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Floresta da Tortura

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Mensagem por ADM GabZ Seg Fev 24, 2014 2:05 pm

Floresta da Tortura Duh3emy

A floresta amaldiçoada não leva este nome à toa. Diversos seres acertam suas contas neste lugar, levando suas vítimas a mortes horrendas e extremamente dolorosas — e muitas vezes, lentas. Corpos ficam muito tempo pendurados, pois quase nenhum animal se atreve a ficar na floresta por muito tempo. Algumas árvores parecem ter rostos, outras brotam em formatos destorcidos e atormentados. O chão é lamacento, úmido, e as poucas formas de vida que vagueiam por ali já não possuem uma alma para ser atormentada. A energia é negativa e pesada, fazendo qualquer pessoa fraca de mente ficar amedrontada e insegura. Gritos de agonia são ouvidos vindos da floresta eventualmente, e é difícil dizer se são seres sendo torturados... ou ecos que se perderam na escuridão. Alguns demônios nascem aqui sem motivo aparente, surgindo de almas atormentadas, ou do ódio delas.

Existem muitas lendas que levam aventureiros a desbravar a floresta amaldiçoada. Promessas de riquezas, tesouros perdidos a milênios atrás que apenas esperam por almas corajosas encontrá-los. Outra das lendas apontam uma fenda no espaço-tempo em algum lugar da floresta. Nela o tempo passa muito mais rápido do que o normal. Existem relatos de demônios que passaram apenas alguns dias na floresta e, quando retornavam, tinham centenas de anos de idade.


Última edição por ADM GabZ em Sáb Jul 15, 2017 7:24 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Kamui Black Ter Abr 01, 2014 11:51 pm


- 028 -



O caminho era tortuoso e difícil. Estava escuro, mais escuro do que quando fora ali durante o dia e se ele não conhecesse um pouco da floresta certamente ficaria perdido. Teve que procurar muito antes de encontrar a caverna. Estava cansado e o veneno fazia efeito em seu corpo. Três vezes ele tropeçou nos traiçoeiros galhos e três vezes caiu no chão estatelado, já que contava com apenas um braço para lhe amparar. Por fim, resolveu quebrar um galho e utiliza-lo como muleta para lhe auxiliar.

Quando chegou na entrada da caverna, porém, jogou o galho no chão e descansou alguns minutos. Não queria parecer debilitado na frente daquelas velhas, não sabendo o como elas podiam ser perigosas. Respirou fundo e entrou na caverna, já segurando o saco com as joias.

- Olá, senhoras - disse com a maior calma possível. O esforço que fazia para não demonstrar fraqueza era supremo. - Trouxe algumas gemas. Muitas pedras preciosas e de grande qualidade. Preciso de uma cura para o Thales e para mim também.

Esperava sinceramente que elas o ajudassem depois de oferecer todas aquelas joias. Se isso não desse certo, porém, nem tinha pensado no que fazer. Teria que improvisar.

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Mensagem por Shaorin Sex Abr 04, 2014 10:45 pm

A floresta estava exatamente como Kirshin descrevera, e neste dia estava ainda mais sombrio pelo fato de estar doente, parecia que todas as criaturas sabiam e o atacariam em conjunto; essa sensação de ser observado era constante e incômoda.

Da primeira vez não achara facilmente a caverna, mas desta vez por algum motivo achou fácil. Ao chegar, tudo estava calmo e silencioso, mas conforme avançava, via uma luz tênue alaranjada que iluminava a caverna.  Ela estava do mesmo jeito que deixou da última vez. As três se encontravam  sentadas nas suas posições perto da roca analisando uma de suas teias. Ao ouvir os passos de Kirshin, elas pararam e abriram um sorriso malicioso e se entreolharam quando movimentou o saco.

A mais velha se levantou e caminhou mancando — prova de que o combate entre os dois deixara sequelas — até o meio do caminho.

— Até que enfim chegou. Gostou da surpresa com seu amigo? Mas acho que gostou mais da mordida, não é? — Falou a última parte com um olhar divertido. — Como o destino é interessante, não? Ainda mais quando se pode modifica-lo...

E olhou para ele com um sorriso desdenhoso nos lábios que irritaria qualquer um. As outras olharam com pouco caso.

— Depois de quase matar nossa irmã, acha que o ajudaríamos em troca de um punhado de esmeraldas? É pouco! Qualquer um trás para nós isso, e aos montes se quisermos. — Falou a pequena que se levantava e caminhava para perto da outra. — Queremos saber o que nos roubou e porquê, daí pensamos se vamos te ajudar.

Kirshin não tinha muita escolha, e pelo visto foi elas que mexeram no seu destino e colocaram esta situação. Mesmo se não contasse o que pediram, não era garantia de que o ajudariam pela clara raiva em seus rostos. Teria de ser muito esperto e persuasivo com elas e até enganá-las para fazer um bom acordo. Será que Kirshin teria lábia suficiente com três velhas espertas?

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Mensagem por Kamui Black Sáb Abr 05, 2014 12:09 am


- 029 -



Kirshin liberou um sorriso nervoso em seu rosto e cravou suas unhas na palma de sua mão quando descobriu que eram elas as responsáveis pelo veneno que corria por seu corpo. Sua raiva era imensurável e sua vontade era de sacar a espada ali mesmo e retalhar aquelas velhas apenas para ver se elas realmente eram imortais. Velhas malditas! Um dia ainda acabarei com vocês! Entretanto, utilizou todo o seu auto controle para não fazer isso. Afinal, muito dependia de sua capacidade de manter sua mente concentrada naquele momento.

- Posso lhes dizer o que foi que peguei - respondeu com sinceridade. - Foi uma pedra branca deste tamanho que ficava naquela gaveta. - Mostrou à elas o tamanho do objeto e apontou para móvel. - E o motivo pelo qual a peguei é bem simples: fui contratado para isso.

Assim que falou, Kirshin deu duas tossidas rápidas enquanto colocava seus pensamentos em ordem. Observou-as e analisou suas reações antes de continuar.

- Entendo que as pedras preciosas não serão suficiente, então posso oferecer-lhes meus serviços. Eu já trabalhei para alguns comerciantes de Takaras e até para o templo de Janiya antes. Sou especializado em aquisições. Se houver algum objeto que desejam e esteja ao meu alcance, deem-me informações sobre ele que eu lhes trago. Mas para isso precisarei estar em minhas melhores condições físicas.

E então aguardou, esperando ansiosamente que elas desejassem algo e que não fosse algo difícil de se conseguir.

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Mensagem por Shaorin Sex Abr 18, 2014 11:47 pm

Kirshin pôde ver os olhos delas se estreitarem ao pensarem no que teria pêgo; uma delas deu um respiro enquanto as outras se entreolharam. Claramente pareceu não ser algo de valor para elas, por isso não deu muita atenção, mudando o assunto.

— Há uma coisa de que precisamos...— Existe um Homúnculo que devemos um favor. Precisamos de alguém queira ajudar, sabe...— E abriu um sorriso.

—Não sabemos o serviço, mas garanto que não seja nada perigoso. Ele está no cemitério, há alguns metros atrás dele. Vai topar ou não?

Assim que ouvisse o "sim" de Kirshin - afinal ele não tinha como recusar mesmo -, a mais velha caminha até o rapaz e pega a bolsa, abre e enfia mão dentro e pega três e enfia na boca mastigando rapidamente; seus olhos brilham num tom esmeralda e na hora sua postura muda e alguma coisa em seus olhos parece jovial. Ela deu um forte e longo suspiro e olhou-o, tirando duas pedras do saco e entrega a ele.

— Coma.

Agora a situação era delicada. Como Kirshin comeria as esmeraldas, algo tão resistente? Mas assim que colocou um na boca e seus dentes entraram em contato com a joia, ela tornou-se gelatinosa com um gosto suavemente adocicado. Assim que começou a engoli-las sentiu seu braço formigar e uma disposição repentina. Olhando seu braço via que a roxidão saía de suas axilas e voltava para o ferimento até ele não passar de um rosa para branco e sumir. Estava cem por cento de novo.

— Termine o serviço que livraremos seu amigo. — Falou cínica, jogando com clara força e vitalidade o saco para as outras, o que faz Kirshin pensar por um instante se não fosse uma boa entregar as joias para o amigo comer, se daria certo como dera com ele. Difícil dizer se era apenas uma magia delas ou da própria joia.

Agora tinha um novo lugar para ir: procurar um Homúnculo no cemitério, tarefa fácil ou difícil? O que o faz pensar se tinha valido a pena ajudar o amigo desde o começo.




{ Poste sua saída aqui e a volta no cemitério com a procura. Seja especifico e detalhista, pois seu personagem procura alguém fora do cemitério.}

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Mensagem por Kamui Black Seg Abr 21, 2014 12:25 am


- 030 -



Não será perigoso, é? Até parece. Mas não havia escolhas para Kirshin. Preferia um perigo eminente que continuar com aquele estranho veneno no corpo. Aceitou apenas acenando com a cabeça e recebeu uma das joias. Estava relutante em comê-la, mas ela começou a amolecer assim que a colocou na boca e conseguiu engoli-la.

O alivio de se ver curado foi quase palpável. Estava curado e revigorado, apesar do fato de que teria que enfrentar algum novo desafio em breve.
Talvez eu devesse tentar transformar essas três em minhas aliadas. Oferecer meus serviços mais vezes. As recompensas podem ser... interessantes. Mas teria que deixar aquela possibilidade para outro momento, agora teria um trabalho a fazer.

- E será que eu posso saber o nome deste homúnculo? -
se é que ele possui um. - Completou em pensamento. - E a aparência dele também.

Independente da resposta obtida, Kirshin apressou-se em voltar para o cemitério. Provavelmente a noite terminaria antes daquilo tudo estivesse terminado. Mas Kirshin não se importava mais com aquilo, apenas queria se ver livre de toda aquela confusão o mais rápido possível.

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Mensagem por Shaorin Dom Abr 27, 2014 1:52 am

Agora tinham pulado para um estagio mais profundo e perigoso. Estavam prestes a conhecer Kassandra, a cigana-maga da qual Alice havia mencionado. Os três estavam a pé, o que tornavam as coisas mais fáceis, tanto para se camuflarem quanto para uma boa luta caso precisasse. O pássaro havia sumido de vista no instante em que Alice o soltara em Takaras, e quando já entravam pela Floresta da Tortura, o viram voar para fora de lá sem ao menos pousar para entregar alguma resposta. O grupo ficou confuso por um instante observando a ave ir embora, mas ao vira para frente, um vulto negro saiu por entre as copas das árvores: Era um corvo. Ele pousou numa árvore morta ao lado esquerdo e observou-os por longos minutos até soltar um gralhar forte e ritmado e ser respondido por um assovio longo.

Uma bela mulher surgiu por entre as árvores e Simon soltou o ar com certa dificuldade, engolindo em seco., claramente era o pensamento de que ela era a cigana mais bonita que vira até hoje. Ela foi se aproximando deixando os olhos passearem pelos três desde Simon - que não conseguiu sustentá-lo por muito tempo - por Dachi e enfim por Alice, que sustentou-os sem alterar-se em nada. A mulher parou na frente de Dachi por ele estar no meio dos dois e deu um leve sorriso, levando um pouco dos cabelos negros para trás dos ombros permitindo que seu corvo pousasse nele.

— Vocês devem ser Alice, Simon e...Dachi. — Foi quase uma pergunta quando caiu os olhos em Dachi, mas voltou-os para Alice.

— Os encaminhei para um caminho mais longínquo, restando para nós um caminho mais breve e menos irritadiço, mas terei de me ausentar quando estivermos chegando, tenho que manter minha presença com ele para não levantar suspeitas.

— Imaginei que fosse fazer isso...Mas a que preço, Kassandra? — Alice apressou-se a dizer, nervosa. Queria saber detalhes do fugitivo mas não quis perguntar direto, mas parece que ela captou a mensagem.

— Ele está forte, se é o que quer saber. Não me comentou  nada sobre reviver Kodak, ainda não confia em mim. Mas nisso darei um jeito em breve.

— Como podemos confiar em você? — Disse Simon em tom ríspido, se pronunciando pela primeira vez.

— Não precisa confiar, apenas estamos nos aliando, é um simples negócio. — E sorriu de canto debochado, fazendo-o corar de raiva.

Bem, vamos por aqui, se me permite mostrar o caminho. Kassandra levou-os para um lado mais obscuro da floresta, onde não havia nenhum sinal de vida. Seu corvo pairava baixo suficiente para não ser visto por ninguém que estivesse a fundo demais na floresta e nem muito perto deles para mostrar suas posições. Alice bebia água algumas vezes, quase esvaziando seu cantil e conversava com Kassandra sobre os últimos detalhes, contando sobre Kodak e requisitando seus serviços. A feiticeira era uma mulher madura e centrada no que fazia, muito profissional quando se tratava de negócios tão perigosos. Solicitou que pudesse visitar a casa de Alice e ler alguns livros de sua biblioteca particular, no qual foi aceita com sucesso e demasiada felicidade, torcia por não ser algo que exigisse valor em ouro.

Kass contou-lhes que havia rumores que ele seria aberto no centro do labirinto, o que confirmava o que tinham dito anteriormente naquela casa cheia de Medusas, mas que a data seria próxima a Lua de sangue, momento oportuno para reunir as almas das quais precisava para completar o ritual além de suas vítimas para sacrifício. O caminho mostrou-se tortuoso e cheio de pequenas complicações: sem água potável e sem animal para caçar, névoa em boa parte que dificultava o trajeto para cobras e raízes pelo caminho, o que fazia-os tropeçar algumas vezes, um frio incômodo que marcou parte do caminho, fazendo seus dentes tilintarem.

Mas uma hora depois Kassandra conseguiu um servo jovem e tirou sua pele e entranhas e começou a assá-lo, teriam de comer em algum momento e como julgou estar longe de seus alvos, pararam para acampar.

—...É como disse, não vai ser fácil achar o centro do labirinto tão rápido quanto eles. Ele tem vida própria como devem saber e é imune a qualquer tipo de magia. Teremos que usar a sorte, além de sermos muito cuidadosos...Vá lá saber os perigos que ele colocará em nosso caminho. — Falava a mulher, verificando o servo na brasa.

— Mas acho que não será difícil, apesar de que você não poderá estar conosco o tempo todo. — disse Alice um tempo depois.

— Não há magos com eles, o que estranhei. Estão em quatro apenas. Três mulheres e ele. Bem acompanhado por sinal.

— Devem ter alguma fonte de poder e uma vítima, certeza. — Falou a garota com amargura na voz, levemente vermelha. Kassandra olhou-a de soslaio como Simon.

— Como me separarei de vocês em breve, deixarei algumas marcas no caminho para que possam chegar um pouco depois que nós para nos emboscar, claro que verão pelo caminho o estrago que faremos com quem tentar nos atacar e poderão ver o tipo de força que ele está carregando. Algum plano quando chegarem lá?

— Sinceramente não.

— Mas precisam de um.

— Eu sei, mas precisava de algum aliado com eles para saber seus planos para então montarmos o nosso. Alguma ideia? — Falou a garota, olhando de Simon para Kassanda e então pousando em Dachi.

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Mensagem por Yoda Dom maio 04, 2014 4:35 am

Seguimos rumo à floresta adentro. Ainda sentia-me confuso por estar naquela situação e saber que envolvia aquela maga maldita me deixava irritado o que não era bom para a situação em geral. Andamos durante algum tempo, seguindo um pássaro que se perdia aos céus pela floresta ter um ambiente bizarro e totalmente diferente de qualquer outra vista, acabava que alguns galhos se fundiam ou atrapalhava qualquer visão que vinha de cima...Bem, pelo menos para mim.

Quando finalmente paramos, meu pulso se fechou assim como minha garganta, pronto para atacar com a terra. Fazia aquilo sem ao menos ter noção e tudo graças as malditas lembranças que aquela mulher trazia acabou me proporcionando. Antes que me perdesse mais em minha ira e pensamentos de aniquilar tal moça, voltei a me concentrar e observar a todos e principalmente o ambiente, já que estávamos em um local estranho.

Olhava-a com intensidade, mas consegui ignorar seu olhar acompanhado de um sorriso sarcástico, Mas o que me deixava intrigado era com Simon, seus atos eram muito estranhos, sempre de forma suspeita. Aquilo me ajudava ainda mais a ignorar os sentimentos que sentia por Kassandra.

Kassandra e Alice conversaram bastante enquanto caminhávamos por um longo tempo, indo para uma espécie de esconderijo no mais fundo da escuridão da floresta. Ao pararmos para ajeitar algumas ideias e receber algumas poucas instruções de Kassandra, fiquei bolando alguma coisa em relação ao labirinto e sua forma de vida e ser contra a magia, e armadilhas para nos proteger caso realmente dependêssemos da sorte. Estava bem distraído até o momento em que todos pararam e olharam para mim, deixando-me confuso por um instante.

-- Bem... se o labirinto for totalmente de pedra, posso tentar mapeá-lo de alguma forma, antes de entrar nele ou quando entrarmos....Caso isso ainda não funcione posso tentar ampliar meu poder de alguma forma...mas preciso tentar antes – Terminei a frase olhando para Simon, querendo dizer que ele poderia me ajudar naquilo se parasse de esconder tais conhecimentos de minha pessoa.

Levantei-me e segui para perto dele, arrastando-o comigo para que ficássemos um pouco distante de Alice e Kassandra, e de alguma forma o pássaro que nos acompanhava.

-- Diga-me Simon, o que esconde? O que sabes sobre o livro e meus poderes? Esse é um bom momento para contar, nem que seja um pouco – Pressionando o braço dele com uma força deveras intensa.

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Mensagem por Shaorin Ter maio 20, 2014 11:24 am

kass e Alice ergueram as sobrancelhas surpresas com a ideia de Dachi, se entreolharam e acabaram por abrir um sorriso. A cigana foi a primeira a falar enquanto Alice pegava um pedaço de carne e comia.

- Mesmo que não seja, só o fato de conseguir ver o chão saberá o que em cima dele por suas sombras. Não sei até onde e vai seu grau de domínio desta habilidade então... - deixou a voz morrer, mas logo retornou a fala.

- Podemos nos unir em habilidade e você conseguirá me ver andar pelo labirinto.

A conversa morreu ali e ela começou a comer junto de Alice enquanto Dachi puxou Simon para um lado mais afastado. A cigana falava com a garota animadamente sobre outros assuntos, mas não deixou de observar a saída dos dois.

Simon não pareceu surpreso com a investida e perguntas de Dachi, olhou para seu braço que ele apertava e puxou, soltando-se de forma delicada ao afirmar que abriria a boca.

- É uma habilidade básica que uma vez usada de maneira correta, torna-se esplendidamente forte.

- Posso ensinar à você, mas não agora. A única coisa que posso fazer é dizer para concentrar-se no que quer ver e esquecer tudo ao seu redor por mais que estejam com uma péssima situação. Esvaziar a mente é tudo, dando espaço para a habilidade entrar e tomar conta. Com o tempo, se ela realmente te escolher, não precisará mais fechar os olhos.  Por hora apenas coma algo e descanse. Tomarei conta do primeiro turno. Ah, sobre o livro não sei muita coisa...seria bom alguém que entende bem sobre magias.

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Mensagem por Yoda Seg Jul 07, 2014 12:15 pm

Somente pude manter a cara fechada enquanto ele terminava de falar, pois suas palavras foram mais fortes do que um soco em minha cara. Respirei fundo para manter a calma e falar se agredi-lo por não ter a resposta que gostaria.

- Tudo bem.... Terias alguém para indicar? Posso lembrar o nome depois que tudo isso acabar e você me ensinar mais sobre esse poder...Não é por nada, mas é que meus objetivos exigem muito de minha força. – Disse já me distanciando um pouco com o intuito de retornar para onde as garotas estavam. Vendo que mais nada ia ser dito, retornei para a fogueira pegando um pouco de comida sem falar nada com ninguém, e assim fiquei durante todo o tempo antes de ir dormir. Dormir..ahuahu...cogitei muito antes de conseguir isso, provavelmente estaria cansado ao acordar, mas a concentração muito mais alta por estar tão focado quanto antes.

Ainda me surpreende de Simon querer esconder algumas coisas, com sua expressão de nervosismo estampada. Kassandra é alguém a quem sinto desejo de matar, depois da ultima vez em que a vi....ainda sinto de apertar seu pescoço com muita força. Alice ainda me é estranha, tínhamos um inimigo em comum, agora ela se parece muito amiga dela...o que é isso? Que troca repentina. Será que terei a mesma sorte que Akkin teve?....O via como meu irmão depois de tudo...se ele já não fosse...a...devo tentar dormir logo, pode ser que me peçam para vigiar....” Pensava em meio ao sono, e por fim, algumas ultimas palavras soltei “onde você esta meu pai...”

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Mensagem por Hummingbird Sáb Mar 07, 2015 9:07 pm

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— AHHH!

Acordei.

Com um longo suspiro de alívio, pude enfim abrir os meus olhos e captar a realidade em cada tom amarelado de minha íris. O sonho que eu tive? Era o mesmo. Noite após noite, se é que eu podia chamar aquilo de noite. Minha memória está sempre tão confusa, é como se eu soubesse o que é a Noite e o Dia, mas não conseguisse distinguir...entende?

Reparei que eu acordei mais uma vez em um lugar qualquer daquela floresta. Vaguei por tanto tempo aqui, tantos dias e, ainda assim, não me familiarizei com o lugar. Em algumas noites aleatórias quando meu corpo fraqueja e quando minha barriga dó muito pela fome e pela sede, ele toma conta de mim. O que sei é o que ele sempre me diz;

— Não temas meu pequeno corvo, eu só vou permitir-te abrir as asas e voar um pouco! No fim, vai sentir o doce agrado de um amanhecer sereno como a aurora...

Repeti suas palavras quase como se tentasse lhe imitar o tom. Era um costume meu. Um segredo? Minhas memórias sempre ficam muito bagunçadas por causa dele, e é por isso que, mesmo em relação a coisas simples, eu sempre repito-as pra mim mesmo. Não quero esquecer de quem eu sou. Levantei, arrumei minha capa vermelha - que por sinal tinha algumas gotas de sangue espalhadas ao redor do colarinho, secas. -, apanhei minha cestinha de palha e agora sim estava preparado.

— Eu sou Sean Lionheart. Tenho 10 anos, sou um garotinho que só quer encontrar um caminho.

Eu nunca perdi a esperança. Por mais que tenha poucas lembranças de meu Pai, ainda menos de minha Mãe, sempre pensei neles como estrelas que me olham lá do alto, por traz das nuvens avermelhadas e escuras que estão sempre no céu. Ele me disse muitas vezes que a alma de meus pais é mais corrompida do que a escuridão da própria Takaras, mas é como eu sempre penso: deve ter um lado bom nessa história.

Minha cabeça estava doendo menos, eu já conseguia me equilibrar... tudo estava certo. Era hora de caminhar e procurar mais uma vez por uma saída daquela floresta assustadora. Estava decidido:

— Hoje eu não vou ter medo! Vou pedir ajuda se encontrar alguém!

Com passos firmes então tomei o meu rumo por algum caminho qualquer, levando comigo só a minha cestinha de palha e meu casaco com capuz.


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Mensagem por Shaorin Sáb Mar 14, 2015 8:49 am

(Desculpem meu atraso, estive no hospital mas ja estou bem, e facul comecou xD. Vamos continuar.)

Lionheart só queria sair dali e há dias não conseguia. Já era meio de tarde e sabia que passaria mais uma noite se não achasse ninguém que pudesse dar uma informação sobre o caminho. Mas espere, como acreditar numa criatura que vive ali? Ou então, num indivíduo que esteja passando por estaa bandas? Será que a sua informação será correta e não o levará para um destino ainda pior?
A floresta era como Lionheart observava e agora conhecia. Suas árvores eram tortas e durante a noite pareciam rostos prontos para falar e galhos para agarrar e dilacerar. Neles moram criaturas estranhas que se parecem com as que conhecemos como corujas, esquilos e etc., mas em algum momento crucial mostram para que estão ali e não dura nem um minuto. O chão era coberto por folhas secas e novas, além de pedra e frutos podres e venenosos. Vez ou outra via um animal passar correndo no meio do caminho para se esconder. Outros, paravam para olhar o novo intruso e seus olhos ficavam vermelhos brilhantes e abria a boca, exibindo uma boa enorme e dentes pontudos que nem se imaginava que caberia tantos, e saia correndo como um aviso.

Numa direção geografica que Lionheart desconhecia, estava indo em direção à Vila Solstício. O céu mostrava que iria chover a qualquer momento por causa das nuvens negras e tempo abafado.

Caminhou mais alguns metros e viu uma sombra surgir do caminho por onde estava indo. Ela foi ficando mais à mostra e viu que era uma mulher.

mulher

Os olhos dela se abriram como se caminhasse com eles fechados. Lionheart sentiu uma aura simples nela, principalmente quando ela sorriu ao vê-lo.

- Olá. Que bom encontrar viajantes pelo caminho, está indo para onde? Ou...está perdido? - fez uma expressão de surpresa e doçura. Suas mãos que estavam para baixo se juntaram nas mangas da blusa e esperou a resposta. De primeira olhada er uma mulher bonita e gentil, quase indefesa se não fossem seus olhos que deixavam na cara que não se tratava de um humano.



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Mensagem por Hummingbird Sáb Mar 14, 2015 9:22 pm

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Caminhei por um bocado de tempo. Quero dizer, eu não sou muito atento a essas coisas sabe? Então não prestei muita atenção no tempo que perdi caminhando. Cada passo era uma nova experiência. Por incrível que pareça eu adorava ver aquelas criaturinhas correndo de um lado para o outro dentro daquele lugar. Algumas tinham uma aparência tão hostil, e eu nunca entendi o porquê. Sempre quis fazer amizade com eles mas todos são tão reservados... sequer consigo chegar perto que eles fogem ou me atacam. Sendo assim, só me restava continuar andando de um lado pro outro, pra lá e pra cá, até que...!

— Uh-?

O que era aquilo? Com olhos confusos porém muito curiosos, encarei aquela silhueta que se prostrou diante de mim. Era maior do que eu, aproximava-se com certa demora o que me levou a crer que não estava me ameaçando ou coisa do tipo. Antes mesmo que eu a identificasse, meus olhos ficaram turvos, minha boca seca.. era ele. Ensandeceu dentro de mim. Nessas horas eu descrevo melhor essa sensação como uma dor de cabeça insuportável e uma fraqueza por todo meu corpo. Isso me levou ao chão no mesmo instante, sequer pude terminar de identificar quem se aproximava.

— NHHHHHHGGGG!

Aquele gemido foi excruciante pra mim, refletindo em lágrimas que desciam pelo meu rosto. Precisei de um tempinho pra voltar ao normal. Aliás, tempo suficiente pra que quando eu voltasse a olhar pra frente; notasse ela ali na minha frente. Meu capuz descobriu minha cabeça durante a minha queda, revelando então meus cabelos bagunçados e meus olhos tão chamativos, e um pouco assustados é claro. Encarei aquela mulher, ou criatura.. não sei explicar, era tão esquisito. Como se eu soubesse o que ela NÃO é, mas também não soubesse o que ela é, entende?

— Ah! E-err....Oi? Minha mente estava bagunçada, sem contar na timidez. Meu coração gelou! E agora? Eu tinha jurado que ia pedir ajuda, ora, onde está aquela coragem?! Levantei então e respirei fundo. Por um momento, mas bem pouco sabe? Encarei ela firme nos olhos e... — Não dá, eu não consigo... Murmurei.

Rapidamente cobri minha cabeça com meu capuz.

Minhas mãos, inquietas, foram de encontro uma a outra - em baixo das mangas do meu casaco - enquanto os dedos se entrelaçavam em sinal de ansiedade e nervosismo. Minha orelha então começou a coçar quase como fogo, e isso acontecia sempre que ele resolve falar alguma coisa. Por sorte ele não estava muito disposto então não durou muito. Logo recobrei consciência. Inclinei levemente meu rosto, o suficiente pra que o capuz permitisse a visualização dos meus olhos através da sombra que provocava antes. Com isso pude encará-la no rosto mais uma vez, ainda que agora; com muita timidez.

— Err... m-me desculpe. É que na verdade, eu estou meio perdido. A moça pode me dar uma ajuda? Não sei como sair dessa Floresta...

Meu peito então foi preenchido por uma sensação estranha. Parecia um vazio enorme como também uma chama de ansiedade que eu nunca senti. Estava feito! Tomei a atitude mais corajosa que sonhei em fazer. E agora? O que será que aquela moça ia me responder?

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Shaorin Seg Abr 20, 2015 10:15 am

(Desculpem meu atraso, provas. Isso nao se repetira mais. Vamos continuar.)

A mulher manteve-se impassível o tempo todo em que Lionheart estivera tímido. Era uma mulher paciente e não reclamou em um só momento, esperando que ele falasse. Ela a abriu um sorriso doce e olhou-o nos olhos.

- Com todo prazer. Sabe qual direção quer ir? Eu estou indo para Takaras, que é na direção que estou caminhando. Hilydrus está naquela direção atrás de mim. Se quiser posso te deixar em Takaras e de lá pode achar seu caminho. O acompanharei.

Dizendo isso voltou a caminhar até que passasse por ele e deu outro sorriso, esperando que ele a seguisse.

Então seguiram o caminho para onde ela ia, apesar de ter vindo por ali, não ia saber os caminhos certos para pegar. A floresta estava mais escura e não muito diferente de quando passou, conseguiu reconhecer o suficiente para se encontra r por um tempo até que chegassem numa parte onde a grama era substituida por terra e pedras, as árvores eram mais secas e com menos vida, arbustos de frutas diferentes das quais nunca vira; um abiente diferente que sentiu até uma sensação diferente como se nunca fosse conseguir encontrar e ter o que mais sonhava. Com mais um pouco de caminhada avistaram uma estrada diferente onde viram os primeiros telhados de Takaras,mas ainda faltava mais de meio dia de caminhada.

- O que procura em Takaras? -Perguntou a mulher, olhando-o de soslaio.


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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Seg Abr 20, 2015 3:36 pm

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Apesar de ainda estar morrendo de timidez, fui ganhando coragem pouco a pouco, até que fosse capaz de ao menos encarar a mulher com menos desconfiança nos olhos. Afinal, o que eu tinha a perder? Já estava naquela floresta por tanto tempo que sequer conseguia imaginar castigo pior.

Aceitei então sua ajuda de forma que aos poucos, trassamos um pequeno percurso. Pelo que soube, a direção onde a tal mulher estava indo era Takaras. Juntando A com B, e misturando com um pouco das memórias que eu tinha, este caminho podia ser o primeiro passo pra saber mais sobre meus pais. Pelo que sei, Baien - o meu pai - trabalhava em algum Porto de Takaras, e isso é tudo que eu soube antes de ser sequestrado e trazido pra cá. Era meu ponto de início, sendo assim, porquê não seguir aquela mulher?

— Na verdade dona...? Fiz uma pausa, aguardando por alguma apresentação por parte da mulher, e em seguida, voltaria a falar-lhe ainda com certa timidez.— Estou procurando pelo meu pai. A última vez que o vi ele trabalhava em algum Porto desse lugar que você falou, Takaras... Murmurei.

Minhas memórias não eram tão claras, as vezes sentia até receio de que não fossem reais. Mas, diante do que me aconteceu, acreditar era a minha única esperança! E, quando essas lembranças invadiam minha mente, era definitivamente a melhor sensação de que tenho memória. Lembrar dele, Baien. Era como se eu pudesse sempre escutar a sua voz, tranquila e branda, me aconchegando de alguma forma. Sem contar que só nesses únicos momentos é que eu conseguia manter a sanidade longe de influência dele, o Anjo. Inclusive, nesse mesmo momento, ele não voltou a se manifestar.

— Você acha que ele ainda pode estar vivo? Indaguei, cheio de inocência.

Ao término, estendia-lhe a minha mão direita, aguardando para que a mulher lhe agarrasse e me guiasse pelo caminho. As vezes me sentia meio ingênuo por isso, mas acabava sendo tão involuntário, fazia parte de mim. Durante o caminho é claro, não deixei de lhe indagar também - se tivesse a oportunidade - a respeito de suas andanças pela floresta.

— Aliás, o que pretende fazer agora? Curioso, deixei escapar um pouco de entusiasmo na pergunta, acompanhado de certa ingenuidade também. O que será que aquela criatura não humana tinha em mente?

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Sex maio 15, 2015 9:31 am

O caminho era tortuoso e cheio de armadilhas. Buracos, pedras que soltavam, a vegetação com espinho e, às vezes, até mesmo a trilha desaparecia e deixava os caminhantes confusos. Mas aquela mulher parecia saber aonde ia. Seus passos eram rápidos, mas cuidadosos o suficiente para que o garoto a acompanhasse sobre eles. Ela seguia sempre uns dois ou três passos a frente, mas, de vez em quando, voltava o olhar para trás para checar a segurança de Sean sempre com um sorriso terno e gentil e um olhar doce e amável. Porém, quando ela dava as costas, era como se uma sombra densa se abatesse. Era como a lua: de um lado, pura e iluminada e do outro escura e misteriosa. Dava mesmo para confiar naquela mulher? Sean duvidava, mas duvidava também de sua dúvida. Não seria apenas impressão?

Então ele falou de seu pai e expressou seu inocente desejo de reencontrá-lo - o que ela certamente deduziu das entrelinhas. Naquele momento, a mulher parou. Pode ser que o menino, pego pela surpresa, até tenha se chocado contra o corpo dela, o que não a incomodou. Um silêncio mórbido se estendeu entre os dois, mas então ela se vira de volta para ele com um sorriso ainda mais encantador. A mulher se aproxima, segura uma das mãos do menino com suas duas, acolhedoras. O toque de sua pele era aconchegante, aquecido e macio, era carinhoso e, principalmente, cheio de cuidado. Sean não lembrava - ou lembrava muito pouco - de sua mãe, mas, se fosse ela ali, talvez se sentisse bem assim.

[???] — É claro, meu querido! Eu vou te ajudar a encontrá-lo, eu prometo! — Com aquele sorriso que insistia em não sumir. Suas palavras eram reasseguradoras.

Ela flexionou os joelhos, ficando com os olhos na altura dos olhos de Sean, buscando fitá-los bem em seu centro. As orbes daquela mulher eram assustadoras: suas íris tinham a cor do fogo e era marcadas verticalmente por pupilas alongadas que eram como fendas infernais. O cabelo dela era fortemente ondulado e tinha a cor da terra molhada. Se olhasse bem, perceberia também que os dentes dela eram levemente pontiagudos, mais um traço que revelava sua natureza inumana.  

[Annabell] — Eu me chamo Annabell, mas você pode me chamar de Anna ou de Bell, se preferir. E você, querido?

[...]

[Annabell] — Venha, ainda temos um longo caminho a percorrer...

E seguiram até que viram Takaras se anunciar no horizonte, ainda assim tão longe que levaria mais de um dia antes que pudessem alcançá-la. Annabell fez uma pausa. Sean então perguntou o que faria.

[Annabell] — Precisamos descansar. Acontece que minha casa fica logo adiante. Eu acabei de preparar a comida. O que acha? Você parece com fome.
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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Sex maio 15, 2015 10:33 am

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Que estranho.

Quero dizer, mesmo depois de passar esse tempão perdido na floresta, nunca passou por aqui pessoa tão gentil quanto a moça. Seria mesmo real? Aliás, por duvidar disso, aproveitei a nossa andança pra beliscar meu braço - tentando acordar desse aparente sonho -. A dor foi a única resposta. Ou melhor, a verdadeira resposta. Era real.

E então, ao longo do que caminhamos, eu só conseguia enxergar aquela mesma paisagem que vi durante tanto tempo. De tanto sempre ver aquilo eu sequer consegui manter a atenção nos arredores. Meus olhos estavam focados naquela mulher, tão diferente do que já conheci. Quando lhe encarava no rosto, tinha a estranha sensação de ser muito bem acolhido por alguém gentil. Quando lhe fitava pelas costas, uma sensação talvez até parecida com a de quando ele tenta tomar conta de mim. Será que ela é como eu? Pouco tempo eu tive pra refletir. Annabell - como ela se apresentou - parou no meio do caminho e me apanhou as mãos, quase ajoelhada em minha frente. Olhou fundo nos meus olhos e isso me deixou ainda mais confuso sobre aquelas sensações. Parecia tão acolhedora... onde é que ela esteve esse tempo todo? Quando percebi meus devaneios, retomei consciência, afoito.

— Ah sim! Você pode me chamar de Sean. Sean Lionheart!- Afirmei de supetão.

Em seguida, quando a mulher retomou o caminho, respirei fundo. Estava pouco a pouco vencendo essa timidez terrível. Me sentia um pouco mais relaxado de andar ao lado dela. Digo, pelo menos ela sabia para onde estava indo. Ou pelo menos parecia, andava tão rápido que eu já estava ficando até um pouco cansado. E, quando enfim fizemos outra parada - a qual quase agradeci de joelhos -, a moça falou que tinha uma casa logo ali. Olhei ao redor, tentando avistar algum indício - dessa tal moradia -, ou mesmo do lugar em que agora estávamos, em suma inocência da minha parte é claro.

— Ah, ainda bem! Eu tô morrendo de fome tia Anna.- Resmunguei, com um pouco de manha.— Podemos comer alguma coisa lá?- Fiz questão de não esconder o entusiasmo. Minha barriga parecia acompanhar minhas palavras com grunhidos. Levei as duas mãos na altura da barriga e acariciei. Estava mesmo com fome.

E, antes mesmo da resposta da moça, estendi-lhe a mão direita esperando que ela apanhasse.— Vamos, vamos!- Inocente, apressei-a.

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Seg maio 18, 2015 8:32 pm

[Annabell] — Sim. Vamos, querido! — e ela segurou, gentilmente, a mão do menino.

Annabell seguiu por uma trilha muito estreita que se esgueirava por entre as árvores secas de troncos enegrecidos e mortos. Os galhos retorcidos pareciam garras que se esforçavam em alcançá-los, mas não podiam. Sean estava seguro. De alguma forma estranha, ele sabia que estava. Mesmo que um demônio habitasse seu peito. Mesmo que trilhasse o caminho para o inferno.

Alguns passos apenas e uma cabana muito simples se insinuou quase completamente coberta pela vegetação. Os galhos secos a cobriam como uma proteção, como uma carapaça de espinhos à medida que a floresta parecia se tornar mais densa naquele ponto. Por isso, não dava pra ver se era grande ou pequena. A porta de madeira antiga e pesada era marcada por vincos profundos e manchas escuras. A mulher retirou uma chave enferrujada de algum lugar em suas vestes e a torceu no buraco da fechadura.

A porta rangeu. No interior da moradia, um assoalho de madeira se estendeu convidativo. O calor indicava a lareira acesa. Mais alguns passos e estavam na cozinha. Não haviam muitos cômodos, afinal. As chamas da lareira fervilhavam uma panela e um cheiro delicioso se espalhava pelo ar. Algumas velas que Annabell tratou de acender e ramos de ervas que pendiam do teto. Uma mesa grossa de madeira. Algumas xícaras envelhecidas jaziam sobre ela e também um livro empoeirado.

Interior.

[Annabell] — Sente-se, Sean! Eu vou lhe servir alguma coisa... — Indicou a cadeira com um breve sorriso.

Annabel serviu Sean com uma sopa quentinha e cheia de pedaços suculentos de carne macia adornada por legumes coloridos. Depois ela buscou uma torta que ela imediatamente fatiou, revelando a carne maravilhosa que se aconchegava em seu interior.

[Annabell] — Coma o quanto quiser!

Aquela comida... será que algum dia alguém já havia sido tão gentil com o jovem Sean? Será que já haviam lhe preparado tamanhas delícias? Annabell apenas o acompanhava. Ela serviu-se de sopa, mas parecia encantada vendo o menino se deliciar. Parecia que aquele era seu prazer. 
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Última edição por NR Katsuo em Ter maio 19, 2015 9:34 am, editado 1 vez(es)

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Seg maio 18, 2015 10:42 pm

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Ela pegou na minha mão...

Aquela sensação, talvez fosse a melhor das que tenho lembrança, por exceção do pouco que lembro de meu Pai. Por conta disso eu me senti mais seguro. Esqueci completamente dos detalhes sórdidos que tornavam aquela paisagem tão pitoresca. As árvores que mais pareciam garras do inferno? Transformaram-se em macieiras e laranjeiras. Os corpos pendurados e ensanguentados? Pássaros que cantarolavam como num sonho. E, andando bem do meu lado, segurando minha mão, aquela mulher estranha que agora transformou-se numa figura que eu venho tentando imaginar há tanto tempo. Materna...

Tudo parecia perfeito. Ao menos parecia.

Huhuhuhu...— - Aquela gargalhada dele voltou a me perturbar. Isso ainda em meados daquela trilha até a casa da moça. Não sei se ela percebeu, levei a mão livre na altura da minha testa e franzi o cenho, como se estivesse segurando a dor. Era terrível, sempre que ele tomava espaço, eu sentia uma dor terrível da qual nunca vou me acostumar. Cambaleei um pouco, mas logo ficou tudo bem.

— Ngg- Murmurei, retomando equilíbrio.— Caramba! Acho que estou mesmo com fome...- Tentei desviar o assunto, descontraído.

[ ... ]

Já na casa de Anna, o chão amadeirado e o ambiente ameno por conta da lareira pareciam muito convidativos. Tanto que eu não hesitei sequer um minuto antes de entrar. Corri, entusiasmado, ganhando terreno na casa da moça. E não era lá uma casa muito espaçosa. Poucos cômodos, móveis não muito luxuosos e decoração bem...velha? É, isso. Enfim. Estava tão quentinho ali dentro se comparado com o lado de fora. Admito que isso me ganhou.

— Puxa, que casa legal você tem, tia Anna!- Disse, depois de andarilhar um pouco pela casa e, finalmente, parar sentado na grande mesa presente no centro. Abaixei o meu capuz então, finalmente revelando meus olhos bem atentos e um pouco luminosos por conta daquela tonalidade incomum. Fitava todo o ambiente, curioso, astuto. Tudo parecia tão diferente daquilo que eu vi na floresta por tantos anos, que, até mesmo os detalhes de uma vela ou de alguma xícara, me chamavam atenção. Por sinal, os que fiquei olhando por um bom tempo. Só retomei consciência quando a moça trouxe um prato de comida e colocou na mesa. O cheiro era tão bom...

— Hmmmm!- Murmurei, esfomeado. — Que cheiro gostoso!- E não poupei esforços. Na primeira oportunidade que tive, apanhei algum talher ou coisa do tipo - se me estivesse disponível - pra começar a comer. Claro, antes da primeira garfada/colherada/bocanhada, ele sussurrou bem baixinho;

— Quanta ingenuidade. Sabes que a donzela não é humana e ainda arrisca comer da sua comida? Huhuhuh, deveria conhecer melhor antes de julgar alguém, pequeno corvo. - Debochou. E foi só.

Calou-se em seguida.

Isso me deu a chance de comer sem hesitar, mesmo depois do aviso que me foi dado. As vezes isso parecia mais certo sabe? Desafiar essas desconfianças que nem mesmo eram minhas. E eu estava com fome, não cometi nenhum pecado, certo?! E se me fosse permitido eu comeria mais, incluindo a torta deliciosa que a moça trouxe logo em seguida. Precisava me farta, não sei quando nem onde vou ter outra oportunidade de o fazer.

— Puxa tia Anna! -*mastiga* Você cozinha tudo isso só pra você?- Resmungava, ainda mastigando.

Afinal, desde que cheguei, não notei mais ninguém por ali. Seria ela completamente sozinha, como eu?

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Ter maio 19, 2015 9:36 am

[Annabell] — Hahaha! Não! Eu cozinho isso tudo porque, vez ou outra, abrigo viajantes perdidos.

Sério? Toda aquela comida?! De qualquer forma, era bom que fosse assim, já que, quanto mais Sean comia, mais Annabell o servia. Ela parecia uma mulher muito generosa e também sem fome, já que não deu mais do que algumas colheradas na sopa quentinha.  

"Trec..."

Soou a madeira em algum lugar na casa. A mulher se manteve com a mesma expressão, como se nada tivesse acontecido, mas, tendo percebido que Sean notara, ela responde:

[Annabell] — Ratos...

E o silêncio voltou para o interior daquele lar. Além da porta por onde entraram, Sean podia notar mais algumas - três, para ser exato. Possivelmente as que davam para os quartos.  

[Annabell] — Quando eu abrigo viajantes, raramente encontro uma criança. Eles normalmente são... homens. — O clima ficou um pouco sério, mas ela deu um sorriso gentil para descontrair. — Mas e você, querido, o que foi que aconteceu para um menino tão jovem estar sozinho nessa floresta? Você parece tão... magrinho e com fome...
03

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Ter maio 19, 2015 10:53 am

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— Perdidos é? Huhuhu, no meu tempo chamavam isso de rapto, huhuhuh.. - Voltou a debochar.

As vezes eu agradecia por só eu escutar-lhe os deboches.

Já estava acostumado. Ele tinha esse maldito hábito, sempre desconfiado, ressabiado, as vezes chegava a ser irritante. Afinal, o que poderia haver de errado com aquela mulher? Ela foi a mais gentil que já conheci. Ofereceu-me comida, ofereceu-me abrigo, e acima de tudo; carinho.

— Eles devem ter muita sorte de te encontrar! - Sorri largamente, em seguida voltei a comer. A sopa estava realmente deliciosa, mas por algum motivo eu ainda não estava satisfeito? Apesar de já ter comido bastante. Sendo assim, decidi passar para a torta. Outra que mais parecia comida de outro mundo, de tão gostosa.

Ouvi uns barulhos ao longo da casa. Parei tudo que estava fazendo, ressabiado. Olhei ao redor; nada.

Anna disse que eram ratos. Mas.. eu não acho que sejam. Posso ser ingênuo e jovem, mas, de todos os anos que vivi aqui nessa floresta, uma coisa eu aprendi; os ratos aqui são grandes o suficiente pra fazer barulho muito maior. E estrago também, afinal, eles são muito mais selvagens. Eram inimigos mortais da minha sobrevivência! Sempre que eu tinha alguma comida, eles me atacavam vorazmente pra me roubar, e isso eu nunca vou esquecer. Aliás, o que me levou á pensar; tanta comida na mesa, uma casa grande dessas no meio dessa floresta, como é que ela sobrevive sem ser atacada? Parecia tão estranho.

E não parou por aí. Quando voltei a observar a casa, percebi que haviam mais portas. Por um momento tive a frágil ideia de que encontraria meu pai, dormindo enfermo, atrás de uma dessas portas. Mas logo passou, eu só estava com saudade pra imaginar essas coisas. E no meio desses devaneios, a moça falou um pouco mais sobre ela. Disse que costumava abrigar homens, e, a forma como falou me deixou um pouco intrigado. Pena que eu não entendi quase nada do que ela quis dizer com aquilo. Só o clima que ficou um pouco estranho e, envergonhado por isso, abaixei a cabeça voltando a comer. Ou pelo menos tentei, afinal, a mulher me lançou uma pergunta que me deixou particularmente abalado.

" O que aconteceu comigo? "

Era o suficiente pra me entristecer só de lembrar. Aliás, eu não fiz questão de esconder que aquilo me deixou abalado. Parei de comer e, por alguns segundos, fitei o chão como se estivesse perdido em pensamentos. Mas, antes que a moça voltasse a falar, interrompi;

— Eu fui raptado.- Entonei seco. Inclinei a cabeça então, o suficiente pra que eu pudesse encarar a moça nos olhos, por mais que eu estivesse um pouco envergonhado. — Isso é tudo que sei. Fui raptado de meu Pai, quando ele trabalhava no Porto de Takaras. Depois fui trazido pra essa floresta de onde nunca mais saí. Isso já faz alguns anos...- Expliquei.

E ali estava. Um pouco daquela estranha maturidade que a presença do demônio me proporciona. Capacidade de falar da minha história e do meu passado como parte de mim, sem renegar os fatos, sem ocultá-los, somente a verdade. Lembrar disso me deixava triste, mas eu já estava acostumado, então não era o fim do mundo. Eu sabia conviver com isso, e também lutava pra superar isso. Pra buscar respostas...talvez seja esse o motivo pelo qual estou atrás de meus pais. E, só de pensar nisso eu ganhei coragem, encarei Anna o mais profundo possível nos seus olhos, agora com determinação, com valentia;

— Por isso eu quero encontrar meus pais. Eu preciso saber o que aconteceu, preciso saber a outra parte da minha história!- Bravejei. Aquilo me deixava um pouco exaltado, admito.

Achei melhor não falar sobre o demônio. Não que ele não fizesse parte da minha história, mas, que faz parte da minha intimidade.

— Você me entende, tia Anna?- Completei, cabisbaixo.

Foi ali que parei de comer...

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Qua maio 27, 2015 9:34 am

[Annabell] — Que história triste você tem... — Ela disse, mas sem parecer dar realmente importância, embora sua expressão denotasse certa preocupação. Havia um outro detalhe que havia prendido mais a atenção de Annabell. — Anos, você disse? Você deve ser mesmo um garoto de sorte... muitos homens não duram um dia nessa floresta. — E termina com um sorriso gentil e com uma pitada de escuridão.

O que ela dizia, era, de fato, verdade. Um adulto sobreviver por um longo tempo naquela floresta amaldiçoada era algo para se admirar. Uma criança, era um verdadeiro milagre. Aquilo que Sean omitia era a peça chave para entender essa história. Será que a mulher desconfiava de alguma coisa?

Annabell se serviu com um pedaço da torta. A faca que tinha uma ferrugem cor de sangue cortou lentamente a fatia e o garfo necrosado o levou até a boca de tentes pontiagudos. Ela se deleitava com o alimento, fruto de seu próprio preparo. A carne macia. A massa suave e fininha. Qual era o segredo daquela delícia?

[Annabell] — Um menino tão jovem... uma história tão terrível... e tudo o que você quer, é encontrar sua família. Fico feliz de tê-lo encontrado. — Os olhos dela, nesse momento, buscaram os do menino. — Você não está feliz de estar aqui comigo?

Ela tira mais uma fatia da torta e serve para Sean.

[Annabell] — Coma. Coma mais. Você vai precisar estar bem alimentado .

Um breve momento de silêncio se colocou entre os dois, então ela gentilmente questiona:

[Annabell] — E sua mãe, querido? Você ainda não me falou dela.
04

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Qua maio 27, 2015 11:12 am

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Persuasiva demais, como resistir?

Ao longo da nossa conversa, as coisas tendiam a ficar mais bagunçadas. Eu me peguei repleto de questões as quais não podia fazer abertamente. Ainda não tive resposta de como a mulher sobrevivia ali, nem do porquê era tão gentil comigo, um forasteiro que acabou de conhecer...

E então ela me ofereceu outro pedaço.

— Não seja tolo, criança.- Sua voz em múltiplos tons inundou meus pensamentos, me obrigando a parar.— Desconfiança é o que te aflige. Mas já se perguntou quem és tu frente a ela? Huhuhuhu... és também uma criança que sobreviveu alguns anos numa das florestas mais temidas... - Debochou.

— Então quer dizer que ela também pode ter um como você?- Minha ingenuidade me levou a crer nisso.

— Isso é você quem deve descobrir. Essa criatura não me despertou interesse. - Rebateu.

— T-Tudo bem. - Gaguejei em pensamento.

Terminou-se o diálogo então. Tudo mentalmente.

[ ... ]


Retomei consciência, fitando profundamente aquele pedaço de torta na minha frente, num prato. Tia Anna fazia questão que eu me alimentasse bem, e particularmente, aquela comida toda estava deliciosa. As vezes me pergunto onde ela arrumou ingredientes mesmo numa floresta como essa. Enfim, eu suspirei. Empurrei levemente o prato de volta pro centro da mesa enquanto respondia aquela pergunta;

— Não conheço muito sobre ela. Papai vez ou outra falava alguma coisa dela, só sei que seu nome era Lyra e que ela morava em algum vilarejo de Hirt quando engravidou de mim. - E então fiz um sinal com a cabeça, como se rejeitasse a comida mas agradecesse pela cordialidade.— Meu pai dizia que ela tinha os olhos mais belos que ele já viu em terra. Púrpuros, encantadores... e é só isso que sei. - Completei.

Aquilo só me retalhava por dentro. Digo, ter essas poucas lembranças dela, apesar de não ter memórias de tê-la conhecido pessoalmente. Parecia um vazio, um pedaço desse quebra-cabeça que eu ainda não tive oportunidade de encontrar. Ficou notório em minha expressão que estava um pouco cansado...

— Eu estou um pouco cansado, Tia Anna. Será que posso dormir um pouco num dos seus quartos? - Indaguei por fim, repleto de inocência.

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Sáb Jun 06, 2015 11:08 am

[Annabell] — É claro, querido. Você tirou as palavras de minha boca... — A mulher sorriu e aproximou um pouco o rosto observando o menino por mais um instante. Ela tinha um olhar de satisfação. — Por que você não fica aqui e come mais um pouco enquanto eu preparo a sua cama?

Annabell se retirou da mesa e se dirigiu até um dos quartos. Não dava para ver a mulher lá dentro e nem para escutá-la. Naquele momento Sean ficou sozinho. Quer dizer, quase isso... Apenas o crepitar da chama na lareira fazia algum ruído.

Tac...

Alguma coisa caiu. Não era uma coisa grande, talvez não fosse o silêncio quase absoluto nem fosse percebido. Alguma coisa caiu embaixo de Sean. Os olhos do garoto, instintivamente, buscaram a origem daquele som. Não havia nada. Apenas o assoalho de madeira espeça. Mas entre cada tábua, havia uma fresta escura. Um buraco profundo e negro. Sean sentiu como se algo espiasse de lá. Como se alguém olhasse através da escuridão. Seria possível? O que será que haveria lá embaixo? Ratos? Ou um abismo que se abria como uma garganta prestes a devorá-lo?

[Annabell] — Vamos, querido. — Quebrando o transe em que Sean se encontrava.

Annabell conduziu o garoto até o quarto. Era uma acomodação pequena, havia apenas uma cama  forrada de palha e um pequeno armário de duas portas.  Era simples, mas aconchegante. Sean sentiu como se fosse ter um bom sono ali. E havia mais um detalhe: não existiam janelas.

[Annabell] — Deite-se... prefere que eu deixe a vela acesa? — Já na porta do quarto, se preparando para deixá-lo sozinho.

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Dom Jun 07, 2015 2:40 pm

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Por sorte, tia Anna aderiu a ideia. Concordou que já estava ficando tarde e sendo assim, me ofereceu um dos seus quartos pra que eu pudesse repousar. Ela era mesmo uma mulher gentil, até então não entendo porque escolheu viver aqui nessa floresta tão sozinha.

E enquanto ela arrumava o quarto, eu fiquei sozinho sentado na mesa. Quero dizer, nem tão sozinho...

— O-Oq-que? - Gaguejei, surpreso.

Aqueles barulhinhos irritantes pareciam vir de algum lugar da casa. Instigado pela curiosidade, comecei a fuçar. Olhei de baixo da mesa; e nada. Voltei a olhar por cima agora, vasculhando a casa; e nada. Mordi o lábio inferior, como em indignação por não encontrar o detentor daqueles barulhinhos. Pensei em pedir ajuda pra ele, mas eu tive a impressão de que ele diria que não é problema dele, e que era pra eu me virar. Cruzei os braços então.

Estava inquieto. Mas, antes que eu tomasse alguma atitude, a porta do quarto se abriu mais uma vez e revelou a silhueta da tia Anna, acompanhada por sua sombra aparentemente borrada e disforme por conta da iluminação da vela que ela carregava. A chama da vela cambaleava sutilmente, turvando a sombra da mulher a medida que ela caminhava.

Dei de ombros quanto aos barulhos anteriores. Desci da cadeira - com certo esforço dada minha baixa estatura -. Arrumei minha mochila nas costas e caminhei até o quarto, sem muita pressa é claro, por conta do sono. E quando cheguei, a primeira coisa que reparei foi que não haviam janelas. Nenhuma.

— Ufa! Ainda bem que não tem janelas Tia Anna. Era horrível ter de acordar com aqueles ratos mutantes invadindo meu quarto e roubando minha mochila... - Murmurei.

Está certo, essa não era uma das melhores experiências pra se compartilhar, mas pra mim já era alguma coisa.

Entrei no quarto então, deixei minha mochila do lado direito da cama enquanto me deitava do lado esquerdo. Tia Anna não quis permanecer no quarto, parecia mesmo querer que eu descansasse bastante, e não sei porque eu tive a sensação de que iria dormir muito mesmo. Até que me veio sua última pergunta; sobre a vela.

— Pode apagar, eu me sinto melhor no escuro. - Respondi, enquanto me aconchegava na cama.

E aquilo foi a última coisa que vi, até fechar os meus olhos. Estava realmente cansado, quase delirando de sono. Pude jurar que ouvi a risada debochada dele ecoando na minha mente, bem baixinho...

Spoiler:

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Mensagem por Ree Seg Jun 08, 2015 10:24 am

Cavalgavam por horas a fio, em um ritmo constante
Ree sempre muito quieta e concentrada, mantinha o mapa consigo, e hora e outra diminuíam o ritmo para se localizarem. Ainda assim, era pouco tempo, o suficiente para um descanso dos cavalos e alimentação, antes de partirem novamente.

Ree se distraia ainda treinando seu novo poder. Ainda não o havia dominado completamente, e portanto aproveitava aqueles momentos para brincar com a essência das trevas. Foi difícil no começo, porém depois de algumas horas de cavalgada, ela estava pegando o jeito de fazer aquilo sem se distrair.

Atravessando Hirt, os arredores de Hilydrus, e finalmente alcançando Takaras, chegaram no início da noite na entrada da floresta, parando antes de entrarem.

- Ei, garoto, a ave ainda está viva eu espero? É melhor fazer bom uso dessas suas orelhas peludas, porque a partir daqui, essa merda de floresta tem todo tipo de bizarrice.

Ela parecia menos mal humorada agora, porém mantinha o tom ríspido com o youkai. No momento estava mais preocupada em não se perder dentro da floresta. Já havia circulado por ali, o que lhe era uma grande vantagem, porém se a pouco mais de um dia não sabia que existia um vulcão em Lodoss, quanto mais naquela floresta, o que mais havia para lhe enganar os olhos e sentidos?

Clock Bunny pulou para o chão, aliviado por finalmente poder seguir a pé. Agindo como batedor, o coelho seguia a frente, farejando, pulando para lá e para cá, rosnando a qualquer criatura que ousasse passar em seu caminho, enquanto os cavalos seguiam atrás. Em algum momento teriam que seguir a pé, porém enquanto pudessem poupar energia e deixar que os animais carregassem as malas, Ree assim manteria.

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Mensagem por Hoshitteru Ter Jun 09, 2015 8:46 pm

Desde o ultimo comentário de Ree quando ainda estávamos perto da academia, passei à dedicar 50% da minha atenção à gaiola que carregava comigo, sempre conferindo se a ave em seu interior ainda estava bem. Mas isto não se devia apenas pelo comentário de Ree, eu estava realmente preocupado com o estado dela — tanto que, sempre que fazíamos alguma pausa, passava grande parte do tempo usando um pouco de minhas magias curativas na ave e a acariciando. Só me perguntava se ela resistiria até que chegássemos ao vulcão... Quanto aos outros 50%, estavam totalmente focados no meu esforço para acompanhar o ritmo de Ree, claro que de forma que não a incomodasse. Permaneci calado, um pouco atrás, apenas observando-a quando não estava conferindo o estado da ave.

Quando já se dava o inicio da noite e estávamos prestes à adentrar em uma floresta um tanto obscura, Ree finalmente se pronunciou. Não estranhei sua maneira de falar, afinal já estava começando a me acostumar com ela. Assenti balançando demasiadamente a cabeça de maneira afirmativa e reproduzindo algum som que representasse o mesmo em resposta, logo em seguida estendendo a gaiola para que ela pudesse verificar por conta própria.

Assim que visse Clock Bunny se movimentando como um batedor à nossa frente, soltaria uma singela risada, provavelmente sem som, devido à uma mania que tinha de levar as mãos até a boca para rir, mas dessa vez levaria apenas uma, não deixando a gaiola em apuros nem mesmo por um segundo. As expressões e ações daquele bichinho me fascinavam e eu chegava a achar fofo, porém tive de deixar isto de lado para me concentrar em meus instintos, assim como Ree me instruíra. Caso visse ou ouvisse algo suspeito, trataria de informá-la o mais rápido possível.
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Off:
Bom, como tinha dito na Mp, eu to um pouco sem tempo esses dias, entom acabei tentando fazer o post com um pouco mais de pressa. Espero nom tenha ficado muito ruim, caso tenha ficado peço desculpas. Ah! E só de aviso mesmo, poucos dias atrás eu upei dois lvls e consequentemente os ranks dos meus atributos. Quanto a habilidade nova ainda falta aprovação da Sah. Obrigado c:

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Mensagem por NR Fury Dom Jun 14, 2015 2:17 pm

Então, pessoal, estou postando apenas para o Bird  desta vez. Já conversei com o narrador responsável pela aventura de vocês e, em breve, estarei postando também a parte dele junto, para ficar mais organizado. Então prestem atenção.


E então a Escuridão veio visitar Sean. Mas eles já não eram velhos companheiros?

Quando ela caiu sobre o quarto como uma mortalha densa, também veio o silêncio. Com o segundo, os sons da floresta se tornaram mais perceptíveis. Era aterrorizador. Gritos e gemidos, ruídos de dentes rangendo. Às vezes, era como se eles estivessem bem ali, do ladinho do menino, como aparições pálidas e monstruosas que queriam mostrar suas feridas. Era a sinfonia da Tortura: apavorante e hedionda. Mas nada que Sean já não estivesse acostumado. Tantos anos vivendo naquele lugar, talvez nem reparasse mais naquilo. Talvez já tivesse um filtro. Entretanto, era assustador pensar em que tipo de pessoa ele se tornaria tendo crescido ali. Que tipo de impressões os horrores indescritíveis daquele lugar haviam deixado em seu psiquismo?

Será que o garoto conseguiria dormir? Annabell já não estava mais ali com ele. Apesar disso, se sentia seguro. Era muito melhor do que dormir num buraco qualquer. Era quente e seco e as paredes impediriam qualquer aberração de se aproximar.  

Eventualmente, Sean percebia um assobio ritmado, como uma canção de ninar. Será que era Annabell? Mas então o silêncio voltava a imperar. Ele tinha a impressão de que estava completamente sozinho naquela casa. O que será que faria a seguir? A porta do quarto gemeu e recuou alguns centímetros, como se alguém espreitasse por de trás dela. Será que o garoto se atreveria a olhar?

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Mensagem por Hummingbird Dom Jun 14, 2015 2:42 pm

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...

O silêncio.

Este era o único presente que tive nos anos mais escuros da minha vida. Não digo solítários, afinal, ele sempre esteve lá. Inclusive nos meus sonhos, como nesse momento. Não sei exatamente o motivo. Já disse que minhas memórias são alvo dele constantemente? O pouco que lembro é o pouco que considero como meu. Infelizmente, meus sonhos não estavam inclusos. Era estranho, não consigo explicar.

— Aaahhh! - Um suspiro profundo saiu da minha boca.

Isso acontece sempre que eu durmo um pouco. É como se ao abrir os olhos, eu saísse da água antes de me afogar. Respirando outra vez, ofegante e assustado, eu levantei. Os barulhos lá fora não me incomodavam, nem mesmo a escuridão, ou a solidão que fosse...

— Que? - Passei a ouvir um murmurinho, quase como uma canção ao que parecia. Esfreguei meus olhos com certa manha de criança, queria acreditar que estava mesmo acordado. Empurrei levemente uma coberta que havia na cama - para o lado - e tomei liberdade de sentar-me na beirada do colchão. Quando pensava em levantar, tive a estranha sensação de que alguém estava atrás da porta. Parei imediatamente, olhando pra porta.

Foi tão estranho...

Meu corpo foi preenchido por uma sensação muito forte, revoltante, como um animal preso. Eu sentia que ia explodir se não fizesse alguma coisa, ou melhor, se não fosse até a porta. Saltei da cama com agilidade e em passos rápidos - o mais rápido que eu posso alcançar - fui até a porta.

E o silêncio mais uma vez voltou a reinar no quarto.

Era eu, e ao mesmo tempo, não era. Não sei explicar, aquilo parecia um tipo de instinto, eu sabia o que estava fazendo, mas não concordava. E fiquei ali, atrás da porta, aguardando na escuridão. Perdi a noção do quanto tempo permaneci ali, concentrando-me no que havia do outro lado. Eu não sei o que era, mas eu queria ver, eu estava faminto por isso. Ou estaria faminto para...matar? Por que essas palavras me vieram na cabeça? Eu não sei, parecia tão normal. Tem razão, isso era normal.

— Sim sim, é isso... - Murmurei, tomado por multissons na minha voz. — Me diga...você, você...hehehe, quer brincar?- Completei.

E por fim, quando me dei conta, com meu braço direito eu teria puxado levemente a porta enquanto no rosto, somente um sorriso largo e macábro receberia quem quer que estivesse do outro lado. Se é que tinha mesmo alguém...




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Mensagem por NR Fury Dom Jun 14, 2015 3:02 pm

O silêncio e a escuridão. Sean e a porta. Haveria alguém do outro lado? Haveria uma pessoa? Ou seria outra coisa? Uma coisa muito pior, um pesadelo que teria escapado das profundezas da mente do menino e se esgueirado para aquele mundo, prestes a atacar. Era o jogo do gato e o rato. Quem era o gato e quem era o rato? Num jogo de dois predadores, era melhor se tomar cuidado.

Sean permaneceu ali, como se encarasse seu destino nos olhos tentando desvendá-lo. Do outro lado, uma verdade. Qual seria? Em seus lapsos, ele já não sabia quem apresentava risco para quem ou sequer se estava acordado. O limite entre a sanidade e a loucura quase desvanecia.

Então ele empurrou a porta bem devagar. Os olhos deveriam brilhar na escuridão, como os do caçador. Do outro lado, apenas o vazio. A casa estava fria e abandonada. Isso fez o garoto pensar: quem ele mirava? Não seria apenas um reflexo no espelho?

No escuro, já que a lareira estava apagada, ele percebeu algo que não tinha visto antes. Era uma espécie de alçapão: uma passagem que se abria no assoalho da casa que antes estava oculta por um móvel qualquer. Um convite para a escuridão. O que será que havia lá embaixo?

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Mensagem por Hummingbird Dom Jun 14, 2015 3:12 pm

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Deparei-me com o nada. Pisquei por algumas vezes. Enfim, um pouco de alívio para minha cabeça.

— Arr..nhg - Atordoado, deixei escapar aquele murmúrio, acompanhado de uma tontura.

Por sorte consegui me apoiar na borda direita da porta. E no toque frio do material amadeirado, senti minha consciência voltar aos poucos. Ou não? Aquilo era pra ser normal. E era...eu acho. Isso não importa. Quando abri meus olhos, o que mais me chamou atenção foi uma estranha iluminação(?) por uma fresta no chão. Não tinha um móvel ali anteriormente?

Andando até o lugar, constatei que se tratava de um alçapão. Que intrigante. Imediatamente fui tomado por excitação e alegria. Aquele sorriso voltou no meu rosto...

— Esconde-esconde então? - Proferi, inocente.

Ou talvez nem tanto.

O fato é que se me fosse permitido, faria algum esforço pra abrir aquela portinhola e se possível, entrar no que havia do outro lado. Estranho, não vi a Tia Anna desde então. Estaria ela querendo brincar também?




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Mensagem por NR Fury Dom Jun 14, 2015 3:54 pm

Um convite para escuridão. Irresistível para Sean. Seria coragem ou inocência?

O garoto seguiu até o alçapão. Curioso saber que a mesma palavra também servia para designar uma armadilha. Então, ele era o gato ou o rato?

Olhando para o nível inferior, o porão, Sean não via nada além de uma escuridão. Havia uma escada de madeira cujos degraus estavam velhos e carcomidos. Será que era seguro pisar ali? Teias de aranha adornavam a passagem, demonstrando que não era um lugar muito bem cuidado. Não era exatamente onde se receberia as visitas. Mesmo assim, o garoto insistia em investigá-lo. E ele deu um passo no degrau que rangeu como se gemesse de dor.

"Tem alguém aí?" — Talvez ele devesse ter perguntado, mas antes que pudesse pensar em algo mais, sentiu um par de mãos em suas costas e foi empurrado escada abaixo.

[Annabell] — Sean, você foi um garoto muito mal! Vai ficar de castigo!

Gritou lá de cima, enquanto fechava o alçapão e encerrava o garoto na escuridão e no desconhecido. A seguir, os passos pesados da mulher soaram como se ela estivesse de saída.  

Sozinho e no escuro. O que será que havia lá embaixo? Sean se levantava, passando as mãos nos seus ferimentos. Por sorte, arranhões e batidas que lhe renderiam hematomas, mas nada de muito grave. Ele não podia ver quase nada, apenas algumas faixas de luz finas que penetravam pelas frestas da madeira.  

"Tic... tic.. Tic..."

Um objeto picava no chão vindo na direção do garoto. Era... um osso. Um pequeno osso. A pálida e inexpressiva forma que a Morte lhe dava as boas vindas.

[???] — Não se preocupe... você não vai morrer aqui... — Pronunciou uma voz feminina e infantil, muito tímida, vinda da escuridão.
Quando seus olhos se acostumaram, nos próximo meio segundo, ele pôde perceber a presença de uma garotinha, também uma criança, sentada ao chão e abraçada nos próprios joelhos. Ela tinha uma aparência bem frágil.

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Dom Jun 14, 2015 4:14 pm

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Puxa, aquilo estava tão divertido que me fez esquecer o medo ou coisa do tipo. Se bem que eu passei por tantas situações piores que era difícil sentir medo atualmente. Já nem lembro a última vez que o senti. E a cada degrau uma nova dose de adrenalina. Aquele era o lugar perfeito pra alguém se esconder..

— Eu já sei ond- Preparava-me para anunciar minha presença quando assim, num súbito, aquelas mãos me envolveram os ombros e fizeram pressão suficiente pra que eu tropeçasse. Na queda, palavra alguma adiantaria.— Aaaaah!- Gritei.

E rolei escada a baixo.

...

Recuperado do tombo, flexionei meus joelhos ainda doloridos pra que eu pudesse levantar. Limpei as roupas, procurei no meu corpo se haviam outros ferimentos, tudo como de praxe. Foi então que aquele som, incômodo por sinal, me surpreendeu. Quase parecia o tic-tac de um relógio, mas era diferente e um pouco mais forte e menos ritmado.

— Te achei!- Aleguei, quase como numa conquista.

Está certo que encontrar uma garota tão frágil dentro desse alçapão não era a melhor das conquistas, mas, diante do que aconteceu, já era alguma coisa. Sendo assim, se me fosse permitido, tomaria proximidade da tal garota, apoiando meus braços em seus ombros. Meus olhos, amarelados quase em tom fosforecente naquela escuridão, encaravam-na diretamente.

— Agora que eu te encontrei, você tem que me ajudar!- Em seguida, com uma das mãos eu abaixaria o meu capuz, revelando meu cabelo bagunçado e minha feição também juvenil como a da garota. E apesar de tudo, eu não estava chateado ou assustado. Pra mim, isso tudo não passava de uma brincadeira.

— Estou quase certo de que foi a Tia Anna que me empurrou pra cá, então porque eu morreria? Ela só está querendo brincar, hahahaha! - Gargalhei, talvez roubando certa surpresa na expressão da garota, tendo em vista a situação inesperada. E depois de tomar um ar, completei: — Ela pode correr mas não pode se esconder...- Desta vez, minha voz adquiriu tons variados. Um pouco sádicos até. Que seja.

Em seguida, tentaria observar mais alguma coisa no local que me desse alguma ideia de como sair dali. Claro que a escuridão era um grande obstáculo, sem contar que eu não fazia ideia se tinha mais alguém ali além daquela criança. E no meio disso tudo, resolvi me apresentar.

— A propósito, eu me chamo Sean. E você? - Indaguei, cheio de inocência.

Spoiler:


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Mensagem por NR Fury Seg Jun 22, 2015 11:47 am

A garotinha permanecia sem dizer uma palavra. Seus olhos tímidos acompanhavam os de Sean e seus cabelos cor-de-rosa quase ocultavam por completo sua face. Ela parecia uma criança muito frágil abraçada nas suas pernas, mas também no que agora se revelava um bichinho de pelúcia.  Poderia se dizer que a idade dela era aproximada da de Sean.

Garotinha.

Então ela ergueu suavemente sua cabeça. Sua voz parecia que não ia sair, mas, por fim, saiu.

[Angelique] — M... meu nome é Angelique. — Ela vira o rosto para o outro lado, como se não desejasse encarar Sean. O que será que havia de errado com aquela menina?

Conforme os olhos do garoto foram se acostumando com a escuridão, sua amiga, sua visão foi revelando um amplo espaço que deveria ocupar toda a parte de baixo da casa. Não havia nada de interessante ali a não ser... ossos. Muitos ossos. Pilhas de ossos. Branquinhos, encardidos, inteiros e quebrados. Não dava para saber se eram humanos, mas ele sabia que eram. Sentia isso na própria pele. Mas não eram ossadas completas. Não havia um crânio sequer, por exemplo. Ou pelo menos não que ele pudesse ver.

Então, como sair dali?

[Angelique] — Você é estanho... — Sem encará-lo.

E quanto a Annabell? Não dava para ouvir ruído nenhum na casa acima. Será que ela ainda estava ali?

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Seg Jun 22, 2015 2:27 pm

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E aos poucos, comecei a enxergar melhor na escuridão. Aqueles cabelos rosados, aqueles olhos...eram de uma criança, assim como eu. Ainda assim, a julgar pelo que eu podia sentir, ela não tinha nada de anormal. Acredito que ele teria se manifestado se sentisse algo também...

— Bonito nome, moça!- E sorri, largamente.

Então, iniciei uma caminhada vagarosa dentro daquele lugar escuro. Ora ou outra pegava alguns ossos, destes que estavam no chão, tentando analisá-los de perto. Eu ainda podia sentir, nas entranhas daqueles pedaços, vestígios de energia vital. Eu sei porque ao longo do tempo eu aprendi a manipulá-la, então mesmo que eu não fosse lá muito inteligente, ao menos tinha o instinto. E, ainda com um desses ossos na mão, apontei para a garotinha enquanto o chacoalhava;

— Estranho? Falou a garota que brinca com ossos num porão, tsc.- Debochei, ainda com aquele insistente sorriso em face.

Brincadeiras a parte, eu estava mesmo focado em descobrir uma saída. Talvez Angelique pudesse me ajudar. Aliás, a julgar pelo silêncio acima da casa, talvez essa fosse a hora perfeita pra bolar uma fuga! A brincadeira não pode acabar assim...

— Então...Angelique? O que você quis dizer com aquilo? Que não vou acabar como esses ossos?- Indaguei, caminhando em sua direção.

Se possível sentaria ao seu lado, ainda segurado aquele osso que encontrei. Como uma criança que era, precisava disso pra me distrair, era como um brinquedo pra mim. Igual ao da garota, que por sinal, não consegui identificar muito bem. Ainda assim, foi bom ter encontrado alguém pra brincar comigo... resta saber até onde ela é capaz de ir por diversão.


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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Seg Jun 22, 2015 9:30 pm

fênix • phoenix • Fenikkusu


Floresta da Tortura. Um lugar amaldiçoado. Para olhos desatentos, ao longe, com a luz do sol poente em suas costas minguando rapidamente, aquela não pareceria uma floresta tão diferente das demais. Terra abaixo dos pés e árvores para onde quer que olhe, afinal, o que as pessoas viam de tão especial ali? Aos olhos de um observador tarimbado, porém, a impressão era totalmente diferente. Mesmo a uma distância considerável, era possível notar o estranho modo como os galhos das árvores se retorciam para direções estranhas e antinaturais. Assim como a maneira que a seiva havia sido esculpida no tronco, para se assemelhar a rostos com expressões sofrivelmente tristes.

E isso não era tudo. Conforme se aproximavam mais, os viajantes podiam ter os primeiros vislumbres da verdade. A uma distância de perder de vista, a floresta era pontilhada por corpos enforcados. Alguns, após tantos anos, haviam restado apenas os ossos. Outros eram agora apenas corpos decapitados no solo da floresta. E a terra não era de uma cor escura feito café, ou sequer marrom, cor de chocolate. O solo amaldiçoado era vermelho e úmido. E ele se estendia muito além da margem das árvores, feito uma linha invisível que delimitava uma espécie de distância segura. E por mais que a mente não quisesse acreditar, o cheiro acre de ferro no ar tornava claro o significado da coloração avermelhada.

Aquele, antes de qualquer outro, era um lugar para demônios.

Mas essas impressões eram apenas parte da história. Uma pequena parcela da verdade. Havia um limite até onde os sentidos e instintos de uma pessoa comum podiam enxergar. Para essas pessoas, aquela era uma floresta em que teriam que tomar cuidado triplicado, se realmente quisessem sair dali vivos. Pensariam, provavelmente, que apenas tomar o cuidado adequado já seria o suficiente.

Um grave engano.

Ree era a primeira a notar. E poucos instantes mais tarde, Hoshitteru também sentia seus sentidos mágicos se aguçarem. Mesmo a uma distância de quase quinze metros da margem escura de terra avermelhada, e a quase tinta metros da margem das árvores. Um sentimento de opressão. Aquela floresta emanava uma aura maligna quase sufocante, que era carregada de sentimentos obscuros e tenebrosos. Raiva. Medo. Vingança. Ódio. Amargura... Eram como mãos intangíveis e invisíveis, tentando alcançá-los, puxá-los para o interior da floresta. Eles queriam companhia. Não queriam ficar sozinhos.

Os cavalos começaram a se agitar, revirando os olhos e tentando escapar de seus cavaleiros para qualquer lugar longe daquela floresta. A pequena fênix moribunda não se alterou, como se a influência da floresta em nada lhe afetasse.

E então ele apareceu. Saído da floresta.

Um esqueleto vivo? Não. Era apenas um maluco com o corpo tatuado.

Floresta da Tortura OGi2PTQ
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Afinal, esqueletos não fumam. Certo?

Clock Bunny se colocou no caminho do homem. Provavelmente a fim de enfrentá-lo, mas não atacou, obviamente aguardando um comando de Ree. O homem parou a uma distância segura e tratou de se apresentar, antes que fosse tarde.

— Olá, vocês. – Disse dando um sorriso sem humor e um aceno simples. — Os dois devem ser os alunos da academia de magia. Ou um par de ladrões que terei que matar, já que estão com a gaiola da fênix. – Encarou os dois, então sorriu, como se estivesse apenas brincando, e já soubesse exatamente quem eles eram.

Então olhou para o pequeno coelho de pelúcia em seu caminho.

— E esse aqui é de qual dos dois? É uma magia muito interessante, principalmente por sua simplicidade. – Comentou sem esperar por uma resposta, se curvando ligeiramente para admirar o animalzinho estranho. Mas apenas por um segundo, antes de voltar sua atenção para os dois. — Ree e Hoshitteru. Prazer em conhecê-los. Recebi a mensagem do Cobernick e serei o guia de vocês. Meu nome é Faeriniel. Mas sintam-se livres para me chamarem apenas de Fae. Às suas ordens. – E ensaiou uma pequena reverência zombeteira, enquanto retirava um chapéu imaginário.

Deu uma longa tragada em seu cigarro e soltou a fumaça lentamente.

Então retirou um tipo de pequeno bastão do bolso e jogou para Hoshi. Se o garoto a pegasse, veria que era apenas uma caneta tinteiro. — Escrevam seus nomes na palma de uma de suas mãos, e o nome do outro na outra. Cobernick ensinou como usar canetas mágicas? Ela só funciona se você concentrar um pouco de magia. Leva mais tempo para sumir. – Outro trago no cigarro. — Essa floresta é um lugar especial. Aqui a energia mágica é absurda. Suas magias se tornarão mais fortes, mas tomem cuidado para não as deixar sair do controle.

Outro trago profundo, mais fumaça.

— Alguma pergunta? – Indagou sem grande entusiasmo.

○ ○ ○


OFF: Enfim, férias! 100xp para Ree e Hoshi, pelo atraso. Peço desculpas e prometo não deixar que se torne um hábito.

Se ambos estiverem de acordo, o prazo é o seguinte: Quem não postar em até 7 dias após o último player, será pulado. Isso não significa que seu char vai morrer, só que ele não fará nada. O que ainda pode ser perigoso, de acordo a situação.

Se ambos postarem antes, eu posto antes. o/
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Angelique torceu o rosto. Ela parecia irritada.

[Angelique] — Hunf! Eu não estou aqui porque eu quero! Aquela mulher maluca me prendeu aqui também! — Depois disso ela virou o rosto para o outro lado mais ainda.

Ela estava chateada, mas Sean não queria desistir. Ele estava curioso demais para isso. Será que havia alguma coisa por trás daquela palavra? Será que aquela menininha estranha sabia de algo que ele não sabia?

Depois que ele fez a pergunta, passaram-se alguns segundos. Na verdade, foi quase um minuto inteiro. Por fim, ela voltou a olhar para o garoto que agora sentava ao seu lado. Os olhos da menina miraram bem nos de Sean. Eles cresceram em profundidade e se tornaram quase hipnóticos. De repente, era como se fossem engoli-lo, absorvê-lo para dentro de um vazio profundo numa sensação que o menino não sabia explicar. Aquilo não era magia. Era pressentimento.


[Angelique] — Você... alguma vez já viu a morte? — Ela olha para o lado, recolhe um osso qualquer e o lança à distância, assim como fez quando o garoto chegou. Então continua a falar: — Não como um osso desses. Alguma vez você já olhou nos olhos da Morte, já segurou em sua mão gelada?

A fala de Angelique era suave e pausada. Era tranquila, quase monótona, como um dia nublado, mas que não chovia. Mas era também sinistra. Tinha uma firmeza que fazia com que ela parecesse entender do que estava falando.

Que tipo de brincadeira era aquela?



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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Seg Jun 22, 2015 10:33 pm

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Estranho?

Quando tentei conversar, ela virou a cara. Mesmo assim não desisti. Insisti e consegui alguma coisa, ainda que não fosse o esperado. Ela falou umas coisas sobre a morte, sobre ter sido presa ali...acabou que senti um clima pesado ali. Era uma sensação estranha, nem eu sabia explicar direito.

— Que bobagem, hahahaha!- Entonei uma gargalhada, interrompendo-a logo em seguida, com aquele meu jeito invasivo; — Na verdade, eu já a conheci sim sabia? Inclusive, nós até fizemos um trato! Sim sim, um trato muito justo e divertido, você quer saber qual?- Em seguida, mesmo que não houvesse resposta da garota, ou até que ela dissesse não, eu voltaria a lhe falar com todo entusiasmo de sempre. Tinha muito pra dizer só com aquelas poucas palavras. — Quando eu era menor, eu conheci uma criatura. Da noite pro dia, ela passou a viver dentro de mim. E ele me apresentou a morte, disse que era a dona de tudo e todos, até mesmo do tempo, não é incrível?- Indaguei, tentando chamar atenção da garota. Depois de uma forte tomada de ar, retomava a palavra.— Foi então que fizemos um trato. Ele me disse que a morte nos acompanhava a vida toda, como uma sombra. Então eu disse que não a deixaria me pegar, e foi aí que a brincadeira começou, hahahaha!- Completei.

É claro que toda a explicação veio recheada de entusiasmo e inocência, mesmo que, na sua íntima realidade, era algo muito duro de acreditar. Em suma; tentei explicar pra garota que eu era um possuído, mesmo que nem eu tivesse tanta certeza disso. Era só o que eu imaginava ser, era como se isso viesse na minha mente mesmo sem eu saber.

— Mas se você quer saber, eu não tenho medo  sabe? E ninguém deveria ter, ou pelo menos, era isso que meu pai me dizia...- Agora um pouco desajeitado, mais uma vez falava de meu pai. A maior parte do que eu conhecia vinha dele, então, era meio que previsível tocar no assunto.

Enfim, conversa vai e conversa vem, ainda não consegui ter ideia de como sair dali. Mesmo que olhasse os ossos ao redor, ou que repasse nas frestas que tão pouco iluminavam aquele porão... até que finalmente, um sinal.

— Ande logo com isso, pequeno corvo. A vontade de devorar a energia dessa garota já me toma o controle. Tens mesmo que pedir ajuda a ela?- Indagou ele.

— Não começa! Ela é a única que pode me dizer mais sobre a tia Anna! Como você quer que eu termine a brincadeira sem ela?- Retrucava, tudo mentalmente.

— E o que te faz pensar que ela vai te ajudar? Quem garante que ela não quer te usar? Não seja tolo!- Exaltou-se.

Aquilo me rendeu uma forte dor de cabeça, mas, aos poucos, foi passando. Ao menos ele ficou em silêncio logo em seguida. O frenesi estava adormecido em minha mente, mas, por algum motivo, eu sabia que ele voltaria o mais breve possível. E desta vez, vai voltar pra atacar. Isso me deixou um pouco aflito, sabendo disso, eu precisava agir logo. Nem sempre consigo controlar a vontade dele...

— Aliás, Angelique...como foi que você chegou aqui e conheceu a tia Anna? - Tentei ser um pouco objetivo, apesar da timidez tão nítida.


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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Ree Ter Jun 23, 2015 9:01 am

Ree não se impressionava com a floresta. Acostumada com o local, já havia perambulado por ali antes. Era quase como estar em casa. Caso a sua casa fosse residencia de criaturas malignas e sedentas por sangue e coisas muito piores a espreita. Yup, home sweet home.

Se sentia irritada com o desespero de seu cavalo, e sabia que logo mais não poderia segura-lo. Porém, antes de saltar dele uma figura nova surgia, saindo da escuridão da floresta. Ree não parecia muito chocada com a aparência esquelética. Estava mais interessada naquilo que as pessoas comuns não podiam enxergar. Seus olhos se tornaram pratas por alguns segundos, enquanto ela encarava fixamente a figura. Analisava sua alma, medindo seu poder e qualquer peculiaridade que pudesse sentir vindo dela. Quando satisfeita com as informações que conseguisse, seus olhos se tornaram carmim novamente.

Com um tom de tédio, ela se virou para Hoshi

- Viu, o que foi que eu disse? Bizarrices. Toda santa vez... - E então ela saltou do cavalo, deixando que ele tomasse seu rumo.

Clock Bunny se mantinha em posição de ataque, pronto para saltar e morder a qualquer sinal de Ree. Porém, para sua frustração, nenhuma ordem. Então em vez disso ele apenas rosnava, encarando fixamente o homem. Estava quase saltando para morde-lo quando ele se afastou, e por sorte, ou quem sabe não, escapando de uma mordida no nariz. Sem um sinal de alerta de sua mestra, o coelho começou a farejar em volta de Fae, cutucando as pernas de vez em quando, e falando de sua maneira maniaca com si mesmo, tentando desvendar a figura.

- É meu - Disse Ree, se manisfestando enfim - E não me responsabilizo caso ele te morda, ok? - Disse dando nos ombros e soltando um meio sorriso sarcástico. Se aproximou alguns passos apos a sua apresentação. Não sentindo nenhuma intenção de ataque imediato, ela podia supor que estava segura, por enquanto. Sua sobrancelha se arqueou com as explicações de Fae, estranhando aquela magia. Não podia negar que agora havia ficado curiosa.

Quando Hoshi entregasse a caneta para ela, ela a inspecionaria por um segundo, disfarçando a curiosidade com sua cara séria de sempre.

- E desde quando nomes podem aumentar a magia de alguém? - Ela questionaria, antes de escrever. Ela também teria que corrigir a escrita na mão de Hoshi, pois Ree não era seu verdadeiro nome. Porém não o faria até receber uma explicação clara.

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Mensagem por Hoshitteru Qua Jun 24, 2015 7:17 pm

Mesmo com os instintos felinos à tona, decidi dedicar alguns segundos ao cenário diversificado à minha volta. Todas as árvores tinham um aspecto diferenciado, desde seus galhos distribuídos de diversas formas até as possíveis expressões esculpidas em seus troncos. Aquela com certeza não era uma floresta comum, muito menos uma floresta que pudesse ser denominada pacífica. Percebia isto cada vez mais facilmente à medida que cavalgávamos para dentro dela. O aspecto obscuro não estava apenas em sua aparência, como também no seu ambiente. Podia-se dizer que a floresta emanava sentimentos tétricos, que cada vez mais me traziam certa preocupação.

A partir de certo ponto, pudemos ver ao longe alguns corpos pendurados de maneira martirizada sobre as árvores. O que me fez abraçar a gaiola com um pouco mais de força. Afinal, ver todos aqueles corpos enforcados em meio ao caminho chegava à trazer certa aflição, porém, aparentemente apenas para mim. Ree seguia o caminho normalmente e poderia-se dizer que até mesmo com alguma tranquilidade. Me perguntava o que ela poderia ter passado até então, quando de repente os cavalos pareceram se agitar. Diferentemente da ave, que continuava  quieta na gaiola. Instantaneamente, saltei para o chão, crendo que se o cavalo acabasse me derrubando a gaiola poderia acabar com algum dano.

Uma vez que estivesse com os pés firmes no chão, voltaria minha atenção ao cavalo para tentar acalmá-lo. Isto é, se este já não estivesse correndo para bem longe. Caso estivesse, talvez fosse melhor deixa-lo partir. Consequentemente, podendo dedicar minha atenção ao homem que se aproximava cada vez mais. Não achei necessário alertar Ree, até mesmo porque ela pareceu percebê-lo antes. Tratava-se de um ser humano, com uma tatuagem que o fizesse parecer com um esqueleto. Assim que possível, Ree lançou um pequeno comentário sobre este.

Apesar de ter-me assustado com sua brincadeira inicial, preferi manter-me em silêncio, apenas miando com uma sonoridade interrogativa antes que aquele demonstrasse que se tratava apenas de uma brincadeira, então decidira sorrir também. Sua aparência era diferente, mas não me era algo estranho e sim algo extraordinário, nunca havia visto alguém com tatuagens como as que ele usava. Me perguntava se aquilo se tratava de algo em especial ou se era apenas por preferencia de estilo dele. De qualquer forma, retribui sua reverência entusiasmado, ainda que ela parece-se jocosa.

Precisei me esforçar um pouco para conseguir pegar a caneta, já que ainda estava com a gaiola em mãos, mas não fora impossível. Logo escrevendo os nomes segundo as explicações diretas do senhor. Apesar de não ter entendido exatamente para o que aquilo serviria,  decidi confiar. Além de não ser uma pessoa que não desconfiava facilmente, aquele senhor era uma pessoa enviada por Cobernick e possivelmente deveria ser uma pessoa de confiança, ou digna desta. Quando terminasse, me aproximaria de Ree a cutucando pelo ombro e a entregando a caneta logo em seguida. Permaneci próximo à ela enquanto aguardava a resposta para pergunta que ela havia feito.
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Off:
Prontinho. Muohoho, agora que as provas terminaram to tendo meu tempo de volta, mas confesso que hoje tava com um pouco de dificuldade pra escrever (De novo Xd), entom se estiver muito ruim peço desculpas. Bom, só de aviso mesmo (De novo Xd), apesar de já fazer um tempinho, a Sah foi bem rapidinha (Sah the flash q) e já avaliou a habilidade de invocação, entom se precisar já posso usar. : 3

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Mensagem por NR Fury Qui Jul 02, 2015 5:32 pm

Queridos Hoshi e Ree: o narrador de vocês não me enviou mais nada. Cobrem ele.
Não vou atrasar mais ainda para o Bird.




Angelique prestou atenção em cada palavra que Sean pronunciava. Ela contraiu sutilmente as pálpebras que envolviam seus olhos cor-de-rosa, como safiras raras, quando percebeu que o menino falava com o espírito, mas não teve medo. Então o olhar dela ficou baixo. Um sorriso singelo transpareceu em sua face e era possível sentir certa alegria contida nele, mas também o peso quase insuportável da nostalgia.

[Angelique] — Um amigo me disse uma vez que certas pessoas nascem amaldiçoadas... cabe a nós mudar o mundo ou nos afogarmos nele...

Por ora, talvez Sean não pudesse compreender o real significado daquelas palavras. Mas havia algo muito profundo nelas, como uma joia guardada nas entranhas de uma ostra esperando por uma navalha afiada para extraí-la.  

[Angelique] — Eu... estava a caminho de Hylidrus, numa caravana. Eu sei... não é muito comum uma caravana saindo dessa floresta, mas foi necessário. Fomos atacados por um caçador solitário. Você já viu um caçador solitário? — Com um falar pausado, ela olha para ele pensativa. Mas antes que Sean respondesse, ela continua. — Eles não acreditaram em mim... foi... foi minha culpa.  — Ela se recolhe abraçando suas pernas e escondendo a cabeça entre os braços. — Então eu corri... essa mulher prometeu me ajudar, mas ela me prendeu aqui com os outros. Já fazem alguns dias...

Outros? Então quer dizer que havia outros. Não era muito difícil deduzir o que havia acontecido com eles.  

Um barulho!

Alguém abria a porta abruptamente. Passos seguiram apressados para o interior da cabana. Angelique se encolheu um pouco mais. Com um dedo, ela fez sinal para que Sean ficasse em silêncio.

[Voz Masculina] — Onde está?!

[Voz Masculina] — Matem ela!

Batidas. Objetos caindo. O tilintar de espadas. Era uma batalha. Alguns gritos e passos e então novamente o silêncio. A voz de Annabell não foi ouvida. Será que ela havia escutado tudo o que as crianças falavam? Será que ela esteve mesmo ali?

Alguma coisa pingava... pingava... pingava...

Sangue!

Vermelho e viscoso, escorria por entre os vãos do assoalho de madeira. Alguém havia morrido ali. Talvez mais de uma pessoa.  

Angelique se levantou de súbito. Ela seguiu com passos tranquilos até a escada ensanguentada em total silêncio. Depois olhou para Sean.

[Angelique] — Está na hora...

A menininha empurrou a porta do alçapão e ela supreendentemente se abriu! Entretanto, ela não tinha força para erguê-la sozinha.

[Angelique] — Você não vai me ajudar?!

O que será que estava acontecendo ali?

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Mensagem por Hummingbird Sex Jul 03, 2015 10:20 am

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Aos poucos aquela situação foi ficando cada vez mais divertida. Segundo a menina, haviam outros! Admito que essa informação foi a que mais me chamou atenção frente a todas as outras. Até improvisei uma certa alegria ao ouvir o comentário, olhando para todos os lados com muita euforia, esperando encontrar os tais "outros". Ou pelo menos, até ouvir os barulhos lá em cima.

— AH! - Um único berro. Por sorte consegui abafar com minhas mãos, esperando que fosse o suficiente pra não ser notado lá de cima. Já pensou se me encontrassem aqui? Iam estragar tudo. E foi pensando nisso que a ideia da tia Anna der encontrada me veio na cabeça. Isso também ia dar fim na brincadeira!

No entanto, Angelique foi bem sucinta quando me disse pra fazer silêncio. Por sorte ela estava ali pra me ajudar. Consegui me conter, sentando ao seu lado e cobrindo minha cabeça com meu capuz outra vez.

E ali passaram minutos... Quer dizer, eu acho.

Os barulhos lá em cima não foram nada engraçados. Aliás, espera aí... O que era aquilo pingando? Assim que senti o cheiro, a voz dele ecoou na minha cabeça dizendo que era sangue. Aquilo me deu um pouco de tontura, quero dizer, sempre que sinto cheiro de sangue fresco, ele fica em estado de frenesi dentro de mim, isso me da uma tontura terrível!

Mas, desta vez, eu tive sorte. Pelo menos eu acho né?

A tontura não durou muito. E, quando me dei conta, Angelique se esgueirou na escuridão e já me aguardava na escadinha pra subir o alçapão. Pena que ela era muito fraquinha pra isso. Não consegui segurar o riso, mas, também não deixei de ajuda-la. Cambaleando na escuridão, tentava chegar onde a garota estava para então ajudá-la, forçando a tampa do alçapão com meus bracinhos.

 — Mudar o mundo é? Podemos começar pegando a tia Anna e ensinando que com a gente não se brinca assim! - E sorri. Bem, esperava que Angelique entendesse minha referência, e também, que minha força fosse suficiente para nos tirar dali.
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Mensagem por NR Fury Sex Jul 03, 2015 11:30 am

A porta do alçapão era pesada, feita de madeira maciça e espessa. O sangue pingava sobre a cabeça das duas crianças e seu aroma férreo impregnava suas narinas. Alguma coisa parecia fazer peso extra acima. Mesmo assim, unidos eles conseguiram levantá-la.

Sorte?

Teria o destino lançado um sorriso para aqueles dois?  

A porta se abriu e bateu abruptamente contra o chão fazendo um estrondo que ecoou dentro da cabana. A poeira se ergueu numa nuvem em formato circular e obrigou os dois a tossirem algumas vezes. Lá em cima, o cenário era muito diferente de antes: os móveis estavam quebrados, a lareira apagada e havia marcas profundas de batalha. E sangue. Muito sangue. Nas paredes e no chão, até no teto. Mas não havia corpo. O que havia acontecido ali, afinal?

[Angelique] —  Vamos! — Disse a garotinha segurando a mão de Sean e puxando para sair correndo.

O menino poderia estar curioso com tudo aquilo, mas sabia que não havia nada mais ali que o interessasse — ao menos por enquanto. Annabell havia sumido e quem sabe até morrido. O melhor a se fazer era sair daquele lugar antes que seja lá o que fosse voltasse.

[Angelique] — Rápido! — Apressou Sean.

Os dois pequenos seguiram correndo. Do lado de fora, rastros de sangue se espalhavam, mas logo sumiam. Não levou muito tempo para que eles chegassem ao caminho onde Sean encontrou Annabell pela primeira vez. Será que ela estaria lá de novo?!

[Angelique] — Uh...!

Angelique se chocou contra uma pessoa, mas não era Annabell: era um homem que vestia uma armadura de couro escuro e resistente e tinha em mãos uma espada curva e um escudo com espinhos.

[Homem de armadura] — Ei, pirralhos, o que vocês estão fazendo aqui?!

A menininha levou alguns segundos para recuprar o equilíbrio. Quando ela conseguiu, mirou bem nos olhos do homem e os dela própria se arregalaram em seguida como se ela visse a figura sinistra da Morte.

[Angelique] — C... CORRE! — Ela se virou em desespero para Sean e tentou fugir na direção oposta ao homem, puxando a mão do menino.

O que será que Angelique via que Sean não via?

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Mensagem por Hummingbird Sex Jul 03, 2015 12:20 pm

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E com um pouquinho de força, conseguimos empurrar a tal portinhola. Abriu-se com tudo! Cheguei a me gabar um pouco pela força que eu tinha, mas, nem tive tempo de aproveitar, Angelique estava apressada! Ela me puxava pelo braço com voracidade, parecia que se olhasse para traz veria o próprio demônio em vida. Se bem que, para mim, não parece tão assustador.

Tentei reparar em algo na casa que me chamasse atenção, mas mão havia nada senão sangue e aquele odor que me deixava tonto. Eu podia sentir, se ficasse ali mais tempo provavelmente seria dominado pela loucura. E, por mais que a vontade em achar a tia Anna fosse grande, a brincadeira teve de ser interrompida. Angelique conseguiu me guiar pra fora da casa e, por sorte, não achamos nenhum outro obstáculo no caminho.

Isso até a menina tombar na minha frente quase como se levasse um strike. Mal consegui segurar o riso;

— Quer mudar o mundo caindo desse jeito? Hahahahahaha! - Gargalhei, sem mínimo pudor ou preocupação. Era muito engraçado!

Contudo, antes que eu provocasse mais a garota, ela deu um berro e saiu correndo desesperada. De certo não foi medo do sangue. Um pouco sem entebder, demorei a notar aquele homem enorme na minha frente. O demonio em mim só faltou saltar pra fora da minha cabeça lra devora-lo. Eu podia sentir, estava fraquejando, tudo pela fome de devorar energia vital. Meus olhos então almejaram aquele homem de cima a baixo. Somente ao fita-lo nos olhos é que decidi lhe falar;

— Hmmm, eu não lembro de você. Veio me buscar? Estou perdido aqui há dias!- disse, sem menor tom de periculosidade. Concomitante a isso, ergui levemente a mão direita, como num gesto infantil e inofensivo, esperando que ele segurasse minha mao.
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Mensagem por NR Fury Ter Jul 07, 2015 9:17 am

Na vida tudo tem seu preço. A juventude tem seu preço. A idade e a sabedoria tem seu preço. Até a beleza tem seu preço. Muitas vezes, porém, a vida leva um certo tempo para fazer essa cobrança. E como em tudo, o tempo tende só a aumentar o peso desse custo.

A ingenuidade também tem seu preço.

Sean sentiu uma coisa difícil de explicar: sentiu como se a terra, seca e infértil, tentasse se levantar debaixo de seus pés. Um tremor mudo que se espalhou pelo seu corpo, o invadindo contra a sua vontade, viajando através de seus ossos e carne subjugando a sua vontade.

O homem, suposto caçador, também percebeu aquilo. Ele era muito mais velho e experiente que Sean, entretanto. Sabia o que significava. Sabia que aquele era o impacto de um caminhar, de um passo de uma coisa que poderia apenas ser descrita em seus piores pesadelos. O homem sabia o seu destino.  

[Homem de armadura] — Mas que MER....!!!

Ele não teve tempo de terminar. Os galhos das árvores retorcidas gemeram e se quebraram como se fossem palitos. Da passagem que se abriu, emergiu uma a uma garra negra e reluzente. Ela se moveu em direção ao homem e sua força foi tamanha que arrancou metade de seu corpo, o fatiando na altura da cintura. A parte de cima tinha olhos arregalados de terror e ele estendeu as mãos em desespero, tentando alcançar a do menino que sentiu apenas o vento e as gotas de sangue que em seguida o mancharam. A parte de baixo se manteve de pé por alguns segundos, jorrando sangue para cima, como um bizarro chafariz, exibindo um vestígio da coluna e a carne rasgada. Depois ele caiu e uma poça de sangue seguiu até os pés de Sean, exalando seu aroma quente e perfumado.

O silêncio e o som de alguma coisa batendo três vezes: "toc, toc, toc".

Foi só aí que aquilo apareceu: horrendo e hediondo, uma besta saída do coração podre e pervertido dos homens, nascida dos medos e temores e de sua maldade. Ele empurrou duas árvores inteiras para o lado como se fossem de papel, unicamente para fornecer passagem aos seus mais de quatro metros de altura por aproximados mesmos de largura. Deveria pesar mais que uma casa. Deveria ser maior que uma.

"Toc, toc, toc..." — ele bateu os dentes.

Sua face pálida como os ossos dos decaídos mirou Sean com olhos pequenos e negros como os de um rato. A pele úmida reluzia e as grandes pernas que o suspendiam no alto faziam o chão tremer de medo a cada passo.

"Toc, toc, toc..."

E os tentáculos terminados em garras se agitaram no ar.

Então, Sean, alguma vez você já viu a Morte, já olhou em seus olhos, já segurou em sua mão gelada?
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Mensagem por Hummingbird Qua Jul 08, 2015 10:23 am

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Por um breve momento eu me senti extasiado. Assim que estendi minha mão, esperando que o tal homem segurasse e me levasse embora dali, senti toda a esperança desaparecer mais uma vez, junto de uma sensação pesada e que me arrebatou o coração. — Nggh..!- Quase como se tivesse um nó nos pulmões, perdi o ar e cai de joelhos. O que diabos era aquilo? Dessa vez não tinha dedo dele, era uma sensação diferente, muito negativa. E eu não fui o único a sentir, o homem também ficou preocupado.

Mas quem ligava pra isso agora? Na minha cabeça as coisas começaram a ficar turvas. Eu já disse que permanecer naquele lugar estava me deixando cada vez mais fraco não disse? Mas a fraqueza que eu me refiro era outra. Eu não sei explicar, eu só sinto como se fosse perder o controle... como se não fosse eu. E era isso que apertava minha cabeça naquele momento. Ainda de joelhos, só conseguia ver o escuro da terra infértil. Ouvi alguns barulhos externos, tenho certeza de que eram galhos. Mas eles pareciam gemer, o que tava acontecendo? E de repente, um baque. Eu ouvia meu coração bater quase que num ritmo muito lento, porém profundo, ecoava por todo lugar...

Ecoava... tum tum...tum tum...

...

— O que tá acontecendo?- E de repente eu conseguia falar.

— Huhuhuhu...Rrrrrwwww-  Era a voz dele. Dessa vez misturada com alguns rosnados, e eu ouvia tão claramente, parecia estar bem diante de mim. Aliás, eu demorei a perceber que tudo isso estava na minha mente, parecia tão real?

— Nhhm...que dor de cabeça terrível é essa? Parece que vou explodir de dentro pra fora?- Era aquela sensação de novo.

— O que foi? Não consegue mais te segurar, pequeno corvo? Desse jeito eu vou ganhar muito fácil...- Estava uma voz tão clara, não era mais um sussurro, ele estava ali, eu sei que estava. Podia sentir, assim como eu sentia aquela coisa pesada e negativa "lá fora". Então é isso? Eu estou preso na minha mente?

— Eu não consigo entender. Eu nunca fiquei desse jeito, o que você tá fazendo comigo?- Ainda confuso, tentava reconhecer onde eu realmente estava.

— Não seja tolo, criança. Isso aqui faz parte de você, faz parte de mim... de nós...- E naquele momento eu posso jurar que o vi. Tinha certeza de que e era ele. Muito diferente de como ele era da primeira vez que o vi. Mas por algum motivo eu sabia que ele estava diferente assim porque se fortaleceu esse tempo todo. Ele fazia pouco uso do seu poder, se guardando, pra se recuperar dentro de mim. Essa sabedoria era dele então? Ou nossa...como ele dizia... — É chegada a hora, pequeno corvo. De mostrar meus verdadeiros poderes neste mundo medíocre. Você não vai me segurar aqui pra sempre.- Ele rosnou. Acreditam? Rosnou!

...

—Ah!- Um berro. E tudo clareou. Como se eu voltasse a respirar depois de morrer afogado, senti meu corpo mais uma vez, ainda pressionado por aquela coisa. Sim! Era uma coisa que apareceu ali. Junto dela tinha sangue, era daquele homem, tadinho. Foi decepado? Não sei, só vi suas pernas ainda de pé, esguichando sangue como um brinquedo esguicha água. Mas, naquela hora, uma mistura de sensações me invadia! Eu estava enlouquecendo. De alguma maneira eu soube que aquela "coisa" ia me atacar. No entanto, eu também sabia que ele queria sair. Eu estava tão fraco... tão cansado. Parece que a noite mal dormida na casa da tia Anna não me ajudou em nada. Meus olhos fraquejavam... eu queria dormir.

E aquele barulho? Tum tum... era meu coração? Tum tum... Estava tão fraco...

Tum.. tum..

Observações:
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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Ter Jul 21, 2015 11:53 am

O coração de Sean pulsou forte. Pulsou tão intenso que fez seu peito doer, que fez o garoto se curvar. Ele sentiu seu próprio corpo afundar, como se a terra o engolisse, como se uma flor-de-lótus negra o envolvesse em suas pétalas nefastas. Sean sentiu como se um imenso vazio o afastasse da realidade, do mundo do lado de fora. De uma neblina avermelhada como sangue, olhos em brasa o miravam e davam origem à voz do demônio.

O menino nunca o vira tão forte. Nunca o vira tão grande. Aquela voz nunca soou tão alto, como a fúria da tempestade. Então finalmente seus olhos clarearam. Como um tufão, toda aquela neblina foi afastada. Um brilho intenso, um calor infernal que ardia na pele: estava diante de Sean a verdadeira forma do seu demônio interno.

Ele urrou, conforme tomava a força do menino. Ele urrou alto, conforme vestia sua pele, como se fosse uma luva. Mas o menino era pequeno demais; sua forma era medíocre demais para um monstro tão hediondo. A besta espichou sua pele, separou os seus ossos, abriu sua carne e se contorceu até que tivesse, no mundo real, sua verdadeira forma!

Temam o horror dos demônios.

Os olhos apavorados de Angelique tremiam e tremeluziam com as lágrimas que vinham à tona. A menininha meiga não pôde fazer outra coisa senão correr e se esconder.

Mas o demônio... este não queria se esconder. Sentir o vento sem vida da floresta na pele, a terra seca e estéril em seus pés, sentir o hálito da própria vida transcorrer por seus pulmões era extasiante! Era suprema a sensação da liberdade. Era indescritível. Estar confinado tanto tempo naquele corpo, comprimido nos limites de sua pele, para depois transcendê-los era uma sensação enlouquecedora.  

Ele rangeu os dentes. A fera — a parte mais caótica e primitiva do demônio — estava a solta agora. Então ele saltou sobre o caçador solitário embriagado em sua onipotência.

Toc, toc, toc... — Fez o caçador enquanto rebateu o possuído com um tentáculo, como um chicote gigante e pesado o lançou a muitos metros de distância. O estalo de ossos e a sensação de ser carregado por um turbilhão foi a última lembrança de Sean e do demônio. Um único golpe... um único golpe!

[...]

A inocência é um pecado cujo preço é a própria vida.


Os olhos do menino se abriram pesados, como cortinas de chumbo. Ao seu lado, sobre uma pedra, Angelique embalava os pequenos pés para frente e para trás freneticamente.  

[Angelique] — Eu disse... você não vai morrer aqui. E nem nesse dia. — Diz ela, quando percebe o garoto acordando, num tom meigo, porém assustador.

Sean se precipitou tentando levantar. Quando fez isso, sentiu uma dor perfurante no seu peito e o gosto do sangue na boca.

[Angelique] — Você está muito ferido... precisamos de ajuda.

Na cabeça do menino, um profundo silêncio. O demônio havia recuado. Ele sabia que não era para sempre, que ele iria voltar, mas pelo menos por enquanto podia ser revigorante não ouvir sua voz... ou aterrorizador. E agora, o que o menino faria estando "sozinho"?
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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Qua Jul 22, 2015 9:00 pm

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Não lembro de nada, eu juro!

— Anh...o..que? - Lentamente abri os olhos e senti um forte incômodo em alguma região do corpo. E então, uma súbita pontada. Não lembro quando foi a última vez que senti aquilo...— NÃO FUI EU! - Gritei abruptamente.

Só nesse instante é que senti a gravidade do ferimento. Identifiquei minhas costelas quebradas. Eu acho né? De alguma forma eu sabia disso, mesmo que não entendesse muito bem como. Aos poucos fui retomando consciência; começou com a sensação do gosto de sangue na boca. Na sequência; identifiquei Angelique ao meu lado. Tive vontade de sorrir mas estava levemente incomodado com aquela situação então não o fiz. Tentava me mover e não conseguia. Tentava repousar, não tinha sucesso. O que diabos aconteceu afinal?

— Não salvamos o mundo...m-mas... - Uma breve parada para tossir mais sangue. — Nos salvamos. E-Eu acho. - Murmurei. Aquilo era o único esforço do qual eu era capaz sem sentir aquele terrível incômodo que eu não identificava muito bem. Em alguns pensamentos flutuantes me veio a ideia de "dor". Mas o que seria? Como definir algo que não tive nos meus antecedentes? Que seja. Tentei observar um pouco os arredores, queria saber se ainda estávamos naquela maldita floresta. E estávamos. Porcaria! Mordi o lábio inferior sentindo um filete de sangue escorrer. Admito, eu estava um pouco triste...

— A...A-ngelique -  Gaguejei, tentando tomar ar suficiente pra falar. Estava difícil com tanto sangue se perdendo. — M-eu pai...ele...ele dizia que eu só precisava ter fé. Então...v-voc * coff coff * você não conhece alguma catedral aqui por perto? - Indaguei, curioso. Longe da influência dele, eu tinha capacidade de lembrar algumas coisas da convivência com meu pai mais claramente. Nos momentos difíceis ele sempre falava da famosa Catedral onde ele cresceu... dizia que as luzes lá eram as mais belas. Eu sempre quis ver. Mas eu acredito que agora estejamos longe demais dela...eu nem sequer me lembro o nome daquela Catedral.

Meus olhos fraquejavam, assim como meu corpo. Eu sabia que não era capaz de me movimentar com tanta euforia ou entusiasmo como antes. Ainda assim tentaria, na medida do possível, me apoiar em Angelique para levantar. Algo me dizia firmemente que se eu ficasse ali, eu morreria. Mas... o que eu podia fazer? Não tinha mais ajuda. Nem mesmo Ifrit estava comigo agora. Era esse o nome dele, não? É só isso que lembro desde que desmaiei.

— Qualquer lugar religioso já serve... - Fiz um último esforço pra chamar atenção de Angelique. Queria muito ir até um. Algo me dizia que lá eu encontraria uma saída. Que talvez meu pai pudesse me ajudar... eu sei que...Arh! Que aperto é esse? Era tão...incômodo!

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por NR Fury Sex Ago 07, 2015 11:11 am

fênix • phoenix • Fenikkusu


Aos olhos de Ree o esqueleto era um homem comum. Não. Era ainda pior. Mesmo o mais fraco dos humanos possui a mais leve aura mágica ao seu redor, mas aquele homem... Era vazio. Oco. Na verdade, a ausência de magia era tão gritante, que fez a garota ter um pensamento engraçado. Afinal, era quase como se ele já estivesse realmente... Morto?

O homem esqueleto fez uma careta e bateu com a palma da mão contra a testa. Então abriu um sorriso, deu outro trago no cigarro e o jogou no chão, pisando sobre a bituca em seguida, enquanto dava um passo para mais perto, pegando a gaiola das mãos de Hoshitteru e colocando-a com cuidado no chão. Ele estendeu a mão para o rapaz, e sem palavras, pediu pela mão em que Hoshi havia escrito o próprio nome. Então posicionou a mão do jovem felino de frente para a sua, palma contra palma. Houve um brilho esverdeado e morno, então, quando eles separaram as mãos... Hoshitteru podia sentir a presença do guia. Mesmo se fechasse os olhos, ele tinha plena certeza de que seria capaz de encontrá-lo com a mesma facilidade que era capaz de indicar que o céu ficava para cima.

— A floresta é traiçoeira. Ela não apenas influência nossas mentes, corações e espíritos para o mal... Algumas partes, especialmente a parte que teremos que cruzar, é como um labirinto vivo, que muda constantemente. Se ficar para trás, ou se distrair. Você pode acabar perdido lá para sempre, de forma que mesmo após uma centena de anos ninguém encontrará nem mesmo os seus ossos... – O homem não sorriu. Mas aproveitou o momento para acender outro cigarro. Um trago longo, uma baforada para o céu.

— Irei nos conectar através dessa magia de localização. Mas ela irá perder o efeito se a tinta em suas mãos for apagada, então tomem cuidado. – Outro trago. Mais fumaça. — Contudo, não é apenas isso. Estar conectado ao Fae tem muitos benefícios... – E deu uma piscadela marota para os dois, enquanto posicionava gentilmente a mão de Hoshitteru, aquela com o nome dele escrito, sobre o peito do próprio rapaz, bem sobre o coração. — Agora, quero que você pronuncie seu nome.

Ao fazer isso, Hoshitteru poderia sentir sua memória se avivar ligeiramente. Flashes de momentos cruciais de sua vida. Bons e ruins. Momentos que eram únicos. Especiais. Situações que não apenas haviam marcado sua jornada até aquele instante de alguma forma, mas que definiam quem ele era. No entanto, durou apenas um instante e foi mais como um sussurro do que um grito... Rápido demais. Ainda assim, pode notar que seu coração batia em ritmo ligeiramente acelerado.

Após mais um trago, e mais fumaça. O homem caveira sorria. — Existem criaturas. Monstros nessa floresta. E muitos deles podem acabar tentando dominar seus corpos. Possuí-los. Outros apenas querem destruir seus espíritos... Para ambos os casos, ou qualquer outro, em que vocês sentirem estar perdendo o controle sobre si, ou esquecendo quem são, quero que façam exatamente o que o menino raposa acabou de fazer. – Nesse momento ele colocou a mão sobre o próprio coração. — Pressionem a mão sobre o coração e gritem seus nomes. Com o máximo de convicção que conseguirem reunir. Quantas vezes forem necessárias. Não importa se é em voz alta ou em sua mente, apenas façam.

Então apontou de um para o outro. — Se ver que o seu parceiro não consegue, use a outra tatuagem e faça por ele. – Após concluir sua explicação, ele se afastou um passo, erguendo os braços para o alto em um espreguiçar cheio de estalos. Deu outro trago no cigarro e expeliu ainda mais fumaça. — Agora, vamos terminar logo com isso. Gostaria de chegar ao destino antes que as criaturas da meia-noite despertem... – Comentou com ar de desinteresse.

O tempo passava, e, a cada minuto perdido, o sol se ocultava cada vez mais atrás do monte... E, assim, aos poucos, a luz dava lugar à escuridão.

○ ○ ○


OFF: Placa de vídeo parou de funcionar, teclado teve derrame e parte das teclas não funcionavam, problemas pessoas... Em suma, peço desculpas pelo enorme atraso.

Xp de atraso:

Hoshi +250xp
Ree +250xp

Total ganho por cada um até então:

Hoshi +350xp
Ree +350xp

Prazo de volta: Quem não postar em até 7 dias após o último player, será pulado. Isso não significa que seu char vai morrer, só que ele não fará nada. O que ainda pode ser perigoso, de acordo a situação.
Takaras • Floresta da Tortura



Um breve sorriso, quase insignificante, se desenhou na face da menininha. Os dois estavam a salvo. Talvez não por inteiro ou quem sabe não por muito tempo, mas o sopro da vida ainda percorria os seus peitos. Era bom estar vivo. Em seguida, o olhar de Angelique se tornou evasivo e melancólico.

[Angelique] — O Templo de Janiya... ouvi falar que fica a muitos dias daqui. Talvez... talvez eu conheça uma pessoa que pode te ajudar. Mas ela não gosta de visitas... — A menina de cabelos cor-de-rosa deixou escapar um suspiro profundo e angustiado.  — A gente não tem outra escolha...

A garotinha se aproxima de Sean. Ela oferece a própria mão em ajuda e mesmo sendo muito fraca, faz o possível para ajudar o menino a se levantar. Ela permite que ele se apoie em seu corpo e talvez aquela fosse a única forma do garoto conseguir caminhar.

[Angelique] — Temos que sair daqui... o caçador solitário... ele vai voltar. Ele nunca esquece de um rosto.

Se aquela coisa voltasse agora, não haveria chance de fugir ou lutar. Não naquele estado. Então não havia outra opção. A não ser que ele fosse louco.

Angelique apoiou Sean do jeito que pôde. Daquela forma, os dois cambalearam pela floresta a fora guiados pelos olhos de safiras preciosas da menina. Será que ela sabia aonde estavam indo? — se perguntava Sean. O  crepúsculo anunciava uma noite escura e sem lua, uma daquelas onde coisas estranhas e obscuras saiam à caça. O garoto sabia bem disso. Por sorte ou por destino ele havia conseguido evitar os horrores por todos estes anos, mas talvez isso tenha mudado.

[Angelique] — Am... eu acho que é por aqui... — Disse ela tomando uma direção em curva.  

Os galhos retorcidos e os corpos pendurados cujos olhos pareciam acompanhar as duas crianças pareciam estranhamente familiares por todo o lado, como se eles estivessem andando em círculos sem parar. Mas não que Sean pudesse prestar muita atenção nisso. Naquela altura, sua visão se tornava turva eventualmente, depois voltando ao normal. O próprio pulsar do seu coração parecia perder a força.

Algumas pedras de formas diferentes chamaram a atenção. Elas não pareciam naturais. Então a garotinha se aproximou de uma área aberta. Sean tinha certeza de que eles estavam nos limites da floresta. O clima ali — a energia, mais especificamente — era mais tranquilo que no seio da floresta. Mesmo assim, estava longe de ser reconfortante. O ar gelado era impregnado com o cheiro de morte. Um perfume de mofo e coisas velhas e estagnadas. Não havia dúvidas: eles pisavam agora num cemitério que aquele lugar maldito havia consumido.

[???] — Ora, mas o que você me trouxe? — Disse uma mulher de aspecto jovial vestida de uma bizarra armadura de ossos. De cabelo da cor do fogo, olhos vivazes e movimentos como os de uma serpente. Se olhasse para baixo, Sean perceberia que ela estava descalça, estranhamente confortável naquele lugar, como se pertencesse a ele. Ela estava sentada sobre um túmulo, mas logo se levantou para se aproximar das duas crianças.

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[Angelique] — Am...

[???] — Shhh! Deixe-me adivinhar... — Ela colocou o rosto bem perto ao do garoto inalando o ar fazendo um breve ruído. — Sangue fresco... você me trouxe sangue fresco! Quanta gentileza.

[Angelique] — Hmmm... na verdade... estava pensando se você poderia curá-lo...

[???] — CURAR?! — Disse em voz alta e em tom de grande surpresa. Ela parecia completamente inclinada a negar, mas, depois de pensar por um instante, parecia ter mudado de ideia. — Tudo bem. Posso tentar. Mas eu quero algo em troca. — O preço! Sempre o preço! — O seu corpo, garotinho.

O quê?! Do que aquela louca estava falando? Como ele poderia dar o próprio corpo como moeda para ser curado? Aquilo não fazia sentido nenhum.

[???] — Calma. Quando você morrer. Eu vou colocar uma marca e quando você morrer, o seu corpo será meu. Troca justa. E você leva Angelique em segurança até um outro lugar. Fechado? É pegar ou largar, ou morrer, se preferir.

A decisão nunca é difícil quando não se tem outra opção, não é? E sem o demônio para opinar, era Sean consigo mesmo. Mas ele sabia que cedo ou tarde aquela voz retornaria para sua cabeça. Era apenas uma questão de tempo, como se ele estivesse dormindo tranquilo. O garoto podia sentir o pulso da alma dele como um segundo coração.
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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Hummingbird Sáb Ago 08, 2015 5:30 pm

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Longe do que eu esperava, não havia nenhum templo religioso por perto. Eu queria rezar mesmo assim mas, eu não tinha forças. Até para levantar foi uma dificuldade e só. Nunca me senti tão fraco, zonzo, desanimado. No fundo no fundo, queria fazer esforço pra mover minhas pernas, pra sair correndo serelepe por aí...mas eu não conseguia.

Então acabei fraquejando, depois de muito pestanejar.

Minha consciência começou a desvanecer algumas vezes. Nos poucos momentos de lucidez eu conseguia ver, as vezes só conseguia ouvir. Outras vezes só sentia arrepios, ou mentalizava gritos e pedidos de socorro que provavelmente vinham de criaturas daquela floresta. Que seja, nenhuma delas era tão bizarra quanto aquela coisa que me atacou lá atrás. Aliás, nunca mais quero brincar com ele, olha só meu estado?

...

Acho que passaram-se alguns vários minutos desde que Angelique começou a me carregar. Tropeços e alguns cambaleios, até que finalmente, chegamos em algum lugar, perto de alguém que eu não sei quem é. Se eu estivesse em meu estado perfeito diria que é uma brincadeira e tanto heim? Parece uma caça ao tesouro, mas não é. Isso me entristeceu um pouco, perda do senso de humor, eu sei lá. Me sentia um pouco mau-humorado com aquele incômodo, não queria brincar nem rir. As vezes me vinha na cabeça que isso não era meu e sim dele. E que diferença faz? Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Aliás, quem é a moça? Isso, isso, tinha uma moça ali, e falando cada coisa bizarra. Ela queria meu corpo, é isso? Mas eu sou minúsculo, não faz sentido algum.

Claro que faz! Ela não é diferente, só quer me usar. Já não basta dividir com um, agora com mais uma? Eu não tenho escolha mesmo...

Não importa! Preciso me virar, fugir, mas minhas pernas não respondem. Angelique também não ia ser contra a mulher, foi ela que me trouxe aqui. Tsc! Eu já estava tão cansado. Acho que faria qualquer coisa só pra descansar um pouco e acordar bem novo em folha, nem que pra isso, tenha que dividir mais um pedaço do bolo. E como não conseguia falar? Bem, talvez eu tivesse força pra fazer algum gesto positivo com a cabeça, e mesmo sem conseguir, tentaria então com as mãos ou os dedos, que seja! Só termine logo com isso.

Papai me diria pra confiar não é mesmo?

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Floresta da Tortura Empty Re: Floresta da Tortura

Mensagem por Ree Dom Ago 16, 2015 12:21 am

Era difícil saber se Ree ouvia ou não a explicação. Ela parecia concentrada, enxergando algo em Fae que Kai não poderia ver. Porém era justamente ao contrário. Nem mesmo um traço de alma. Ele era apenas uma carcaça viva. Um zumbi? Ele parecia bem inteligente para um...

A moça suspirou. Ainda achava desnecessário aquele truque, confiante em suas proprias habilidades. Além do mais, tinha ao seu lado seu fiel C.B, sua memória, mais viva, impossível, com o coelho sendo a simbolização mais ferrenha de todo o seu percurso até hoje. Porém para o garoto ali do seu lado, aquilo poderia significar a sobrevivencia.

Ficou ponderando se escrevia ou não. Algo lhe dizia sempre para desconfiar de tudo. Ela tinha esta estranha superstição de que seu nome era muito mais poderoso do que um simples amontoado de letras. E aquele truque parecia lhe confirmar. Mas ficando irritada com aquela fumaceira toda em sua cara, revirou os olhos e pegou a caneta. Puxou a mão de Hoshiteru em um movimento brusco, e riscou o nome "Ree", escrevendo em seguida seu primeiro nome verdadeiro, porém com uma caligrafia propositalmente complexa.

Fez o mesmo em sua mão, resmungando silenciosamente, e devolveu a caneta para Fae, empurrando-a contra seu peito. Pegou a gaiola, entregou para Kai, e voltou a olhar para o zumbi.

- Pronto, sr. carcaça Podemos ir...

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