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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 13, 2015 6:04 pm

Relembrando a primeira mensagem :

GREGAR
PV: 63%
PE: 100%

HAYASHI
PV: 64%
PE: 100%

HO
PV: 100%
PE: 100%

NEIL
PV: 64%
PE: 100%

SEAN
PV: 100%
PE: 100%

TENKAI
PV: 100%
PE: 100%


Padrão temporário de recuperação de vida e energia
Funciona assim: após um tempo de descanso, o personagem recupera certa quantia de de vida/energia + o seu valor em Vigor (número). Então, segundo a tabela logo aí abaixo, se eu descanso por 1 hora e tenho Vigor 4, recupero 54% de energia e 9% de vida. Essa é uma recuperação passiva, mas exige descanso, que é exatamente ficar parado, recuperando o fôlego, tirando uma soneca. Se o personagem está cavalgando, por exemplo, então ele não está descansando e não se recupera.

Recuperação de vida:
20 minutos: 5%
1 hora: 10%
5 horas: 25%
1 dia: 50%

Recuperação de energia:
1 minuto: 5%
5 minutos: 10%
20 minutos: 25%
1 hora: 50%
5 horas: 100%


APÊNDICE DE PERSONAGENS
Os velhos:
─ TERRO, o patriarca, morto aos 108 anos, servo do rei de Hilydrus, dono de terras e fortalezas na fronteira e entre os Ranchos,
─ TRENT, o filho mais velho, dono de uma vila de médio porte chamada Primavera Negra, ao norte de Algreen,
─ TARGO, o filho do meio, dono de parte do Rancho Eldest, contratante do grupo,
─ TERLO, o filho mais novo, recém dono da Torre Negra do pai, na fronteira com Takaras,

à serviço de TARGO:
─ CANÁRIO E BACURAU, jovens gêmeos.
─ TÁLIA
─ REELY
─ BATUQUE

outros:
─ CHAGAS, sobrinho de Targo, bem humorado e irritante.
─ HARGION CERBERUS, antigo cavaleiro de TERRO, morto e sepultado com o objetivo da missão.
─ TESSA, uma das mulheres do vilarejo.


Última edição por NR Sérpico em Qua Out 21, 2015 7:55 pm, editado 20 vez(es)
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Mensagem por Gregar Qui Set 17, 2015 11:39 pm

Talvez não estivesse mais em frenesi, mas jurava por tudo que havia de sagrada em minha alma, a única coisa que ainda me mantinha de pé era a raiva que sentia. O ódio simples daqueles orcs e de seus mandantes, a ganância por detrás do premio que esperava no fim de tudo, continuava em frente apenas por causa dessas coisas simples. Tinha três grandes objetivos pequenos, um rio repleto de tesouros, uma fortaleza que aranhasse os céus, e um exercito que seguisse apenas a mim. Nada que fosse a mais, nem uma migalha a menos. Realmente pedia tanto assim? Por vezes pensava que os deuses achavam ambições tolas, como se gostassem de brincar comigo, sorria ao ver que essa não era uma delas.

Corria, corria tão manco quanto meu corpo permitia, ferido em mais do que carne. Acima de mim os horríveis estalos que ressoavam por toda a minha cabeça, nem ao menos precisava olhar para cima para saber do que se tratava. Raios que vinham luminosos de cima, se chocando contra tudo e todos ao meu redor, todos fortes o bastante para tornar-me uma simples tocha, todos imprecisos demais para me tocarem. Era por isso que gargalhava naquele momento, não me importava com o quão perto os raios tinham passado por mim, eu havia passado em fim, estava há apenas um passo de conseguir meu derradeiro objetivo. Permitia que contemplasse aquela cena juntamente do garoto Sean. Chagas estava lá, junto de outros orcs e algumas carcaças. Ficava incomodado ao perceber aquela cena triste, não pelas mortes em si, sentia mais a morte das jovens que eram degoladas. Qualquer um estaria imensamente grato em ser salvo de um ritual macabro, era simples no fim.

- Então foi você. Dizia erguendo uma sobrancelha, como que em surpresa para com o garoto. - Muito bem pirralho, conte os segundos pra não ser esmagado. Sorria lascivo e cheio de desejo por sangue.

Bem eu estava no topo do monte, o que quer que fosse acontecer já tinha acontecido, e eu estava terrivelmente cansado de toda aquela história, de todas aquelas lutas. A mulher sentada em uma ponta fedia a magia negra. Sentia em minhas fibras um desejo especial por mata-la, adoraria acabar com tudo de uma única vez, por que não força-los a virar uma massa de carne disforme? Sorria como nunca, cravava a ponta da lança por sobre o solo e abria os braços em uma concentração mágica que de tudo serviria. Sabia o ponto que desejava atingir, concentrava não toda, mas uma parcela absurda da energia que ainda tinha dentro de mim na magia criadora de gelo. Meu foco era simples, um pedregulho tão grandioso quanto possível, morte vinda dos céus. O maior alvo era a mulher que meditava, mas a medida do possível tentaria criar o grande bloco de gelo para cair diretamente contra os orcs, mirando primeiro no que estava ferido. Era o tudo ou nada da situação, o melhor pedregulho que poderia atirar. Ainda assim desejava terrivelmente a morte de todos, sendo que assim que possível, tomaria a lança a minha frente e a arremessaria com o resquício de força no Orc que carregava a criança, não precisava atingi-lo bem a cabeça, só precisava mata-lo.

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Mensagem por Knock Dom Set 20, 2015 8:24 pm

Os homens me responderam; Hayashi não me respondeu... talvez estivesse muito ferido ou também pensando nas minhas indagações... Não sei... Ele ficou ali parado me olhando; admirando minha feiura. Talvez descansando em silêncio.

Então resolvi continuar e bater... Bati com o machado. Inúmeras vezes. Bati sem sucesso algum. A porta ainda estava ali e eu só conseguia pensar que aquela madeira era tão boa que a levaria e faria uma armadura. Risos. Expressão de força. Entretanto nada ocorreu.

Eu sabia que o homem mentia, pois havia cheiro de defunto... Sinceramente ficaria com raiva, mas o importante é que o inimigo dele era meu inimigo... Isso seria uma boa distração, a fim de que meu objetivo pudesse ser alcançado.

Parei de bater... talvez um tanto frustrado, mas o tempo passava e Chagas ainda estava sumido... talvez tivesse ido de uma vez ao outro lado da montanha e eu pretendia fazer o mesmo e deixar os homens ali, entretanto a montanha começou a tremer; tremeu forte, então decidi dar um escorão na porta... talvez abrisse. Então tomei certa distancia e fiz... Fiz talvez a pior coisa que já fizera na vida.

Lembrei de uma piada: Uma vez dois fazendeiros estavam conversando sobre um cavalo que só ficava deitado e não queria comer, então o dono do cavalo disse que se no outro dia ele não levantasse, iria mata-lo. O porco ouviu a conversa e correu a fim de ajudar o amigo e disse “Oh, cavalo, se tu não levantar amanhã, o dono vai te matar”, então o cavalo ouviu e decidiu levantar. Bem, no outro dia o dono viu o cavalo em pé, comendo e bem disposto, então mandou chamar o “cumpadi” para uma festa e disse “comamos o porco”. Moral: Nunca ajude o filho de uma égua.

Abri a porta. A forte quis resistir, mas o tremor fora mais sufocante às forças da teimosa.

Quando entrei, levantei de uma vez a cabeça e olhei tudo... Senti minha feição cair, meus olhos dilatarem... Estaria catatônico senão o reflexo de fuga. Pulei para fora e pensei em tentar fechar a porta, porém ele já estava bem perto... se não fosse lento, talvez tivesse pulado para fora antes de mim.

Tremo só de lembrar. Entrei e vi vários homens mortos, marcas de pancadas fortes nas paredes... Um ser humanoide, aparentemente gosmento, grande... Meus olhos nunca haviam visto algo daquele tipo... Nem sei explicar ao certo... Tinha uma cara em vez da mão... uma parte no pescoço parecia ser o tal do “metal divino”, pois brilhava e emanava um tipo de calor. Tremi. Puxei meu “amigo” para trás de mim. O bicho queria me agradecer com um abraço e logicamente me afastei o mais rápido de pude e disse... quer dizer... Gritei... Gritei mesmo:
–Pare! Se você quiser me agradecer, nos leve ao outro lado da montanha.

Medo. O machado ainda estava na minha mão, entretanto eu não conseguia ergue-lo contra o humanoide e a minha outra mão não conseguia chegar à espada. Se ele continuasse se aproximando de mim, eu continuaria recuando até a entrada pela qual nós havíamos passado, caso ele se mostrasse ofensivo ou quisesse nos atacar, eu tentaria acertar o ponto luminoso, a fim de tira-lo do corpo. Eu sabia que ele era forte por causa das batidas nas paredes, sabia que não era tão rápido... eu só não sabia se eram os mineradores que estavam no controle daquele ser... talvez a tal da pedra fizesse domínio sobre as personalidades, por isso a resposta torta de um dos caras?! Bem, eu ainda não sabia.

Talvez Hayashi acordasse, eu continuaria a puxa-lo.

Quem é que não torce para coisas boas acontecerem para si?! Talvez aquele doido do grupo ou mesmo o pequeno futuro louco... creio que não. Acho que eles devem pensar que pimenta no olho do outro é hidromel.

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Mensagem por Bluesday Ter Set 22, 2015 12:15 am

A grande floresta havia sido conjurada. Tenkai empunhava sua velha companheira, mas uma certa lâmina parecia ansiosa em ser usada. O elfo percebeu algo vindo dela.

Então tem sede de batalha? Irei lhe conceder este desejo, mas espero que demonstre mais respeito a seu usuário — O guerreiro era nobre e valente. Não desejava usar uma arma arrogante. Que tipo de parceria ambos fariam? — Está preparada? Vamos!

Mal terminou de trocar de espada, e um galho crescia por baixo de seus pés e começava a elevar o elfo em direção a bruxa. Uma especie de cobertura era criatura em cima de seu corpo, afinal não seria legal receber um relâmpago na cabeça. Tenkai tinha um modo de se aproximar da inimiga, mas aquilo não bastaria. Ela estava flutuando e poderia muito bem se afastar. O aventureiro não podia permitir algo assim, por isso ele já traçava sua estratégia.

Enquanto o elfo ia se aproximando com o galho resistente que o levava, folhas vinda de outras árvores se lançavam contra a bruxa, focando a região do rosto. Aquele seria o principal momento daquele plano. As folhas serviriam de distração, a bruxa em um breve momento se irritaria ou assustaria quando as folhas aparecessem do nada. Neste instante cipós seriam lançados contra os braços e pernas da bruxa. Ela poderia se livrar de um ou outro, mas ainda estaria presa em algum dos cipós. Se isso desse certo, Tenkai com um forte impulso, daria um dash, saltando em direção a bruxa com a cimitarra, visando estocar a lâmina e faze-la penetrar até sair pelo outro lado. Se não conseguisse perfurar a mulher, seja por desvio da mesma ou algo do tipo, um corte rápido seria feito para não ter sido em vão toda aquela ação.

Mas seja como terminasse aquela primeira investida, um outro galho mais abaixo já estaria preparado para Tenkai aterrissar e evitar que um guerreiro fosse montanha abaixo e terminasse seus contos ali.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Set 22, 2015 12:58 am

18. Vorpal

Não era temporada de cometas em Lodoss. Então como diabos?

A mulher estava terminando de morrer, o orc pronto para usar a faca, a bruxa ainda ressoando seu mantra, Chagas resmungando e Sean indo para cena quando POU!

Aqui, o como diabos: Gregar decidiu ser exagerado, no sorriso e na ação, foi isso. Vai ver que ver o final de tudo aquilo, ali, tão perto, lhe pôs a alma em chamas loucas a ponto de arriscar alto, arriscar pesado, arriscar Chagas e Sean. Quando ele abriu os braços em concentração, chamou atenção do orc que cuidava de Chagas. Até Sean, em sua corrida, chamou atenção deste mesmo orc, que teve um espasmo, mas pareceu indeciso sobre o que fazer. Chagas também viu os dois, e rasgou todas cordas vocais num rugido bestial de puro desespero que fez o outro orc, o que segurava o bebê, olhar na direção de Chagas com hostilidade e fez os Hmm Hmm pararem, lá do outro lado, onde agora a moça de branco abriu os olhos e olhou pra trás sobre o ombro.

Droga, Chagas! Pra que tanto alarde?

Pouco importava: Sean estava quase lá, ainda com o benefício da surpresa. Entraria no círculo, saltaria pra cima do altar e... e o que? Pegaria a armadura, certo. Mas como pegaria toda ela? Não! Não precisava de tudo. Precisava pegar apenas as manoplas e o elmo e... POU ─ Gregar terminou sua bruxaria.

O céu estava mais escuro por causa de uma nuvem tampando o sol... Mas tudo pareceu ficar um bocado mais sombrio quando o cometa se solidificou no ar, mais ou menos 10 metros acima do chão, do nada, caindo tão de repente quanto sua formação súbita.

Então seguiu-se uma sinfonia desarranjada de rocha quebrando, trincando, estilhaçando. O cometa caiu, atingindo primeiro as pedras erguidas do círculo ritualístico. Algumas das pedras ficaram no lugar, porém outras se partiram com o golpe. E com o choque o gelo voo em todas as direções.

Sean viu a grande sombra aparecer no mundo inteiro ao seu redor e na hora sentiu que estava marcado para morrer. Mas então saltou para dentro do círculo na esperança de conseguir algum abrigo daquilo que estava prestes a acontecer, que ele não tinha certeza do que era, mas que lembrava de Gregar falando sobre ser esmagado. Quando pousou na poça de sangue sacrificial, ainda estava tudo bem. E continuou bem quando ele olhou para os lados, recebendo toda aquela sinfonia e sentindo que coisas caiam de todos os lados e que talvez fosse questão de segundos até que alguma coisa o atingis ─ atingiu!

Uma lasca generosa de uma das pedras se soltou e tombou sobre ele, sobre a perna esquerda, lhe dando dores e prisão. O pedaço de pedra veio de trás, caindo sobre um Sean meio agachado e agora mantendo ele no solo, de barriga para o chão e com uma perna imóvel ─ provavelmente pelo peso da rocha e não por causa de uma lesão séria.

Mas não se mexia. Logo agora, tão perto! Menos de 2 metros separavam ele da armadura agora soterrada de gelo. Menos de 2 metros para ter notícias de sua mãe!

Mas então a bruxa apareceu e logo depois Chagas.

Gregar viu de longe. Era agora um Gregar cansado (apenas para provar que sim, ele podia ficar mais cansado do que já estava), mas ainda sorridente. Quanto estrago! Ninguém escapara daquilo! Sua mais nova ganância ─ a de matar os inimigos ─ estava plenamente satisfeita. Ele só precisava conferir os corpos e quem sabe escarrar neles.

Mas viu quando o lado de lá, onde a bruxa estivera, começou a brilhar uma luz roxa que pareceu derreter boa parte do gelo espalhado naquela direção. Então ele viu apenas uma aura fantasmagórica, como o lençol, só que muito mais... sólida. E essa aura caminhou pelo gelo rumo ao círculo de pedras.

E no oposto, antes do choque poderoso de sua habilidade, ele viu quando o orc foi ligeiro em pegar Chagas e usá-lo como escudo humano quando uma variedade de estilhaços gelados voo para todos os lados. O peito de Chagas ganhou espetos pontudos e a garganta foi rasgada por um mais grosso, assim como o topo da cabeça ─ enquanto que o orc permaneceu agachado atrás do humano e se ganhou algum ferimento, Gregar não pode ver.

Então o orc se levantou, rápido, soltando Chagas, que ao cair, morto, assumiu uma pele acinzentada e com traços cada vez mais parecidos com um orc da montanha, ao passo que o orc, que já estava com as espadas de Chagas, ganhou cabelos loiros em rabo de cavalo e uma armadura de couro e todo o mais que lembrava o aspecto do sobrinho de Targo.

O falecido Chagas, que na verdade era um orc arqueiro que perdera uma mão no túnel dos mineradores, tentara... tentara avisar o outro orc e a bruxa. Mas falhou.

A habilidade de Chagas em mudar aparências era realmente muito boa.

E de volta pra Sean ─ que viu primeiro a moça, que foi direto até a armadura e fez o gelo no altar derreter aos poucos ao movimentar uma mão coberta de magia. Ela tinha um pedaço de gelo atravessando um ombro, e uma perfuração na barriga (obra de uma outra luta), mas não parecia se incomodar tanto com os ferimentos.

E aí, a menos de 2 metros, ela olhou para Sean. Olhou bem. E sussurrou:

Esses olhos... voc

Mas não concluiu. O pequeno momento de distração que ela teve com Sean lhe custou a garganta, subitamente trespassada por uma espada bronzeada que pertencia a Chagas que acabara de saltar para o altar e que enfim terminou o movimento num giro, separando o corpo da cabeça.

Grande currículo ela tinha: desde falar através de insetos à controle ambiental. Mas saiu da história com uma frase por dizer e um ritual por fazer. A cabeça bonita dela caiu pra lá, virada para Sean, os olhos ainda bem abertos de quando reconheceu algo no menino, algo que lhe custou a vida.

E Chagas levantou os braços, comemorando num rugido de quem completa a corrida:

Ca-ra-lho! ─ com um sorriso que rivalizava com o de Gregar.

Pois era o fim.

Mentira. Não era o fim. Nem aqui, nem no túnel.


Lá no túnel, ante a ordem de parar, a criatura continuou andando. Tentou correr, mas caiu, as pernas se dobrando de forma errada. Tombou no chão, pesadão e desajeitado, e se espatifou como meleca, ainda tremulando e depois se reorganizando, novas pernas se formando, agora pés sem bota, deixando a coisa de pé que veio andando mais firme, aprendendo... A luz no peito brilhando e um novo rosto jovem se formando, contorcido de pranto e dor.

Ho recuou e salvou Hayashi de um aperto de mão. Se a coisa viesse com tudo, Ho lutaria, daria o revide, mesmo assustado. Ela andou, andou, e pareceu pegar o jeito, de modo que acertou passos rápidos e Ho moveu o machado contra a coisa brilhante, que parecia um pedaço de pedra, o centro do golem. Quando acertou lá, houve luz, luz cegante. E a criatura pareceu gritar em todas as vozes que tinha.

Então Ho ouviu, de trás de si:

Santo Zaltar! Por aqui, vocês dois! Por aqui!

Ho olhou para trás e não viu nada. Olhou para frente, buscando o inimigo, e não viu nada. Piscou. Piscou.

Estava realmente cego. Provavelmente era temporário.

Mesmo assim, colocava Ho em perigo, ante aquela criatura. Ainda dava para ouvi-la murmurar. Mas mesmo com relação a dor ela deveria estar... aprendendo. Superando. E agora avançando, querendo mais unidade.

Hayashi enxergava, mas parecia estar incapaz.

E a voz do homem dizia:

Não lute! Corra! ─ ecoando pelo túnel, provavelmente já ganhando distância, indo para alguma direção, para a outra saída, do outro lado.

Ao passo que ali, bem perto, a coisa disse em 4 vozes:

Orc! ─ e Ho sentiu o bafo do bicho.


E no caminho da montanha, outro relâmpago açoitou pedra, desmoronando o caminho de volta. As nuvens roncaram e em meio a chuva ácida, granizo começou a estourar nos galhos e raízes, quebrando, quebrando, quebrando tudo.

Então Tenkai agiu antes que coisas piores caíssem daquela tempestade. Saiu da fortaleza verde, avançando rápido, levantando proteção e distração. A cobertura que levou consigo levou dois raios imediatamente. E a distração, bom, talvez tenha servido de algo, pois por um tempo nada aconteceu. Tenkai não conseguiu prender o lençol fisicamente, mas quando saltou para estocar teve sucesso.

A inimiga realmente pareceu distante, aberta, distraída e quando a lâmina da cimitarra entrou, parecendo rasgar aquela película flutuante, o rosto nele estampado levou um susto e brilhou levemente antes de ser sugado para dentro de si mesmo, sumindo no ar e levando todo corpo fantasmagórico, pura entropia. E no meio do golpe Tenkai viu, como num sonho, Sean caído no sangue e com um pedaço de rocha prendendo sua perna, no meio de um cenário com pedras quebradas e gelo espalhado... Então a visão sumiu junto com o lençol.

Aí tudo ficou quieto nos céus e Tenkai voltou, salvo, com o auxílio de algumas raízes.

Fácil. Mas se a visão era verdadeira e o menino estava em perigo... Correu, Neil logo atrás.


Spoiler:
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Mensagem por Hummingbird Ter Set 22, 2015 7:07 pm

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Há deveras motivo para a perplexidade do garoto naquele momento. Tantos foram os ocorridos, sim, um cometa fora de época; uma bruxa habilidosa; orcs realizando um ritual de bruxaria... e quem haveria de dizer que ele ficaria intrigado com aquilo? Meras 2 palavras e meia, segundos de uma troca de olhares, segundos estes que são completamente insignificantes na minha perspectiva de existência. Então porquê? Eu não compreendo... e talvez, o garoto muito menos.

[ ... ]


Acontece que a resposta do mascarado era mais como um aviso, eu acho que deveria ter levado isso em consideração. Fui tão empolgado pra roubar a armadura, ou pelo menos as partes que nos interessavam, que esqueci completamente de cuidar da minha retaguarda. Bem, as coisas mudaram rapidamente. O céu escureceu de repente. Parei a minha movimentação, buscando no olhar o motivo daquela escuridão. Era um cometa? Foi o que me veio na cabeça. Ainda atônito, voltei a olhar pro círculo de grandes pedras. O murmurinho daquela mulher ali no penhasco também parou eu acho, tudo ficou um silêncio abrupto ou era impressão? O tempo correu devagar, acho que era só o meu raciocínio. Por alguma razão achei prudente buscar abrigo dentro do círculo de rochas e o fiz. Depois foi só barulho de novo, rochas pra lá e pra cá, mas eram rochas azuis, era gelo então, que burrice a minha. Mas esper-

É só até aí que me lembro. Quando recuperei a consciência, estava derrubado com um bloco de gelo sob minha perna. Meus olhos foram de encontro a primeira coisa viva que apareceu, e era ela. O que eram aqueles olhos? O que era essa sensação? Nostalgia talvez, ou mero arrepio, talvez fosse surpresa também. Pensei em dizer algo mas estava muito claro e estampado nos olhos dela que alguma coisa lhe assustou. E quando preparei meu vocal pra lhe dirigir a palavra, só vi sangue. Como num piscar de olhos, ela estava morta. Mas as suas palavras não, muito menos aquele momento. O que aconteceu então? Ela tinha algo pra dizer... eu sinto isso. Era uma verdade, talvez algo que eu já saiba, mas de alguma forma isso não é lá grande surpresa pra ninguém com um conhecimento como o dela não é? Não é? E por mais que eu insistisse nas respostas, Ifrit também não as tinha. Tal como eu, talvez ele não fizesse ideia do que a tal bruxa queria dizer. Sim, ao menos fiquei sabendo que era uma bruxa, a intuição dele me fez descobrir isso.

— INFERNO! - Contrapus a comemoração de Chagas enquanto socava o chão. Estava tomado por descontentamento, por muito pouco não virou fúria, o que certamente me faria perder o controle.

Julguei minha força o suficiente pra tirar aquele bloco de gelo de cima de mim. Eu precisava sair logo dali, verificar se a bruxa estava mesmo morta. Se suas palavras ainda tinham alguma maneira de se completarem e me revelarem algo. Não daria ouvidos ao Chagas, certamente ele já teve a vitória que queria não é? A armadura estava logo ali, em baixo do gelo, então ele que se vire para encontrá-la. Já não me interessava mais. Com meus olhos, furtivos, tentaria encontrar qualquer coisa de valor deixada pela bruxa, mesmo escondido em seus pertences. Qualquer coisa... qualquer pista.

[ ... ]

E só depois de fazer uma busca nos pertences dela, é que eu voltaria para conversar com os demais. Para o caso de achar alguma coisa, manteria guardado comigo sem comunicar aos demais, era pessoal. Para caso de não achar nada, simplesmente xingaria a bruxa em murmúrios. Estava mesmo insatisfeito com aquele resultado...

— Tsc! Você ainda tá vivo?  - Chamei por Chagas, com certa arrogância. — Pensei que teríamos de chamar a Tália pra te salvar, hehehehe. - Completei com risos pra descontrair. Não queria provocá-lo ou magoá-lo, mas se o fizesse também, isso pouco me importava. E depois, voltaria minha atenção para o mascarado.

— Uh-uh! Sua habilidade foi incrível! Agora estamos quites heim? - Fazia menção do bloco de gelo que atingiu minha perna, terminando com uma longa gargalhada que perdurou por um certo tempo. Me pergunto se o encrenqueiro ainda está vivo? Ele com certeza estaria rindo comigo...

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Mensagem por LK Neil Blaze Qui Set 24, 2015 6:47 pm

A situação não era nada boa e o sorriso nervoso na face de Neil permanecia de forma a tentar acalmar os ânimos. Deveria ter corrido como Sean, mas tinha aquelas malditas flechas na costa, não seria tão rápido quanto o garoto. Contudo, se fora sua inteligência que lhe salvara uma vez, certamente ela poderia fazer a segunda. Os raios só atingiam que se movimentava naquela imensa floresta invocada por aquele Elfo. A ideia era simples. Alguém teria que fazer um movimento e essa pessoa não seria Neil. Quando Tenkai se movimentasse, num delay de alguns segundos, Neil faria o mesmo e seguiria até o topo, sem parar ou olhar para trás.

Acontece que o Elfo tivera bastante sorte de não ser atingido, mas isso pouco importava. Tinha que continuar até o topo e quando lá chegou... Abriu aquele sorriso largo e insano mais uma vez. Viu toda aquela destruição e como tudo - aparentemente - tinha acabado e sentiu um alívio em sua alma. Ao que parecia sua vida não estava mais correndo perigo. Pelo menos não por enquanto. Contudo, as coisas não tinham saído como foram planejadas. O prêmio estava ali. E os derrotados também. Respirou fundo e sentiu as dores nas costas. Uma dor muito escrota, mas que não tirou o sorriso de seu rosto. - É, parece que perdemos. - Disse, olhando para Sean e Gregar. Não conseguiriam ter o ouro e todas as recompensas só pra si. Falharam, falharam miseravelmente... Será que falharam?

Neil começou a rir um pouco mais algo e gargalhar. Não importava. Não importava se tinha perdido ali. Se Targo cumprisse sua promessa, todos perderiam no final. E era isso que Neil desejava. Sempre fora isso que ele quis. Ouro e riquezas não importavam, mas a desolação na face daqueles ao seu lado era o seu maior divertimento. Sentou-se então no chão, à medida que para com as risadas que só faziam sua costa doer mais e mais. - Eu não quero saber o que aconteceu aqui. Se você tem o que quer, dê o fora. Essa é uma regra muito importante. - E completou, enquanto abaixava a cabeça, mostrando que também se rendia ao cansaço.

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Mensagem por Bluesday Ter Set 29, 2015 5:41 am

A investida de Tenkai tinha sido mais eficaz, do que ele próprio imaginava. Toda a floresta estava em sincronia com ele. Mas por um segundo tudo parecia que daria errado. Os cipós passaram direto. Talvez ele não pudesse acerta-la. Mas a cimitarra estava confiante. De algum modo o elfo sentia aquilo. Então continuou e pasme. A lâmina havia penetrado e causado dano. A bruxa estava assustada e o guerreiro estava intrigado com aquele fato.

Mas sua atenção foi ofuscada para algo que penetrava em sua mente. Uma visão um tanto perturbadora. Aquela criança presa em meio ao sangue. Putz, como Tenkai desejou que aquela bruxa não sumisse de imediato, talvez a visão continuasse e ele pudesse entender algo. Mas não. Estava além de sua compreensão.

As coisas se acalmaram e o elfo podia seguir em frente. O outro rapaz. Neil. Veio logo atrás. Não demorou e os dois já estavam reunidos com os demais. Tenkai olhou para Neil brevemente e notou um leve desapontamento.

" Garoto estranho. "

Voltou sua visão para o cenário e avistou a armadura. Parecia que apesar de tudo, todos estavam bem. Tenkai então seguiu até a armadura para pegar as partes que importavam naquela missão. Guardaria e se reuniria com Chagas.

Recolhi os itens Chagas. Estão seguros comigo. Qual o próximo passo?

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Mensagem por Knock Ter Set 29, 2015 2:35 pm

Perante a minha ordem, o golem continuou. Acho que a pedra mantinha predominância sobre a dos humanos consumidos, como se as personalidades delas estivessem em segundo plano... Ou mesmo fosse somente um resquício; uma sobra do que haviam sido. Acho que naquele momento, por mais que não estivessem, os mineradores eram considerados mortos. Como se não fosse suficiente... Havia mais um inimigo.

Mirei. Ele vinha mais rápido a cada passo, então fiz como pensara. Força, rotação, técnica... Não havia mistério. Acertei aquele ponto luminoso... A única parte que parecia emanar calor daquele corpo. Acertei.

Mais uma vez luz. Luz mais forte. Luzes em degradè. De fraco tal qual uma tocha até tão luminoso quanto aos olhos de Zalthar ou mais... Muito mais. Como um demônio no ventre do paraíso. Eu estava cego.

Uma luz forte emanou, me cegando, fazendo o golem gritar em dor e me silenciando, também silenciando o meu temor, silenciando os tambores em mim.

Ouvi uma voz, acho que o Haysahi estava atrás de mim... Não sei se ele não podia ver também, mas eu sabia o caminho... Eu lembrava. A voz dizia para fugir e não lutar... Pensei "certo, certo".

Eu estava calmo... Estranhamente calmo. Calmo até ouvir " orc" e sentir o bafo do monstro. Naquele instante dei uma passada para trás tentando afastar o monstro com o machado.

Solteira o machado, busquei Hayashi a fim de leva-lo para fora com uma das mãos, enquanto virava rápido, correndo, saindo da caverna e seguindo pelo caminho que lembrava... Fui correndo meio abaixado, a fim de não bater a cabeça na entrada. Fui protegendo a cabeça com um dos braços, enquanto levava Hayashi com o outro. Se conseguisse pega-lo a tempo.

Corri. Não olhei para trás... Se eu olhasse não adiantaria de nada mesmo. Corri e tentei pegar o caminho no qual havia me separado dos outros membros da equipe e seguiria caminho pela montanha... O mais rápido que podia.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Set 30, 2015 12:39 am

19. Me abrace

No reflexo cego, moveu o machado para frente, acertando algo macio e que pareceu fazer um som tipo splash. Mas não respingou nada em Ho, que agora estava recuando. Não sem antes puxar Hayashi, que num primeiro momento não respondeu ao puxão pois o monstro o tinha pego. Mas Ho puxou mais forte e o golem perdeu o cabo de ferro, reclamando com um ronco que era na verdade o som de vozes inarticuladas presas dentro daquela coisa sem carisma.

Ho correu. Tateando no escuro, dobrou o corredor e sentiu o mormaço gostoso de um dia terrivelmente quente, mas que era um perfeito frescor para quem fugia, como ele. Mais alguns passos, pisando na mão decepada do orc e depois tendo que jogar Hayashi sobre o ombro para poder ir mais rápido, muito mais rápido, e então sair.

Pois afinal a coisa vinha logo atrás, convidativa:

Volta aqui meu salvador.

Então, enfim, Ho deixou a atmosfera gelada do túnel, pisando não mais em pedra, mas na terra da floresta. A sua frente, sabia que tinha alguns corpos e logo depois a floresta.

Volta ─ inarticulado, como que com a mandíbula quebrada. E perto. ─ Volta!

Mais perto. Um velocista.

Adiantava correr dele? Ho poderia parar, se virar com tudo num giro de braço desesperado e então... Mas caiu. Quando caiu, a vista voltou. Não sabia se tinha tropeçado ou se o bicho tinha lhe pego pelo tornozelo. Girou, no solo, apressado, apenas pra ver a criatura sobre ele, aberta como rede, dando espasmos, mãos se retorcendo, músculos saltando.

Perto demais ─ de modo que, quando se deitou, Ho e Hayashi não tiveram escolha a não ser aceitar a cobertura.

E pela segunda vez na mesma empreitada, a escuridão correu até Ho.  

E mesmo com a dormência na alma, manteve-se acordado. Mesmo com a náusea por causa dos cheiros e por causa do gosto alienígena em sua língua, mesmo com os inúmeros sons de ossos estalando, quebrando e depois se realocando, mesmo com os (ela me ama!) inúmeros (eu terei tudo, simples assim!) pensamentos (estou doente, seu desgraçado!) que lamuriavam em sua mente, pensamentos de pessoas há muito mortas mas mantidas em meia vida... mesmo com tudo isso Ho resistiu e se manteve lúcido.

Sentia-se envolvido. Mas ao mesmo tempo, não sentia um contato direto ─ era como estar de baixo de forte tempestade, protegido por uma capa de chuva. Sentia a chuva pesada, mas ao mesmo tempo sentia-se razoavelmente protegido... E sentia calor. O calor daquela pedra amarela, aquele minério.

Seu pensamento voo para a cimitarra.

Já Hayashi dormia ─ absorvido, tal como os quatro mineradores, tal como vários outros foram, um dia, no passado e que, hoje, apenas ecoavam, dentre os tantos pensamentos, um único em comum: nos liberte!

Então Ho virou, sem dominar as pernas, e viu a montanha. Piscou e viu a entrada do túnel. Depois a escuridão do túnel, numa parte em que ainda não tinha ido.

Estava em movimento.

Então viu luz, do outro lado, no fim do túnel. Saiu, e viu uma pedreira, barracas e tinha mais coisas para ver mas então a cabeça girou, olhando para a montanha novamente, farejando. No instante seguinte estava num caminho, subindo, subindo. Ainda farejando. E Ho sentiu o cheiro também.

Um cheiro doentio de miasma e aço e magia negra e sangue. E sentiu o cheiro de Sean, Tenkai, Gregar, Neil e Chagas.

E se moveu para lá a toda, querendo unidade com todos. Principalmente com a coisa adormecida e poderosa.  


Ca-ra-lho ─ disse Chagas, como se ainda não tivesse dito isso e precisasse ter certeza. Baixou os braços e guardou a espada de bronze. Então Sean praguejou, dizendo “inferno”, ao que Chagas respondeu: ─ Foi exatamente pra onde ela foi!

Levando segredos consigo, certamente.

Sean fez força e livrou a perna. Tudo certo. Então se levantou e caminhou devagar, pisando numa paçoca de sangue e gelo derretido que era o chão ali dentro do círculo de pedras. Foi até a moça.

Mortinha.

Viu a cabeça dela, o pescoço fino rasgado e espirrando vermelho e os olhos ainda bem abertos, opacos. Aliás, notou, só agora, como os olhos dela eram verdes e bonitos, cheios de história.

Checou o corpo. Vestia apenas um vestido branco que casava bem com a pele pálida e delicada. Nenhum desenho, nenhuma marca. Mentira: viu marcas nas costas, açoites, muitos açoites, açoites antigos. De utensílios, pegou apenas uma... pulseira. Na verdade, seria luxuoso demais chamar de pulseira: estava empapada de sangue de sacrifício, mas mesmo assim Sean conseguiu ter uma ideia de que era, apenas, um punhado de cabelos trançados de forma a criar um cordão firme. Era a única coisa que a bruxa tinha consigo.

Então Sean se afastou, magnetizado pela bola...

Cuidado moço ─ disse Chagas, vendo o que Sean fazia ─ Se encostar nisso, seus cabelos irão cair.

Sean ignorou. A bola de vidro, outrora luminosa no colo da bruxa, não tinha brilho algum nesse instante. E, com toda a treta que rolou ainda agora, seria normal encontrá-la quebrada, lascada ou ao menos arranhada. Mas não era o caso. Sean a tocou e nada aconteceu. A ergueu do solo ─ leve! ─ e olhou embaixo, do lado: Imaculada, como que nova ─ um bêbado poderia fazer a barba, numa boa, se espelhando nela.

O que será que fazia? Tinha por volta de 30 centímetros, totalmente esférica, parecia ser de vidro, fria ao toque e totalmente escura.    

Enquanto isso, Gregar descansava. Chagas:

Precisava de tudo aquilo, parceiro? ─ fazendo um gesto para todo o gelo espalhado. Mas Chagas não estava realmente interessado na resposta. Ao menos não nessa resposta. Mas queria saber uma coisa: ─ E os outros? Tenkai acaba de perder outra... Puts, aí está você elfo!

Tenkai surgiu pelo caminho, seguido de Neil.

Sean falou com Chagas, que apenas sorriu de volta como a dizer “aqui não morre fácil, não”. E riu, meio falso, sobre Tália... Depois Sean gargalhou, mais frustrado do que alegre, sem saber o que perdera ao certo, que tipo de informação lhe escapara pelos dedos... Depois foi a vez de Neil gargalhar, contente, antecipando o glorioso resultado daquilo tudo onde sua ganância exótica seria manifestada (ou não, quem é que sabe? Um brinde à isso também!)... Gregar continuou sorrindo, apático, numa satisfação que só ele entendia... e Chagas também resolveu rir, já que estava liberado o festival.

Apenas Tenkai foi direto para o trabalho. Pelo que percebeu de longe, a armadura estava na pedra que servia de altar, no centro do círculo macabro onde estavam Chagas e Sean. Foi até lá, despreocupado em escorregar no gelo. Chagas desceu do altar e ajudou o elfo a remover o gelo. Enfim a armadura apareceu, deitada.

Ela brilhava de leve.

Tenkai tocou e a mão logo foi repelida.

Calma ─ disse Chagas. ─ O ritual a energizou bastante. E ela não precisa de muito para despertar. ─ “Ela” deveria ser a armadura... Chagas fez um som com a boca. Sinal de que não gostava muito da situação. ─ Vamos ter de esperar um pouco, até essa energia expirar. Aquela bruxa esteve muito perto de terminar o rit... aliás...

Chagas olhou ao redor. Olhou pra Sean:

Viu o bebê? ─ E, como se Sean não tivesse entendido: ─ A criança? Viu a criança?

Saiu de perto da armadura, olhando entre as lascas de gelo no chão, procurando um dos orcs, o da faca, o sacerdote improvisado.

Aquela criança não pode morrer aqui ─ disse, levantando gelo, chutando o orc e se abaixando, pegando o bebê, apalpando, vendo se estava vivo, se respirava.

Em resposta, a criança tossiu.


Então um golem de carne chegou do abismo. Todos viram o que deveria ser Ho, só que mais largo e com um cobertor de carne sobre si, com uma picareta numa das mãos e a espada de Hayashi na outra. Subiu pelo lado da montanha, se arrastando em velocidade recorde e surgiu onde antes estivera a bruxa, meditando.

Um abraço ─ disse a coisa, através de uma boca que rasgava todo o rosto num sorriso mal, o som igual o de cinco vozes em uníssono (uma delas a de Hayashi).

Então o bicho cresceu mais, num reboliço de espasmos. E, de suas costas, uma corcunda se formou, uma erupção, de onde Ho saiu, sendo cuspido na terra, enfim eliminado já que não podia ser somado, já que tinha sido marcado por outro ídolo, outro parasita.

Ho caiu no solo, meio tonto. Estava com cede e sorvia longas levas de ar enquanto voltava a escutar apenas os próprios pensamentos. O golem o deixou pra trás, lhe dando as costas, avançando para o círculo, de onde vinha o miasma impregnado na armadura.

No caminho, tentaria abraçar Sean, Chagas e Tenkai.

Só um abraço de nada.

Mesmo expulsando Ho da comunhão, o golem permaneceu numa forma avantajada, muito além dos dois metros de altura, e largo, os ombros largos de gigante. Massa amorfa se revoltava por toda parte naquele ser, que caminhava, a boca meio aberta.

Estavam todos juntos de novo. Mas ainda não eram uma unidade ─ o que, talvez, logo se tornariam. De uma forma ou de outra.  

Spoiler:
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Mensagem por Hummingbird Qui Out 01, 2015 1:52 pm

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Não encontrei nada...

As pistas escorreram por entre meus dedos da mesma forma que o sangue da bruxa se espalhou pelo chão e aos poucos ia desaparecendo numa mistura de elementos entre água e gelo, terra e chão. E apesar do aparente entusiasmo quado me referi ao bloco de gelo que o companheiro Gregar invocou, eu estava mascarando um sentimento estranho que naquele instante começou a crescer dentro de mim. Eu não me lembro de já ter vivenciado algo parecido. Era uma sensação ruim, deprimente, como se faltasse algo.

O tempo correu, mas eu estava distraído. O pouco que percebi foi a chegada de um ou outro como Tenkai, Neil, e até mesmo um outro ser que não consegui identificar. Meus pensamentos estavam voando, muito rápidos, ao mesmo tempo desordenados. Eu estava parado, com a bola de vidro na mão. A pulseira teria vestido no punho direito, como uma lembrança. E mesmo assim, mesmo com todo esforço, parecia que tinha alguma pista tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Me veio então a ideia do vazio. Talvez tenha vindo dele. Eu já disse que nunca experimentei isso. Era tão...sofrido. Meu entusiasmo foi sendo tirado de mim a força. Eu só conseguia compreender o vazio, e ele me compreendia. Como olhar muito tempo para um abismo, e ele olhar de volta.

E então tudo parou.

Lembro de, entre um piscar de olhos e outro, ter visto aquela outra criatura se aproximar. Meu coração acelerou, e naquele instante eu só compreendi um conjunto de coisas; A pulseira; A bola de vidro; A criatura. Era muito difícil segurar aquilo tudo sozinho. Senti um reconforto ao lembrar dele. Tem razão, eu não estou sozinho, certo? Certo... Ifrit? E quase como uma sequência de sussurros, eu posso jurar que o ouvia grunhir e dizer que eu podia descansar, que eu podia deixar isso de lado, que eu podia me deixar levar pelas ondas do oceano, que ele cuidaria do resto. Meus dedos seguraram firme a bola de vidro. Por mera intuição acreditei que ela poderia ser útil...

— Se você pode fazer alguma coisa... me ajude... - Mentalizei

E aquilo precedeu a escuridão. Certamente que se da esfera de vidro não partisse nenhuma iniciativa, então Ifrit tomaria o controle. Eu estava sem forças para segurá-lo, e sem motivos também. Eu só conseguia acreditar nele agora.

Obs:

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Mensagem por Gregar Sáb Out 03, 2015 5:01 pm

Pro inferno com toda aquela merda. Já estava exausto com tudo aquilo, repleto de vontade de dar o pé daquela maldita montanha, se ao menos pudesse tocar na maldita armadura. Na verdade podia fazer muita coisa naquela situação, minha escolha clara era a de ficar exausto, apoiando-me com a lança contra o solo enquanto sentia aquele fedor doentio. Se algum imbecil alguma vez diz que é possível se acostumar ao cheio do pós-batalha, esse imbecil nunca esteve em um campo com uma batalha terminada. Medo e merda tendem a cheirar o mesmo depois de algum tempo. Ignorava Chagas que gargalhava de tudo aquilo e respondia, o dispensando com um gesto com a mão. Estava realmente e sinceramente contente com o desfecho que tudo tinha, esmagar orcs era sempre uma tarefa repleta de benefícios, mas por todos os infernos, como era cansativo.

Ao menos de toda maneira tinha conseguido meu objetivo principal, tinha eliminado tantos quanto possível, ficava um tanto triste por Chagas ter se mostrado como um perfeito manipulador. Gostaria de ter lhe enfiado uma lamina no pescoço, ao menos a vingança para com o garoto podia me satisfazer por hora. Não havia mirado nele de fato, mas pelo menos o havia ensinado a nunca mais atirar nenhuma magia estranha contra mim. Tudo havia enfim acabado, poderia relaxar pegar meu pagamento e beber um belo caneco de cerveja esquentada enquanto contava com alguém para remendar-me os pedaços. Que belo dia era aquele. Era claro que nada havia acabado ainda, não com a aparição de mais uma criatura, mais uma coisa disforme e nojenta para se lidar com. Uma figura que fazia com que considerasse um orc uma bela imagem.

- Quer sabe? Já fiz minha parte. Que se dane o monstrengo, vocês podem lidar com ele sozinho. Dava de ombros procurando um trecho livre de gelo para onde iria e me sentaria. – Façamos assim, vou dar uma de baba pro tal bebe e vocês bancam os caça monstros. Chagas quando quiser passa-lo, estou pronto pro arremesso.

Que tipo de imbecil gostaria de estar em tantos combates ao mesmo tempo? Ao menos a criatura não vinha direto contra mim. Aproveitaria para descansar tanto quanto possível. Ainda mantinha mãos em sinal de recebimento, esperando que Chagas realmente jogasse o infante para mim. Lutar enquanto carrega um bebe deveria ser tedioso e complicado, não que me importasse com ele por si, mas ao menos gostaria de frustrar os planos sobre o ritual macabro, não me importava realmente com muita coisa, com minha armadura e recompensa sim. Quem sabe Chagas poderia morrer dessa vez? Ao menos me manteria tão afastado quanto possível, descansando com ou sem bebe próximo a mim.

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Mensagem por Bluesday Sáb Out 03, 2015 7:42 pm

Relaxe amigo, eu tive os meus momentos também — Comentou descontraidamente.

Não parou seus passos e seguiu para o que importava. Chagas veio em seguida para ajudar a remover o gelo. Quando finalmente pode pegar a armadura.

Ban!

Surpresa. Como se houvesse um escudo, a mão do guerreiro era afastada. Chegas explicava o que acontecia.

Compreendo.

E então o sobrinho do contratante se cortou na frase. Parecia preocupado com algo. O elfo apenas observou. O homem tinha encontrado uma pequena vida. Bastou algumas ações, para que a criança desse sinal de vida. Um alivio certamente.

Mas fora um alivio precoce. Precoce até demais. Afinal, eis que surgi uma criatura da montanha. Chegou causando e chamando bastante atenção. Tenkai não foi com a cara daquela coisa nem por um instante. Principalmente quando ele cagou ou cuspiu Ho? Estranho. Ele vinha se aproximando. O elfo tinha uma ideia de como acelerar o processo para a energia que envolvia a armadura, se desfizesse mais depressa. Porém agora eles não tinham tempo de tentar nada, apenas de lutar. Tenkai se virou para a criatura, fazendo uma leve brincadeira com Chagas.

Retiro o que disse. Meu momento acabou de chegar.

Falava enquanto retirava sua espada e se posicionava, levando seu braço para trás e deixando completamente reto. O outro braço, o elfo manteve a frente em direção ao inimigo com a palma da mão aberta e virada para cima.

O elfo sorriu e juntava seus dedos, fechando a mão. No mesmo instante raízes surgiam de baixo da terra. Sim, a habilidade do elfo ainda estava ativa e pronta para uso. As raízes começavam a se lançar contra aquele monstro. A intenção era simples. Prende-lo aonde estava. As raízes não parariam de surgir e agarrar a criatura. Quando ele conseguisse arrebentar algumas raízes, outras já estariam avançando contra ele. E se elas não fossem o suficiente, galhos mais resistente brotariam para para-lo.

Mas este não era o ás do elfo. E sim outra habilidade. Já posicionado, Tenkai juntava as mãos no cabo da espada, e em um movimento muito rápido e preciso contra a criatura, ele disparava mais uma vez naquele dia a sua bela habilidade, enquanto urrava seu nome.

ESPLENDOR... DOURADO!!

Tenkai era veloz e estava a poucos metros do alvo. Mesmo que o inimigo fosse tão ágil quanto o elfo e tão implacável para destruir as raízes. Seria como pedir por um milagre, para conseguir evitar aquela rajada de luz mortal.

Feito seu movimento, o guerreiro de cabelos prateado continuaria atento. Acreditava que aquilo tudo não bastaria para derrota-lo. Apenas para causar um grande dano logo de começo.


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Mensagem por Knock Qua Out 07, 2015 9:51 pm

Cego, rapidamente movi o machado, o qual acertara alguma parte do corpo do estranho golem... Percebi isso por causa do som, entretanto não houve resposta à alguma forma de dor ou mesmo incômodo... Não me importei... Só corri como havia pressuposto no campo das idéias.

Virei puxando Hayashi, mas ele estava como quem... Dormia. Dormia na tempestade. O terror do som dos trovões e ondas não o turbava. Infelizmente.

Saí tateando o mais rápido que pude. Escuro. Ah o escuro. Hayashi estava preso... Demorei mais um pouco para puxa-lo da gosma que parecia formar o bicho.

Tateei. Corri, porém isso não impediu que o monstro me alcançasse. Nos alcançasse... Carreguei Hayashi nos ombros, mas em determinado momento caí e comigo caíram os véus que me cobriam a visão, porém era tarde.

O golem estava em cima de nos, abriu uma boca terrível. Teria virado de algum modo e tentado fugir de outra maneira, porém ele já estava perto. Não pudemos resistir ao ataque.

Mais uma vez a escuridão. Eu estava imerso nela. Sentia o gosto da morte... Um gosto que não era da terra. Ouvi os ossos se quebrando... Rearranjos físicos... Como aquele que eu tinha visto... Ele estava aprendendo; evoluindo à maneira dele.

Pensamentos egoístas encheram minha cabeça. Egocêntrico. Como veneno tentavam preencher minh'alma a fim de me fazer ceder e unir-me a ele. Eu de alguma maneira fiquei lá e não cedi. "Ah como eu queria minha cimitarra... Com certeza eu cortaria essa pedra maldita. Com certeza sairiamos daqui sorrindo" pensei.

O bicho farejou. Cão de caça. Olho para cima e para trás ao mesmo tempo. Farejou. Entrou na caverna e tudo escureceu novamente. Aqueles pensamentos. Vozes na minha cabeça. Não se calavam.

Calor. Senti calor. Perto. Frio. Meu corpo estava frio. Somente aquilo brilhava e queimava. Eu tinha de arrancar o coração. Eu tinha de pisar no cérebro dele... É raro eu ter esse sentimento, mas eu queria com todo o meu ser... Sorrir sobre o cadáver daquele... Ser imundo... Cheio de ganância... Mesquinhez.

O monstro havia ido até meus companheiros de equipe. Vi. Senti. Ele farejou. Ele viu. Entretanto eu não estava no controle. Eu não estava morto.

"Elfo!! Minha cimitarra!" clamei em minha mente. Senti ódio. Via aquilo brilhante. Queria apaga-lo. Queria esfria-lo.

Senti como se fossem bolhas ao meu redor... Como se eu estivesse no centro de um vulcão em erupção... Senti meu corpo formigar. Senti ódio. Minhas mãos acordaram. Como se a minha alma queimasse, tentei pegar aquela pedra e tirar fora daquele corpo imundo. Eu juro que senti a pedra na minha mão. Eu juro que a peguei!

Nesse momento fui expelido do corpo. Cai ao chão. Fora como se eu não respirasse há séculos. Cansado. Cansado.

Vi o grupo. Fui abrir a mão para ter certeza de que eu havia pegado o coração de pedra do monstro, mas nesse momento vi galhos indo em direção ao monstro e acho que me pegariam também, então dei um jeito de correr para perto do grupo e me livrar tanto do monstro, quanto dos galhos.

Cheguei perto do elfo. Ele era forte. Eu já havia visto aquela luz. Aquele poder. Me afastei um pouco quando ele falou aquilo e a luz cresceu. Ainda trêmulo e ofegante me dei o prazer de respirar um pouco antes de me direcionar ao grupo.

Abri a mão para verificar se eu havia conseguido. Pedi a espada de volta ao elfo; tentei falar com Chagas. Sim... Ele estava lá. Pensava só em Hayashi. Adeus?!

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Mensagem por NR Sérpico Qui Out 08, 2015 10:27 pm

20. Dança macabra

Gregar tirou o corpo fora. Já tinha atingido a cota de combates por dia, e estava satisfeito com o que rendera. Manteve distância e pediu pelo bebê, o que, aparentemente, Chagas não escutou, mas escutou sim, apenas não considerou num primeiro momento, pois estava ocupado, vendo como a criatura avançava. Ele sacou a espada de bronze, dando meio passo para trás, mas não querendo fugir, afinal a armadura estava bem ali. Olhou para Gregar, mas depois olhou novamente para o monstro. Não daria tempo de fazer o arremesso. Uma picareta voo até ele, num ataque de braço alongado do bicho feio.

Chagas rebateu.

Sai daí guri ─ gritou, o que deveria ser um aviso para Sean, que estava absorto justamente num péssimo momento.

Estava era caindo no abismo que sentia. Estivera sobre o efeito da obstinação: a vontade de fazer, por saber que não devia fazer ─ isto é, na ponta do precipício, olhou para baixo e meditou sobre a Queda. Se deixou cair, um mergulho entre as ondas do tal oceano. Sumiu, lá dentro. E outro submergiu no lugar, feio e tão grande quanto o golem.

Em resposta, a armadura de Targo brilhou um pouco...

E a bola de vidro também emanou luz fraca, convidando Ifrit a olhar e olhar e olhar mais fundo. Luzes dançavam no fundo daquela coisa mágica, em cores que ele não entendia, em formas que jamais tinha visto, tudo se refletindo dentro de sua mente, lhe dando a louca vertigem de uma queda num espaço amplo demais que nunca terminava e somente brilhava e lhe instigava a continuar descendo fundo naquele universo de 30 centímetros.  

Tão hipnotizado, que nem viu quando um tentáculo do monstro ─ que já estava perto ─ saiu do que deveria ser a barriga do mesmo e disparou em sua direção. Ia ser pego e puxado, somado, convertido, não importava o tamanho que agora tinha. Ia ─ se não fossem as raízes.

Fizeram tremer a montanha novamente, rasgando caminho na rocha numa velocidade recorde, ao comando de seu mestre, que, parecia até empolgado com a perspectiva de lutar. E nem pesava em economizar: Tenkai já preparava o seu canhão de luz, o ar tremeluzindo ao seu redor.

O golem estava no meio de vários movimentos ─ o tentáculo contra Ifrit e um segundo golpe em Chagas, além de se preparar para um salto em que visaria, talvez, pousar sobre a armadura no altar ─ quando as raízes o pegaram. Se torceram ao redor de seu tronco, dos membros e de novos membros que se formavam. O bicho dançou, se libertou de algumas raízes e novas lhe pegaram as pernas. Sua carne se rebelou, inchando, quebrando novas raízes. A espada de Hayashi congelou e fatiou a esquerda e a direita. Mas o monstro gastou tanta energia e atenção com esses movimentos que nem viu de onde veio o Esplendor Dourado.

Duas das pedras que demarcavam o círculo foram atingidas no topo e perderam um metro de dignidade, destroçadas pela luz que passou impiedosa, rumo ao monstro.

Hayashi, num instante de consciência, teve uma sensação que era igual a ser partido ao meio.

Atingido, o golem berrou. O golpe abriu um rombo nele, lhe arrastando metros para trás, num reboliço de raízes quebradas, pedras, gelo, poeira, sangue e massa. Seu tronco ficou conectado por meros fiapos de carne gotejantes, ele próprio ainda de pé numa posição grotesca, meio caindo, meio se equilibrando. Veias apareceram sob a pele, veias brilhando um amarelo igual ao da pedra...

No peito, entre os fiapos de carne que aos poucos se juntavam numa regeneração acelerada e espontânea, havia uma pedra do tamanho de uma mão, amarela, rústica, feia, um minério não trabalhado, como que lascado da fonte ainda agora. Flutuava, dentro do bicho. E brilhava, cedendo energia, recriando o corpo dilacerado, fazendo as veias pulsarem aqui e ali.

Num piscar, ele estava totalmente recuperado do golpe de Tenkai, novos tecidos no lugar dos pulverizados. Mas agora estava uns 30 centímetros mais baixo e recolhera todos os membros adicionais que tinha criado, ficando apenas numa forma humanoide ainda distorcida, mas menos intimidadora. Se regenerar daquele jeito lhe custou muito.

Ho, que estivera lá, dentro daquilo, esteve perto de conseguir... tocou, com a ponta dos dedos (que agora estavam com bolhas) aquela pedra que deveria ser o mal que controlava o inimigo. Tocou, apenas. Foi expulso antes de realmente pegar no minério. Mas, por ter feito parte daquilo, sabia que era ali que tinham de atingir se quisessem derrotar o golem.

Aquela pedra amarela não era muito diferente da verde, no botão da cimitarra. Ela podia fazer coisas, parecia até mesmo ter consciência própria. Mas cobrava um preço para conseguir suas proezas.

Por isso o golem precisava de mais...

Nesse meio tempo, Ho circulou o local, sem problemas com as raízes e com o ataque de Tenkai, e ficou perto do elfo e de Chagas, dentro do círculo de pedras.

Chagas, quando Tenkai atacava e o bicho se regenerava, gritou:

Pega aí ─ e resolveu jogar a criança para Gregar.

A juvenil deu um mortal no ar e caiu no colo do possuído mascarado.  

E Neil permaneceu na borda do caminho de onde chegara, ainda agachado e aparentemente livre de qualquer perigo.

Chagas ficou atento, mas não teria a iniciativa. Seguiria o movimento de Ho ou Tenkai, caso avançassem para um arriscado combate corporal. Aliás, disse:

Bom te ver Ho. ─ E Ho nem precisava olhar na direção dele pra saber que Chagas sorria. ─ Você é dos meus: não perde uma festa.

Tenkai, por todo o momento, sentiu um chamado da cimitarra na sua cintura, o mesmo que sentiu quando avançou contra a projeção da bruxa invocadora de tempestades. A arma, aliás, era solicitada por Ho, que sentia abstinência das sensações de antes, do ego inflado, da ideia de poder fazer tudo que quisesse desde que tivesse aquela arma consigo. Tenkai sentia uma parcela desse desejo, de experimentar de novo a arma pois ela o completava, pois ela o ajudaria ainda mais em seu momento de triunfo.

Mas voltando ao inimigo: ele precisava de mais! A pedra precisava de mais!

Precisava de tudo aquilo que Ifrit parecia ser ─ um demônio grande e poderoso e antigo. Ifrit certamente alimentaria muito bem a pedra amarela, somaria bons poderes.

Avançou num salto curto, diminuindo a distância entre ele e Ifrit: apenas três metros separavam eles, Ifrit dentro do limite das pedras e o golem à porta.

Mas havia essa fração de segundo que separava Ifrit do golpe ─ meia dúzia de tentáculos disparados do tórax ─ do golem.

Uma fração de segundo... E nesse tempo a bola de vidro, ainda revelando coisas novas para o demônio, sugeriu magias possíveis para aquele exato momento. Se comunicou em luzes. Era uma linguagem que passava mensagens através de tonalidades. Se fosse Sean, ficaria perdido naquela dança. Mas Ifrit conseguiu converter algumas das luzes para uma linguagem/cor de coisas que podia compreender, e assim ter um vislumbre de que tipo de magia estava oculta dentro das luzes que explodiam na bola. Leu as mensagens.

A luz INFERNO dizia: Condenação.  

A SANGUE MENSTRUADO dizia: Expurgar.  

A luz CARNICEIRO NEGRO falava: Exército.

E na luz VIDRO RISCADO estava escrito: Arrepio.  

Ainda assim, o resultado da tradução sugeria pouco (ou nada) do que realmente era cada magia nas luzes, o que elas faziam, como faziam e o que cobrariam. Mas Ifrit teria de escolher já, se não quisesse ser atingido. Claro que havia a possibilidade de alguém (Ho, Tenkai) conseguir algum feito antes dos tentáculos do golem chegar em Ifrit. Mas mesmo assim o item mágico chamava para a urgência de convocar uma daquelas luzes.

E Ifrit só estaria liberto daquela bola ─ colada em suas mãos, paralisando todo o seu corpo ─ quando fizesse a escolha.

Ele só precisava proferir a palavra escrita na luz.  

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Mensagem por Hummingbird Seg Out 12, 2015 3:55 pm

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Êxtase. Confusão. Prazer.

Um misto de sensações preencheu meu corpo. Isso, eu estava livre certo? As correntes pesadas que me restringiam boa parte dos movimentos escorreram pelas minhas pernas e cauda, batendo no chão. O barulho metálico me fez despertar. Ah, e como é bom respirar profundamente de novo, eu posso jurar que é uma das melhores coisas dessa vida mundana fútil.

— Grrr...-

Abri meus olhos lentamente. Pupilas em brasa como uma amostra grátis do inferno. Em frenesi, avaliei toda a situação; cheiros, formas, conhecidos, energia. O que mais me chamou atenção entre os vivos foi aquela criatura gosmenta que parecia gritar no seu interior; "me abrace". Quanta tolice. É por isso que são fracos, fúteis. Todavia, mais que isso, aquela bola de vidro iluminou meus pensamentos. Eu já não me via interessado por algo assim há muito tempo. Depois de rasgar a pele de Sean e me libertar, acredito que essa seja a segunda melhor sensação do dia.

— Huhuhuhuhu- Uma risada insana insistia em se destacar no meu rosto. Isso é claro, depois de perceber que a bola de vidro era muito mais do que aparenta. Piscou, e como piscou. Insistia em se comunicar comigo, queria usar minha energia, quanta insolência? Eu estava livre, porquê me submeteria a emprestar minha energia mais uma vez, agora, para uma bola de vidro?! Já não bastava ter que dividi-la com Sean diariamente?

Entretanto os argumentos da bola de vidro eram muito persuasivos. Piscava freneticamente, parecia acompanhar a batida em frenesi que gritava dentro de mim; insano, animalesco. Sim, ela me compreende, ela sabe o que eu quero. Ora, me parece um bom motivo, mas o que garante que você pode atender minhas expectativas?

Carniceiro...Negro? Hmm, tentador.

E este? Arrepio? Condenação? Inferno me parece bom, mas o outro me parece...humano demais. Por fim, um exército é completamente desnecessário aqui, ora, quem você acha que sou? Acha que não consigo cuidar desse verme sozinho? Não me subestime, coisa!

As chamas em meus olhos queimaram mais uma vez. Encarava o verme desta vez. Posso jurar que eu só queria vê-lo rejeitado pela própria existência. Julgava-o tão efêmero, tão parasita... me enojava. Eu poderia vê-lo queimar, poderia condená-lo, mas neste caso, acreditei que uma solução mais humana seria o que melhor se encaixa ao nível da criatura. Sim, ele é ridículo, fraco, não é merecedor de uma grande magia. As extremidades de meu sorriso então ganharam mais espaço, encaracolavam-se como em puro deboche. Inclinei um pouco a cabeça para a direita, como se pudesse ouvir a voz da bola de vidro... tenho certeza de que ela me entende. Os pelos de meu braço foram se arrepiando como numa onda de energia sendo transportada. E quando voltou, já levou minha resposta...

— Expurgar? Sim, rejeita-lo parece bom...- Murmurava, investindo energia na esfera. — Expurgar!- Reiterei, num último sussurro.

Trato feito. Naquela dança macabra dentro da esfera, então, escolhi aquela que mais me encantou; em todo seu misto de vermelho carmesim com o preto do vazio, a luz me conquistou. Agora era chegada a hora de apagar as luzes, prevaleça somente a escolhida. Prove-me do que é capaz. Expurgue-o. Ou... eu mesmo terei de fazer com as próprias mãos?



Off escreveu:- Só pra constar, escolhi a luz Sangue Menstruado - Expurgar. Deixei também implícito que, para o caso de não funcionar, o Ifrit pode surtar e tentar exterminar o bicho por si só.



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Mensagem por Knock Ter Out 13, 2015 9:15 am

Sorri de volta a Chagas. --Eu só queria saber dançar melhor --respondi e sorri novamente com a resposta sincera à Chagas sobre a indagação de não perder essas festas. --Tudo como o esperado? --perguntei sobre a missão.

E houve luz, tal qual a que brilhará na flotesta, dividindo o monstro, mas aquilo não fora o suficiente. O monstro de regenerou, deixando claro a existência de danos. O bicho perdeu tamanho e vários outros membros.

A pedra ainda estava lá e uma coisa era capaz de acabar com ela. A cimitarra.

Antes de eu conseguir gritar ao elfo, o monstro já estava recuperado e ia em direção ao pirralho para fazer o que queria, então corri para perto do elfo e disse --quebre aquela pedra com a cimitarra... Mas não seja absorvido pelo golem. Eu havia pedido, pois pelo visto não posso ser absorvido por ele.

Vi a armadura brilhar um pouco. Talvez ela fosse o alvo da missão. Meu papel havia acabado. O elfo era mais competente que eu. Achava que nessa festa, eu iria ficar sentado. Bem... Não que fosse ruim, porém bom não era.

Desembainhei a espada por precaução e fiquei um pouco mais afastado.

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Mensagem por LK Neil Blaze Sex Out 16, 2015 12:34 pm

Nunca pensou que fosse se sentir daquela forma de novo. Lembrava-se quando era abusado e torturado em Takaras e como seu corpo parecia não aguentar mais de tanta porrada que levava por quase nada. Naquele dia, não tinha sido diferente. Suas costas doíam e o tempo que tinha ficado ali, parado, vendo toda aquela merda, o corpo tinha esfriado e os músculos sentiam a dor que fora o martírio do dia. Neil não tinha forças pra nada. Não queria fazer mais nada e quando aquele monstro apareceu naquele local, seu sorriso de derrota se alargou.

Pela primeira vez ele não ia fugir de alguém mais forte que ele e não porque ele não queria. Suas pernas mesmo bambas estavam prontas para fazer um último rolamento para o lado ou para qualquer outro lugar que representasse salvação caso aquela coisa nojenta se aproximasse, mas depois disso tudo se esgotaria. Sentia-se completamente derrotado. No fim, não tinha sido tão divertido como imaginava e apenas esperava que o retorno e o cumprimento de seu desejo fosse real. A desgraçada de todos valeria o sofrimento de apenas um.

O elfo parecia empolgado, assim como Chagas em destruir aquela coisa. Neil não prestou atenção na pedra que deixava o monstro vivo. Não queria saber de mais nada que não fosse tomar o rumo para fora daquela maldita floresta. Ele não se importava com Hayashi. Se tivesse de morrer, que fosse, ele não dava a mínima se o sacrifício dele era o que manteria a si vivo. Então continuou ali, parado, guardando forças para uma ultima esquiva. Conservou a última gota de espírito e alma, para o seu único e próprio egoísmo.

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Mensagem por Bluesday Sáb Out 17, 2015 4:27 pm

Incrível — Pensou alto o elfo ao ver a criatura se regenerar.

" Esse tipo de habilidade é realmente um problema contra magias de alto teor destrutivo. "

Tenkai acabou não ouvindo o pedido do Orc para lhe dar a cimitarra. Estava focado demais no inimigo.

" Mas algo tão bom, deve ter um custo alto. "

E então Ho comentou a respeito da pedra e a cimitarra.

A pedra? Entendi...

" É mesmo, a cimitarra parece clamar por mim neste momento. Que espada mais petulante. Sabe que é o único artefato presente que pode fazer jus a nosso desafio. "

Tenkai começava a analisar novamente a situação antes de tomar uma iniciativa.

" A pedra parece ser a fonte daquela habilidade toda. Em outras palavras, ao destruí-la, poderei finalizar o monstro. Tenho que ser cuidadoso. Tenho energia apenas para mais um disparo. "

O elfo então retirou a cimitarra da bainha e a olhou para ela.

Não posso deixar elevar seu ego. Entretanto. Se quer tanto enfrentar bons oponentes e mostrar que é uma lâmina melhor do que as outros. Me aceite como seu único mestre e prometo que esta não será a última batalha gloriosa que teremos para enfrentar.

Com um sorriso em sua face, Tenkai disparou contra o inimigo em alta velocidade, fazendo até mesmo subir poeira. Segurava a cimitarra na mão direita e a outra espada na esquerda. Avançava com os braços inclinados para trás e seus olhos focados no adversário.

As raízes mais uma vez faziam suas investidas contra a criatura, agarrando-a como podiam e a distraindo para que o mestre da floresta pudesse enraizar a cimitarra na pedra.

Mostre-me seu esplendor!

No hora da verdade, quando Tenkai estivesse perante o monstro, começaria desviando para um lado livre e fazendo um corte com a cimitarra no bicho monstruoso. Em seguida desviaria para outro local e faria um novo golpe, mas dessa vez com a espada comum. Seu plano era tomar vantagem de sua incrível velocidade e reflexos, e fazer de bobo o inimigo. Depois do segundo ataque, o elfo faria uma rápida estocada com a cimitarra na tal pedra se tivesse a oportunidade.

Contava com as raízes para tornar tudo mais complicado para a criatura. Porém, se mantinha atento para ter que fazer algum bloqueio emergencial ou um recuo as pressas.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Out 20, 2015 12:05 am

21. Convulsões

Expurgar? Que seja, então.

A luz escolhida brilhou forte no interior da esfera e depois no exterior. Agora todos puderam ver o que deveria ser um “misto de vermelho carmesim com o preto do vazio”, uma pequena estrela brilhando e cegando quem olhasse na direção.  

Não só cegando, mas causando náuseas.

Mesmo Neil e Gregar, que estavam mais afastados, não ficaram imunes ao alcance de seja lá o que estava acontecendo. Caíram de joelhos. O bebê, com Gregar, quieto até então, iniciou um choro engasgado. Se ambos tivessem comido algo nas últimas horas, bem, já teriam expurgado tudo, sem dúvida. Mas como não era o caso, apenas se dobraram, tossindo, sentindo vertigem.

Já os mais próximos sentiram efeitos ampliados. Ifrit, Ho e Chagas não puderam ver o que houve logo depois da luz, pois estavam todos subitamente convulsionando e despencando no chão de pedra, atingidos pela magia da bola traiçoeira.

Ho, em seu último momento de consciência, sentiu sua coragem escorrer pra fora de si. De repente, sua força não significava mais nada, pois parecia não estar mais nele. Após isso, dormiu um sono forçado.

Mesma coisa com Ifrit. Mesmo sendo quem era, compartilhava coisas demais com Sean, inclusive uma certa fragilidade, uma certa mortalidade. E, em meio os tremores sentiu todo o ódio, toda a maldade, sumir do seu peito. O orgulho, do nada, desapareceu. E a separação foi tão intensa que lhe custou a consciência.

Chagas deve ter sofrido algo parecido, também desmaiando no processo.

E Tenkai?

O elfo sentiu um desconforto, algo querendo expurgar toda sua sabedoria, puxar com uma pinça os conhecimentos que tinha, até mesmo os ocultos. Mas não deu certo, não com ele, não agora que estava com a cimitarra empunhada, de modo que Tenkai apenas cobriu os olhos ante a luz, atento para o que veria quando aquela estrela se apagasse. Apagou. Então viu o demônio, que deveria ser Sean, caído, a bola rolada de lado. Com o canto do olho, viu Ho estirado, viu Chagas tombado. Então ouviu o grito mal projetado do golem. Olhou: a carne, esticada, repuxada, borbulhando, com faces aparecendo onde não deviam, um pulmão projetado no peito, dois corações batendo direto do tórax, órgãos nas pernas, e depois tudo sumindo, se misturando dentro da massa, que se esticava e gerava um som chato, como um rato sendo apertado, um rato com um longo fôlego. Daí Hayashi, com pouco tempo de união, foi expurgado, jogado pra lá. E depois disso o peito da coisa se abriu e a pedra surgiu.

Tenkai foi. A cimitarra reluzindo e a pedra, em seu botão, faiscando.

As raízes chegaram primeiro, envolvendo o inimigo escorregadio e amorfo, que, ainda consciente, tentou recuar. Não conseguiu. Embora fosse, agora, uma massa mais difícil de prender, a pedra não se movia, ficava era pairando, subitamente sem energia para redistribuir e reassumir o controle, logo, a carne toda não conseguia ir muito longe, apenas se esticar.

Quando percebeu isso, e quando percebeu o vulto que era Tenkai avançando, a carne largou mão de tentar se mover e nem se importou mais com as limitações de movimento que as raízes lhe davam, e resolveu atacar antes que fosse atacada. Exceto que errou, Tenkai saindo de onde estava, dançando de lado. O golem tentou de novo, e de novo, frustrado e mais frustrado, Tenkai sempre incólume. O elfo poderia ficar naquilo o dia inteiro já que o golem estava bem lento, a coordenação motora afetada demais, mas quando chegou perto o bastante resolveu terminar o serviço, a cimitarra descendo, rasgando de cima a baixo algumas carnes remanescentes e enfim estraçalhando o quente minério amarelo. Imediatamente o golem se desfez num manto pegajoso e espalhafatoso. Tenkai se afastou antes que levasse algum respingo. Esperou, encarando a coisa. Nada. Estava morta.

A cimitarra parou de pulsar, a pedra verde deixou de brilhar ficando cinza e toda trincada, prestes a se quebrar. E Tenkai relaxou.

Neil e Gregar já se sentiam bem o suficiente para ficarem de pé.

Os três olharam para um resquício, um rastro de luz que ainda vinha da bola de vidro. Aos poucos a coisa se apagou e ficou opaca novamente, apenas uma esfera escura com poderes ocultos e aleatórios.

Hayashi estava mal, do tipo esguio, como se tivesse entrado num jejum a mais ou menos 30 dias. Mas respirava, ainda vivo e recuperando a cor aos poucos. Apenas não parecia disposto a acordar tão cedo.

Ho não, acordou logo, saído de sonhos agitados em que não era ele mesmo. As sensações que teve tinham passado e ele respirou aliviado.

Ifrit também despertou de pesadelos incômodos, algo incomum demais para o demônio que ele era. Sonhou que estava finalmente livre de Sean, mas que essa liberdade o matava instantaneamente... E agora, desperto, estaria pronto para agir, no controle, sentindo novamente o ódio, a maldade de antes, mas então percebeu que estava de volta ao lado de dentro, vendo pelos olhos do menino, sua pequena prisão. Invocara uma magia que o atingira também e o preço foi a entropia, a regressão.

E tudo que Sean sentia era dor de cabeça e vontade de vomitar.  

Chagas acordou também, com um grito. Depois olhou ao redor, lembrando de onde estava, e pareceu grato por ver aquele cenário maldito.

Que sonho puto ─ praguejou.

Tudo certo, então?

É.

O minério não fora a única coisa que teve sua energia expurgada: a armadura estava livre de toda aquela carga energética que a tornava intocável. Sendo assim, Chagas e Tenkai pegaram o fardo. Na verdade, Targo fora especifico: dissera que queria apenas as manoplas e o elmo. Então eles poderiam descartar o resto da armadura, certo? Errado. Chagas disse o seguinte:

Melhor levarmos tudo. A princípio tínhamos de roubar uma tumba sem que ninguém soubesse, apenas algumas peças que não seriam notadas a falta. Agora muitos sabem do ataque à tumba. Ainda é manhã, mas a notícia deve ter corrido. Se olharam a tumba com atenção, devem ter visto o que está faltando. ─ Ele fez um chiado com a boca. ─ Em outras palavras, melhor levar tudo para o Targo. Depois que ele dê um jeito de devolver o que não quer.

Então pegou as manoplas, grevas e braços. Deixou o elmo e a couraça para Tenkai, demonstrando que realmente preferia o elfo como encarregado do transporte da herança de Targo.  

Alguém pode levar o moço ali? ─ ele perguntou para o grupo, se referindo ao Hayashi. ─ Olhando daqui, ele parece bem leve, nem vai dar trabalho.

Tenkai já tinha as partes da armadura e Gregar tinha um bebê. Então sobravam Neil, Ho e Sean para o trabalho voluntário. Sean talvez pegasse a bola de vidro, o que já lhe daria certo volume nas mãos (a menos que recuperasse sua bolsa, que estava com Tenkai, para guardar lá a coisa ─ se é que realmente queria guardar aquilo consigo, hm...).

O gelo derreteu, as raízes voltaram pra terra e eles desceram a montanha por outro lado.

Evitaram o túnel. Chagas disse que não era bom passar por lá. Então circularam a montanha e depois evitaram a floresta.

Chega de neblinas por hoje ─ justificou Chagas. Aquele era um trabalho para outro dia.

Demoraram. Mas tinham tempo. O prazo era de uma semana. E em menos de dois dias, se caminhassem firmes, estariam de volta ao Rancho. Cansados, se deram ao luxo de um descanso razoável, em algum ponto entre a floresta e o vilarejo, um lugar com sombra, pois o calor do meio dia estava formidável. Em determinado momento, o cavalo de Chagas apareceu com dois coelhos na bocarra enorme. Fizeram uma fogueira e comeram. Aqueles que quisessem poderiam dormir um pouco.

Os que dormiram tiveram sonhos ruins.

Os que não dormiram sentiram a paranoia de estarem sendo observados.

Chagas, quando teve a chance, perguntou o que houve. Perguntou para Ho o que tinha acontecido com ele e Hayashi. Perguntou para Tenkai e Gregar e Neil o que tinham enfrentado. E perguntou ao Sean o que diabo ele era, literalmente.  

Daí as horas passaram, o sol se inclinando. Retomaram a caminhada. Chagas deixou suas partes da armadura amarradas ao seu cavalo, assim como também colocou Hayashi sobre o animal. Hayashi parecia melhor, mas continuava desacordado. Chagas guardou a espada dele. E agora com as mão livres, aceitaria levar o bebê, caso Gregar estivesse cansado de ser mãe.

Um bebê curioso. Não chorava, não se agitava. Vai ver tinha passado por tanta coisa que se tornara imune a choros e outras coisas que bebês chatos fazem. Dormia tranquilamente, comia numa boa, nem parecia necessitar do peito de uma mulher.

Conhecem alguém que curte uma adoção? ─ Chagas perguntou para o grupo. ─ Eu até levaria essa guria pra Tália... mas acho que ela não curte crianças. Mesmo as legais, que nem essa bebê aqui.

Continuaram.

A cimitarra quieta, a armadura também.

Evitaram qualquer área aberta demais, mesmo já sendo início de noite, não querendo passar por nenhum viajante ou serem avistados ao longe por soldados que, talvez, estivessem nos arredores da tumba. Passaram por aquela região ao largo.

Entraram no bosque. Mais horas se foram. E chegaram naquele rio, onde tinham enchido os cantis, no começo. A cena se repetiu, enquanto descansavam um pouco ali. Nenhuma cigarra cantou.

Resolveram continuar.

Era madrugada. Chegariam no amanhecer.

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 3 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Hummingbird Qua Out 21, 2015 5:13 pm

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E então, me peguei refletindo profundamente quando notei que havia regredido ao interior do garoto. Aquela bola de vidro tinha mesmo tanto poder? Superestimei minhas forças. Percebo agora que não estou completamente recuperado. A bondade e as virtudes de Sean ainda me enfraquecem muito... começo a achar que terei de tomar medidas a respeito. Enfim é chegada a hora de trabalhar a índole desse garoto.

[ ... ]

Eu me lembro de me sentir diferente desta vez. Não senti pressão, não senti nada que me desse mal estar, pelo menos não naquela hora. Só me lembro de Chagas dizendo; "Cuidado! Se tocar nisso seus cabelos cairão!". Sim, ele estava falando da bola de vidro não é? Eu a segurei na mão. Senti que, de alguma forma, ela queria brincar comigo. Eu então pedi sua ajuda e depois...acho que desmaiei. Estava inconsciente. Era tudo um breu, mas eu não senti medo. De alguma forma eu sabia que o Ifrit estava lá... e então...

— Meu cabelo!- Num súbito, levantei.

Sequer tive tempo de respirar direito. Uma dor de cabeça intensa me atingiu, eu senti como se tivesse levado uma forte pancada na cabeça. Segurei-a imediatamente, tentando conter a dor. Com uma expressão injuriada, olhei ao redor, tentando entender o que houve. As primeiras coisas que vi me chamaram atenção; a maioria estava meio que fraquejando. Será que todos dormiram? Ah não, espera, o encapuzado estava de pé - Tenkai -. E então olhei mais pro lado e vi a esfera de vidro meio que tremeluzindo em faíscas opacas. Era tão bonitinha, meus olhos brilharam junto. O que eram aquelas luzinhas? Será que aconteceu algo?

Na mesma hora senti uma coisa esquisita preencher o meu peito. Eu sabia de onde veio; — I-Ifri..t!- murmurei, descendo a mão pelo peito tentando conter aquela sensação. Era uma coisa que eu não lembro de sentir antes. Parecia raiva, frustração... mas estava mais relacionada à esfera. Não sei dizer, é como se me deixasse irritado por ela existir? E então as letras vieram na minha mente uma atrás da outra, até se formarem em palavras que descreviam essa sensação; Ultraje? Humilhação? Rancor. Era algo assim...

Por que? O que aconteceu?

— Essa maldita bola... subestimou os meus poderes! Você não precisa dela!- Quase que no mesmo instante ele retrucou. E eu não vou mentir que com um certo esforço conseguia compreender essa indignação dele. Era como se eu tivesse passado por isso também, mas como se estivesse olhando de um lugar um pouco mais longe entende? Eu estava mas não estava lá. Que esquisito.

— Não importa, vamos levá-la. É uma lembrança da dona bruxa, quero ficar com ela.- Murmurei, quase inaudível. Somente o suficiente para que Ifrit ouvisse. E então faria esforço para me levantar corretamente, caminhar até onde a bola estava e apanhá-la. Na cabeça me veio a necessidade de guardar a esfera em algum lugar. Pensei em minha mochila, mas onde é que eu tinha deixado mesmo? Não me lembro. Ela estava rasgada mesmo, do que ia adiantar? É, parece que vou ter de levá-la comigo. Espero que os outros não estranhem.

E então, parcialmente livre da confusão mas ainda com uma leve dor de cabeça, procurei saber o que aconteceu com os demais. O que vi foi a armadura já não mais energizada. Vi também que aquele outro membro do grupo apareceu - é mesmo, ele tinha sumido faz um tempão né? - apesar de que agora ele estava um pouco fraco, desmaiado, pálido. Todos estavam reunidos mais uma vez e, para minha alegria, o encrenqueiro estava vivo. Abri um largo sorriso e fui em sua direção querendo cumprimentá-lo. Gostava da companhia dele - apesar de suas ameaças - e da do mascarado também. Eles combinavam de algum jeito, ambos tinham algo em comum que eu não consegui identificar o que é...

— Ei, você ainda ta vivo!- Chamei por Neil, com certa inocência no olhar e nas palavras. — Fico feliz que esteja bem. Não teria graça nenhuma você morrer antes de pegar a sua recompensa, haha!- Terminei sorrindo.

Até o momento segurava a bola de vidro com as duas mãos, escondida dentro de minha capa.

Nas conversas então, Chagas pareceu falar algo sobre carregar o companheiro desmaiado ali. Apontei imediatamente para o grandão Ho. Ele parecia ser o maior e mais resistente entre nós, então achei mais prudente fazer essa sugestão. Aliás, foi quase involuntário, foi o primeiro que pensei. Inclusive, será que o encrenqueiro precisava de ajuda? Ele estava todo ferido pelo que notei. Bom, caso ele precise, eu tentaria levá-lo nas costas. Será que eu consigo levar a bola de vidro nas mãos e ainda carregar Neil nas costas? Não custava tentar caso ele precisasse. Caso contrário então, seguiria o grupo descendo a montanha. Acho que é isso, estávamos voltando pro rancho, certo?


E durante a caminhada, restavam comentários sobre tudo que aconteceu. Ouvindo tudo com certa curiosidade, queria tentar ligar os pontos e entender o que aconteceu no geral.

Em certo ponto ouvi Chagas comentar ou mesmo perguntar sobre o que eu era. Respondi de imediato; — Um garotinho, ué?!- E isso rendeu certo deboche de Ifrit, a julgar por suas risadas em minha mente. Fiquei sem entender. O que ele queria dizer com isso? E fiquei pensando nisso, tentando chegar numa resposta mais concreta frente ao que ele perguntou. Fiquei distraído nesse meio tempo, simplesmente seguindo os demais como pudesse, fazendo o esforço que fosse necessário - carregando alguém ou não -. Em algum momento até pensei em perguntar pro tio Chagas como é que ele conseguiu enganar a dona bruxa e os orcs, mas depois esqueci, estava pensando numa resposta melhor para a primeira pergunta. E demorou, mas veio.

— AAAH!-  Entonei de repente. — Agora entendi o porquê eu desmaiei. Então foi ele que veio no meu lugar. Na verdade, tio Chagas, eu também sou capaz de me transformar. No caso, falo de uma criatura que vive na minha cabeça. Consegue entender?- Não tentei gesticular, já que as mãos estavam ocupadas, mas no meu tom de voz era perceptível alguma insegurança. Quero dizer, nem eu sei ao certo como eu deveria chamar isso que eu sou. E Ifrit riu mais uma vez.

Depois, fiquei distraído mais uma vez. Vez ou outra, me pegaria olhando pra tal bola de vidro, na tentativa de entender o que eram aquelas faíscas que vi naquela hora. Ou melhor, tentando entender que tipo de sentimento era esse que ela me transmitia? Eu não queria deixá-la para traz, mesmo sem saber o porquê.

Na outra parada, então, se estivesse perto do encrenqueiro ou de alguém do grupo, perguntaria;

— E agora, o que vamos fazer?- Com certa inocência.

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Mensagem por Bluesday Qua Out 21, 2015 7:05 pm

E a cimitarra mostrava seu esplendor e destruía a pedra. Fora bem rápido e aquele desapontamento na face do elfo, era demonstrada. Sabia que a missão era mais importante e que a batalha tinha que ser vencida o mais breve possível. Mas seu espírito de guerreiro desejava uma bela luta que fizesse a adrenalina percorrer suas veias.

As coisas agora se encaminhavam para o grand finale e o elfo pegava a armadura que se prontificou a leva-lá. Sobre o restante do traje, o aventureiro estava de acordo. Na verdade era bem lógico ter que levar tudo. Ele mesmo daria essa sugestão se Chagas não o tivesse feito. Afinal investigadores iriam estar lá e achariam estranho faltar apenas algumas partes. Melhor deixar claro que a armadura era o que os "ladrões" queriam.

Sem mais delongas, o grupo partiu. Era um longo caminho, mas tinham tempo. Tempo até mesmo para descansar. Que em meio ao descanso, o sobrinho do contratante se dispôs a dialogar com o grupo.

Bom... Alguns orc's burros. Uma bruxa. Nada demais realmente — Uma breve resposta a pergunta do homem.

O tempo ia e todos ali também. Tornaram a viagem quando puderam e seguiram em frente. Em algum momento do caminho, o assunto se tornou o bebê.

Talvez nosso companheiro ali queira ficar com ela. Parece que se apegou a pequena — Uma piada sem graça obviamente — Mas falando sério. Chagas, como deve ter notado, sou um sujeito que conhece uma boa parte de Lodoss. Sei de lugares que essa criança poderia viver tranquila em um ambiente de paz e com boa criação. Logo estou partindo para Endless em direção a cidade dos elfos. E em breve para Hilyndrus. Creio que estes lugares seriam um bom recomeço para está menina. Eu me encarrego de leva-lá em segurança. Tenho provisões e se faltar algo a mãe natureza há de providenciar.

Tenkai estava bem decidido quanto a isso. Acreditava que fosse o melhor para a garotinha. Viver naquele lugar com uma armadura como aquela, era quase certo de problemas futuros. Assunto este que o elfo tratou de argumentar com o sobrinho de Targo quando não faltava tanto para chegarem a casa do homem.

Chagas... — Falava a sós com o rapaz — Sei que minha missão é entregar essa armadura para seu tio. Mas um artefato como esse é muito visado e costumar trazer problemas. Então o que eu quero dizer é que... Como guardião do continente eu não me importo se é um rei ou o mais forte de Lodoss. Enfrentei com minha vida o que quer que seja para proteger a paz e a justiça — O elfo fez um breve silêncio — Entende o que eu quero dizer? — Não precisava responder — Você acredita mesmo que seu tio possa proteger isso? Temo por seu povo e que futuro terão com algo assim escondido em meio as pessoas que vivem com seu tio. Espero também que o próprio Targo não faça nada de errado com essa coisas. Caso contrário, terei que voltar algum dia.

E assim o guerreiro encerrava, seguindo em frente e esperando alguma resposta por parte de Chagas.

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Mensagem por Knock Seg Out 26, 2015 1:01 pm

Eu quis ir falar ao elfo sobre a pedra, mas... Senti meu corpo formigar. Vi alguns ao meu redor caindo. Pensei "Mas que..."

Simplesmente caímos. Vi Chagas tremendo como logo eu estaria. Tudo escureceu. Até a raiva fora tirada de mim e levava consigo minhas forças. Anestesiado.

Entretanto a anestesia não durará tanto tempo, pois logo acordei. Luzes ao meu redor. Fogo. Barulho. Gritos e passos corridos fora da aldeia. Olhava uma pequena bacia e olhava o reflexo que mostrava um garotinho meio humano, meio besta. Terrível. Gritos e mais gritos. Uma das mãos humana, outra bestial. Luzes brancas e de outras cores.

Acordei de fato, me levantei rapidamente. Fora somente um sonho longo e louco. Suspirei aliviado, também levei a mão à testa, olhei ao redor, assim, consegui ver um Hayashi cadavérico jogado no chão... Deveria ter suas forças sugadas ao máximo pelo monstro, porém ainda não estava morto. Pude ver o elfo após ter acabado com o monstro... "Tarefa fácil para a cimitarra"... Confesso ter pensado frustrado.

Todos estavam lá e a armadura poderia ser levada ao contratante. Fui levando Hayashi, pois não podia se mover... Pelo menos eu seria útil nessa pertencente da missão... Outro desgosto amargo em minha boca, mas era alguma coisa que eu poderia fazer, então faria com eficácia.

Voltaríamos evitando sermos vistos, pois seria mais conveniente.

Dia ainda quente, sem vento... Talvez com " o animal" ainda corroendo a floresta... Com a esperança dos mineradores enterrada pela montanha e consumida pelo "metal divino". O riso das mulheres desoladas obstruído. Aqueles soldados mortos. Dia de moscas. Aquele cheiro jamais deixará meus pensamentos.

Seguimos. De repente o cavalo de Chagas surgiu. --Que animal impressionante-- comentei. E quando ele surgiu com coelhos na boca?! Nossa. Fiquei admirado e até comentei -- Ele é mesmo um cavalo?-- Sorria deixando o calor do dia cair no esquecimento perante o aparecer da lua.

Chagas veio até mim e perguntou o que havia ocorrido, então falei:
-- depois de me perder, encontrei o elfo e depois com o grupo que havia se separado de nós, vi que você e Hayashi não estavam lá, então voltei para procurar vocês... Bem, parece que ele tinha acabado de lutar contra " o animal" também, mas estava bem, então decidimos ir atrás de ti... Entramos na caverna e ouvimos um barulho de uma das portas que estavam lá. Pensamos que os mineradores haviam se trancado lá --lembrei que eram conhecidos de Chagas e abaixei a cabeça-- O golem que vocês viram, era provavelmente o resultado deles terem usado um tal de metal divino... Abrimos a porta quando a montanha tremeu e o bicho saiu de lá... Havia várias pessoas mortas... Acho que a pedra estava no controle, de fato que os mineradores não estavam mais vivos... -- dei uma pausa breve e continuei-- Hayashi ficou parado o tempo todo. Não sei o que aconteceu a ela, então fui puxando e carregando, mas a criatura nos pegou e fomos parar onde vocês estavam e o resto você já sabe... Lembrei que não matei o cavalo como os outros fizeram. Não sei se ele está vivo. Talvez você possa chama-lo. Seria menos um gasto a Targo.

Me lavei quando estivemos naquele mesmo rio no qual paramos antes de chegar ao lugar da missão. Estávamos longe daquele lugar com céu estranho e mais próximos do fim. Eu esperava que fosse o fim.

Ninguém mais queria matar ninguém do grupo... Pelo menos eu achava que já estavam bastante feridos para isso.

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Mensagem por Gregar Qua Out 28, 2015 11:27 pm

Aquela cena era...inesperada. Não me importava realmente com o destino dos outros daquele grupo, na verdade, se eles morressem todos acabaria saindo com lucro. Torcia secretamente para que eles se matassem junto do amontoado de carne. Uma pena que tudo acabava de uma maneira muito mais tranquila do que esperava. Ao menos tudo com o que tinha de me preocupar era um bebe que chorava incessantemente, uma garota que me parecia cheia de vitalidade para a situação em que estava, sentia como se Kenna estivesse se atraindo para a pequena. Se ela queria um corpo novo, ou se tinha algum sendo materno oculto sendo ativo esse era o maior mistério para mim. Pensava mais como sendo o primeiro chute, um demônio mãe só me trazia gargalhadas e dores de cabeça.

Brilhos aqui, cortes ali. Pronto, agora tínhamos um monstro abismal a menos no mundo e eu já estava bem o bastante para a próxima, e todos eles estavam mais surrados do que achava que estariam. Era uma hora perfeita para enfiar uma faca as costas daquelas pessoas, uma pena eu ter apenas uma lança. Além do que, carregar um bebe faz qualquer um perder a vontade de matar a sangue frio, deixava para uma próxima ocasião, apenas observando todas aquelas pessoas.

- Caralho. E eu achando que o pedregulho tinha sido exagero.

Tínhamos uma armadura agora e nenhum inimigo a vista para contestar. Poderia ficar mais feliz? Ficaria se tivesse um cavalo, mas não tinha de ter matado o maldito animal. Se nem ao menos tivesse conseguido despistar Chagas por tempo o bastante ficaria incomodado com aquilo. Ainda bem que não gostava de cavalos, podia justificar com o gosto prazeroso na boca de findar uma criatura irritante como aquelas. Agora se fosse para comentar de irritação, sentia-me cada vez pior no meio daquela viagem de volta, claro que em maior parte por um bebe. Era incomodo ver a garota, não me leve a mal, não dava a mínima para criança. Era Kenna que me incomodava, insistindo que eu ficasse olhando-a o maldito tempo todo, pelos infernos, nem ao menos ela sabia a razão, mas eu tinha algo a dizer naquilo? Claro que minha opinião era deixada para fora.

- Purê de ervilhas na maior parte. Um pouco de orcs e bruxas, não que precise se preocupar. A menos que conheça algum necromante por aqui, ai sim pode começar a se preocupar. Comentava enquanto não revertia à forma humana, era tão mais prazeroso manter-me como possuído.  

Mentia alegremente a ele e ao resto do grupo. Tínhamos tentado horrivelmente passar a perna naquelas pessoas, não seria hoje que teria minha recompensa diminuída por qualquer tentativa de traição aberta. Qual era o problema em esfaquear os outros pelas costas? Bocejava na maior parte da viagem, mas de tempos em tempos ficava atento as conversas, principalmente quando o destino da garota era mencionado. Fingia-me como se estivesse ofendido pela oferta do elfo. Quem era obrigado a tomar conta da fedorenta era eu mesmo, por que diabos eu deixaria o orelhas pontudas assumir agora?  Gargalhava para o comentário do elfo, realmente gostava da ideia, mas não sabia nem o porquê.

- Quer saber de uma coisa? Adorei a ideia. Concordava com aquele ser. - Sejamos sinceros meu caro Tenkai, já tive experiências horríveis o bastante em Endless e em Hilydrus, sei onde a história termina e eu fico com a garota. A chance de um bebe ser morto na floresta hoje em dia é quase tão alta quanto à de ser morto em Takaras. Dava de ombros pensando naquilo, não estava errado, não se contasse às vezes que havia entrado em florestas. Pro inferno com isso, ainda atearia fogo em todas as florestas da ilha. Por que eu sempre era vítima de alguma criatura bizarra quando pisava entre as árvores? - Kenna insiste que a pequena está fedendo a má sorte. Jogue-a em qualquer lugar e ela se mata antes do fim do ano ela diz, não que entenda algo sobre divinação nem nada do gênero. Esse papo de demônio e tudo mais me dá dor de cabeça. Além do que, a miniatura já se apegou o bastante a mim, se queria ela devia ter pego primeiro elfo. Dava de ombros como se a discussão acabasse ali. - Agora se não se importarem creio que tenho uma recompensa para receber e um bando para criar, isso e descobrir sobre o futuro dessa aqui deve me ocupar por tempo o bastante. Afastava-me do restante do grupo. - E antes que me esqueça, estão convidados a seguir sob minha bandeira. Sem detalhes no momento é claro, mas pelo menos posso garantir que não vão ficar parados gastando a vida com coisas sem valor.

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Mensagem por NR Sérpico Dom Nov 01, 2015 9:22 pm

22. Bando de profissionais

Senhores ─ saudou Targo, sem se mexer, atrás da mesa.

Canário (ou seria o Bacurau?) deixou o salão. Dália apareceu no canto, se colocou ao lado de Targo. Perto da escada, deu pra ouvir um som, tipo: “fsss”.

Ali, por favor ─ apontou Targo, com a mão esquerda.

Apontou para uma mesa no canto, onde antes estivera o vinho e os copos. Chagas foi até lá, deixando as partes da armadura. Tenkai também.

Não houve perguntas quanto à criança ou à bola. E nem ligaram muito para Hayashi.

Targo não sorriu, não pulou de alegria, não agradeceu nem nada. Apenas movimentou a mão que sempre usava. Buscando por algo, no outro lado da mesa, provavelmente abrindo uma gaveta. Tirou de lá dois papéis.

Mas antes de chegarem lá:

Hm ─ fez Chagas, cenho franzido, olhando Sean de volta, como que descrente. ─ É, acho que entendo. Mas prefiro você no formato pirralho. ─ De repente olhou mais atentamente para Sean, para sua cabeça, para os seus cabelos. ─ É impressão minha ou vocês está com menos cabelo? ─ brincou.

Tenkai e Gregar comentaram meio por cima o que tinham passado, Chagas apenas anuiu, com um meio sorriso. Ho foi um tanto mais especifico, fez Chagas prestar atenção.

Essas pedras... ─ ele pensou alto, se referindo ao minério divino. ─ Muitos dizem que os túneis foram desativados por causa dos orcs. Já eu acho que foi por causa desses minérios grudentos. Bom, é um pena o que aconteceu com os mineradores ─ mas Chagas não parecia assim tão de luto. Sobre o cavalo de Ho, acrescentou que: ─ Era um bicho inteligente, ia voltar pra onde houvesse gente. Provavelmente para a vila.

Sobre o seu cavalo ser realmente um cavalo, Chagas apenas disse:

É sim ─ e ficou quieto.

Eles continuaram a viagem e o próximo tópico foi a criança, que, depois de ter ficado com orcs, estava conformada com Gregar. Tenkai fez um sugestão, Chagas deu de ombros, como se disse-se “beleza, então”. Mas Gregar demonstrou certo afeto ─ afeto? Não, credo, vamos mudar isso: interesse ─, demonstrou interesse pela criança. Chagas, novamente, deu de ombros:

Vocês que sabem.

Uma última conversa, mais discreta, foi Tenkai e suas advertências sobre a armadura. Chagas fez um som com a boca.

Relaxa. Tio Targo sabe o que está fazendo. A armadura em si não possui poder. Pense nela como um canal, um meio. A bruxa bonitinha que eu degolei estava querendo invocar algo através do aço, entende? Falhou. E Targo tem um interesse colecionável, um apelo emocional. Não por Terro, seu falecido pai. Não. O apelo é mais pelo cavaleiro que usava a armadura em vida. Provavelmente Targo deseja colocar as peças em um lugar mais digno do que em uma tumba. Mas que ainda assim seja secreto. ─ Chagas respirou, meio pensativo. ─ No fim, camarada, essa é uma história de amor fraternal. Hargion deveria ser quase como um irmão para Targo. Não sei.

Daí chegaram no Rancho. Restando ainda algumas horas para o amanhecer, viram pessoas já iniciando suas atividades. Poucas pessoas. Então viram o menino careca vestido em trapos, que imediatamente os guiou até o salão de Targo, o qual estavam agora.

Alguns pedidos são mais fáceis do que os outros. ─ disse Targo, olhando os papéis em sua mão. ─ E irei conversar em particular com alguns de vocês, agora. Peço que Neil, Gregar e Tenkai se dirijam à taberna, no fim dessa quadra, Chagas sabe o caminho e vai levar vocês até lá. Estou aguardando suas respectivas recompensas, de modo que irei conversar com vocês no mais tardar hoje à noite. Peço que tenham paciência. Podem manter o meu sangue com vocês, até lá. ─ Ele olhou todos, tentando passar confiança. ─ Há comida e bebida por conta. A taberna esta exclusivamente reservada à vocês. E há quartos para cada, no mezanino, caso queiram descansar até de noite.

Chagas, sem perder tempo:

Então vamos.

E saiu, pegando Hayashi do Ho, com a desculpa que iria leva-lo até algum curandeiro. Foi indo até a porta, esperando que Neil, Gregar e Tenkai fizessem o mesmo. A audiência não continuaria caso eles não saíssem.

Quando saíram, Targo baixou os olhos para um dos papéis e leu:

“Caro Senhor Targo, fico feliz com sua indicação. O Exército realmente precisa de soldados que não sejam apenas músculos. E se senhor garante o intelecto e compromisso desse meio orc, ficarei feliz em recebe-lo e submetê-lo à um teste de admissão mais direto que o comum. Mande-o o mais breve possível, com esta carta que contém minha rubrica. Grato, major Roland Grapo, da Armada de Bronze.” ─ Targo levantou o rosto, olhando para Ho: ─ Espero que não tenha problemas em servir em alto mar. Se tiver, talvez possa convencer Roland a lhe transferir para terra firme. Mas primeiro faça amizade com o homem.

Targo ergueu o papel, para que Ho chegasse mais perto e pegasse. Era papel do bom, escrito em letras legíveis e grossas, com a assinatura do major e um carimbo pequeno, preto, o desenho de um timão com várias lâminas cruzadas, escrito, ao redor: Armada de Bronze.

Dália sorriu para Ho e lhe entregou um invólucro de pano macio, para que envolvesse a carta do major e a guardasse com maior segurança.

O pano não vai deixar que molhe ─ ela explicou, simpática.

O ambiente foi ficando meio esfumaçado. O homem das roupas pesadas e chapéu, Reely, saiu de baixo da escada com o baú, o deixando na mesa de Targo. Abriu, olhou dentro, retirou um frasco de sangue e o devolveu a Ho.

Seu cigarro já estava pelo meio.

Targo pegou outro papel. Esse era meio vagabundo, pequeno, dobrado ao meio. Targo nem leu, apenas fez sinal com a mão, pedindo para que Sean se aproximasse.  

Sean abriu o papel e leu. Era uma página de 40 centímetros, arrancada delicadamente de algum livro enorme, alguma enciclopédia secreta. Amarelada, cheirando pó e manchando os dedos ao toque. Dizia:



“e assim foi sentenciada a morte. Morte de espada, feita pelo Executor da Manhã. Antes do ato, Sussurro ainda proferiu palavras de ódio contra a irmã. E morreu sorrindo, não se sabe o porquê.

Era o terceiro dia sem sol na Ilha. Depois que a cabeça dela rolou, houve luz.

Sacerdote Aldebarã Rom.



Lyra (também chamada Laira, Lhirra, Lirya) foi uma inimiga poderosa, mas não para nós. O problema dela era o fato de ter poucos amigos. Participou ao menos de três seitas, expulsa de todas.

Pouco se sabe sobre sua vida antes de se tornar adulta. Provavelmente cresceu entre os místicos que se reuniam na Primavera Negra, com quem aprendeu algumas feitiçarias. Mas foi expulsa do meio deles, já moça, segundo alguns registros escritos em línguas élficas, que diziam
“Lirya preferiu o perecível do que o imperecível, se vendeu ao mortal, deixando de ser imortal. Lirya traiu nossa ordem, rompeu com a quarta lei, e por isso, agora, é considerada maldita em nosso meio, banida de nossa comunhão e com o conhecimento místico retido para todo o sempre”. Dado a época em que esse registro foi escrito, tudo indica que foi por causa do TRECHO RETIRADO APÓS REVISÃO, TRECHO RETIRADO APÓS REVISÃO, TRECHO RETIRADO APÓS REVISÃO. Nada se sabe sobre sua expulsão das outras duas seitas.

No fim da vida, ela tinha muitos inimigos
(Ver Choque dos Cinzentos, no tomo "Batalhas pelo mundo espiritual", de Koenma Urameshi, página 54-99). TRECHO RETIRADO APÓS REVISÃO, TRECHO RETIRADO APÓS REVISÃO. E nós a queríamos também. Ela roubara itens valiosos da nossa religião, de modo que o mundo espiritual estava abalado por causa dela.

Cercada de inimigos, despertou um velho feiticeiro chamado Destruidor
(Ver registro do Sumo Sacerdote Apollion, página 108-111). Ela provavelmente queria manipulá-lo, mas não tinha forças para tanto. Se casaram, Destruidor criou um exército de homens corrompidos, e por um tempo tudo parecia bem, até Destruidor se voltar contra ela. Não se sabe ao certo o que aconteceu. Poucos dos soldados corrompidos tinham memória o bastante para relatar a rotina do casal, de modo que não sabemos por que Destruidor se revoltou e tentou matá-la. Destruidor era um problema para todos nós, para a Velha Igreja, para a Nova, para os desgarrados da Primavera Negra, para todos nós. Então apenas esperamos eles se matarem numa briga conjugal, seus exércitos divididos e caindo sobre a própria espada. Esperamos e eles morreram.

Exceto que Destruidor é um ser imortal. Tudo que Lyra conseguiu foi por ele pra dormir de novo. Ela acabou expirando no processo. Selou a tumba do ex-marido e morreu, junto dele, num esquife ao lado. Desde então foi selecionado um pequeno grupo com membros de diversas seitas. Um grupo imparcial, feito exclusivamente para guardar a tumba, esquecida no emaranhado pantanoso da Majis
(na Ilha dos Tritões, ver registro do Nômade Ganimedes, página 555, e adendo geográfico na página 701).
Sacerdote Derionde Atreu.



Ray Vermelho (também chamado de Bola de Fogo), foi um inimigo ferrenho da Velha Igreja”


p142

E a página terminava ali.

Targo comentou:

Esse arquivo é de, mais ou menos, oito anos atrás. É verídico. E é tudo o que há envolvendo o nome de Lyra. Sinto muito por sua perda.

E o frasco com o sangue de Sean lhe foi entregue. Reely acendeu outro cigarro e ficou encarando a bola que Sean carregava. Dália sorria.

Eles podiam conversar, comentar algo, qualquer coisa. E depois seriam convidados a sair e ir até onde os outros estavam, no fim da quadra, na taberna da região.

Nesse meio tempo: Targo mentiu, pois tinha gente sim. Pouca. Apenas três caras sentados numa mesa, num canto. Um deles era bem jovem, outro estava bem bêbado e o último era bem feio, com cicatrizes no rosto e olhos muito abertos, olhos que se viraram rápido para os recém chegados. Olhos que ficaram encarando Gregar e a criança.

Chagas escolheu uma mesa no centro e gritou por uma rodada de cerveja. Esqueceu totalmente Hayashi, o largando num canto.

Que cheiro era aquele? Pernil ao molho madeira? Algo do tipo. Gritou por isso também. Logo apareceu uma menina rechonchuda, trazendo a comida e a bebida.

Como vai, Ani? ─ perguntou Chagas, ao que a menina enrubesceu um pouco, ficando sem jeito perto de Chagas, apenas balançando a cabeça, dizendo que estava bem, obrigado por perguntar. ─ Esses aqui são meus novos amigos.

Ani sussurrou um “oi” pra todo mundo e depois de deixar a comida se afastou, veloz.

Dava para ouvir o som de algo sendo frito, lá atrás, na cozinha.

Chagas, já com a boca cheia:

Quando que fica pronto isso aí?

Dois minutos, chefe ─ gritou um homem, lá de dentro.  

O pernil estava estalando de gostoso. Tinha cebolas fritas e pimenta e orégano. Algumas batatas. Limão, pra pingar a gosto.  

Chagas, com a boca cheia de pernil e cerveja:

Vai galera, come logo, antes que o Ho e o Sean cheguem. O Ho, com aquele tamanho... ah, não sobraria nada pra meros mortais como nós. E o Sean é criança. Criança come muito.

Enquanto Chagas espremia um limão em sua cerveja, o jovem que estava sentado na outra mesa se aproximou.

Você é Gregar? ─ perguntou para o mascarado. ─ É você quem está procurando homens? Digo, para trabalho mercenário.

Venha beber conosco ─ gritou o bêbado, que se levantou de repente. Estava chamando Gregar para a mesa do canto, onde estavam.

O outro, o cara de olhos bem abertos, feio de guerra, ainda encarava Gregar.

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 3 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Bluesday Seg Nov 02, 2015 3:04 am

E o possuído argumentava com articulações de um pobre diabão. Tenkai sacava qual era a do companheiro, e rebatia.

Endless não termina. Essa é a questão. Passei maior parte da minha vida em Lodoss naquela floresta. Sei de cada árvore tombada e local perigoso. Ela como toda grande floresta extensa e misteriosa, tem uma maneira de tratar seus visitantes de uma forma não muito agradável as vezes — Olhava para o braço esquerdo e erguia seu punho para o alto, forçando a seguir os músculos do bíceps e exibindo um pouco de sua força — Este braço foi o primeiro presente a Endless, pois fui arrogante em meu primeiro dia dentro dela. Mas da mesma forma que ela tira, ela devolve. E por um milagre, eu acordei um dia com ele de volta — E deu alguns passos em direção a Gregar — Já que estamos sendo sinceros. Não deixarei de comentar que... Um sujeito com o tipo de aura que você emana. É no mínimo hum... — Coçava o queixo — Intimidador. Não que de fato você seja intimidador para os outros, porque para mim é indiferente. Mas sua aura não é nada gentil. Ela atrai o que não deve. Em outras palavras. Você é um perigo para si mesmo. Imagine para essa pequena vida em seu colo — Expressão do elfo não era das mais alegres — Entenda uma coisa. Carrego um fardo como representante das raças em Lodoss. Tento não julgar ninguém por mais obscura que possa parecer suas almas. Mas antes disso tenho que prevenir as almas puras de influências negativas. E você como um mercenário, imagino que futuro possa garantir para ela. Então para completar o que tenho a dizer. Irei levar ela a um lar decente e não será um homem que deixou seu espírito ser domado por um demônio, que irá impedir isso. E se tratando de suas condições atuais, vai levar bem mais que dois ou três dias para se recuperar por completo — Não dava para saber se Tenkai falava com reais intenções de intimidar ou se apenas estava fazendo pose. O fato era que ele não brincava com as palavras — O que vai se seguir a partir deste momento é o seguinte, caro colega. Você tem o dever de leva-la e eu de carregar e proteger as peças da armadura. Eu poderia muito bem fazer sua parte também, porém se um novo ataque ocorrer, não posso arriscar a segurança da pequena. E por este motivo você é o guardião temporário dela. Mas quando tudo estiver encerrado, antes de partir, irei leva-lá comigo a um lugar recheado de segurança e sabedoria. Um local aonde a paz reina e o mal não adentra. Terá um futuro magnifico longe de maus exemplos e seres com certa arrogância, como eu estou sendo. Tal destino este que você jamais poderia entrar. Ao menos não vivo. Compreende?

O elfo não esperou resposta. O ultimato estava dado. Se encaminhou para o caminho que tinham a fazer e o tempo passou. Obteve a resposta de Chagas a respeito da armadura e aquilo acalmou os receios do guerreiro.

Agora diante de Targo, era a hora dos pedidos. Tenkai já imaginava que seu desejo não seria simples. Talvez o mais complicado entre todos. Então a paciência élfica mais uma vez era posta em cena. Esta que seria rodada na taverna. O espadachim seguiu com os demais que foram. Se aproximou de Gregar no meio do caminho. Apenas os dois. Em voz baixa falou com o rapaz.

Perdoe-me pela minha prepotência durante a volta da viagem. A verdade é que é meu desejo protege-la. Não retiro tudo que falei. Mas receio que eu tenha dado uma má impressão. Juro que minha espada não irá falhar e que Endless aceitará essa vida tão dócil e meiga, da mesma forma que aceitou a vida de um elfo errante que estava perdido em sua vida.

Tenkai fora totalmente sincero e se calava enquanto seguia até a taverna. Lá esperaria por sua deixa sobre seu pedido a Targo e pela decisão de Gregar a respeito da criança. O elfo não desejava que aquilo fosse resolvido com rancor, e sim com colaboração em prol do melhor para a bebê.

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 3 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Knock Seg Nov 02, 2015 2:49 pm

Ao explicar para Chagas o que havia acontecido, percebi que aquele caso provavelmente não era o primeiro - em relação ao golem- acho que sofri rapidamente pensando nos anos que aquela vila já sofria... Acho que por ter lembrado da minha última missão com meu antigo tutor.

Enfim, quando comentei sobre o cavalo, não quis passar a ideia de que eles eram apenas objetos sem sentimentos, os quais poderiam ser usados de maneira abusiva, nem mesmo quis passar algo do tipo à Chagas, então fui ter com ele e falei:
-- Escute, Chagas, me perdoe se dei a entender que menosprezava os cavalos ou algo do tipo. Saiba que os valorizo e não os tenho apenas como mercadoria.
Sorri e continuei a caminhada.

Algum tempo depois ouvi o elfo exortando o cara que levava a bebê... Um pouco de exagero? Acho que não. Mas não quero falar dessa parte; quando ele citou uma tal de floresta... Uma floresta boa e especial... Fiquei muito interessado. Senti paz. Tranquilidade. Senti que deveria ir lá. Levei a mão à testa como que em reflexo e disse baixinho -que tipo de orc eu sou?-. Creio que ninguém escutou além do esquelético Hayashi que estava quase que imperceptível no meu ombro. "Quando será que ele vai acordar?" pensei.

Continuamos de dia, chegamos não muito tempo depois e fomos logo à presença dele. Mais uma vez aquela sala, aquele cheiro de madeira e tabaco, aqueles rostos, pessoas. Parecia que havíamos passado muito tempo fora, entretanto nada do que estava em minhas lembranças havia mudado. Estava como estava; como era.

Frio, Targo nos recebeu. Frio? Não. Como havia de ser. Havíamos completado o que fomos designados à fazer. Tudo normal. Disse que os outros teriam a recompensa mais tarde, Chagas pegou Hayashi de mim e saiu com os outros. A criança ficou ao meu lado.

O senhor Targo a abriu uma carta e a leu para mim. Era uma resposta positiva. Uma chance em alto mar. Sorri, pois tudo estava lá; tudo o que eu precisava. Uma oportunidade. Sorri calmamente e ele me falou da possibilidade de me deixar de serviço em terra e era realmente o que fazia mais sentido conforme os planos que eu havia traçado para mim, então disse:
--Sou muito grato, senhor Targo, mas eu agradeceria se o senhor pudesse pedir ao senhor Major para que me transfira à terra. Ficarei honrado em conhecê-lo, assim como o senhor propõe. --Fiz um sinal com a cabeça positivo em sinal de gratidão e respeito e peguei a carta e o frasco que segundos depois um homem esquisito me entregara; era o meu sangue. Também peguei o pano que Dália me dera e envolvi cuidadosamente a carta nele, a fim de não molhar como ela havia me dito.

Sorri. Dália era mesmo muito bela, mas não pude falar nada, pois não conseguia. Mesmo eu não sendo um orc feio nem burro... Acho que o "belo" ainda me travava. Então agradeci em mais um movimento com a cabeça.

Ainda ouvi a resposta de Sean. Pobre garoto. "Espero que ele tenha bons guias que o ajudem nesse momento, caso contrário... Continuará nesse caminho de trevas... Tendo essa bola então..." eu refletia em meus pensamentos. Me atrevi a olhar a bela moça mais uma vez. Talvez ela tenha desconfiado, mas não me importei. Só não queria parecer um idiota de boca aberta. Ainda perguntei o que fazer com o frasco de sangue.

Me retirei da presença de Targo e fui com os outros. Eles estavam rindo, tinham outras pessoas lá também. Por alguma razão não baixei a guarda... Talvez por causa da carta que estava comigo.

Senti o cheiro da comida, logo, estava com água na boca, estão comi o suficiente e bebi algo que não pudesse deixar bêbado; talvez um suco de alguma fruta ou mesmo água, também suficiente. O fato era que eu estava reflexivo. No final das contas tinha dado certo, mesmo quando eu pensava em desistir. Vergonha e honra. --Foi bom -- falei baixo.

--Elfo, um orc pode entrar em um lugar como aquele que falaste mais cedo?-- Meu interesse não havia morrido, nem mesmo as perguntas em minha mente.

Depois eu iria descansar um pouco. Me banhar. Aparentemente ainda passaríamos a noite lá.

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Mensagem por Hummingbird Seg Nov 02, 2015 6:00 pm

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O que acontece é que as palavras do mascarado - vulgo Gregar - passaram a me chamar muita atenção. Mais até do que as brincadeiras do tio Chagas. Me peguei um pouco confuso, eu sempre gostei mais das brincadeiras, não conseguia entender ao certo o meu interesse mudar tão rápido. Era mesmo meu?

Passou a ser. Ou melhor, agora é.

Essa resposta veio quase de imediato em meus pensamentos. Minha cabeça doeu um pouco, distração era pouco perto do que me ocorreu. As coisas estavam muito confusas, eu sentia como se estivesse esquecendo alguma coisa. Algumas coisas. Me peguei olhando para a bola de vidro então. Não havia faíscas, não havia brilho algum... somente o meu próprio reflexo. Nele, meus olhos amarelo-fogo brilharam e eu pude ver, eu juro que vi, Ifrit estava rindo no meio das chamas. Eu mergulhei naquela visão como se estivesse pra perder a consciência, minha visão tornou-se mais ampla, eu podia ver um ambiente de sombras e de fogo. As chamas se alastravam com facilidade, chicoteavam tudo e todos como se fossem criaturas selvagens. E Ifrit estava lá, gargalhava com suas mãos abertas, incendiando tudo. Sua gargalhada ecoou em minha mente, por um longo período, pareciam anos. Mas ao mesmo tempo, eu ouvi a voz de meu pai. Era tão calma, serena, quase como se estivesse do meu lado. Era a única coisa boa dentro daquele universo de sombras. Eu queria fechar os olhos mas não conseguia. A voz de meu pai voltou a dizer para ter fé, ao passo que a voz de Ifrit ganhava mais espaço em minha mente. Eu devo acreditar em quem?

...

Foi então que despertei. Me dei conta de que tinha me deixado levar junto de todo o grupo até a sala do velho tio Targo. Lá, o grupo se separou mais uma vez. Eu queria ter ido junto do mascarado e do encrenqueiro, não sei porque, mas eu queria. Na sala restaram somente o grandão Ho, os subordinados de Targo, e eu. O silêncio pairou, interrompido apenas por aquele barulho irritante que mais parecia o riscar de alguma faísca. Procurei incessantemente pelos cantos pra identificar o que era, ao passo que o velho Targo começou a leitura de algo que, provavelmente, era destinado ao grande Ho.

— Uau! Parece bom não é?- Com certa inocência, daria uns tapas na perna do grande orc como se o parabenizasse pelo que conseguiu. — Com certeza você vai se tornar ainda maior do que já é, e vai comandar grandes exércitos em grandes batalhas!- Completei, com certo entusiasmo. Eu realmente espero que ele se torne alguém grande. O grandão Ho, é isso.

E logo em seguida, chegou minha vez. Targo fez um sinal com a mão e me chamou pra perto. Tomei a frente, parando em frente a mesa. Fiquei na ponta dos pés pra apanhar o tal papel que o tio Targo me entregou. Era tão velho, quase parecia estar se despedaçando, cheguei a ficar curioso do que se tratava. Imediatamente me coloquei a ler, apesar dessa não ser uma das tarefas que mais gosto de fazer. Era entediante. Sou mais hiperativo, entende?

Mas o que tinha escrito naquele papel ia muito além do simples gostar ou não gostar. Arregalei meus olhos quando vi que tinha informações sobre minha mãe. A princípio não sabia se era certo acreditar, mas Targo afirmou que era verídico. Ifrit não se manifestou, minha cabeça ainda doía. Terminei de ler, e um turbilhão de coisas começou a passar nos meus pensamentos. Senti náusea, me apoiei na mesa. Chacoalhei o rosto, realmente tive a impressão de estar com menos cabelo, dado alguns fios que senti falta quando incomodavam meus olhos numa dessas chacoalhadas. Ou era impressão? Senti uma ponta de medo daquela bola de vidro que talvez fosse o verdadeiro motivo dessa impressão. Mas isso era o de menos no momento. E aquele papel? Lyra era mesmo minha mãe? Era mesmo ela descrita dessa maneira? Engoli a seco. Senti sede. O frasco de meu sangue me foi entregue e, sem pensar duas vezes, rapidamente abri o frasco, despejando-o em minha boca com voracidade. Era como se na minha cabeça Ifrit gritasse; "Beba!". E eu beberia até não restar mais nada no frasco. Sentir o gosto terrível amaciando minha garganta, percorrendo meu corpo. Senti um certo entusiasmo também, aquilo era tão ruim e ao mesmo tempo tão gostoso...

— Arrg...- Pigarrei, tentando retomar o fôlego depois da inesperada bebida. — Por favor...- Uma breve parada intercalando com tosse, até ser capaz de cuspir as palavras quase sem fôlego; — Onde conseguiu isso? Sabe me dizer onde posso procurar por mais?- Referia-me ao arquivo. A aflição era notória em meus olhos, ao mesmo tempo que, logo em seguida, eu senti que deveria recuar. Não era certo exigir mais informações. Mas eu queria tanto saber...

No caso, independente de respostas ou não, seguiria Ho rumo a tal taberna que o velho Targo havia comentado anteriormente. Um pouco cabisbaixo é claro, reflexivo também. A bola de vidro ainda estava nas minhas mãos. Nela, o meu reflexo estava completamente instável. Ora ou outra eu conseguia ver os olhos de Ifrit no lugar dos meus, ou até mesmo seus chifres no lugar dos meus cabelos. Será que estou enlouquecendo?

Esses pensamentos só foram embora quando chegamos na Taberna, onde pude reencontrar o restante do grupo. A sensação foi tranquilizante. Eu não estava com fome, só com um pouco de sede. Lembrei do que Gregar havia dito antes, quando voltamos para o rancho. Agora já estava amanhecendo e junto de um novo amanhecer, eu queria um novo objetivo.

Isso, vá em frente, junte-se a eles.

Você sabe que precisa deles para saber mais de sua mãe não sabe?

Eu estou com você, não precisa temer. Confie em mim, e tenha fé.

Aqueles murmúrios estavam me enlouquecendo, lágrimas queriam saltar do meu rosto, não sei porque. No bolso da minha capa, estava aquele pedaço de história, um pedaço de um quebra-cabeça que eu queria muito montar. Eu acho que era desse tipo de coisa que eu gostava não é? De jogos. Mas eu não consigo entender, porque tenho me sentido tão estranho?

— Ei mascarado!- Chamei por Gregar. — Aquilo que disse... ainda está de pé? Sobre te seguir?- Indaguei, um pouco desajeitado.

No fim, eu tomei minha decisão; escolhi confiar em Ifrit e me juntar a eles. Eu não tinha nada a perder, certo?

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Mensagem por Gregar Dom Nov 08, 2015 11:49 pm

Não gostava de Targo, nem dele nem do de orelhas pontudas. O primeiro me parecia calmo demais, inteligente demais para se lidar com, odiava lidar com pessoas inteligentes. Brutos estúpidos sempre eram mais maleáveis e simples de se lidar com, o segundo era do tipo de burro que mais detestava o que acreditava estar fazendo certo sempre. Odiava toda a babaquice sobre como era um herói da justiça e todo o resto, como se o babaca fosse fazer alguma coisa útil pra fedelha. Uma coisa que havia aprendido, se quiser sobreviver, tem que aprender como por si próprio, sem depender de nada nem ninguém. Apenas enfiava um dos dedos na orelha perante todo o discurso do elfo, não dava a mínima para o que ele falava ou para a garota, se pudesse a atiraria no chão ali mesmo. Kenna não me deixava. Uma baboseira sobre laços e destino, ignorava a maior parte de tudo para não entender nada sobre.
 
- Você não ouviu uma maldita palavra do que eu disse não é? Comentava ao elfo quando ele voltava a falar comigo. - Já que parece tão difícil assim para você me entender, deixe que eu vou colocar tudo em pontos. Primeiro não dou a mínima pra pirralha, por mim você poderia leva-la até Takaras que não me faria perder um segundo de sono. É Kenna que a quer, quer ficar de olho nela e não o corpo dela. Falo do treco na minha cabeça se é que entende. Segunda parte, você não vai conseguir fazer nada por isso aqui, é fresco demais para ver isso, a garota é tão manchada quanto eu, não no sentido literal com demônios e tudo mais. Kenna é o tipo de demônio que viveu por tempo o bastante para ser considerada uma múmia, vive dentro de humanos a mais tempo do que qualquer um de nós, se ela fala que o destino dessa garota é escuro, bem ela entende dessa merda toda. Enfie a garota em uma cela que não vou dar a mínima, não importa onde ela vá, se não colocar os olhos bem atentos a ela é convidar o caos. Dava de ombros pegando a garota e a encarando. - É como uma esponja sabe? Como se ela sugasse dos outros e chamasse azar. Se sou acostumado a algo isso é a ser azarado elfo. Isso me leva ao terceiro ponto, se você leva-la vai matar a pirralha e muito mais gente... na verdade ela me parece até bem morta, só uma questão de tempo, claro que isso ocorre nos olhos de um possuído. Quarto ponto, eu salvei ela, não você. Até onde me recordo das leis antigas a alma da garota pertence a mim até que pague sua dívida, se colocar entre isso é se colocar entre deuses e seus domínios. E por fim o quinto ponto, eu não gosto de você e não faço questão de dizer o oposto, não tenho intenção alguma de cooperar com você em nenhum trabalho extra. Se quer ficar de olho nela, sirva sob minha bandeira, não sei o que conhece sobre possuídos, mas minha vitalidade é boa o bastante para de dar uma surra se preciso. Terminava dando de ombros e voltando a seguir o grupo.
 
Dito isso ignorava o restante do elfo, pro inferno com ele, era a taberna que queria. Queria o sabor da cerveja depois do trabalho, do pernil repleto de gordura, queria comer logo qualquer coisa que pudesse um estomago vazio é simplesmente errado. Queria tudo de maneira rápida e sem complicações, a taberna estaria reservada para nós, mas não gostava de encontrar outras pessoas lá dentro, não pelo fato de ser encarado por eles, mas Targo havia dito que apenas nós estaríamos lá, o que levava tudo a uma dúvida, quem eram aqueles malditos beberrões? Ao menos um deles parecia guerreiro, ágil de olhar e repleto de cicatrizes bem confiáveis. Já estava atacando o pernil e a cerveja quando um dos homens se aproximava de mim. Então era aqueles os homens que Targo havia falado?  Sorria por detrás do ferro da mascara, gostava daquilo.
 
- Primeiro e único de meu nome. Levantava-me dando a entender que caminharia para outra mesa. -- Parece que vamos precisar de algo para beber enquanto discutimos uns termos. E a bebe também parece que precisa de algo para comer...ou beber...não tenho certeza. Comentava alto o bastante para que Ani ou qualquer outro funcionário ouvisse aquilo. - Exatamente garoto, todos que quiserem podem servir minha bandeira, tenho alguns planos para concretizar e não me importo com quem seja. Dizia a Sean. - Se quiser se juntar a mim venha até nossa mesa e beba um pouco moleque, é uma ótima idade para começar a se beber. Caminharia até o local sentando em uma cadeira vazia. - Sou Gregar como devem saber, essa aqui é nossa mascote, aquele é Sean. Já devem ter ouvido um bocado sobre mim, mas ainda não sei nada sobre quem são, então...quem quer começar?

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Mensagem por LK Neil Blaze Seg Nov 09, 2015 1:02 am

Neil se restringiu a voltar calado no retorno para o Rancho. Aquilo podia parecer estranho, mas ao que se mostrava, sua mente caótica talvez tivesse encontrado um pouco de paz... Ou não, talvez estivesse tão barulhenta quanto antes, ele só estava extremamente cansado para demonstrar qualquer que fosse a reação. Tirou o tempo necessário para dormir um pouco enquanto descansavam, além de ignorar tudo e todo, principalmente Sean que só fazia encher seu saco. Não gostava de ficar daquela forma. Sentia-se fraco e desprotegido. Suas costas doíam. Tinha dois buracos não cicatrizados com sangue coagulado bem no meio delas. Tinha que começar a rejeitar missões estúpidas como aquelas. Morrer não era sua intenção. Ainda mais lutando contra aquelas...

Não sabia bem o que era aquele último monstro. Mas sabia que nunca mais queria enfrentar nada como aquilo. Tinha que tomar cuidado com Sean também. Não sabia que o garoto tinha uma força maligna dentro de si. Aquele enjoo e fraqueza... Definitivamente sofrer tudo aquilo em um só dia tinha sido demais. Mas de qualquer forma, tinha acabado e aquele sorriso insano tinha voltado ao seu rosto quando pisou no Rancho. Nada mais lhe deixava tão motivo a algo do que ver o fracasso alheio e a sensação de derrota quando não tinham o que queriam. Não conseguiu ver a da bruxa, porque ela simplesmente tinha sido decapitada, mas isso não vinha ao caso.

Não negou a ida à Taberna, mas precisava de alguns cuidados médicos. Estava conseguindo suportar a dor, mas... Dor não era algo bom. Não na sua pele. E seguiu, escutando no caminho a discussão entre Tenkai e garoto que tinha a criança no colo. Tinha até esquecido da pequena. Não que fizesse alguma diferença. Sacou a adaga e viu o brilho da lâmina. - Porque vocês não matam ela de uma vez e calam a boca? - Sorriu, indicativo. Até entregou a adaga, mas recolheu quando viu que nenhum dos dois iria fazer aquilo. O Mascarado porque era subordinado à alguma mulher que o devia segurar pelas bolas. Tenkai por ser apenas mais um viado dentre tantos. Tsc, deprimente.

Na chegada do bar, ignorou aqueles na mesa. Sentou-se afastado, longe do grupo, levantando apenas para pegar cerveja e comida. Estava com muita fome. Deu-se conta de que tinha sentado perto do canto onde Hayashi estava. Retirou a adaga calmamente. Passou a lâmina no rosto dele. Cortou na bochecha, um raspão, bem leve. Trouxe a adaga pra sua cintura novamente. - De que adianta se você já quase não respira mais? - Disse mais pra sim mesmo do que pros outros e tomou um gole da cerveja, enquanto esperava a resolução da situação.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Nov 09, 2015 7:30 pm

23. Final nas chamas

Targo foi seco, ao responder Ho:

Isso aqui é quase uma admissão. Tudo que precisa fazer depois de chegar lá é ser um pouco persuasivo. Há várias maneiras de fazer isso. ─ E, em tom de despedida forçada: ─ Boa sorte, Ho.

Para Sean, Targo foi mais prolixo:

Do meu conhecimento, só um tomo possuía esse registro. Esse ─ apontou para a página entregue para Sean, que estava velha demais para ter apenas oito anos ─ é o único escrito existente que menciona Lyra e seus outros nomes. Se deseja mais, recomendo procurar pelo homem que escreveu. Certamente ainda está vivo, e em Hilydrus, em meios religiosos. Ou com arquivistas. ─ E, de novo, no tom de “até mais, se manda”: ─ Boa sorte, Sean.  

Quando deixaram o salão de Targo, um homem qualquer, alto e pálido, entrou logo depois. Sean e Ho foram para a taberna.

Lá, Neil conversava com Hayashi, que não respondia de volta.

Chagas:

Em quanto tempo isso fica pronto.

Cinco minutos, chefe. ─ respondeu o cozinheiro, lá de dentro.

Ah. ─ Chagas piscou. ─ Ei! Não ficariam prontos em dois minutos, há dois minutos atrás?

Dois minutos então, chefe.

Gregar pedia por bebida, que logo veio.

Na verdade não sabemos nada sobre o senhor ─ disse o jovem, respondendo o mascarado. ─ Só que é um mercenário e está montando um grupo.

O bêbado insistia:

Venha cá, venha cá. ─ Chamando Gregar pra mesa deles. ─ Aqui tem bebida também.

O jovem:

Eu sou Brod. O alegre ali é o Tom, e o mais quietão é o Lennie. Ouvimos que você é aventureiro e está contratando, que paga bem.

Que paga muito bem ─ disse Tom, lá da mesa dele, aproveitando pra virar mais um copo.

Lennie apenas encarava Gregar. E a bebê.

Brod continuou:

Fazíamos entregas para um senhor daqui. As vezes íamos buscar pessoas ou mercadorias. ─ e ficou quieto, aparentemente sua apresentação ia só até ali.

Sean tava no meio, querendo participar também.

Ali, firmariam alguma irmandade. Ao menos Tom parecia empolgado, disposto a começar já. Brod queria saber mais e Lennie nada falava, nunca.

Ho chegou, sentou. Chagas empurrou um copo pra ele.

Ho, deixamos bastante pra você. ─ ele disse, o pernil já pelo meio.

Nesse meio tempo, Bacurau entrou, foi até Tenkai e disse que Targo o esperava. Tenkai se levantou e acompanhou o menino pra fora da taverna, logo chegando no salão do contratante. Antes de entrar, um homem alto e pálido saiu, lhe dando um breve cumprimento com a cabeça.

Entrou. Dália ainda estava ali, ao lado. Reely, na escada, fumando. A armadura, no entanto, já não estava na mesa.

Tenkai. ─ saldou Targo. Tinha um papel pequeno em mãos. Leu: ─ “Que curioso. Tenho sonhado com um elfo nos últimos dias. Com um elfo e um homem escuro e outras pessoas. Mande-o até mim. Estarei em Hilydrus na próxima virada de lua. Fale pra ele me encontrar na “Isara do Campo”, onde ficarei hospedado. Farei isso por você Targo, mas espero que agora estejamos quietes. E meus sentimentos, por seu pai. Era um homem de fibra. Bom, até mais. Assinado, Rufos Bodom.”

Ele levantou a carta, para que Tenkai se aproximasse e a pegasse.

Este homem, Rufos, apesar de jovem, tem bons conhecimentos místicos. Viajou a ilha inteira, é um poliglota e poeta romântico. Não consigo pensar em ninguém melhor para lhe ajudar em sua busca, tanto pelas capacidades místicas, quanto pelo interesse em sua história com a elfa... provavelmente ele vai querer escrever uma canção sobre o caso. Espero que tenha sucesso, Tenkai.

Tenkai ainda olhou para a carta, que dizia exatamente o que foi lido, em letras miúdas e bem desenhadas. E tinha uma observação, no canto inferior direito, falando: “Para onde vai o amor, quando ele vai?”. Provavelmente um tipo de assinatura singular do mago poeta.

Com isso, o sangue de Tenkai, conservado no frasco, foi entregue e era só.

Na taberna, as carnes fritas ficaram prontas. Depois de dez minutos. Mas Chagas não chiou. Comeram, conversaram, comeram. O tempo voo. Chagas finalmente se lembrou de Hayashi e o tirou de perto de Neil. Levou o desmaiado pra cima, para algum quarto. Depois desceu e saiu da taberna, dizendo que estava pronto para ir ver Dália.

A noite veio, o cansaço se revelando nos ossos de cada. Uma cama não seria ruim, pra variar.

Assim que entrassem nos quartos, trancassem a porta e fossem pra cama, encontrariam um bilhete, no leito, dizendo:

“Gostaria de mantê-los hospedados por um maior tempo, e quem sabe contratá-los para outros serviços na floresta ao norte e na montanha. Mas o momento é delicado. Não vai demorar pra aparecer algum homem da lei fazendo perguntas, querendo saber da armadura, meu álibi e quem são esses homens hospedados recentemente nas redondezas: ou seja, vocês. Por isso peço para que vão embora amanhã de manhã, para evitar o contato com esses homens da lei.

Sou grato pelo serviço de vocês e entrarei em contato futuramente, com outras propostas. Aquele que estiver com o meu sangue, pode deixa-lo no quarto mesmo, antes de partir.

Passar bem.
Targo.”

Era o fim. Eles tinham mais o que fazer, com os favores que receberam. Sean e Tenkai ganharam uma busca. Ho, um contato no exército. Gregar tinha um grupo mais ou menos formado e só precisava saber o que fazer agora, e seja lá o que fosse, teria de ser fora dali, do Rancho, ao menos por enquanto. Hayashi dormia, de modo que nem recebeu sua recompensa. E Neil...

No quarto de Neil, não tinha nenhum bilhete de Targo... Mas, no meio da madrugada, alguém bateu na porta: Canário. Ele disse que Targo o esperava, não no salão, mas num estábulo, um pouco mais afastado do Rancho.

Canário guiou Neil. O estábulo era realmente bem recuado.

Entraram e Neil viu Targo de pé, apenas uma mão visível, como sempre, e a outra oculta sobre o robe. Dália também estava lá, segurando a tocha que iluminava o lugar.  

Não tinha cavalo nenhum naquele estábulo.

Só palha. Bastante palha. Daria pra por fogo no mundo inteiro com aquele tanto de palha.  

E ao fundo, Neil pôde ver partes de uma armadura negra e velha. De placas. Completa ─ exceto pelo elmo e as manoplas, que não estavam lá. As peças jaziam espalhadas, como se fosse parte do cenário.

Junto com corpos...  

Neil ─ disse Targo. ─ Eu realmente não sabia o que fazer com você.

Neil não tinha se apresentado, certo? Então como Targo sabia o nome dele?

A ideia foi minha, aliás ─ disse Dália.  

Então ela jogou a tocha por aí, sorrindo. A chama espalhou estranhamente rápido, fazendo um barulho imenso na palha e depois na madeira.

Lá, perto da armadura, eram seis corpos... Um corpo pra cada. Mas se contássemos Chagas, então saberíamos que o estranho grupo ─ que levaria a culpa do assalto à uma tumba, dia desses ─ era de sete, não seis pessoas.

Então faltava um corpo, pra fechar a conta e não restar suspeitas.

Targo estava cortando as pontas.

E, disse:

Por que te contratei? Porque eu devia um favor... à alguém que quer ver você morto. Talvez você morresse durante a missão. Mas não morreu, né?

Dália tirou do bolso o sangue de Neil, e jogou o frasco no meio das chamas, o destruindo.

Targo continuou, taciturno:

Então eu tinha que fazer alguma coisa, o que nos traz a esse momento.

Dália, empolgada:

Ninguém vai se importar com o sumiço deles ─ falava dos seis mortos, lá perto da armadura. ─ Talvez da criança. Talvez.

Targo olhou pra ela, finalmente irritado por ser interrompido.

As chamas comiam o estábulo. O velho continuou:

Mas não me parecia certo matar alguém que trabalhou comigo... Dália que me convenceu disso. Na verdade, ela meio que orquestrou esse final.

Dália deu de ombros:

Gostei de você. ─ justificou, olhando Neil com aqueles olhos fundos, sem emoção.

Reely entrou. Carregava um fardo. O sétimo corpo. Jogou o morto na palha inflamada.

Já o seu pedido ─ retomou Targo ─, era muito mais do que eu tinha oferecido. Era o valor de outros cinco pedidos juntos... Também não parecia justo. Mas acho justo lhe dar uma coisa, para que não vá de mãos abanando. Um nome: Velcoro Khan. Um diplomata, membro do conselho do rei de Hilydrus. Ele é o homem que, amanhã de manhã, receberá a minha notícia de que você, Neil foi morto num incêndio causado por magia negra, após um grupo de incautos ladrões, do qual fazia parte, tentar conjurar algo maligno através de uma armadura que fora, recentemente, roubada de uma Casa de Luz... Essa será a noticia oficial. Então aproveite sua vida, Neil, pois agora você está morto, de modo que Velcoro perderá o interesse em você... Mas nada impede que, agora, você tenha um certo interesse por Velcoro, não é mesmo? Parta amanhã, o mais rápido possível.

As chamas comeram o estábulo, eles saíram de lá.

No meio da noite, trabalhadores e moradores locais que acordaram correram para apagar o fogo.

E, ao amanhecer (quando todos já tivessem partido), curandeiros iriam constar que havia sete corpos no estábulo, todos mortos e irreconhecíveis. Havia também o aço líquido derretido do que um dia fora uma importante herança.

Os oficiais da lei viriam fazer perguntas. E talvez os outros irmãos de Targo iriam acusa-lo de ter roubado a tumba, de ter contratado o grupo, o que Targo alegaria ser um absurdo, pois não tinha nada que provasse a ligação dele com os sete. Mesmo se os trabalhadores fossem questionados se tinham visto, dias atrás, um grupo de seis ou sete pessoas passando por ali, indo falar com Targo, e dias depois, voltando, bem, esses trabalhadores diriam que não, não tinham visto ninguém e que Targo passou os últimos dias tomado por uma forte tosse seca, de modo que não recebeu ninguém, sério mesmo, podia perguntar pra qualquer um.

Esse maldito calor... deixava qualquer um bem adoentado.

Falariam por aí que o velho estava nas ultimas. Mas logo a notícia contrária se espalharia: Targo passa bem, obrigado, e vai disputar pelas heranças de seu pai. Uma briga pegada, aí de quem se metesse. Fazer o que, família é algo complicado.
 
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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 3 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por NR Sérpico Sex Nov 13, 2015 9:21 pm

Postagem sobre as recompensas e espólios.  


GREGAR
Sua recompensa foram três npc’s interessados em lucrar. Sobre eles, uma pequena descrição:

Brod ─ o mais moço, avido por aventuras e um pouco arrogante, assim como todo jovem no auge da força e beleza.

Tom ─ um adulto que parece mais velho do que realmente é por viver preso à garrafa. Isso é: bêbado de entortar. Tem tendência a queimar fácil o que ganha e se meter em dividas e problemas diversos. O passado dele pode ser um poço fedido. Mas é dado ao bom humor e aparenta leal ─ desde que lhe paguem bem (e o que seria bem? Hm).

Lennie ─ de duas, uma: ou ele não fala ou não gostou de você. E um sujeito de meia idade, careca e com cicatrizes na face, pelo corpo todo. Parece um bom combatente, experiente. Sua postura sempre atenta (olhos bem abertos, peito estufado, ombros erguidos) podem sugerir um ex-soldado, do tipo que viu coisas feias e está sempre pronto a reagir.

Só. Isso que eu escrevi é meio que a sua impressão de cada um, num primeiro momento. Ou seja, talvez seja só uma impressão mesmo. Talvez Tom não seja tão bêbado assim (bem, Targo disse que todos eram, mas vai ver o velho errou e Tom extrapolou só naquele dia na taverna), talvez Lennie seja realmente mudo e talvez Brod seja mais experiente e capaz do que aparenta. Fica a cargo do seu GM em suas aventuras futuras.

Que fique claro que eles tem um interesse em ganhar dinheiro sob a sua liderança, que Targo deve ter falado ser promissora. Eles já são um grupo de 3 e já vinham trabalhando, ganhando o suficiente e mais um pouco. Ou seja, eles não estão desesperados por emprego ─ o que eles querem é mais dinheiro entrando, saca? Ou seja, eles não dependem de você. Qualquer aborrecimento pode bastar pra que eles repensem e se mandem de volta para o Rancho, para os trabalhos de antes.

Outra coisa que você levou foi a criança, que não tem absolutamente nada de anormal, exceto que não chora. Ela deve ter uns 6 meses, e seria interessante você conseguir leite materno pra ela. E pense num nome badass.


HO
Nesse trecho aqui...

“Além de pegar o machado do inimigo, verificou [...] um cinturão de couro verde escuro. Era a única coisa que o orc tinha de anormal. O cinturão tinha pedras cinzentas e opacas, grudadas [no couro]. Poderia valer alguma coisa, ou até mesmo fazer alguma coisa.”

...você pegou um machado de nível 1 e um cinturão aparentemente comum, com pedras que devem ser primas distantes daquela no botão da cimitarra... Mas já opacas e que só servem como decoração. Ou não, vai saber.

O seu pedido foi uma “facilitação” para entrar no exército. Bem, a Hrist vai encaixar isso no meio da aventura que você tá jogando.


SEAN
Resumindo, a bola de vidro escuro é o mesmo que o chapéu do Presto do Caverna do Dragão: ela pode invocar magias, mas de forma aleatória ─ o que pode ser ruim até para o conjurador. Ela não consome energia do usuário, mas pode lhe deixar hipnotizado, encarando a bola, a mente divagando por um universo alienígena que parece existir dentro do item. O usuário corre o risco de ficar aprisionado nessa fascinação pelo desconhecido (aqui, o seu GM pode querer requisitar um rank de energia pra que não haja hipnose no usuário, sei lá) por tempo indeterminado.

Eu inventei toda uma linguagem, o lance de cores e tal, pra que uma magia fosse conjurada de forma aleatória. Bom, seu GM pode simplificar as coisas e fazer algo mais direto.

É uma esfera de trinta centímetros, aparentemente resistente, porém leve. Um objeto curioso, fácil de atrair olhares.

E vale citar que, quando tudo acabou, a bola simplesmente “apagou”. Ela não se manifestou nem nada durante a volta ao Rancho. Ou seja, talvez ela tenha uma forma de “ligar” e “desligar”. Você a pegou ativada, e talvez por isso conseguiu utilizá-la. Depois do uso, ela desligou, simples assim.

Se ela não tiver um liga/desliga, então a alternativa é que, de alguma forma, a bicha tem consciência própria e faz o que quer, quando quer. Você vai ter de explorar o item. Eu apenas deixei um vislumbre do que ela faz para que o seu GM aproveite como quiser.  

Outra coisa que você levou foi o único utensílio que a bruxa tinha, além da bola: uma pulseira feita de cabelos trançados. Aparentemente, apenas um item de importância sentimental, uma recordação ou um amuleto. A bruxa tinha cabelos pretos. Os cabelos que formam a pulseira são de um castanho desgastado.

E sobre o seu pedido, bom, nem tem o que acrescentar. É apenas uma deixa dupla para suas aventuras: 1) Em Hilydrus você deve encontrar o sacerdote que escreveu a página que você está levando (que a Dália nem se preocupou em dar um pano pra impedir que molhe, hm) e 2) conforme o documento, sua mãe foi enterrada em algum lugar (pantanoso) da Ilha dos Tritões, junto com o ex esposo gente boa.  


NEIL
Difícil. Eu precisava de um motivo para ter você no grupo, você, a bomba relógio imprevisível, rs. E precisava lidar com a sua recompensa. Então fiz o que fiz. E tentei deixar um gancho (sobre ter alguém querendo você morto), caso queira aproveitar, pra tuas aventuras futuras.

 
TENKAI
Você ficou com a cimitarra, que é uma arma extremamente comum, de nível 1, antiga (estava numa tumba), porém bem conservada (uma tumba que mal circulava ar, hm). O que era incomum na arma, e que tentei deixar explícito desde cedo, era o minério precioso no botão dela:

“...uma espada curvada (cimitarra) sobre um pequeno altar. A espada tinha uma linda esmeralda encravada no botão da arma e a joia pareceu reluzir, como que viva, chamando por Ho.”

Essa “esmeralda” era uma consciência viva, que diante de uma situação, materializava uma necessidade urgente do usuário, desde criar luz em meio completa escuridão, até executar o tipo de golpe certo para derrotar um inimigo especifico:

“Era uma lâmina, não teria tanto êxito contra as placas de ferro das armaduras, mas serviria para atrasá-las, jogá-las de lado. A força de Ho ajudaria nisso. Mas então deu um golpe e da lâmina saiu vento. Ia atacar uma, depois outra armadura. Mas a rajada invisível arrebatou as duas num golpe, atirando-as pra longe num giro de braços e pernas e rangidos. Ambas se estatelaram no chão, desmontando em alguns pontos. Não levantaram.”

Eu cobrava apenas 15% de energia por façanha. Legal, hm? Mas esse não era o verdadeiro preço que eu queria explorar:

“Mais energia escorreu para o braço de Ho, para a mão, para a cimitarra ─ que parecia colada em sua palma. A joia faiscou, alegre. [...] Que raio de arma era aquela? Ho podia sentir prazer em empunhá-la! Uma tremenda besteira, mas a sensação era que só agora ─ ao encontrar tal arma ─ que ele se tornara um guerreiro completo. Mesmo com o cansaço pela falta de ar, Ho se sentia bem. Desde que tivesse aquela cimitarra consigo, ele sempre estaria bem...”

A joia funcionava como uma droga para o usuário: sacia, mas causa dependência, de modo que Ho, não mais em posse da arma, sentiu “abstinência”. Mas foi uma abstinência “leve”, talvez por que a joia era pequena. E, mesmo pegando energia do usuário, ela demonstrou ter uma vida útil: era usada e depois ganhava uma rachadura e ia perdendo a cor, até ficar opaca, cinzenta, e enfim morta.

“Ho enfim conseguiu soltar a cimitarra. Olhou bem para a esmeralda no botão. Lá, na tumba, ela pareceu bem brilhante, como nova. Agora, estava opaca, mais cinza do que verde, parecendo até suja.”

Você, Tenkai, não sofreu tanto os efeitos dela por, provavelmente, usá-la já trincada e cinzenta. Foi como fumar o primeiro cigarro, estando ele já na metade: não deu em nada.

Acabou a campanha e a pedra não vive mais. Talvez dê pra ressuscitá-la ou mesmo achar a fonte de onde ela saiu, achar outras. Ou, mesmo opaca e trincada, talvez tenha gente interessada, disposta a fazer um escambo legal. Fica a dica aí para futuras sidequests.

E sua recompensa é um gancho, como vários outros: basta achar o mago poeta, lá em Hilydrus, na “Isara do Campo”, pra que ele dê um jeito de encontrar sua espada/elfa perdida.


Duvidas? Better Call Saul, digo Sérpico.
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