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Mensagem por NR Sérpico Qua Nov 25, 2015 11:42 pm

Relembrando a primeira mensagem :


BALLTIER
PV: 100%
PE: 100%
Itens:
Detalhes:


BONES
PV: ?%
PE: ?%
Itens:
Detalhes:


HO
PV: 100%
PE: 100%
Itens:
Detalhes:


SEAN
PV: ?%
PE: ?%
Itens:
Detalhes:


SOLLRAC
PV: 100%
PE: 100%
Itens:
Detalhes:


Recuperação de energia
Funciona assim: após um tempo de descanso, o personagem recupera certa quantia de energia + o seu valor em Vigor. Então, segundo a tabela logo aí abaixo, se eu descanso por 1 hora e tenho Vigor 4, recupero 54% de energia. Essa é uma recuperação passiva, mas exige descanso, que é exatamente ficar parado, recuperando o fôlego, tirando uma soneca. Se o personagem está cavalgando, por exemplo, então ele não está descansando e não se recupera.
1 minuto: 5%
5 minutos: 10%
20 minutos: 25%
1 hora: 50%
5 horas: 100%

Recuperação de vida
Recuperação espontânea sem necessidade de descanso. Referente à dano físico, no corpo.
1 minuto: Inconsciência
5 minutos: 25%
20 minutos: 50%
1 hora: 100%
5 horas: Ressurreição


Última edição por NR Sérpico em Seg maio 08, 2017 1:18 pm, editado 50 vez(es) (Motivo da edição : ue atua de forma clandestina no submundo)
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[Comum] Considere-se morto - Página 2 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Pacificador Ter Fev 16, 2016 3:05 pm

O retorno de quem nunca esteve aqui.

O garoto apenas observou o gigante se apresentar, eram tantos pensamentos em sua cabeça que ele mal sabia como reagir, e tudo isso sendo bombardeado por emoções distintas que se apresentavam de uma forma que ele mal sabia interpretar, mas uma coisa ele sabia, todas eram ruins. Não tentou pensar, apenas tentou se mover da maneira mais provável de se defender, acabou se lembrando de como Morgan havia golpeado o chão, mesmo não prestando muita atenção ele podia entender que tinha sido o mesmo, agora ele se encolhia-a ainda mais, erguia o braços observando com medo. " Eu vou morrer.(denovo) Vou me machucar, porque ninguém me ajuda? Estou sozinho novamente..." Então, pode perceber a voz de um de seus companheiros; era o Senhor Bones. De alguma forma a voz dele acalmou Ball, logo em seguida o homúnculo pode constatar que o soco tinha parado, deitado, não pode entender o que estava acontecendo, apenas via que agora Bones empunhava uma espada para o alto de sua cabeça, bem legal a pose por sinal.

Balltier permanecia em sua posição defensiva, incapaz de reagi e apenas a espera do acontecimento, imaginou que Bones estaria ali para salva-lo, então após as breves palavras de zombaria de Morgan, voltou a prestar atenção no homúnculo, Ball mais uma vez tremeu, percebeu que ninguém iria tentar lhe salvar, então um estranho pensamento lhe ocorreu " Eu não sou, não sou humano." Concluiu. Morgan ergueu o punho, e assim aconteceu. Um som tenebroso ecoou pelo local , antes mesmo de perceber o que havia acontecido, estava se movendo.

Sentiu a água e algo fofo em seu corpo, macio e molhado, percebeu que estava no alto e se movendo em tremenda velocidade. Não conseguia controlar a direção, apenas olhar ao redor enxergando aquele mundo extenso e corrompido de um angulo privilegiado,  imaginou de fato que se transformara em uma estrela, este pensamento de certa forma acalmava seus pensamentos, ele tinha se tornado algo útil, era uma experiência nova e uma oportunidade única. Olhou para o mundo enquanto viajava, vermelho, monstros, criaturas que ele jamais imaginava conhecer enquanto estava vivo, agora enquanto morto tinha visto tais seres fantásticos, mas compreendia, que não eram como pareciam, podia perceber a áurea negras naquelas criaturas, isso o deixou sem reação, sentiu um sentimento de aperto ao olhar aquilo, era tão sem vida, tão sem proposito, assim como ele.

Viu as pessoas acorrentadas vindo do leste, sem liberdade fadados a um destino sem escolha, como ele. Tinha discernimento que talvez fossem almas, bem parecidos com humanos, mas almas em sua maneira, assim como ele era, se lembrou que não era humano, jamais seria, quanto mais cedo aceitar isso melhor para ele.

O mar azul mesmo no reino dos mortos aquela extensão de água tocava a essência de Balltier, assim como a terra o mar era extenso, palpável, uma existência que fazia sentido para ele, algo que detinha conhecimento, tentou balançar a cabeça rapidamente, não era hora para pensar em alquimia.

Passou por uma ilha e sentiu uma sensação forte, poderosa, sentiu uma estranha solidão como antigamente, quando tinha que ser estudado e lidar com o que não conhecia. Não sabia por que tinha de se lembrar daquilo, queria parar naquela ilha, queria explorar, mas passou por ela. Uma outra ilha, foi quando sentiu o poder acabar, sentiu sendo puxado violentamente para algo, como sempre foi incapaz de entender do por que o poder o abandou, mas compreendeu não era uma estrela, era um raio, assim havia compreendido que nunca iria alcançar os céus novamente.

Se tornou incapaz de ver por breves momentos, então escutou a voz de Morgan, sentiu um cala frio em sua espinha, se encontrava na mesma posição defensiva, então viu para logo sentir o soco contra ele. Sentiu todo seu corpo afundar, sentiu algo saindo de sua boca, por breves momentos imaginou que fosse sangue, mas logo compreendeu que era o restante do queijo que havia comido no tribunal. Suas costas estavam arranhada e doloridas em diversos pontos, seus olhos embaçaram pela lagrimas de dor, queria chorar, mas não tinha como faze-lo, não sabia como, o que tornou a dor ainda pior de suportar.

Aguá e mais água contra o garoto, tentou se levantar, mas a dor obrigava a ficar um pouco curvado ainda deitado,  o ombro lançado aviso que algo estrava estranho, sem ar cuspiu arfou e engasgou novamente, então jogou ainda mais saliva para fora, estava sufocando tanto pela chuva como pela falta de ar. "Socorro!" Mal prestou atenção em Morgan, estava tentando voltar a respirar, cuspia e puxava o ar respirando água, tossindo desesperadamente tentando se recompor.

Piscou diversas vezes tentando se recuperar, sua visão finalmente tinha voltado ao normal. Viu que estava em outro lugar, repleto de mato e verde, sentiu o ar e voltou a expelir saliva, quase vomitando só que segurou. De certo não prestou atenção nas palavras balbuciadas por Morgan, porém um único momento esboçou um imperceptível sorriso, tudo que ele passou foi real.

Apenas quando o grandalhão o agarrou ele entendeu muito pouco, apenas conseguiu entender que a viagem fora unicamente para ele, então comentou. - Você esta assustado...- Disse com dificuldade, levantou a mão boa para ele  e tocou o pulso de Morgan em um gesto apaziguador. - Pare, por favor... - Tossiu mais uma vez, desta vez pode sentir o ombro, reprimiu um gemido de dor e voltou a olhar para Morgan. - Não sou um segurança, sou um Réu. Dá...*Tosse* Ante-sala da morte.- Conseguiu balbuciar, ainda tentava segura o pulso do gigante com a mão boa, estava cansado, confuso e principalmente com medo de apanhar ainda mais, compreendia se Morgan o solta-se iria ser pior ainda. - Me coloque no chão, vamos conversar. - Parou e tentou respirar. A chuva caia e os trovoes rugiam, estava cansado, cansado de tentar combater coisa que desconhecia, claro, tinha confiado em seus companheiros e eles o haviam virado as costas. E novamente sentiu solidão, sentiu ainda mais por confiar em quem não merecia, como se um vazio o envolve-se em um abraço, se decidiu ali mesmo que não podia confiar, nem nos juízes nem nos outros Réus.
Habilidade:


Última edição por Pacificador em Ter Fev 16, 2016 3:23 pm, editado 1 vez(es)

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[Comum] Considere-se morto - Página 2 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Hummingbird Ter Fev 16, 2016 3:21 pm

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E mais uma vez eu fui acolhido.

Era uma sensação esquisita, meio que parecida com a de saudade, um pouco de nostalgia... e depressão. Eu quase tenho certeza de que já senti essa mesma presença antes, anos atrás, só que desta vez eu não sei porque não tive medo. Aliás, foi a partir do momento que comecei a forçar minha memória pra lembrar, que me vieram flash's daquele dia. E o mais estranho nisso tudo é que, num piscar de olhos eu estava lá. Estava lá tanto quando era mais novo, como também quando mais velho. Eu e eu. Só que eu de agora estava olhando tudo de uma distância meio segura, como se ninguém naquele lugar pudesse me ver... exceto aquela presença. Ela. Sua mão, escura e dominada pela sombra, segurava a minha com ternura, como se tivesse me guiado até aquele momento de maneira a atender meu pedido.

Ela conversava comigo. Ela me dizia palavras de sabedoria, fazia a vida parecer efêmera e louca perto de sua sabedoria. Ao mesmo tempo que eu podia ver tudo outra vez, podia ver aquele ritual começando, podia escutar as lamúrias dos servos de Ifrit aprisionados em Gárgulas petrificadas, dispostas em pilares que cercavam aquela região da floresta. Meu outro eu estava num altar. Haviam muitas pessoas ali, todas pareciam reservar muito ódio e o lançavam contra mim. Eu não pude conter as lágrimas em meu rosto no meu eu de agora, enquanto observava aquilo tudo sem entender nada.

— Por que eles tinham tanto ódio de mim? Por que eles queriam tanto o meu mal? Principalmente aquela moça? — Eram tantas as perguntas. Mas Ela não me respondeu, parecia mais focada em ditar sua sabedoria e impregnar minha mente de coisas que eu não conseguia entender muito bem, por exceção de que as palavras que foram ditas lembravam muito de Ifrit e de como ele vivia me dizendo os riscos da nossa existência.

E por falar em Ifrit, naquele sonho(?) - era mesmo um sonho? - eu pude finalmente vê-lo. Demorou para que eu pudesse notar que era ele ali. Estava numa forma muito mais fraca, deplorável, era muito parecido com o amigo Bones, por exceção de que trajava um sobretudo negro. Ele uivou de dor, e eu pude sentir, mesmo tão distante, a sua frustração, o seu ódio. O que mais me deixou surpreso naquele momento foi quando eu vi o encontro de nossas almas. Era como um quadro, duas margens se encontrando, em puro preto e branco. Apesar de nossa diferença de tamanho, nossa luz/sombra era completamente equilibrada. Nossas mãos se ergueram, tocando a palma um do outro. Eu pude sentir seu ódio. Ele pode sentir minha inocência. E uma pergunta ecoou na minha cabeça quando eu vi o que realmente aconteceu, como aconteceu.

— Ele não sabia que isso existia, não é? Ele não conhecia a inocência, não conhecia a bondade. — Disse. E desta vez não precisei de resposta alguma dela. Ela simplesmente ficou em silêncio. Andou ao meu redor e me abraçou pelas costas, me acolhendo. Da mesma maneira que naquele dia em que eu fui possuído por Ifrit, por pouco ela não me levou. Desta vez ela teria sua chance de novo, senão fosse pelo momento em que passei a acreditar que foi o Ifrit quem me salvou naquele dia. Ele confiou em mim, não foi? Eu sobrevivi naquele dia porque ele acreditou naquilo que eu tinha de melhor, não é isso?

[ ... ]

— TRAIDORA! — Meu grito veio num súbito, como uma voz que vem ecoando lá do fundo, ganhando proporção, até chegar aos nossos ouvidos ficando cada vez mais alto. Meus olhos se abriram, eu ainda estava meio tonto, sem entender nada. Minha visão embaçada, notei a presença de alguém ali e sem pensar duas vezes quase avancei nela; — EU ACREDITEI EM VOCÊ, MAS VOCÊ ME ENGANOU O TEMPO TODO! AAAAAHH! — Esbravejei. Senão fosse pela minha fraqueza, certamente eu teria acertado alguns bons socos naquela presença, sem sequer notar que na verdade era o tal Aurélio que estava ali.

Aliás, foi só quando minha visão melhorou e eu percebi que era o Aurélio, que eu notei que tinha voltado ao normal. Bem, não tão normal. Meu corpo inteiro estava esquisito, como se eu tivesse dormido por muito tempo e aquela impressão de ter esquecido algo muito importante. Eu só conseguia lembrar do meu sonho sobre o dia em que eu conheci o Ifrit, e também sobre aquela traidora que me fez acreditar o tempo todo que eu quase morri por culpa do demônio.

Somente quando recobrei a consciência é que algumas peças foram voltando ao devido lugar. Pude lembrar melhor de momentos antes do meu desmaio, lembro de querer ajudar Ho, de ter tentado usar minha própria vida pra isso. Senti meu peito doer, a mão direita logo me acolheu, segurando o peito com força. Olhei pra Aurélio, meio com vergonha por tê-lo atacado agora há pouco, sorri meio desajeitado, tentando esconder a dor e a fraqueza.

— O que aconteceu? Parece que eu... — A dor me fez calar por um instante, fraquejando e caindo de joelhos. — Desmaiei? — Completei, meio perdido.

Off escreveu:- Opa, vlw pelo aviso Serpicao. Realmente eu não tinha reparado que não coloquei essas informações da minha H.E passiva na assinatura. Farei isso o quanto antes. Daqui em diante também farei menções de quando usá-las.
- Usei um pouco das informações que você deu como se fosse a própria Morte falando com o Sean. Ele já se encontrou com ela, anos atrás, quando foi possuído pelo Ifrit. Naquela vez ele acreditou que o Ifrit é que quase o matou e que a Morte tinha lhe salvado, dando-lhe uma segunda chance. No entanto, agora ele viu que foi o contrário. Que foi o Ifrit que reconheceu nele algo que poderia ser mais forte que o próprio ódio. Por isso do surto dele em chamar a morte de traidora. Vou tentar narrar com mais emoção essa decepção do Sean com essa "amiga de longa data" daqui pra frente rs.



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Mensagem por Knock Ter Fev 16, 2016 9:27 pm

Eu tava meio grog, tentei levar o Sean para longe... Até disse para ele esquecer a ideia; para esperar nos, mas quando vi o moleque já estava pálido, suando e com espasmos fortes e antes que eu pudesse fazer algo, Sean já tinha jogado aquilo em mim. Pensei "que merda! Tá tapado, crl?"

Porém a bola de energia viera até mim e me senti bem novamente, me senti capaz... Até lembrei e senti saudades da amada cimitarra que me parasitara há algum tempo... É... Talvez eu tivesse partido antes dela. Até hoje não compreendo se ela tinha realmente uma alma ou se era algo da minha cabeça... Mas os pensamentos ruins não apagavam aquela energia extra.

O ossudo gritou. Como eu notara, ele faria algo, então resolvi esperar um pouco. E esperei e a Morgana esperou -inclusive quando ouvi o nome daquele cara... Aaah que nomes hauhauhauh! Que moça feia- Aparentemente nada acontecera, nem aconteceria, mas quando o grandão virou de costas... Um raio caiu dos céus e "Baaam", " Schiustzius". Luzes para todos os lados, fiquei cego momentaneamente de novo e a terra tremeu, eu tremi. Só pensei: "que loooko hauhauha".

Depois houve poeira e o término da visão clara coincidiu com a poeira. Pensei que quando a poeira cedesse, o grandão estaria lá firme e forte com uma pose foda, mas o que vi me chocou... Vi nada... Nenhum dos dois estavam lá... Só tinha um chamuscado forte... Viraram pó. Meu olhos se arregalaram... Sinceramente não sei se ficará triste por não usar o que Sean se sacrificara para me conceder ou se ficava triste por causa daquele outro jovem... Abaixei a cabeça, cerrei os punhos e vi Vax indo conferir... Peguei Sean e disse:
--Da próxima vez tenta escutar os outros--

Fui seguindo Nic, o qual revelara o seu nome e seus dons artísticos... Rolou uma discussão, mas eu não prestei muita atenção... Talvez o Mic fosse chamariz de confusão... Mas, Vax que se virasse... A verdade é que eu estava mais triste pelo moleque que morreu de verdade daquela vez...

Fomos a um porão... Era para escolher uma caixa; Bonés correu como uma criança e pegou o melhor ao meu ver e depois o outro que eu não sabia o nome foi logo abrindo a outra. Eu abri a primeira... Tinha coisas de mulher... Nada como a cimitarra que havia pegado na sorte "hm", havia coisas que remetiam a uma mulher... Como quase sempre nada que eu pudesse vestir, mas gostei daquela caixa. Pura bobagem minha, mas abri e a escolhi.

Fiquei analisando aquilo por um tempo... Não sabia se encontraria algo que de fato me chamasse a atenção, mas era o que eu tinha para fazer por enquanto; não tornaria a lamentar a pulverização do jovem.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Fev 22, 2016 11:09 pm

10. Mundo estranho

Um diálogo de surdos. Bones falou, ninguém respondeu. Sollrac falou com Ho, Ho não ouviu. Miclangelo parecia falar alguma coisa com Vax, que nem prestou atenção.

Mas uma coisa eles escutaram: acima do som da chuva, surgiu o que deveria ser Sean gritando. Praguejando ferozmente. E depois coisas caindo. Vai ver, outro capanga. Vax largou os papeis e subiu as escadinhas.

Lá de cima, depois que viu o que acontecia, ele gritou pra baixo, a título de tranquilidade:
 
Não é nada, não. Apenas molecagem.

Sean tinha despertado nervosão. Aurélio até estava por perto, naquele momento clássico de cutucar quem dorme, pra ver se acorda. A mão quase no ombro do Sean, que de repente abriu os olhos e saltou. Mesmo enfraquecido, derrubou Aurélio, pego de surpresa. Foram cair numa mesa de centro, com uma garrafa vazia, um copo vazio e uns potes de tinta vazios que rolaram de cima da mesa, dando espaço para Aurélio que ficou esparramado, arfando:

Não foi eu!

Ele fez um movimento, empurrando Sean e depois saiu de cima da mesinha. Sean acordou de verdade, vendo um Aurélio de olhos arregalados, ajustando sua roupa sob medida, desamassando o colarinho, quieto, mantendo distância.

Foi Vax quem respondeu:

Desmaiou, sim. Acho que você não tem se alimentado direito. Precisa de umas castanhas. ─ Não dava pra saber se era piada. Deveria ser. Mas o tom era de alguém que saiu do meio de algo importante. Alguém que estava perdendo tempo. Olhou pra Aurélio. ─ Você trouxe um mapa, né? Diga que sim, se não terá problemas maiores do que um colarinho amassado.

Aurélio gaguejou:

Trouxe. Sim. Um mapa. Trouxe. Dessa costa. Costa Leste. Sim.

Vai servir. Vamos lá pra baixo.

Vax deu as costas, voltando para a cozinha e descendo pelo buraco no chão. Aurélio foi atrás... mas bem depois de Sean, mantendo distância.

Enquanto isso, os demais exploravam.  

Ho cheirou os frascos, apenas para constar suas substâncias. O espelho era bem normal, com alguns arranhões que denunciava o muito uso e viajar. O vestido, no mundo dos vivos, poderia valer uma quantia razoável. Era coisa de primeira, nobre. E ainda tinha algum cheiro, cheiro de mulher. E o violino parecia novo, mas claro que não era. Na verdade, um instrumento bem cuidado, talvez limpado constantemente com cera ou qualquer outra coisa que preservava a madeira. Chacoalhou, notou papeis rolando do lado de dentro. Meteu dois dedos entre as cordas, pegou um dos papeis. Desdobrou. Tinha um nome escrito no topo: ISARA. E logo abaixo, grupos de linhas na horizontal com ganchos e pontos espalhados. Um tipo de linguagem. E se Ho um dia teve algum contato com música escrita, saberia que aquilo era uma partitura.

Sollrac analisou o punhal, as letras. Poderia ser um nome, uma dedicatória. Talvez Mic soubesse. Não que isso importasse. Olhando a faca, parecia saída do ferreiro ontem: como nova, jamais usada, fio afiadíssimo. Já a montante (que aliás, ficava com boa parte de si pra fora da caixa) deveria ter seus 1,80m de aço pesado, um palmo de grossura e tão afiada quanto a faca, reluzindo. Aliás, todas as armas daquela caixa pareciam perfeitas. Mas um olhar mais atento denunciaria que elas não eram exatamente novas ─ apenas bem cuidadas. O dono daquelas coisas deveria passar o tempo livre usando a pedra de amolar nos gumes. Mesmo a espada trincada pareceu ter recebido uma rodada de afiação, num passado não muito longe. Uma pena estar quase quebrada.

Já Bones secou a caixa sem pensar. O colete ficou um pouco folgado, talvez pelo fato de Bones ser só osso. Mas o chapéu deu certo, parecia ter sido feito pra ele. Colocou o colar, as presas batendo em seu peito, gerando barulhinhos. Mesma coisa com a pulseira, que tilintava conforme Bones movia o pulso. Enfeites, não notou nada de especial neles. Quanto à espada de prata, ele deu um jeito, através de costuras no colete, de prender a arma nas costas. Não ficou confortável.

Vassoura eu não tenho ─ disse Mic. ─ Serve esfregão? É quase a mesma coisa. E, escuta, que papo foi aquele de “Eu tenho a força”? ─ Esse era Miclangelo tentando, talvez, dar uma chance de amizade para Bones. Talvez.  

Ele, aliás, estava mexendo em suas próprias caixas. Quem olhasse de longe, teria impressão de ser caixas com telas em vários tamanhos, pinturas diversas. E algumas outras com tintas diversas. Mas não parecia procurar algo especifico. Estava só de olho mesmo, passando o tempo, talvez relembrando momentos.

Vax voltou aos papeis, catou alguns, guardou no bolso interno do sobretudo. Depois fez um sinal para Mic, que lhe entregou um saquinho de pano preto. Vax também guardou isso num bolso. Depois olhou para Aurélio, que imediatamente sacou um papel velho.

Venham ver isso ─ disse Vax, para os mortos. ─ Se possível, decorem. Coisas frágeis como papel nem sempre resistem à uma viagem. Tem outro desse, menino?

Mais um. Tem mais um ─ respondeu Aurélio.

Vax abriu o papel sobre a mesa de canto e segurou o lampião perto. Era um mapa, parte de um todo.

Estamos aqui ─ Seu dedo bateu na Redoma do Rei. ─ O Trianguli está nas ruínas da Velha Carcosa, na ilha Chama e na cordilheira Cem Mil Reflexos. É onde vocês irão agir.

***

Assustado? ─ perguntou Morgan, de rebote. Pra quem estava exigindo com pressa, ele até que escutou Balltier. Franziu o rosto ao ouvir o que o homúnculo era: ─ Réu? Tá brincando comigo? Se bem que... você não parece tanto com um segurança. Mas já aprendi que aparências enganam. Você quer me enganar? É isso?

Ainda segurava Balltier no alto. Então escutaram vozes. Como que conversas ao longe, se aproximando. Morgan fez silêncio, de orelha em pé, tentando escutar melhor. Balltier não entendia a linguagem, parecia selvagem demais, com sons de animais em meio as palavras.

Sabe subir em árvore? ─ Morgan perguntou, sussurrando. ─ É melhor que saiba.

Soltou Balltier. Daí caminhou um pouco e subiu numa árvore um pouco distante daquele trecho onde tinham “caído”. Balltier viu, para sua surpresa, que o capanga era ágil o bastante para escalar, como que se fosse um talento de infância, num instante se camuflando nos galhos.  

Descartável, aquelas relações. Até o Pedreira estava lhe deixando pra trás.

Chegando. Um grupo. Se Balltier olhasse na direção do som, poderia ver arbustos ao longe se movendo, conforme o contingente passava. Contingente do que? Não dava pra saber com certeza. Mas Balltier teve um vislumbre humanoide, aquele que vinha na frente: tinha a cabeça branca ao passo que todo o corpo era negro. E usava uma lança.

Estavam indo exatamente pra lá, onde o trovão tinha caído. E a chuva só apertava.

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Mensagem por Hummingbird Ter Fev 23, 2016 1:07 am

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— Castanhas? Pelo nome parece gostoso. — Pensei em perguntar do que se tratava, mas, antes mesmo que eu fizesse menção de falar o tal Vax voltou a descer aquelas escadinhas numa escotilha. O que era aquilo? Uma breve olhada ao redor para notar que mais ninguém do grupo estava ali em cima por exceção de Aurélio que ficou meio que pra lá, à distância, como se não quisesse mais contato físico comigo. Mas...eu não fiz nada demais.

Desci as escadas atrás dos demais.

Lá em baixo encontrei o restante do grupo. Que lugar esquisito. Tinha caixas por todos os lados, algumas delas estavam abertas e os demais do grupo pareciam vasculhar o que tinha dentro. Aquilo realmente me chamou atenção, desta forma corri até uma das caixas que ainda estavam fechadas, escolhendo a de número 2. Elas estavam numeradas não é? Bem, ela era um pouco alta. Quase pensei em pedir ajuda para alguém, então eu vi Ho, lembrei pouco a pouco do que aconteceu e isso me fez engolir as palavras a seco antes mesmo que elas saíssem. Senti uma sensação esquisita, meio que parecida com vergonha. Notei também que Ball não estava ali. Realmente senti falta de suas inúmeras perguntas a todo momento, certamente ele compartilharia da minha inocência em horas como essa.

— Ei, que coisinha é essa aqui? — Com certo esforço, a caixa revelou seus segredos para mim e eu pude notar - depois de me apoiar meio que de peito na beirada da caixa - que havia um monte de coisas dentro dela. Em específico puxei um tipo de equipamento que mais parecia retrátil - a luneta -, dedilhando-o pra tentar entender pra que servia. Ao reparar o pequeno buraco em suas extremidades, logo tratei de botar o olho ali tentando descobrir o que tinha dentro. — Uau! Seus ossos são mesmo muito brancos, tio Bones. — Comentei, observando-o. Ainda movido pela curiosidade, logo passei a revirar o restante do que tinha ali dentro. Puxei uma espécie de saco de pele, bem parecido com um cantil d'água, mas este tinha um cheiro esquisito, não era água, definitivamente. Nem me arrisquei a tomar. Imediatamente procurei algum bolso em meu macacão para guardá-lo ou então tentaria amarrá-lo em minha cintura ou de alguma maneira confortável. Puxei também o que parecia ser um cachimbo, este eu conheço, me lembrei do tio Targo que tinha um desses, ou era um dos capangas dele? Isso não importa, também guardei comigo, junto também daquele saquinho de ervas. Acho que eram ervas pelo menos.

— Hmm, essas pedras aqui eu não conheço. — Referia-me às pederneiras. Assim que as puxei, averiguei o objeto mas não passavam de pedras normais pra mim. Ainda assim, na minha atual situação, talvez fosse interessante trazê-las comigo. Por fim tinha um negócio grande ali dentro que parecia um machadinho, mas era meio pontudo. Foi um pouco difícil de tirá-lo da caixa, tive que usar quase todo o peso do meu corpo flexionando-o para traz para então trazer a tal picareta comigo. Me peguei pensando se eu era mesmo capaz de carregá-la ou sequer usá-la. Faria o teste primeiro. Se fosse muito pesada, deixaria de lado. Caso contrário, ficaria comigo.

— Hmm? — Meu semblante então rapidamente mudou com certa surpresa. Eu quase ia esquecendo. Vi alguma coisa brilhar no fundo da caixa e rapidamente me apoiei na beirada de novo para tentar apanhar o que quer que fosse. Quase caí dentro da caixa. No fim consegui pegar, eram duas moedinhas. Aquilo encheu meu rosto de alegria e de um entusiasmo que há pouco estava meio perdido por conta do desmaio. Rapidamente levantei chamando atenção dos demais;

— Ei, ei! Encontrei duas moedas! Hahahaha! Não são lindas? — Alegava, balançando as duas moedinhas com a mão livre. — Vão ser minhas moedinhas da sorte. Posso ficar com elas né? E com as outras coisas também? — Indaguei como se esperasse uma resposta de alguém, afinal, até então eu não entendi direito que tipo de reunião era aquela ali no porão mas também nem fiz questão de entender.

O fato é que no fim das contas, Vax chamou a gente pra ver alguma coisa. Faria um segundo esforço para sair da caixa e então correr até onde ele estava com o tal pedaço de papel, averiguando do que se tratava. Tinha um monte de desenhos, era bem chamativo até. Quando ele falou numa tal ilha chama, logo procurei no mapa pela tal ilha, o que provavelmente também me trazia conhecimento da existência de outras ilhas. Puxa, imaginei como deveria ser divertido viajar por todas elas? E fiquei viajando em devaneios do tipo.

Considerações escreveu:Só fiz menção de pegar a picareta se meu personagem realmente conseguir manuseá-la. Se ele perceber que é pesada demais, então ele deixará de lado. Os demais itens ele tentou guardar no macacão, amarrar de alguma forma, fazer alguma gambiarra, o típico jeitinho brasileiro, se possível é claro.
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Mensagem por Kaede Ter Fev 23, 2016 3:29 am

Com Ho não me dando atenção, olhei para a montante a erguendo ainda com uma certa dificuldade e pensei alto.

_Quem sabe com um pouco de pratica eu possa dominar a arte de manusear a montante, como se fosse uma espada normal...?_

Assim voltei a minha atenção para o baú novamente e fui ver o restantes dos itens.

_Vejamos o que temos aqui..._ Observei uma espada, porém a mesma estava com a lâmina danificada, mas me pareceu que com um certo cuidado ainda poderia ser usada, então me equipei com a mesma pensando no que a espada que Bones usou fez, quem sabe o que essa também poderia fazer?
Continuando a pegar os equipamentos achei um par de botas de couro, elas me pareceram ser mais resistentes do que os sapatos de pano, então as observei melhor e as calcei, serviram certinho e não pareciam estar em mal estado. Também uma pedra de amolar estava lá dentro do baú ao lado de uma machadinha, peguei os dois, a pedra guardei em um bolso do macacão e a machadinha junto ao punhal em outro bolso.

A montante ainda estava comigo ao lado de Ho, para ver se ele se interessaria pela “espada de grande porte”. Em seguida olhei a caixa que estava ao meu lado, a de número 3, a arrastei para perto de mim pensando que ela seria do pequeno que não estava mais no grupo, e a abri, ela também estava com algumas coisas que me pareciam interessante.
Fui pegando e as colocando para fora e vendo o que poderia usar... a mochila logo me interessou e junto dela estava um bom tamanho de corda, bandagens e duas tochas pequenas.

_Isso aqui deve ser um tipo de conjunto explorador._ Falei enquanto colocava a corda, as bandagens e uma das tochas na mochila e a usei nas costas.
Depois peguei dois frascos e os observei melhor, um continha um liquido denso, parecia ser óleo e o outro pelo cheiro era álcool, os separei. O baú também continha um lampião que me pareceu ser usado em conjunto ao frasco de óleo e os deixei juntos lado a lado e por fim encontrei flechas, achei estranho, mas não comentei nada, apenas as peguei e as coloquei a amostra para todos verem junto do frasco de álcool e a outra tocha.

_Sean você pode ficar com isso?_ e indiquei o frasco que continha álcool. _Pelo cheiro é álcool, e não tenho muita certeza, mas acho que pode ser usado com essas pedrinhas para fazer fogo._

Assim peguei uma das tochas, o lampião junto com o frasco de óleo, o frasco de álcool que ofereci para Sean caso ele não o tenha pegado ainda, as seis flechas e a machadinha que estava na mochila e as coloquei em algum lugar para que todos a vejam.

_E então, aqui tem algo que lhes interessem? Tem coisas que possa ser útil em nossa empreitada e podemos dividir, pois não temos como levar tudo._

Fiquei a espera de algumas trocas, até que Vax nos chamou para mostrar algo. Ele apresentava um mapa, e pelo seu dedo indicava que estávamos na Redoma do Rei, e pelo que entendi deveríamos ir em três lugares em busca do tal artefato. Pareceu ser uma aventura bem interessante então sorri.

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Mensagem por Knock Ter Fev 23, 2016 5:30 pm

Depois que o menino virou de lado -o que havia falado comigo-, foi que percebi que ele falara comigo... Acho que eu estava com a cabeça no mundo dos vivos, mas quando percebi, chamei atenção dele:

--Perdão, não sei onde estava a minha cabeça. Obrigado pela oferta, mas fui mercenário e soldado, então sei utilizar bem algumas armas.-- Esperei uma resposta e continuei-- Qual é o seu nome mesmo?

A caixa tinha um espelho usado, um pouco arranhado, mas aproveitei para me ver... Não é todo o dia que se encontra um espelho em Lodoss, pelo menos eu mesmo nunca havia segurado um por tanto tempo. Até que eu não era tão feio como dizem dos orcs. Porém minhas presas não eram lá grande coisa, o que me frustrou, mas talvez ainda pudessem despertar e ficar imponentes e fortes.

Eu tava cheio de frasquinhos, apertei a bolinha do perfume; era engraçado hauhauha. Mexi no violino e encontrei um nome que gostei: Isara. "Talvez, um dia, quando eu tiver uma espada digna... Sim... Talvez eu a chame de Isara". Mas eu sentia que já havia encontrado há algum tempo... Lembrar daquela fora inevitável.

O cheiro de mulher... Não sei o que senti... Acho que queria ver quem era... Se gorda, magra; feia ou bonita? Alta; baixa? Careca? Ruiva ou morena? Uma bela negra ou uma branquela pálida?! Ah... Pensar em várias combinações era pura tolice, mas naquele instante me deixei levar. Se " Nic" não estivesse ocupado, perguntaria a ele sobre essa tal de Isara e quem ela fora um dia.

O violino era bonito; me fez lembrar de Leroy-o bardo. O vira tocar com um grupo anos atrás, o qual era um bardo fenomenal e naquele grupo havia um cara com olhos de cores diferentes que tocava bem. Sempre quis aprender, mas meu pai dizia que eu não conseguiria por causa da minha raça. Aprendi contas, talvez ainda possa. Lembrar do sabor do hidromel que tomava com Jack... Uma palavra: Sensacional.

"Ah, morte; oh morte". A adrenalina ainda no meu corpo... Eu não ficaria pensando em como as coisas ocorriam... Talvez eu ficasse louco rapidinho dessa maneira. E eu não queria ficar louco. Louco; loucura. Pensei " quando será que o sol vai deixar meus olhos?"

Pensei na escuridão. Houve barulho lá em cima. Fiquei atento; Vax correu para ver se era o que temíamos, mas era só o Sean acordando... Alívio... Afinal... Quais monstros piores que Morgana não poderiam existir naquele lugar?

Relaxei. Cheirei levemente o vestido. O que será que teria acontecido com ela? Fui tentar conversar com o Mictórium; acho que por isso não gostava deste nome: Mic.

Chovia lá fora como se o céu estivesse sendo forçado... Gritava e esperniava e caíam umas gotinhas... Era triste, mas o que havia de especial na morte?! Mesmo com aquele meu discurso inicial, acho que naquele instante começava a perceber que a vida era melhor.

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Mensagem por Pacificador Ter Fev 23, 2016 8:32 pm

Balltier tentou manter o olhar despreocupado, mas nem mesmo ele conseguia deixar de sentir medo. Sua cabeça e ombro não paravam de pulsar e além de tudo havia contado a verdade, apenas para ter a desconfiança jogada contra ele. Certamente ele não deixou transparecer, como sempre fazia se fechava apenas em pensamentos. Escutou as vozes permanecendo em silencio, tentando compreender, não entendeu nada. Escutou as palavras de Morgan, assentiu, o gigante deixou Balltier próximo ao chão, incapaz de entender o que tornava aquele sons tão ameaçadores, queria sair dali, queria voltar para... Para onde? Estava morto, só agora percebia que não tinha garantia que iria retornar, talvez era para ele estar ali, era o melhor para todos certo? Tentou mover o ombro, respirou profundamente, finalmente sua respiração parecia estava normalizando.


Não sentiu a mesma sensação quando observou as costas de Morgan subindo arvore, aquilo já estava se tornando comum? Se deu conta que seus companheiros e até mesmo seus adversários estavam abandonando, descartável. O Homúnculo deu um ultimo olhar para a arvore de Morgan, executou um sinal; esquerda, direita completando em um circulo perfeito. Era sua escolha. Caminhou até a arvore queimada pelo o raio, suas vestes estavam pesando, respiração normal, sentia a garganta seca, a chuva não cessava, era como se pelo menos alguém estivesse chorando por ele, tantas coisas para processar em tão pouco tempo deixavam o garoto deprimido, certamente tinha sede de aprendizagem, mas de nada adiantava se não encontrasse um professor para guiar sua mente, se sentou encostando as costa contra o tronco queimado.

Ficou ali esperando pelos humanoides, razão? Nenhuma, ainda queria viver, mas para Ball que tinha não tinha nem mesmo uma década de vida, estar frente a frente com seja lá o que era, era seu objetivo. Inconsequente e confuso, este era o Homúnculo Balltier. - Quem é você? - Concluiu. A primeira vista não se deixou levar pela aparência, isso para ele era a ultima coisa a ser avaliada.

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Mensagem por Hummingbird Qua Fev 24, 2016 1:42 pm

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Não antes de ter minha atenção roubada mais uma vez, agora, por Sollrac, o único que mais chegava perto da aparência de um homem comum em nosso grupo. Quero dizer, só lembrei de seu nome agora quando este chamou por mim, oferecendo-me o que parecia ser mais um frasco de alguma coisa, não sei dizer ao certo o que era. Tentei apanhar o objeto, se eu conseguisse segurar ele junto de todos os demais, é claro.

Considerando o pouco espaço das coisas que conseguia carregar na mão e as que conseguiria guardar no bolso, é eu estava meio enrolado. A prioridade era guardar as moedinhas o cachimbo e as ervas no bolso. Os demais eu tentaria levar na mão, se possível. Mesmo assim ainda encontrei certa dificuldade em segurá-los todos e aquilo já estava me deixando meio perdido.

— Por acaso algum de vocês não tem algum saco ou bolsa pra mim não né? — Indaguei inocente, tentando chamar atenção de algum dos que estavam ali presentes. Caso conseguisse, faria menção do monte de coisas que eu segurava com os dois abraços abraçados na altura do peito.

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Mensagem por Bones Qua Fev 24, 2016 11:14 pm

Sua pergunta pensando no bem do grupo e aproveitar o potencial de todos os itens dividindo-os entre o grupo acabou se mostrando frustrante, pois foi simplesmente ignorado, nem mesmo olharam para ele. Meio cabisbaixo, procurou dar um jeito de diminuir os barulhos de seus itens ou então teria que guarda-los de outra forma. Estava terminando de arrumar as coisas que pegou quando ouviu o comentário do pintor e riu na mesma hora.

- Hahahaha não aguentei naquela hora. Não é todo dia que alguém tão forte e musculoso quanto eu pode se dizer mais forte do que um capanga pedregoso que se vangloriava de sua força e resistência hahaha Bom... Nunca ouvi sobre alguém voando num esfregão,sabe... funciona ou vai dizer que só serve de transporte na água? hehehhe

Nem se importou muito se era falso ou por educação o que o pintor falou, mas foi engraçado e deu uma resposta a altura, preferindo aproveitar o momento, uma vez que não fazia ideia quando seria a próxima vez que poderia rir despreocupadamente. Ouviu também o comentário do garoto sobre seus ossos, preferindo tirar sarro da ingenuidade dele.

- E você sabia que anões tem ossos escuros como rochas e os dos elfos são brilhantes igual maquiagem de dançarina? Eles levaram essa ideia de "beleza" longe de mais... hehehe

Iria fechar a caixa e deixar o mangual encima da caixa, para caso algum de seus companheiros se interessasse em sair dali com alguma arma extra. Enquanto isso, iria começar a poupar suas energias, acalmando seu ritmo e aos poucos deixando de dar importância ao redor, "fechando seus olhos", coisa que quem o observasse veria que as pequenas luzes de seus olhos diminuíam significativamente o brilho, quase desaparecendo, procurando meditar conforme podia, para recuperar um pouco mais de suas forças e acelerar sua cura.

Ouviu Vax chamando, mas preferiu não se mover por enquanto, não até um mínimo de energia ser recuperado, procurando apenas decorar os nomes e imaginar que tipo de lugares poderia ser as ruínas, a ilha e a cordilheira. Só depois de um mínimo restaurado é que iria mais apressado ver por último o mapa antes de partirem, olhando alguns pontos de referência.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Mar 01, 2016 10:55 pm

11. Do céu

Eu não estava lá, fiquei com o grupo. Soube dessas coisas só depois. E devo dizer que foi uma ação deveras... interessante.

Balltier ficou de boa. As vozes se aproximando, Pedreira dando um último sussurro nervoso, e Balltier quieto, sentado nas pérolas. Pérolas. Sim, notou só agora, principalmente pelo fato da maioria ter ficado chamuscada e derretida com o relâmpago. O chão, aquele mesmo chão onde um monte de pedrinhas pontilhou suas costas de quando foi golpeado, era repleto de pérolas num tom púrpura profundo, digamos. Espalhadas pela terra, esparramadas ao redor, reluzindo de leve conforme algum raio nas nuvens.

Os sujeitos chegaram.

Parece que avistaram Balltier de longe, abriram a formação, se espalharam pelo perímetro, apareceram de todos os lados, grande experiência na caça. Balltier, costas na árvore. Viu homens de pele negra, tatuagens tribais nos braços, pernas, peitos,, pescoços, onde fosse visível, vestindo couro, peles de animais, crânios velhos sobre as cabeças, como elmos. O líder tinha um crânio do que deveria ter sido um urso. Armados de lança, outros de arco e flecha. Eram, ao todo, 14.

Olharam o ambiente, a árvore, o solo chamuscado, as pérolas chamuscas, e só então Balltier. Claro que estavam atentos à ele, mas talvez já olhassem para Balltier como uma presa derrotada. Mas havia algo de errado neles. Um alarme em seus olhos, gestos. Eles se entreolhavam, menos o líder, que ficava com os olhos na árvore queimada. Houve alguns sussurros animalescos entre eles, uma arara falando com um roedor falando com uma coruja. Uma conversa tímida. Até o momento do líder olhar firme para Balltier e... se abaixar sobre um joelho. Pousou a lança na terra.

Instantaneamente, os outros repetiram o feito. Soltaram as armas e ajoelharam perante Balltier, cabeças baixas em reverência.

Aquele Que Veio do Céu, Filho da Tempestade ─ saldou o líder e então respondeu Balltier: ─ Eu sou o Predador da Caverna, do clã Veitie. E nós o honramos em nosso humilde altar e agradecemos sua vinda. Sua presença é mais do que aguardada. Seus milagres, mais do que necessários.

Daí se agacharam mais, testas no chão, murmurando um tipo de cântico.

***


Vax:

Vamos primeiro para a Velha Carcosa. Tá mais perto. Hora de ir. ─ E subiu.

Miclangelo foi apagando os archotes, todos subiram. O Pintor, antes de fechar o galpão, tocou em alguma coisa, no ar, na escada, não dava pra saber, gerando, de novo, uma luz breve, verde. Daí fechou o lugar. Saíram da cozinha, foram para a sala. Vax observou lá fora.
 
Antes:

Sean estava um tanto fraco, adrenalina no chão, mas ergueu sem problemas a picareta, que deveria ter 1 metro apenas. Só não sabia dizer se seria capaz de dar um bom golpe com aquilo. Mas quem disse que ia precisar? Povo prevenido, hm.  

Quando o menino falou das moedas, tanto Vax quando Mic olharam pra ele. E depois se entreolharam, um segredo invisível cruzando o ar. Olharam de novo para Sean, as moedas nas mãos dele. Vax deu de ombros e Mic disse:

Pode ficar com essas coisas. Só lembre-se que está em débito comigo, hm? Isso aí era tudo meu.

Sean guardou as moedas no bolso. O cachimbo também coube lá, ficando com uma pequena parte pra fora. E tudo ficou bem apertado quando o estojo das ervas entrou. Claro, se guardasse só as plantas, descartando o estojo, aí sim ficaria ideal. Mas o estojo talvez fosse importante para a conservação das ervas. Talvez. Já os demais itens, ele teve de segurar nas mãos.  

Sollrac já não sentia nenhum resquício de dor, seu corpo já não guardava memória do golpe que levara minutos atrás. Mal percebeu a recuperação espontânea, tão entretido que estava em calcular a montante. Teria de ser com as duas mãos, e não poderia deixar um inimigo se aproximar muito, sempre mantendo distância. Fora isso, talvez conseguisse desempenho parecido com o que teria usando uma espada normal. Quanto ao mais, trocou os calçados, guardou a pedra de amolar no bolso e manteve numa mão o punhal, a machadinha e a espada trincada, excepcional trabalho de equilibrista, enquanto que na outra mão segurava a montante. O que poderia lhe salvar seria a mochila, da caixa seguinte. Nela, poderia guardar as armas e ainda ter espaço para os itens que selecionou ─ pois era uma mochila grande e resistente: deveria ter um metro e meio, de modo que, colocada nas costas, dependendo do tamanho do viajante, passava do quadril. E era bem costurada, alças com tiras de couro, dois bolsos de cada lado e a boca principal laçada com uma corda pequena.

Ho devaneava sobre muitas coisas, talvez finalmente pesando a morte numa balança. Mexer naqueles itens talvez tenha acendido (ou apagado) algo nele. Aquela adrenalina ainda pulsava em seu peito, força nos braços, mas aos poucos sufocada pela estranha e súbita melancolia. Mas ninguém pareceu notar seu comportamento incomum, cheirando roupas alheias e lendo papéis dobrados. E ficou lá, mesmo quando Vax o convocou.

O mesmo fez Bones, parado que nem morto. Antes, troçou. Miclangelo riu, mas pareceu uma risada forçada. Então o ghoul mergulhou num transe impenetrável. O dano que recebera antes já não lhe afligia. Já a meditação, foi breve, pois logo teve de deixar o lugar.

Ei, vocês dois ─ disse Vax, mas desistiu. Que vissem o mapa depois.

Sean perguntou por uma sacola. Mic deu uma sugestão.

Eu tenho isso ─ meteu a mão numa caixa e puxou uma bolsa de cintura, coisa pequena, simples e velha, toda manchada de tinta seca. ─ Tá novinha, olha só!

E depois disso saíram de baixo da terra. Vax parecia conversar algumas coisas com Mic. Depois de um tempo ele decidiu:

Estamos saindo. A chuva abrandou. ─ Vax talvez estivesse com pressa. Somente talvez.  

E foi, e foram. Grama encharcada, a água atravessando os calçados de pano, Sollrac imune graças as botas. Vento úmido de todos os lados, forçando o apertar dos olhos, Bones imune graças ao chapéu. E ainda chovia, o aguaceiro caindo impiedoso, açoite gelado. Não se sabe onde que tinha abrandado. Talvez apenas nos rugidos dos trovões. Desceram a colina, verde em todas as direções. Caminharam firme, Vax mais a frente, sem querer muito papo, talvez ainda chateado com a pulverização do Balltier.

Depois de um tempo, um denso manto verde começou a se destacar no horizonte. Floresta, árvores, como as do mundo dos vivos. Dali sentiam o cheiro silvestre, mesmo de baixo da chuva. E estavam longe, veja só, bem longe, no entanto já interpretavam a floresta e lhe pegavam o cheiro. Deveria ter árvores realmente grandes para que fossem avistadas à estádios de distância.

Os seres da floresta ─ Vax gritou contra o vento. ─ são amigáveis, mas poderosos. Não façam nenhuma besteira. Melhor que nem falem nada.  

Tolo, aquele Vax. Falando como se o grupo fosse formado por crianças levadas. Conselho totalmente desnecessário. Eles sabiam se comportar, com grilhões ou não. Certo?

Andaram bastante, mais uma hora de luta contra o tempo ruim, e nada de chegarem na floresta. Miragem? Não, o cheiro só fazia ficar mais forte ─ era do tipo que limpa instantaneamente qualquer narina constipada e purifica os pulmões carregados.

Agora sim ─ perto, já dava pra definir o desenho de galho altos.

Chegaram, a chuva ainda na briga, mas ali, levemente rebatida pelos galhos e folhas das enormes árvores. Árvores do tamanho de torres, imensas massas de madeira perfurando o solo, raízes monstruosas. Havia árvores em tamanho menores também, mas a grande maioria do mar verde era formado por centenárias colossais.

Vax tinha um passo incansável. Mesmo ali, tendo de desviar de sulcos e raízes, ele andava como velocista. Aurélio e Miclangelo caíram um pouco de rendimento, lutando pra acompanhar.

Mic:

Ou, Vax, vamos parar um pouco?

Nada disso. ─ Foi a resposta, geral, pra qualquer um que sugerisse o mesmo.

Bones estava sossegado, já acostumado a ser incansável por causa da maldição sobre seus ombros, mas o restante do grupo sentiu o ritmo pesar suas pernas. Claro, o problema não estava em seus corpos, mas na mente, que ainda carecia de adaptação, e aquele primeiro exercício estava forçando os neurônios. Resumindo: se sentiam cansados pela soma dos ventos e da chuva pesada com o caminhar rápido por quase duas horas, desde que deixaram a cabana. Cinco minutinhos de parada, um alongamento, uma espremida nas roupas encharcadas ─ coisas assim pareciam muito importantes para eles no momento.

Mas Vax continuava.

E ali se deu uma pequena e breve divisão do grupo: Vax continuou, se embrenhado rápido pela floresta, sem olhar pra trás, ao passo que Mic parou e se recostou numa raiz tamanho família. Aurélio foi heroico ao seguir Vax, correndo num fôlego último, saltando obstáculos naturais e ao mesmo tempo mantendo a bolsa meio protegida da chuva.

E os quatro?  

O céu ia ficando mais escuro, mas não por causa de nuvens. Noite à porta.

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Mensagem por Hummingbird Qua Mar 02, 2016 9:58 am

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Me peguei divagando por um tempo em relação àquelas moedinhas. Apesar de estar quase sempre absorto dos detalhes, tive uma sensação estranha como se fosse desconfiança quando vi a entreolhada que o senhor Mic e o tal Vax fizeram. Tudo por causa de duas moedinhas? O que tinha demais nelas? Criança é um bicho curioso mesmo. Não consegui mais tirar aquilo da cabeça. Fiquei um bom tempo tentando estabelecer alguma ligação dessas moedas para com a situação; teriam algum valor? Será que diferente do que eu imagino, elas poderiam valer mais do que todos os itens e equipamentos que encontrarmos nesses baús? Eu não sei, mas era muito legal imaginar tudo isso.

Seres da Floresta

Acordei quando ouvi o comentário de Vax. As coisas lá atrás, ainda na casa do pintor, terminaram cedo. Fiquei muito satisfeito coma  bolsa que me foi oferecida pelo senhor Mic, acreditei ser o suficiente pra guardar os objetos mais espaçosos que encontrei, sendo eles; o estojo com ervas, a luneta, as pederneiras, os frascos com óleo e tudo mais. O odre com a bebida de cheiro forte que ainda não identifiquei eu tentei amarrar em algum canto do macacão, talvez conseguisse fazer um buraco com as unhas, meio que esgarçar o odre tentando puxar um fitilho deste e passar pelo buraco, amarrar ali...não sei, minha ideia era tentar deixá-lo acessível mas não frágil. Caso não conseguisse, guardaria-o na bolsa que me foi dada por Mic. Não parecia muito espaçosa mas já era alguma coisa. Inclusive deixei-a bem presa na cintura, bem acessível também. Já o cachimbo e as moedas permaneceriam no bolso do meu macacão. A picareta, por sua vez, trouxe na mão mesmo, trocando entre uma mão e outra, dedilhando-a, brincando com o objeto. Realmente estava me afeiçoando a ela?

— Droga...essa chuva ta me deixando ensopado. Vocês não tinham uma capa de chuva não? — Perguntei para Aurélio durante a caminhada. Sendo ele um dos membros daquele lugar talvez soubesse melhor sobre o porquê da escolha das roupas ter resultado num macacão e sapatos de pano. Por vezes eu tinha que espremer um pouco ali, chacoalhar aqui, tudo pra escorrer a água que se acumulava e deixava o macacão cada vez mais pesado. A chuva por sinal não dava trégua. Fiquei muito feliz quando entramos em terreno da floresta por dois grandes motivos; 1 - a chuva parecia não surtir mais tanto efeito e 2 - me lembrou bastante da Floresta da Tortura, lugar que apesar de tudo eu considero como casa.

— Eu costumava viver num lugar parecido com esse, sabem? Chamam de Floresta da Tortura. Era muito legal apesar do nome. — Comentei, apenas por falar mesmo. — Aliás, ei, tio Vax, ainda estamos muito longe? — Decidi aproveitar a conversa para perguntar quanto tempo até a tal Velha Carcosa. As informações que vi de relance naquele mapa ainda não estavam totalmente fixadas na minha mente o que me deixava um pouco confuso em relação a distância. Por isso perguntei.

O problema é que daquele ponto em diante, acompanhar Vax tornava-se cada vez mais difícil. Era incrível, mesmo eles nos dizendo que estamos mortos, eu senti cansaço. Senti meu pulmão arder por falta de ar, senti minhas pernas um pouco doloridas apesar de estar acostumado a andar em terrenos assim. Talvez fosse por culpa daquele desmaio de antes, nem eu entendia muito bem o que estava acontecendo comigo. Senti falta da sopa da tia Sally naquele momento, sempre me dava tanta energia.

Mic também não parecia ter muito fôlego, vi meio de relance quando ele parou e se encostou numa árvore. Rapidamente parei minha caminhada e fui até ele, mesmo correndo o risco de deixar os demais passarem. Notei que Aurélio, apesar da aparência franzina, também seguiu acompanhando tio Vax quase no mesmo passo. Esquisito. Eu podia jurar que ele era do tipo que a essa hora já estaria botando o coração pra fora?

— Ei senhor Mic, está bem? — Indagaria, aproximando-me dele. Neste momento lembrei do meu odre com um líquido com cheiro forte e que por sua vez me trazia lembranças daquela mesma bebida que o tio Targo nos ofereceu noutra aventura de minha vida. Realmente ela ardia bastante mas, se bem me lembro, era bem forte. Talvez forte o suficiente pra ajudar o senhor Mic. Minha intenção então era oferecer um pouco da tal bebida para ele, mesmo sem ter certeza se era mesmo vinho ou não. — Beba um pouco, você parece bem cansado. Aliás, também estou... não imaginava que Vax era tão rápido assim.. — Comentei, meio que arfando.

E então ficaria ali para disposição do senhor Mic. — E obrigado pela bolsa, serviu direitinho! Hahaha! — Completei, mostrando a bolsa na minha cintura.

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Mensagem por Pacificador Seg Mar 07, 2016 3:02 pm

Então o garoto esperou. Ficou ali sentando com a cabeça pousada em seus joelhos, estava encolhido, queria correr, mas já estava desanimado. Apenas agora parava para perceber aonde estava, olhou em volta. Perolas; conseguiu identificar, eram purpura uma coloração que particularmente o Homúnculo gostava, então eles chegaram.

Se espalharam ao redor da área , Ball não entendia o por que daquela movimentação. Observou com curiosidade, negros e tatuados, não tinha nenhum conhecimento sobre algo similar, nem mesmo em Lodos ele detinha um conhecimento comum sobre as coisas. Ele continuo sentado, encarando as vestimentas dos nativos, eram tão diferente de tudo que ele já havia visto, eles eram naturais de uma maneira estranha, pertenciam aquela terra. A linguagem entre eles eram algo novo para Balltier, animalesco, de fato no entanto uma forma de comunicação a sua maneira.  Assim encontrou o olhar do líder, mas não por muito tempo, ele logo em seguida se agachou em um joelho, os demais fazendo o mesmo movimento, o garoto franziu a testa, não entendia e não tinha a menor ideia do por que daquilo. Então a voz do líder explicou o motivo daquilo tudo...

A primeira coisa em sua mente seria a descrença, mas de alguma forma conseguiu compreender que era real, não tinha razão para duvidar dos acontecimentos, estava claro que ele veio do céu, olhou para as pessoas ali prostradas no chão em um cântico, ficou em silencio esperando eles terminarem, mas suas duvidas o golpeava violentamente, deveria perguntar, deveria se perguntar, deveria responder e acabar com o mal entendido. Voltou sua atenção para o líder tentando explicar a situação. - Eh? Sim, eu realmente vim do céu, mas eu não tenho pais... - Tentou manter a logica de em seu pequeno conhecimento, ser considerado filho da tempestade, era algo que nunca e ninguém havia contando para ele. - Eu vi este mundo das nuvens, criaturas malignas, pessoas caminhado acorrentadas vindo do leste, barqueiros de mantos negros. O mar azul, depois negro violento desmembrando embarcações, mas ainda sim, mesmo com os gritos  outros seguiam pelo mar negro.- Parou, estava falando queria resposta, queria entender o motivo de estar ali. - Eu vi uma ilha, sentir algo poderoso, mas não parei nela, eu seguir, então algo me puxou. - Ou o poder tinha acabado, pensou logo em seguida continuou. - Eu não entendo, logo em seguida estava aqui, como se tudo fosse tão real, mas então o Morgan me atingiu com um soco, não entendi, mas parecia que ele não percebeu nada. Ele ficou assustado, quem são os Veitie? Por que o Morgan avisou para eu correr, vocês são perigosos? Eu não queria destruir o altar de vocês, eu juro.- Parou de falar, queria respostas, claro entendia que de alguma forma tinha sido salvo do ataque do senhor Bones, mas ainda sim queria respostas.

Então olhou para o céu, esperando uma afirmação, realmente era um filho da tempestade? Sempre fora descartado como obsoleto ou como incapaz de fazer as coisas mais comuns pela falta de conhecimento. - Onde eu estou? E quem são vocês!- Começou a respirar pesadamente, seu coração batia acelerado, estava morto, ainda tinha coração, confuso, não devia pensar que estava morto, já tinha se adaptado a tal realidade.

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Mensagem por Knock Ter Mar 08, 2016 8:41 am

Não sei o que deu em mim naquele momento. Ainda sentia a euforia do que Sean me havia feito, mas a melancolia estava cada vez maior. Deixei o instrumento de lado, assim como as coisas que pertenciam ao outro ser que as usava, assim como, os frascos e as roupas. Nada me servia ali, além disso, não queria ficar em dívidas com "Nic"; meu pai me ensinou que todo mal pagador é um excelente cobrador, além disso, nada fora informado sobre preço.

Minhas idéias vagaram naquele pequeno local. Vi os mapas e fui perguntar, mas por algum motivo as palavras não saíram da minha boca. Motivos?! Não... Só devaneios e lembranças que me despertavam a vontade de voltar à vida e aproveitá-la. Naquele instante eu questionava a minha entrada no exército; me vinha vontade de conhecer a terra, a conexão entre raízes; sentir o ar subterrâneo que muitos falavam que corriam debaixo dos pés daqueles que pisavam no solo da ilha. Queria sentir meu coração pulsar. Eu tinha de pegar esse tal de trianguli. Essa missão não poderia falhar.

Subitamente saí do meu pseudo transe, cerrei os punhos e comecei a caminhar rápido seguindo Vax. Depois de umas horas caminhando rápido fiquei cansado, o que era de se estranhar, mas forcei e continuei. Confiei à minha habilidade o direito de me manter íntegro sob qualquer circunstância e continuei.

A paisagem pouco mudara. Tentei lembrar do mapa, lembrar de uma floresta que se aproximava. Continuei. Foi a alertado sobre as criaturas fortes que haviam lá. Talvez fosse como aquela floresta grande, ou seja, era só mostrar respeito e dignidade que coisas ruins poderiam ser evitadas, então assim faria... Mesmo que fosse provocado, resistiria ao máximo.

Vax andava rápido... Não era de se duvidar que tínhamos pressa, tentei segui-lo. Acho que não ficaria para trás. Talvez o grupo já tivesse atrás, mas esqueci de olhar para trás com Vax andando daquele jeito. Só continuei andando, ouvindo uns reclamarem. Mic não parecia ser de lá, mas agora não perguntaria nada. Só seguiria tentando observar as coisas ao redor, preparado para as coisas que poderiam acontecer. Acho que o que Sean me deu também me ajudava bastante, então continuei.







>off: esqueci de perguntar mesmo, Gm. Hauhauhah. Viajei. Dorgaz. Hauhauhah. Em todo o caso, minha H.E 1 está ativa constantemente, então dá pra continuar de boa -eu acho- heuheuh. Vlw. Heuheuh e<

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Mensagem por Bones Qua Mar 09, 2016 10:24 pm

Quando finalmente estava conseguindo colocar sua mente focada novamente em se recuperar e começando a sentir aquela sensação tão agradável de ter suas energias energias retornando, foi subitamente puxado de volta a realidade por Vax, o chamando para andar logo e ver o mapa. Foi um incomodo, mas nada muito grave, apenas queria ter tido um pouco mais de tempo.

Mas tempo parecia que era algo que não haveria ali, pois o grupo se colocou a andar, cada qual carregando seus pertences. Bones provavelmente era o único que parecia se divertir um pouco com o som que sua arma recém adquirida fazia em seus ossos, coisa que as vezes procurava disfarçar e outras fazia questão de deixar o som chato e irritante soar, apenas para ver a reação do grupo que parecia um tanto desconexo, ninguém falando com ninguém, exceto em raras exceções...

A viagem prosseguia e curiosamente percebeu algo que não lhe fez muito sentido: se todos estavam mortos ali, por que o grupo estava ficando cansado? Esqueceram de avisa-los que mortos não cansam, comem ou dormem? Não, realmente haviam avisado, mas não parecia ser esse o caso, parecia mais que suas mentes ainda estavam impregnadas pelas carnes que um dia vestiram em vida, coisa que ele próprio por ter "surgido" um esqueleto a tanto tempo já nem sabia qual era a sensação.

Mas então alguns foram diminuindo o passo e logo alguns decidiram parar, enquanto Vax e Ho continuaram. Decidiu continuar também, não precisava de cuidados ou descanso e aquele que mais sabia sobre o Trianguli era o próprio Vax, então era melhor não perde-lo de vista, pois ardiloso e traiçoeiro como era, seria sempre bom manter os olhos nele, além de ter uma oportunidade de conversar um pouco mais avontade com ele.

- Vax, aproveitando que estamos em particular... Ho, tape os ouvidos hehehe... Então, voltando... Há alguma chance real do tribunal cumprir com o que nos foi oferecido? Pela reação deles julgo que o Trianguli é importantíssimo, mas se existe um tribunal, então deve existir alguém superior a eles, não? Esse superior aceitaria essa barganha que fizeram conosco? Tenho a impressão de que tal historia não acabará muito bem para nós, basta ver naquilo que me tornei, um bom exemplo do que acontece com quem desafia A Morte hehehe... e é justamente nesse ponto que gostaria de conversar em particular com você uma outra hora, sobre garantias e serviços... hehehe

Novamente reafirmando sua natureza, Bones não era nenhum tipo que se destacava fisicamente, exceto quando se tratava em assustar os outros, mas intelectualmente ele sempre procurava ficar atento e ver um pouco mais adiante do que a maioria, tentando antecipar alguns passos e quem sabe se preparar para as possibilidades do que poderia ocorrer, seja para melhor ou para o pior, e principalmente vendo o que era necessário fazer para alcançar seus objetivos, pois sabia que tudo havia um preço então era bom escolher atentamente qual preço estava disposto a pagar e se o beneficio valeria a pena, nem que pra isso precisasse barganhar com uma serpente como Vax.

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Mensagem por NR Sérpico Qui Mar 10, 2016 6:47 pm

12. Jogos

Ho e Bones firmes seguiram a Vax que, em determinado ponto se virou para dizer algo e só achou metade do grupo. Não gostou do que viu. E pareceu cansado de um jeito esquisito. Eles se lembravam de tê-lo visto assim uma vez, de quando retornou ao quarto, lá na Antessala da Morte. Suando, com a aura de medo reduzida.

─ Certo então ─ ele disse. ─ Vamos esperar os molengas.

Daí escutaram um sussurro no mato. Algo esquisito, algo assim:

?ieRodsetnatisiV ─ Ecoando por entre as enormes árvores.

Ao que outro respondeu:

éoãniuqadohlemrevosonemoA!rebaslicífiD.

E nem deram tempo para Vax explicar o que era, ou Aurélio desejar caminhar pra longe: apareceram, dois adolescentes gêmeos de loiros cabelos longos, vestidos no verde de casacões velhos e calçados nos chinelos marrons de couro. Surgiram de trás de uma árvore, como se escondido o tempo inteiro estivessem. Sorriram, felizes demais, e fizeram saudações exageradas aos quatro. Depois matraquearam como se fossem um só:

─ Olá viajantes!

─ Bem vindos ao nosso reino!

─ Aqui, a todos que passam devem pedágio pagar.

─ Mas não se preocupem, pois dinheiro não é o real pesar.

─ No nosso reino dinheiro não tem poder.

─ Apenas histórias admiramos pra valer.

─ Falsas ou verdadeiras, não queremos saber.

─ Apenas escutá-las é o nosso dever.

─ Mas satisfatórias no mínimo deve ser.

─ Conte-nos uma que começo, meio e fim deve ter.

─ E passar pra fora da Redoma ainda hoje irão fazer.

─ Desde que os estrangeiros assumam esse dever ─ E este, assim que terminou, apontou para Ho.

E o outro, óbvio, esticou seu dedo na direção de Bones.

Aurélio se afastou um pouco e Vax tirou o chapéu da cabeça lisa. Olhou para Ho e Bones e explicou com calma:

─ Eles querem que vocês contem uma história qualquer. Podem fazer isso, ou só entendem de socos e chutes?

Os gêmeos atentos ficaram, impacientes para escutar dos dois uma história qualquer. Pedágio era e dos “estrangeiros” deveria vir.

***

Sean, quando falou com Aurélio, recebeu apenas um muxoxo de confirmação, de que não, não tinham capa de chuva. E nada mais. Pelo jeito não ia conseguir muita conversa com o arquivista, ao menos não por enquanto. Que seja, o fato é que agora Sean estava de papo com Mic.

─ Obrigado ─ Mic aceitou a bebida. Deu uma cheirada antes, fez uma cara de sei lá o que é isso, e deu uma golada. ─ Bom ─ disse, apesar da careta. ─ Muito bom. Obrigado mesmo. Já até me sinto melhor. Nossa. Me sinto bem melhor.

E parecia mesmo. Revigorado. Deu outra golada, e Sean teve de pegar o odre de volta, se não Mic poderia secar tudo ali e agora.

─ Vax deve estar com pressa porque não é ele mesmo. Deve ser uma das peles, hm.

O que? Mas então outro alguém na cena:

─ Ei, você aí. Sem ser o tio Miclangelo, você jovem bonitinho. Sabe fazer contas?

Sean olhou na direção, lá pro alto de uma árvore. Essa era uma árvore de tamanho normal, o que ainda assim significava mais de 30 metros de altura.

A menina estava sentada num galho, pés a balançar - exatamente como Sean, de quando esteve acorrentado. Ela soltou um riso quando os olhares se deram.

─ Sabe fazer contas? ─ perguntou outra vez. Deveria ter a mesma idade que Sean, pele bronze com cabelos escuros. Olhos grandes e divertidos, duas amêndoas. Vestia vestido roxo, um cachecol branco laçando o pescoço. Os pés descalços balançavam e na meia luz do fim da tarde a pulseira de ferro num dos tornozelos reluzia. ─ Tio Mic eu sei que sabe, mas bem pouco – ela pôs a mão de lado sobre a boca, como se contasse um segredo sussurrado: ─ Ele não soube resolver nem o “Problema dos Vendedores de Melão”. ─ Daí deu uma piscadinha para o Mic e riu.

─ Ah, você ─ bufou Mic. ─ Sabe, acho que não temos muito tempo para seus joguinhos.

─ Apenas um, vai ─ ela pediu, balançando os pés. E nem esperou, apenas começou a falar, divertida: ─ Jovem bonitinho, vamos supor que você é um viajante e tem 1 cavalo. Vai andando pela estrada e encontra 3 irmãos discutindo. Eles pedem sua ajuda para resolver um problemão de herança. Acontece que o pai deles deixou de herança 35 cavalos, sendo sua vontade que a metade do todo ficasse para o irmão mais velho, um terço para o irmão do meio e um nono para o mais moço. Mas como pode ser? Metade de 35 cavalos é 17 cavalos e meio! O jeito seria partir ao meio um dos cavalos? E a partilha dos outros irmãos também não dão em números exatos. Como resolver o “Problema da Herança”, jovem bonitinho?

***

Sollrac caminhou, nem ficando pra descansar, nem seguindo de perto Vax e os outros. Apenas continuou num ritmo próprio, atrás dos rastros. Entre a mata, teve certeza que estava alcançando alguém. Talvez Aurélio, talvez Bones. Essa pessoa estava parada e quando Sollrac chegou numa distância em que já interpretava bem desenhos e formatos, percebeu que não era alguém que conhecia.

Primeiro por que o cidadão cantando estava. Segundo por que era uma mulher e não havia mulher no grupo. O manto lhe cobria da cabeça aos joelhos, fechado, de modo que não se via nada dela. Só do joelho pra baixo, claro: os pés descalços sujos na terra molhada, sujos mas de algum modo confortáveis, acostumados. Unhas pintadas de rosa.

Bela voz, algo que se Sollrac um dia se familiarizou com nomenclaturas de tonalidades, pensaria naquela como um mezzo soprano. E era noutro idioma, de modo que Sollrac nada captava de seu significado. Mas parecia triste, um lamento.

Então ela parou o canto e se virou e mesmo assim pouco podia ser visto do seu rosto: o queixo, os lábios, os cabelos castanhos encaracolados ao redor do pescoço.

Os lábios sorriram, gentis.

─ Gosta de música? ─ perguntou, como se soubesse que Sollrac estava por perto, sem necessariamente lhe olhar nos olhos. ─ Três cantos tenho aqui e queria que os escutasse e me falasse o que acha.

Coisa estranha, aquela abordagem. Mas de algum modo Sollrac escutou. Como se realmente estivesse curioso, se não pela letra, pela voz.

O primeiro canto foi assim:

”Ela e ele opostos são,
Ela morta e ele não.
Ela corpo e alma tem,
Ele, mente somente vem.
Ela jornadeia sobre os pés
E ele no ar encontra viés.
Aquele de ossos entre eles estará
Melhor ficará depois que o Trianguli pegar!”

Soou, novamente, como um lamento. Diferente do segundo canto, já engatado, que saiu da boca dela com mais energia e vibração. Foi assim:

“Aquele que meio é, inteiro será.
Mas na completude se perderá.
E quem poderá lhe obliterar?
Amigos e família não reconhecerá!
Apenas a linguagem do matar entenderá!
Quem ele será?”

E pausou. Um respiro, e então o terceiro canto:

“Canto eu pela terceira vez,
Pois foi em três que tudo se fez
Mas atenta na previsão da vez:
Apenas um dos cantos terá real vez!
Ou então os três de uma única e mortal vez!

Três cabeças um deles tem, na masmorra de prontidão.
O outro da espada traz julgamento, corta fora toda podridão.
Dono da ilha o terceiro é, reina soberano onde põem o pé.
Guardam o item tão precioso
E a todos enfrentam sem hesitar.
Sobre fiel juramento velaram:
O dever de matar quem perto chegar.
E se os já mortos os enfrentar,
Então grande pugna será!
Se os guardiões por cima saírem,
Equilíbrio há de continuar.
Mas se aos mortos a vitória for dada,
O tão precioso item se juntará.

Do casamento então será
O perfeito caos a reinar,
E para todos os mundos há de sobrar
Dor e tormento no gorgolejar.”


Fim. Então ela se mexeu um pouco, como se respirasse fundo após uma longa e tensa apresentação diante de enorme público. E enfim quis saber de Sollrac:

─ Agora me diga, por favor: de qual mais gostou?

***

Balltier foi falando e os cantos cessaram para que todos escutassem. Apenas escutaram, olhos bem abertos, como se uma importante mensagem estivesse a sair da boca do homúnculo. Ao fim, alguém disse:

─ Talvez esteja um pouco confuso.

E outro:

─ Ou então, não ele.

Nessa o líder se virou para o próprio bando, rápido, peito estufado.

─ É ele! Tem de ser ele! Não ouse questionar as previsões daquela que tudo vê. ─ Se virou de volta para Balltier. ─ Você está na Pérola. Veitie é o nome do nosso clã. Iremos levá-lo agora, para conhecer nossos líderes. E aqui, todos são perigosos, até o chão onde pisa.

O líder deu com a mão, para que Balltier o seguisse. Saiu na frente, os outros caçadores logo atrás. Balltier foi junto, meio que sem escolha. Mas andou só um metro, pois Morgan saltou de cima da árvore, todo revestido de heroísmo ─ ou então apenas querendo impedir que o único sujeito mais próximo de sua missão original (Ball) fosse levado por indígenas com caveiras de animais sobre as cacholas.

Saltou, caiu pesado sobre dois. Alguém lhe furou o lado do corpo com uma lança e duas flechas se cravaram no seu peito, tempo de reação dos Veitie = a muito rápido. Logo Morgan era Pedreira outra vez, socando a direita e a esquerda, todo cinzento. Os Veitie fizeram um cerco, mantendo boa distância, explorando ataques combinados. Num desses Morgan caiu, o cabo de uma lança no peito lhe empurrando ao passo que outra lança foi posta atrás dos joelhos. Tombou. No tombo gritou:

─ Vai menino! Corre daqui!

Estavam todos bem ocupados com Morgan. Era uma briga em que ele tinha a vantagem por ser mais durável, mas ficava muito atrás quando o assunto era número de combatentes em cada time.

Spoiler:


Última edição por NR Sérpico em Qua Mar 23, 2016 11:48 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Pacificador Dom Mar 13, 2016 2:14 pm

Fechou os olhos, era como se cada palavra dos nativos o afetasse, ele sabia desde o começo, não era quem eles procuravam. Por que aquilo o atormentava? Olhou para o predador, ele não era o líder, alguém importante, mas ainda assim, não era o líder. Manteve a postura que ao menos ele pensava que alguém importante usaria, como naquelas historia que lhe contavam sobre escolhidos e heróis, manteve o olhar. Se levantou lentamente, não estava tão machucado como achava, mas se fez um pouco debilitado, precisava de tempo. Em apenas dois passos, então Morgan desceu sobre alguns Veitie. A reação daquele clã fora algo incrível, Balltier nunca tinha visto algo como aquilo, de certo só reforçava o quão perigoso era aquele local, se eles detinham tal velocidade em enfrentar Morgan que fora um oponente a altura do Meio-orc de seu antigo grupo que chance Ball tinha sozinho? Ele ouviu a voz de Morgan, olhou para o lado tinha de ter uma abertura, estavam focado em Morgan, não hesitou e apenas se moveu gritando a plenos pulmões, ele tinha certeza que Morgan não era uma pessoa tão ruim como parecia, então tinha de fazer sua parte. - EU SOU RAZIEL, FiLHo da teMPestade. - Saiu correndo, certamente imaginou a cena, ele gritando a todo pulmão algo que ele nem tinha certeza, apenas para ajudar a um inimigo que o havia ferido, se achou um idiota, muito idiota, ridículo de verdade mas não parou de correr.

Ele era Balltier El Raizel, não que isso fosse algo incrível, mas também não era qualquer coisa, um homúnculo, com nove anos, se tudo desse certo ele podia viver por séculos, mas não era hora para isso. Seguiu em linha reta, se embrenhar na mata era uma alternativa, mas duvidou que os Veitie fossem incapazes de seguir, teria de ter algum lugar, antes que ele perde-se toda energia, teria de encontrar um lugar.


Seguiu correndo, não olhou para trás nenhuma vez, estavam o seguindo? O pior cenário para ele se fosse fácil de seguir seu rastro, mas até então estava chovendo, uma coisa boa talvez, o macacão poderia estar começando a pesar, mas isso não iria desanimar o homúnculo, começava a se preocupar com Morgan, será que ele ficaria bem? Ele tinha feito aquele sinal feio para ele, algo como o dedo do meio como os humanos usavam, coisa de homúnculo sabe... Decidiu que já estava na hora de se arriscar na mata, ou um lugar que servisse de abrigo, duvidava que fosse capaz de usar as arvores como Morgan fizera, se bem que até o momento antes do ataque os veitie não tinha notado o gigante, talvez este fosse o ponto fraco deles? Não tinha como saber. Encontrar um lugar que se poderia servi como abrigo iria esperar, quieto, furtivo, se algo morasse ali? Ou pior se algo o encontrasse ali fora, também devia tomar cuidado aonde pisa, estava todo tenso, tudo que ele ouviu do predador dos veitie ele havia de usar naquele lugar, tomava cuidado ao pisar ao andar ao se mover, tinha que descansar o bastante, dormi um pouco, precisava disso.


Qual será o motivo de Morgan, talvez ele escutou  a historia de Balltier, de como haviam chegado ali, ali onde? Perola? Uma ilha chamada perola por ter apenas um altar; não talvez naquela ilha existisse mais santuários, assim que descansasse deveria conferir isso, conferir como estava Morgan, tinha tanta coisa para fazer, mas estava cansado e machucado, com o tempo passando iria tentar entrar em algum local que havia de achar, ou se não iria dormi ali, apenas um pouco, já deveria de acordar. Seguiu para a mata, seu cuidado era algo estranho, como se contassem que um dragão poderia sair da terra a qualquer momento para abocanhar o garoto. Então seguiu a procura de um abrigo temporário.

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Mensagem por Knock Seg Mar 14, 2016 7:28 pm

Estávamos andando rápido, aquele trabalho mental não era fácil, tanto que achava que um mês ali poderia fazer até alguém comum suportar a pressão psicológica no campus de treinamento de Tákaras. Sim. Estava pesado. Se não fosse a ilusão de estar usando minha habilidade, não sei se teria conseguido, mas depois fui percebendo que eu não a estava usando, mas aquela adaptçõ ainda exigiria muito de mim.

Fomos adentrando o bosque, desviando de obstáculos naturais, até um momento em que paramos para esperar o resto do grupo, então ouvimos vozes que se comunicavam entre si utilizando um dialeto que eu nunca havia escutado quando vivo, então da mata surgiu dois seres que aparentavam ser jovens e se diziam senhores daquelas terras. Sendo assim, teríamos de pagar uma espécie de taxa para podermos passar. Eles não queriam dinheiro; queriam uma história com início, meio e fim. Pediram apontando para mim e para o ossudo Bones.

Ouvi a indagação do senhor peçonha, nem dei bola então tomei a frente, de repente lembrei de uma piada, lágrimas quase saíram dos meus olhos, os pulmões se encheram de ar e contei:
--Era uma vez um pintinho que nasceu sem cu. Um dia vendos os amigos peidarem, resolveu fazer o mesmo e explodiu-- Gargalhei. Eu sabia que seria repreendido mais tarde.

Mas então no meio da minha gargalhada, levantei a cabeça e disse -- é brincadeira! É brincadeira. Uuuuh Hahahah-- Recuperei o fôlego aos poucos limpandos as lágrimas dos meus olhos. --Ah, man. Lembrei daquele dia hahah. Perdão, agora vem a história de verdade, a qual verdadeiramente desejo contar-- O tom de seriedade tomara minha feição como se há instantes antes nada houvesse acontecido, então comecei mesmo sabendo que agora eu estaria desacreditado tanto por meus companheiros quanto pelos que pediam a história, então levaria a sério; até a voz ficaria mais sombria:

--Era uma manhã comum, um pouco antes dos primeiros raios do grande lumiar do dia tocarem a primeira folha da árvore mais alta. Dois cavaleiros estavam encarregados de uma missão aparentemente comum que consistia em transportar um artefato desconhecido de volta ao campo do exército ao qual pertenciam.

Haviam se hospedado em uma pousada humilde, a única que haviam encontrado após horas e horas de uma corrida cansativa em uma carruagem; a noite havia sido longa, pois a ansiedade por completar a missão daquele objeto tão estranho. Intercalaram a vigília, mas nenhum deles havia se sentido bem. Acordaram acabados, os músculos doiam como se houvessem sido pisoteados por cavalos de guerra naquela noite. A cabeça também não lhes deixava respirar em paz.

Montaram à carruagem e continuaram a viagem. O dia estava tranquilo. Nem música de pássaros, nem piu. As rodas atritando nas pedras da estrada eram as únics coisas sentidas e ouvidas, mas os soldados estavam atentos, pois queriam sucesso e não lamentos. As horas passavam, ficava mais quente, mas o cenário não mudava, nem nada notavam... Até que...-- tentei fazer suspense, durante a história, eu gesticulava e tentava imitar as emoções para fazer ficar interessante--

Até que um comerciante também em uma carroça surgiu no horizonte na direção contrária, os soldados fitaram os estranho, que passara rapidamente por eles até sumir na estrada. Mas alguns metros depois sentiram as costas arderem e olharam institivamente para traz e viram que o pano que cobria o veículo estava em chamas, bravejaram e urraram enquanto pulavam rapidamente nos cavalos, cortavam as correias e abandonaram a carroça, levando a carga que estava presa a um dos soldados.

Desembainharam as espadas, sabiam que o confronto viria, se armaram com seus espíritos, coragem e vida dispóstas ao sacrifício como verdadeiros guerreiros.-- Dei outra pausa inigmática, a qual eu aproveitaria para ver a reação dos ouvintes e continuei-- Deu certo? Meu amigo continuará o resto.

Deixei uma parte que achara justo à Bones, esperava que ele conseguisse improvisar aquele ápice e o fim. Chegaria a Vax e perguntaria baixinho-- E aí? Tudo certo?
Esperava ter feito um bom trabalho.

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Mensagem por Kaede Ter Mar 15, 2016 9:25 pm

Durante o caminho para a Velha Carcosa, a chuva pareceu ter dado uma estiada, mas na verdade era por causa das enormes árvores que cercavam o local. Parecia que estávamos em um tipo de cidade – floresta, talvez uma cidade de elfos ...

Muito vento e a chuva gelada me deixava um pouco fraco e acabei andando devagar e a única coisa que ouvi da boca de Vax foi para ter cuidado com os seres da floresta. Por ter andado devagar devido a chuva e o clima frio acabei tendo de seguir os rastros de meus companheiros e acabei me perdendo deles. Continuei meu caminho mesmo assim, na esperança de encontrá-los, porém acabei encontrando outra pessoa, não a conhecia.
Estava completamente coberta dos pés aos joelhos com um manto, pelos pés sujos, mas ainda delicados e pela bela voz que cantava em uma estranha língua, identifiquei que poderia ser uma mulher. A melodia parecia ser algo triste...

_O que será que está cantando?_ murmurei... e parece que de alguma forma lhe chamei a atenção, pois a figura parou com o seu canto e se virou, nisso pude ver um pouco dela sobre o tecido e me perguntou se eu gostava de musica e que iria cantar três, e que gostaria de saber o que eu achava.

Ouvi cada uma delas e também estranhei, pois não imaginava que iria falar a minha língua. Assim que terminou a terceira que foi a mais longa de delas, ela se virou e me perguntou de qual mais eu gostei.

_A segunda me chamou muito a atenção, mas gostei muito da última que cantou! Me desculpe mas como você cantou em sua musica, o que elas significam? Me parecem ser sobre uma lenda ou profecia sobre o tal Trianguli..._ Respondi e fiz uma pergunta enquanto a tentava observar sobre o manto que a cobria.

_Seria um ser da floresta como Vax tinha falado antes?_ Pensei...

Off::

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[Comum] Considere-se morto - Página 2 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Hummingbird Qui Mar 17, 2016 8:03 pm

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Mic quase acabou com a bebida, parecia esfomeado. Puxei rápido antes que ele tomasse tudo. Posso jurar que senti vontade de tomar um golinho também? No entanto fui surpreendido pelas palavras do pintor. Falou algo sobre as peles. Isso me deixou curioso, tudo começou pela sensação estranha que eu tive desde que o vi no quarto aquela primeira vez. Podia jurar que tinha algo a mais, só não consigo entender o que tem haver uma pele com isso. Enquanto guardava a bebida, ainda meio pensativo, pensei em cutucar minha pele do braço pra ver se conseguia pensar em algo relativo...

— Que?! — Atônito, virei pra cima procurando por quem me chamava. É que enquanto eu estava distraído, quase não percebi uma garota que apareceu do nada, pendurada em um dos galhos da árvore. Ela balançava os pés igual eu quando estava ansioso. Aquilo me fez sorrir enquanto por fim, respondi ao seu elogio; — Obrigado! Você também é muito bonita! — Disse.

Acontece que a tal garota e Mic pareciam se conhecer. Não entendi muito bem, eles trocaram algumas palavras e deixaram no ar alguns mistérios que no momento eu não fazia questão de resolver. Quero dizer, eu já estava com outro dilema em mente. A menina simplesmente me colocou num jogo, e admito, eu adoro jogos. — Uh-uh! Vamos brincar sim! — Cerrei os punhos, animado.

E então esperei. Ouvi atentamente qual era o desafio. A menina me lançou um enigma, parecia mais uma xarada. Inclinei a cabeça meio pensativo, a mão direita foi de encontro aos meus cabelos, bagunçando-os, enquanto a esquerda dedilhava o tecido do meu macacão. Pensei em andar para um lado, depois para o outro, por mero instinto. Estava mesmo pensativo.

— Hmmm, essa conta é bastantão de difícil. Agora entendo porque ela zomba de você, senhor Mic. — Comentei, ainda pensativo.

Quer dizer então que, naquele dilema, a herança de 37 cavalos deveria ser dividida em partes específicas para cada filho, entretanto, nenhuma delas tinha um número exato. Eu também tinha um cavalo, o que pra mim já estava de bom tamanho, oras, pra que os irmãos querem tantos cavalos? Pra comer?

— Já sei! — E então apontei para a garota com a mão direita, chamando-lhe atenção. — Os irmãos podem simplesmente matar um ao outro, não podem? Quem sobreviver pode ficar com toda a herança. Parece bom! — Argumentei, realmente pensando que aquela era a solução mais plausível. No fim, tentaria puxar um pouco da opinião de Mic ao dizer; — Ou simplesmente eles podiam fazer casais com os cavalos e assim ter uma grande família de cavalos com cavalos para todos! O que acha senhor Mic? — As ideias realmente me pareciam cabíveis.

Eu estava um pouco confuso, não sabia ao certo qual das duas eu daria como a resposta certa. Aliás, aquilo era só um jogo certo?

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Mensagem por Bones Seg Mar 21, 2016 11:47 pm

Meu amigo continuará o resto.


- ... E nada aconteceu por alguns instantes. Segundos pareciam horas devido ao estado de alarme que se encontravam, pois a qualquer instante o inimigo poderia surgir, mas da onde viria o ataque, era o que todos se perguntavam...

Bones ouviu o que os dois "garotos" diziam, achando realmente coisa de criança fazer as rimas como fizeram, mas pelo visto deveriam ter que "jogar o jogo" caso quisessem passar e para isso teria que bolar uma história. Não conseguia imaginar outras historias, pelo menos nao alguma que eles pudessem se interessar, quando viu que Ho tomou a iniciativa e começou, narrando os fatos, provavelmente uma de suas historias talvez, mas estava servindo de inspiração, quando acabou de subto e por sorte, por estar compenetrado, Bones conseguiu continua-la, embora o que viesse de sua nada normal cabeça talvez pudesse ser surpresa, inclusive para ele próprio...

- E quando alguns ja pensavam em baixar suas armas, um breve porém forte clarão amarelo-avermelhado surgiu na mata e uma bola de fogo atingiu o que restava da carroça, muito mais tentando intimidar do que acertar, fazer os coitados dos cavaleiros correrem com os rabos entre as pernas.

E com sua narrativa, procura ir alternando seu tom de voz, as vezes mais serio e as vezes mais irônico, dando enfase a cena, gesticulando, de forma a tornar a teatralidade o mais presente possível.

- Destemidos, os cavaleiros se entreolharam e ja sabiam o que cada um teria que fazer, pois eram companheiros de longa data e saqueadores não seriam páreos para eles. Um deles, o maior, tomou a dianteira, assumindo uma clara postura de combate, desafiando e chamando os oponentes, enquanto que o outro andou lateralmente e passou por tras da carroça, mas não saiu dali, provavelmente armando algo? Quem sabe... Mas o fato fez com que os inimigos pulassem da mata e tentassem atacar o desafiante com tudo.

- Sua grande espada servia como arma mas também como defesa, pois sua lâmina era tão larga quanto um tronco de uma mulher, e sua forma de manuseá-la usava-a em movimentos continuos, sempre rodando e girando a seu redor, num golpe interminável que mantinha os inimigos não muito próximos e acertava-os numa distância segura. O medo e descrença começaram a tomar conta dos atacantes. "Como um homem só pode deter todos eles?" era oque a maioria pensava.

- Mas ele não estava só. O outro, mais habilidoso e astuto, aproveitou das habilidades de seu companheiro e usou a oportunidade para se esgueirar e se enfiar na mata, resurgindo dela com o lider do grupo logo a sua frente, o mesmo que havia se disfarçado de comerciante e passado por eles, com uma espada curta pressionando seu pescoço e outra com a ponta em suas costas. O grupo imediatamente se rendeu, todos eles derrotados por apenas dois cavaleiros.

- Ao serem interrogados, o grupo disse que precisavam do artefato, caso contrário sua vila natal seria destruída justamente pelo mesmo exército que lutava contra o exército dos cavaleiros. O cavaleiro mais astuto viu a oportunidade e preparou o plano. Os saqueadores levaram o artefato ate o exército e os cavaleiros se infiltraram com sua ajuda, conseguindo usar o artefato e destruir mais da metade das barracas e inimigos com um grande clarão de luz.

- Depois daquilo, não havia mais guerra, o exército se rendeu e os cavaleiros estavam livres para voltar a sua espelunca e contarem as façanhas de terem acabado com uma guerra praticamente sozinhos e todos acharem que num passavam de histórias de bêbados, não que isso importasse para eles, contanto que lhe pagassem a cerveja...


Não fazia ideia se havia narrado uma historia boa ou não, mas o que sabia era que havia improvisado e tentando colocar algum nexo, drama e ação na historia, além de uma certa reviravolta nos fatos, algo que normalmente acaba prendendo a atenção dos ouvintes. Ao terminar, olhou ao redor, como se estivesse acordando para a realidade por estar muito envolvido e se dando conta que havia terminado, olhando para ver se havia alguma reação de alguém e se poderiam seguir...

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Mensagem por NR Sérpico Qua Mar 23, 2016 11:41 pm

13. Sinfonia da noite

A menina deu um risinho ao ouvir Sean se queixando, talvez cheia de si por ter elaborado um problema complicado. Daí Sean simplificou de um jeito que não envolvia muito divisões, mas subtrações.

─ É uma alternativa ─ Mic respondeu, depois de ouvir a proposta de Sean. E apertou os olhos na direção do menino: ─ Mas você não é jovem demais pra ficar com essas ideias?

Já a menina não deu mais risinhos e até parou de balançar os pés.

Não! Nananinanão! Não é assim que brinca de contar! ─ Pareceu até brava, mas não estava. Estava era antecipando o glorioso momento a seguir: ─ Vou explicar! ─ E até tornou a balançar os pés. Respirou fundo e decifrou o problema com aquele tom de mais esperta na voz: ─ O jeito de resolver o problema é você somar o seu cavalo aos dos irmãos. Assim, serão agora 36 cavalos. A parte que cabe ao irmão mais velho é a metade do todo, que, agora, será 18 cavalos! A terça parte do todo fica para o irmão do meio, ou seja: 12 cavalos! E ao mais novo a nona parte deve ser dada: 4 cavalos! Todos saem ganhando meio cavalo a mais do que no inicio do problema, veja só, caso resolvido! E ainda sobram o seu cavalo e mais um, que, se você for esperto, vai pedir como recompensa por ter solucionado o caso! Vê? Sabendo fazer contas, todos saem ganhando! E, as vezes, se você subtrair algo seu, acaba resolvendo o problema do todo e, quem sabe, ganha algo no final!

Daí ela saltou lá de cima. Metros de altura, mas pousou como uma pena, mal espatifou água de chuva empossada na terra.

─ Vocês estão saindo?

─ É ─ disse Mic. ─ Tem uns sujeitos mais a frente. Estão comigo. Nos separamos meio que sem querer.

─ Ah, entendo. ─ Ela torceu a boca, mastigando um pensamento. Decidiu: ─ Posso guiá-los até eles então!

─ Não precisa. O rastro está fresco.

Mas a menina olhou em silêncio para Mic e ele corrigiu:

─ Tudo bem, vamos lá.

Ela saiu na frente, caminharam. De repente ela descansou o passo um pouco, pra emparelhar com Sean. Mic caminhava mais atrás.

Ela disse:

─ Sabe por que não dava pra resolver o "Problema da Herança" daquele jeito? ─ Agora, ombro a ombro, Sean notou que ela era uns dedos mais alta que ele. E deve ter ficado escondida em algum lugar nos galhos, pois não estava ensopada pela a chuva. No máximo, uma leve umidade aqui ou ali. ─ Porque era uma questão de herança, oras! Era a vontade do pai que a partilha fosse feita daquele jeito, do contrário, o espírito dele não descansaria em paz, pois seu desejo póstumo não foi respeitado! ─ Então ela olhou para Sean ─ Imagina se fosse com você, se os seus pais tivessem deixado algo muito, muito importante, com instruções especificas sobre o legado. Você seguiria ou não as instruções? Faria de outro jeito, do seu jeito, ou respeitaria a vontade de seus pais?

Apesar de ser nova, em alguns momentos a linguagem parecia além de alguém jovem e imaturo.

Mas então, não mais:

─ Eu, por exemplo, se fosse sua mãe, ia te deixar uma capa de chuva! Mas você teria de dobrar direitinho quando não tivesse usando, pra não ficar amassada.

Mic tentou entrar:

─ E se eu fosse o seu pai te daria uma bolsa cheia de ─

─ Ó lá ─ cortou a menina da floresta, apontando mais adiante. ─ É um dos seus amigos, né, tio Mic?

─ Não é aquela coisa "nossa, como são amigos", mas conheço sim.

A floresta abriu um pouco, de modo que puderam ver. Era Sollrac. E estava sozinho.

Claro que ainda agora estivera acompanhado. Mas ouviu o som de vozes vindas de trás, desviou um pouco o olhar pra ver que eram Mic, Sean e uma menina, e depois percebeu que a mulher que cantara pra ele ainda agora não estava mais lá.

Antes disso:

─ Ah, o terceiro então? ─ disse a moça. ─ Mas foi o canto do meio, sobre o que meio é e inteiro será... que mais te chamou a atenção? Hm. ─ Pensamento alto, ela até demorou pra notar a pergunta de Sollrac logo a seguir. Deu de ombros e respondeu: ─ São apenas cantos que me vieram em mente assim que o vi. Não sei se significam alguma coisa, isso só você pode dizer. Eu apenas cantei.

Sollrac tentou, mas conseguiu captar poucos novos detalhes na moça. Apenas um: num movimento que ela fez, foi possível notar uma vermelhidão abaixo do olho esquerdo dela, como se fosse uma cicatriz. Mas Sollrac viu muito pouco para ter certeza do que era.

─ Estou apenas de passagem... mas iremos nos encontrar de novo.

Disse como se estivesse se despedindo, mas continuou apenas parada. Até o momento que Sollrac captou o som das vozes, desviou o olhar, e então a moça já não estava com ele. Sumiu depressa. Ou será que foi apenas uma... bom, Sollrac estava um pouco cansado, verdade, hm. Mas ainda não era o bastante para causar alucinações. Estranho.

A menina morena vestida num vestido roxo e com o pescoço envolto num cachecol que caminhava junto de Sean disse para Sollrac:

─ Olá! ─ E sorriu com a simpatia das crianças. ─ Sabe fazer contas, moço?

Mic se manifestou:

─ Mas menina, você já brincou de contar hoje! Deixa pra outro dia, certo?

Ela pareceu contrariada, mas não insistiu e nem olhou em silêncio pra Miclângelo, que não precisou corrigir nada dessa vez.

Mic não pareceu preocupado em apresentar a menina para Sollrac, e ela também não parecia tão interessada em saber quem era o meio dragão. Ela apenas disse que ia ajudá-los a achar os outros membros do grupo. Não deveriam estar longe.

E realmente não estavam.

Lá, no salão improvisado de contação de histórias, que era na verdade uma pequena clareira perto de enormes árvores, Ho começou com uma... brincadeira. Vax deu algumas piscadas, como se tivessem jogado pó em sua cara e ele estivesse tentando entender o sentido daquilo. Aurélio olhou pra Bones e depois pra Vax, curioso pra saber se era o único que não estava rindo. E os meninos ficaram um pouco pasmos, não tanto pela piada, mas muito mais em ver um meio orc rindo.

Mas quando Ho consertou a postura e começou a narrar de forma séria, os gêmeos sentaram no chão molhado de chuva, cruzaram as pernas e ficaram um período sem piscar, cobrando o pedágio com atenção. Interagiram, conforme a história era contada. Ho pôde ver um sorriso imaginativo nos dois, talvez ambos se imaginando nos papéis de cavaleiros viajantes. A hora do suspense fez um deles abrir a boca pra respirar.

─ Foi o comerciante! ─ sacou.

─ Sacana meliante! ─ disparou.

─ E depois? ─ perguntou.

E depois Ho continuou e logo parou. Eles ficaram esperando, mas... Ho virou o rosto pra Vax querendo um retorno. Vax fez um sinal que deveria significar "mais ou menos, mais ou menos". Daí Bones rapidamente pegou o fio. E nada aconteceu na história naquele ponto. Os meninos murcharam os peitos, voltaram a respirar, seus ombros caíram, suas bocas torceram.

─ Uma ilusão, será?

─ Daquelas que as bruxas fazem, bem pra lá?

Mas Bones enfim narrou o ataque, numeroso. Nessa, os meninos recobraram o animo, se imaginando novamente como os cavaleiros do conto. Daí tornaram a se acalmar com aquela reviravolta. Ficaram pensativos, talvez se colocando, agora, na pessoa dos "bandidos". A solução final pareceu satisfatória aos dois. A lição que pegaram, pensando nos bandidos que não eram bandidos, foi que:

─ A aparência nem sempre...

─ Significa ciência!

Se levantaram do chão, limparam os fundilhos dos casacões e agradeceram pela narração. Pareciam satisfeitos e saíram caminhando, como recordados de algo importante a fazer por aí em algum lugar. No caminho discutiam quem eles eram.

─ Eu sou o astuto, pois você é muito lento da cabeça.

Bah, o que gira a espada é muito mais legal!

Sumiram floresta a dentro.

Aurélio, para Ho e Bones:

─ Mas o que era esse artefato, afinal?

Os outros apareceram. Estavam junto de uma menina. Ela cumprimentou eles e perguntou se sabiam fazer contas. Vax disse que sabia, mas que suas contas não eram para jogos bobos. A menina não pareceu ofendida. Caminhou a frente, como que guiando o grupo, quando na verdade não precisavam de guia nenhum. Todos estavam relativamente descansados, Sean parando com Mic, Sollrac parando pra ouvir cantos, Ho e Bones parando pra contar histórias ─ sim, deu pra recuperar o fôlego e até se distrair um bocado. Logo continuaram normalmente. A chuva ainda era forte, e só perceberam isso quando a floresta acabou.

No fim da floresta, havia uma parede translucida azulada que parecia pender no ar.

─ Até logo. Voltem sempre. ─ Essa era a menina da floresta, despedindo deles e dando tchauzinho.

Vax foi na frente, cruzou pela parede e nada aconteceu, foi como passar por um lençol. Todos passaram. A chuva pegou eles de novo. E agora eles não estavam mais caminhando numa campina, sobre folhas ou galhos ou terra fora.

Estavam na pedra dura. Era como se a floresta tivesse um limite definido, como se suas raízes não crescessem além daquela parede azulada que, olhando pra trás agora, ia alta pelo céu, até onde a vista alcançava naquela quase noite em que estavam.

Verdade, quase noite. A elipse daquele lugar causava ilusões óticas: o céu parecia próximo demais; as nuvens, à altura das mãos. Cada som no céu, ronco de trovão ou vento mais forte, parecia amplificado. As vezes era até de se duvidar se os roncos vinham mesmo do céu. Ou então estavam num ambiente alto, apenas isso.

Caminharam um pouco num ritmo normal. Logo sacaram que Vax estava conduzindo o grupo até uma encosta, talvez buscando algum abrigo temporário para a chuva. Mas, droga, por que não ficou na floresta então? Chegaram na encosta, encontraram um recuou, como uma caverna mal feita da qual podia se ver o fundo. Vazia. Entraram.

Vax meteu a mão num bolso interno do casaco. Tirou um saquinho de pano preto, virou o conteúdo do saco na palma da mão. Tremia, e não por causa da chuva.

Eram três pedras pequenas e púrpuras, cada uma enrolada num paninho. Ele tirou os panos para mostras as pedras ao grupo.

─ Escutem ─ convocou. ─ Essas gemas servem para localização e reconhecimento. ─ Ele deu uma para Ho, outra pra Bones e a terceira para Sollrac. ─ Guardem. Vai servir para se localizarem, caso aconteça de se separarem. Mas só usem em caso de necessidade. No restante do tempo ─ Ele passou os panos para que embrulhassem as gemas ─, mantenham elas cobertas.

Novamente, vasculhou um bolso interno, dessa vez pegando papéis dobrados. Os passou pra Sollrac, pelo fato dele ter uma mochila para guardá-los.

─ É um mapa dessa região, igual ao que o Aurélio tem. E um mapa de algumas plantas da Velha Carcosa. Fique com elas. ─ Visou o grupo inteiro e acrescentou, apressado. ─ Tenho que ir agora. Mas volto. Não irei demorar.

E sumiu.

Mic sentou, não querendo esperar de pé. Aurélio foi mais pro fundo da caverna.

E o grupo ali ficou, a chuva estalando logo ao lado, nenhuma luz se quer pra iluminar o mundo. Exceto os relâmpagos, claro.

***

Balltier gritou, alguns viraram, viram o homúnculo correndo e ficaram divididos, sem saber o que fazer ou o que significava aquilo. E foi nesse pequeno tempo que Pedreira conseguiu alguma reação, distribuindo selvageria, mas isso Balltier não viu, pois aí já estava de cara na floresta, correndo, correndo mais.

Será que já correra tudo aquilo alguma vez antes? A chuva estourando nos seus ombros, relâmpagos clareando o caminho, as vezes lhe cegando. Correu a esmo, floresta fechada demais, sem nenhuma dica de pra onde ir. Apenas pra longe, sim, bom plano.

De tão distraído que estava, nem notou que o soco de Morgan já não lhe afligia o peito. Ao menos não muito. Parou num ponto, só pra tentar se orientar e fazer o que estava lhe tentando já há algum tempo: olhar pra trás. Olhou. Ninguém. Relaxou. Ouviu sons de animais. Retomou a corrida, agora mais veloz. Seriam os Veitie ou animais mesmo? Certamente os Veitie ─ animais, se é que haviam animais ali, deveriam estar refugiados daquela chuva.

Então apertou a corrida, o pulmão chiando, as pernas endurecendo, pesando. Foi-se o tempo que enxergava por onde ia - agora só ia, as vezes trombando, tropeçando. Se caia, levantava, nem percebia.

Chegou no fim. Na praia.

Olhou ao redor, campo aberto, areia de um lado, rochas do outro. Foi na direção das rochas, pois de longe viu saliências onde poderia se esconder. Encontrou mais: caverna natural formada pelo impacto das ondas em maré alta. Se esgueirou por ali, se aquietou. Dormiu.

Não, não dormiu! Acordou sobressaltado, apenas alguns segundos de sono. Não podia dormir! Vai que a maré sobe e pega ele lá dentro, ou algum animal retorna para o covil, ou um Veitie lhe rastreia e lhe surpreende. Não, não podia dormir!

Dormiu.

Cansado demais. Ou com a impressão de que estava cansado demais. Acordou de novo, sobressaltado, mas dessa vez tinha dormido mesmo, pois lá fora já tinha escurecido. Ficou um tempo curto ouvindo a sinfonia da noite: ventos mais brandos, chuva mais leve, porém ainda constante, ondas quebrando, madeira batendo nas pedras.

Madeira?

Saiu, lentamente. Observou, interpretou. Conjuntos de madeiras, destroços, chegando na praia, trazidos pelas ondas. E há uns metros dali, um homem de bruços deitado sobre uma porta de madeira. Inconsciente ou muito fraco. Ferido na barriga, na perna. Ele se virou num esforço heroico, ficando de costas para a porta que lhe serviu de jangada, barriga pra cima. Consciente, então. Daí o naufrago riu para o céu e tossiu de dor.

E quando um relâmpago estourou mar a fora, Balltier viu uma grande embarcação pelo meio, destruída, afundando, lá longe, no oceano negro.

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Mensagem por Knock Dom Mar 27, 2016 7:05 pm

Contara a piada e sorrira. Aquilo aliviou a minha alma. Agora compenetrado e buscando me esforçar, contava a história. Uma das minhas lembranças. Uma parte da minha vida. Fora impossível não gesticular e apreciar o olhar ávido daqueles representantes que cobrava o pedágio.

Ainda chovia, mas o calor da história me fizera ignorar o som das gotas que caiam. eu escutava o som das rodas atritando na terra da estrada, espalhando pedras e fumaça. A expressão de desconfiança do meu superior e companheiro antigo de missão- Rio Ligeiro. Fora impossível não querer saudá-lo. Orgulho?! Sim. Enquantos as palavras saiam da minha boca, eu sentia orgulho de ter pertencido àquela vida e por mais que toda a ilha fosse enorme com toda a diversidade de raças, culturas, histórias... Eu entendia enquanto falava que... Que eu havia sido feliz. Se morri, se fora planejado ou não; independentemente das circunstâncias que haviam me levado até aquele momento... Agora eu tinha certeza de que havia sido feliz; de que ter ido a Hilydrus mesmo tendo sido por um motivo errado-por vingança-, havia sido umas das melhores decisões enquanto ainda tivera fôlego. Acredite, não me sentia assim todo dia. Um bardo nascia naquela armadura enferrujada. Será?! Talvez fosse somente a alegria por ter ajudado o reino brilhante a se manter. Ter compartilhado de um companheirismo e daquela família; ter sido recebido mesmo sendo de uma raça inimiga. Posso lhes afrimar que me esforçara; não fora fácil. Mesmo que fosse meu trabalho... Naquilas dores encontrei prazeres e felicidade... mesmo que ninguém visse e em alguns momentos nem eu mesmo notasse. Sim. Eu via. Havia sido bom.

As palavras saiam enquanto meu coração parecia pulsar, olhara a reação de Vax que falara que dava para encher o tempo dos pequenos, os quais eu temia serem os tais seres poderosos, mas além disso, eu queria que eles gostassem daquilo que eu falava, mas logo chegara a metade e havia de passar ao meu amigo, o qual falara de forma boa e no final elas se levantaram satisfeitas, talvez gostassem de ouvir a original, a qual, mesmo tendo despertado boas emoções em mim, não tinha um final feliz... Mas elas se levantaram tais quais crianças e conversando como crianças se embrenharam na mata e sumiram com suas vozes. Seres inigmáticos dos quais eu não me esqueceria.

Enquanto acabávamos de conversar o restante do grupo apareceu acompanhado por outros seres. Lógico que procurei semelhanças e o maior número de detalhes que eu poderia gravar. Continuamos a caminhada. Caminhamos ao passo de Vax. Vimos uma camada azulada que parecia circular a floresta. Antes de sair, tentei dar um sinal de respeito e saudação àquele lugar e aqueles que viviam ali. Tentei saber se eu sentia algo passando por aquilo, mas não sei explicar. Talvez não tivesse sentido nada além da chuva que continuava mais forte fora daquela espécie de domo.

Não reclamei e não reclamaria. Continuamos caminhando até um local que parecia uma caverna e protegia da chuva. Lá Vax dissera que iria se ausentar e deixou conosco umas pedrinhas e disse que servia para localização caso nos perdessemos. Aparentemente nõ poderíamos deixa-la tocar na água, então a embrulhei bem no tecido que me dera e tentei guardar da melhor forma possível. Ele sumira, sentei. Tentei encontrar ritmo das gotas e lembrar de alguma música dos vivos. De repente lembrei da pergunta de Aurélio e fui falar para ele:

--Aquele artefato da história fazia parte da minha segunda missão quando eu estava tentande me tornar soldado em Hilydrus, mas falhei... E nem descobri o que era. O final fora diferente também. Meio triste, mas com um levantar.-- Sorri como criança e voltei a encarar o tempo, mesmo ainda em alerta, pois eu não sabia que tipo de seres poderiam aparecer ali e eu não queria mais contratempos, nem que nada me pegasse de surpresa ou mesmo ao grupo.







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Mensagem por Kaede Seg Mar 28, 2016 3:06 am

Ainda olhando a cantora misteriosa, me distrai por um segundo com a voz de alguém e quando percebo, eram as pessoas de meu grupo que estavam chegando, o que foi tempo suficiente para a “barda” desaparecer.
Eles estavam na companhia de uma menina com um sorriso de boa carisma e um vestido roxo, que logo me fez uma pergunta que foi seriamente barrada por Mic, então apenas lhe passei a mão em sua cabeça e fingi que não a ouvi.

_Me desculpem, mas me distrai com o caminho e acabei ficando para trás. Aconteceu algo com vocês durante o caminho? E quem é essa menina?_

Assim continuamos o caminho em busca dos outros, e durante esse tempo cantei uma das canções que escutei da barda.

Spoiler:

_Vocês já ouviram essa canção? Escutei alguém cantando durante o caminho e agora ela não sai de minha cabeça!_

Perguntei a todos, na espera de algum deles saber do que se tratava.
Até que se encontramos com os outros do grupo e a menina foi guiando até onde pareceu ser o fim da floresta, o lugar tinha um tipo de parede translucida azulada que pendia no ar, deveria ser uma área magica... E foi ali que a menina se despediu do grupo.
Assim Vax guiou o restante do caminho até uma encosta e deu um tipo de gema magica para cada um do grupo e explicou o que realmente elas eram... Cobri a minha com o pano e a guardei no bolso do macacão de maneira que não saísse fácil caso fizesse algum movimento.
Depois foi a vez dos mapas, os guardei rapidamente para não molhar com a chuva e decidi ficar próximo a caverna, perto de Aurélio, para não me molhar e assim poder descansar e me recuperar mais um pouco.

_Enquanto esperamos irei descansar um pouco. Caso queiram ver os mapas fiquem a vontade!_

Peguei uma tocha da mochila e a preparei para o uso.

_Sean pode acender a tocha? Assim poderemos ver melhor o mapa..._

Assim com a tocha acessa me encostei-me a um canto procurei algo na caverna que pudesse fazer uma fogueira e descansar...

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Mensagem por Pacificador Ter Mar 29, 2016 5:49 pm

Ele finalmente havia adormecido, mas por quanto tempo? Não sabia. Ficou ali abraçado as próprios pernas com o queixo nos joelhos. Quando acordou ficou escutando os sons, alguns conseguia compreender já outros se mostravam incomuns. Assim decidiu sair e olhar a praia, não demorou para encontrar o som e o homem deitado ali.  Continuo no lugar então ficou boquiaberto quando percebeu a embarcação sendo iluminada por um trovão, destroçada e dividida ao meio e ao longe. Imaginou como iria conseguir seguir para a ilha que demostrava a presença poderosa sem uma embarcação decente, já que agora entendia que nadar até ela era impossível: Se até mesmo aquela grande estrutura podia partir ao meio que chance ele tinha!

Ele balançou a cabeça tentando acorda de uma vez ou apenas para voltar a pensar com mais calma, já não estava cansado e aquilo certamente era ainda a pôs vida ou seja sua realidade. Levou sua mão esquerda pra a areia enquanto caminhava até o naufrago a levou até perto de seu rosto observando sua composição, fazia isso enquanto absorvia sua energia. Tentava notar algo de diferente naquela areia enquanto a mesma escoria com a água que caia em sua mão. Mas logo a jogou para o chão.


Voltou sua atenção para o Naufrago, não entendia como alguém podia sorrir assim que fosse naufragado, talvez por estar vivo? Imaginou. Ficou em pé encarando o sujeito por algum tempo antes de falar. - Seu nome?- Inquiriu e assentiu logo em seguida, iria chamar o homem por aquilo que ele mesmo havia falado, não tinha tempo para desconfiança. - Me explique o que é a ilha Perola, me conte tudo qualquer coisa serve. - Olhou ao redor como se estive-se temeroso ao ser encontrado, então continuou as perguntas. - Consegue andar? Não podemos ficar muito tempo na praia, vai ser um lugar fácil deles procurarem... Preciso encontrar um outro lugar... Por que estava na embarcação? Apenas agora ele parecia perceber que havia feito aquilo novamente, se afastou imerso em seus pensamentos, o homem estava ferido, mas poderia se revoltar com tantas pergunta e o machucar por medo. Ele voltou a olhar para o homem em uma tentativa de apaziguar seu erro. - Vou arrasta-lo até ali, tudo bem? Se nos verem agora, vou ter de te abandonar e não quero fazer mais uma vez. - Se enrolou nas palavras, mas já havia dito demais. Ele mal tinha parado para ouvir se o homem entendia ou queria sua ajudar, ele apenas continuou falando.

Tentou seguir para trás do homem e o carregar  para o começo da floresta, estava tentando arrastar ate onde fosse possível mas sabia que poderia machuca-lo ao tentar move-lo. Tentou ergueu o homem enfiando as mãos no sovaco e puxando para a área da floresta, caso ouvisse muitos resmungos iria usar a madeira como uma prancha para tentar arrasta o homem pela areia. Iria  Tentar por diversas  vezes carregar o homem para uma área protegida da chuva.  

- Tudo bem?- Comentou sem ter certeza, não queria ter de ficar parado, pois agora se lembrava de Morgan, deveria seguir atrás dele mas agora estava com sua atenção no naufrago.

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[Comum] Considere-se morto - Página 2 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Hummingbird Ter Mar 29, 2016 8:11 pm

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— Ué, o que tem demais com esses pensamentos? — A princípio, não entendi direito o que o senhor Mic quis dizer com aquilo. Pelo seu tom de voz fez parecer que era mesmo algo errado. Olhei assustado, tentando entender. Contudo, a menina logo cortou nossa conversa e então começou a explicar do que se tratava aquele dilema proposto pela brincadeira. Explicou que entregando o meu cavalo para os irmãos, os números ficariam equilibrados e todos sairiam ganhando.

Sabendo fazer contas, todos saem ganhando no final

— Ah! Agora eu acho que entendi! Puxa, se eu soubesse disso antes, com certeza teria ajudado o tio Targo de montão. — Fiz menção de uma de minhas aventuras outrora, onde por coincidência, também me envolvi em um problema de Herança. Provavelmente eles não entenderiam do que eu falei, mas isso não importa. A menina então me explicou as verdades por traz da palavra Herança e seu significado. Aquilo me deixou pensativo, afinal, tudo que eu conhecia de herança foi o que vivi naquela missão do Tio Targo e, bem, pelo que me lembro as coisas foram bem diferentes...

— Isso é muito confuso pra mim. Você diz que a herança deve ser respeitada pois assim era a vontade do pai. Mas o Tio Targo e seus irmãos não fizeram isso. Eles brigaram muito, e no fim, ninguém saiu ganhando. — Murmurei o finzinho, como se agora sentisse certa tristeza com o desfecho daquela aventura. — Então eles não sabiam fazer contas não é? Caso contrário, todos sairiam ganhando. Bolotas! — Bati o pé direito no chão, insatisfeito.

Bom, sem mais delongas, a menina resolveu nos acompanhar adiante. O Senhor Mic, apesar de tudo, parecia muito compassível com as decisões, não se irritava mesmo com as brincadeiras, e isso me chamou atenção. Me fez vê-lo de uma maneira diferente daquela primeira impressão, ainda lá na clareira tempos atrás; oras, lá atrás ele já apareceu zombando do amigo Bones, isso não é legal. Mas até que agora ele tem se mostrado mais legal do que antes, eu gosto dele assim.

Conversa vai e conversa vem, chegamos onde parecia estar Sollrac, o outro membro do nosso grupo. Tive a impressão de ter visto alguém ali antes, não sei se foi de relance, não percebi. Sei que assim que o vi, corri na frente buscando cumprimentá-lo, um abraço em sua perna que fosse - afinal eu era muito mais baixinho que ele -.

— O senhor Mic precisava descansar um pouco e eu resolvi acompanhá-lo. Daí encontramos essa menina bonita. Ela é muito boa em contas sabia? Hahaha! — Expliquei, brevemente.

Depois teve mais caminhada, mais conversas, um monte de coisas. Encontramos o restante do grupo, Vax estava com eles. Fiquei contente de ver que estávamos todos reunidos de novo. A chuva ainda incomodava um pouco, apesar da floresta parecer diminuir seus efeitos e tudo mais. Quando me dei conta então, estávamos transpassando um lugar que mais parecia um lençol. Corri na frente, acompanhando Vax. Foi uma sensação esquisita quando passei pro outro lado; olhei ao redor e tinha a estranha impressão de que a distância entre as coisas estava distorcida. Eu quase podia tocar as nuvens, isso era tão legal. Não pude evitar de tentar pegá-las, balançando os braços pra cima tentando apanhar alguma. Seguimos procurando um abrigo então, já que agora não havia mais floresta e a chuva estava apertando. Queria tanto uma capa de chuva agora...

— Acender a tocha? — Respondi ao chamado de Sollrac. Ele dizia para que eu acendesse a tal tocha em sua mão, entretanto, a princípio pensei em como. Depois lembrei-me de suas palavras quando recolhemos os itens no porão; aquelas pedrinhas engraçadas, ele me disse que serviam pra fazer fogo. Rapidamente vasculhei minha bolsa, na procura das tais pedras e então tentaria fazer fogo com elas, ainda que não tivesse experiência alguma.

— Aquela musica que você cantou, parece até alguma lenda ou história, haha. Conhece mais alguma, ou só se lembra daquela? — Comentei, ainda tentando fazer fogo como me foi pedido com as tais pederneiras.


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Mensagem por NR Sérpico Dom Abr 03, 2016 7:32 pm

14. Asas

Aurélio escutou a explicação de Ho e pareceu pensativo. Depois ficou de canto. Bones também. Mic continuou sentado e Ho manteve os olhos no tempo lá fora.  

Sean, mesmo sem experiência, precisou só de um golpe das pedras pra fazer chover faíscas. A tocha aceitou fácil. Tinham fogo. Aquilo rebateu um pouco o frio da chuva. Iluminou todo o recuou na pedra, onde estavam. Sollrac e Sean, então, olharam os papeis. Pareciam incompletos, cada folha apenas com túneis aleatórios, os desenhos terminando de forma abrupta. Não havia pontos cardeais ou marcação de escalas. Poderia ser um mosaico ─ colocadas as folhas lado a lado, quem sabe daria em algo; mas não, não deu em nada, não era um mosaico.  

Eram 11 folhas, papel de aparência frágil, meio transparente. Poucas inscrições que pudessem ser lidas ─ a maioria estava borrada, a outra parte eram siglas ou letras solitárias. Numa das folhas tinha a palavra "Serpente" logo acima de um retângulo, talvez sinalizando uma câmara, e então algumas linhas sinuosas que deveriam ser túneis. Noutra folha era possível ler "Entrada da Cripta", e mais linhas sinuosas e um círculo. Que inferno.  

Mic notou o que eles faziam e disse:  

Não é assim, não ─ e fez gestos com a mão. ─ Tem que por as folhas umas sobre as outras e olhar contra a luz pra formar o mapa. Mas só algumas. Tem três níveis de subsolo aí. Acho que vocês vão só até o primeiro subsolo. Deve ser as ultimas três folhas. Vai ter uma câmara com a letra "E". Acho que é onde vocês precisam ir. É um dos poucos lugares que não foi soterrado nem selado pelo Rei de Amarelo. Espera, vou mostrar.  

Ele se levantou e estava indo pra perto de Sollrac e Sean quando todos ouviram algo além do som da chuva. Mic parou, em pé:

Ouviram isso?

O som ecoou de novo, agora mais perto, com mais possibilidades de interpretação. Era muito parecido com... A próxima onda sonora trouxe a certeza: eram asas batendo. Grandes asas. Perto, bem acima deles, bem acima daquela encosta rochosa.  

Ho, que estava meio que fazendo a vigia, não tinha certeza... estava tudo escuro e mesmo com alguns relâmpagos ocasionais ao longe, ele não viu nada chegando, seja por terra, seja por ar. Mas teve a impressão que o curso da chuva, ali perto, por um segundo, mudou de direção, como compelido subitamente por vento.  

As asas bateram novamente. E então parou e o ambiente onde estavam vibrou um pouco, ouviram o som de pedrinhas se deslocando, rolando de cima pra baixo.  

No silêncio que o grupo fez, só dava pra receber de volta o som da chuva.  

***


Credo, você faz mais perguntas que um corpo de júri formado só por mulheres ─ disse o infeliz, entre uma tosse e outra. Ainda dava um meio sorriso de desgosto, de quem sabe que está na merda mas não liga. Olhou para Balltier. ─ Sagno é o meu nome. Ilha Pérola é um local dominado por clãs selvagens e muitas surpresas. Sabe, a pérola na concha... sempre uma surpresa... pois pode ter outra coisa que não seja uma pérola... ah, como isso dói ─ Ele pressionou o ferimento. ─, falar com um rombo no bucho dói pra valer. Mas onde eu estava? Ah, sim, andar? Não, não posso andar. Não sinto minhas pernas.  

Ele não foi contra o esforço de Balltier em tirá-lo das vistas, e nem fez perguntas sobre quem era o seu salvador. Não ligava. E travou bem a boca pra não deixar escapar nenhum murmuro de dor durante o transporte. Demandou esforço, mas, talvez por causa da urgência, Balltier carregou Sagno rapidamente, de volta para a floresta, encontrando um velho carvalho torto que fornecia certa cobertura, o melhor abrigo que achou sem ter que continuar carregando o ferido por mais metros.  

Você não parece ser daqui ─ disse Sagno, não se preocupando em responder se estava bem, pois não estava. ─ E você fez mais uma pergunta... qual era mesmo? O que eu fazia na embarcação, isso? ─ Ele tossiu, largou a barriga, mais preocupado em responder do que em estancar o sangramento. ─ Eu era o contramestre. Aquela coisa bonita lá no oceano era o Morsa, o maior navio dessa região. Agora acabou. ─ Ele riu fraco, cada vez mais fraco, a cabeça pendendo. ─ Uma criatura só... quem diria... perfeito massacre... acho que ainda escuto o som... das... asas...  

Desmaiou.  

Difícil ter certeza na penumbra, mas o ferimento na perna parecia só um corte não muito profundo, ao passo que a perfuração na barriga era profunda ─ provavelmente o que estava matando aquele homem.  

Da floresta Balltier não escutava nada. Se os Veitie estavam por perto, não tinha como saber. Complicado.
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Mensagem por Bones Dom Abr 03, 2016 9:23 pm

Bones havia feito sua parte e pelo visto satisfeito o suficiente aquela dupla que logo se levantaram e partiram, pelo visto o grupo havia conseguido pagar o tal pedágio com aquela historia improvisada. Ao mesmo tempo, o restante do grupo estava se aproximando, todos se reunindo novamente e pelo visto seguiriam viagem com uma menina se juntando a eles, por isso procurou tomar novamente a posição do grupo que mais preferia: a de não chamar nenhuma atenção.

Acompanhou os passos do grupo, seguindo o ritmo, mas em silêncio, preferia seu mundo interior do que o lado de fora, barulhento e desolado, para tentar forçar ainda mais a memória e lembrar de seu próprio passado, quem sabe seus estudos em vida e lembrar de algum encantamento ou magia, pois não gostaria de depender de uma luta física para sobreviver, era péssimo nisso...

Mas então o inesperado surge diante deles, literalmente aquela mata possuía limites muito bem definidos, como uma parede delimitando o local, restando a pergunta do que será que tinha do outro lado, coisa rapidamente respondida quando o grupo, um a um foi passando pelo limiar, descobrindo que a região havia mudado drasticamente e poderia acabar atrasando ainda mais a viagem por conta dos seus companheiros.

Vax encontrou um abrigo temporário e todos ja foram relaxando, inclusive ele próprio que tentaria se recuperar um pouco mais ja que Ho iria assumir a primeira vigilia, procurando um canto e se acomodando, enquanto que Vax chama Bones, Ho e o outro cara que ele não se lembrava do nome, entregando a cada um uma gema e dando uma breve explicação que se tratava de um item daqueles que so poderia usar em ultimo caso. Um tanto cliche, mas procurou amarrar o pano com a gema dentro em seu próprio tórax oco, local onde provavelmente ficaria muito bem coberta...

Com a luz no local, começaram a discutir como ler as folhas, se eram mapas unidos, sobrepostos ou isolados, levando-o a um curioso quebra-cabeças, coisa que serviria para passar o tempo, se não fosse o estranho som de aproximando. Um silêncio transformou a caverna numa cripta, ninguem ousava falar nada, todos tinham receio do que poderia ser aquele som e a primeira coisa que passou pela mente de Bones é que se tratava daquela criatura voadora que podiam avistar de sua sela, quando estavam presos.

Não sabia o que os outros podiam fazer, então gesticulou apontando em sinal de que se aproximaria da borda, lenta e cuidadosamente, pois seus "olhos" podiam ver na escuridão e seria mais útil do que achismos dos outros, procurando olhar principalmente para cima, pois parecia que o que quer que seja, havia pousado acima deles. Foi se aproximando devagar, nem que visse com apenas um olho para evitar se expor, mas estava curioso para saber o que era e se deveriam entrar em tanto pânico como alguns ali faziam caras...

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Mensagem por Hummingbird Qua Abr 06, 2016 7:34 pm

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— Consegui! Haha! — Um breve sorriso vitorioso.

Guardei as pedrinhas na bolsa novamente. Tomei certa distancia e fiz menção de levantar, batendo na roupa pra limpar a sujeira. Ainda estava molhada, pude sentir algumas gotas de água saltando com o balançar do tecido. Ao menos era um bom macacão... do contrário já estaria rasgado agora. Pensei em conferir como estavam as coisas na minha bolsa, mas ela aparentemente não estava tão molhada, então não haveria motivo.

Sollrac, o homem, me chamou pra perto e com ajuda das tochas, pude ver melhor do que se tratavam aqueles mapas. Vax não estava conosco mas deixou outro de seus enigmas. Bolotas. Ao menos tínhamos um pouco de tranquilidade para interpretá-los desta vez. Aliás, onde estava Aurélio que desde que chegamos eu não o vi nesta gruta?

— Senhor Mic pode ter razão. Esses mapas são tão confusos... — Comentei, em referência ao que nos foi dito.

O pintor avisou que precisávamos fazer algo como colocar as folhas uma em cima da outra e olhar através do fogo ou coisa assim. Contudo, a tranquilidade logo deu seu último suspiro no silêncio da gruta e logo todos ouvimos um barulho. Barulho esse que chamou atenção de todos. Engraçado que nesse momento a primeira coisa que passou em minha cabeça foi olhar ao redor e procurar por todos do grupo. Aurélio, a princípio.

— Hmm? — Murmurei, ainda sem entender o que aconteceu. Notei que o amigo Bones levantou-se e, aparentemente, fez menção de ir observar o que acontecia lá fora. — Ei, Bones... — Chamei por sua atenção, cochichando, tentando interrompê-lo. Minha intenção era apanhar minha luneta, aquela que consegui no baú de coisas da casa do Senhor Mic, e se possível, lança-la para o amigo osso. — Talvez ajude. — Diria, ainda falando baixinho.

Em seguida, tomado pela curiosidade, procuraria por Aurélio. Talvez estivesse mais ao fundo do recuo, na parte mais escura e pouco influenciada pela tocha que acendemos. Queria confirmar se ele estava mesmo bem.


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Mensagem por Pacificador Sáb Abr 09, 2016 6:55 pm

Olhou horrorizado para Sagno, deveria ter ficado calado. Como iria continuar a perguntar sabendo do estado do homem? Não sabia como nem como cuidar de um humano ferido, sabia como consertar e fazer as melhores escolhas para seu propio corpo mas tratar um humano era praticamente impossível para ele. - Você não pode dormir!-Sacudiu o sujeito começando a ficar desesperado, deveria ele tomar iniciativa e tentar algo? De fato iria tentar ajudar, entao respirou fundo para em seguida parar de sacudilo, precisou dar mais uma olhada nos ferimentos, nao parecia algo simples de consertar mas pelo menos havia conseguido identificar o que parecia o pior.- Segure seu bucho um pouco mais. Preciso apenas de algumas folhas.-Comentou bem perto da orelha de Sagno trazendo a mão do rapaz de volta para seu próprio ferimento.

Antes de se levantar, colocou e obrigou o rapaz a ficar deitado, enquanto tentava imaginar a melhor decisão a tomar."Sangue é  importante para qualquer criatura, ele não pode viver se continuar perdendo muito. Mas se ele estar aqui ele ja morreu, seria possivel morrer novamente? Entao eu tenho de ajudar a estancar  o ferimento."

Assim que conseguiu colocar Sagno deitado iria se  levantar e tentar pegar o máximo de folhas na proximidade que conseguisse, ainda estava pensando por demais enquanto pegava as folhas. "Ah, seja lá que deuses tenha me trazido para cá, não deixe o senhor Sagno morrer. Não depois de ele ter me dado tantas respostas."

Voltou para perto de Sagno. - Eu não sei o que estou fazendo, desculpe. Mas voce não pode dormir.- Pegou uma das folhas para limpar um pouco do  sangue do ferimento em seguida pegou mais duas pressionando no mesmo.

Iria continuar ali pressionando o ferimento e comentando os acontecimento até aquele momento. - Eu não sou dessa Ilha, não sou nem mesmo desse mundo. Eu vim de um lugar em que ao menos eu me considerava vivo. Entao teve a ante-sala da morte e um sujeito reptiliano senhor pax ou era vax ? Então teve  a briga com o Morgan. Entao vim como um raio para essa ilha junto com o Morgan...Sabe até agora já pensei em muitas coisas mas não consigo encarar a minha morte como algo justo, nem mesmo a busca pelo... triânguli como algo certo, sabe? Como um objeto pode ser trocado por vida. Acho que tenho algo contra injustiça, não gostei como o vax abordou todo mundo, ele explicou que o tribunal dos mortos era algo desinteressante, como a vida dos outros pode ser dessisnteresante? Mas eu também nunca descobri muita coisa na ilha em que eu estava antes de morrer.- Continuava a pressionar o ferimento, de certa forma ele aceitava a morte o que não aceitava era a maneira em que  o tribunal era usado.

Se bem que até era confuso para ele explicar, não sabia qual era o sentimento conflitoso  ao qual estava enfrentando mas ter alguém para conversar mesmo este a Beira da morte era o que ele mais necessitava no momento.

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Mensagem por NR Sérpico Dom Abr 10, 2016 2:11 pm

15. Face a face

Acho que foi a partir daquele momento que comecei a gostar do Bones. Ir expiar, sem hesitação, como ele fez... sim, admiro uma demonstração de coragem como aquela. Algo que eu chamaria de coragem suicida.

As asas. Foi o que ele viu primeiro, se dobrando de volta atrás das costas escamosas e negras do dragão, que estava como que dependurado na encosta, as garras pregadas na rocha, de cabeça pra baixo, a cara reptiliana de olhos verdes e três chifres a mais ou menos quatro metros de Bones, que recuou imediatamente para o projeto de caverna.  

Será que foi visto? Bones se inclinara o suficiente para ter alguma visão, sem que ele próprio ficasse visível. Mas mesmo assim era de se perguntar: será que tinha sido visto? O dragão estava com a fuça pra baixo, como que esperando alguém sair da gruta... ou então decidido a se aproximar devagar pra fazer exatamente o que Bones fez: expiar. Então viu. Será? O face a face durou menos que um segundo.  

Devo dizer que sim, ele viu. Viu a sombra de Bones se projetando pra fora da caverna, de onde vinha a luz da tocha.  

Mas e daí? Se pousou ali, pra inicio de conversa, era porque sabia que tinha alguém lá desde o começo.  

Algumas pedrinhas rolaram pela encosta, o que poderia significar apenas um reflexo do pouso de ainda agora, ou um novo movimento...  

Sean podia guardar a luneta. E também podia ficar menos preocupado com Aurélio, que apenas permaneceu no mesmo lugar desde que entrou e ouviu o que era o item da história do Ho, conversa pra outro dia, pois agora estava com o semblante gêmeo ao de uma caveira, por causa da tocha bruxuleante e seu aspecto assustado. Quanto a intuição de Sean, bem, no momento era o mesmo que nada: se realmente tinha algo ruim lá fora, bem acima deles, Sean não sentia isso.      

E nada do Vax.  

Mais pedrinhas rolaram lá fora. Já não trovejava com frequência viciada, e a chuva parecia ter perdido um pouco da loucura.  

Mic molhou os lábios secos de apreensão e sussurrou:

— O que você viu?  

***


Sagno despertou com a sacudida, delirando:

— As meninas vão ficar bem, Laura... Deixa eu ir com você...  

Balltier coletou folhas e fez o que pôde, na esperança de salvar aquele homem, o que era esquisito: já não estava ele morto? Então se morresse, voltaria, assim como Balltier e os outros 4, certo? Vai ver era por isso que o homem estava sorrindo, na praia, ante a própria desgraça, hm. Sabia, de algum modo, que tudo ficaria bem no final.  

— Cansei daqui, Laura... Me deixa dormir.  

Balltier deitou o homem, limpou e pressionou o ferimento e ditou um livro. Não estava ajudando muito na recuperação do homem, mas ao menos conseguiu um ouvido que, sem escolha, escutou a narração frustrada de Balltier.  

Sagno abriu um pouco os olhos, sua boca fazendo "Laura" sem emitir som, daí ele viu que a pessoa ao seu lado não era Laura, mas sim Balltier, e disse:

— Ah — Um "ah" de decepcionado. — Você de novo.    

Será que ao menos tinha escutado o que Balltier dissera? Talvez sim, pois disse:

— É... sabia que você não era daqui. — Ele fechou os olhos por um instante, uma piscada demorada. — Você já morreu, mas eu não... Eu estava indo até ela, e você me chamou de volta... — Abriu os olhos novamente, olhou para os lados, tentando se situar, mas logo não ligou mais pra isso e olhou para Balltier. — Que tal você me contar um pouco sobre o lugar de onde você veio, a outra ilha, hm? Lá faz calor? Ou é frio que nem aqui... Frio é bom pra dormir... Laura sempre gostou do frio...

Não fazia frio. Mas os lábios dele tremiam de leve. As mãos também, parando somente quando ele pegou firme num pingente, que era uma concha negra, até então oculta sob a camisa, o cordão ao redor do pescoço. Ele estava ardendo em febre, seu suor se misturando com água salgada e água da chuva.

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Mensagem por Knock Seg Abr 11, 2016 6:23 pm

Eu fiquei lá parado ouvindo o bater das asas. Parecia com algo que eu já havia escutado. Não digo que era comum, pois criaturas como aquela nunca seriam normais. Mais que imponência e força. Transpareciam o místico e o desconhecido. Consideradas só animais por uns, mas por outros melhores até mesmo que os humanos. O que eu achava? Achava simplesmente incríveis e magníficos. Mas ali eu tinha de lembrar de que as regras eram diferentes e de que eu estaria lidando com o desconhecido.

Vax nos abandonara. Será que estávamos no ninho daquele ser?! Bones foi conferir, mas como dizer algo só olhando pra ele já que não tinha nenhuma expressão?! Mas depois uma cabeça gigante apareceu rápido para fazer a mesma coisa que Bones fez: espiar.

Gelei. Estávamos encurralados. Fui me afastando de Aurélio enquanto ouvia o rolar das pedrinhas. Não tinha como saber onde o “dragão” estava. A reação deles mudava muito, pois pareciam ter personalidades diferentes. Podia estar preparando um tipo de bote ou querer simplesmente brincar. Só que as brincadeiras acabavam em morte também, pois seres normais não aguentam o peso e os costumes sórdidos.

Bem... Isso se fosse mesmo um dragão. Se fosse um animal desconhecido não tinha como agir antecipadamente, só reagir rápido. Bones poderia não ter problemas com ferimentos, assim como eu.

Não achava prudente repetir a olhada, então procurei uma pedra de tamanho médio, rasgaria parte das pernas da parte superior do macacão laranja que eu ainda usava e tentaria provocar a atenção do bicho, jogando para um lado, a fim de afasta-lo e fazer com que observa-lo fosse seguro, assim como medir as intensões dele.

Depois de jogar a pedra, tentaria ve-lo e ver o que ele faria com a pedra.





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Mensagem por Hummingbird Qua Abr 13, 2016 12:31 am

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Aurélio estava bem. Ufa. Menos uma preocupação então.

No fim das contas, o amigo Bones não precisou da minha luneta. Mesmo depois de tentar interrompê-lo, notei como ele parecia assustado com seja-lá o que viu lá fora. Não reparei direito mas parece que, depois de uma segunda expiada, ele recuou ainda mais assustado. Ah, nossa, isso tava finalmente começando a ficar divertido. Senti aquilo que há muito parecia ter ficado pra traz; empolgação. Minhas pernas, posso dizer que ficaram arrepiadas. Eu mal conseguia me segurar bem ali onde eu estava.

Então, fiquei não mais que alguns segundos pensando. Eu não queria ver aqueles mapas chatos com o Sollrac. Eu não conseguiria entender eles mesmo que quisesse. Também não queria ficar para traz enquanto o amigo Bones e Ho ficavam com toda diversão daquela aventura. Não entendi também o porquê do Senhor Mic parecer tão atônito. Podia ser só alguma criatura querendo brincar. Eu conheci muitas dessas na floresta em que eu vivia. E eu também não senti nada esquisito, aquela minha intuição não me alertou sobre nada, nem senti minha orelha coçar! Isso é um bom sinal. Sinal de que talvez finalmente eu possa me divertir, certo?

— Ah... — Esmoreci um pouco. Minha pergunta, mesmo que em pensamento, podia parecer retórica mas eu já estava tão acostumado com as respostas de Ifrit que realmente me senti esquisito por não tê-las agora. Dei de ombros. O que eu posso fazer afinal? Vou ter que me divertir sozinho. Então, tomaria a liberdade de ir caminhando na frente. — Certo. — Respondi comigo.

Verifiquei os sapatos. Verifiquei meus equipamentos, minha bolsa, tudo. Deixaria para traz somente minha picareta. Ela com certeza acabaria me atrasando, é um pouco pesada. Tudo precisava estar certo para, só então, partir pra decisão que eu tinha tomado. E então; correr. Minha intenção era correr para fora da gruta e ver com meus próprios olhos o que é que estava lá fora, fazendo aqueles barulhos engraçados e que deixou Bones tão assustado. A princípio eu só queria conhecer quem ou o que era. Mas, se tivesse a oportunidade de brincar com quem quer que seja, também seria muito bem vindo. Claro, sem nunca esquecer de continuar correndo, mesmo que sem rumo.


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Mensagem por Pacificador Dom Abr 17, 2016 12:10 am

Seu coração bateu acelerado quando ouviu as palavras de Sagno, não podia compreender como alguém escolhia a morte em vez da vida.

- Eu não consigo entender... Cada um de vocês humanos é um filho, marido. Cada um tem uma razão para morrer, mas cada um também tem uma razão para viver. Encontre a razão para viver e você vai encontrar o seu caminho!

Tomou fôlego e finalmente parou por algum tempo para pensar no pedido de Sagno. Levou um tempo organizando os pensamento, sempre pressionando o ferimento do homem, aquele simples pedido pareceu apanhar o homunculo desprevenido, ele ficou quieto e sem jeito e por um breve momento toda simplicidade e ingenuidade havia desaparecido parecia que iria desatar em lágrimas.

Assim por longos segundos e uma longa respiração  ele olhou para Sagno; olhou em seus olhos e não conseguiu definir a cor mas ali havia uma expressão cansada que sugeria que ele tinha visto mais do mundo do que a maioria da sua idade.

- Existe um lugar frio, conheci um garoto que nasceu nas montanhas de neve eterna. Ele foi legal comigo não muito, mas foi...-

Com o tempo de uma respiração continuou a falar, sempre tentando manter Sagno desperto.

- O lugar de onde eu vim, não pode se assemelhar a este mundo e eu posso apenas imaginar o resto dele como se fosse uma terra em que apenas pode ser  dada como desconhecida, claro se você estiver de acordo e fechar os olhos para a outra parte...- Lembrou que  nao havia tido oportunidade de conhecer e tinha apenas pouco entendimento sobre o reino sombrio, preferindo ocultar versões mais extrema sobre tal lugar.

- Alguns territórios são distintos, alguns contem dragões outros hipogrifo. Não me pergunte para que serve eles, tenho de descobrir um dia desses.-

Olhou para o cordão de Sagno pronto para perguntar mas se suprimiu e logo em seguida continuou.

- O lugar se chama Lodos. É dizem que é uma Ilha. mas é  bem mais legal que a pérola , nao fica chovendo sempre... Ah, você sabe de algum remédio nesta ilha? Voce esta com febre e sem contar que um monstro como os que eu vi quando voei para cá, pode aparecer; eu ate mesmo pude sentir a aurea malvada deles, agora que eu paro para pensar é  assustador. - Olhou ao redor apenas para ter certeza que nao havia algo  estranho e logo voltou a tomar conta de Sagno. Arranjou uma outra Folha e tentou pegar água da chuva para dar para Sagno, tomando cuidado para não se afastar do homem ferido.

Ao tentar dá um pouco da água iria inclinar a cabeça para ajudar o homem a beber, continuaria a fazer aquilo quantas vezes fosse necessário.

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Mensagem por Bones Dom Abr 17, 2016 9:35 am

Ao conseguir observar e constatar o quanto o grupo estava lascado com logo uma criatura como aquela tentando cerca-los, sentiu um calafrio no corpo inteiro, se tivesse pele provavelmente essa nesse momento estaria completamente palida como seus ossos, mas precisava avisar o grupo o quanto antes, pois aparentemente havia tido sorte em não ser visto.

Enquanto tenta retornar para perto do grupo, surgiu-lhe um estranho pensamento, o de quão arriscado foi sua ação, pois geralmente ele não se preocupava muito em se arriscar pois sua condição sempre fazia com que ele retornasse "a vida", mas e agora que estava morto? Sera que ainda poderia retornar? Ou quem sabe desapareceria? Pelo menos não recordou de nenhuma explicação mais especifica sobre isso e sem duvida teria que mudar a forma de agir ou poderia acabar descobrindo do pior jeito.

Percebeu outros dois "herois" que pareciam estar se preparando para agir e sem duvida aquilo poderia ficar muito mais arriscado, pois o grupo estava preso e se o dragão descesse, não teriam muito o que fazer. Imediatamente se colocou na frente deles, abrindo os braços e sacudindo a cabeça, tentando impedi-los, tentando sussurrar para que ouvissem.

- Dragão!

E se aproximou de onde Vax e Mic e fez uma pergunta que quem sabe poderia ser util, seja na diplomacia ou seja num combate, novamente sussurrando.

- Nesse mundo, Dragões são simples bestas aladas ou possuem inteligencia? O comportamento varia entre a raças ou são sempre arrogantes e destruidores? Ele tem alguma função, tipo guarda ou algo assim?

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 18, 2016 6:21 pm

16. Breve história daquele que falhou

Sagno ouviu de olhos fechados, como que imaginando a Lodoss de Balltier. Depois ele bebeu a água que o homúnculo colheu numa folha cumprida. Bebeu só um pouco. E disse:

— Eu já ouvi falar de Lodoss. Não fica... muito longe de Shane... Shane... é sempre seco, mas tem... tem noite que faz frio. E também é... bem... mais legal...  

Ele ficou quieto por um tempo, o suficiente para qualquer um na posição de Balltier pensar que era o fim. Mas então Sagno abriu os olhos lentamente e falou, como que sozinho:  

— Tem algo de errado... — Olhou Balltier. Um olhar de alarme, como que vendo o perigo: — Tem algo de... errado nesse mundo. Pode... pode parecer besteira, mas... É o que eu sinto. Tem... algo de errado.

Talvez ele tinha escutado o que Balltier dissera sobre encontrar uma razão e continuar. Talvez ele tinha encontrado um motivo para continuar, continuar por mais um tempo. Um motivo para se manter lúcido e contar uma história. E não era Laura ou as meninas que o empurrava para alguma direção agora. Era alguma outra coisa. Algo de errado. Algo que lhe matou a longo prazo, quando lhe perfurou a barriga. Algo que afundou o Morsa e todos que lá navegavam.          

Seus olhos tentaram fitar o mar. Sua mão direita estava fechada com força sobre o peito, apertando a concha.  

— Esa — Seus olhos na direção do mar, na direção do naufrágio do Morsa. — Esa, sempre muito super... supersticioso. Sonhou. Fazia anos que ele não sonhava... por isso... a tripulação concordou. Esa sonhou com ouro, uma peça de ouro... pesada, valiosa. Ancoramos perto... — Seus olhos se fecharam, ele se esforçou para chupar um pouco de ar, sofrendo alguns espasmos. Seus olhos abriram de novo. — Esa pegou o bote, ele e cinco homens... Ele era um capitão que... assumia os próprios riscos, por isso que foi... — Finalmente Sagno olhou para Balltier. — Foi nesse tempo que eu... vi que tinha algo de errado. No ar, no mar... naquela maldita ilha. O mundo... tinha algo diferente, algo ruim... Esperamos por três dias e eles voltaram com o ouro... exatamente como Esa dissera. Uma maldita peça de ouro, triangular, grossa... Mas o Joe não voltou... Perguntei, o que aconteceu com o Joe?, os homens ficaram quietos. Esa disse que... aquilo tinha matado Joe, aquele ouro infernal... mas que o sacrifício dele... não seria em vão.

Ele tentou fitar o mar novamente. Parecia ter dificuldades para respirar, o peito em espasmos, a garganta em aparente engasgos. Em seu rosto, água da chuva se misturava com água do mar que se misturava com suor.

Que se misturava com lágrimas.  

— Mas o que eu poderia fazer? — ele disse, com a voz embargada. — Estavam todos felizes... eu não podia... aquele ouro... seria um presente definitivo... um presente definitivo para as pessoas que amamos e que não estão aqui... Eu sentia — E olhou para Balltier, os dentes trincados de raiva — Eu sentia, sentia, sentia! Tudo de ruim, de estranho... eu sentia! Vinha... daquele ouro! Mas eu não podia dizer, joguem isso fora pelo amor de suas mulheres! Eu não podia...  

E chorou. E lutou contra o choro pra continuar:  

— O meu trabalho... um contramestre deve apoiar seu capitão... eu não podia. Eu não consegui... Eu falhei com eles por isso... Ah, eu falhei. — Os lábios tremiam, não mais por frio. Luto. — E aquela coisa nos atacou na noite seguinte, veio pegar o ouro... porque eu falhei, foi porque eu falhei... Se eu tivesse... Falhei com a família deles, suas filhas e filhos... falhei...  

E deixou de lutar, seu choro silencioso vencendo, lhe obrigando a usar a mão livre pra tapar a vergonha no rosto.  

Sagno estivera pronto para partir, estivera conformado com sua situação, se fosse ele a morrer, não teria problema... mas agora estava sofrendo a morte dos outros, uma dor mais pesada do que aquela que estava lhe matando. O caminho que ele tinha encontrado para continuar vivendo, ainda que só por mais um tempo, foi o remorso.  

Então Balltier ouviu um som qualquer, ali perto.  

Olhou na direção e viu uma pantera espreitando, à três metros deles.

***

Ho jogou uma pedra lá fora e nada aconteceu. Fosse o que fosse, eles não estavam lidando com uma criatura imatura o suficiente para se atirar numa coisa inanimada como uma pedra.  

Dragão? — Mic perguntou com a boca, sem fazer som. — Oh, merda!  

Sollrac permaneceu tranquilo.          

Bones engatou uma pergunta, Mic pensou por um segundo e sussurrou que nunca vira um dragão naquele lugar. Aí ele foi dizendo:  

— Talvez seja outra coi —        

Mas Aurélio se manifestou, cortando Mic:

— Existem cinco dragões nessa região. E os cinco são inteligentes e sábios. — Não gaguejou, nem parecia mais assustado, mas sim curioso com algo. — Talvez...

Daí ele começou a se levantar de onde estava e tudo indicava que ele, o arquivista, corajosamente, ia sair lá fora.

Mas Sean estava muito mais adiantado nisso. Mic teve tempo de esboçar um "o que você tá fazendo doido?", mas aí Sean já estava lá fora, sobre a chuva. O que será que ele estava pensando?

Sean olhou pra cima e viu um dragão negro que deveria ter vinte metros, do topo da cabeça à ponta da calda. Agarrado de ponta cabeça na encosta. E então não mais.  

Saltou, assim que viu Sean.  

Sean, olhos pro alto, foi brevemente cegado por um trovão que resolveu piscar na hora errada. Quando voltou a enxergar, o chão saiu brevemente do lugar, por causa do impacto de toneladas logo ao seu lado. Ele sentiu o cheiro de enxofre. Grandes olhos verdes refletiram sua própria imagem. Dentes cinzentos abriram passagem para uma respiração quente, que fez Sean piscar.  

Tudo à um metro de distância.

Aí acabou o mistério para quem estava no recuo da encosta. Era de fato um dragão e estava encarando Sean, meio de lado para a encosta, ou seja, não totalmente desatento à movimentação dos demais.

Aurélio, que estava meio dentro e meio fora, parou de súbito como que na ponta de um precipício. Disse apenas que:

— Não é um deles.  

E Mic fez gestos alarmantes para Bones.  

— A espada, cara — disse o Pintor. — Usa ela de novo!  

Sean, no entanto... bom, sua intuição ou estava falhando, ou aquele dragão não estava ali pra lhe fazer mal.  

Difícil.

Spoiler:


Última edição por NR Sérpico em Seg Abr 18, 2016 8:51 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Hummingbird Seg Abr 18, 2016 7:42 pm

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Correr não era mais uma opção.

Deixando o recuo, lembro-me apenas de algumas poucas palavras, dentre elas o amigo Bones mencionou "Dragão". Me peguei pensando, seria essa criatura grande um dragão? Enquanto pensava na ideia, tentei esfregar meus olhos com a mão direita, devagar, um pouco incomodado com o calor daquele bafo e também por conta do flash que o trovão causou momentos atrás. Bolotas, me deixou completamente desnorteado!

No que eu pude observar, a criatura era gigantesca. Por mais que eu fizesse esforço em lembrar, nunca havia visto algo parecido. Nem mesmo na floresta, nem mesmo nos meus mais profundos pesadelos. Ah, sim, acho que nunca cheguei a mencionar. Nas vezes em que Ifrit tomava conta, as vezes eu via coisas como se estivesse sonhando... mas não eram coisas comuns. Me lembro de ver criaturas, coisas grotescas, fogo e muito sofrimento. E mesmo lá, não me lembro de ter visto algo parecido com isso que eu imaginei ser o tal do Dragão. Olhos verdes e grandes, dentes cinzentos que aparentemente eram maiores que meu braço. Acho que involuntariamente eu me inclinaria pra averiguar. Queria ver tudo. Ter certeza do que era. E então...

— Você é mesmo um Dragão? — Indaguei, falando pausadamente como que ainda tomado pela curiosidade. Minhas mãos, um pouco inquietas, fizeram menção de tentar tocar-lhe o focinho. Não avançaria sem sua permissão, portanto, minha mão direita foi na frente, devagar e destemida.

Durante todo o feito, meus olhos manteriam o contato com a imensidão verde dos olhos da criatura. Esqueci completamente dos meus companheiros no recuo, bem como esqueci da chuva também. Naquele momento talvez nem mesmo os trovões pudessem me acordar da sensação que era estar diante daquele bicho. Em comparação a mim, ele parecia tão grande que eu me sentia até engraçado, não sei explicar. Sabe quando você pensa que é alguma coisa e, de repente, você vê algo que faz você imaginar que não passa de uma formiguinha? Eu não sei como chamar esse sentimento, mas eu me sentia assim. Talvez por isso a curiosidade de conhecer melhor aquela criatura. Ela me entenderia? Ela faria contato comigo?

Eu confiava na minha intuição. Sabendo que nenhuma sensação ruim me foi passada, então só restava a pergunta; o que aquela criatura haveria de querer comigo? Meu desejo era descobrir isso tentando interagir com ele. Para o caso de não conseguir, ou de assustá-lo de alguma forma, tentaria passar-lhe confiança. Eu me lembro que na Floresta toda vez que eu encontrava com algum animal eu tentava fazer amizade com ele. Se fosse preciso interceder entre a criatura e o grupo, eu o faria. Ainda não sei como, talvez chamando atenção deles - o grupo - para que não avançassem ainda, ou o mesmo para a criatura...

Obs:


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Mensagem por Pacificador Ter Abr 19, 2016 1:55 am

Continuou ao lado do rapaz escutando em silêncio, mesmo quieto sempre demonstrava que permanecia ao seu lado. Tinha suas dúvidas se Shane era um lugar real, mas sabia que provavelmente era tão real como sua Lodoss, se fosse um dia iria tentar encontra-lá.

Então o silêncio se tornou incomum, já se preparava para sacudir Sagno mas logo voltou a ouvir sua voz. Em certo momento girou o rosto para olhar para o mar se sentindo finalmente um pouco de tristeza pelo rapaz, será que fora o certo impedir o rapaz de se entregar a morte ou estava preocupado que Sagno iria passar pelo mesmo processo que o homúnculo havia passado. Para ele era complicado definir a razão mas naquele momento queria escolher a vida.

Por um breve momento ele não tinha certeza que havia escutado com clareza, mas não tinha como mentir para ele mesmo, de fato tinha dúvida que fosse o tal objeto mas ali estava ele com uma vítima de um triângulo de Ouro. Com tudo que havia sentido e passado começava a ter certeza aquela ilha detinha uma das peças do trianguli.

Observou as lágrimas do rapaz e não tinha muita certeza do que deveria falar mas comentou para ele com convicção enquanto o mesmo chorava.

- Mas isso não quer dizer que deveria ter tentado... Um dia todos nós morrermos. Não se trata de quem vive e de quem morre. Trata-se de como nos vivemos. Trata-se de como vivemos. Trata-se de como nos morremos.- Olhou para Sagno, olhou para suas lágrimas e tentou mover sua mão para o cabeça do rapaz semelhante ao gesto de afagar a um animalzinho qualquer. - Você pode chorar e lamentar pelo seus companheiros, eu nem isso possuo. - Zombou um pouco de sua propiá situação. Não se sabia se ele comentou pela falta de companheiros ou de sua capacidade em chorar. Então escutou algo.

Se virou a tempo de olhar para o animal, era semelhante a um gato e estava espreitando a alguns metros. Ele sentiu uma carga elétrica em sua espinha insistindo para correr, mas a suprimiu respirando pesadamente, não tinha nenhuma maneira em combate um animal tão ágil sem sofrer ferimentos perigosos. - Sagno. É uma pantera. Você tem um ultimo pedido? - Ergueu a mão até onde era o rosto do rapaz. Propositalmente deixou os dedos bem longe dos dentes do rapaz, apenas para que ele entende-se o recado. -  Se você quiser desistir da vida morda minha mão. - Nem mesmo se virou para explicar a situação, estava de olhos bem abertos observando o animal. Em um espaço de tempo de três respirações se moveu.

Para Ball El Raizel entedia que; como acontece com todas as coisas verdadeiramente selvagens. Há que se tomar cuidado ao aborda-las. Agir furtivamente é inútil, os seres impetuosas reconhecem pelo que ela é: uma mentira e uma armadilha.

Seguiu para a esquerda observando a criatura de imediato soltou um chiado animalescos semelhante a um gato doméstico, na tentativa de atrair a atenção da criatura para ele. Não podia deixar ela se aproximar de Sagno, iria até mesmo arranjar algumas pedras para lançar caso sua tentativa inicial se mostra-se ineficaz.

Então iria correr, usaria sua agilidade e destreza para usar as árvores e o terreno para chegar até a praia, caso consegui-se iria lançar a areia molhada como um projetil contra os olhos da criatura tentando deixa-la confusa, então a contornaria e tentaria saltar em suas costas e doma-la como uma montaria, caso não fosse possível iria apenas tentar afastar a pantera da localização de Sagno.

Caso fosse impossível chegar ate a praia ao correr buscaria alguma árvore que fosse simples de subir e assim faria. Estaria se preparando para combater a criatura, assim que ela pulasse para subir na arvore saltaria em sua direção tentando ativa sua habilidade contra a mesma em direção ao chão.

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Mensagem por Knock Qua Abr 20, 2016 1:14 am

Fiz o que sabia com minha experiência, mas nada aconteceu. Inútil?! Não necessariamente, pois podia ser tirado alguns detalhes daquilo, mas acho que ficara óbvio instantes depois. Inteligência, força e todas as características que os bardos contavam nas histórias. Todas... só que com mais sentimento, adrenalina, mas eu não sentia medo, mas sim uma estranha curiosidade. Curiosidade que carrego desde o começo da ex carreira de soldado.

Aquele não era um animal puramente instintivo. Acho qu tinha sim uma mente, embora fosse difícil de dizer naquele momento, pois o bicho era simplesmente incrível. Tão rápido com um tamanho que dava fácil dez de mim e força que nem ousaria enfrentar sem algum instrumento muito forte em mãos.

Sean saiu da pequena caverna pensando que era só um animal querendo brincar. Quando vi, eu já havia jogado a pedra e ele já estava fora... Levei a mão a cabeça e o dragão apareceu de repente de cima... Foi o que pude ver de dentro da caverna. Estava com a cara virada para Sean e parecia que atacaria, mas não escutei nenhum grito nem rosnar do dragão e senti uma calma incomum. Digo... Me sentia pior com Vax do meu lado do que com uma possível ameaça do bicho.

Ouvi Mic pedindo para usar a espada novamente. Senti o coração batendo forte e disse – Não vai usar “poha” nenhuma! – Sei somente que não controlei um murro em direção a cara do pintor. Não sei se foi forte, mas sei que mirei o queixo do desgraçado. Mataria mais um do grupo por causa de um medinho escroto?! Sabia que o Sean era “meio” impulsivo, mas a cabeça do menino talvez tivesse pensado em alguma coisa... Eu quis acreditar nele, pois sabia que ele tinha um grande potencial e talvez momentos como aquele fossem bons para fazer algo acordar nele. Um voto de confiança?! Talvez sim.

Tentei pegar a merda da espada seja com quem estivesse e esperei. Olhei fixamente para aquela estranha interação dos dois, enquanto isso me colocava em posição de corrida. Eu sabia que os dois estavam tão pertos que talvez à vista do dragão fosse como se estivessem colados. Sim seria difícil, mas se eu percebesse algum sinal de ataque antes que o dragão fosse atacar... Algum eriçar de escamas, alguma angulação nas patas traseiras sinalizando que iriam para frente. Se o pior acontecesse, eu me transformaria em um guepardo e correria para tirar Sean da linha de ataque, me desviando da cauda que eu sabia que estava mirando o grupo.

Eu sabia que era arriscado, mas não permitiria usar aquilo novamente em uma situação parecida... muito menos com Sean perto do alvo. Eu já sentia meus olhos se transformando devagar por mais que eu estivesse me controlando para não me transformar. Talvez a adrenalina estivesse muito forte, Sentia as garras crescerem e a sola dos pés se transformando em coxins adaptados a alta velocidade que eu estava para me submeter.

Falhar naquela situação não significaria morte. Seria algo que eu não fazia ideia. Algo que eu não queria que mais um amigo passasse e logicamente que eu também não.




> Off : http://www.lodossrpg.com/t396-h-e-ho finalmente vou usar essa He hushauhsuhasu <
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Mensagem por Kaede Qui Abr 21, 2016 2:22 am

Me levantei após ouvir falarem sobre um possível dragão que estava lá fora, sacudi alguma poeira das roupas que estava usando e observei que o pequeno Sean já tinha saído de vista para ver a criatura que se encontrava lá fora.
Decidi o seguir e ver o que o pequeno faria. Sean parecia ser bem bravo para a sua aparência e idade ou talvez fosse curiosidade, afinal se for mesmo um dragão...

_Dizem que dragões são criaturas muito territoriais. Será que estamos em seu território? Mesmo não conhecendo a geografia desse mundo, não creio que seja dragão e sim um wyvern..._

Falei em um tom para que todos ali pudessem ouvir e segui para fora e ver se realmente era um dragão, e me deparo com Sean e o dragão se encarando. Fiquei paralisado ao ver o tamanho da criatura, era ao mesmo tempo majestoso e enorme.

Procurei observar o dragão para analisar se seria um dragão jovem, adulto ou ancião...
Queria falar para Sean voltar, mas a minha voz não saia... talvez um reflexo de medo da criatura atacar o pequeno, então decidi que se o dragão fosse atacar o pequeno Sean, eu iria dar um jeito de salva-lo, caso contrario ficaria ali apenas observando e mentalmente me perguntando, qual a razão da criatura estar ali... estaríamos em seu território? Um dragão jovem procurando novas terras e tesouros?
Por enquanto fiquei apenas observando os dois e deixando um Flame-rá como ação preparada...

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Mensagem por Bones Dom Abr 24, 2016 10:22 am

Sua concentração em buscar respostas e no dialogo com Mic, Aurelio e Sollrac mantiveram Bones entretido o suficiente para não perceber o que o pobre garoto morto e o grandalhão afoito estavam se dirigindo a morte certa, mas pelo menos sua parte havia feito ao ter avisado o grupo sobre o que rondava a caverna.


Existem cinco dragões nessa região. E os cinco são inteligentes e sábios.— Talvez..


_Dizem que dragões são criaturas muito territoriais. Será que estamos em seu território? Mesmo não conhecendo a geografia desse mundo, não creio que seja dragão e sim um wyvern...


- Justamente por isso questionei, Wyvern são bestas com baixo intelecto... Comparar um Wyvern com um Dragão é o mesmo que comparar um cachorro com um humano...

Enquanto falava olhou para entrada e pode finalmente perceber a situação que o garoto havia se colocado, estando cara a cara, literalmente, com aquela besta. Mic começou a fazer gestos para aquela espada, poderia novamente usa-la para atacar aquela criatura, mas seu pensamento ia um pouco mais longe do que simplesmente se entregar ao medo e instinto, atacando sem pensar. Não deixou Ho pegar a espada, pois a arma realmente era poderosa, então por precaução, queria mante-la num lugar onde sabia que não causaria nenhum mal, ou seja, consigo mesmo.

- Preciso meditar pra recuperar as forças, não façam nenhuma besteira enquanto isso, ele ainda não atacou a gente!

E com o aviso "fechou os olhos" e se desligou momentaneamente do mundo, procurando se concentrar na situação e meditar sobre as possibilidades em sua tempestade mental. Possuía uma noção precisa sobre seu próprio corpo, principalmente suas energias, então sabia que se a arma fosse usada com suas energias atuais, ou ela não seria usada ou golpearia com um ataque muito mais reduzido uma vez que pelas suas conclusões o poder do golpe era proporcional a energia gasta. Então momentaneamente a espada estava fora de questão.

O garoto ainda não havia revelado nenhuma habilidade e pelo que viu antes de começar a meditar, parecia estar tentando interagir com a criatura. Talvez alguma habilidade? Empatia? Ou simplesmente uma inocência suicida? Logo saberia.

Ho estava afoito, era mais impulsivo, chegou a golpear o próprio aliado apenas por sugerir o uso da espada. Esta certo que a ultima vez que foi usada acabou por fazer desaparecer ambos, aliado e inimigo, mas agir sem pensar poderia ser ainda mais desastroso e um golpe dela no local errado poderia acabar por causar estragos ou mesmo eliminar todo o grupo.

Se os relatos e historias que havia ouvido estivessem precisos, sendo aquela criatura realmente um dragão, ela teria uma afinidade elemental e uma fraqueza ligada ao elemento oposto, geralmente podendo descobrir a afinidade de acordo com coloração e tipo de bafo, mas a situação com pouca iluminação e chuva não dava para ter certeza se realmente era um dragão negro e descobrir o tipo de bafo seria algo tarde de mais...

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Mensagem por NR Sérpico Qua Abr 27, 2016 11:24 pm

17. Um segundo de memórias

Aquilo tudo poderia ser chamado de instinto. É o que eu gosto de pensar. Instinto. É.  

Ou mal entendido. Mas é que instinto soa mais macro. Então foi o que aconteceu, uma rodada de instinto.                

Mic não me interessava nenhum um pouco, por isso acho, do fundo da minha mente, que ele mereceu o punho de Ho. Foi uma represália dura, fez o pintor se afastar involuntariamente, com a boca torta, primeiro atordoado e depois assustado. Ficou quieto e recostado pra não cair, lá no recuo, onde Aurélio estivera.  

Aurélio, desta vez, não se afastou do perigo como antes. Ficou parado, parte da paisagem. Mas na verdade observava atentamente, pois algo não estava certo na cena.  

Observava do mesmo modo que Sollrac, que concluiu o mesmo que qualquer outro ali que tenha algum conhecimento draconiano: aquele era um dragão jovem. Grande, mas nem na metade do tamanho que um dia pode alcançar. Atlético e saudável, com poucos flagelos no corpo, vulgo cicatrizes, garras trincadas, rasgos no tecido das asas. Nada.

Bones não deixou Ho pegar a espada, e Ho se aprontou para o pior. Assim como Sollrac, energia se concentrando num disparo, se necessário.  

Claro que tudo isso aconteceu exatamente ao mesmo tempo que Sean tocou o dragão. E foi assim:

Os olhos verdes miraram a boca de Sean, lendo as palavras. Depois estudaram o movimento. Subiu uma nova respiração, dando coceiras no nariz do ex-possuído, que nem sentiu. Água da chuva pingava na cara do dragão que pingava por tabela na cara de Sean, que nem ligava. Olhos nos olhos agora. O dragão não se moveu.  

Sean sim. Continuou... e tocou o bicho.  

Houve um contato mental, mas não exatamente porque o dragão deixou. Ele meio que não esperava por algo assim. Esperava por algo, tanto que se deixou tocar. Mas não assim, não uma invasão espontânea. Acabou vazando memórias, sem querer querendo. Isso teve aspectos positivos e negativos no que veio a seguir.  

Positivo: Sean viu a terra, viu o céu, entendeu que voava pelo céu da noite recente, as asas rasgando as nuvens carregadas quando já chovia pesado, então viu a cidade arruinada repleta de neblina, neblina mesmo na chuva, silenciosa, apenas o dragão fazendo barulho naquela imensidão solitária, fazendo barulho pois estava com pressa, precisava voar rápido, não sabia quanto tempo ela tinha, só sabia que tinha de aproveitar o momento, aproveitar o rastro, ainda que fraco, pois o Filho estava em algum lugar que bloqueava o rastro, assinatura, presença, certamente na Redoma, mas ainda assim dava pra sentir, um pouco, bastava voar naquela direção, então o Filho saiu, deixou a Redoma, e agora é fácil de rastrear, de modo que Sean viu a terra, viu o céu, entendeu que voava pelo céu da noite recente, as asas rasgando as nuvens carregadas quando já chovia pesado. Tinha de ser rápido, pois não sabia quanto tempo ela tinha. Era o que ela queria. Ela, que agora apareceu numa imagem tocando o dragão quase como Sean fez, no espaço de um segundo. O último flash foi os olhos púrpuras, cópias dos de Sean. Os olhos dela. Encarando o dragão que se chamava Cyrus e pertencia à ela, mas por pouco tempo, pois ela estava partindo, ela estava desaparecendo e precisava de ajuda. E fim.  

Negativo: Cyrus se assustou, sua cabeça se afastou bruscamente, como se tivesse sido atingido, quase que perdendo o equilíbrio, as asas se abrindo involuntariamente e seus músculos se retesando e seus dentes dando passagem para um resmungo grave que qualquer um poderia interpretar como hostilidade. E fim.  

Não, espera.  

As asas — naquele movimento automático, coisa de instinto, o dragão talvez querendo se afastar de Sean — deram uma batida forte, um golpe no ar que atingiu Sean, lhe jogando pra trás. Sean não se machucou pra valer com aquilo. Mas pareceu que o pior viria a seguir.  

Por isso Ho correu, sua vez de ter instinto.  

Por isso Sollrac preparou seu Flame-rá. Estava engatilhado e na mira. O instinto dizia que devia disparar sem dó. E foi o que fez, distraindo o dragão de uma provável reação contra Ho.  

Foi rápido, foi assim:  

No momento que o dragão se afastou do toque do Sean, seja lá o que foi aquilo, Ho já estava completamente transformado. A distância não era das grandes, então vencer os metros foi fácil, e o dragão foi perceber o guepardo só quando este já tinha mordido a roupa de Sean e saltado pra longe dum golpe de garra — a reação instantânea do dragão, que tentou acertar Ho ou Sean, ou os dois.  

Parênteses: Sean tinha certeza que aquele golpe não era pra ele, o Filho.  

O dragão se moveu, acompanhando, uma segunda garra preparada para perseguir Ho e Sean, quando a rajada de fogo estourou no seu pescoço, o suficiente para dissuadir o dragão de perseguir Ho.  

Então: instinto.  

O dragão se virou imediatamente. Ainda que o fogo de Sollrac não tenha deixado uma aparência danosa, o dragão tinha, enfim, ganho um flagelo em sua vida jovem. Resmungou outro rugido, esse um pouco diferente de quando se afastou de Sean, um rugido realmente hostil, que foi interrompido pela tomada de fôlego... Sua cauda serpenteou perigosamente perto do guepardo, que saltou pra mais longe, ainda com Sean seguro. O dragão estava de costas para os dois. Seu foco agora era aquele do grupo que tinha um pouco de draconiano no sangue. Queria a desforra.  

E Bones agora sabia: a cor do bafo era laranja. Sabia porque a bocarra da besta vazou a cor. Além disso, as narinas sopraram fumaça. E quando o bicho abriu a boca, foi possível ver a garganta inflamando com todo aquele fôlego que ele puxou ainda agora.  

Daí o ar começou a queimar, bem na direção de Sollrac. Porém com fortes chances de arrebatar Aurélio e Bones num único golpe de área, e com alguma chance de também atingir Miclangelo, o mais recuado.            

***

Balltier ofereceu uma alternativa... Sagno ou não entendeu ou não queria desistir da vida... ainda. Então não mordeu a mão do homúnculo, e também não pareceu muito preocupado com o alarme, sobre ter uma pantera ali.  

— Um último pedido? — Num puxão, ele quebrou o cordão do colar. — Sim... consigo pensar em algo...  

E a pantera só de olho — duas gemas amarelas atentas, que só ficavam evidentes quando brilhava um relâmpago.  

Sorte, aquela frequência de luzes nas nuvens. Caso contrário, a pantera seria apenas um vulto danado de furtivo.  

Balltier arriscou um movimento. E aquele animal deveria ser jovem, do tipo que se atrai cegamente por uma presa que ofereça desafio. A pantera simplesmente poderia cair sobre Sagno, o desprotegido. Mas resolveu logo de cara perseguir Balltier, ter o prazer da caça. Se tudo desse certo, depois ela podia simplesmente voltar pra ver Sagno...

Era noite e chovia. Pérola tinha de tudo pra ser uma ilha tropical. E, até agora, só havia um animal. Aquele.  

Nos calcanhares de Balltier. Perseguição.  

Balltier correndo, se livrando das árvores e raízes e arbustos, tudo em ziguezague veloz, a pantera por perto, esperando o momento de pular nas costas do homúnculo, momento que nunca chegava. Mas ela era paciente.  

Praia. Os pés de Balltier afundando, a corrida perdendo velocidade, foi se virar e não conseguiu pois a pantera já estava sobre suas costas, pesada. Caninos perfuraram seu ombro esquerdo. Instantaneamente o animal foi afastado, como que atingido no ar, caiu, rolando. Balltier pegou areia, jogou, acertou, a pantera remexeu a cabeça, remexeu o bigode, atordoada com o dano de ainda agora. Deu brecha para o avanço de Balltier que, destemido, se engajou com a fera, tentando domá-la na força. Difícil, mas a pantera já não estava no seu melhor, então apenas se remexeu, rugiu e logo Balltier estava completamente sobre o animal.

No alto de uma de suas pernas traseiras, havia uma tira de aço frio em que, quando brilhou um relâmpago, Balltier leu "LUZ" esculpido em baixo relevo.

A areia estava fria e pegajosa. As ondas quebravam ali perto, trazendo mais destroços do Morsa. Ventava ocasionalmente. E a pantera esperava o momento certo enquanto lutava. O momento que Balltier cometeria um erro ou ficaria cansado de medir forças.  
                                                                                                             
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Mensagem por Hummingbird Qui Abr 28, 2016 4:07 pm

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Eu realmente não sabia o que ia acontecer. Na minha mente eu só tive a impressão de que deveria fazer isso. Eu precisava tocá-lo... simples assim.

Não precisei de resposta. Por mais que seus grandes olhos verdes refletissem a mesma curiosidade que os meus, nosso contato se estabeleceu de outro jeito. Assim que toquei seu focinho com a palma da minha mão, tive a impressão de ser absorvido pela mente do dragão. Fechei os meus olhos, instintivamente, e senti como se estivesse num sonho do próprio Dragão.

— Cyrus... — Murmurei, involuntariamente. Deixei-me guiar por aquele sonho. Eu vi o céu, vi a terra, acho até que senti o vento e a chuva tocando minha pele, apesar de quase nem sentir. Eu estava tão endurecido, como se estivesse mais pesado e com uma armadura, não sei dizer. Tinha comigo também a estranha sensação de desespero. Estava aflito. Precisava fazer algo pra ela, estava atrás de alguém. Incrível como eu tinha a impressão de que esse alguém era eu? Não sei o motivo. Sei apenas que em determinado momento, comecei a ver as coisas turvas, senti como se estivesse pra acordar. Meu peito acelerou, eu estava ficando ainda mais aflito, não queria acordar agora, não! Eu sei que havia alguma coisa muito importante lá, algo que eu precisava ver, por favor...

E quase como uma prece, atendida por sabe-se-lá o quê ou quem, eu pude ver. Quase num último suspiro antes de abrir os olhos, de sair do fundo da água e respirar de novo, eu vi os seus olhos. Iguaizinhos aos meus. Era ela. Mas QUEM era ela? A aflição foi tamanha que quando voltei em mim, deparei-me com as asas do dragão me empurrando pra longe. Não senti perigo, não senti ameaça, muito menos raiva. Era como se eu estivesse preso naquela memória, como era mesmo a palavra? Sei que já ouvi uma vez. SIM! Era atônito! Eu estava atônito, olhar divagando naquela memória enquanto as coisas aconteciam ao redor. Uma agitação, não sei dizer. Dei-me por mim quando um animal(?) puxava-me pelo macacão, correndo comigo e escapando das investidas daquela serpente de escamas - vulgo cauda do dragão -. Mas por que estamos fugindo? Ele não quer me fazer mal. Ele só está aqui por minha causa, ele veio me buscar não veio? Não veio, Ifrit? Era ela não é? Eu não...

— Eu nã-..não quero fugir... — Murmurei, meio atordoado. Um turbilhão de coisas passavam pela minha cabeça e eu não conseguia entender o motivo. Eu estava assustado, eu estava aflito, estava curioso também, mas acima de tudo? Eu estava com medo. De repente me vi como anos atrás, me vi com medo, me vi perdido e sozinho, sonhando com quando eu encontraria meus pais novamente. E agora? Agora eu não sei porque sentia que a única coisa que me separa de encontrar um deles é justamente esse medo. Ifrit não estava comigo. Eu estava sozinho, no escuro, eu pude sentir as lágrimas escorrendo do meu rosto mais uma vez.

— Me solta! Eu preciso voltar, ele veio aqui pra me buscar! — Transbordei. Relutei em tentar livrar-me das garras do animal, sem saber exatamente quem era, só queria estar livre dele e voltar pra perto do Dragão. — Ele não vai me fazer mal, foi ela que o enviou! Você precisa acreditar em mim! Eu não quero ficar sozinho de novo! — Um grito de desespero na escuridão. Minha mente divagou, distante, suplicando por ajuda.

As coisas ficaram turvas de novo, eu senti meu corpo estranho como se fosse uma vela quase apagando no sopro do vento. No entanto, lá, muito longe, eu pude sentir. Era esquisito, foi como se eu estivesse em dois lugares ao mesmo tempo, mas não era exatamente eu. Era ele. Uma outra vela, também fraquejando como eu. Mas a sua chama me aquecia, mesmo tão longe. Sua presença foi o suficiente..

— Você nunca está sozinho, pequeno corvo. — Foi mais uma frase que eu formei na minha própria memória do que acontecendo de fato. Mas era ele. O único que esteve comigo, mesmo no escuro.

O vento parou. A aflição parou por um instante, eu ainda estava ofegante, lágrimas descendo, mas de repente senti como se soubesse o que fazer. Estava na hora. Livrar-me das garras do animal tentando empurrá-lo ou dando alguns chutes, não sei qual seria mais eficaz, contanto que me largasse. Em seguida, relaxaria meu corpo inteiro. Em meus pensamentos eu só conseguia ver os olhos dela, desejava encontrá-la, e pra isso eu precisava do dragão. Então, se eu estava mesmo certo do que estava fazendo e então conseguisse levitar o suficiente;

— CYRUS! — Gritaria, tentando por sua atenção. Eu não estava com medo, não temia ser atingido mesmo por suas ações de reflexo ou instinto. Eu só queria que numa troca de olhares fosse possível passar pra ele o meu desejo de ver aquela mulher. Que ele me levasse até ela. De alguma forma acreditei que o contato anterior fosse capaz de nos aproximar a ponto dele entender o que eu estava querendo dizer com aquilo. Faria o possível pra me distanciar do grupo numa possível levitação, poupando-os de ter que entrar num verdadeiro combate com o dragão, além de facilitar as coisas caso ele realmente resolvesse me levar embora.

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Mensagem por Bones Qui Abr 28, 2016 8:31 pm

Diversas era as hipoteses e probabilidades em sua mente naquele instante, cenários e mais cenários se formando e desaparecendo, cada um revelando uma alternativa e desfecho diferente, uns mais agradáveis e outros com consequências muito desconfortaveis e dolorosas.

Assim estava meditando, ou melhor, tentando meditar, pois novamente fora interrompido de forma brusca e indesejada, a situação ao seu redor parecia ter ido para um viés que ja havia alertado e mesmo assim insistiram em agir como animais amedrontados, atacando primeiro e pensando depois, o que lhe dava certo orgulho por não ser mais humano...

- Mas que droga!!! Não conseguem ficar um instante sem arrumar briga !?!? Num é atoa que todos estamos mortos!!!

Levantava-se esbravejando, pois havia sido tirado de seu transe por conta do barulho do golpe, da forte rajada de vento e o rugido da criatura. Não precisava nem mais imaginar, sabia que a situação havia seguido pelo pior rumo e teriam agora um desafio imenso, pois por mais que fosse jovem o dragão, ainda assim era UM DRAGÃO!

Pelo que podia perceber, deveria ter sido aquele seu companheiro de dentro da caverna que atacou a criatura enquanto que Ho não estava presente mas sim uma criatura junto ao garoto, seria ele o grandalhão? Por falar no garoto, ele estava gritando, tentando chamar a atenção da criatura, talvez tivesse rolado um certo clima entre eles naquela troca de olhares, pelo menos pela parte do garoto, pois a criatura parecia pronta para atacar seu companheiro dali de dentro da caverna, inclusive Aurelio e ele próprio!

- Se meche Aurelio!!!

Gritou ele procurando puxa-lo pelo braço e correr em uma direção contraria a do seu companheiro encrenqueiro, se preparando para pular assim que o bafo estivesse chegando, puxando Aurelio consigo e rezando para que o dragão não goste de ossos bem passados...

- Morte, minha Deusa, por favor, torrado não! Eu ja to morto lembra??? Num precisa torturar... Tenho sido um esqueleto neutro, não tenho feito exércitos ou tentado raptar donzelas...

Ate passou em relance a ideia de usar algum dos itens dos quais havia pego na caixa, mas naquele instante não havia chance para erro, precisaria ser preciso e rápido para não ser pego pelo ataque dele. Com seus poucos conhecimentos sobre algo tão especifico, mas bastante nas artes das trevas, pela cor das escamas negras e laranja em sua bocarra, provavelmente ele era um filhote de dragão negro e seu elemento esta ligado a " trevas, decomposição, desintegração", podendo ser um jato de ácido ou algo parecido, mas seja como fosse, o que fosse atingido por ele iria ser corroído lenta e dolorosamente...

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Mensagem por Pacificador Sex Abr 29, 2016 12:43 am

Reparou na tira de aço na perna do animal e forçou seu peso sobre ele. - Veitie?- Comentou para o animal, dali de onde estava não esperava ver ou perceber alguma reação mas estava juntando as peças, de fato gostou da possibilidade; não de ser a presa mas de ser algo em que eles realmente estavam caçando, pois tudo que era caça tinha valor...

De súbito lembrou dos nomes *O filho da tempestade*, * Luz* eram similares, mas estava apenas supondo ser o clã no entanto se de fato era o clã, Sagno poderia ser salvo, ele esperava e mesmo no escuro de perspectiva queria acreditar nessa possilidade.

Entao com as mãos no torso do animal deslizou para o flanco, podia sentir, queria sentir o pelo e a respiração da pantera, mas não demorou muito tempo até deslizar até o pescoço, mais uma vez tentou pronunciar o nome  do clã da maneira que o predador havia falado, uma coisa complicada de fazer considerando o local, mas o homunculo forçava o som bem próximo das orelhas do animal.-  Veitie, xiiii, veitie - Tentou acalmar o animal. Então lentamente levou a mão esquerda até a cabeça do animal afagando, logo em seguida dizendo - Veitie -

Então apenas quando sentise que o animal havia parado de se debater ou ao tempo de cinco respirações que lentamente iria solta-lo, todavia não era todo seu movimento ele havia virado posicionado o animal em direção das ondas, neste mesmo momento se preparava, moldava sua energia em prol da retribuição estava se preparando para lançar a pantera em caso de um ataque em direção das ondas.

O homunculo simplesmente recuou com as mãos posicionadas para defender o pescoço, ele mal sabia o que tinha tentando mas se o palpite estivesse correto, deveria voltar a Sagno o mais rápido possível e assim o Faria.

Após isso tentaria voltar a Sagno e dizer o breve resumo de tudo. Pelo momento tentaria ignorar sua propias feridas para ouvir Sagno,então começaria a falar lentamente. - Os Veitie estão atrás de mim. Me deram o nome de filho da tempestade. Talvez estejam me caçando. -  Respirou fundo e cutucou a ferida do homem para ele permanecer acordado. -Desculpa... Diga exatamente isso:  Sou um teste dado pela tempestade, salvem-me ou jamais irão ter sucesso em sua busca. - Olhou seriamente para o homem e falou sinceramente. - Você aqui vai morrer, mas eu estou tentando antecipar  uma ínfima centelha de esperança, eles podem nunca aparecer. - Parou de falar e seguiu em direção contraria ao da pantera tinha aparecido inicialmente, ele simplismente tinha despejado as palavras esperando que pelo menos aquilo se cumprisse.

O homunculo agora correria pela praia, olhando nos destroços algo útil, então seguiria.

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Última edição por Pacificador em Ter maio 03, 2016 4:26 am, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : não li direito.)

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Mensagem por Knock Sáb Abr 30, 2016 9:36 am

Tá bem... Acho que peguei pesado com aquele soco... Eu poderia ter chamado a atenção de Mic de outra maneira... Sabe, embora eu cortejasse a Sabedoria e a buscasse continuamente, eu ainda não era sábio... logo, cometia muitos erros, mas só pensei nisso quando vi o olhar do pintor ao cambalear para o lado. Talvez eu tivesse reagido daquela maneira por considerar Sean como um amigo... um dos poucos que eu tinha.

Me arrependi naquele instante, mas não tinha tempo, então fechei a cara e fui para cima do ossudo e tentei tirar-lhe a espada, mas não forcei, talvez como resquício do arrependimento que sentia, o deixei de lado sem resposta clara do que ele pensava, pois não tinha expressão; olhei para fora... Meu coração estava batendo rápido. Adrenalina. O que eu precisava era de velocidade e o meu corpo já sabia o que fazer, porém eu tinha de me conter e esperar o momento certo.

Sentia a sola dos meus pés se modificando, a minha cor mudando levemente e pelos crescerem na pele que antes avermelhada, tinha pelos escassos; minha visão se modificava também, então ficava mais fácil notar os sinais que eu buscava para agir.

E os sinais não demoraram a aparecer. Sean sumia a frente daquele ser, o qual estava calmo, mas repentinamente percebi que ele faria o movimento, então pulei já transformado. Lembrei que tudo em um animal daquele porte, poderia significar um grande dano, seja por causa do peso, dos ossos afiados e até mesmo das escamas ásperas, fortes e resistentes... Então redobrei o cuidado. Correr aqueles metros àquela velocidade não foi difícil, mas talvez pela adrenalina e o cuidado que eu colocava em cada passo por causa do animal e do terreno molhado, fizeram que demorasse um tempo particularmente maior que apenas aqueles segundos. Correr com a chuva caindo nos pelos e na face era particularmente espetacular, mas talvez só fosse minha mente se regozijando das novas sensações.

Sean estava caído, corri, esquivando dos desafios, abocanhei-o pela roupa, instintivamente saltei para longe de uma patada que por pouco não nos acertou, corri mais. Sean relutava e tentou se livrar de mim. Obviamente não sabia que eu era, mas ele queria ficar perto do dragão. Correr com ele naquelas condições não era lá tão fácil ou mesmo agradável, então depois de uns metros parei e o soltei, voltando imediatamente à minha forma normal, o segurando pelo braço e disse:
– Sean! Calma! Eu confio em ti, mas não estás sozinho! Vamos tentar resolver juntos! – Eu tinha a consciência de que não estávamos longe do dragão, então me apressei em virar e percebi que o dragão estava virado para o grupo que estava encurralado na caverna, meus olhos se arregalaram, pois ouvira o rugido e sabia que eles estavam em perigo. Não soltei Sean, pois tinha quase certeza que se eu fizesse isso, ele correria para perto do dragão sem nem mesmo pensar duas vezes, negando minha indagação.

Aliás mesmo que eu quisesse, não tinha poder para peitar um dragão. Minha habilidade também não me possibilitava aumentar ou diminuir de tamanho, então eu não poderia nem me comparar a ele, mas havia uma coisa que eu poderia fazer, mas era uma teoria... Lógico que pensei nisso em uma fração de segundos ao ver o ataque iminente do dragão a parte ao grupo. Teoria?! Sim, pois dragões na verdade são um mistério... Então tentei me transformei em um dragão às minhas proporções, da mesma cor que o oponente para que eu pudesse me comunicar com ele, exercendo uma parte da minha habilidade que fazia com que eu pudesse entender e me comunicar com um animal de uma forma que eu entendesse e de forma que ele pudesse compreender.

Julguei que era um animal comum mesmo com toda inteligência, sabedoria, experiência e mesmo magia, então eu poderia ao menos me comunicar com ele... essa era a teoria, Encheria o peito e gritaria na esperança de que o dragão me ouvisse, entendesse e atendesse ao meu quase desespero diante daquela situação... bem... antes de completar o ataque. Sean não entenderia e nem eu sabia como poderia soar:
– Nãão! Espere! Misericórdia! – Era arriscado... Muito arriscado, mas era como eu reagira... talvez instintivamente. Em uma guerra a diplomacia poderia não ser a atitude mais fácil de se tomar, pois ia contra a honra e a bravura do guerreiro, na verdade ia de contra ao egocentrismo e o orgulho, mas às vezes era a melhor opção a se tomar... Se o dragão atacasse, acho que jogaria Sean para o lado e atacaria mesmo julgando que a minha força não fosse ofensiva o bastante contra aquele ser, mas essa era somente a segunda opção... não... era só um pensamento que flutuava lá ao redor... Talvez pudesse traduzir aquilo como instinto.







>Off: Gm, é a mesma habilidade do turno anterior. Mesmo com essa incerteza não mandei pm, pois achei mais emocionante não saber o que vai acontecer por mais que o pessoal esteja em perigo... Cara, falando isso parece mais escroto... Que merda AHSUAHSUAHSU. É isso ^^<  

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Mensagem por Kaede Sáb Abr 30, 2016 9:57 pm

Pelo jeito consegui chamar a atenção da criatura para mim. Não era isso que eu queria! Esperava que Sean e o dragão fossem se olhar e nada iria acontecer, mas as coisas não foram assim... Agora me vejo frente a frente com a criatura que parece querer me devorar com seu bafo de dragão.
Decidi correr para um dos lados de fora da caverna, então fui avançando em diagonal no sentindo da direita, pois assim a criatura não atacaria os outros já que era a mim quem ela demonstrava querer e talvez isso desse tempo para os outros usarem algum item, fugirem ou alguma intervenção divina ocorrer...

_Intervenção divina? A quem eu quero enganar? Minhas preces a Zaltar nem em dia estão._

Fui seguindo velozmente na diagonal, saltando. Caso tivesse tempo eu usaria a minha outra habilidade especial “Escamas de Dragão” para o caso de ser atingido o dano ser menor, isso é se as escamas forem capaz de resistir ao ataque da criatura.

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Mensagem por NR Sérpico Qui maio 05, 2016 10:54 am

18. Diplomacia

Bones deu o alerta e puxou o arquivista. Aurélio parecia pesar por volta de 147 toneladas, de tanta paralisia. Uma massagem seria bacana, depois, pra relaxar do piripaque. Sobreviveu, ele e Bones. Este viu que não conseguiria sair completamente da reta do míssil de fogo, pelo menos não puxando 147 toneladas imóveis, mas perseverou no ato e Aurélio pisou em falso e caiu e Bones foi puxado pra baixo e os dois rolaram e o fogo passou mais ou menos acima deles, chamuscando alguns cabelos de Aurélio e alguns pelos de peles que serviam de armadura para Bones. Só. O dragão bem que podia ter baixado a cabeça na direção deles, jogando mais fogo sobre os dois. Mas não o fez. Não gostava de ossos, nem que fosse pra palitar as presas. Ou então até gostava, mas primeiro queria se acertar com Sollrac. Que bom, para Bones e Aurélio.

A morte estava pra atender orações naquela noite.  

Pra quem orasse pra ela, óbvio.

Eu e ela somos pessoas diferentes, que fique claro.  

Sollrac eu já não sei como andava, espiritualmente. Mas não dá pra dizer que foi por falta de fé que o fogo pregou nele... Acho que foi só a vontade de um dragão jovem agindo por instinto.  

Desse jeito: Sollrac ─ a luz do fogo enchendo sua vista de forma panorâmica ─ se moveu rápido para o lado. Foi o certo, mas o fôlego do dragão ainda estava pelo meio de modo que o bichão moveu a cabeça pra lá, pra Sollrac, seguindo ele, e a chama restante que ele cuspiu primeiro impulsionou o meio dragão, o ar quente querendo fugir do fogo e afastando tudo e todos como uma mão invisível. O equilíbrio errou o passo, Sollrac saiu do chão e depois foi engolido pelas chamas.  

Escamas. Cobriram o corpo e barraram boa parte do inferno. Sollrac sentiu a carne arder, mas numa proporção menor do que realmente seria. Perdeu alguns cabelos. O fogo pregou em sua roupa e na bolsa presa às costas. Estava atordoado, pois não era sempre que se recebia uma explosão à queima roupa. Mas se moveu o melhor que pôde pra ficar de frente, tentar levantar, não deixar a guarda baixa para uma garra ou uma mordida.  

O dragão provavelmente não ia desistir de Sollrac.  

Mas desistiu. De modo que Sollrac podia aproveitar a chuva resfriando seu corpo e apagando o fogo sobre si.  

O dragão desistiu porque ouviu Sean. Se virou, mas a primeira coisa que viu foi Ho. E os olhos verdes estudaram o novo rival: outro dragão, só que menor.  

Ho não teve dificuldades para tal feito. Mas também não se sentia capaz de se comunicar na língua do outro, e não sabia se o seu pedido de trégua foi de fato considerado, ou se o dragão estava apenas sendo cauteloso e avaliando o inimigo antes de qualquer nova ação hostil.  

Talvez tenha escutado a diplomacia: não avançou contra Ho e não se voltou mais para Sollrac.  

Então Sean levitando pra longe, desesperado, chamando pra si a responsabilidade. O grito do nome do dragão bastou, mas este ainda estava indeciso quanto à Ho. Passados dois segundos, resolveu agir, as asas batendo firme, tanto pra levantar voo como pra soprar as coisas pra longe. Uma distração singela que precedeu a fuga...  

Levou Sean consigo. Ou foi Sean que foi com ele. Discutível. O bichão passou e pegou o menino no ar, com uma das garras, não de forma letal, mas o suficiente para manter Sean seguro de alguma queda enquanto ascendeu veloz. Veloz pra valer, pra que Ho nem se quer pensasse em iniciar perseguição.  

Confesso que naquele momento fiquei dividido, indeciso. Mas optei pelo grupo.  

E Vax apareceu. Olhou pro dragão metamorfoseado como se soubesse que era Ho, depois viu Sollrac já sem nenhum fogo sobre si ou sobre a mochila, apenas rodeado por fumaça, depois fitou Bones e Aurélio que se empertigavam ali perto. Viu até o pintor, encolhido no fundo do recuo da encosta. E viu a picareta que estivera com Sean antes de Vax partir, lá, no recuo, largada.  

Fez deduções. Disse:

— É só eu me ausentar que... — Parou, talvez decidindo que não adiantava murmurar. — E amanhã, qual de vocês vai se reduzir a pó ou sumir na noite?  

— Ele não sumiu na noite. — Este era Aurélio, todo tenso. — Foi um dragão. Passou aqui e —

— Qual?

— Não sei. Não era nenhum dos... cinco. Era jovem e —

— Impossível.  

Mic, lá da caverna:

— É verdade. Um dragão jovem. Quase matou a gente. E levou o menino. O menino fez alguma coisa com ele. Não foi? — Essa última pergunta foi feita aleatoriamente para Bones, Mic pensando que o ghoul poderia saber de algo. — Ele fez alguma coisa e o dragão ficou de mal. Matou o rapaz ali... — Isso foi sobre Sollrac. Quando olhou de novo, o Pintor corrigiu: — Ah não, ele está bem. Nossa.          

Vax suspirou, acreditando.  

A chuva caia mais fraca, um sopro perdendo o fôlego.  

E qualquer um que olhasse para o horizonte ─ numa direção que quem viu o mapa saberia ser o leste ─ perceberia uma movimentação. Essa percepção aconteceria somente no momento de um relâmpago. Depois dele piscar, a borda do mundo tornaria a ficar escura e sem suspeita, convidando esse observador a pensar que talvez tenha sido tudo impressão.

Para Bones de fato parecia haver uma movimentação. Difícil dizer se longe ou perto. O alcance do horizonte era travesso, assim como a elipse que fazia as nuvens parecerem próximas da terra.  

O próximo relâmpago diria: não é impressão coisa nenhuma.  

— Vocês atraíram alguma atenção — disse Vax, quando percebeu.  

As coisas se aproximavam lentamente, ou porque eram lentas mesmo, ou por que estavam sendo cautelosas. Como o dragão de agora pouco. Talvez elas avançavam desde que o grupo se instalou ali, ou então desde que o dragão chegou.  

Era uma dezena de criaturas amorfas, com caras e bocas distorcidas. Se arrastavam como minhocas. Avermelhadas, como órgãos gordos e inchados. A tocha de Sollrac, dentro da caverna, iluminava um pouco o perímetro, mas foi outro relâmpago que de fato revelou o aspecto das criaturas: massas, simbioses, algo do tipo, formadas por corpos raquíticos, plasma e outras maldades.

Ho, em vida, já tinha encontrado uma daquelas...  

— Acho que nesses aí num é bom fazer carinho — disse MIc, apenas pra dizer alguma coisa. Depois, um pouco mais sério: — Por que não vamos embora? Eles não parecem rápidos.

Vax não disse nada.

Aurélio sim:

— Não podemos. Se não eles... é aí que eles vão correr atrás de nós.  

As criaturas mantiveram uma distância segura, algo em torno de 20 metros. E então uma daquelas coisas se destacou dos irmãos gêmeos e rumou até o grupo, sozinha, nem depressa nem devagar.  

Diplomacia?

***


Como disse, fiquei com o grupo, de modo que descobri tudo isso só depois:  

Sean conheceu o mundo do alto.  

Mas conheceu muito mal, porque tinha muito vento apertando seus olhos e água encharcando seu rosto. Mas de alguma forma viu a terra lá embaixo. Apenas uma terra negra da noite. Nenhuma árvore, nenhum lago. Só pedra. Montes, colinas rochosas, algumas delas soltando fumaça branca. E só.  

E uma estrada de ferro.

Cyrus manteve Sean preso numa das garras, não me pergunte o porquê. Não passou Sean para o dorso, para uma viagem mais confortável. Apenas continuou voando, compenetrado na tarefa.  

Quanto tempo nisso?

Difícil medir. Pra fazê-lo passar, Sean poderia tentar se distrair com mais algum contato, mas ou a habilidade não estava funcionando ou Cyrus se fechara por completo. Nem mesmo um olhar daqueles olhos verdes era dedicado ao menino.  

Pressa.  

O bom de ser jovem é que você tem mais fôlego. Claro que asas maiores fariam um serviço melhor. Mas a resistência do bicho já era de merecer medalha. Estavam horas naquele itinerário onde o cenário não mudava e o ritmo não caia.  

Ao menos, finalmente, parou de chover.  

Um olhar aleatório para o mundo árido lá de embaixo mostrou um homem parado olhando pra cima, vendo o dragão passar. Passou.  

Mais algumas horas. Sem olhares, corpo mais fechado que antes. Pressa triplicada. Quando ia chegar?  

Amanheceu. Entardeceu ─ os dias duravam quatro horas naquele ciclo, conforme Russelo dissera, mil anos atrás, na Antessala da Morte.

Aí Cyrus fraquejou no ar. Olhou para Sean, para os olhos púrpuras do Sean, achou alguma força ali. As asas bateram com o vigor extra que Cyrus não sabia possuir.  

Lá embaixo, rastros de magma. A terra toda costurada por rios de fogo.  

Quando?

Chegou.  

Cidade arruinada, em ruínas, em neblina. Velha. A mais Velha de todas.  

Mas Sean viu pouco da cidade pois logo pousou. Cyrus desceu sobre o terraço de um castelo meio arruinado. Suas asas exorcizaram a neblina daquela região. Ele deixou Sean no chão e fez um som, não pra ele, mas pra ela.  

Ela estava bem ali. O capuz não revelava os cabelos, todo o corpo coberto pelo robe escuro. O rosto pálido de alguém no auge da vida adulta, mas um tanto doente. Lábios rachados, secos. As mãos estavam a frente do corpo, uma segurando a outra. Os olhos familiares encararam Sean. Não parecia um olhar urgente, um olhar de quem está com pressa. Muito pelo contrário: parecia a contemplação de quem tem todo o tempo do mundo para estar ali, e pretende aproveitar o momento com calma.

Então, com um meio sorriso:

— Você se parece mais com ele. Mas tem os meus olhos.  

***

Destroços, grandes e pequenos. Parte de um mastro. O maior pedaço de casco que achou, que deveria ter pouco menos de dois metros de lado e um de comprimento, tinha um M de Morsa pintando em alguma tinta clara o suficiente para se ver a noite. Algo bateu em seu pé: um remo com a haste partida.  

A água era fria, dando choques em Balltier.  

Antes disso:

O homúnculo falou na cabeça da pantera. As orelhas dela viraram para o som de "Veitie", manteve a prontidão tensa, deixando a força um pouco de lado. Quando Balltier soltou, a pantera se afastou um pouco, ficou de frente para o homúnculo, seus olhos medindo a caça, e então suas orelhas viraram outra vez, na direção da floresta, como se tivesse escutado algo importante. Luz virou o pescoço naquela direção e depois correu. Sumiu na floresta, atraída.  

Depois foi a fez de Balltier correr. Encontrou Sagno meio sentado, usando um galho quebrado como alavanca pra tentar se erguer de onde estivera deitado até agora. O contramestre parou os esforços quando viu Balltier. Depois escutou o homúnculo com uma tremenda cara de interrogação, não pelo conteúdo do que era dito, mas pelo significado de tudo aquilo. Esboçou alguma pergunta, mas aí Balltier escutou algum som de animal ao longe e saiu depressa dali.  

De volta à praia, seus olhos varreram as ondas, em busca de algo.  

Se aproximando, os pés nas águas, viu os destroços, o pedaço generoso de casco, mastro, o remo partido.

Um som de ave ecoou. Veio da floresta atrás dele.  

E nenhuma ave sairia voando naquela chuva, é sabido.

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Mensagem por Hummingbird Qui maio 05, 2016 9:53 pm

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Então... era Ho aquele animal? — Pensei durante o trajeto.

E de alguma maneira mesmo durante o voo, eu sabia que não conseguiria fazer aquilo com as mãos de novo. Quero dizer, tocar no dragão e ver as suas memórias. Aliás, essa era uma habilidade que eu também desconhecia dentre os poderes de Ifrit. Eu aprendi pouco em relação aos seus poderes, mas toda vez que eu os utilizava, era como se destrancasse alguma coisa aqui dentro e então eu instintivamente aprendesse sobre. Assim com as memórias do dragão, assim com a levitação. Assim como em diversas outras situações.

Mas o que eu me peguei pensando mesmo era nos olhos, aqueles estranhamente familiares aos meus. Os que vi nas memórias do dragão. Eles não saiam da minha mente, deixaram-me tão ansioso e preocupado que sequer eu consegui dizer alguma palavra antes de partir e deixar Ho para traz. Eu simplesmente não conseguia dizer. Eu estava divagando na ideia de que o dragão me levaria até ela — seja lá quem fosse.

E levou.

— Obrigado. Cyrus... — Murmurei, ainda meio sem jeito. Quero dizer, de alguma forma eu compreendo que ele ficou assustado com aquilo que aconteceu lá atrás. Talvez por isso estivesse tão recluso. Eu me senti mal com isso, não queria fazê-lo sentir-se invadido. Eu só queria que ele fosse meu amigo...

Então, minhas mãos foram levemente de encontro aos olhos. Esfregava-os tentando limpar da água, e também daquela ardência causada pelo voo descuidado. Durante o voo eu sequer conseguia abrir os olhos, tamanha era a violência com que a chuva chicoteava minha face. Mas agora, longe dos seus efeitos, no alto daquilo que mais parecia uma fortaleza em ruínas, longe até mesmo da neblina que antes encobria o local, eu pude vê-la. Enfim, meus olhos foram de encontro aos dela, sentindo aquela mesma sensação.

— Familiar... — Pensei em voz alta. Foi quase um sussurro, involuntário. Boquiaberto, deixei-me cambalear em passos desajeitados, mais pra cá do que pra lá, tentando alcançar seja lá quem fosse que estava por baixo daquele robe escuro. — Durante todo o caminho, eu pensei que você fosse a Dona Bruxa, aquela que encontrei no alto da montanha. Mas então lembrei que os olhos dela eram verdes...e que....e que ela não me passava a mesma sensação que você. Então, e-eu...estou meio perdido agora. Por favor, me diga, quem é você? — Palavra por palavra, insistiam em saltar acompanhadas de uma voz manhosa. Eu estava me sentindo indefeso diante daquela situação. Alguma coisa, bem aqui no fundo, apertava. E eu não sei como chamar aquele sentimento, mas, de alguma forma, sei que eu só conseguiria saná-lo ao abraçar aquela que estava por debaixo daquele robe escuro. Quase como se eu já soubesse — sentisse - quem ela era.

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Mensagem por Bones Sáb maio 07, 2016 9:46 am

Por si só ter pulado teria sido uma tarefa fácil de ser executada, mas carregar um "peso morto" como aquele que parecia petrificado no local acabou por fazê-los correr um risco maior, mas graças a sua Deusa, ainda não era sua hora novamente, a criatura estava realmente mais interessada em seu companheiro doq em seus ossos, mudando o rumo de seu ataque.

- Obrigado Morte, fico lhe devendo mais essa...

Acabou por cochichar tais palavras, agradecendo por ainda estar inteiro, diferente do que poderia perceber em seu amigo torresmo do lado de fora, tendo recebido boa parte do ataque, mas curiosamente ainda vivo, deixando por revelar um pouco de suas habilidades.

O combate parecia que iria se prolongar, mas o garoto gritando pareceu chamar a atenção da criatura ainda mais do que o combate, provavelmente algum tipo de dominação sobre o dragão ou apenas afinidade msm, mas o importante é q ao levantar vôo, o dragão levou junto o garoto.

Se levanta, vendo se não havia caído nada de suas roupas ou ossos e começa a andar com passos firmes a entrada da caverna e quando iria começar a falar surge Vax, com cara de mãe q viu os filhos aprontando.



— É só eu me ausentar que... — E amanhã, qual de vocês vai se reduzir a pó ou sumir na noite?  

— Ele não sumiu na noite. — Foi um dragão. Passou aqui e —

— Qual?

— Não sei. Não era nenhum dos... cinco. Era jovem e —

— Impossível.  

— É verdade. Um dragão jovem. Quase matou a gente. E levou o menino. O menino fez alguma coisa com ele. Não foi? — Ele fez alguma coisa e o dragão ficou de mal. Matou o rapaz ali...  — Ah não, ele está bem. Nossa.


- vamos deixar claro uma coisa: ele não teria feito nada conosco se não tivéssemos atacado ele primeiro, eu avisei! Segundo, o garoto está bem. Como sei disso? Pelo que percebi, sabia até o nome da criatura ou era algo q o dragão entendeu, deixou de atacar a gente mesmo tendo oportunidade e ele quando voou pegou com as garras, não com a boca estraçalhando-o... E tem razão Vax, não estamos sozinhos de novo...

Pelo visto apenas os dois conseguiram inicialmente perceber a aproximação das criaturas, lentas mas numerosas, se destacando do relevo e se aproximando constantemente até parar cerca de uns vinte metros do grupo.

- Não façam nada ou eu mesmo vou brigar com seus ossos!

Pela primeira vez falou firme com todos,  chegando a intensificar as luzes de seus olhos mediante seu estado, tomando a dianteira dessa vez, indo em direção a criatura que se destacou do grupo, provavelmente um líder talvez. Preferiu não levantar as mãos ou sacar arma, quaisquer sinais de que poderia estar com medo ou agressividade, permanecendo neutro e firme pois queria passar a impressão de que não procurava briga mas lutaria se necessário...

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