, uma chance de me tornar não só uma caçadora, mas uma verdadeira predadora. E era isso que eu faria, eu despertaria enfim o meu lado vampírico naquela luta, e mesmo que o sol continuasse a ofuscar meus olhos, ou que meu sangue caia perante os inimigos, derrubarei tantos deles quanto forem possíveis.

E os inimigos surgiram, mais fortes do que imaginávamos, eram numerosos, mas eu não temi, nem perdi meu foco. Meu foco era seu sangue, mas eu não beberia seu sangue, eu apenas veria ele jorrar de suas gargantas até que eles morressem. Sim, eu era a fera, mas ao mesmo tempo, eu controlava minha própria fera, pois agora eu tinha consciência que não era necessário ser dominada pela maldição, eu faria uso dela, e não ela faria uso de mim. O ogro seria problemático, mas ele era lento, se conseguíssemos abater os inimigos antes do ogro nos alcançar, talvez tivéssemos sucesso. E o plano seguia conforme fora planejado. Primeiro a armadilha de Lyza, aquela maga era realmente impressionante, não só ela, mas magos em geral eram pessoas fascinantes, e desde que conhecera Kalahan, aprendera a apreciar e admirar seus talentos.

Tinha também Eric, um outro mago, diferente de Lyza, mas ambos com uma maestria sem igual, e em pouco segundos, eles derrubaram sozinhos 5 inimigos, sem nem ao menos terem sido tocados. Minha vontade de matar só aumentava a cada segundo, mas eu continuei me controlando, ainda não era momento. Os inimigos continuaram avançando, mais rápido, mais furiosos, e assim que eles finalmente entraram no campo de ação do grupo, chegou a hora de atacar. Ativei então a habilidade e saltei para fora do esconderijo, num Sprint insano em direção ao meu alvo marcado, em poucos segundos eu já estava quase sobre ele. O meu alvo era um dos orcs que vinham contra Lyza. Não deixaria que eles atacassem a maga enquanto esta se recuperava do uso de suas magias, meu trabalho era proteger e liderar o grupo, e eu o faria até o ultimo momento. O primeiro inimigo já estava abatido, um golpe, e seu pescoço estava aberto como um pedaço de carne num açougue. Mas ainda não podia baixar a guarda, o inimigo vinha por todos os lados, eram 6 a menos, mas ainda tinham 9 deles para matar. Um terceiro chegou por trás, mas eu já imaginava que isso aconteceria, por isso me antecipei e saltei para frente, evitando ser atingida por sua arma.

Mais inimigos chegaram à batalha e logo eu me via tendo que lutar contra deles, meu alvo marcado já estava morto, mas eu ainda não sabia que deveria marcar após ele, pois agora 3 estavam em combate comigo. Foi quando um deles conseguiu ultrapassar minha defesa e me jogou no chão, vi o mundo girar por uns instante, uma troca de cenários entre neve e céu, e então parei com a neve amortecendo parte do impacto, mas esse era o menor dos problemas agora, pois o segundo orc, vinha para finalizar o processo e dar um fim definitivo a mim. “Ainda não! Eu não matei o suficiente!” E a fera gritou dentro de mim novamente. Ela estava em fúria, e eu também, e eu já havia escolhido meu alvo, era o orc que havia me atingido, não o que vinha em minha direção para me matar. Seria previsível demais tentar revidar após ele ter me atacado. Eu marquei então meu novo alvo da habilidade, o orc com a maça. E quando o orc com os machados chegou, deixei que se aproximasse, e quando estivesse preste a me partir ao meio, eu rolaria para o lado, depois com um movimento bem rápido, levantaria e o deixaria ali, cortando a neve atrás de mim. Meu alvo era o orc com a maça, e eu só pararia depois que o tivesse matado.

Corri em sua direção, evitando os ataques do primeiro e também do segundo, a intenção não era de um ataque direto, mas sim de um ataque em falso, visando seu ponto cego, e quando ele pensasse em se defender, faria uma finta para seu flanco mais aberto e o atacaria por ali, mas não faria uma simples estocada. Estocadas não matavam. Eu abrir sua barriga como um suíno, para garantir que ele não se levantaria novamente após o golpe.

[A HE Hunter Sense ainda está ativa, apenas troquei de alvo. -30% PEs pela ativação no turno anterior que não informei, e -10% pelo turno atual.]

por NR Nayruni Seg maio 11, 2015 5:34 pm

@ Todos

A batalha ia tomando um rumo inesperado e sangrento, era a primeira vez que muitos ali lutavam uma luta daquela forma, tão caótica, tão sangrenta. Um verdadeiro teste para suas habilidades, um teste que os fazia imaginar como guerreiros e soldados veteranos conseguiam lutar em meio aquilo por tanto tempo nas grandes batalhas campais. Talvez fosse por isso que tantos morriam.

@ Sérpico

Sérpico estava ferido, caído, sentia dor mas não muita, sentia a quentura do sangue anestesiar a verdadeira dor, sentia o cheiro da sua própria carne e a adrenalina misturada ao fluído vermelho que se esvaia de seu ferimento. Sérpico poderia ser inexperiente em grandes batalhas campais, mas ele estava longe de ser um aventureiro inexperiente. Talvez se fosse ha um ano atrás ele já estivesse caído, morto no chão. Mas não agora, não naquele momento.

Mesmo com toda o frio, mesmo com todo o sofrimento, mesmo com a sentença da morte sobre sua cabeça caindo inclemente como o machado do carrasco, a esperança em Sérpico ainda pulsava forte, mais forte que seu coração ou o ribombar dos tambores dos orcs. Não, definitivamente ele não morreria ai.

Tudo foi rápido e embaçado, Sérpico agiu por puro instinto, seu braço se mexeu, sua adaga voou e um orc tombou de joelhos largando seu machado e levando as mãos ao pescoço tentando desesperadamente fechar o ferimento. Mas ele estava condenado, o sangue vertia farto para fora e para dentro sujando sua já imunda armadura e inundando seus pulmões. Incredulidade, era a expressão que Sérpico poderia descrever nos olhos do orc que agora caia de lado ainda gorgolejando desesperadamente.

Ele estava salvo, mas não por muito tempo, não havia tempo para comemorar o mérito de ter sobrevivido mais alguns segundos, porque mais inimigos ainda estavam chegando. Sabendo da gravidade de seu ferimento, Sérpico levou a mão até a cintura e puxou dali uma Poção da Restauração Menor e a bebeu em um só gole. Os efeitos foram imediatos, o sangue parou de verte e Sérpico sentiu um calor reconfortante em sua ferida além de parte de sua energia renovada.

@ Kirshin

Para Kirshin a batalha se desenvolvia de forma diferente, ele estava acostumado a matanças, aquele calor aquela adrenalina faziam parte dele, não como um todo, mas pelo menos de sua metade demoníaca. E por isso, só por isso ele tomou a melhor das decisões. Com sagacidade ímpar, Kirshin agachou-se instintivamente deixando o machado que deveria arrancar sua cabeça passar zunindo sobre suas orelhas. Pego de surpresa o orc não teve tempo de puxar seu machado de volta, quando se deu conta a lâmina fria de Kirshin lambia sua barriga abrindo um corte horrendo. Desesperado, o orc largou sua arma e tentou segurar aquilo que lhe era muito mais importante: suas vísceras, que agora saltavam para fora de sua barriga como uma grande ninhada de cobras do deserto.

Enquanto se recuperava do ferimento, Kirshin viu mais um orc correndo, urrando em sua direção, o habilidoso aventureiro nem precisou pensar, percebeu de imediato a iniciativa do oponente: saltar em uma investida. E assim Kirshin permitiu, assim o orc fez e quando o fez em pleno ar recebeu na testa a espada do meio demônio que fora arremessada. Espadas não foram feitas para serem arremessadas, e apenas os verdadeiros mestres na arte poderiam arremessar uma arma daquelas com precisão, e Kirshin não era um mestre naquela proficiência. Portanto a espada voou e acertou o rosto do orc que no ar não conseguiu se esquivar por falta de apoio, mas o que atingiu seu rosto não foi a ponta ou o fio da arma e sim a parte chata.

Mas aquilo já era o suficiente, o orc caiu no chão atordoado e antes de poder se levantar recebeu no pescoço um forte pisão que lhe quebrou a traqueia. Vitorioso, o meio demônio recuperou sua espada pronto para os próximos oponentes.

@ Saphire

O ataque dos orcs derrubou Saphire, a vampira caiu ali na neve, mas a Saphire que havia caído não era a mesma que estava para se levantar. Em sua mente, ali em meio a adrenalina ela pensou em uma fração de segundo o que normalmente se levaria segundos. O pensamento sempre foi a velocidade mais rápida da existência e em Saphire essa máxima se comprovava verdadeira. Mas mais verdadeiro ainda era o que ela estava para fazer, algo muito mais surpreendente do que o esperado, muito superior ao que ela mesma estava acostumada.

Saphire não sabia, mas ao encontrar Kalahan em Calm, tomar uma dura do mago e aceitar mais seu lado predatório a tornou mais forte, mais poderosa, a vampira havia subido alguns degraus na escala predatória sem saber. E mais do que isso, o sangue quente e poderoso de Kalahan, Senhor do Nono Círculo do Inferno a deixava ainda mais forte.

Um piscar de olhos, dois piscares de olhos. Dois orcs mortos. Nem mesmo Saphire havia entendido. Mas mais tarde se sobrevivesse a esta batalha, Saphire iria entender o que realmente aconteceu em meio as suas lembranças e em um momento mais calmo.

Ela estava caída, então focalizou seu Hunter Sense no alvo mais perigoso e lógico, ao contrário do que havia planejado: o orc com os machados. Com seus movimentos ligeiramente sincronizados com o do infeliz, a vampira pulou e escapou com maestria soberba e no mesmo movimento, um mortal para trás usando toda a força de sua colina e suas pernas bem como dos músculos dorsais, ela se ergueu chutando o queixo do orc com um chute duplo e poderoso, na fração exata que compreendia o momento em que ele erguia os machados e se preparava para descê-los. Saphira subiu girando como um parafuso, seus pés acertando o queixo do orc produzindo um estalo úmido e forte no processo, o som próprio de um queixo partido e um pescoço quebrado.

No ar, antes mesmo de tocar o chão, ela transferiu seu Hunter Sense para o segundo orc, o sujeito com a maça, o maldito que a havia tombado. Então ela girou aproveitando o impulso e arremessando uma faca que estava guardada para momentos assim. O punhal voou certeiro no olho do orc com a maça e este tombou sem saber o que havia acontecido. Agora Saphire estava em pé e pronta para mais.

@ Eric e Lyza

Lyza estava em maus lençóis, o orc que vinha para cima dela estava pronta para transformá-la em purê de carne. Mas como ela havia pensado, ele era lento e essa era a sua maior fraqueza. Com uma agilidade graciosa, Lyza girou para o lado em direção à sua foice e ao mesmo tempo que escapava da morte, recuperava a sua arma já se preparando para atacar. Mas havia um problema: foices são armas que exigem firmeza e as duas mãos para serem usadas, não eram armas leves e hábeis como um punhal ou uma espada e por isso, só por isso, Lyza não conseguiu completar sua manobra. Então ela viu o orc com a clava girando o corpo pronto para acertá-la, e desse golpe ela não conseguiria escapar, era o fim.

Seu último pensamento antes de ter o crânio rachado pela clava foi um singelo pedido de desculpas a todos os seus companheiros, pedido esse que foi recusado por Eric!

Um raio, dois raios, eram como os raios da esperança, os raios de um novo dia que despontava na vida de Lyza que havia sido até então encoberta pela noite negra da morte. Eram as lanças de Eric que acertaram o orc com maestria derrubando-o completamente no chão. Estava morto.

Lyza se ergueu e lançou um olhar de profunda gratidão para seu salvador, o paladino dourado que aos olhos da ruiva, apenas dela, emanava uma poderosa aura dourada. Mas então a aura se apagou no momento que a ruiva viu uma sombra surgir por trás do paladino, não havia tempo para gritar um aviso, e nem haveria tempo para Eric se virar e se defender, mas havia tempo para Lyza que agora de pé e devidamente armada, poderia agir.

Por puro instinto, a maga mesmo sem energia alguma tornou o chão diante dela lizo, uma estreita faixa de neve começando por Lyza e terminando em Eric se condensou, alisou-se e achatou-se em uma fração de segundo. Uma rampa lisa, similar a que havia derrubado os orcs no começo da batalha havia se formado cobrindo todos os 6 metros que separavam Lyza e Eric. Então demonstrando extremo controle e naturalidade com o gelo a maga deslizou por cima da rampa com um equilíbrio que faria inveja a um felino das montanhas gélidas. O que ela faria em 3 segundos, ela fez em um deslizando sobre a rampa em direção a Eric, brandindo sua foice em um movimento óbvio para cortar o pescoço do paladino.

Surpreso e completamente confuso, Eric não entendeu nada, apenas viu aquela cena cinematográfica, inacreditável se desenrolando diante de seus olhos, a mulher que ele havia acabado de salvar agora deslizava sobre o gelo em sua direção brandindo sua foice com fúria em um golpe claro que mirava seu pescoço. A reação do paladino, naturalmente, foi se agachar e saltar para o lado e quando o fez tomou um banho de sangue porque no momento em que ele se esquivou da foice de Lyza, ele sem saber esquivou-se também do machado do orc que vinha por trás ao mesmo tempo que abria caminho para a arma da ruiva arrancar um pescoço, não o seu, mas o do infeliz orc.

@ Todos

Todos os orcs estavam mortos, mas a luta ainda não havia acabado. O ogro finalmente alcançou os aventureiros e furiosamente brandia sua enorme clava, quase tão grande quanto um tronco de árvore. Seus primeiros alvos eram Saphire e Kirshin que estavam mais próximos.

Informações:
Beleza galerinha! Mudei as ações de vocês no post passado e nesse por um motivo: vocês são aventureiros inexperientes com situações de guerra, no meio do caos da batalha em segundos as coisas mudam. Sérpico planejava agir depois, mas se viu forçado a matar o lobo pra salvar Saphire que iria morrer com certeza se fosse mordida no pescoço. Por isso as ações ficaram um pouco diferentes e também melhores, não porque eu quero, mas porque vocês estão amadurecendo no campo de batalha, se tornando mais fortes.

E aqui uma errata: todos vocês têm duas poções de restauração menor, cada uma delas cura hemorragia, restaura 30 de HP e 20 de MP. Sérpico usou uma.

Abraços.

por **Lyza Simons** Qui maio 14, 2015 11:47 pm

O primeiro chefe.

A batalha tomava rumos dramáticos naquele exato momento, e a cada novo inimigo abatido, uma pontada de esperança surgia no coração da maga do gelo. Ela analisou com bastante rapidez e perspicácia seu inimigo, e concluiu que ele era lento demais para impedi-la de fazer seu movimento. E Lyza girou o corpo assim que a arma do inimigo começou sua descida em encontro com o corpo da maga, e com uma movimento fluido e veloz, ela fugiu do golpe, deixando para trás uma nuvem de neve que se levantava, tamanha era a força aplicada pelo orc em seu golpe. A maga então tomou posse novamente de sua arma, mas seu segundo movimento fora frustrado pelos próprios limites de seu corpo. Ela era uma maga especialista no uso daquela arma, mas acima de tudo, ela era uma bruxa, e não uma guerreira. Sua constituição física, por mais acima da media que fosse, ainda assim não era o suficiente para executar os movimentos mais avançados e velozes com sua arma.

O resultado dessa vez seria inevitável, sua morte estava premeditada, afinal. Fugir do primeiro golpe não havia sido suficiente para mudar sua sentença. Nada poderia salva-la agora, seu destino estava enfim selado. Lyza viu em câmera lenta sua morte chegando, em forma de uma maça de metal que vinha em direção à sua cabeça. Ela viu aquilo acontecendo, podia até mesmo sentir a dor do golpe antes mesmo de recebe-lo, se é que teria tempo de sentir algo. Mas não era isso que estava acontecendo. Sua cabeça latejava um pouco, todo aquele processo de usar toda sua energia de uma única vez, somado ao calor daquela batalha exaustiva que estavam travando, faziam sua cabeça doer. Mas então a salvação veio em forma de luz, impedindo que sua morte fosse enfim executada. Aquele não era seu destino afinal, seu destino era sobreviver, e mais do que nunca ela percebeu isso quando viu duas setas de luz atravessarem o corpo do orc e ele tombar bem a sua frente.

A maga emocionada olhou para trás e viu Eric, o paladino da luz, o único que havia aceitado ficar ao lado de Saphira logo no inicio, quando todos ponderaram e pensaram em fugir, o paladino havia dito que ficaria, mesmo que fosse para se sacrificar sozinho em nome do grupo. Lyza ficou contente em ter alguém como ele ao seu lado, mas não teve tempo de sorrir. Ela viu um orc, um inimigo sujo e covarde vindo por trás do mago, que agora corria perigo sem nem ao menos saber que estava prestes a ser morto. Lyza queria gritar, queria ataca-lo com uma de suas magias, mas ela não podia, estava sem forças e sem tempo. Então ela fez algo mais improvável ainda. Seu instinto, por puro impulso a maga agiu, criando uma plataforma de gelo gelo liso bem a sua frente, e com um único impulso das pernas, começou a deslizar em direção ao paladino com sua foice pronta. Eric não entendeu a iniciativa da maga, mas em poucos segundos, tudo aconteceu. Numa fração de segundos, sem saber da real intenção da maga, Eric se jogou para o lado impedindo que a mesma o atingisse, mas ao mesmo tempo que o fez, também fugiu do golpe do orc que vinha por trás, e que por pouco não o partira ao meio. O orc, frustrado em sua intenção, ficou cheio de ódio, mas não teve tempo de retaliação, pois assim que ele olhou de novo para frente, viu apenas o volto prateado da lamina de Lyza passando a sua frente, ceifando para sempre sua vida. Era fim daquela ameaça, era o fim dos orcs. Restava apenas o ultimo chefe, o ogro.

Lyza estava agora ofegante, ela já havia ultrapassado um pouco seus limites, mas ainda era capaz de lutar, estava se esforçando para manter a si mesma e aos seus companheiros a salvo, e até então tivera sucesso. Ela se aproximou de Eric, sem muito tempo para agradecimento, e lhe estendeu a mão para que se levantasse. – Vamos la, ainda temos muito o que fazer. – Falou com um sorriso no satisfeito no rosto. Eles então olharam para o front da batalha. O ogro estava la, Saphira e Kirshin seriam os primeiros a ter que enfrenta-lo, mas Lyza não deixaria que o fizessem sozinhos. Ela correu até eles, mesmo sem energia, ainda podia empunhar sua arma e desferir golpes dolorosos no inimigo. E era isso que ela faria, ela aproveitaria da distração do ogro com Saphira e Kirshin, e tentaria atingi-lo pela sua lateral, dando a volta no oponente e visando atacar seus membros inferiores com a arma.

[Só passando pra dizer o quanto achei foda esse post. ^^]

por **Kamui Black** Sáb maio 16, 2015 2:46 pm

- C33 -

Ah! A carnificina! Aquilo fazia com que eu me sentisse muito vivo. Aquela sensação indescritível de sentir as vísceras de meus inimigos sendo destroçadas pela minha lâmina aflorava a parte de mim que eu mais gostava: minha parte demoníaca.

Conforme a batalha foi se desenrolando e as coisas começaram a se tornar melhores para nós, principalmente para mim, eu comecei a apreciar cada vez mais aquilo. Não sei se meus companheiros perceberam, mas havia um sorriso sádico em meu rosto enquanto eu esviscerava aquele orc do grande machado. Foi em um ato quase instintivo que o golpeei, mas do que são feitas as batalhas senão de ações baseadas em experiências anteriores e instinto? O fato era que ele estava morto e eu vivo.

O próximo inimigo recebeu uma espadada na cara. Eu não sei por que fiz aquilo, mas estava começando a gostar de arremessar coisas, talvez tentasse machados quando tivesse alguma oportunidade.

Com o último deles morto, agora vinha a parte mais difícil: aquela criatura enorme e agressiva. Eu estava na linha de frente e não recuaria, isto seria a atitude de um covarde. Além disso, provavelmente eu era o que melhor poderia defender os golpes daquela criatura.

Então eu avancei contra aquele ser bestial, a espada em punho. Eu estava tenso com a situação, mas a adrenalina não deixava com que eu hesitasse um segundo sequer. Eu avancei, mas minha intenção não era realmente golpeá-lo. Concentrava-me em me esquivar se seu golpe, que certamente seria mortal. Minha real intensão era passar por ele de maneira que eu ficasse de um lado e meus companheiros do outro. Se flanqueássemos aquele ser bestial teríamos uma boa vantagem sobre ele.

Era claro que eu não perderia a oportunidade de atingir uma perna ou um braço se ela aparecesse, mas meu maior esforço estava concentrado em evitar ser atingido.

OFF - Apenas relembrando que minha HE ainda esta ativa e recuperarei mais 5 PV's.

por **Saphira** Sáb maio 16, 2015 10:11 pm

Era hora de domar minha fera interior, era hora de provar que eu era a caçadora e não a caça, e eu me levantei, com um movimento veloz para o lado, eu escapei do primeiro golpe do orc com os machados. Pensei em usar a habilidade no orc com a maça, mas ele estava distante ainda, e o outro estava bem a minha frente, fechando minha visão e meu foco somente nele, então ele foi o escolhido. O marcado para morte. Quando ele golpeou a neve, não teve tempo de recuar suas armas, ele poderia ser mais forte, mas não era mais ágil, nem mais flexível que eu, e essa brecha eu não deixei passar despercebida. Em questão de segundos, assim que terminei minha esquiva do golpe adversário, eu já estava de pé, e com um único impulso joguei todo meu corpo para o ar e para trás, num mortal que terminaria num golpe com os dois pés no queixo do orc infeliz. A manobra fora um sucesso, pois assim que meu segundo pé atingiu o queixo do inimigo, pude ouvir o estalo de seu queixo e pescoço, ele já estava morto antes mesmo deu alcançar o chão novamente.

Mas eu queria mais, aquele ainda não era o fim, e antes de tocar o solo novamente, eu troquei o foco da habilidade. E quando pousei novamente no chão, girei o corpo, me aproveitando ainda do resquício de força do meu primeiro movimento, e ao mesmo tempo que rodava o corpo, girava também a corrente com a adaga e no fim do movimento, a atirei diretamente no rosto do segundo orc, aquele que havia me derrubado anteriormente. Era o fim dos dois. Os dois inimigos que ousaram pensar que inverteriam a ordem natural das coisas, me tornando sua presa, e tiveram seu fim merecido.

Era o fim dos orcs, mas ainda não era o fim da luta. Muito pelo contrario, ela estava apenas começando. Mas para mim aquele estava sendo o meu melhor momento. O momento em que eu finalmente havia alcançado a perfeita sincronia entre meu eu anterior, e meu eu atual. Eu já não encarava mais o vampirismo como uma maldição desde que encontrara Kalahan em Calm, via isto apenas como um incomodo, uma pedra no meu sapato. Mas agora era diferente, era totalmente diferente. Eu agora via minha condição com outros olhos, eu era uma assassina com muitos recursos que agora eu poderia usar ao meu favor, e o vampirismo era um desses recursos.

Nossa luta agora era contra o ogro enorme que vinha em nossa direção. Eu era uma das primeiras na linha de frente, mas Kirshin fez questão de correr e tomar à dianteira, e ele parecia tão entretido com a “caçada” que estávamos fazendo quanto eu. Mas antes de partir em disparada em direção à batalha, me certifiquei que todos os outros orcs haviam sido eliminados, e principalmente, se todos os aliados estavam vivos. Fiz uma rápida varredura pelo local, enquanto terminava de limpar o sangue do orc de minha adaga, e a visão que tinha era boa. Eles estavam indo bem, estavam todos vivos e pareciam aptos a lutar, ou ao menos a maioria deles. Então era hora de iniciar a verdadeira batalha. Novamente troquei o foco da habilidade, e eu me valeria dela nesse momento mais do que nunca, pois qualquer golpe daquela criatura poderia significar minha morte prematura. Então eu fiz um movimento em arco, eu não iria diretamente contra ele, e sim tentando cerca-lo por um dos lados. A corrente girando em minha mão seria atirada assim que alcançasse uma distancia decente do ogro, e caso conseguisse feri-lo no processo, puxaria de volta a adaga para usar o sangue presente nela em minha habilidade.

[-10% desse turno da habilidade]

por Laser Beetle Dom maio 17, 2015 12:33 pm

Eric não entendeu direito porque fez o que fez. No último instante mudou seus planos, se adaptando e reagindo à velocidade absurda da batalha, e decidiu que a única pessoa que precisava de sua ajuda era Lyza. Sérpico habilmente assassinou seu algoz e Sapphira era um vulto negro e pálido da morte.

Pois então, era o Orc com machado que seria seu alvo. Quando virou a cabeça para olhar a Maga, viu que ela cambaleava pela neve procurando sua arma, mas o Orc era mais rápido e arremeteu à ela com o machado alto. Eric não gritou. Daquela distância não havia como errar, então ele escolheu calmamente seus alvos. A primeira lança trovejou pelo peito da criatura, que perdeu a força nos braços e soltou um gemido de dar dó. O choque psicológico e a dor seriam suficientes pra incapacitar automaticamente a maioria das criaturas, mas não um Orc. Orcs eram conhecidos por serem especialmente resistentes a dor e vigorosos, então ele tomou mira por um segundo e arremessou outra lança que atravessou o pescoço do demônio verde. O gemido e a respiração pesada deram lugar a um gorgolejo e a uma espuma rosada que escapava do ferimento, e então ele morreu.

Eric estava parado, se certificando de que Lyza estava bem, mas ela tinha um olhar estranho; distante. Parecia perdida em pensamentos, e pareceu perder a razão também quando deslizou na direção do Cruzado com a foice em riste. Não era possível, teria ela confundido Eric com um inimigo? A batalha era uma pressão mental enorme, e talvez a maga tivesse quebrado. Desesperado, o rapaz saltou pro lado e rolou na neve, sentindo o peso do corpo cansado e tentou se levantar o mais rápido possível - mas apenas foi rápido o suficiente pra erguer o olhar e ver o jorro de sangue que pintou seu rosto, pescoço e peito escapar do corpo decapitado do Orc que estava parado ali.
Pela Luz, de onde ele veio?!

Encarou Lyza e aceitou a mão amiga, olhando ao redor e percebendo que a batalha estava perto do fim. Ao menos, da primeira batalha. - Sérpico! - O olhar sereno que a paz momentânea trouxe foi quebrado pela lembrança do Ladino sangrento. Ele estava muito, muito ferido, e o Cruzado correu em direção ao rapaz para ajudá-lo. Não sabia o quão bem aquelas poções que o grupo tinham recebido funcionavam, e ofereceria uma sua de bom grado ao companheiro. - Você fez bem, Sérpico! Você fez bem! Não se esforce demais. - Tentava induzi-lo a deixar aquele último combate com o resto do grupo, seriam quatro contra um, e ele não precisava arriscar a vida com aquele ferimento.

Caso tivesse conseguido convencê-lo, ou não, seu próximo passo seria o mesmo: iria se aproximar do Ogro por um ângulo que ninguém estava, ainda, procurando cercá-lo. Seria fácil enfiar uma lança ou duas enquanto ele errava os golpes lentos e pesados. O grupo não precisava se matar pra acabar com aquilo muito rápido, em um combate com tanta superioridade numérica, o resultado era quase inevitável. Se eles apenas desviassem e se aproveitassem das brechas, iriam derrubar o enorme Ogro eventualmente.

Apesar de que Eric começava a duvidar de seu própria treinamento. Aprendera que não eram manobras impressionantes e golpes pomposos que venciam guerras, era determinação e estratégia sólida. Mas aqueles guerreiros mostravam o contrário, eles venciam de maneiras inusitadas e de formas completamente não-ortodoxas. Vai ver os guerreiros de Lodoss iriam quebrar todos os conceitos de guerra que Eric aprendera em Rohan.

Afinal, até mesmo ele - que portava a Luz - era só "mais um" entre os aventureiros da Ilha. Em Rohan, a Cruzada era feita de heróis, um homens enviados pelos céus para limpar a terra da escuridão. Ali, Eric era somente um rapaz que conjura lanças douradas. Lodoss era, realmente, incrível.

por **Sérpico** Ter maio 19, 2015 10:44 am

Quando terminou de beber, achou que poderia varar mais cinco barris daquilo. Revigorou, pareceu curar um bocado seu ferimento grotesco e ele se sentia quase apto a usar suas habilidades novamente. Não tinha mais cinco barris, só mais um frasco, então ele tratou de beber este último de forma devagar, saboreando o momento. Onde faziam aquilo? Deveria custar uma fortuna. Nem parecia ter um ogro montanhoso no seu campo de visão, de tão tranquilo que ele estava naquele momento particular e inédito. Antes,no combate, não morreu, mas sentiu o frio característico da passagem. A esperança era que o frio fosse embora assim que avistasse sua família. Não aconteceu. E ele não sabia ao certo o que pensar sobre isso, se estava feliz ou não. Apatia era a regra da casa, tudo que importava era aquela bebida mágica. O pós combate, ainda que curto, lhe deixou letárgico.

Só acenou para Eric (como a dizer “estou bem, estou bem”) quando este virou as costas e voltou para a luta. Disse para que Sérpico não se esforçasse. Tentador. Aquela neve, ainda que fria e manchada, também era uma tentação. Deitar por apenas um minuto parecia um ato legitimo, o corpo todo pedia por isso.

Ah, terminou a poção. Agora, um ogro. Pois é. A galera estava indo peitar ele. Sérpico podia se teleportar, fazer coisas, mas ainda estava devagar. Ele sacou a espada... mas permaneceu na mesma posição, com um joelho no chão. Quem o estava prendendo na neve? Ninguém, droga. A letargia ainda era forte, apenas isso. E tinha um medo escondido de que o ferimento ainda chorasse vermelho e a qualquer movimento de Sérpico ele se abriria em dois. Então não se mexeu.

Fincou a espada no chão, como a tentar tirar um apoio dali e usá-la como uma bengala. Não deu, não saiu da posição. E o ogro já estava perto demais. A regra da casa disse que ele deveria, num primeiro momento, só assistir e foi o que fez (ou tentou, já que estava agindo de forma impulsiva ultimamente). Esperou para ver o que acontecia naquela investida do gigante e como se daria o contra golpe do grupo. Se o grupo liquidasse o ogro naqueles ataques combinados, ótimo, pois Sérpico guardaria a espada e seguiria o conselho de Eric.

Mas se o inimigo ainda perdurasse, Sérpico agiria. Somente então, teleportaria para cima do inimigo. Mesma estratégia de antes, só que agora com um inimigo maior e nem tão sábio. Cairia sobre a cabeça do ogro, a espada virada para baixo, duas mãos no cabo, o corpo visando um encontrão nervoso a fim de profunda perfuração. A nuca parecia protegida, então o alvo seria o topo da cabeça mesmo.

Spoiler:

por NR Nayruni Qui maio 21, 2015 5:39 pm

@ Todos

O ogro se aproximava ameaçadoramente, sua enorme clava tão grande quanto uma árvore intimidava e deixava claro que com um golpe seria capaz de destruir ossos e músculos reduzindo uma pessoa a pouco mais que uma pilha de carne disforme. Porém o ogro era lento e não era muito inteligente, facilmente os aventureiros conseguiram cercá-lo. Durante o processo de cerco o ogro ameaçava os aventureiros com sua clava mas por estar sem seus companheiros orcs ele não tinha como evitar ser cercado. Enquanto se deslocava Saphira arremessou uma faca presa a uma corrente contra o ogro que ergueu o braço para se proteger. A faca resvalo na pele do ogro sem causar um ferimento sério, porém tirando um pouco do sangue do monstro, que era o que a vampira realmente queria. No mesmo movimento Saphira puxou a corrente reavendo sua faca. Com um sorriso sádico e um olhar predatório, todos viram Saphira lamber a faca ensanguentada o que fez os pelos da nuca de Sérpico e Eric se arrepiarem.

A batalha continuava, havia um impasse, o ogro estava cercado mas qualquer um que se aproximasse demais seria o primeiro a ser acertado. Kirshin foi o primeiro a chamar a atenção da criatura. O ogro o atacou com um poderoso golpe vertical de sua clava, Kirshin conseguiu se desviar no ultimo segundo bem a tempo de evitar ser esmagado pela enorme clava que atingiu o chão com toda força. Uma onda de neve foi produzida com o impacto arremessando o meio demônio alguns metros para trás e o fazendo perder o equilíbrio.

Rapidamente ele se ergueu pronto para se defender de mais um ataque, mas este não veio. Quando o meio demônio levantou a cabeça e focalizou o ogro viu uma cena incrível. Lyza, Saphira e Eric haviam atacado o alvo ao mesmo tempo no mesmo momento que ele havia atacado Kirshin e estava com sua guarda baixa. Lyza conseguiu acertar embaixo da axila da fera abrindo um talho horrendo da onde o sangue vertia fartamente e a carne se desprendia. Aquele braço certamente não poderia mais ser utilizado.

Eric havia acertado a fera por trás mirando os joelhos do monstro o que o fez tombar na neve se apoiando sobre uma perna e uma mão. Por ultimo veio Saphira que era de longe a mais cruel de todos ali presentes. A vampira saltou habilmente por cima do braço que segurava a clava abaixada do ogro e então o escalou e saltou por cima da cabeça do ogro puxando suas correntes. O resultado foi perfeito, Saphira agora estava nas costas do ogro e o estrangulando com sua corrente.

Mas o ogro era muito mais forte que a vampira e certamente conseguiria se libertar dela em segundos. Mas aquilo não importava, tudo o que ela precisava era de tempo, tempo este que Eric, Kirshin e Lyza aproveitaram para desferir vários golpes do ogro debilitado. Coberto de talhos e sangramentos a fera caiu rosnando no chão, seu último suspiro se desvanecendo. Eles haviam vencido!

Sérpico que havia pensado em tomar a segunda poção para enfrentar o monstro, viu que não era mais necessário e decidiu guardar o precioso líquido para uma outra ocasião, quem sabe ele não poderia vir a sofrer de um novo ferimento mais grave ainda? Uma poção daquelas capaz de fechar feridas e estancar sangramentos instantaneamente era algo precioso.

Vitoriosos, os aventureiros se olharam, mal podiam conter os sorrisos em seus rostos ensanguentados com o sangue dos orcs e do ogro. Naquele breve combate eles haviam percebido que eram muito mais fortes do que realmente acreditavam ser. E mais do que isso, estavam começando a trabalhar em conjunto, em sinergia, em sincronismo.

Depois da vitória os aventureiros pilharam os orcs e a única coisa que encontraram de valor foram algumas moedas de cobre, não eram lodians o que indicava que os orcs poderiam estar vindo de uma terra distante, além mar. Havia um total de 300 modas de cobre que poderiam ser trocadas por 150 lodians. Mais tarde se sobrevivessem eles iriam dividir essa quantia. Sem perder mais tempo seguiram o caminho temendo que os sons da batalha atraíssem mais orcs.

Três dias se passaram, nenhum sinal de Bjorn, o grupo agora viajava de noite e dormia de dia, era mais seguro sem dúvida. Nenhum outro inimigo fora avistado durante este tempo. Na quarta noite enquanto os viajantes atravessavam uma mata de taiga mais densa que as demais eles foram surpreendidos por um grande vulto humanoide, uma criatura que tinha por volta de 2m de altura e se esgueirava por trás dos pineiros. Sem perder tempo, Saphira arremessou suas adagas sendo acompanhada de Sérpico que também o fez, para a surpresa da dupla o vulto sacou uma espada enorme e bloqueou as duas adagas em um único movimento demonstrando uma maestria fora do comum.

– Pela sombra de Kelenvor! – Praguejou uma voz masculina que foi imediatamente reconhecida por quase todos ali presentes. Era Aldarion.

O guerreiro se aproximou do grupo, ele era conhecido por quase todos ali, exceto por Eric que apenas o havia visto de relance em Calm e por Saphira que jamais o havia visto sendo preciso a intervenção de Lyza para que a vampira cessasse seus ataques. Aldarion era imenso, media quase dois metros e trajava uma armadura negra repleta de espinhos, nas costas ele trazia uma enorme mochila e uma espada maior do que ele próprio presa por uma corrente. A aparência de Aldarion clamava por combate, parecia que sua própria imagem era um chamado à guerra.

O Juggernaut levantou a cabeça, olhou para Sérpico e então abriu um largo sorriso.

– SÉRPICO! SUA PUTA LOIRA SALTITANTE! HAHAHAHAHAHA! – Gargalhou quebrando o silêncio da noite para o desespero de todos.

– Não se preocupem, não tem orcs por aqui. – Avisou deixando todos mais aliviados.

Sérpico que conhecia muito bem o espadachim sentiu algo de errado nele. Ele não parecia mais o mesmo, havia algo sinistro nele, algo inexplicável, algo estranho. Tudo o que Sérpico podia distinguir é que se aproximando do espadachim ele não sentia calor, mas sim o frio do ambiente se intensificando. Não só Sérpico, mas todos podiam sentir isso, que aquele homem de armadura negra irradiava uma aura fria e sinistra. Saphira que tinha os sentidos muito mais aguçados que o normal podia notar isso e algo mais, notou que Aldarion não tinha cheiro algum, ele estava ali mas ela não conseguia sentir a presença dele, era como se ele não estivesse diante dela, era como se fosse uma ilusão.

– Escutem o que eu tenho a dizer. Esse exército de orcs é uma distração. Eles têm algo bem pior. Mas meu tempo é curto e não posso lhes falar tudo. – Disse o espadachim, seus olhos frios mirando momentaneamente os rostos de cada um dos aventureiros. – Eu posso ver em seus espíritos, vocês se tornarão fortes se sobreviverem.

Informações: Todos vocês ganharam 700 pontos de XP.

Sérpico, eu resolvi economizar sua segunda poção, você vai me agradecer.

por Laser Beetle Sáb maio 23, 2015 6:57 pm

Sérpico aceitou o conselho e ficou na neve enquanto o grupo cercava o Ogro, que olhava pra esquerda e pra direita, tentando achar um alvo que entrasse no raio de ação do seu enorme tronco de árvore. Eric respirava forte, soltando nuvens de ar quente enquanto caminhava lentamente pela neve tentando se aproximar sem chamar muita atenção. Sabia que alguém teria de se arriscar e atrair o primeiro golpe, ou aquilo não iria a lugar nenhum; podiam sitiar o Ogro até ele perder a paciência, mas não tinham tempo, por isso tomou coragem e deu um passo firme pra frente com a lança dourada empunhada com as duas mãos.

Mas parou ao ver Kirshin avançar ligeiro, atraindo a fúria do monstro e desviando com um salto, que Eric não achou ter interpretado direito e ter sido culpa do impacto da clava. Não era possível a pura força bruta do Ogro ter causado aquilo... era? A visão ruiva de Lyza quebrou os devaneios do loiro, que observou a maga enfiar a lâmina larga da foice de baixo pra cima na base do braço da criatura, atravessando couro, carne e osso até se projetar do outro lado - saindo pelo ombro e chegando perigosamente perto da cabeça. O aço brilhava vermelho e o Ogro rugia.

E então Eric avançou.

Um salto e um golpe reto, baixo, enquanto a cabeça do bicho olhava para o outro lado. Mirou na coxa mas deve ter calculado mal a força, ou se agitou demais pela oportunidade, e a ponta dourada atravessou a parte de trás do joelho e passou facilmente pela sua perna. Por um momento o Ogro se manteve de pé, e Eric tentou torcer e puxar a lança, mas ter atacado o joelho fora um erro e antes que pudesse libertar a arma o monstro perdeu a força da coxa e desabou dobrando a perna em cima do armamento dourado do cruzado, prendendo-o e ferindo gravemente seus ligamentos.
Sem um braço e sem uma perna. Ele estava condenado.

Sapphira tapou o Sol e forçou o monstro a olhar pra cima, puxando seu tronco inteiro pra trás enquanto o enforcava com correntes. Quando foi que ela subiu ali? Sem tempo pra achar suas respostas, Eric fez outra arma brilhar para a existência e golpeou. Dessa vez equipava uma lâmina longa e usava ela pra espetar e cutilar as costas e as costelas do monstro, incapaz de alcançar seu pescoço. Atacava frenético, e percebeu Kirshin e Lyza atacando também. Eram como lobos mordendo uma presa. Como lobos solitários, numa alcateia mal-feita. A lembrança da metáfora encheu o loiro de energia e ele golpeou mais, até que o monstro caiu pro lado com a respiração pesada e tossiu, arfou e parou de respirar.

Havia sido uma morte desnecessariamente lenta, mas uma bem recebida. O grupo se entreolhou, sorriu, e carregou Sérpico até um dos cavalos. Reuniram os espólios e foram embora antes de reforços chegarem, e Eric passou a ver com outros olhos aquele grupo. Eles espreitavam o norte durante a noite, se moviam em grupos pequenos e caçavam. Caçavam os invasores, aqueles que ousavam entrar no território deles pra ameaçar suas crias e suas famílias. Eram Lobos, e esse tipo romantização da guerra era o que impulsionava os soldados como ele.

E ele ainda pensava nessa romantização quando viu um vulto negro e disforme entre as árvores. Sapphira e Sérpico, agora muito melhor do ferimento, sequer precisaram do aviso do loiro pra atacá-lo. O grupo estava ainda inseguro quanto às patrulhas, e a lembrança do combate ainda era fresca, por isso os sentidos estavam à mil e nenhuma ordem foi dita - apenas atacaram.
Quando a criatura sacou uma enorme espada e defletiu os projéteis, Eric pensou que tinham encontrado problema. Não era um letárgico Orc, que poderiam cercar e abater como uma fera, era um guerreiro! Um guerreiro respeitável, pela forma como caminhava lentamente em direção ao grupo. Ninguém mais atacou, e quando o loiro pensou em invocar suas lanças, ele o reconheceu levemente. Percebeu que era um homem, e que o conhecia de vista, mas foi preciso Lyza esclarecer enquanto ele e Sérpico trocavam cumprimentos.

O Cruzado ficou boquiaberto com o grito alucinado do homem enorme, e não se acalmou quando ele disse que estavam seguros. Tão ao norte? Impossível. Porque não haveriam patrulhas ali? De imediato desconfiou dele, e isso só piorou quando se aproximou pra cumprimentá-lo e decidiu parar a alguns passos de distância. Ele não era só visualmente sombrio, com sua armadura espinhada e lâmina grotesca, ele emitia uma espécie de sombra... Algo que Eric não sabia explicar, mas que entendia ser exatamente oposto à sua Luz. Se os Cruzados eram guerreiros da Luz, aquele homem parecia muito um guerreiro das Sombras.

O loiro já havia percebido que seu grupo de Lobos não era feito de santos. Sapphira se deliciava no sangue dos inimigos, e isso junto à alguns tremores e olhares afiados que ela lançava no grupo no começo da jornada começou a martelar dúvidas na mente de Eric. Kirshin, também, tinha uma maneira dúbia de lutar - durante o combate dos Orcs ele parecia se sentir feliz em simplesmente matar... em causar dor. Sérpico havia tomado uma decisão terrivelmente fria ao abandonar o grupo, mesmo que tivesse voltado atrás, e somente restava a maga que - até o momento - parecia ser a pessoa mais bondosa dentre eles, mas certamente era impura, também. Eric se entregou ao ódio mais vezes do que gostaria, como na hora de matar o Ogro, golpeando diversas vezes uma criatura que merecia misericórdia.

Por isso, e somente por isso, não ameaçou Aldarion. Entendia que nem todos os heróis eram santos, e que algumas pessoas ali pareciam confiar no homem, por isso decidiu seguir essa linha de pensamento. Gostaria de ter Bjorn ali, ele teria algo a falar sobre aquela área e confirmar a informação da falta de inimigos.

Mas enquanto pensava, o recém-aliado lançou outro pedaço de informação que causou uma careta no loiro. - Algo pior? Tem certeza disso? Sérpico pode te falar com detalhes o que o poder do exército parece ser. - Achava difícil acreditar que algo pior do que o que o Ladino tinha descrito podia existir. Ainda se lembrava das palavras... Se eles passarem daqui, nem mesmo todo o exército da Ilha poderá pará-los, ou algo do tipo. O que podia ter de pior que isso?!

Perdoem o post longo. :T

por **Lyza Simons** Ter maio 26, 2015 12:38 pm

Um encontro inesperado

A batalha contra o ogro não durou muito, os aventureiros trabalhavam em uma sincronia sem igual, coisa que os orcs e o ogro não tiveram, e por isso pereceram diante do grupo. Pouco a pouco o inimigo tombava, fraco e sem chances de sequer se defender. Em pouco tempo ele caiu. Morto de cara contra a neve. Seus últimos suspiros foram apenas grunhidos de raiva misturados com gemidos de dor, e ele enfim se juntou aos seus na tumba de gelo das montanhas. Mas o grupo não tinha tempo para comemorações. Estavam cansados e alguns deles feridos, e mais inimigos poderiam chegar a qualquer momento. Então logo eles partiram daquele local e deram continuidade à viagem.

Mais dias se passaram e eles avançaram tundra a dentro. Sem sinal de mais inimigos, mas também sem sinal de Bjorn. Era estranho que o bárbaro tivesse desaparecido, mas àquela altura, a maioria já deveria estar considerando seu abandono da missão. Uma noite qualquer, enquanto o grupo andava, avistaram um vulto. Serpico e Saphira foram os primeiros a avista-lo, e não perderam tempo em atacar, mas o individuo fora bem mais rápido e defendeu-se usando sua espada.

Ele então começou a se aproximar, e pude notar o clima de tensão aumentando ainda mais, até que enfim ele se revelou, e pude ter uma grande surpresa. Era ninguém menos que Aldarion. - A-Aldarion? Voce voltou! Não o ataquem, ele é aliado. - Tentei impedir que os outros o atacassem, mas parecia que havia algo errado. Aldarion não parecia mais o mesmo, estava mais sombrio que o normal, apesar de ainda agir igual antes, a sua presença era diferente. - O que quer dizer com distração? - Todos fizeram praticamente as mesmas perguntas, mas era difícil acreditar naquilo. Não depois do que fora visto por Serpico, não depois de tudo que nos acontecera naquela viagem.

por **Kamui Black** Qua maio 27, 2015 10:29 pm

- C34 -

Um sorriso se abriu em meu rosto quando o ogro me atacou. Aquilo significava que meu plano tinha dado certo e eu havia chamado a atenção da criatura para mim. Naquele momento eu sabia que ele estaria acabado, pois confiava nas habilidades de Lyza, e eu havia percebido que Saphira e eu tínhamos algo em comum, pois ela também era cruel e impiedosa em combate. Até mesmo Eric, que anteriormente eu considerava o menos capaz esta demonstrando que eu estava errado e que ele tinha valor em combate. Apenas desconsiderei Sérpico porque sabia que ele estava muito ferido.

Em resumo, percebi quando nosso inimigo era dilacerado pelos meus companheiros depois que eu me arrisquei como isca. Obviamente eu não ficaria sem meu tributo de sangue e avancei contra ele para fazer meu próprio estrago na criatura, que não tardou à cair.

Passado o combate, recuperei minha outra espada que havia caído durante o conflito e saqueamos os cadáveres, apesar de não termos encontrado muita coisa de valor.

Três dias mais tarde, depois de muito caminho monótono percorrido, um nova surpresa: Aldarion reapareceu no meio da neve gritando como era seu costume. Ele disse que não havia orcs por perto, mas mesmo assim fiquei alerta. Estávamos em território inimigo e poderíamos ser atacado à qualquer momento. O que ele havia dito, porém, deixou-nos intrigados. Se aquele exercito era uma distração, o que seria, então, o verdadeiro ataque?

por **Saphira** Qui maio 28, 2015 11:50 am

O ogro estava se mostrando uma presa muito mais fácil do que esperava. Era como um grupo de lobos tentando abater um elefante. Ele podia ser grande e forte, mas era lento e ineficiente, e não demorou até que nós lobos sobrepujássemos o grande elefante. Com um ataque friamente calculado, arremessei a adaga contra o ogro, não para feri-lo seriamente, apenas para tirar um pouco d seu sangue, era tudo que eu precisava. E assim que eu consegui, tive a oportunidade de por em ação o segundo estagio da habilidade de caça. A predadora agora estava cem por cento completa, e era só questão de tempo até que a presa sucumbisse.

Ataque após ataque, o grupo tirava mais das forças do ogro, ele já não tinha mais chance contra nós, mas eu não iria parar até que ele estivesse no chão, morto. Assim que ativei o segundo estagio da caçada, eu já não estava mais agindo como a Saphira comum, eu era a vampira assassina que sempre temi, mas agora sob meu próprio comando. Eu avancei contra o corpo da criatura e o escalei com alguns poucos movimento todo seu corpo, indo parar em suas costas. Ali, eu envolvi a corrente da minha adaga em seu pescoço, forçando todo o corpo para trás, como se estivesse pendurada pelas corrente, fazendo essa força, acreditava no mínimo, que ele perderia mais ainda o foco da luta, e o restante do grupo o abateria. E foi dito e feito, o ogro caiu perante os aventureiros, assim como o elefante estria fadado a cair perante os lobos. A batalha estava ganha, sem perdas, poucos feridos, mas ainda não era o fim da guerra. E quando finalmente voltei a mim, comecei a raciocinar friamente novamente.

- Vamos sair daqui imediatamente, mais deles podem vir.

E sem tardar muito, saímos do local da batalha, e seguimos viagem da mesma forma como havíamos fazendo. Viajando a noite, dormindo de dia. E nos dias seguintes à luta, não vimos mais inimigos. Era como se eles simplesmente não existissem mais. Mas eu duvidava disso. Lembrava-me do mapa, e da pouca quantidade de patrulhas dispostas por uma área tão grande como o norte de Calm. Talvez fosse isso, estávamos tendo sorte de não passar na área de nenhuma patrulha. Mas fiz questão de analisar todo o caminho para ter certeza se não haviam rastros e algum orc ou qualquer outro ser vivo humanoide rondando aquela região.

Mas foi durante a noite que algo veio nos surpreender. Apesar de depois ele ter se mostrado não como uma ameaça. Sua súbita aparição e o fato de sua presença ser algo muito estranho, me deixavam muito desconfortável. Lyza parecia confiar nele, e ele parecia conhecer ao menos metade do grupo, o que fez com que eu me controlasse mais e parasse de atacar. Mas sua presença não me agradava. Eu não parei de fita-lo. Furiosamente, deixando bem claro que sua presença não era bem vinda, e isso nenhum dos meus companheiros poderia reclamar.

- Pode provar o que diz, guerreiro misterioso? - Falei em um tom bastante séria e autoritária. Mas independente de sua resposta, eu não estava disposta a desistir de minha missão, a não ser que ele realmente conseguisse provar que a invasão era uma farsa ou que não representava perigo para Calm e sua população.

por **Sérpico** Qui maio 28, 2015 12:22 pm

Não era ele. Não tinham tanta intimidade a ponto de um troçar com o outro daquele jeito. “Então quem é você? Como sabe o meu nome?” Mas não se importou em perguntar. Só tinha que ficar longe do alcance da espada, atento aos movimentos alheio e com a própria espada solta dentro da bainha para um saque rápido caso necessário.

E ficou quieto, apenas olhando de volta aquela sombria e fria imagem, bem semelhante ao Aldarion, ao menos no físico. Perigo maior? Que ele fosse avisar o Vilarejo. O trabalho do grupo era detonar bombas. A missão já estava dada. Mesmo que o exército não fosse o principal perigo do inimigo, Sérpico daria um jeito de eliminar essa peça do tabuleiro. Só pensava nisso ultimamente. Cada coisa de cada vez.

Eric mencionou algo. Sim. Pois é. Sérpico tinha visto o exército. Se lembrou da imagem e desviou o olhar de Aldarion. Não queria falar sobre a visão com o desconhecido. E se pensasse muito nisso seria dissuadido por completo de seguir em frente. Pois, sem Bjorn, deveriam ter retornado. Simples assim. Ainda não estavam nem na metade do caminho, longos 14 dias de caminhada pela frente. Que chance tinham? No entanto estavam seguindo passivamente, sem o guia para dizer qual é a montanha certa quando chegasse a hora. Sérpico deu de ombros ─ era cúmplice disso, três dias de caminhada sem nada falar então que agora continue seguindo passivamente. Caminhou por aí, se afastando um pouco. Tomou um gole de água. Olhou para o Norte, os olhos cansados de ver só branco. Até de noite ele só enxergava o branco.

Resolveu olhar para o sujeito misterioso o qual não confiava nem uma polegada, esperando a reação dele após a pergunta de Saphira. Aproveitaria o gancho:

─ De onde você veio? De que direção?

Spoiler:

por NR Nayruni Qui maio 28, 2015 4:32 pm

@ Todos

A reação do grupo diante do guerreiro não foi das melhores, ninguém confiava nele, nem mesmo Sérpico, todos estavam o olhando com desconfiança, quanto a Saphira, esta o olhava com ferocidade, como a predadora que ela era olhando para uma presa pronta para o abate. Normalmente seu olhar intimidava ou incomodava a vítima, mas não aquele homem, ele permanecia ali estático, imutável o que soava como um desafio para Saphira.

– Adaga sombria de Mask! Você não me reconhece Sérpico? Sou eu, o mesmo Aldarion que lutou ombro a ombro com você naqueles subterrâneos fétidos contra o cara de molusco. – Disse ele percebendo a estranheza de Sérpico.

Então uma pequena gotícula de sangue se formou no olho direito do guerreiro, esta gotícula cresceu e deslizou pelo rosto do espadachim como se ele estivesse chorando sangue. Mas mesmo com isso, ele continuou conversando normalmente como se aquilo não tivesse acontecido.

– O exército dos orcs é uma farsa. Existe algo muito pior por trás disso. – Novos respingos de sangue começaram a surgir, desta vez brotando em todo o rosto do guerreiro, tal qual as gotas de suor o fazem no rosto de um camponês arando o solo embaixo do sol do meio dia. Mas ainda assim ele continuava agindo normalmente.

– Eu... Não tenho tempo para... Explicar para vocês, meu tempo está acabando. – Agora a voz do guerreiro começava a falhar estranhamente, hora soando normalmente, hora soando como um sussurro vindo do fundo de uma caverna. Sua armadura também começou a mudar, o aço começou a se retorcer, talhos começaram a surgir, amações se formaram e tecido se resgava diante dos olhos do grupo que estava agora atônito.

Era como se alguma força invisível estivesse cortando Aldarion, destruindo sua armadura e rasgando sua carne, pois sim, agora até mesmo seu corpo começava a mudar com talhos e cortes aparecendo em toda parte.

– Meu tempo acabou, o recado... está... dado... meus amigos... Sigam minhas pegadas, procurem pela clareira onde um carvalho... velho e retorcido... está só... Dentro dele... tem uma mensagem que explicará tudo... – Agora o sangue vazava fartamente por todo o corpo do guerreiro, a armadura completamente destruída assim como seu corpo reduzindo o poderoso Juggernaut a uma lástima que mal serve para lembrar a glória que ele foi um dia. – Obrigado Kelenvor, Soberano da Morte, por me conceder tal privilégio!

O corpo de Aldarion se desfez completamente, sua carne e ossos desapareceram, sua armadura destroçada simplesmente despencou do ar caindo na neve fofa. Sua espada de duas mãos estranhamente desapareceu junto com o corpo. Apenas a armadura e os equipamentos estavam ali. Depois de se recuperarem do choque, os aventureiros constataram que a armadura estava em terríveis condições de uso, era impossível para quem quer que a estivesse usando sobreviver ao que a atingiu. Talhos enormes, buracos, amações estavam por toda parte reduzindo a armadura a sucata. Sangue, muito sangue, mas não era um sangue fresco recém derramado, era um sangue congelado, de alguém que havia morrido ha horas.

Saphira que tinha familiaridade com aquele fluído, sentiu que o cheiro era realmente de sangue humano, sentiu também que ele tinha um fortíssimo cheiro de adrenalina o que demonstrava que o dono daquele sangue muito provavelmente havia sangrado em combate. Se quisesse saber mais, ela precisaria provar o sangue.

Assim como a armadura, as pegadas de Aldarion também estavam ali, todas elas fáceis de ver na neve, o caminho que elas tomavam seguia para uma direção quase oposta à da missão. E agora, o que os aventureiros farão? Seguirão as pegadas ou continuarão com a missão?

Informações: Sérpico, considere-s com as roupas dos orcs.

por **Saphira** Seg Jun 01, 2015 12:57 pm

Até então estava tolerando a aparição daquele guerreiro misterioso, desde que este apenas dissesse suas sandices e fosse embora. Mas a medida que a situação decorria, as coisas ficavam mais esquisitas. Primeiro sua voz, começou a falhar, alternando entre ecos profundos e sua voz normal, foi nesse momento que percebi que aquele ser não era um humano, talvez um morto vivo, ou mesmo um espirito. Então mais alguns segundos e ele começou a chorar sangue, e foi a partir daí que comecei a ficar espantada. Não por medo, mas sim por surpresa, pois não esperava algo assim. Continuei observando-o de perto, os olhos vidrados nele, e as coisas só ficavam cada vez mais estranhas. Seu corpo começou a se desfazer bem a nossa frente, quando mais ele falava, mais seu corpo era destroçado por uma força invisível.

Olhei bem para ele, tentei identificar o que estava acontecendo, mas foi em vão. E assim que seu corpo desapareceu por completo, deixando apenas os destroços de sua armadura, recuperei-me do choque e olhei para o restante do grupo para saber como estavam. Logo em seguida, sem perder muito tempo, fui analisar os rastros deixados pelo guerreiro. Sua armadura estava num estado deplorável, se quem a usava estava dentro dela quando este estrago fora feito, certamente estaria bem morto agora. Outro fato curioso sobre o caso foi o sangue deixado pelo guerreiro. Não era sangue fresco, e sim congelado, como se estivesse morto há horas. - Seja quem for este... Ser. Não confio nele. Não estou disposta a colocar a missão em risco por conta disso. - Não era do meu feitio ter atitudes altruístas como aquela, mas eu realmente estava comprometida com aquela missão de uma forma que não poderia mais abandona-la de forma alguma. A lembrança daquela jovem entregando-me a flor veio à memoria, e todos aqueles cidadãos que agora esperavam pelo nosso sucesso.

- Vamos andando. - E sem mais, continuamos com nossa caminhada. Durante o caminho, agora que estava mais descansada e com minhas energias recuperadas da batalha contra o ogro. Poderia dar mais atenção a um evento em particular que estava me deixando muito intrigada. O sumiço de Bjorn. Seu rosto e cheiro ainda estavam bem recentes em minha memoria, então não seria difícil usar a habilidade para rastreá-lo. Ao menos poderia saber se estava longe ou perto, e se estava indo na mesma direção que nós, ou não. E independente do resultado, ficaria com as respostas só para mim. O restante do grupo não precisava saber disso.

[Utilizando a HE Hunter Sense para procurar Bjorn, -20% PEs]

por **Sérpico** Qua Jun 03, 2015 10:06 pm

Sérpico ficou curioso sobre como aquele impostor tinha as memórias de Aldarion. Claro, fora vago, não entrou em detalhes sobre aquela antiga demanda nas Gêmeas. Ou seja, ele poderia ter extraído aquela pouca informação do próprio Aldarion. Não respondeu as perguntas do grupo e foi falando. “Acho que não nos escuta desde o primeiro instante que apareceu”, Sérpico ponderou. Falou de novo sobre algo além do exército inimigo... mas, novamente, não entrou em detalhes. O pior foi sumir daquele jeito sobrenatural, como se estivesse se autodestruindo.

Sérpico ficou grato pela decisão de Saphira. Também não confiava na aparição e não tinha disposição nenhuma para ficar seguindo rastros até uma grande armadilha.

Mas não deixou de se perguntar o que poderia ser pior do que um exército. Isso lhe encaminhou à uma sala onde encontrou outras questões que já deveria ter feito.

Havia cores conflitantes nesse quadro. Agora, retomando a caminhada e recuperado da batalha, Sérpico estava pensando novamente.

Segundo a visão que teve, o exército desembarcava na costa do norte, após as montanhas. Chegavam em barcos voadores. Voadores! Então por que não passar pelas montanhas com os mesmos barcos e já despejar o exército na cara do Vilarejo? Seria muito mais prático do que ficar mandando patrulhas numa viagem de 20 dias para cercar a região. Por mais organizado que eles aparentavam ser, algumas coisas em suas táticas não faziam sentido.

Por que demônios desembarcar tão ao norte? Remoto demais, frio demais, caminhada dura demais. Se o objetivo é abraçar Lodoss num aperto de terror e dominação, mais certo seria eles desembarcarem no lugar mais fácil para atacar e surpreender. Se podiam mover um exército pelos ares, qualquer ponto de Lodoss serviria como pista de pouso.

─ Então por que aqui? ─ perguntou. Qualquer lugar seria melhor do que ali, em Calm.

Os líderes do exército sabiam de tudo. Talvez também viram através de equipamentos de longo alcance, como o que Sérpico usou. Viram o exército chegando, seu número. Será que não se questionaram sobre tudo isso, sobre esses gritantes conflitos de cores? Como medida provisória enviam um grupo pequeno para detonar montanhas e atrasar a passagem do exército? E se os inimigos recuarem de volta para os navios e alçarem voo por cima de todos? De nada adiantaria a ação provisória. Então a missão só faz sentido se, por algum motivo, o inimigo não for capaz de usar os navios sobre a Ilha, hm.

Então, novamente: por que pousar aqui, nessa terra?

─ Por causa da terra...

O branco. Sérpico olhou de novo as montanhas, o chão, o ar. Por que tinham patrulhas ali, tão longe do Vilarejo? Ali já não era zona de cerco. Ninguém do Vilarejo avançaria tanto. Então quem eles estavam patrulhando? Ou: o que estavam procurando? Ou: o que estavam tentando recuperar desesperadamente?

“Não tem orcs por aqui”, disse o sósia de Aldarion. Se falou a verdade, então qual era o motivo da ausência deles? Naquele trecho eles não tinham mais o que coletar? Ou: a coisa que rastreavam não estava mais ali?

─ Acho que eles têm algum interesse aqui, nessa região ─ disse Sérpico, tão naturalmente como se já estivesse falando sobre isso desde sempre. Falou alto, agora querendo a participação do grupo por mais que suas conclusões fossem vagas em detalhes por falta de mais conhecimento. ─ Não faz sentido desembarcar todo um exército num ponto longe de tudo, tendo que cruzar tanto terreno para enfim fazer um ataque. Faria sentido se nós não soubéssemos da presença deles. Mas é conhecimento comum, e eles sabem que nós sabemos... Então... eles devem ter um objetivo anterior à luta.

Sérpico estava evitando ao máximo pensar no fato que ali, em algum lugar, ficava a Academia ─ lugar onde precisava chegar e que poderia ser o interesse dos orcs.

E “Aldarion” usara palavras como farsa, distração. Seria possível que a visão que teve do exército fosse falsa? Ele olhou dentro de um equipamento, que garantia tinha que o que viu era real? Por esse ponto... não há ameaça real aqui, no norte. Não o suficiente para reunir um grande número de homens de armas. Aí sim os inimigos teriam campo aberto para atacar em outro lugar, enquanto todos olham para o norte. Mas antes eles precisam resolver o que tem que ser resolvido aqui.

“Mas o que? Maldição.”

Devaneios, apenas. Até as suas próprias ideias poderiam entrar em conflito, se mais aprofundadas... No fundo, Sérpico esperava estar redondamente errado sobre tudo isso, estourar as bombas e ponto final.

por Laser Beetle Qui Jun 04, 2015 2:09 pm

Eric deu um passo pra trás e ergueu a mão na direção do peito, num sinal para afastar o mal. Não sabia o porquê, mas tinha certeza de que aquele guerreiro era maligno, e a relutância do resto do grupo em confiar nele solidificou essa ideia. Se nem Sérpico, que parecia conhecê-lo, seguiria aquelas pegadas, não seria Eric que iria sugerir isso.
E com um "vamos andando", foram andando.

E então Sérpico começou a falar sozinho. Durante os primeiros minutos, o loiro achou que seu companheiro tinha sido afetado pela aparição sombria, e franziu o cenho. Se aproximou e tocou o ombro do ladino, encarando-o com uma expressão meio-preocupada e meio-desconfiada. - Você está bem, Sérpico? - Talvez a caminhada, talvez pouco sono, talvez influência maligna. Tudo isso passou pela cabeça antes de ele revelar que pensava nos motivos por trás daquilo. Por trás de tudo.

E Eric também pensou. Tirou a mão do ombro do rapaz quando constatou que ele não estava enfeitiçado nem louco, e puxou a alça de sua bolsa de viagem arrumando-a no lugar. O que ele dizia fazia um pouco de sentido, era uma região isolada, terrível, e os Orcs não pareciam ter interesse algum em montar postos avançados. Isso trazia outras perguntas: de onde vinham as patrulhas? Dormiam ao relento? Como mandavam informações de volta pro acampamento além das montanhas? Eram dias de viagem! Vai ver não eram, realmente, patrulhas. Vai ver estavam mesmo atrás de outra coisa. Ou talvez o grupo só não tivesse informações suficientes sobre a logística dos Orcs. Eles possuíam barcos voadores e foram capazes de fustigar o aparelho de Mestre Guinle mesmo à semanas de distância. Claramente possuíam tecnologia e magia desconhecidas.

- Não acho que devemos pensar muito nisso. - Completou, enfim. - Podemos descobrir o que eles querem depois. Precisamos primeiro impedir que eles tomem Calm por completo, do contrário de nada vai adiantar sabermos seus motivos. - Por mais que o vilarejo e o general tivessem feito parecer que aquela missão era absurdamente heroica e digna de palmas, nenhum dos grandes nomes do Exército de Hilydrus estava ali. Não eram heróis renomados, guerreiros lendários ou unidades de elite que foram enviados. Foram mercenários. Tropas perecíveis e anônimas, lobos sem coleira que só tinham como trabalho atrasar o exército inimigo até Lodoss conseguir reunir suas forças e travar uma batalha decente.

Afinal, com a mão de obra, os barcos voadores e a magia que os Orcs tinham, uma passagem bloqueada por neve e pedra seria ultrapassada eventualmente. Aquele grupo só tinha como missão atrasar o avanço dos inimigos, e pra isso precisavam ser rápidos e eficientes. Não havia tempo pra duvidar das suas ordens, pra seguir pegadas de um defunto ou pra pensar em perigos maiores. Eram só cinco lobos, e não podiam salvar o mundo; apenas cumprir sua missão gelada.

E, por todas as estrelas, como estava gelado!

por **Saphira** Sex Jun 05, 2015 1:17 pm

Aquela visão poderia ter sido aterrorizante em muitos aspectos, mas ignorei-a por completo até seu fim. Em nada me afetou, tanto as palavras do guerreiro, quanto a forma como ele desaparecera, servindo apenas para me deixar ainda mais alerta e desconfiada de suas palavras e dos arredores. Contudo, Serpico começou a levantar algumas questões as quais não havia dado atenção antes. Em minha ânsia por terminar logo aquela missão, vários detalhes pequenos, mas que unidos formavam um embaraço em toda aquela trama que vivíamos. Se duvidar, até mesmo as coisas ditas por aquela entidade fossem verdadeiras. “Lyza e Serpico pareciam conhece-lo. Lyza disse que era confiável, mas então porque todo esse clima de mistério e terror, apenas para não nos dizer absolutamente nada?”

- Serpico tem razão em muito do que diz, mas nosso maior problema é o tempo. Nós não temos tempo. Confesso que fiquei muito tentada a descobrir toda a verdade por trás desse guerreiro. Além de querer saber o que foi que aconteceu com Bjorn, e todas as outras duvidas não respondidas deixadas para trás. Mas não podemos desviar nosso caminho, é tarde demais para voltar atrás... - Voltar atrás? Será que foi isso que Bjorn fez? Ele voltou atrás? Talvez descobriu algo que nós não saibamos. Mas como? Ele esteve conosco o tempo inteiro. Mais do que nunca eu desejava que a habilidade funcionasse e eu pudesse ver onde ele estava. Mas espere... Era isso! Eu descobriria a verdade, mas dessa vez, não seria uma decisão só minha, pois a partir do momento que eles aceitassem, já não seria mais a líder do grupo.

Então eu parei de súbito, incitando todos a pararem também, era hora de tomarmos uma decisão em conjunto, algo que poderia mudar todo o rumo da missão. - Sinceramente. Não tenho sido tão útil quando deveria a vocês, a não ser para dar algumas ordens e tomar decisões. Mas em batalha, tudo que tenho feito é improvisar e esperar. Mas sinto que posso ser útil de outra forma, uma forma que irá, ou não, nos ajudar e muito, e pode até mesmo mudar todo o rumo dessa missão.

Tomei algum tempo para eles absorverem tudo que dizia e continuei. - Quero descobrir a verdade por trás de tudo isso. Esse fantasma, Bjorn, essa missão e o ataque no norte. E sinto que, de alguma forma, todos estes acontecimentos estão interligados. Então pensei no seguinte. Eu vou sozinha até o local indicado pelo fantasma, e vocês continuam a jornada, e caso eu encontre alguma resposta, retorno até vocês com o que encontrei. Caso contrario, retornarei de qualquer forma. - Eu tinha certeza que eles me perguntariam como eu faria para encontra-los, mas era simples, era só usar a minha habilidade em um deles mesmos e segui-los de longe. - E não se preocupem, tenho meus meios de encontra-los, não importa o quão longe se afastem.

[Postei novamente porque vi a necessidade de responder isso às questões levantadas pelo Serpico e Pelo Eric.]

por **Kamui Black** Sex Jun 05, 2015 1:54 pm

- C35 -

Assim como a maioria do grupo, eu não acreditava muito que aquele fosse realmente Aldarion. Apesar dele agir como o guerreiro que conheci há um tempo, algo nele estava estranho. Por este motivo não levei muito em conta o que ele havia dito, até porque foram mensagens muito vagas. Por este motivo, sequer pensei em discutir quando Saphira disse para continuarmos. Era exatamente o que eu queria fazer. Queria terminar logo com aquilo e voltar para algum local mais quente.

Mas, em determinado ponto, Sérpico e Eric começaram a discutir teorias sobre o exercito dos orcs. Eu também não tinha pensado muito naquilo. Na verdade, eu não havia pensado em muitas coisas desde o inicio daquilo tudo. Minha mente só ficava mais afiada em batalha, quando eu apenas pensava em sobreviver, matar e sobreviver.

- É bem possível que este exercito do norte seja apenas para atrair os exércitos de Lodoss para longe para que eles possam levantar voo em seus transportes e atacar a capital. Mas se for realmente isto, o que podemos fazer?

Eu queria prosseguir com aquilo e terminar logo, então não queria mais discussões sobre o que deveríamos fazer ou não. Foi então que Saphira revelou que pretendia procurar pela pista que o suposto Aldarion havia deixado. O grupo seria dividido e perderíamos mais um membro além de Bjorn. Mas eu não me importava muito, uma vez que eu já contava com baixas em nosso grupo e aquilo não seria muito diferente.

Não argumentei ou fiz qualquer esforço para dissuadir Saphira. Não confiava muito nela e certamente que preferia a companhia de Sérpico e Lyza que a dela. No fim, esperava apenas que eles decidissem logo o que fazer para podermos seguir com aquilo.

por **Lyza Simons** Ter Jun 09, 2015 8:36 pm

– Ir sozinha? Quer dividir ainda mais o grupo? Acha que isso poderia mesmo dar certo? E como nos encontraria depois? – Mesmo que Saphira garantisse que poderia encontra-los depois, sem uma prova concreta disso, era difícil acreditar em tal coisa. Ela falava também algo sobre não estar sendo tão útil quanto deveria, e que por isso preferia ir atrás da pista dada pelo fantasma, mas na mesma hora Lyza discordou do que ela dizia. – Como assim não está sendo útil, graças a você estou viva duas vezes, não é o suficiente? – Mas incrivelmente, os outros membros da equipe pareciam não discordar da ideia de ela ir sozinha. O que só deixou a maga ruiva ainda mais confusa. – Sinceramente, eu não acho isso uma boa ideia, nos separar poderia deixar o time mais vulnerável. Mesmo que não haja mais orcs por esta área. – Lyza estava colocando em pratica sua capacidade de analisar e perguntar todas as possibilidades possíveis. E eram muitas naquela situação, desde todos saírem de lá vivos com a missão cumprida, até todos estarem mortos ou soterrados na neve gelada. Mas caso fosse inevitável que Saphira partisse em sua jornada em busca da verdade, ela a deixaria ir, relutante, mas deixaria. – E quem ficara como líder caso você vá?

por **Sérpico** Ter Jun 09, 2015 9:15 pm

Spoiler:

Sobre a fala de Kirshin, Sérpico rapidamente disse:

─ Nesse caso nada poderemos fazer... E, nesse caso, o mais estranho é o fato de que eles, os que nos enviaram, sabiam disso, sabiam das disposições inimigas e então sabiam que nada poderíamos fazer aqui, contra veículos voadores. Logo, por que estamos aqui? ─ Sérpico cerrou os punhos meio dormentes nas correias da mochila. Estava se sentindo passado para trás. ─ Percebem? Algumas informações não batem!

E outra:

─ Se são uma distração... então que puta distração! Eu vi eles, Kirshin. Eram muitos, muitos mesmo. Não consigo imaginá-los apenas como uma distração. Era realmente uma força de combate formidável, uma unidade. ─ O que levava Sérpico, novamente, a repensar se a imagem que vira do exército era real. Sendo uma ilusão, aí sim as coisas se encaixariam no termo “distração”.

E se virou para Eric:

─ Tomar Calm? Por que Calm? Qual, exatamente a vantagem bélica em tomar um monte de neve onde não estão nem as poderosas fortalezas nem as grandes cidades? ─ Então de repente Sérpico era um veterano entendedor de todas as coisas? Vai ver não estava completamente sarado do ferimento, que deve ter afetado sua cabeça, hm. Vai ver o frio estava o deixando completamente louco e paranoico. Vai ver. ─ Não sei Eric... Não está certo. A menos que aqui ─ Um chute na neve ─ tenha algo que eles querem e que tem passado despercebido aos nossos olhos. E aos olhos dos que nos enviaram... Droga.

Sérpico estava pensando em maldades que não sabia se era capaz de fazer. Queria muito topar com um orc agora mesmo e começar a extração de pedaços afim de ganhar respostas para todas essas dúvidas.

Então se distraiu com a decisão de Saphira. “E se você não retornar?”, pensou, preocupado. Mesmo com a garantia de que ela poderia acha-los de novo, o ponto era o que acharia ela quando fosse até o local indicado. Não queria que ela fosse. Era um ardil. Era alguém brincando com eles.

─ Espera ─ disse. E Lyza tomou a fala. Era isso. Saphira simplesmente não deveria ir só. Não deveria ir. Mas se estava realmente disposta, então que... ─ ...não vá só. Desde que o primeiro batedor apareceu, na minha vigília, e Bjorn sumiu, eu vejo como é imprudente ter uma única pessoa agindo. Por mais capaz que seja essa pessoa...

Olhou de relance pra Lyza. Dividir o grupo... realmente, se fosse mais alguém com a líder, o grupo ficaria bem dividido. Olhou de volta para Saphira. Ela parecia bem determinada, talvez não recuasse com o pedido de Lyza. Talvez.

Sérpico esperou. “Eric seria uma boa companhia para ela”, pensou. “E Olhos Brancos poderia ficar aqui, como líder”. Lyza tinha poderes interessantes, ótimos contra hordas de orcs. "Então ela poderia ficar junto das bombas e tudo o mais, a melhor defesa em casos extremos". Ele, por sua vez, não queria ir. Se sentia mais à vontade com explosivos nas costas. Mas não negaria o chamado caso fosse requisitado. E tentaria não demonstrar nada se Saphira escolhesse ir só.

Eles tinham que começar a conversar mais... sobre o que seria daqui pra frente, sobre como reagir daqui pra frente, sobre o que fazer se chegarem nas montanhas e não ter exército algum do outro lado... É.

por Laser Beetle Sex Jun 12, 2015 11:58 pm

Finalmente estavam confiando uns nos outros. Enquanto os argumentos eram trocados, Eric sorria, porque as batalhas, as longas caminhadas, as sentinelas e a convivência estavam dando frutos. Os Lobos não mais mantinham seus pensamentos trancados na cabeça, eles agora compartilhavam e buscavam apoio uns nos outros. "Graças às Estrelas!" - Pensou o Cruzado, erguendo o olhar para o brilho belo de algumas delas, que escapavam entre as nuvens do céu de inverno.

E baixou o olhar quando Sapphira falou. Eric abriu a boca, mas Sérpico e Lyza foram mais rápidos. A Maga demonstrou uma prontidão impressionante pra responder, dada sua timidez costumeira, o que surpreendeu o loiro o suficiente pra fazê-lo esquecer de falar. Só retomou o fio da meada quando Sérpico pareceu complacente. Eric ergueu a mão enluvada. - Nossas chances já são baixas o suficientes agora. Se nos dividirmos... - Parou. Não queria falar que morreriam. - Olha, nós sobrevivemos pelo fio dos cabelos até agora, e não acho que vá ficar mais fácil só porque não vemos Orcs há algum tempo. Não vimos Orcs por dias antes, também. - Parou por um momento, abaixando a mão e refletindo. Não queria que o grupo parasse de pensar, mas não via como seguir os rastros de um fantasma era uma boa ideia.

- O ponto-chave é que não devemos nos separar. Vai ver não tem um exército do outro lado das montanhas, vai ver aquele fantasma era uma ilusão de um Orc feiticeiro. Nós sabemos que eles usam magia. Não temos certeza de muita coisa, e estamos andando no escuro, sim. - Deu de ombros. - Mas é assim que é a guerra. Ao menos foi o que me falaram. Metade do tempo você não sabe o que tá fazendo, e a outra metade não sabe por quê. - Não colocou o "mas vocês andarão em linha e ficarão calados, mesmo assim" que completava aquela lição. Sentiu que não seria bem recebida. Tentava se lembrar constantemente das lições que aprendeu em Rohan sobre ser um bom soldado.

- Em momentos como esses, a gente têm que tomar todas as informações como verdadeiras, e escolher o caminho mais bem apoiado por elas. Existe um exército, ele é enorme, e temos bombas o suficiente pra atrasá-lo, distração ou não. - Olhou de um para outro, procurando ver se eles entendiam, e enfim parou o olhar em Sapphira. - Enfim, se quiserem mesmo ir atrás daquele demônio e das suas visões, eu vou com vocês. Acho que todos devemos ir. Dividir e conquistar não vai funcionar aqui. - Havia falado o que achava, dividido seu pequeno conhecimento e recuado. Eric era só um soldado, seguia ordens e mantinha a linha firme.

Agora ele estava esperando ordens e implorando pro resto do grupo manter a linha firme também.

por **Saphira** Sáb Jun 13, 2015 12:10 am

E foi nesse momento que me arrependi de não ter usado da autoridade como líder para tomar a decisão. Realmente aquele grupo não sabia lidar muito bem com escolhas, mas não poderia culpa-los. Eu também não o fazia. - Pelo visto vocês não lidam muito bem com liberdade de escolha... Que seja, vou descobrir a verdade queiram vocês ou não. - E me virei, dando as costas ao grupo, tomando o rumo das pegadas do fantasma, antes que estas se apagassem. - Se alguém quiser me seguir, que siga, senão, continuem com a missão. - E parti, sem esperar respostas, reclamações, ou qualquer coisa.

[Só relembrando que usei a habilidade para tentar detectar o Bjorn.]

por NR Nayruni Qua Jun 17, 2015 4:01 pm

@ Todos

A aparição do fantasma de Aldarion não convenceu os aventureiros, ninguém confiou no último sacrifício do guerreiro, nem mesmo Sérpico o reconheceu. Parecia que a mensagem de Aldarion estava fadada a se perder. Mas depois de algum tempo de caminhada, Sérpico começou a levantar questões que antes estavam ocultas, essas questões começaram a fazer todos pensarem e isso mudou as atitudes de Saphira. Depois de uma rápida discussão, a vampira decidiu que iria atrás da pista do fantasma, logo ela que era a pessoa mais improvável, a única que tinha motivos para não acreditar no guerreiro morto, foi a que se apresentou para a tarefa.

Mesmo com os protestos de alguns, Saphira partiu a passos largos e rápidos, desaparecendo na escuridão da noite como se ela própria fosse a noite. Para o restante do grupo, a viagem seguiu por mais um dia sem nenhum impedimento, sem orcs, tudo estava estranhamente quieto.

@ Saphira

A vampira seguiu durante um dia inteiro de viagem as pegadas do fantasma, estas estavam muito fáceis de seguir. Durante o trajeto ela podia sentir a presença de Bjorn mais ao norte mas não era capaz de definir com exatidão a posição, sabia apenas que ele estava a aproximadamente dois dias de viagem. No dia seguinte, no meio da madrugada Saphira alcançou o fim das pegadas do fantasma, estas davam em uma clareira ao pé de uma colina. E qual não foi sua surpresa ao ver que o local estava repleto de cadáveres, uma terrível batalha havia acontecido ali.

Analisando com mais atenção, Saphira contou 30 orcs trajando armaduras de batalha completas, negras e repletas de espinhos, todos os corpos estavam em um estado extremamente avançado de decomposição, como se tivessem morrido ha 2 semanas sob o Sol do verão. O fedor era insuportável e era muito mais forte que o simples cheiro de carne podre, era possível sentir um fedor ácido de enxofre queimando as narinas. Analisando os rastros da batalha, Saphira deduziu que ela havia ocorrido ha dois dias atrás e que apenas um único homem havia enfrentado todos aqueles oponentes, o que a deixou surpresa e a fez se lembrar da cena que encontrou logo quando saiu de Calm, da patrulha de orcs mortos por um único homem usando uma armadura pesada e uma espada enorme. Os rastros eram idênticos, os cortes nos corpos apodrecidos indicavam a mesma arma, ela também notou que havia outra criatura ali, esta deveria medir pelo menos três metros de altura, os rastros do espadachim solitário terminavam ali revelando que houve uma luta, depois os rastros do ser de três metros sumiam e o do espadachim seguiam em direção até onde o fantasma os encontrou.

Relembrando as palavras de Aldarion, Saphira procurou pelo carvalho e o encontrou, pequeno, retorcido, sem folhas e discretamente escondido entre os pinheiros que margeavam a clareira. No centro dele havia um buraco que ao se aproximar emitia um brilho, olhando com mais atenção Saphira percebeu uma esfera de cristal. Hesitantemente, porém com coragem, ela levou a mão até a orbe e a removeu notando que luzes estranhas pareciam dançar dentro da esfera. Curiosa, ela aproximou o rosto da orbe e repentinamente um clarão ofuscou sua visão cegando-a por alguns segundos. A vampira soltou a orb e então recuou sacando suas armas, crendo que havia caído em uma armadilha, mas nada aconteceu, ninguém apareceu e ela não foi atacada como esperava.

Porém quando ela abriu os olhos viu que era dia, ventava muito, nevava bastante, era o princípio de uma tempestade. No meio da clareira havia uma figura alta medindo cerca de dois metros de altura e trajando uma armadura negra, assustadora com uma espada enorme nas costas. Era Aldarion.

– Se você estiver tendo esta visão, é porque eu estou morto. – Disse ele. – A esfera que você pegou se chama Orbe da Lembrança Póstuma e ela é capaz de guardar as últimas lembranças de alguém que tenha morrido recentemente. – Explicou.

– Eu não sei quem é você, talvez seja meu amigo Sérpico. Mas aqui vai a minha mensagem, por favor a leve adiante. – Suspirou o guerreiro com um sorriso triste. – O exército de orcs ao norte é uma distração infantil, na verdade eles não planejam invadir Calm, pelo menos não agora. Aqueles orcs na verdade estão sendo manipulados pelo arch demon Etthoras, filho de Baallzerack senhor da 337ª camada do Abismo. – Contou, agora seu rosto se enrijecendo.

– Ha muito tempo atrás, antes de Lodoss ser colonizada, uma seita demoníaca constriu quatro portais que ligavam este mundo ao Abismo, lar dos demônios. Esse culto planejava escravizar Baallzerack e tomar controle de suas vatas hordas demoníacas para invadir e conquistar este mundo. O plano deu errado, Baallzerack se libertou do controle dos bruxos e quase conseguiu dominar este mundo. Por sorte o portal por onde ele passou foi destruído e ele foi banido novamente para o abismo. O lugar onde isso aconteceu se chama Takaras e é por isso que aquele lugar tem o solo venenoso e o céu eternamente negro. Aquilo de certa forma foi corrompido pelas energias do abismo e os demônios que habitam lá hoje são descendentes dos primeiros que passaram pelo porta. – Enquanto contava a história, Aldarion começava a afiar sua espada, em momento algum ele olhava em direção a Saphira, era como se ela não estivesse lá e ele estivesse falando sozinho.

– O problema é que os outros 3 portais ainda não foram destruídos, depois que os demônios foram derrotados, os portais foram escondidos, enterrados e esquecidos. Acontece que agora Baallzerack conseguiu novos aliados, como os asquerosos devoradores de mentes, e eles planejam reabrir os portais e invadir Lodoss para depois devorar o mundo todo. O plano dos demônios é anexar esse universo ao Abismo condenando todas as almas mortais a se tornarem alimento para as infinitas legiões abissais. – Aldarion falava com uma frieza absoluta e Saphira percebeu que ele parecia se preparar para alguma batalha. – Os portais no entanto têm um ponto fraco, apenas 7 demônios podem passar por dia, mas existe um método que pode ser usado para acelerar a passagem dos demônios e é ai que os orcs entram. Etthoras pretende invocar os demônios do portal diretamente para os corpos dos orcs, em outras palavras os orcs vão servir como recipiente para os demônios passarem mais rapidamente pelo portal. A localização dos três portais é a seguinte: um no norte da ilha passando pelo desfiladeiro, outro escondido no subsolo de Hilydrus e o ultimo no coração de Endless. – Saphira agora via Aldarion se erguendo, largando a mochila e os equipamentos e ficando somente com suas armas, armadura e um cinto de poções.

– Vocês devem encontrar esses portais e fechá-los. Dentro do carvalho tem um mapa com a localização do portal do norte, os outros dois vocês vão precisar encontrar por outros meios. – Explicou o espadachim agora retirando de um compartimento na armadura a esfera que Saphira havia pego e um mapa. Ela o viu caminhar até o carvalho e os colocar lá dentro, escondendo-a exatamente como a vampira a havia encontrado. Depois disso Aldarion ergueu sua espada para o céu gelado.

– TEMPUS! SENHOR DA GUERRA, EU TE PEÇO QUE TESTEMUNHE MINHA BATALHA E NEGOCIE COM KELENVOR UMA DÁDIVA DA PÓS MORTE! – Girtou evocando os nomes de deuses desconhecidos para Saphira.

– Nesta clareira existe uma chave rúnica que serve para abrir o portal. Etthoras está vindo para cá busca-la e eu tentarei pará-lo. – Falou o guerreiro. – Se você encontrar uma garota bela, de olhos verdes e grande poder mágico chamada Sabrina, diga a ela que eu morri para tentar protegê-la. – E com estas ultimas palavras Aldarion se calou e ficou ali, imóvel como uma estátua sobe a nevasca que aumentava acumulando neve sobre seus ombros e sua cabeça.

Três longas horas se passaram sem que Saphira deixasse de observar aquela cena, agora ela sabia que aquilo não era real mas sim as lembranças dos últimos momentos de Aldarion. Depois do tempo de espera, Saphira viu surgir de um lado da clareira um grupo de 30 orcs liderados por uma figura não com 3 metros, mas sim formidáveis quatro metros. Era um ser humanoide de pele vermelha e olhos que brilhavam como brasas ígneas. Das têmporas dois chifres negros e retorcidos saltavam terminando em espiral, ele usava uma armadura toda feita de ossos negros e com caveiras estampadas em toda parte, ele era pavoroso, sua simples presença causava calafrios em Saphira e ela podia sentir o medo subir a níveis enlouquecedores no coração de Aldarion. Mas o guerreiro continuava ali, em pé, irresoluto.

Já os orcs que acompanhavam o monstro eram tão monstruosos quanto, eles também tinham a pele vermelha, mediam quase três metros de altura, usavam armaduras negras com espinhos, armas de aço também negro e pareciam muito mais fortes que os orcs normais. Saphira percebeu com facilidade que aqueles orcs já estavam possuídos por demônios.

Nenhuma palavra foi trocada quando os orcs e Aldarion se avistaram, apenas uma batalha se iniciou com os orcs arremessando enormes machados em direção ao espadachim solitário. Aldarion se esquivou dos machados e em pleno ar agarrou um deles para em seguida arremessá-lo de volta acertando em cheio a cabeça de um dos orcs. Saphira notou que ao morrer o orc imediatamente entrou em estado de decomposição avançada caindo pesadamente ao solo. A batalha prosseguiu com os orcs avançando contra Aldarion e este lutando com todas as forças, a habilidade do espadachim era inegável e mesmo sofrendo incontáveis ferimentos ele continuava de pé e enfrentando todos os orcs sem jamais demonstrar fraqueza.

Saphira sentiu o medo desaparecer no coração do guerreiro sendo substituído pela fúria ardente, pela coragem e pela força de um amor, o amor que o fazia se lançar para a morte diante de inimigos tão poderosos. Finalmente depois de alguns minutos de batalha épica, Aldarion estava sozinho enfrentando o Etthoras, o demônio usava magias poderosas contra o guerreiro mas sempre que Aldarion caía, ele se levantava novamente independente de qual forte fosse a magia ou quão graves fossem seus ferimentos. O duelo entre os dois se seguiu por uma hora e nenhum dos lados parecia se abater pelo cansaço, Aldarion havia acertado incontáveis golpes no demônio mas ele também estava gravemente ferido, sua armadura destroçada sobre o corpo igualmente destruído.

– Mortal, você só está de pé por pura força de vontade, meu próximo ataque vai destruir você por completo. – Bradou o demônio furioso apontando sua arma, a mão esquerda, uma terrível mão flamejante em direção ao guerreiro.

– BAAAH! Não me venha com essas bravatas seu verme, venha logo tomar minha vida, mas saiba que deixarei para os próximos um presente. – Respondeu o espadachim preparando sua espada.

No momento seguinte os dois se colidiram e o demônio conseguiu acertar um golpe fatal em Aldarion que derrubou o guerreiro no chão. Em seguida Etthoras pisou no espadachim e se agachou agarrando a cabeça de sua vítima.

– Implore por sua alma e eu pouparei você para me servir por toda a eternidade. – Disse o demônio segurando a cabeça de Aldarion.

– Seu hálito fede, vá se fuder comedor de merda! – Respondeu o espadachim cuspindo em direção ao demônio.

Em seguida Etthoras simplesmente forçou o pescoço do guerreiro quebrando-o e matando o espadachim, Saphira ouviu um estalo e tudo escureceu, ela sentiu o frio da morte, nada mais estava visível. Depois do que pareceram serem horas ela viu tudo clarear novamente, Etthoras não estava mais lá, apenas a armadura destroçada de Aldarion se encontrava no lugar e ao lado da armadura a mão esquerda de Etthoras. Saphira viu um corpo de carne e osso surgir dentro da armadura e esta se reerguer, era Aldarion, agora um fantasma. O ser se ergueu, olhou para a mão decepada e sorriu, depois simplesmente começou a caminhar e ela sabia que seu destino era encontrá-los. No último segundo antes de ser derrubado por Etthoras, Saphira entendeu que o espadachim havia acertado a mão esquerda do demônios, mas o golpe fora tão preciso e perfeito que a mão só foi decepada momentos após a morte do guerreiro.

Repentinamente a visão acabou e Saphira estava no mesmo lugar que antes, a esfera de cristal cintilava em sua mão e ela percebeu pela posição da luta que não havia se passado nem mesmo um minuto. Agora ela sabia a verdade, sabia que o fantasma era mesmo Aldarion, que a mensagem que ele havia passado realmente era real e percebeu que precisava recuperar a mochila do guerreiro e reencontrar seus amigos o mais rápido possível. Ela precisava entregar a esfera de cristal a eles para que vissem o que ela havia visto. Sem perder mais nenhum segundo, Saphira partiu imediatamente para encontrar seus companheiros usando suas habilidades.

@ Todos

O grupo continuava a viajem, mesmo o fantasma de Aldarion tendo avisado que não haviam orcs na região, eles seguiam devagar e com cautela. Mas foi Eric que teve a melhor ideia, ele propós que o grupo viajasse um pouco mais devagar durante pelo menos uma semana, desta forma Saphira poderia alcançá-los com mais facilidade. A estratégia deu certo, na terceira noite a vampira reapareceu reencontrando seus companheiros, agora ela tinha um artefato e uma esfera de cristal com as ultimas lembranças de Aldarion.

Informações: Qualquer um que tocar a esfera pela primeira vez verá as ultimas lembranças de Aldarion, essa pessoa ficará em transe por um minuto exatamente.

por **Saphira** Qui Jun 25, 2015 12:46 pm

Consegui chegar ao local sã e salva, mas lá encontrei uma cena familiar. Um campo de batalha abandonado, corpos já em avançado estado de decomposição se encontravam aos montes. O cheiro de podridão era tamanho que fui obrigada a colocar um pano sobre o rosto para amenizar o cheiro. Fiz uma analise rápida da situação, e conclui que da mesma forma como antes, a batalha fora de um contra muitos, e este ser sozinho havia derrotado todos os monstros. Continuei caminhando até encontrar a tal arvore mencionada por Aldarion, e ali achei um artefato curioso, uma orbe azul brilhante. De inicio fiquei com medo de toca-la e ser uma armadilha, mas quando a toquei, fui levada a uma espécie de ilusão, que mostrava as memorias passadas de Aldarion. Eu vi e vivi a batalha, como se estivesse lá, em terceira pessoa, apenas observando, sem poder ajudar. Mas antes da luta, ele contou a historia, contou aquilo que passei a acreditar como se fosse a verdade.

- Serpico estava certo... O objetivo deles é outro. Eles não vão invadir Calm AINDA. Só depois de libertarem os demônios e passarem suas almas para dentro dos corpos do exercito de orcs. - E agora todo aquele quebra cabeças parecia fazer mais sentido, as peças se encaixavam e começavam a mostrar uma realidade perturbadora. Imediatamente procurei pelos pertences de Aldarion, sua mochila deveria estar em algum lugar por perto. Talvez perto do lugar onde havia morrido, ou perto do carvalho. Se não encontrasse a mochila ali, provavelmente havia sido roubada pelo demônio, e teria que recupera-la de algum outro jeito. Mas antes de pensar nesses assuntos, corri de volta para a encontrar meus companheiros, precisava avisa-los que realmente era tudo um imenso engodo.

Corri como nunca antes até conseguir finalmente encontra-los. Eles não estavam tão longe do ponto onde havíamos nos separado, e assim que cheguei, contei a eles tudo que havia visto, e lhes mostrei a esfera e o mapa. - Acho que agora tudo faz sentido. Eles estão aqui com um proposito. Libertar os demônios, e trazer suas almas para dentro dos corpos dos orcs. - O único problema era, como fechar o tal portal? Talvez a tal chave mencionada por Aldarion pudesse fazer isto. - Temos que encontrar a chave desse portal. Tenho um palpite que ela deve estar na mochila de Aldarion, ou com o tal Ethoras.

por **Lyza Simons** Qui Jun 25, 2015 2:58 pm

A verdade revelada

Se passou uma semana desde que Saphira havia deixado o grupo para buscar respostas. E quando todos menos esperavam, ou já tinham, talvez, perdido as esperanças de vê-la de novo, ela voltou com algo surpreendente. As respostas que todos ansiavam. Ela chegou explicando tudo que havia visto e acontecido, e consigo, ela trazia também um artefato magico, dizendo que este poderia nos mostrar tudo, da mesma forma como ela havia visto. Lyza respirou fundo, e foi a primeira a pegar a esfera das mãos da elfa, e assim que o fez, caiu no mesmo transe que a mulher, e pôde ver em detalhes Aldarion e toda a historia antes contada. Lyza acordou com um susto daquele sonho, como se estivesse em batalha, pois fora tão real, que teve a sensação que seria atacada a qualquer momento durante aquele sonho.

- Devemos então ir atrás dessa chave? - Completou perguntando à própria líder se deveríamos correr atrás daquele novo objetivo. Se era isto mesmo que os orcs queriam desde o inicio, bombardear as montanhas de nada adiantariam. O exercito possuído seguiria em frente, atravessando cada obstáculo, e no fim, mataria a todos. No coração da maga ruiva, batia um forte sentimento de querer ir atrás daquela chave e destruir o portal, mas como uma boa guerreira, e uma boa companheira, esperou que a líder lhe dissesse o que fazer.

por Laser Beetle Sáb Jun 27, 2015 12:45 pm

Durante os dias sem Sapphira, a caminhada havia tomado um ânimo completamente diferente. Ainda viajavam a noite, por que era cômodo e efetivo, e também por que Eric havia feito um ponto bastante forte de serem o mais lentos e fáceis de achar quanto possível, sem colocar em risco a segurança do grupo.

Foram dias em que ele se perguntou se devia ter ido com ela, mesmo que ninguém tivesse mostrado interesse. Apesar de achar que dividir o grupo era a pior das ideias, não conseguia afastar o sentimento ruim de abandono quando a mulher pálida foi embora. Esperava encontrá-la de novo, mas no anoitecer do terceiro dia decidiu que retomariam a velocidade de caminhada normal depois de uma semana.

Em um dos momentos de descanso, de montagem de acampamento, etc; Eric tentaria começar conversas. O ânimo de todos estava um pouco mais baixo a cada dia que passava, agora que estavam com dois a menos e nenhum Orc a vista pra solidificar a importância da missão.

Por sorte, Sapphira apareceu antes que qualquer coisa desse errado, e Eric não conseguiu conter o sorriso e o alívio, mas conseguiu conter a vontade de abraçá-la. Ele se orgulhava da sua capacidade de ler as pessoas, e sentia que não seria um gesto apreciado. Se acomodou por erguer a mão e dizer um... - É bom te ter aqui de novo! - ... que resumia tudo. Ouviu a história da elfa e se impressionou com tudo, mas não quis tocar a esfera. Ainda não sabia se confiava cem por cento naquele tipo e magia, tão ligada à morte e à Deuses desconhecidos. Optou por pedir uma explicação dos companheiros que fossem ousados o suficiente pra experimentar a visão, assim como fez com Sérpico no observatório de Mestre Guinle.

E o que ouviu foi aterrorizante. Ergueu os olhos para as estrelas e tocou o peito. Conseguia ver uma que brilhava muito mais intensa do que as outras, e a escolheu como foco quando agradeceu por aquela oportunidade.

Por que, se aquilo fosse verdade, ele não estava ali pra enfrentar Orcs, mas sim demônios. E não havia uma Cruzada mais gloriosa do que uma feita contra as forças sombrias do submundo. Agora só restava seguir o mapa e chegar ao fundo do mistério.

Ainda que tudo aquilo pudesse ser uma armadilha dos feiticeiros inimigos.

por **Kamui Black** Sáb Jun 27, 2015 7:14 pm

- C36 -

No final das contas, Saphira voltou com as muitas informações novas. Para ser sincero, eu não esperava que ela realmente voltasse. Já estava certo de que ela havia sido morta pelos orcs, mas isto não aconteceu. Depois que Lyza tocou a esfera e eu pude ver que era algo seguro de se fazer, também decidi que deveria ver o que quer que ela nos trouxesse de informação.

O que Aldarion revelou em suas lembranças se parecia muito com a história que me deu origem, só que em uma escala maior. Garlany, uma vez, também tentou invocar o demônio Hirshin, meu pai. Mas ao contrario da história que eu presenciei, Hirshin ainda está solto por Lodoss e pelo que parece não possui nenhum interesse em dominar a ilha, muito menos o restante do mundo.

- Talvez encontrar a chave do portal seja algo importante, mas como poderíamos encontrar esse demônio que a detêm? Talvez o mais fácil seria avançar até o portal e encontrar uma forma de destruí-lo. - Expressei minha opinião. - Mas, para ser sincero, também não sei o que fazer, então apenas farei o que sei fazer de melhor: lutar, e deixarei esta decisão por conta de vocês.

Em seguida, olhei para Sérpico, pois, apesar de Saphira ser a líder, ele era o que eu considerava o melhor estrategista do grupo.

por **Sérpico** Dom Jun 28, 2015 2:18 pm

Mais quatro dias. Sérpico estava impaciente demais. Não sabia ao certo se era com o sumiço de Saphira ou com a perspectiva de ainda restar (mais ou menos) 10 dias de caminho. Sim, Sérpico estava contando as horas.

Então Saphira apareceu. Ótimo. Sobrevivera a armadilha. Exceto que não era uma armadilha. Sérpico escutou tudo em silêncio, desconfiado. Saphira parecia Saphira, então suas dúvidas não eram sobre ela, mas sobre a mensagem. Se era realmente Aldarion, como ele sabia de tanto? Resolveu tocar na coisa mágica que a líder trouxera. Viu tudo em silêncio, olhos apertados, atento aos sinais. Parecia mesmo Aldarion. Bem real. Mas por algum motivo Sérpico ainda não conseguia aceitar tudo aquilo. Estava doente e no gelo ─ dias ruins para se ter fé. Precisava de algo mais concreto para poder crer. Aquilo tudo poderia ser forjado, mais falso que uma temporada de calor em Calm.

E também estava em dúvida sobre o que fazer agora. Por ora, escutou. Kirshin tirou o corpo fora, esperto. Parecia esperar algo de Sérpico, que não fazia ideia do que fazer. Queria a cura ─ e o quão longe essa nova odisseia o deixaria da cura? Quanto tempo ele ainda tinha? A próxima onda de dor poderia ser fatal, pois a enfermidade crescia de forma progressiva. Ele se desviou, olhando para as montanhas, querendo enxergar a Academia de Magia, sua salvação mais próxima. Não a viu. Fechou os olhos.

Aldarion...

─ Eu o vi chegando no Vilarejo, e depois o vi saindo apressado, cavalgando. ─ Abriu os olhos. Olhou para Lyza e Kirshin, que estavam junto de Aldarion naquele dia. ─ Para onde ele foi, tão apressado? E com qual objetivo? O que ele sabia?

Tentar entender a motivação de Aldarion poderia lhe ajudar a crer na mensagem mágica. Ou em parte dela ─ afinal, não acreditava que o guerreiro poderia estar morto... os demônios tinham habilidades possessivas, certo? Aquele Aldarion poderia ser um demônio em posse do corpo e das memórias do guerreiro fazendo uma encenação? Hm. Se Sérpico fosse um demônio e tivesse a chance de possuir algo melhor que um orc, ele sem dúvida o faria...

O mapa apontando o portal do norte... se fosse uma nova armadilha, qual seria o propósito? Possuir o grupo, como fizeram com Aldarion? “Não, se for isso, não é o grupo inteiro que eles querem”, pensou, pois no último confronto, quase morrera. E ele achava que um quase morto não prestaria como receptáculo. Tentou lembrar do confronto. Na ocasião, nem Lyza nem Eric se feriram. Hm...

O portal do norte... Se o relato estivesse certo, seria uma localização comprometida, patrulhada... Sim!

─ As patrulhas! ─ disse, de repente. ─ Talvez algumas patrulhas marcadas no outro mapa... Sim... Talvez uma ou outra esteja na localização de um portal. ─ E nesse ponto ele era da mesma opinião que Olhos Brancos: ─ Talvez fosse mais fácil ir direto no portal, ao invés de buscar a chave. E talvez haja outros meios... ─ remexeu a bolsa que carregava... já que não ia mais explodir montanhas, as bombas poderiam servir como “chaves” alternativas? ─ ...de fechar um portal, ou ao menos surpreender a viagem dos demônios, se é que me entendem... e a chave, bem, talvez ela esteja com o demônio chefão da visão. E seria complicado recuperá-la. Acho. E se não estiver com ele, pode estar com qualquer uma dessas patrulhas. De qualquer forma, acho que vamos ter de abordar um grupo deles e... ─ Olhou para Saphira, não somente por ela ser a líder, mas por ter a impressão de que ela, em algum grau, mais ou menos como Kirshin, gostaria do que estava prestes a sugerir: ─ ...fazê-los falar.

Ou então podiam ir direto para o norte, para essa localização apontada no novo mapa.

Ele estava quase acreditando naquele novo rumo. Na verdade, não havia muitas escolhas. Era um salto de fé. Que ele ficasse tempo suficiente no ar, antes de pousar e então não ter mais tempo para nada...

Para Saphira:

─ Você consegue... o que?... sentir o cheiro das pessoas e rastreá-los? Pode localizar Aldarion, ou as coisas dele, através dessa esfera aí?

Spoiler:

por **Saphira** Ter Jul 07, 2015 10:24 am

- Sim, ir ao portal é uma ótimo opção. Talvez a única que tenhamos no momento, e Serpico. Sua ideia de usar os explosivos pode ser útil, mas quando chegarmos lá veremos o que vamos fazer. Afinal, se Aldarion estiver correto. Haverá um exercito de orcs em frente ao portal, todos esperando para serem possuídos, talvez as bombas precisem ser explodidas antes, dependendo da situação. - Falei pensando numa possível armadilha, mas apenas caso fosse necessário. Pois dependendo do numero de inimigos, talvez as bombas fossem a nossa única chance de realmente abrir um buraco nas defesas deles.

Me voltando agora à pergunta de Serpico, achei que seria prudente responde-lo, mas não em detalhes, pois isso poderia comprometer meu disfarce. - Posso sentir meu alvo, uma espécie de sexto sentido. Posso dizer se está perto ou longe, se está fugindo... Entre outras coisas. - A parte de poder ingerir o sangue da criatura eu deixaria de lado, não era necessário dar tantos detalhes. - Infelizmente não consigo localizar objetos, apenas seres vivos, mas creio que Aldarion não esteja mais entre nós... Porem, posso localizar esse demônio, o qual matou ele. Vi o rosto dele por tempo suficiente para marca-lo.

por **Lyza Simons** Ter Jul 07, 2015 11:02 am

O grupo parecia decidido a seguir a pista dada pelo fantasma de Aldarion, mas Serpico ainda tinha algumas duvidas sobre o ocorrido. Lyza tentou buscar em sua memoria a motivação do guerreiro no momento que este saiu de Calm, mas tudo que se lembrava era de sua ultima frase antes de partir “Preciso resolver um assunto particular...” A ruiva então balançou a cabeça negativamente para o rapaz loiro, e completou com sua resposta. - No dia, ele apenas falou que resolveria um assunto particular. Mas ele realmente parecia conhecer mais do que nós sobre essa invasão. - Lyza lembrou-se de como ele falava sobre as criaturas que os atacaram. Como ele descrevia detalhadamente os gnolls e as outras criaturas. A ruiva não poderia dar a Serpico as respostas que ele queria, pois nem ela mesma tinha certeza de tudo. Mas de uma coisa Lyza tinha certeza, ficar ali parados debatendo as duvidas que cada um tinha não os levaria ao fim da missão. - Se formos fazer isso, sugiro que vamos rápido, perder tempo demais debatendo as questões envolvidas não irá parar essa invasão. - E pela primeira vez, Lyza tomou uma atitude um pouco mais autoritária no grupo, apenas para enfatizar a importância de seguirem rápido com a decisão, seja qual fosse.

por NR Nayruni Ter Jul 07, 2015 3:05 pm

@ Todos

Enquanto o grupo discutia o que fazer foram surpreendidos por um clarão seguido de uma ventania rápida. Quando olharam viram pra sua surpresa um círculo luminoso surgir ha cerca de 10m deles e de dentro desse círculo uma silhueta se formar. Tão rápido como surgiu, o círculo sumiu, mas o que ele havia trazido ainda permanecia ali. Era uma jovem mulher de beleza estonteante e olhos verdes e brilhantes como esmeraldas. Sua pele era branca quase como a neve, o corpo esguio e suave, a cabeleira negra e lisa escorria pelas costas até a cintura. Ela parecia quase inofensiva, não fossem as suas vestimentas denunciando que ela era uma ventureira.

*Sabrina entrou em cena*

Informações: Podem interagir e conversar entre si.

por Sassa Qua Jul 08, 2015 9:14 am

Quando Yolavos disse que usaria uma técnica de transporte para me levar onde deveria, apenas concordei. Silmeria ficou no quarto, preferia descansar antes de partir para sua própria missão, então não discuti. Me preparei da forma como podia para ir ao norte, principalmente com roupas, pois já conhecia o lugar e sabia que sentiria frio lá. Quando estava preparada, voltei até o mago e ele lançou seu feitiço, me levando direto ao local onde estava o grupo. A viagem não fora uma das melhores que já experimentei, mas ao menos havia sido rápida e fácil, sem inimigos, sem cansaço.

Quando ressurgi no lugar, uma onda de frio invadiu meu corpo, mesmo que amenizada pelas roupas que pegara na torre de Yolavos, o choque térmico de ter saído de um local quente e aconchegante ainda era o suficiente para arrepiar todos os meus cabelos. Mais a frente, havia um pequeno grupo de pessoas, os quais imaginei que seriam os aventureiros designados a destruir o portal do norte. Eles estavam parados em meio a neve, pareciam discutir algo, talvez planejando o próximo passo.

O problema agora seria como me anunciar ao grupo, pois eu sabia que lidar com pessoas sob estresse e pressão muito grandes, era algo delicado. E esta é exatamente a situação destas pessoas, sob um enorme estresse por estar há dias longe de suas casas, de civilização, correndo perigo constante. Além da pressão sobre seus ombros, a pressão de alguém que carregava a fardo de salvar uma multidão.

Então, antes mesmo de surgir, preparei-me para lidar com todas as situações, inclusive a de uma atitude hostil por parte do grupo. Preparando minha habilidade de telecinese para defletir qualquer ataque lançado contra mim. Eu não os atacaria diretamente, ao menos por enquanto essa não era minha vontade. Se a aproximação fosse um sucesso, e não necessitasse me defender de nada, simplesmente me apresentaria. - Vocês são o grupo de aventureiros que foi enviado para destruir o portal do norte? Me chamo Sabrina, vim aqui para auxilia-los nisso. - Observei cada um deles, analisando-os de cabo a rabo e prejulgando cada um, mas no fim, todos pareciam fracos demais para completar aquela tarefa sozinhos.

por **Saphira** Ter Jul 14, 2015 11:51 am

A decisão já estava praticamente tomada, seguiríamos para o portal, faltava apenas ajeitar os detalhes de como faríamos depois que chegássemos lá. Mas subitamente fomos interrompidos pela aparição de uma garota. Que chegara de forma completamente indiscreta, para não dizer extremamente espalhafatosa, com muita luz, barulho e ventania. A jovem em si parecia ser inofensiva em sua aparência, mas havia aprendido a duras penas que as aparências enganam, portanto me coloquei em alerta.

A garota veio se aproximando devagar, parecia querer chegar até nós, e não pude deixar de puxar a adaga para um possível confronto. A jovem parou ainda distante e então começou a falar. “Então ela também sabe do portal... Pode ser que ela esteja falando a verdade, mas... Da forma como apareceu. Pode muito bem ser uma armadilha do inimigo.”

- Quem é você? Como nos encontrou? Quem te enviou? - Perguntas pertinentes, mas que uma falsa ajuda seria capaz de mentir facilmente. Mas ainda assim, as respostas talvez nos ajudassem a ter uma melhor ideia de quem estava a nossa frente. “Sabrina... Já ouvi esse nome antes...”

por **Lyza Simons** Ter Jul 21, 2015 10:55 am

Sabrina?

Enquanto o grupo discutia os detalhes da missão, uma coisa aconteceu perto deles. Um clarão enorme, seguido de um grande estrondo e muito vento aconteceu perto do grupo. Todos ficaram em alerta imediato, inclusive Lyza, que já estava com sua foice preparada para atacar quem quer que fosse. Mas assim que o clarão sumiu, tudo que restou foi uma jovem, muito bela por sinal, mas que aparentemente estava sozinha.

Todos ficaram atentos à movimentação dela, e quando ela terminou sua aproximação do grupo e anunciou seu nome, e o motivo de sua vinda, a maga rapidamente processou as informações. “Sabrina? De onde já ouvi este nome?” Aldarion. Aldarion havia dito este nome não uma, mas varias vezes. E em todas as frases que este nome surgia, a palavra “amor” também estava presente. “Seria essa jovem a mulher de Aldarion?” Lyza apenas esperou as respostas que Sabrina daria às perguntas de Saphira, mas quando achasse prudente, interromperia para das alguma informação.

por **Kamui Black** Ter Jul 21, 2015 7:42 pm

- C37 -

Por puro reflexo, minha espada quase deixou sua bainha para enfrentar um novo inimigo. Mas, então, percebi que o que aparecia em nossa frente era uma humana e não um orc ou um demônio. Não que isso significasse que humanos não poderiam ser uma ameaça, mas o que ela disse levou-nos a acreditar que ela sabia algo sobre o portal que procuramos e que seu objetivo aparentava ser o mesmo que o nosso.

Eu estava cansado de todo aquele enigma. Tudo o que queria era encontrar logo o tal portal e destruí-lo. Se no caminho tivéssemos que matar alguns orcs ou demônios, por mim tudo bem, eu não tinha nenhum problema em eliminar os de minha própria raça. Eu iria questionar a garota chamada Sabrina para tentar descobrir o que ela sabia, mas Saphira o fez primeiro, então apenas aguardei as respostas.

OFF - Desculpem a demora, a preguiça predomina.

por **Sérpico** Ter Jul 21, 2015 8:51 pm

Era isso. Estavam quase indo. Para o norte, certo? É, Sérpico achava que essa seria a decisão coletiva. Ele ouviu em silêncio sobre a habilidade de Saphira e sobre o sumiço de Aldarion, que, segundo Lyza, foi resolver um assunto particular. “Como assim?”, Sérpico pensou, “resolver um assunto no meio do gelo?”

Que essas questões ficassem para outro instante, pois agora tinha uma mulher teleporter bem ali perto. Parecia saber sobre os portais, sobre a história contada pelo fantasma de Aldarion. Até se apresentou. Mas... as questões foram feitas por Saphira e Sérpico aguardou as respostas. Não somente. Olhou ao redor, ao longe, para trás, procurando por outros, por qualquer coisa, por um ataque. Se fosse uma armadilha, que tipo de fera viria após a bela?

Não viu nada. Vai ver era só ela mesmo.

por Sassa Qua Jul 22, 2015 9:47 am

Quem é você? Como assim quem é você, acabei de me apresentar, mula! Foi o pensamento que veio à minha cabeça quando ouvi a primeira das perguntas. Mas assumi que o frio deveria ter congelado um ou dois pedaços do cérebro daquela elfa exibida e apenas ignorei a primeira, respondendo às demais. - Yolavos me enviou até aqui para ajuda-los. Estava em Hilydrus cuidando do primeiro dos portais, e assim que finalizei minha tarefa lá, ele me enviou para cá.

Dei uma passada no rosto de cada um deles ali, mas consegui identificar apenas um conhecido, o rapaz que estava entre eles, lembrava vagamente de seu rosto, mas não podia dizer ao certo quem era. Cessada a etapa de apresentações, me aproximei novamente, ainda com minha habilidade no gatilho para ser usada a qualquer momento, mas pelo visto, eles não estavam afim de uma luta, caso contrario já teriam começado uma assim que me vissem. - Sugiro que vamos rápido, ainda há um terceiro portal após este. Quero terminar logo com isto, pois tenho outros assuntos a resolver. - Depois que isso acabasse, precisava arrumar um jeito de me encontrar com Nayrun novamente e pedir a ele meu desejo.

por **Lyza Simons** Sex Jul 24, 2015 11:42 am

Yolavos? Enfim uma pista concreta. Lyza olhou para Kirshin na esperança que ele também tivesse se lembrado da conversa que tiveram com Lisbeth na cabana do gigante. - Kirshin. Lembra da conversa que tivemos com a elfa na cabana do gigante? - Agora tudo começava a fazer sentido. Um dos portais estava em Hilydrus, logo, a invasão estava ocorrendo lá e também aqui. Ambos com o mesmo objetivo, abrir os portais e liberar os demônios do submundo. - Acho que ela tem razão, não devemos perder mais tempo. Eu confio nela, por mim não tenho problemas dela ir conosco. - Aquela decisão poderia colocar a todos em perigo. Porem mais perigoso que isso, era permanecer parados ali, congelando aos poucos em meio à neve e ao vazio das montanhas.

por **Saphira** Sex Jul 24, 2015 12:32 pm

Suspirei fundo diante daquela situação. Cansada. Com frio. Com sede. Essa situação estava ficando insustentável. Estava na hora de tomar algumas atitudes. - Certo, pode vir com a gente. Vamos andando. - Tomei a dianteira e parti em direção ao demônio, não olharia mapas, não pediria direções. Usaria minha habilidade para localizar o demônio. Quanto mais rápido chegássemos, mais rápido acabaríamos com aquele tormento.

por NR Nayruni Seg Ago 03, 2015 2:20 am

@ Todos

Depois de uma rápida discussão o grupo se decidiu por confiar em Sabrina e seguir em frente, Saphira agora tinha um mapa e sabia as direções, na hora que puxou o pergaminho acidentalmente deixou a orbe de Aldarion cair do bolso. A esfera cristalina rolou pela neve em direção a Sabrina como uma peça de metal sendo atraída por um grande imã. Antes que Saphira pudesse recuperar o artefato Sabrina se apoderou dele, com um simples comando de mão a esfera voou do chão para a mão da maga como se a gravidade tivesse sido invertida: um truque de telecinesia.

No momento que Sabrina tocou a esfera, sentiu um calor estranho emanando e então sua visão mudou, tudo mudou e ela viu o que a esfera tinha registrado, ela viu a ultima batalha de Aldarion, mas antes disso ela viu algo a mais, algo que estava escondido e reservado apenas para ela. Muito antes da batalha começar e da mensagem de Aldarion aos outros começar a ser registrada, uma outra mensagem oculta revelou-se.

Apenas para Sabrina:

Depois destas palavras o espadachim subiu na montaria, as imagens se distorceram para o restante da visão que o grupo todo viu. Terminada a sequência de imagens, Sabrina voltou a si e a esfera de cristal explodiu e desapareceu em raios de luz. Sem mais o que falar, Sabrina seguiu em frente, agora que as coisas estavam mais calmas todos notaram que nas costas ela carregava uma enorme espada com aproximadamente 2 metros, era a espada de Aldarion!

Dois dias se passaram, as montanhas que antes se erguiam no horizonte, agora estavam eretas em frente ao grupo, era dia, ficou decidido que viajariam sempre que pudessem e por isso reduziram suas horas de sono para apenas 4 e não obstante, intercalavam os dias, ora metade do grupo dormia e outra metade viajava sem descanso ficando de vigia durante as paradas, ora a outra metade descansava enquanto era vigiada no revezamento. Com isso adiantaram a viajem e o que era pra ter sido feito em 5 dias conseguiram fazer em dois. Saphira sentia um resquício da presença de Bjorn sempre a frente, sempre ao norte e sempre dois dias adiante, mas desta vez com a aceleração da marcha a vantagem de Bjorn sobre o grupo era menor sendo reduzida para apenas 1 dia. Quanto ao demônio da visão de Aldarion, esse Saphira não conseguia detectar, sempre que tentava fazê-lo ela sentia uma barreira sobrenatural bloqueando a tentativa, nada de novo para ela, a vampira já havia lidado com isso antes quando caçou alguns magos, ela sabia que algumas pessoas possuíam habilidades que previnem a detecção.

Quanto a Lyza, ela havia se lembrado de um colar mágico que tinha sido encontrado por Sérpico no pescoço de um orc morto, apesar do colar estar nas mãos dela para análise e estudo, o objeto era de Sérpico por direito. O colar possuía uma magia de proteção superficial que Lyza identificou facilmente, tratava-se de uma magia da entropia e da sorte, uma magia que dava a chance de todo ataque direcionado ao seu dono ser desviado, a chance era de 10% apenas, mas era melhor que nada. O colar também tonha uma magia da escola do ar, mas Lyza não conseguia discerni o que era, pensou que talvez fosse uma magia para proteger do clima, o que faria sentido. Restava decidir se manteriam o colar fora de uso ou se finalmente o colocariam no pescoço.

A viagem durante os dois dias foi marcada por um silêncio ainda mais pesado do que o anterior, Sabrina era uma moça muito bonita, mas ela tinha uma aura de poder indistinguível que deixava claro a todos que ela era poderosa, muito poderosa. As vezes durante as poucas paradas, o grupo via Sabrina limpando a espada de Aldarion com tanto carinho que parecia estar cuidando de um bebe ou de um amado, houve um momento muito íntimo em que Saphira notou uma lágrima escorrer pelo rosto da maga, uma lágrima tímida de tristeza.

Agora estavam todos ali, diante das montanhas, eles agora poderiam escolher o fim derradeiro de seus passos, seguir para a passagem para executar o plano original ou seguir o mapa que apontava para a encosta de uma das montanhas? Saphira sentia a presença de Bejonr na passagem.

por **Sérpico** Qua Ago 12, 2015 9:35 pm

A moça tocou no troço mágico. “E lá vai você”, Sérpico pensou e esperou até ela sair do transe. Foi rápido. Antes, quando aconteceu com ele, pareceu que ficou um bom tempo lá, no mundo das mensagens mágicas. Vai ver não funcionava direito com ela, hm. É. E além de não funcionar, pifou de vez. Ou será que foi que destruiu a orbe? Besteira, essas coisas. O mais importante era a espada. Sérpico ficou olhando, olhando. Teve um sobressalto.

─ Ei ─ disse, correu atrás dela. ─ Sabrina, certo? Essa espada aí...? Onde...? ─ Não sabia como perguntar. ─ Como tirou a espada do Aldarion de dentro da visão?

Foi mais um pensamento alto do que uma indagação direta. Se ela não respondesse, ele não tentaria de novo. Ficaria remoendo aquilo sozinho. E continuaria remoendo por mais dois dias, principalmente ao ver, ocasionalmente, Sabrina cuidando da arma. O que significava? A espada nem era dela.

As montanhas. Enfim, tão perto. Estavam num bom ritmo. Talvez salvassem a ilha antes da virada da lua, hm. Isso era otimismo? Talvez. Mesmo assim, Sérpico não deixou de olhar ao redor, buscando por qualquer coisa diferente da neve.

─ Essa Academia fica muito bem escondida ─ murmurou, baixo. ─ Eles não devem ter problemas com vendedores ambulantes, hm.

por Sassa Sex Ago 14, 2015 10:43 pm

Por fim, o grupo decidiu que seria prudente confiar em mim... Tolos. Em outra ocasião teria os matado, mas como não era esse meu objetivo ali, segui com minha missão sem maiores problemas. No decorrer daquela discussão toda, a mulher de cabelos brancos deixou cair um artefato no chão. Parecia algo mágico, podia sentir isso nele, mas antes que ela pudesse recupera-lo, eu o peguei usando a telecinese. Mas assim que toquei no objeto, aquelas memórias vieram a minha mente como se eu as estivesse vivendo ao vivo. Eu o via, nitidamente, meu amor estava ali na minha frente de novo. Vivo, mas era só uma lembrança. Por impulso tentei toca-lo, abraça-lo e beija-lo, mas passei por seu corpo como se atravessasse um véu de luz.

Fiquei chateada, ele nem ao menos podia me ouvir, era somente uma memória do passado, gravada naquela pedra. Mas a mensagem deixada fora o suficiente, a mensagem, e também a saudade. Quando retornei a mim, estava novamente na neve fria, sozinha, ao lado daquela gente desconhecida, gente que eu não hesitaria em matar, e que talvez não hesitassem em tirar minha vida. Indo em direção ao desconhecido, uma missão que já tirou minha vida uma vez, e poderia tirar de novo. “Mas dessa vez não haverá nenhum anjo para salvar minha alma” Pensei comigo mesma. Pensando se realmente valia a pena estar ali, correr aquele risco, novamente. “Você o quer de volta, não quer? Você tem que fazer isso” Alice sibilou na minha cabeça. Como uma cobra mansa, ela não cansava de me lembrar das coisas que eu tinha que fazer. Mas eu não a odiava por isto. Muito pelo contrario, não fosse tê-la como minha mentora, talvez nem viva eu estivesse.

- Isto? - Dei um meio sorriso, o mais simpático que consegui. - Eu não a tirei, ele que me entregou. - E eu devolveria a ele assim que o trouxesse de volta. O restante da viagem passou comigo em silencio, respondia somente ao que me perguntavam, e ficava na minha o restante do tempo. Vez ou outra, pousava a espada no colo e ficava limpando-a com um pano velho que carregava comigo. Apesar de não ser necessário, era algo que eu fazia pelo simples prazer de ter uma lembrança dele comigo. Uma vez uma lágrima rolou, enquanto me lembrava de momentos passados, mas fora algo momentâneo. Não queria deixar que os outros vissem aquele momento de fraqueza. “Você tem que ser forte, Sabrina...”

Chegamos então ao pé da cordilheira, a partir dali, seria uma longa subida. Ou seja lá para que direção fosse o tal portal. “Acho que seria mais provável uma caverna. Menos gelo, mais umidade e escuridão... Não acredito que o portal esteja a céu aberto.” Pensei comigo mesma, cogitando a possibilidade de não termos que escalar toda a montanha.

por **Saphira** Qui Ago 20, 2015 8:40 pm

Em frente era o que eu diria, mas o caminho não era esse. Tudo indicava que deveríamos ir até o lugar do tal portal, e até mesmo Bjorn, estava naquela direção. “Ele já sabia então...” Dei um meio sorriso enquanto pensava na possibilidade de ele saber de tudo, mas não ter nos contado. Um sábio tolo. Sábio por ter presumido que nós não acreditaríamos na historia sem ter provas, e tolo por ter ido sozinho. Mas não o condenaria por isso, até porque ele ainda estava vivo, sinal que ele estava se virando bem mesmo sozinho.

- Vamos indo, temos um trabalho a fazer. – Segui pelo caminho que nos levaria ao portal, ainda pensando em como faríamos para lidar com aquela situação inusitada que nos surgia. O frio já nos abatia novamente, estávamos cansados de toda aquela viagem sem fim, todo aquele gelo, e de batalhas e dias mal dormidos. Mas o surgimento daquela garota misteriosa talvez fosse algo bom. Ela era amiga do tal de Aldarion, mas sua aura de mistério era intrigante.

Um belo dia a avistei limpando a espada do guerreiro morto, mas em um dado momento, vi uma lagrima rolar seu rosto e rapidamente a jovem tentou esconder aquilo. “Ela gostava muito dele... Talvez fossem amantes, ou algo assim.” Lembrei-me da visão. Dele ter dito que amava Sabrina. Essa jovem se chamava Sabrina. E agora estava com sua espada, que por sinal aparecera misticamente em suas mãos após ter visto a orbe magica. “Será que havia algo mais naquela orbe que era só dela? Quem sabe.” Não me importei com isso, afinal não era da minha conta, eu só queria terminar tudo aquilo e voltar para a escuridão de onde eu vinha.

por **Kamui Black** Qui Ago 20, 2015 9:22 pm

- C38 -

Mais dias de frio e caminhada. Aquilo realmente estava me cansando não apenas física como também mentalmente. Eu estava bem irritado e evitava o contato com os demais do grupo, permanecendo sozinho nas horas de descanso e não falando nada enquanto caminhávamos. Na verdade eu dificilmente falava exceto quando necessário, então aquilo não era algo difícil para mim.

Por fim, finalmente chegamos no local em que as coisas poderiam se aproximar do fim. Felizmente o grupo parecia gostar da ideia de seguir até o portal, assim como eu. E foi por este caminho que decidimos seguir. Saphira ainda era a líder daquele grupo, mas sua liderança não parecia ser necessária naquele momento. Todos sabiam o que devia ser feito. Todos estavam ansiosos para ver o fim daquilo.

E assim prosseguimos para onde o mapa apontava para um portal. A batalha estava próxima. Ela seria sangrenta, mortal e inevitável.

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