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Mensagem por NR Sérpico Dom Nov 23, 2014 12:49 am

STATUS
AGRO
Hp: 46%
Mp: 100%

ELSA
Hp: 95%
Mp: 90%

REDDO
Hp: 80%
Mp: 60%

SABRINA
Hp: 100%
Mp: 52%
Itens adicionais: Faca e cuia dada por Circe, Kantele


APÊNDICE DE PERSONAGENS
Isso aqui é mais pra mim do que pra qualquer outro. Trata-se de uma lista com os personagens da campanha, seus nomes, alcunha (se tiver), cargo/ocupação (idem), e algum complemento. Conforme os personagens forem aparecendo (e conforme vocês forem descobrindo quem são eles), irei editando a lista.  

─ CIRCE, A velha senhora, ermitã que mantém a energia de Slao inativa,
─ SLAO, O homem escuro, preso à Lodoss,

─ MAX, pai de MIRIAN e DAVE,
─ MIRIAN, uma criança qualquer, irmã de DAVE,
─ DAVE, um rapaz razoavelmente corajoso, irmão de MIRIAN,

─ HORO, um ciclope bipolar,
─ CALI, uma jovem elegante e atraente, mora numa caverna,
─ CAMI, uma criança qualquer, distraída e sorridente,

─ DAN, um bandoleiro debochado,

─ JEZAL, um cavaleiro galante


Última edição por NR Sérpico em Qui Jul 02, 2015 11:58 pm, editado 21 vez(es)
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Mensagem por NR Sérpico Dom Nov 23, 2014 1:12 am

Allgreen. Horas de caminhada floresta a dentro. Manhã, sol alto.  

Mas... por que estavam ali mesmo?

Amnésia é algo complicado. Num instante o Grande Branco surge na mente, quebrando aqueles elos que ligam as informações e dão sentido aos acontecimentos. Sem contar que

Sim! Estavam na Floresta Allgreen para encontrar a velha senhora harpista, aquela do sonho ─ que sugeria estar numa floresta exatamente como aquela. Lembrar disso rendeu uma certa pontada na cabeça de cada um ─ algo ligeiro, mas incomodo. E como se isso já não fosse o suficiente: mais ou menos desde que entraram na Floresta algo (uma voz) parecia sussurrar em seus ouvidos. Aparentemente mensagens aleatórias ─ o que poderia ser traduzido por uma mente cansada e alegando fome ou coisa do tipo. Mas eles estavam todos descansados e com os estômagos razoavelmente forrados de modo que não era nada disso.

Era alguém falando diretamente em suas cabeças. Um homem.

Para Sabrina, ouvir uma voz dentro da própria cabeça poderia ser... nostálgico? Seja como for, o tom era como o de um acusador, um júri persuadido a condenar Sabrina por crimes terríveis... Reddo tinha a sensação de ser alertado por um irmão mais velho ─ era semelhante a voz de uma camarada dizendo “cuidado, parceiro, cuidado”... Elsa sentiu ternura naquela voz, como se fosse um amante distante ansioso por um reencontro... E Sigurd... bem, havia indiferença ali, como um eco sem vida batendo em sua mente e reverberando, uma corda de alaúde afrouxada demais que não produz nem música nem nada.

Foi antes de alcançarem o local certo. Algo breve. Um recado daquela voz, daquele homem. E foi desse jeito:


Reddo
(Por mais que ela se pareça com sua avó, caro Reddo, não acredite no que ela tem a dizer. A aparência fragilizada pode ser bem enganadora, mas não confie, não confie. Veja, por exemplo, o que ela fez com a floresta ao redor! Sem contar que ela está prestes a mandar 4 sujeitos para a morte, num lugar longínquo... e é o que ela fará com você, caso ouça as picuinhas dela. E isso, meu caro, não resolverá o seu problema. Só lhe transformará num prisioneiro do Cisne)  

Agro
(É muito bom você, ainda hoje, não ter desistido de sua “família”... Muitas pessoas desistiram. Lixos dessa nossa realidade, é o que são! Um bom exemplo é a velha que você está indo ver, e até mesmo a moça de cabelos negros. Minha sugestão é que mate as duas. Não deixe a velha falar. Apenas lhe ataque, assim que a ver. E faça o mesmo com a jovem. Depois quebre aquelas malditas pedras)

Elsa
(Por muito tempo eu pensei que minha amada era outra pessoa... pensei que ela fosse... bom, não importa. Importa que você está aqui, agora. Você e todo o seu sangue importantíssimo, imune a corrupção do homem comum. Acho que é por isso que eu a quero do meu lado. Eu estou indo lhe buscar, Elsa. E você, só você, será minha Noiva de Prata. Não vá para Eala. Fique. Por favor)

Sabrina
(Eu já fiz muitas coisas sujas. Me orgulho de todas, pois assim quis Erek. E não sou a pessoa certa para falar dos crimes alheios... mas você fez algo muito ruim... Um conhecido meu se separou dos pais quando muito jovem, outro teve toda sua família morta misteriosamente. Tragédias... Aliás, meu primeiro bebê era uma menina, e se chamava Lara. Coincidências, veja só... E não adianta dizer que não se lembra. Ah, não mesmo. A verdade é que você não quer se lembrar. Sim, é a verdade. Tudo ainda está aqui dentro, em sua cabeça. Você é a culpada. E será novamente, pois a vida é uma roda e a história irá se repetir. Morte ─ mas não para você. Morte para a família que ainda vai conhecer. Morte para aqueles que irão lhe acompanhar. Principalmente o negro)  


Todos
Então chegaram.

A primeira coisa que notaram foi o estranho estado da floresta naquele trecho. Ela estava morta: folhas que de desfaziam ao toque, como cinzas; arvores corroídas por fungos, algumas delas já tombadas e despedaçadas no chão; e frutos podres e mal cheirosos, para a alegria de moscas gordas.

A segunda coisa a ser vista: mais a frente, num trecho aberto livre da mata morta, haviam algumas rochas altas ─ as mesmas do sonho. Mais ou menos nesse ponto eles conseguiram ouvir vozes. Avançaram e viram quatro pessoas em pé, de frente para alguém sentado. Daí um clarão súbito surgiu no meio daquela reunião e as quatro pessoas sumiram, assim, de repente. Restou aquela que estava sentada, e ela imediatamente viu quem chegava. E disse:

Oi. ─ Era a velha senhora do sonho, exatamente ela. Um sorriso apareceu naquele rosto veterano e ela deu uma batida de palma para saldar aqueles quatro novos convidados. ─ Bem vindos. Ora, vamos, se aproximem. Peço desculpas em não ter um alimento para oferecer, aqueles outros quatro estavam com um bocado de fome... mas se aproximem, vamos.

Branca, com aparentemente 70 anos. No entanto, o rosto não era muito marcado pelo tempo. As marcas em evidência eram aquelas causadas pelos sorrisos, marcas bonitas. A voz era firme e o discernimento parecia estar no lugar. Como nos sonhos, os cabelos brancos estavam livres ao redor do corpo, tocando o chão. Não que eles fossem muito grandes ─ é que ela era pequena. 1,60, no máximo. Para Reddo ela parecia meio familiar... algo no sorriso, ou apenas no formato do rosto, difícil dizer.  

Agora viam melhor as rochas, mas vê-las melhor não ajudava a entender o que eram. Elas deveriam medir 5 metros, e seus padrões eram confusos: uma era mais “gorda” que as outras; tinha uma que fora, aparentemente, esculpida, por ter ângulos retos. As outras ocupavam menos espaço, sendo finas. Eram quatro.  

Perto das rochas, uma fogueira meio apagada. Acima da fogueira havia restos de um javali no espeto. Era ao lado da fogueira que a velha senhora estava, sentada em lótus, com a harpa no colo. Perto dela tinha uma cuia e uma bolsa aparentemente vazia.

Meu nome é Circe. ─ Ela pareceu um pouco cansada (não tanto como nos sonhos, mas ainda assim meio fragilizada) e pousou sua harpa no chão ao lado. ─ E acho que vocês têm algumas perguntas.

OFF:


Última edição por NT Sérpico em Seg Nov 24, 2014 1:49 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Sigurd Seg Nov 24, 2014 1:13 pm

...E de repente tudo ficou claro. Mas onde estava? "Floresta Algreen..." ressoou em sua mente, mas por que? Não conseguia se lembrar nem o "como" e nem o "porque". A confusão lhe fazia forçar a mente e a mente fazia lhe doer a cabeça, estava exausto... mas talvez não estivesse, não tinha certeza. "O que está acontecendo? Por que estou aqui mesmo?"

As lembranças começavam a voltar, recordava-se de ter estado em Hilydrus em um passado próximo. Não, com certeza lá havia sido a ultima vez que estivera. Os sonhos, isso... Sim, foi isso mesmo. Contudo, o porque estava lá não podia lembrar - nem em Hilydrus, tão pouco em Algreen. Pensando bem, foi lá que isso começou. Agora começava a recordar-se. "O que está acontecendo?!?"

Em sua mente, apenas o vago, uma sensação de morte como um alaúde frouxo que não produz som. Seus passos lentos e involuntários davam margem para o cérebro trabalhar na busca por respostas, mas que se mostrava muito difícil com aquele sussurrar inaudível. Então fechou os olhos e uma de suas ultimas lembranças ressurgiu, já não sabia mais diferenciar realidade de sonho. Estava de volta as ilhas além mar, só que dessa vez destacando o simbolo do lobo uivante em seu peito, fardado feito um legitimo soldado de Hilydrus. Uma guerra explodia ao seu redor, mas era como se não estivesse participando. A sua frente um espelho, na sua mão uma espada e em seu abdome um mancha de sangue. Ao se aproximar, notou que na verdade não estava a frente de um espelho, não havia ferimento em seu abdome e aquele que ali estava a sua frente era Ahro, seu irmão gêmeo que apesar do ferimento se mantinha em pé. Ao seu lado estendido em meio a uma poça de sangue, um terceiro homem: Ikki. Ahro, com dificuldade, se aproximou abraçando o irmão e antes de desabar, sussurrou: "Por que se esqueceu de nós, irmão? Por que? Você jurou...". Seus olhos encheram de lágrimas tanto no sonho, como naquele momento enquanto recordava. Ele havia matado seu próprio irmão, estaria para sempre condenado. Todavia, foi então que uma quarta presença se fez notar, era um homem - aquele, dos sonhos. Montava uma criatura equídea que julgou estar meio-morta e em seu ombro um corvo branco. Ele se aproximou, sussurrando... Por um segundo viu o rosto de Ahro novamente, no homem, mas foi quando acordou. "Um sonho, foi um sonho..." ele se lembrou, abrindo os olhos novamente. Agora começava a recordar-se, fazendo mais sentido as coisas (não que fizesse muito também): a velha e tudo o resto; foi quando conseguiu compreender a voz.

"Sim... Lixo todos eles." Ele concordou com a voz, ainda estava se recuperando. " Matar..." ele repetiu "..talvez eu mate." Todavia, não sabia o que estava dizendo. Se estivesse totalmente em sã consciência saberia que ouvir vozes quase nunca é algo bom. Tão pouco essas que dão conselhos de morte.

Então chegaram, a proposito: haviam outros consigo. O lugar era horrível, era como se o próprio rei das sombras tivesse passado por ali, um lugar sem vida. A frente podia ver as rochas... aquelas rochas, dos sonhos. Mais a frente, podia-se ver pessoas quando antes só podia ouvir vozes. Foi então que um clarão surgiu e aquelas que ali estavam sumiram, restando apenas aquela que estava sentada.

"Ah velha..." veio em sua cabeça junto a um desejo, quase incontrolável, de matar. As palavras do homem haviam feito efeito no rapaz, mesmo que não soubesse o porque. Apertou o cabo da espada, mas se controlou, olhando fixamente para a velha, como um tigre quando encara sua presa. Observou os outros ali, em busca da jovem de cabelos negros, ela também devia morrer.

"Pra que nomes, velha, se já vais tão cedo" pensou, mas não disse. Seu braço coçava enquanto apertava o cabo da espada. Não sabia se a velha havia notado aquela sua sede, mas julgou que a qualquer indicio que sim: atacaria.

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Energia: D
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Viribus Sensitivis: pode sentir presenças que reproduzem calor (pelo ar), vibrações (pelo solo, água e até ar dependendo da situação), odor, som e energia. Não é possível identificar posições, mas caso sinta alguma presença conhecida é possível identifica-la. Sua percepção é automática sem necessidade de ativação.
Sigurd
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Mensagem por Sassa Qua Nov 26, 2014 12:37 am

Dentre as muitas coisas que já havia passado em minha vida, desde que soube da existência de Alice, aquela talvez fosse a mais estranha e irritante de todas. Era um fascínio e também uma diversão poder lidar com a mente alheia, minhas habilidades conferiam a mim poderes e capacidade de perceber nos seres pensantes, coisas que para muitos, passavam despercebidas. Mas se tinha algo que me deixava realmente irritada, e até mesmo desconcertada, era não ter o controle total sobre minha própria mente. Fazia algum tempo que eu e Alice estávamos experimentando algumas experiências ruins, como dores de cabeça frequentes, e pequenos lapsos de memoria, que as vezes nos faziam esquecer das coisas mais bobas, como alguma tarefa pendente do dia anterior, ou até mesmo a escova de cabelos que estava bem na mesinha da cabeceira ao lado da cama. Alice não sabia explicar o que era nem o porque daquilo estar ocorrendo, mas ela, assim como eu, também sabia que havia algo muito errado com toda aquela historia. Um detalhe importante que posso ressaltar nisso tudo, é o fato de no mesmo período em que esses lapsos de memoria passaram a ocorrer, durante a noite, passei a ter sonhos estranhos, imagens quebradas e flashes de uma floresta, uma velha segurando uma harpa e... Pronto! Após uma noite de dores terríveis, piores do que qualquer outra noite anterior a esta, eu acordei com um susto e uma enxurrada de duvidas em minha cabeça. “Onde eu estou? Que lugar é esse? O que eu estou fazendo aqui?” De repente eu já não lembrava mais de nada do meu passado, a não ser talvez meu próprio nome. Olhei para todos os lados e percebi que estava acompanhada de um homem, seu nome? Forcei minha mente para lembrar, mas fora em vão. Mas de certa forma eu sentia que o conhecia de algum lugar, talvez algum amante ou coisa parecida. Olhei novamente para os lados e consegui reconhecer que estava num quarto da Estalagem Estallion, para minha sorte, eu ainda lembrava do básico, como meu próprio nome, minhas habilidades, Alice e os acontecimentos mais recentes de minha vida. Mas a maior parte do meu passado, minha infância e juventude, meu tempo vivido aqui na ilha, minha origem, tudo isso havia sido varrido de minha memoria.

Questionei Alice sobre o acontecido, mas só o que obtive foram palavras indignadas e preocupadas, de alguém que estava numa situação igual a minha. Tentei reunir todos os fatos em busca de uma lógica para aquilo, uma causa para aquele lapso em minha memoria ter acontecido, mas só o que eu tinha era alguns poucos fatos isolados que unidos, não me traziam respostas para todas as minhas duvidas. Primeiramente foram as dores de cabeça, seguidas de um sonho muito estranho que envolvia uma floresta e uma velha com uma harpa, além de que havia mais gente, mas eu não sabia dizer quantos nem quem eram, nem mesmo suas fisionomias eram distinguíveis, apenas a da velha harpista. Decidida a por um basta naquela insanidade, eu decidi que tomaria uma decisão um pouco mais enérgica. Segui sozinha em busca de respostas para aquele mistério, deixando apenas um bilhete de despedida para que o homem que me acompanhava soubesse que eu estava bem, mas que precisava resolver assuntos urgentes. Aproveitei que estava na Estalagem e perguntei a alguém dali sobre uma floresta parecida com a minha do sonho. Dei todas as características que fui capaz de lembrar, e com sucesso, obtive uma pista de onde poderia começar a vasculhar em busca de minhas memorias perdidas, a Floresta Allgreen. Não demorei para chegar lá, mas foi quando eu pus os pés na floresta que um segundo fato importante, e ainda mais misterioso me acometeu. Uma voz masculina desconhecida passou a me assombrar, ele falava coisas sem sentido de inicio, mas sua entonação era dura, como se estivesse zangado por algo, e pela forma como se dirigia a mim, o motivo de sua raiva era eu mesma. Caminhando sozinha pela mata, me deparei com outros aventureiros que seguiam a mesma direção que eu, e que pareciam tão confusos quanto. “Será que eles estão aqui pelo mesmo motivo? Não custa nada segui-los, já que estão indo para o mesmo lado...” E sem mais delongas eu segui os outros de longe, até chegar num trecho da floresta que parecia ter sido devastado por uma praga. As arvores estavam apodrecidas e algumas despencadas cheias de fungos, as folhas se desfaziam com o mínimo toque como se tivessem sido queimadas e os frutos podres e mal cheirosos. Mais a frente uma paisagem conhecida, uma pequena clareira com um amontoado de pedras em formatos estranhos, e por fim a mulher que procurávamos bem a nossa frente, conversando com um grupo de pessoas. “Será que ela sabe o que está acontecendo? Pode ter sido ela própria a culpada...” Mas meus pensamentos foram interrompidos pelo clarão, e tão rápido quanto apareceu, o mesmo sumiu e levou consigo o grupo de pessoas, deixando somente a velha Harpista. “Isto está ficando cada vez mais estranho.”

A mulher se apresentou, mas dispensei as formalidade e fui direto ao assunto, eu estava irritada e indignada com aquela situação, queria respostas e as queria já. – Sim, muitas mesmo, para começar quero saber por que andei sonhando com este lugar nos últimos dias? E o que aconteceu com minha memoria? Tem relação com os sonhos e as dores de cabeça que venho sentindo? Você tem relação com tudo isto? – Perguntei de forma bastante incisiva e um pouco grosseira, ignorando os demais que estavam ao meu lado. Mas só depois que descontei toda minha raiva eu notei um pequeno detalhe que havia passado despercebido até então. Um dos que me acompanhava era um homem de pele escura, assim como... “Assim como a voz disse, o negro será um dos primeiros a morrer, mas será que...” Será que aquela mensagem se referia a estes 3 desconhecidos que eu viria a conhecer agora? – E tem mais uma coisa... Que voz é essa dentro da minha cabeça?

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Mensagem por Elsa Dom Nov 30, 2014 8:28 pm

Estar em Lodoss fazia parte de um antigo sonho meu, uma busca por independência e jornada de autoconhecimento. O caminho fora bem objetivo, a Academia de Magia ao norte da grande ilha, um local de ambiente muito próximo do que eu estava acostumada, um local para adquirir mais e mais conhecimento, mas que der repente parecia estar tomando tudo o que eu conhecia. Ao menos fora o que pude imaginar quando os lapsos de memória começaram a surgir. Começaram com coisas simples, explicações, anotações e até mesmo durante as conversas, eram como se durante alguns breves segundos minha mente tivesse sido totalmente desligada e tal sensação se traduzia em constantes dores de cabeça durante as noites de sono. Pensava erradamente que tais sintomas fossem fruto de uma sobrecarga em meus próprios estudos e leituras, uma espécie de mecanismo corporal que indicava para mim que uma pausa era necessária, mas nem mesmo durante o sono parecia ter paz. O mundo dos sonhos parecia cada vez mais real a mim conforme as noites avançavam sonhos estranhos e distorcidos, ambientes confusos, uma velha harpista e uma voz a sussurra docemente.

Os dias se arrastavam com as perdas de memórias cada vez mais constantes e dores de cabeça mais intensas, sentia que o avanço daquilo me comprometia, mas não conseguia buscar por ajuda, afinal de contas, sempre que tentava falar com alguém sobre o assunto, o mesmo fugia a mente assim como partes importantes de minha vida. Um momento feliz, uma pessoa em especial até mesmo minhas manias, o esquecimento por mais que temporário me fazia sentir que os dias possuíam infinitas horas, mas as semanas voavam como grãos de areia em meio a uma tempestade. Os sonhos pareciam mais reais do que as coisas que vivia fora dele, a voz era hipnotizante e fazia-me suar frio até que tudo clareou e imergiu em sombras. Acordava assustada, com os cabelos soltos e suando de medo, tentei chamar por ajuda, mas a voz falhava. Quem deveria chamar? Quem poderia chamar? Não me recordava de nada, buscava em vão na mente alguma coisa, mas tudo estava tão vago e obscuro que só notava formas distorcidas cobertos pela penumbra negra. Tudo havia sumido e estava lá, sentada sobre a cama do dormitório assustada. Era como se tivesse acabado de nascer e vislumbrar o mundo pela primeira vez.

Enquanto todos dormiam, arrumei minhas coisas. Apesar de não saber ao certo se era meus objetos, meu corpo moveu-se de forma inconsciente, pegando cada uma das coisas que estavam próximas de mim. Parti antes da alvorada, em meio a brisa gelada tendo como única fonte de busca as únicas coisas que conseguia manter em minha mente, meus sonhos.

Tais devaneios me fizeram seguir para sul, seguindo o curso do rio até uma floresta morta onde nada aparentava ter vida. Árvores e frutas podres e um caminho que parecia não levar a lugar algum. Embora não recordasse de praticamente nada desde a noite que sai da Academia de Magia, a única coisa que se mantinha viva na memória era a harpista em meio ao cenário grotesco de meus sonhos e a voz sussurrante chamando por mim, declarando uma jura de amor e dando-me o nome de Noiva de Prata. O que seria tudo aquilo? Olhei para o horizonte, onde cinco figuras estavam ao alcance de minha vista. – Quem... – não tive tempo para perguntar, todos sumiam menos uma delas. Era ela, a harpista. – Podia sentir meu corpo tremer conforme ela falava e se apresentava. – Circe... – falar o nome dela era estranho, mas ouvir minha voz também soava da mesma forma. – Por que está na minha cabeça? Por que não me lembro de nada? Por que há uma voz em minha mente chamando-me de Noiva de Prata? – as perguntas vinham como flechas a minha mente. Acalmei-me e a olhei com seriedade. – Conte-me tudo, você já deve saber do por que eu estar aqui.

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Mensagem por Reddo Seg Dez 01, 2014 12:28 am


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#01 - Amnésia
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Ouvir vozes em sua cabeça já era uma sensação que Reddo era bem familiar. Nos últimos quinze anos - desde que foi possuído -, a voz de Azralon ecoava em sua cabeça. Não era constante, mas ela estava lá sempre que a necessidade surgia. Contudo, a voz que estava escultando nos últimos dias claramente não era do demônio, deixando o homem claramente preocupado com a sua sanidade, ou o que restava dela. Para piorar, os constantes lapsos de memória que estava tendo agravavam a situação, principalmente para ele que jamais passou por esse problema. Toda noite quando tentava dormir, acabava por ter dores de cabeça e sonhar com coisas que jamais testemunhou. Aqueles sonhos eram os mais vívidos que ele se recordava, além de que a ligeira sensação de reconhecer os "protagonistas" era frequente. Existia a possibilidade daqueles sonhos serem na verdade as memórias de Azralon, que certas vezes acabavam por aparecer em seus sonhos, sendo também raramente agradáveis. Ousou perguntar para o demônio se ele sabia o que estava acontecendo ou se ele reconhecia algum detalhe, mas acabou recebendo um não, deixando-o ainda mais desanimado e preocupado.

Por fim, após mais uma noite de pesadelos e dores suportáveis, mas incômodas, Reddo abriu seus olhos e percebeu que não estava aonde deveria. Ele estava quase certo que na noite passava escolheu dormir em um celeiro localizado em um pequeno rancho em Hirt, mas quando abriu os olhos estava jogado no meio ao mato, apoiado em uma árvore e ouvindo o incessante cantar dos pássaros. Sua cabeça ainda latejava devido ao estranho sonho, e ele não conseguia achar uma única lembrança que explicasse o porquê dele estar ali. Sonambulismo não era uma opção válida, visto que era impossível ele andar tamanha distância - visto que não parecia ter nenhuma floresta por perto - enquanto dormia.
— Sinceramente... Essa amnésia tá cada vez pior. — Murmurou enquanto ainda tentava se recompor. Ao olhar ao seu redor, ele aos poucos foi reconhecendo o tipo de vegetação e algumas outras particularidades da floresta, chegando a conclusão que só poderia estar em um lugar: A Floresta Allgreen. Aquela não era a sua primeira vez ali devido aos seus longos anos de viajante, logo ele conhecia um pouco da floresta e de seus caminhos. Também percebeu que não estava muito longe da saída da mesma, não demorando mais que uma hora para chegar lá. Porém, quando se virou para ir embora, seu corpo não se moveu. Ou melhor, não quis se mover. Algo em sua consciência dizia que ele deveria ficar; que ele deveria explorar aquela floresta. Após inúmeras tentativas de ignorar aquela sensação, acabou por desistir de contrariar seus instintos e seguiu mata adentro.

Horas se passaram desde que começou a sua caminhada. Cada passo dentro da floresta se tornava mais difícil. A fadiga não era a responsável por isso, visto o físico e o costume de viajar do rapaz. Também não era nenhum tipo de dor, visto que ele não era mais capaz de sentir dores comuns. A cada metro percorrido a voz em sua cabeça se tornava mais frequente. Aquela sensação o estava deixando desnorteado e levemente irritado, e não demorou para que Azralon se manifestasse.
— Por eu não estar no controle do corpo, não consigo ouvi-la. Contudo, a sua condição também me perturba. Saia dessa floresta antes que cause problemas para nós dois. — Disse o demônio. Sua voz não parecia conter estresse ou preocupação, mantendo a sua imparcialidade. A única coisa que ele desejava era evitar qualquer conflito ou problema para si. Mesmo assim, Reddo continuou andando, desta vez ignorando Azralon. Aquela condição já o havia perturbado por tempo demais e depois de vir tão longe ele não desistiria. No entanto, quando ele estava com a impressão que finalmente estava chegando ao seu destino, a voz ecoou mais uma vez em sua cabeça, mas desta vez de uma maneira bem clara. Escutou as palavras com atenção, assustando-se quando ele mencionou a sua avó. Como ele a conhecia? Quem eram as quatro pessoas que seriam mandadas à morte? De quem diabos era aquela voz? Agora, ainda mais atento e preocupado, acelerou o passo, finalmente chegando no que parecia ser a fonte de toda a situação.

Olhou ao seu redor e percebeu que além dele havia mais quatro três pessoas. Aquilo o fez suspirar levemente, pois infelizmente parecia que aquilo não era apenas com ele. Também notou a vegetação ao seu redor, que devido a sua pressa acabou por passar despercebida. Ao contrário da floresta que conhecia, aquela área estava completamente desprovida de vida, como se alguma maldição ou magia tivesse sido usada. Entretanto, o que mais incomodava o homem era a familiaridade que aquela velha, chamada Circe, transmitia a ele. Aquilo o fez cerrar os punhos em uma mistura de ansiedade, curiosidade e ódio - que nem mesmo ele sabia de onde vinha -. Para se acalmar, colocou as mãos em seus bolsos e puxou um de seus cigarros, acendendo levemente com a ponta de seu dedo e dando uma longa tragada, soltando vagarosamente a fumaça. Antes que pudesse perguntar qualquer coisa para a mulher, os outros três já o haviam feito. Vendo tamanha quantidade de perguntas, considerou que seria desnecessário adicionar algo mais, resolvendo esperar pelas respostas para então decidir o que faria.



EDIT: Desculpem pela demora, final de semestre me destruindo hard.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Dez 02, 2014 1:06 am

Se ela notou a intenção de Agro, não deu deixas disso. Antes, apenas sorriu, meio que tentando quebrar alguma tensão possível em seus novos convidados. Suas sobrancelhas se ergueram um pouco (quase nada) quando ouviu "Noiva de Prata" saindo de uma das perguntas de Elsa (assunto, aliás, que a velha não tocou). Circe manteve a compostura e não deixou transparecer nada. Ela de pronto respondeu as questões, num roteiro próprio, incluindo o que achasse necessário no meio.

Vocês estão aqui porque eu os convidei. ─ ela disse. Fez um gesto indicando a região a volta ─ Esse é um lugar de meditação onde me instalei e as pessoas que chegam até aqui ─ uma batida com a mão no chão de pedra ─ são minhas convidadas. Peço desculpas pelo estado da floresta nesse trecho.

Uma árvore podre cedeu, fazendo um estalo seco quando se inclinou como se fosse cair. Mas permaneceu torta, em pé, ainda resistindo.

Estou pegando emprestado a energia desse local. ─ Era difícil dizer ao certo, mas a velha senhora pareceu envergonhada ao falar isso. Ela logo deu um jeito de sair desse estado, retomando suas explicações. ─ Minha fraqueza atual impediu que eu os chamasse de uma forma melhor... tudo que consegui foi contatá-los através de sonhos. Sou uma telepata.

Aquilo respondia algumas coisas. Algumas.

O homem com quem vocês sonharam se chama Slao. ─ Por algum motivo, o olhar de Circe se demorou mais em Agro e depois em Elsa...

Daí ela explicou brevemente que este homem, Slao, era um estrangeiro exilado de sua terra e condenado a uma prisão: Lodoss. O homem escuro dos sonhos fora, outrora, um telepata poderoso. E Circe, nessa história, seria a carcereira de Slao: a simples presença dela na Ilha (naquele lugar oculto de Allgreen) minguava os poderes do homem escuro de modo que ele, por anos, vagou como um homem comum.

Mas algo aconteceu. Slao achou alguma brecha em Lodoss ou um ponto cego nos poderes anuladores da velha senhora. Seja o que for, o homem escuro se aproveitou disso, explorou, descobriu como recuperar seus poderes. Experimentou. Deu certo. Se alimentou. Cresceu.

De modo que agora eu estou fraca, incapaz de contê-lo por mais tempo. E ele já tem forças o suficiente para entrar na cabeça de algumas pessoas. É dele a voz que vocês têm ouvido. E isso só é possível porque ele tem algum tipo ligação com vocês... e é isso que, como guardiã, eu mais temo. ─ Ela engoliu em seco antes de dizer seu medo: ─ Temo que vocês sejam possíveis fontes de energia para ele.

Segundo a hipótese dela, Slao tem se alimentado pouco a pouco das memórias de cada um, se fortificando a partir desse método. Isso explicaria a amnésia que afligia os quatro ─ era Slao, tratando suas memórias como ricas, porém limitadas, fontes de energia. Circe não saberia explicar como Slao traçou uma ligação mental com eles a ponto de vasculhar suas cabeças, roubar memórias e falar diretamente em suas mentes ─ esse último, um acréscimo recente, mas que, segundo Circe, deve ganhar uma frequência maior conforme Slao fica mais forte. E conforme ele fica mais forte... bem, quantas outras pessoas em Lodoss poderiam estar sonhando com o homem escuro montado no cavalo morto?

Aqueles que estavam aqui agorinha mesmo foram buscar ajuda para conter este homem, algo que já não posso fazer sozinha... E quanto a vocês... Não há muitas escolhas, serei franca.

Ela poderia enviá-los exatamente para onde tinha mandado o outro grupo. Ela disse que isso seria uma boa ideia, pois encontrariam uma pessoa que poderia ajuda-los com um simples toque. Mas Circe não sabia ao certo a raiz do problema daquela amnésia. Tinha apenas sugestões.

E algo me diz que tocar vocês pode ter algum efeito colateral... Não sei que tipo de técnica Slao tem desenvolvido. Mas sei que muitas habilidades psíquicas começam através do contato físico, por mais estranho que isso posso parecer. O que quero dizer é que o que vocês estão passando pode ser tão contagioso quanto uma doença, transmissível apenas pelo toque. Então, meus caros ─ ela tentou sorrir, apesar dos pesares. Conseguiu ─ Tudo que posso oferecer à vocês é uma cura alternativa. Algo que vai limpar suas mentes. Se der certo, Slao perde o domínio que tem sobre vocês.

E assim, caso os quatro fossem de fato fontes de energia, Slao perderia forças quando o elo mental fosse rompido. Era uma proposta de dar um só golpe para matar dois dragões.

Ela olhou para o céu, como que procurando por algo. Apontou.

Aquela é a Eala ─ ela se referia à um ponto negro entre as nuvens, lá longe. ─ É uma ilha voadora que está passando por esses céus nessa semana. Eu vim de lá, e Slao também. E a cura de vocês está lá, numa nascente de rio. Águas de propriedades especiais, consideradas como um nepente por antigos. Aquilo eu sei que seria capaz de curá-los. E é essa minha única proposta, peço que a aceitem, por favor.

A árvore de antes terminou de cair e Circe suspirou novamente, cansada. O tempo corria e ela estava enfraquecendo. Em algum outro lugar, um exilado chamado Slao se fortalecia e maquinava, talvez, aquilo que todo prisioneiro sempre deseja: a liberdade. Circe baixou os olhos para os quatro, querendo ser simpática, mas incapaz de esconder a urgência estampada no olhar.

E então?

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Mensagem por Sassa Qua Dez 03, 2014 11:28 am

A mulher logo começou a responder todas as nossas perguntas, mas a impaciência em meu rosto não sumiu até que ela finalmente terminou com as suas gentilezas e disse aquilo que eu queria ouvir. Mas depois que obtive as informações que queria, era como se toda a impaciência e indignação tivessem dado lugar a uma curiosidade e interesse fora do comum. Aquele homem, Slao, parecia realmente poderoso, a ponto de ter controle sobre nossas memorias e poder usar nossas lembranças a seu favor, mas havia ainda uma ultima coisa que ficara vaga demais na explicação dada por Circe. Como este homem havia conseguido tal elo comigo e os demais? Teria eu me encontrado com ele em algum momento de minha vida e não sabia? Ou será que isto tinha a ver com minhas habilidades? Que em muito se pareciam com as dele e talvez as daquela mulher também. “Sabrina, faça o que essa mulher diz, vá até esta fonte, e quando tiver quebrado o elo com ele, procure-o. Acho que já sabe o que fazer a partir daí...” Sim, com certeza eu já sabia o que fazer a partir dali. Um homem com tais capacidades era um homem no qual eu estaria muito interessada em conhecer, e talvez até, repensar algumas coisas, com por exemplo os pedidos de auxilio daquela velha. Mas antes de mais nada, resolvi tirar minhas ultimas duvidas sobre aquela missão de busca na qual estava prestes a me enfiar.

- Esse Slao, por que exatamente ele foi banido? Nada mais justo do que saber de quem se trata e com quem estamos lidando, antes de tentar “confronta-lo”. E mais uma coisa, que garantias eu tenho de que essas aguas podem mesmo tirar este cara da minha cabeça e recuperar minha memoria? – Não que eu estivesse muito afim de enfraquece-lo como Circe queria, mas se tinha uma coisa que eu e Alice não suportaríamos, era estar a mercê de um desconhecido. Se fosse para ajuda-lo a ter sua tão sonhada liberdade, faria isto de outra forma, mas no momento, meu principal objetivo era recuperar meu passado e presente perdidos. – Bom, seja como for. Me leve até Eala, não quero perder mais tempo com isto. – E depois que estivesse onde queria, caso a voz voltasse a me atormentar, tentaria começar um dialogo com ele, se é que isto era possível. “Slao, certo? Pode me ouvir?”

[Considerar essa parte somente se Slao consiguir me ouvir]

“Podemos deixar essa baboseira de ameaças e indiretas de lado e ir direto ao assunto?”

“Não gosto de ter alguém invadindo minha mente, muito menos fazendo a bagunça que você fez com minhas lembranças...”

“Porem, devo reconhecer que suas habilidades são impressionantes. Já deve saber que sou uma ilusionista, e igual a você, também lido com as mentes de meus alvos.”

“Acho que temos muito em comum Slao, inclusive, acho que Circe está perdendo seu tempo tentando conte-lo, ela já está quase morta mesmo.”

“Se estiver interessado, podemos fazer um acordo, que acha? Eu te ajudo e você me ajuda?”


E parei por aí, apenas esperando por suas respostas, e caso fossem positivas, eu as analisaria com cuidado e pesaria na balança, e conforme fosse, tomaria minha decisão ali mesmo.

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Mensagem por Sigurd Qua Dez 03, 2014 1:39 pm

A chuva de perguntas - totalmente compreensiva - que sucederam suas chegadas fizeram por dar uma certa direção à mente confusa do jovem, acalmando seus os nervos, principalmente feitas pela jovem de cabelos negros (aquela que devia matar). Agro, pelo visto, não era o único "perdido" ali e por que deveria matar a jovem se, como ele, ela se encontrava na mesma situação? Partindo dessa lógica, também não tinha motivos aparentes para matar a velha (ainda), afinal desde quando era uma pessoa influenciável?

"...dar ouvidos aqueles que sugerem o mal, quase nunca é a melhor decisão. Todavia não é bom abaixar guarda..."

Um pouco mais calmo, mas não descuidado, permitiu-se analisar melhor o local e aqueles que o acompanhava. Já era um hábito buscar por saídas alternativas em situações como essa, fugir não era uma opção que descartaria ainda. Sua mente buscava assimilar um mix de novas informações, lembranças e cenário enquanto a velha se explicava. Uma tarefa um tanto complicada quando esta com uma dor de cabeça "de matar", diga-se de passagem.

"Slao..." - repetiu em sua mente, tentando buscar alguma lembrança, até então, oculta.

A história havia sido, de fato, longa e era certo que não havia indícios que a mulher mentia referente a tudo. Mesmo que não tivesse certeza, aquele realmente parecia um caminho mais "correto" de seguir. Tudo fazia sentido, mas nesse caso preferiu não se posicionar ainda. "Mesmo que a velha esteja falando quase toda a verdade, ainda podem existirem detalhes enganosos que são capazes de fazer o desfecho ser totalmente diferente" - conformou-se. Não se posicionaria até ter certeza sobre a índole de Cirse.

A primeira a se pronunciar foi a jovem de cabelos negros. Sigurd compartilhava das mesmas duvidas, logo deu enfase na ultima:

- Penso da mesma forma... - Enfatizou. - Palavras são como vento... como prova que não esta mentindo? - Indagou. - Até onde sei, fomos chamados aqui sem nossa aprovação. - Disse, com um resquício de sotaque, começando a se exaltar. - Acredito que raptar aqueles que pretende pedir ajuda não é melhor jeito de convence-los. - Deu um passo em direção a velha, pronto para desembainhar a espada. - Poderíamos muito bem mata-la aqui, vide sua situação, e dar fim a isso tudo. Por que deveríamos confiar em você? Você disse a SUA verdade, mas e a de Slao? Como pode provar que estamos do lado correto? - Não desembainharia a espada por nada que não fosse hostil a esse ponto, mas tocar seu cabo era um sinal de: "não estou brincando". - Me prove que está falando a verdade e terás minha ajuda!

Na verdade, para ser sincero, Agro realmente queria acreditar na velha. Contudo, cauteloso como de costume, não podia aceitar tudo tão fácil assim. Apesar da fala mansa e confiável, ainda existiam detalhes estranhos em todo o enredo. Obviamente suas perguntas e postura hostil eram um estratagema para testar Cirse. Afinal, que mal nos faria a velha? Se tivesse forças para nos matar, ia ela mesma atrás de seu prisioneiro. Se pede ajuda é porque precisa, independente se mente ou não.

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Mensagem por Reddo Seg Dez 08, 2014 9:45 pm


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#02 - Objetivo
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Em alguns minutos a velha senhora explicou tudo o que os jovens perguntaram, dando-lhes detalhes sobre a sua atual condição e o responsável pela mesma: um telepata chamado Slao. Segundo ela, a causa da amnésia e todos os problemas que passou nos últimos dias foram inteiramente causados por ele. O fato de estar sendo usado como fonte de energia o irritava um pouco, mas suspirou fundo e deu uma outra tragada para clarear a sua mente um pouco mais. Ao ouvir sobre tudo que teriam que fazer, Reddo inconscientemente levou as mãos à cabeça, suspirando profundamente. As coisas ficavam mais complicadas a cada segundo, principalmente pelo fato de que ele sabia que não poderia recusar a oferta de Circe, pois pelo que tudo indicava aquela condição só iria piorar. Além disso, um outro motivo que o deixava tenso eram as pessoas que estavam presentes. Reddo nunca os vira, mas poderia tirar algumas conclusões baseadas apenas em seus comportamentos e no que haviam falado para a senhora. Para começar, o único homem além dele não parecia ser do tipo fácil de lidar, já que cada uma de suas palavras e ações demonstrava uma imensa violência e ferocidade. Ele não se espantaria se no meio da missão tal homem acabasse enfrentando alguém do grupo, principalmente em caso de divergência de pensamentos. Em segundo havia uma outra jovem de cabelos negros, que mesmo não tendo se exaltado ou realizado qualquer atitude suspeita, a sensação que ele recebia dela fazia com que até Azralon se sentisse acuado. Ela deveria ser muito, muito mais forte que ele. A última, porém, até o presente momento não havia dado qualquer sinal que Reddo pudesse interpretar, mas ela parecia ser de longe a melhor opção para se aliar caso eles precisassem se dividir.

Por fim, ponderou sobre as coisas que estavam sendo ditas tanto por Circe quanto pelos outros presentes. De fato, considerar cada palavra dela como verdade absoluta seria uma ingenuidade muito grande, mas no presente momento eles teriam que ir até a tal ilha - Eala - para ao menos adquirir mais algumas informações ou, quem sabe, encontrar o próprio Slao.
─ Tenho apenas uma pergunta. Como iremos achar tal nascente? Há algum caminho específico? Você ou alguém irá nos guiar? ─ Disse, dando uma pequena pausa para que ela fosse respondida e então continuou. ─ Também gostaria de saber mais sobre esse "cavaleiro", pois afinal, precisamos saber mais sobre o que iremos enfrentar. ─ Disse, encerrando por ali. Reddo queria começar logo para que aquele incomodo terminasse o mais rápido possível. Era possível que aquela mulher não havia contado tudo para o grupo e, caso ele fosse confiar na voz de outrora, era talvez fosse um perigo muito maior do que aquela amnésia.

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Mensagem por Elsa Seg Dez 08, 2014 11:47 pm

A velha respondia a todas as nossas perguntas. Não pude evitar de me sentir estranha a cada resposta dada por ela. Queria sair dali o mais rápido possível, mas algo me mantinha parada naquele local ouvindo tudo o que era dito. A mesma explicava sobre o local em que nos encontrávamos aparentemente a podridão e desolação do local estavam sendo causados por ela, pela mesma estar usando a energia do local além do fato da mesma se revelar uma telepata. – Então é por isso que surgia em meus sonhos... – sussurrava – Mas então de quem é aquela... – antes que completasse aquelas fracas palavras, a velha respondia como se pudesse notar minha preocupação. Eu a encarei quando os olhos dela se puseram a me observar.

A partir dai se iniciou uma longa história, sobre ela e sobre o tal de Slao que sussurrava em minha mente. Um conto digno de livros de história, Circe era uma protetora e ao mesmo tempo uma carcereira, protegendo todos em Lodoss ao manter os poderes de Slao inutilizáveis. Mas assim como a mais poderosa das correntes está sujeita a ferrugem o prisioneiro de Circe parecia enfim ter encontrado uma forma de escapar de sua prisão, um ponto fraco no poder da velha que o permitiu recuperar seu poder. Enquanto ouvia as explicações da velha, sentia medo da forma como aquela conversa prosseguia. Slao teria uma conexão comigo? Vasculhava em vão na memória escassa mas nada encontrava.

Foi quando ela tratou da amnésia do grupo que ali se encontrava como uma espécie de doença que encolhi o corpo, me abraçando enquanto observava aqueles ao meu redor. – Não existe nenhuma forma de se reverter isso? – questionava antes de ter minha resposta. E então me recordei dos sussurros. – Não vá a Eala... – repetia as palavras de Slao enquanto observava com espanto para cima. – Se formos pra lá...Slao tentará nos impedir, estou certa? Se formos tão valiosos pra ele, certamente perder o controle sobre nós não é do interesse dele. – soltava os braços, relaxando-os. – E se falharmos... se ele conseguir o que quer de nós? O que poderá acontecer se realmente formos uma fonte de energia para ele? – aguardaria a resposta de Circe antes de respirar profundamente e dar um passo a frente. – Parece que não nos resto muita escolha, embora ainda eu ainda tenha a sensação de que você não nos contou realmente tudo. – observaria Circe por alguns instantes assim como a resposta dela as demais respostas para só então tomar uma decisão se iria ou não para Eala.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Dez 09, 2014 5:26 pm

Não muito longe dali, um corvo crocitou

(Vai ver ele está ansioso pela carne da velha... desistam disso e deixem que ela morra logo)

e Circe suspirou uma vez mais, ouvindo as novas indagações. Questões extremamente compreensivas que ela sabia muito bem que surgiriam antes de serem proferidas. Sabrina foi a mais rápida e Circe lhe dedicou um olhar pensativo. Respondeu, meio que já satisfazendo parte das dúvidas de Reddo:

Slao usou seus poderes para o mau. Ele cometeu crimes contra a coroa de Ratharyn, a cidade capital da Eala. Pessoas morreram. ─ Circe baixou os olhos, como que recordando, como que atingida por um luto súbito. ─ E por isso ele foi capturado e julgado como culpado. Eu era uma serva da coroa, mas mesmo assim não soube todos os detalhes do julgamento, o que foi decidido e o porquê. Mas decidiram não matar o homem e sim exilá-lo. Foi a vontade de Erek.  

Ela ergueu os olhos novamente. O luto não estava mais lá. E sobre a garantia da provável cura, Circe apenas ergueu um pouco os braços, abertos, as mãos fazendo um convite de “venha até aqui”. Quase como se ela quisesse um abraço, ou simplesmente pegar Sabrina pelas mãos. Um sorriso apareceu em seu rosto cansado, seus olhos piscaram lentamente. E a postura permaneceu a mesma quando Agro disse o que disse. Em resposta:

Me matar não irá resolver o seu problema. Talvez em menos de uma semana você fique louco, deslocado, pela falta de memória. ─ E ela fez novamente o gesto com as mãos. “Venha, venha”. ─ Eu não queria chegar a isso, pois, como disse, pode haver efeitos colaterais. Mas talvez seja o único jeito de eu convencê-lo mais do que minhas palavras. Venha ─ chamou, olhando Agro. ─ E você também, se quiser ─ outro convite, para Sabrina. ─ Me deem as mãos e levarei vocês para dentro de minhas memórias. E verão o que sei, verão a verdade.

Agro:

Ela ainda permanecia sentada, as mãos abertas convidando um aperto amigo.

Vocês dois. ─ Um olhar para Reddo e Elsa. ─ Venham também, caso tenham dúvidas.  

Reddo, pragmático, quis saber mais. Circe acenou um positivo e disse:

Não posso deixar esse local, então irei teleportá-los para lá. ─ Ela deu uma olhada para o céu, fitando a ilha lá longe.

Então ela explicou brevemente que ainda tinha energias para remanejá-los exatamente no espaço, fazendo com que ressurgissem do teleporte nas proximidades do rio, que se chamava Corrente Sena, ou apenas rio Sena. Tudo que teriam de fazer era seguir pela margem, até a nascente, que, segundo ela, ficava próximo de uma... árvore gigante.

Eala possui uma enorme árvore em seu centro. Vocês seguiriam o rio na direção da árvore, e encontrariam a nascente.

E sim, ela poderia teleportá-los direto para a nascente. Mas não o faria por temer o que poderia ser encontrado naquelas regiões, nas extremidades místicas da árvore gigante ─ que ela chamou de Forja. Então, resumindo, ela os levaria até um ponto aberto, livre de perigos ou civilizações próximas, de modo que poderia seguir viagem com maior tranquilidade, sempre de olho no terreno a frente e tendo a árvore gigante como referência.

Na época em que fui lá, tempos atrás, não havia nada de especial. ─ Ela disse, baixando os braços um pouco, pois já deveria ter se cansado de ficar com eles erguidos. ─ A nascente fica numa área florestal, árvores de pinheiros. Se bem me lembro, a água jorra de uma pedra negra. E, aliás, a própria água, naquele ponto, é escura feito piche... ─ Ela ainda olhava para Reddo, somente. Piscava lentamente. ─ Tudo que você precisaria fazer é colher um pouco daquela água, com isso aqui.

Então ela esticou o braço e pegou a cuia que estava logo ali perto. Era uma cuia como qualquer outra, pequena, redonda, de barro envernizado, daquelas que ostentam frutas nas mesas de famílias nobres. Levantou o item na altura dos olhos.

A água, colhida com essa cuia, se tornará vermelha e própria para a cura de enfermidades, todo tipo de enfermidades... Eala possuiu um clã antigo de artesãos arcanos. Eles eram peritos na arte de confeccionar itens com alguma utilização mágica. Essa cuia é um desses itens. Assim como essa faca. ─ Ela baixou a cuia e pegou a faca que estivera perto da fogueira apagada. Era uma faca comum, feita de pedra, um gume afiado, o cabo revestido de tiras de couro. ─ Essa faca pode trazê-los de volta. Basta cravá-la no chão que ela vai criar um círculo de teleporte. E quem estiver dentro, viaja de volta.

Reddo:

E quando Elsa falou, Circe suspirou mais um pouco, como se pudesse entender completamente a jovem. A velha senhora piscou... e passou a mão nos olhos e depois a encarou ao responder.

Sim, Slao tentará impedi-los, de alguma forma. Agora mesmo ele está fazendo isso. ─ Uma olhadela para Agro e depois Reddo... Ela tornou a olhar Elsa, piscadas lentas... o olhar ficando meio estático na direção da loira. ─ Mas ele está aqui e não pode deixar Lodoss. Ainda não pode. ─ Slao não iria atrás deles... mas ainda assim poderia estar com eles, era isso que ela queria dizer. ─ Se vocês falharem, ele termina de recuperar suas forças e vocês irão perder pouco a pouco a memória, até deixarem de ser. ─ Ela passou de novo a mão nos olhos e tornou a olhar estaticamente para o grupo, agora sem enxergar, os olhos esbranquiçados. Tossiu. Ouviu-se o estalo de um galho se separando de um tronco e o corvo crocitou de novo. A floresta estava morrendo e ela também. Fechou os olhos, finalmente aceitando que estava cega. ─ Não sei quais os planos de Slao, mas ele não pode se recuperar.

Ela falou isso com uma força que não demonstrou ter em nenhum instante anterior. E as cartas estavam todas lá, viradas sobre a mesa: aparentemente, todos tinham coisas ─ a memória, inicialmente ─ a perder com o triunfo do homem escuro.

Elsa:

Até mesmo a função do outro grupo ─ aquele que esteve ali um pouco antes ─ poderia ser de pouco valor se Slao terminasse de sugar por completo suas fontes de energia...  

Circe ergueu os braços de novo, as mãos abertas, chamando. Era a garantia que ela poderia dar. A garantia de que falava a verdade.

E quem aceitasse pegar a velha senhora pela mão, teria instantaneamente a visão

Spoiler:

Sabrina:

off:


Última edição por NR Sérpico em Sex Dez 12, 2014 10:39 am, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Forum de férias, remoção do prazo de postagem.)
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Mensagem por Sassa Qui Dez 11, 2014 1:21 pm

Um criminoso assassino? E porque poupa-lo? Às vezes eu ficava me perguntando, por que os reis e autoridades são tão molengas? Era incrível como as pessoas tinham o poder em mãos, e deixavam que as coisas acontecessem debaixo de seus narizes, e no fim, quem pagava eram os que estavam abaixo dele. Provavelmente os planos desta velha não eram o de passar o resto de seus dias aqui, muito menos morrer aqui neste lugar, longe de tudo e todos, longe dos familiares, amigos e conhecidos. “Destino ingrato, mas infelizmente é só isso que aguarda aqueles que possuem um bom coração.” E foi por isso que há muito eu havia abandonado o meu, mesmo não lembrando exatamente o porquê, mas a própria realidade nua e crua tratava de me lembrar o porque eu escolhia ser do jeito que era. Mas uma coisa ainda me deixava muito intrigada naquela historia, como a pessoa que era responsável por manter este homem exilado aqui na ilha, não saberia tudo sobre ele? Será que seus superiores eram tão ingratos, a ponto de nem ao menos dizer a esta mulher o porque de estar gastando seus dias de vida aqui? E logo veio o convite de Circe para que víssemos a verdade com nossos próprios olhos. “Mas como terei certeza que é verdade? Até onde sei, posso alterar a realidade com um simples olhar, quem me garante que estes dois, Slao e Circe, não farão parecido?” E as duvidas ficavam cada vez maiores e mais fortes, mas ela não cessou em tentar.

E continuou a responder as duvidas dos demais, seus braços cansaram no processo e ela cessou o pedido, por ora. Quando ela disse algo sobre nos levar a um lugar seguro longe da nascente e da civilização, mais uma duvida surgiu e se uniu às outras dezenas. “Será que há pessoas vigiando o lugar? Ou monstros rondando a arvore?” E a cada minuto que se passava, minha vontade de continuar com aquilo minguava mais e mais. “Sabrina. Perca tudo, mas não perca quem você é... Recupere nossas memorias, esqueça esse homem, ele não pode nos dar o que queremos...” Não pode? Ou será que Alice estava apenas se desesperando demais por tão pouco? A possibilidade de vir a perder ainda mais nossas memorias não estava descartada, e pior, o homem continuava a nos atormentar, antes que a mulher terminasse seu valoroso discurso, eu ouvi a resposta de Slao em minha cabeça. “Realmente, não estou em posição de fazer nada, por enquanto... Mas nada me impede de ir até o tal Rio Sena e beber das aguas para me livrar de você... Quero apenas pedir algo, que sei que você pode me dar, em troca de algo que eu posso fazer por você. Quero um pouco de seu conhecimento, suas habilidades tão incríveis que assustam até aqueles que estão lá em cima na ilha. E em troca... Posso garantir que nenhum destes 3 que estão comigo beberão da agua do Sena.” Por fim, a mulher estendeu suas mãos novamente, como se quisesse nos abraçar, mas desta vez não disse nada, apenas esperou que entendêssemos o gesto e aceitássemos o convite.

Levantei minha mão esquerda lentamente, ia de encontro à dela, e antes de tocar sua pele, parei. Pensei duas vezes. E o fiz. As visões vieram como se fossem sonhos, muito parecido com o que eu fazia em minha habilidade. E a primeira coisa que vi foi uma jovem de cabelos negros, linda, segurando uma harpa em uma pequena clareira na floresta. Aquela era Circe? Sim, a semelhança era inconfundível, era ela quando mais nova, mas... 15 anos? Esse fora todo o tempo que se passou? Teria Slao culpa pelo envelhecimento precoce dela? Sim, era o que ela mostrava, mas não diretamente. Seus contínuo esforço para minguar a força de Slao acabara por drenar até mesmo sua energia vital, e com isso, ela envelheceu muito mais rápido do que deveria em tão pouco tempo, e como um ultimo ato desesperado, ela pegou a energia da floresta ao redor emprestada para chamar a nos. Depois a paisagem mudou de repente, estávamos numa floresta um tanto sombria, eram pinheiros? Uma mulher corria esbaforida pela mata com uma menina nos ombros. Menina esta que parecia já não estar mais neste mundo, mas estava, mesmo que por muito pouco. A jovem, mesmo que agonizando, ainda tinha forças para segurar um jarro de barro, como aquele que Circe nos mostrou há pouco. Elas chegaram na margem do rio, a criança ficou deitada na grama, tinha poucos minutos apenas, enquanto a mulher corria para o rio com o jarro em mãos. As aguas eram negras como piche, e corriam de uma fenda numa pedra negra estranha. A mulher tirou uma porção da agua com a cuia e a deu a menina, e esperou. Esperou poucos segundos, e lá estava ela, estava bem novamente, Circe estava viva e curada. E voltamos à realidade.

Demorei alguns segundos para absorver tudo, mas as coisas começavam a fazer um pouco mais de sentido agora. – Me leve logo para este lugar, Eala. Já perdemos tempo demais aqui, quem sabe o que este homem pode fazer com nossas mentes a longo prazo. – E sim, minha preocupação era maior, principalmente caso Circe morresse antes de conseguirmos completar nossa missão. Será que os poderes dele aumentariam a ponto dele poder fazer mais que roubar simples memorias? Eu não queria ficar e descobrir.

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Mensagem por Sigurd Qua Dez 17, 2014 12:20 am

Ao longe, um corvo deu boas vindas à companhia dos atônitos. "Talvez esteja com fome, a velha lhe parece uma refeição? Não, talvez seja apenas o instinto. Ele sente o cheiro de morte iminente" - pensou, como se falasse com sua própria consciência. - "Por que ainda não a matei?" - indagou a si mesmo, enquanto a velha se explicava. Estava ficando cada vez mais confuso, já não sabia se suas ideias eram pensamentos próprios ou recomendações de Slao. Levou uma das mãos a cabeça, em desespero, enquanto os ouvidos ainda escutavam as palavras da velha. A espada estava abaixada, esquecida.

- Sai da minha cabeça... - Resmungou, quase chorando. Não estava acostumado com alguém invadindo sua mente, desvendando seus segredos e analisando seu passado. Não sabia se realmente tinha feito tudo isso, mas quem prova que já não fizera?

"Uma semana..." - pensou, escapando uma risada triste. "Talvez não dure um dia".

- Sai da minha cabeça... - Resmungou novamente, quando pôde compreender claramente o homem falando consigo. A voz do rapaz indicava a dor daquilo e Cirse saberia que, naquele momento, estavam sofrendo com as palavras de Slao. - Você não me controla, não me controla - Sussurrou, suando frio. Tentava prestar atenção na velha, enquanto ignorava o homem.

- Chega! - Falou, por fim, agarrando a mão da velha. A garota de cabelos negros também o fizera. A espada ainda estava na outra mão, apontada para o chão.

Logo, um filme veio em sua cabeça dando enfase a verdade da velha. Se lembranças podiam ser manipuladas, Agro não sabia, mas com certeza aquilo era o bastante para ganhar sua lealdade. Voltar a realidade havia sido como acordar de um pesadelo: assustado e com a respiração pesada. Todavia a experiencia fizera com que colocasse a cabeça no lugar de uma vez. Naquele momento observou melhor a velha: seus traços, seus cabelos, seus olhos cegos... ela estava morrendo, podia sentir sua energia esvair-se. O que havia acontecido com aquela jovem Cirse do sonho?

"Slao..." - disse, uma voz, em sua mente. Porém, dessa vez, sabia que era sua consciência lhe dizendo o lado certo para escolher.

- Minha lealdade é sua, senhora. Acredito em você. - Disse calmo, pela primeira vez, enquanto embainhava a espada novamente. Todavia, uma nova ideia começava a incomodar:

"Se Slao tem toda essa influencia nos outros como tem em mim, pode ser apenas uma questão de tempo até que alguém se rebele." - preocupou-se.- "...E algo me diz que será a garota." - Fitou a garota de cabelos negros, por um segundo. Afinal, que Slao tentaria nos colocar contra a velha era compreensivo, mas porque contra um dos outros? Não seria mais fácil nos colocar todos contra a velha? O que essa garota tinha de especial, além da boa diferença de poder comparado a si mesmo(sentido pela habilidade passiva)?

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Mensagem por Reddo Qua Dez 17, 2014 5:30 am


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#03 - Decisão
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Um assassino banido de sua terra natal. Essa era uma situação bastante comum em qualquer sociedade, tendo como referencial o próprio reino de Hilydrus e as suas diversas punições para criminosos que cometessem tal crime. Contudo, a parte que mais chamou a atenção de Reddo não foi o motivo pelo qual Slao foi exilado, mas sim a punição que recebeu. O simples fato dele ter matado mais de uma pessoa - várias caso queira considerar o pior cenário na fala da velha - já seria o suficiente para garantir uma severa condenação, mas no caso daquele homem tais crimes ainda foram direcionados contra a - supostamente - mais alta autoridade dentro de sua terra. Em casos dessa magnitude, a morte do indivíduo seria a menor das penas. Mas, curiosamente, Slao foi apenas expulso e forçado a vagar em Lodoss, sem aparentemente nenhuma outra limitação senão o bloqueio de seus poderes. Essa situação em si não fazia sentido, pois além dele ter recebido uma pena extremamente branda em comparação ao seu dito crime, o fato das autoridades terem também condenado a Circe intrigava o rapaz, pois com os seus poderes seria muito mais interessante mantê-la por perto do que designá-la a conter um criminoso que poderia ser facilmente eliminado... Isto é, se ele pudesse ser morto. Essa inconsistências pairavam em sua mente enquanto ele tentava achar algo nas falas da mulher que pudesse justificá-las. Antes que pudesse chegar a alguma conclusão, ela chamou os quatro presentes para "acessarem" as suas memórias. Reddo hesitou por alguns segundos, pois para alguém como ela fabricar tais memórias seria algo trivial. No entanto, a falta de opções e informações o fez aceitar.

De fato, as imagens que viu a partir daquele momento puderam, mesmo que de leve, clarear um pouco as suas dúvidas. A primeira parte deveria retratar o momento que Circe se tornou definitivamente a carcereira de Slao. Nessa memória, o que mais impressionou ao rapaz foi o grande fardo que era conter o criminoso. Se ela fosse verdadeira, apenas quinze anos se passaram desde o início do exílio dele. Em pouco mais de uma década, a energética jovem que chegou naquela floresta estava praticamente em seus últimos dias antes que aquilo esgotasse a sua energia vital - situação que era confirmada pelo quanto que ela envelheceu em poucos anos. Reddo parou e olhou para si mesmo, soltando um leve sorriso irônico. Na mesma época ele tinha os seus vinte e dois anos, mas ao contrário de Circe a sua situação o forçava a manter o mesmo corpo e aparência de quinze anos atrás, com apenas algumas poucas mudanças. Outra coisa que lhe interessou foi o homem que estava com ela. Quem era ele e qual seria a ligação entre os dois? Por fim, o cenário mudou e pelo que tudo indicava o jovem agora estava ainda mais no passado. Por algum motivo uma jovem Circe estava no que parecia ser seus momentos finais, mas bastou um único gole daquela água para que ela ficasse completamente curada. Caso aquilo fosse verdade sem dúvidas a causa de suas amnésias seria removida, e talvez a sua condiç... Não, isso já seria impossível.

Quando a ilusão finalmente terminou, a velha logo se prontificou a responder a primeira pergunta feita pelo rapaz. Pelas suas palavras, não haveria problema algum na jornada dos quatro até a fonte, mas algo assim era utópico demais para acontecer, e tal pensamento foi confirmado segundos depois. De repente, a mesma voz de antes ecoou na cabeça de Reddo, fazendo-o levar uma mão até as sua testa. Sentiu uma forte tontura, que o fez recuar um passo antes de ouvir a mensagem por completo. Naquele conflito de dúvidas, hipóteses e argumentos, era difícil decidir em quem acreditar e no que fazer, fazendo com que Azralon se manifestasse.
"─ Depois de ter chego até aqui, recuar agora também seria algo indesejado para mim, principalmente se você for se tornar uma casca vazia daqui à alguns dias. Não confie em nenhum dos lados; seja essa mulher, o assassino ou seus possíveis 'aliados'. Quando chegar lá em cima, vá em busca das respostas que deseja e logo saberá quem você deve ajudar ─" Disse o demônio, logo voltando a se silenciar. Ao recuperar a sua postura, o homem respirou fundo. Realmente, ir para a tal ilha era a única opção disponível para ele caso ele ainda quisesse permanecer são... Porém, o que ele faria quando chegasse lá em cima era uma história completamente diferente. No momento, ele só precisava de uma maneira de subir. ─ Tudo bem, Circe. Você pode contar com a minha ajuda. Nos mande logo para lá, pois quanto mais rápido terminarmos isso, melhor será para todos nós. ─

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Mensagem por Elsa Qui Dez 18, 2014 12:14 am

As memórias de Circe tomavam todo o espaço vago de minha mente, o coração apertava e a respiração se tornava pesada conforme tais lembranças percorriam minha cabeça, revelando a mim uma história incrível. Ao fim daquela visão, refleti em silêncio sobre o que acabava de visualizar. – Continuo tendo dúvidas...mas preciso tomar um partido nessa situação. Do contrário, jamais irei escapar de minha atual condição. – meu olhar varria o terreno fétido e morto como se procurasse por alguma outra saída, mas não havia. A voz de Slao voltou a surgir em minha mente. – Não quero ganhar nada e muito menos perder, saia da minha cabeça, deixe-me em paz! – levava uma das mãos a cabeça enquanto fechava os olhos, a voz do homem incomodava, doía de uma forma que nunca poderia imaginar. – Eu quero voltar a me lembrar...de tudo! Nada de escuridão e dessa sensação de vazio que me atormenta toda vez que tento me lembrar de algo. – lamentava em pensamento.

Circe já havia falado sobre o que deveríamos fazer caso decidíssemos ir para Eala, apesar de ser literalmente um tiro no escuro, cedi ao pedido de ajuda da velha. – Tudo bem, eu aceito sua oferta. Leve-me para Eala. – dizia com determinação na voz, enquanto estendia a mão em direção a faca. Tentaria ficar com a mesma para poder encarar os possíveis desafios que encontraria em Eala. Caso já estivesse em posse de outra pessoa, tentaria levar a cuia, mas não me importaria de ir sem nenhum dos dois para a terra acima de nós. – Tentarei impedir Slao com todas as minhas forças. – diria a Circe com um sorriso tímido. Só então dava um pouco de atenção a meus cabelos, segurando-os e começando a fazer uma longa trança enquanto pensava. – Seja lá o que me espere...não irá me impedir de recuperar meu bem mais precioso.

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Mensagem por NR Sérpico Qui Dez 18, 2014 4:25 pm

Um tipo de choque rápido ─ foi o que sentiram quando tocaram Circe, antes das visões começarem... Provavelmente era o tal de efeito colateral. Nada preocupante. Por enquanto.  

E agora o grupo parecia ter chegado num consenso. Circe sorriu com aquilo. Tateou em volta e pegou a cuia, a ergueu a frente do corpo e entregou para Agro. Já a faca foi entregue à Sabrina.

É a volta de vocês, lembrem-se disso ─ disse, sobre a faca. ─ Mas é possível conseguir outros meios de voltar caso a faca se perda. Agora a cuia, essa sim é única... Aquelas águas possuem propriedades diversas. Ela pode ser tanto veneno quanto cura. E será cura apenas se colhida com a cuia. ─ Ela voltou a tatear em volta até reencontrar sua harpa. Algumas cordas estavam partidas mas mesmo assim ela conseguiu fazer um ou outro acorde. ─ Boa sorte. ─ disse, antes do mundo ganhar luz e depois virar um breu.

E provavelmente ela já deveria estar cansada demais para usar uma magia como aquela. Pois a promessa era levá-los juntos para algum ponto do tal Sena, o rio que tinham de seguir. Mas não foi onde acordaram.


Agro/Elsa
Foram acordando aos poucos. Alguém assobiava uma melodia que fazia eco no ambiente.

Elsa sentia o cheiro de suor enquanto algo grande a carregava sob um ombro. Era o cheiro dele, do gigante. Ela estava grogue, mas foi logo recuperando a consciência a ponto de discernir que estava sendo carregada por um homem grande.

Agro também estava naquela cena... Suas costas estavam meio úmidas por causa da lama no solo e ele raspou a nuca numa pedra de modo que saiu do transe do sono com isso. Sim, ele estava sendo arrastado, um pé seguro na mão enorme do homem enorme que caminhava a sua frente. Ele viu Elsa sob o ombro do gigante e Elsa, olhando em volta, viu Agro sendo puxado.

Pequenos cristais enraizados nos cantos baixos das paredes emanavam um mínimo de luz para ver o lugar ─ uma caverna. O chão era de terra fofa, mas no momento estava molhada e muito próxima de um total lamaçal. O teto era alto, 4 metros no mínimo ─ o suficiente para o gigante e seus 3 metros caminhar impunemente. Ainda assim o homem andava meio curvado, como que querendo evitar bater a cabeça em algum lugar.

Ele parou de assobiar.

Livre do eco da melodia, agora era possível ouvir o som de água e o mugir de ovelhas, talvez cabras. Esse último som estava ficando mais alto conforme o homem deixava o túnel e adentrava numa grande área circular ─ em contra partida, o som da água ia ficando para trás. O lugar fedia a ração, bosta e sugeria também ter muita gente confinada ─ no caso, gado. Havia bois, cavalos, ovelhas, cabras. Cada grupo separado com cercas improvisadas.

As ovelhas pareciam inquietas e o gigante fez um “Shhhhhh”, pedindo silêncio.

A comida já vem. ─ ele disse, grave, sua voz silenciando as ovelhas instantaneamente.  

Mas não, a comida não era nem Agro nem Elsa, pois o gigante os deixou num dos cantos da ampla sala. Meio que terminou de arrastar Agro pra que esse ficasse perto da parede e depois pousou Elsa com cuidado não muito longe do outro. A essa altura os dois já estavam completamente acordados, mas o gigante não percebeu. Havia pouca luz ali e ele não ficou reparando na face dos dois, apenas os deixou ali. Além disso, o dito cujo tinha apenas um olho. Sim, um ciclope.

De um lado da sala ficavam os animais e do outro (onde Agro e Elsa estavam) ficavam pedaços de madeira, uma estátua de um metro de um homem gordo, palha amontoada, carvão amontoado, areia amontoada, um elmo, um estilingue, um chicote, uma tiara (que refletia a pouca luz do ambiente, demonstrando ser de algum material nobre como prata), uma clava enorme e umas cinco peles que deveriam servir como cobertas.

O gigante se afastou, indo por onde chegara com os dois. As ovelhas fizeram o seu som de novo e ele respondeu com outro “Shhhh”.

Já volto. ─ disse ao longe, a voz ecoando pela caverna. Tornou a assobiar. Iria pegar alguma coisa e voltar pra lá logo mais.


Sabrina
Deixa a moça dormir Miriam, pelo amor de Erek! ─ Uma voz de homem.

Eu não fiz nada, pai. ─ Uma criança. Menina.

Ela fez sim. ─ Um adolescente. ─ Daqui eu vi, pai. Ela tava puxando os cabelos dela.

Miriam! ─ O homem de novo.

Não tava puxando nada seu mentiroso! Pai, o Dave mente!

Sabrina acordou com essa conversa. Meio que tinha sentido uma mão pequenina em seus cabelos, mas não tinha certeza. Abriu os olhos devagar, como que temendo a luz, típico de quem dormiu muito. Era mais ou menos essa a sensação: de ter dormido muito. Mas não havia uma luz direta em sua face para doer nos olhos. Era tarde e o sol já estava baixo (fato curioso, já que era meio dia quando estava em Algreen).

Ela que mente, pai! Olha só pra ela. Tá escrito “culpada” bem ali.

Eu não tava puxando coisa nenhuma, não tava, não.

Tá bom crianças, chega. ─ O homem, o pai, assumindo o controle. ─ Parem de brigar, certo?

Sabrina chacoalhava de leve. Logo foi percebendo que estava num veículo, numa carroça. Alguém estava ao lado dela na carroça (Miriam) e outra pessoa (Dave) trotava num cavalo, um pouco mais atrás da carroça. O pai conduzia o veículo.

Pai. ─ A menina, subitamente entrando em outro assunto ─ Por que que ela tava dormindo no meio da estrada?

Não sei filha. Vai ver ela

Um vento soprou forte, interrompendo o homem. Poderia ser só isso mas não era: o vento, mais forte do que deveria ser, fez com que Sabrina sentisse a gravidade perder forças por um tempo. A menina gritou e o adolescente chamou por seu pai. Os cavalos que guiavam a carroça relincharam, confusos, pois o veículo estava saindo do lugar, sendo empurrado de lado, ficando, agora, sobre duas rodas.

O vento deu mais um sopro súbito e a carroça terminou de virar, sendo atirada para os limites da estrada, de encontro com rochas de um metro que ficavam emparelhadas fazendo um tipo de barricada que separava a estrada segura de um precipício rochoso que vinha logo além. Certamente, sem aquelas pedras a carroça teria sido atirada longe, mas como ela deu com as pedras, acabou por não voar e se destroçar no precipício.

O mesmo, no entanto, não poderia ser dito de Miriam, que foi atirada além dos limites daquela estrada, rolando pelo precipício. Sabrina sabia disso porque também foi atirada da carroça, mas se segurou em alguma coisa (um galho velho de uma raiz que brotava da terra) e não rolou para baixo. Era uma queda longa, íngreme, de modo que a pessoa ia rolando e rolando pelas pedras até chegar num rio, lá embaixo.

Miriam estava rolando, mas sua roupa pregou numa daquelas raízes (ou numa pedra, era difícil ver) e ela parou sua descida para a morte. Estava consciente e chorando muito. Era possível ver sangue em sua testa, em suas roupas. As roupas, aliás... fizeram um som de rasgar, anunciando que logo mais cederia ao peso da menina e a entregaria de novo à gravidade, que queria muito fazer Miriam rolar por mais uns 30 metros, se machucando e batendo a cabeça em algumas pedras até chegar, morta, no rio.

Pai! ─ Era Dave, lá da estrada. Aparentemente o vento atingiu só a carroça.

Sabrina estava a cerca de quatro metros abaixo do limite da estrada, se segurando. Ouviu um homem dizer, lá encima:

Cara, não precisava ter feito um vento tão forte assim!

Foi mal. Me empolguei.

E uma terceira voz disse:

Anda, vamos pegar os cavalos.

Sai fora. ─ Era a voz de Dave. Seguiu-se um som de agarrar e então Dave arfou. ─ Sai fora seu ladrão de merda!

Um cavalo relinchou e algo (Dave) foi atirado no chão.

Por que não ventou no menino também? ─ perguntou o primeiro.

Daí o cavalo voaria junto, gênio. ─ Respondeu o terceiro, no lugar do segundo. ─ Vamos, peguem os outros dois animais.

O cara da segunda voz disse:

Antes, deixa eu ver essa altura!

E Sabrina ouviu passos para perto do limite da estrada. Daí olhou para cima e encontrou os olhos de um homem loiro com barba por fazer e um sorriso debochado estampado. O homem deixou de sorrir quando compreendeu que tinha alguém vivo se segurando e olhando direto pra ele. Ele murmurou, depois de um tempo:

Pessoal...

Lá embaixo, Miriam tossiu e chorou e engasgou. Sua roupa rasgou um pouco mais.


Reddo
Acordou. Estava deitado em algum lugar mais ou menos escuro, sob peles quentes que forravam o chão de pedra. Seu corpo doía um pouco, como se tivesse feito atividade física no dia anterior. Estava nu, as roupas estendidas ali perto, ao alcance da mão. E havia um perfume no ar, um cheiro selvagem e ao mesmo tempo agradável.

Então ouviu um muxoxo. Era uma canção, cantada em muxoxo, entoando da garganta da mulher.

Reddo piscou, para ter certeza do que via. Sim, tinha uma mulher ali perto, sentada de costas para ele ─ costas brancas, com uma grande pinta na altura do ombro esquerdo, detalhe que só foi possível ver porque ela estava com os cabelos nas mãos, os penteando com os dedos delicados. Ela percebeu que Reddo acordou e se virou para ele, jogando os cabelos (brancos, encaracolados) para as costas e se levantando graciosamente no processo. Era jovem, bonita e seu corpo esguio estava livre de roupas. Caminhou até ele sem nada dizer, ainda entoando sua canção, como se fosse uma cantiga de ninar.

Parou de cantar quando chegou ao lado de Reddo.

Oi. ─ Ela disse e sua voz era música. Ela manteve a boca vermelha entreaberta e Reddo foi capaz de sentir seu hálito de hortelã. Foi capaz também de ver a coleção de sardas que ela tinha nas bochechas e entre os seios. Os seios... pequenos e redondos como maçãs, os bicos duros, excitados. Reddo sabia disso pois estava com uma mão sobre um dos peitos dela, um movimento involuntário que, quando notou, já estava em andamento.  

Ela atacou Reddo com um beijo, primeiro como se fosse apenas um toque de lábios formal, tímido. Depois um beijo de verdade, a língua dela trabalhando com agilidade. O gosto dela foi enchendo a cabeça de Reddo, o perfume nos cabelos daquela mulher estava nublando seus sentidos. Reddo se sentiu pronto ─ sabia exatamente o que fazer a seguir. Não há quase nenhum raciocínio em sua existência. Há apenas o prazer quando ela o monta, quente e molhada, lá embaixo. As mãos de Reddo estão involuntariamente sob aquelas coxas macias que abraçam seu corpo. Então ela se contorce, lenta, em suspiros, falando coisas em línguas estranhas conforme atinge ritmos frenéticos a ponto de fazer com que Reddo termine a jornada inflamada mais cedo do que realmente queria.

Ambos estão arfando agora e ela se deita, ao lado de Reddo, repousando a cabeça em seu peito.

Ele vai se recuperando aos poucos. Ainda é difícil pensar e a garganta está seca, mas Reddo consegue ao menos ler o ambiente em que se encontra: parece ser uma caverna. Há uma única saída, que é um tipo de corredor rampa, subindo. De lá vem um pouco de luz, mas o que realmente ilumina a sala são velas acesas espalhadas pelo chão. Há plantas nas paredes de pedra e um constante silvo de vento, que vem da entrada, como se ali fosse um lugar aberto ou alto ou as duas coisas.

Você não é daqui, né? ─ Reddo ouve a voz dela, suave. ─ O que um estrangeiro perdido, como você, procura na enorme Eala? Aproposito ─ Ela levantou a cabeça, pra poder olhar ele ─, me chamo Cali. E você, estrangeiro, como se chama?

Reddo esteve muito perto de raciocinar mais sobre o lugar, mas sustentou o olhar de Cali quando esta falou com ele e... de repente sentiu vontade de mover uma mão até o rosto dela afim de afastar um pouco os cabelos, para ver melhor aquele rosto. E meio que se sentiu compelido a responder solenemente as questões da mulher, como se não fossem coisas importantes, pois a própria Cali era mais importante e só o toque dela parecia lhe convencer disso.

Será que um dragão comeu tua língua. ─ E deu um risinho enquanto se movia até beijá-lo de novo só para comprovar: ─ Não. Ela ainda está aí.

E aguardou suas respostas.


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Mensagem por Sigurd Seg Dez 29, 2014 10:49 am

Apesar dos pesares, aparentemente, um equilíbrio se instaurava entre aqueles ali presente. Agro, menos aflito, podia captar o verdadeiro clima ostentado: apreensivo, suspeito e temoroso. Não tinham outra opção, afinal; era nítido que Slao fazia tão mal para eles quanto para Agro. Aquele era um jogo - compreendia, enquanto a velha sorria para o sucesso de sua missão. Na verdade, não tinham outra opção, a questão era quanto tempo durariam até aceitar a condição em que se encontravam. O caminho que tomassem não faria diferença, o fim seria o mesmo.

" Uma ideia triste, afinal..." - reconheceu em pensamento.

Todavia, não estava em condição de lamentar. Sua missão estava pra começar e precisava ter a cabeça no lugar. Ainda não saía de sua mente a possibilidade de algum de seus "companheiros" desertassem da missão e traísse o grupo. Desconfiado, fitou a mulher de cabelos negro mais uma vez. Para ela havia sido entregue uma faca mágica que garantiria a volta de Eala. Para Sigurd, uma cuia que serviria de recipiente para as águas do rio negro (nome, cujo o próprio jovem dera quando a velha lhes deram a descrição) onde se curariam. Por fim, já era hora de seguirem e com apenas um acorde, tudo virou luz seguida por uma escuridão sem fim.

Quando acordou, tomou um baita susto. Não sabia quanto tempo ficara desacordado, tampouco quanto tempo viajara. Todavia, esse não era o pior. Na verdade, demorou um certo tempo para tomar tais detalhes em consideração. Estava mais preocupado com o fato de estar sendo arrastado. Algo tinha dado errado, obvio; talvez a fraqueza da velha havia debilitado a magia - fato que considerou mais tarde, é claro. Estava quase de ponta-cabeça, mas conseguiu ver no ombro do monstro uma de suas companheiras. Não havia dado muito atenção à ela antes, devido ao nervosismo do momento, de modo que não sabia seu nome. Contudo, apesar da situação, ficou feliz por ser ela e não a outra. Agro encarou seus olhos rubros em silêncio. Uma garota bela, de fato: com pele branca, traços delicados e uma beleza única. A situação não era propícia para tais apreciações, mas a ocasião dava um ar selvagem à garota na qual só notara agora.

Não notou quando o gigante adentrou em seu covil, mas voltou a si quando parou de assobiar. O lugar tinha um cheiro não muito agradável, mas não de todo ruim. Estavam em uma espécie de celeiro, onde várias especie de animais eram confinadas. As ovelhas eram as mais barulhentas, mas o gigante tratou de acalma-las logo com uma promessa que, a principio, gelara até a alma do jovem. Não que a maioria das ovelhas fossem carnívoras, mas naquele lugar tudo podia ser possível. Contudo, para sorte de ambos jovens não seria daquele modo que morreriam. Após encosta-los próximos, voltando a assobiar, seguiu para fora da caverna. Era uma chance! Aproximou-se da moça com um sorriso deprimido que dispensava apresentações:

- Precisamos sair daqui, logo. - Sussurrou, quando alcançou a moça. - Não tenho certeza sobre as intenções dele, mas também não estou muito disposto a descobrir. - Continuou. Nunca havia visto um Ciclope em sua vida. - Acredito que aquela seja a única saída. - Apontou para onde o gigante havia seguido. - Não sabemos se ele está próximo, ou não, mas se nos escondermos dentre os animais talvez a oportunidade apareça. O que me diz? Alguma outra ideia? A proposito: Agro, me chamo Agro Sigurd. - Fitou a moça, aguardando suas respostas. Não tinham muito tempo. Como não sabiam da índole da criatura, não era sensato confiar. Precisavam agir.

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Mensagem por Sassa Ter Jan 06, 2015 10:15 am

E após ter entregue a faca a mim e a cuia ao outro rapaz, tudo se fez escuridão. Ela havia nos teleportado, mas a magia não havia saído como esperado, e agora estávamos todos separados, e pior, estávamos muito mais distantes de onde queríamos chegar. Aos poucos minha mente foi despertando do sono enquanto o cenário se desenrolava à minha volta de forma confusa. Senti uma mão pequena em meus cabelos um pouco antes de acordar, como um afago, mas que durou muito pouco. Logo algumas vozes começaram uma pequena discussão, eu demorei um pouco para entender o que se passava, mas assim que o fiz, percebi que se tratava de uma família, o pai e seus filhos viajando juntos numa carroça. “Droga, será que estou longe demais do rio? Maldita mulher, se ela ainda não tiver morrido quando eu voltar, eu mesma vou...” Mas o pensamento não chegou a ser finalizado, pois de repente um vento fortíssimo e incomum acometeu a carroça onde estávamos, fazendo-a tombar de lado na estrada. Com a força do impacto, eu e a menina que sentava ao meu lado fomos jogadas para longe, indo parar no precipício nos limites da estrada, mas para minha sorte, havia algo em que me segurar, já não podia dizer o mesmo da menina, a qual observei rolar rochedo abaixo até parar numa pedra no meio do caminho. Olhei para cima novamente, enquanto lá na estrada a origem daqueles ventos estranhos se pronunciava. Já estava pensando em como faria para subir de volta, mas um dos bandidos resolveu bisbilhotar na beira do precipício, e acabou por me encontrar ali. “Isso mesmo, chame seus amigos, vai ser mais fácil matar todos quando estiverem juntos...”

Infelizmente eu não havia visto a estrada, muito menos a carroça por fora, portanto era praticamente impossível usar minha telecinese ela em cima. Fora que eu ainda precisava pensar numa forma de subir aquele rochedo e trazer a garota de volta antes que ela caísse. “Inverta o processo e use a telecinese em si mesma, e torne a rocha sua base...” Mas é claro! Como eu não havia pensado nisso antes? Ao usar minha habilidade, meu corpo era a base e a magia eram os membros que moviam os corpos, mas se eu invertesse o processo, e tornasse a telecinese minha base, firmando-me na rocha, eu poderia levantar a mim mesma e sair dali com muita facilidade. “Mas não agora, preciso dar um jeito naqueles 3 primeiro...” Então antes de subir, decidi preparar o terreno para minha chegada. Enquanto o bobalhão lá de cima chamava seus amigos para apreciar a paisagem, comecei a me preparar para derrota-los. Primeiro eu firmei minha energia na rocha e assim que estivesse pronta, sairia dali literalmente voando e de quebra ainda poderia levar a menina comigo, em seguida seria a vez daqueles 3 tolos. “Alice, pode me ajudar com isso? Faça-os se arrependerem de terem feito isto...” E deixei que Alice tomasse conta do restante, ela cuidaria da ilusão enquanto eu me concentrava somente em salvar a mim e à garota. Uma vez lá em cima, seria muito mais fácil pensar em como acabar com eles, isso se minha ilusão já não fosse dar conta do serviço, e somente depois que eles estivessem sob meu controle, eu salvaria a garota e a mim, ou caso eles tentassem me derrubar dali, tambem seria obrigada a usar a habilidade antecipadamente.



[Usei minha Telecinese no modo ativo, -15% PEs para ativar e 5% por turno pra manter, e também a habilidade Unreal World deixei que Alice fizesse por mim, já que ela leva 1 turno para ficar totalmente pronta, creio que isso não atrapalhe o andamento da primeira habilidade. Resumindo, eu só vou sair dali do precipício depois que a ilusão fizer efeito. I believe I can fly! o/ -24% PEs pela ilusão, total do dia -39%.]

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Mensagem por Elsa Seg Jan 19, 2015 4:17 am

Os acordes de Circe ainda mostravam-se belos mesmo com a ausência de alguns fios em sua harpa. Antes de dedilhar a melodia que nos levaria até o rio Sena fez questão de relembrar a importância tanto da faca, quanto da cuia esta que não poderia ser substituída, ao contrário da faca. E então, ao som dos acordes sentia meus olhos se preencherem com a luz branca que afastava de mim e dos demais daquela floresta morta e fétida, era tranquila e acalentadora aquela sensação, porém rapidamente tornou-se incômoda e longa demais, o branco tornou-se negro e assim ficou sem dar-me a chance de reagir ou refletir sobre algo.

Sonhava se é que podia chamar aquilo de sonho. Lapsos de uma memória perdida que vinham em penumbra camuflando detalhes e deixando-me apenas com formas não identificáveis. A primeira, mas parecia uma paisagem, via picos enegrecidos irreconhecíveis, a segunda possuía diversos contornos, uma pessoa talvez? A terceira mostrava figurar retangulares, tão grandes a minha perspectiva que poderia jurar tratar-se de armários, fora a única onde podia ouvir vozes, todas distorcidas e tão distantes que mais pareciam sussurros e embora não reconhecesse nada daqueles lapsos podia os associar a uma única sensação, a de frio.

Hmm – sentia-me despertando do sonho. Meu corpo movia-se em um embalo constante o que em ocasiões comuns poderia muito bem fazer-me pensar na possibilidade de permanecer dormindo, mas havia algo que me impedia um cheiro forte. – Arghh – Trava-se de suor, mas a intensidade do mesmo era repulsiva demais para ser ignorada, restava-me despertar e observar o que me embalava. Olhei ao redor, guiada pela luz que emanavam de alguns cristais e só então olhei para baixo, tendo uma noção da altura em que me encontrava. – Um gigante? – pensava ainda aturdida com tudo aquilo. Parecia também que não era apenas eu a ser carregada por ele, mais abaixo podia ver um homem sendo puxado pelo pé, um rapaz musculoso e de pele negra, seus olhos cor de âmbar me encaravam enquanto eu podia notar as cicatrizes eu seu corpo, só agora as havia notado. – Pelo que ele passou para tê-las? – a dúvida era imediata, mas não a prioridade no momento.

O gigante assoviava durante parte do percurso, quando decidiu por parar com aquilo foi possível ouvir enfim, outros sons. O som dos animais era o mais perceptível, uma vez que aumentava gradualmente ao contrário do som da água que a cada passo ficava mais silencioso. Chegávamos a uma área circular, onde o som dos animais já havia se tornado ensurdecedor e irritante, o gigante tratou de acalmá-los ao avisar que a comida já vinha. Colocou-me com cuidado no chão, próxima a parede, infelizmente a gentileza não fora repetida com o rapaz que era arrastado. Por fim, o gigante saia dali, voltando a caminhar para o que provavelmente seria a saída daquele local.

Tentava me levantar quando ouvi a voz do rapaz. O observei enquanto ele prosseguia com seu sussurro. – Também acredito que aquela seja nossa única saída, ou pelo menos a mais simples e direta. – concordava com o rapaz que logo em seguida se apresentava junto de uma idéia para escapar. – Prazer Agro. Eu sou Elsa V. Frost, mas pode me chamar apenas de Elsa. – me apresentei com um sorriso tímido, mas logo tornei a olhar ao redor. – Nos esconder entre eles pode ser uma boa ideia sim, mas também pode acabar não sendo, ele podem se agitar ainda mais e quem nos trouxe até aqui pode acabar notando isso. – olhava para o chicote e os objetos que estavam espalhados por ali. Sentia falta de meu arco e por isso, teria de procurar por um ou improvisar.

Vamos tratar de nos equipar primeiro, não há como garantir que tenhamos só aquele gigante como ameaça. Caminharia até o chicote e o pegaria, deixaria a tiara, seu brilho poderia entregar nossa presença e chamar demais a atenção. – Vamos fazer como você sugeriu, vamos nos misturar aos animais e ver como reagem, se nada fizerem podemos aproveitar a distração do gigante para fugir, mas se eles se mostrarem agitados demais, teremos de encontrar outro meio de sair. – diria enquanto observaria o local com mais atenção, procuraria por brechas ou objetos que pudessem nos ser útil.

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Mensagem por Reddo Ter Jan 20, 2015 5:12 am


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#04 - Sedução
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Quando Circe repartiu os itens entre os membros do grupo, a decepção de Reddo foi quase iminente. Ele não estava preocupado com o fato de não ter recebido nenhum dos itens, mas sim pelas pessoas que estavam com a sua posse. Quando soube que havia outras maneiras de voltar à Lodoss, ficou um pouco aliviado ao saber que não precisava necessariamente da faca, sendo esta também uma oportunidade para que ele pudesse se concentrar um pouco mais em seu objetivo. Contudo, a cuia ainda era um grande problema, pois além de ser única, ela também representava toda a razão dele ter aceitado aquela "missão". Ele precisava permanecer o mais próximo possível do homem que a recebeu. Então, ao dar as instruções finais Circe voltou a tocar a sua arpa e o rapaz começou a sentir de repente uma estranha sensação. Logo, sua visão embranqueceu e por fim ele apagou.

Lentamente, Reddo foi recobrando a sua consciência. Ainda completamente desnorteado, forçava seus olhos afim de clarear a sua visão. Sentia-se coberto por algo quente... Peles? Movendo-se um pouco, percebeu que seu corpo estava levemente dolorido. Devido ao fato de estar possuído, a sua resistência a dor era extremamente alta. Para sentir aquele tipo de dor, provavelmente ele deve ter caído de algum lugar ou aterrissado de maneira extrema após a magia de Circe. Porém, antes que ele pudesse amaldiçoar aquela mulher pela situação, a volta da sua lucidez o revelou algo perturbador... Ele estava... nu? Perturbado, rapidamente tentou se levantar e olhou ao seu redor. Ainda não conseguia assimilar aonde estava, mas logo viu as suas roupas estendidas a poucos metros dali. Será que a sua queda havia sido tão severa ao ponto de machucá-lo? Se sim, quem havia cuidado dele? No meio das dúvidas, a sua mente finalmente clareou o suficiente para que ele pudesse perceber algo que estava presente desde o começo... Um estranho perfume. Antes de indagar da onde aquele cheiro estava vindo, seus ouvidos captaram uma baixa melodia e seus olhos logo seguiram atrás da fonte, para então achar uma mulher. Como já estava lúcido, aquilo não poderia ser mais alguma confusão de sua mente. Para piorar, ela também estava nua.
─ Mas o que diabos aconteceu nesse tempo que eu apaguei!? Pensava enquanto forçava a sua memória. Talvez a amnésia tenha atacado novamente, e isso só serviu para deixar o rapaz ainda mais confuso.

Não demorou para que ela notasse que o rapaz havia acordado, aproximando-se lentamente dele enquanto ainda cantarolava. Ele já tinha uma pequena noção ao vê-la de costas, mas agora que ela estava se aproximando Reddo tinha certeza: ela era bela, muito bela. Seus questionamentos e dúvidas a respeito da situação que se encontrava pareciam lentamente desaparecer conforme a garota chegava cada vez mais perto.
─ Quem é v... ─ Tentou, quase sussurrando, dizer algo para agora mulher. Contudo, bastou que ela finalmente chegasse ao seu lado para que todas as palavras que estava tentando dizer fugissem completamente de sua boca. A cada centímetro que ela avançava, Reddo tentava se afastar mesmo sendo impossível. Alguém como ele não poderia ficar tão próximo de alguém, jamais... Mas bastou que ele inconscientemente a tocasse para que toda aquela resistência fosse embora. Começando com um beijo, ele aos poucos foi cedendo mais e mais para a vontade. Já fazia anos que ele não sentia aquele calor, aquela emoção, se entregando enfim a ela completamente.

Logo - e infelizmente - o ato chegou ao final, e ambos permaneceram juntos enquanto recuperavam o fôlego. Enquanto deitado, Reddo finalmente passou a ter uma noção melhor de onde estava. Estava em uma caverna e aparentemente havia apenas uma única saída de lá, ao final de um longo corredor. Se corresse poderia chegar lá em alguns segundos caso precisasse fugir. Seus pensamentos finalmente começaram a ficar mais claros, o que fez com que ele voltasse a se questionar - ainda mais depois daquele sexo tão súbito - sobre como teria acabado ali. No Entanto, antes que pudesse perguntar qualquer coisa, a garota que estava com ele se manifestou. Apenas ouvir a voz dela e sentir ela se aproximar foi o bastante para tirar todo o foco do rapaz, que logo se sentiu compelido a responder tudo que ela havia perguntado. Não somente isso, ele a desejava novamente.
─ Eu... ─ Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu uma forte pontada em sua cabeça. Não, aquilo definitivamente não era influência da amnésia. Na verdade, era uma sensação bem conhecida... Azralon. ─ A nostalgia de poder reviver coisas que você abandonou há anos deve estar sendo incrível pra você. Entretanto, não se esqueça do que nos trouxe aqui e qual o nosso objetivo. Meça as suas palavras, parça garoto. E, principalmente, se afaste logo dessa mulher. ─ As palavras do demônio ecoaram na cabeça de Reddo, fazendo com que ele pudesse se concentrar um pouco mais. Realmente, ele não sabia quem era Cali e nem entendia como alguém como ele, que estava sempre evitando qualquer contato, não conseguia de maneira alguma rejeitar ou se afastar aquela mulher. Respirando fundo, clareou a sua mente e escolheu as palavras com cuidado, logo respondendo-a.

─ Eala? Sinto muito, mas não faço ideia da onde estou. Noite passada eu finalmente havia arranjado um ótimo celeiro em Hirt para passar a noite, e do nada eu acordo em um lugar completamente diferente e bem... acompanhado por você. ─ Perguntou, tentando fazer que a sua voz soasse a mais gentil possível. Dar detalhes completos, como Circe e tudo mais estava completamente fora de cogitação, mas mentir ou fingir demais também poderia ser devastador, pois querendo ou não ela era a sua primeira fonte de informações. Talvez ela pudesse lhe fornecer alguma informação sobre Slao, mas o momento não era o mais indicado. Então, enquanto levemente acariciava o rosto da mulher, o rapaz completou. ─ Não importa o quanto eu me esforce, eu não consigo lembrar de mais nada... Onde você me encontrou? ─ Fez uma leve pausa para ver como seria a reação e da mulher, continuando logo após ─ E desculpe a minha falta de modos, acabei me deixando levar. Eu me chamo Reddo. "Muito prazer" em conhecê-la, Cali. ─

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Mensagem por NR Sérpico Qua Jan 21, 2015 10:30 pm

Sabrina
Onde que eu já vi uma faca dessas? ─ disse um deles, lá de cima, não ligando muito para o chamado do colega.  

Ei, pessoal? ─ repetiu o homem, agora mais alto.

Daí Sabrina se atirou pra cima.

Antes, tentou segurar Mirian com sua habilidade, mas a menina estava um tanto além de seu alcance. Ao menos a roupa dela ainda não cedera por completo e agora ela estava com o choro pausado, de repente ciente que uma serie de engasgos característicos de quem chora pode ajudar a rasgar uma certa camisa já parcialmente rasgada.

Foco. Foco nos sujeitos. Se Sabrina fosse rápida com eles, certamente ainda conseguiria recuperar a menina do precipício. Então, no momento, foco neles.

Spoiler:

Pousou nas pedras que limitavam a estrada, a três metros do primeiro sujeito, que agora parecia querer fazer algo com as mãos na direção dela mas daí parou, indeciso. Outro dos bandidos estava checando a carroça, a quatro metros. Mais precisamente, ele estava debruçado sob a bolsa de Sabrina, averiguando a faca que Circe lhe passara. Ele parou o que estava fazendo para olhar o colega.

O que foi Dan? ─ perguntou, e viu Sabrina.

O terceiro sujeito estava sangrando pelo nariz (sinal que tinha levado um cruzado razoável) e como que em retaliação, chutava o homem que deveria ser o pai de Dave e Mirian. O homem estava caído tentando se proteger, tentando se manter acordado, tentando alcançar os filhos. E o seu agressor não notou Sabrina, tão distraído que estava, gastando o bico de sua bota no estômago do homem. Estava mais longe, 10 metros talvez.

Os outros dois, Dan e o homem segurando a bolsa de Sabrina, estavam alertas.

Sabrina percebeu de relance uma imensa árvore que parecia brilhar em vermelho, no horizonte, aparentemente na direção oposta de onde vinha com a família. Era algo realmente

Dan disse, tenso:

Deveria ter caído na primeira vez, moça.

E por falar em cair: a roupa rasgou, Mirian rolou. Certamente ele deve ter se mexido, tentando se salvar, o que não deu certo. Sabrina ouviu um som e olhou na direção apenas para confirmar.

Mirian terminou seu rolamento no rio e a correnteza a levou pra longe num abraço de espuma cristalina.

O pai ainda apanhava, Dave estava caído e os outros dois sujeitos estavam de guarda agora, encarando a moça de cabelos pretos.


Reddo
O vento silvava e as luzes das velas tremeluziam.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e assim ficou por alguns segundos até finalmente falar.

Bem, eu estava aqui quando ouvi o som de algo rolando pelo declive, lá fora. Fui ver o que era e encontrei você, meio ferido por causa da queda. Oh, mas não se preocupe, tratei de seus machucados.

Apesar de uma ou outra câimbra, ele realmente não via nenhum ferimento em si próprio. Seja lá qual foi o tratamento, surtiu efeito em:

Cinco horas, você ficou desacordado por mais ou menos cinco horas.  

Cali se desvencilhou dele e se levantou dizendo:

Venha, vou lhe mostrar.

Ela estirou a mão para uma camisa cinza de ceda e a jogou por sob o corpo esguio tapando, enfim, a nudez. A camisa era bem grande para ela, de modo que a cobria dos ombros até os joelhos. Apanhou as roupas de Reddo e entregou ao dono. Deu um tempo para ele se vestir enquanto ia na direção da saída, por onde subiu a rampa e sumiu de vista. Chamou por ele:

Venha.

E depois de um tempo:

Você disse Hirt? ─ E Reddo quase que podia imaginar ela sorrindo ao cantar essa pergunta. ─ Onde fica isso?

Reddo, ao sair pela rampa, subindo meio inclinado, daria numa entrada redonda com vista para uma planície levemente tocada pelo pôr do sol. Exceto que não era o sol que iluminava aquela parte do mundo.

Era uma árvore.

Longe, bem ao longe ─ o que indicava ser enorme, pois era como se o imenso arvoredo estivesse a não mais de 50 metros ao oeste. Oeste? Difícil saber. Não era possível ver o sol de lado algum pois ele já baixara além do nível daquela ilha voadora, sua luz iluminando apenas o céu meio laranja e com alguns montes de nuvens. A luz que iluminava o campo era da árvore, do seu caule, de sua base, de onde picos inflamados piscavam, como se fosse pequenas explosões que despejavam um brilho carmim constante. O topo da árvore, seus galhos e folhas, era uma massa branca, um tipo de névoa prateada que cintilava com delicadeza.

Em Hirt tem árvores como aquela? ─ perguntou Cali, apontando para a imensa árvore. Parecia ter um pouco de orgulho na voz, como se sentisse privilegiada em apresentar uma beleza única no mundo ─ Aquela ali é a Forja.

O lugar em que estavam era alto, um buraco numa colina. Um vento quente soprava com constância.

Encontrei você lá embaixo. ─ Cali agora sinalizou o íngreme declive que existia, saindo da caverna e descendo por uns 80 metros até as proximidades de um rio. As planícies ficavam além do rio. ─ Acho que você rolou alguns metros e foi parar lá, perto do rio.

Era possível descer escorregando pelo declive, sem danos. Mas rolar por ele realmente poderia causar alguns ferimentos, em razão de pedras pontudas e raízes que brotavam das rochas. O rio lá embaixo era barulhento, com uma correnteza voraz.

E por essa correnteza, Reddo avistou algo sendo arrastado.

Cali não viu porque estava olhando para Reddo, decifrando seu rosto, se aproximando devagar. Mas Reddo viu muito bem, apesar da distância: uma criança, aparentemente consciente, sendo arrastada pelas águas.

Iria passar por eles em alguns instantes.


Agro/Elsa
Os animais estranharam, inicialmente, mas aceitaram aquela intromissão. Os cavalos pareciam os mais indiferentes e foi entre eles que Elsa e Sigurd se ocultaram, sem problemas. E esperaram. E esperaram. As ovelhas chiavam, esperando também.

Daí finalmente ouviram o gigante voltando. Ele assobiava de novo mas a melodia não camuflava de todo o novo som que vinha com ele: um tipo de engasgar indignado, um desesperado grito tapado.

Quando surgiu pela entrada, Agro e Elsa viram que o ciclope carregava alguém no mesmo estilo em que carregou Agro instantes atrás. O homem se debatia, pois estava amarrado, e mugia, tentando falar e não conseguindo por causa de uma mordaça entre os dentes.

O gigante também carregava feno, ou algo parecido ─ jogou tudo no meio das ovelhas, assim como alguns grãos que removeu de uma bolsinha acoplada em sua cintura.

Pronto, comam, comam ─ disse, feliz em ver a felicidade dos animais que até pareciam comemorar.

O homem arrastado mugia, tentando falar. E mesmo naquela penumbra era possível ver o brilho de suor no rosto dele. O gigante se voltou para o homem, lhe rendendo pelo pescoço. Daí o homem mugiu mais e se debateu inutilmente.

Eu quero conversar numa boa ─ disse o grande homem, a voz ecoando pela caverna. ─ Mas se você ficar gritando, sua morte será lenta, eu falo a verdade. ─ O homem parou de fazer escândalo e prestou atenção no gigante que perguntou: ─ Se eu tirar isso você fica quietinho?

O homem fez que sim.

A mordaça foi removida da boca dele.

O Dan vai pagar, ele vai, ele vai

Um longo “Shhh” calou o homem. E:

Você só fala quando eu pergunto, se não te lanço para a Rita. Tá vendo ali, aquela é a Rita. ─ O gigante apontava para uma região, entre os animais; um cerco menor, pequeno, onde tinha um único porco enorme. ─ Rita está uma semana sem comer direito. E você sabe que um porco come de tudo quando está com fome. ─ O gigante fez uma pausa, pensando. Isso demorou alguns segundos. Por fim: ─ Onde está o Dan?

No Caminho Comum. Ele foi fazer um serviço rápido em Ratharyn e já está voltando ─ altos gaguejar e um diluvio de suor poderiam resumir aquele pobre homem no momento ─, pelo Caminho Comum, com a sua mercadoria, juro. Ele está trazendo tudo e

“Shhhhh!”

O gigante saiu de perto e foi para onde os bichos ficavam. Por algum milagre ele, até agora, não notara Elsa e Agro escondidos entre os animais. Não notara nem que eles tinham saído do lugar em que os deixara, do outro lado da câmara.

Ele saiu de perto dos animais, agora portando uma faca. Uma faca, para aquele ciclope, era quase uma espada para um homem comum. O homem amarrado não resistiu:

Não, não, não, espera.

Você mente! ─ bradou o gigante, perdigotos voando, a caverna tremendo.

O homem tentava se afastar, mas uma de suas pernas, ao que tudo indicava, estava inútil.

Você mente e Rita tem fome! ─ mais perdigotos.

E o gigante ergueu a faca grande contra aquele homem qualquer. Alguns animais ficaram agitados com aquela gritaria e Rita, a porca, iniciou uma sequência de grunhidos como que prevendo o que significava o seu amo pegar a faca daquele jeito. Significava comida.

A faca ia descer em um segundo.


Spoiler:
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Mensagem por Sassa Seg Jan 26, 2015 8:57 pm

O pequeno voo fora um sucesso, apesar de ainda precisar de muito aperfeiçoamento, descobrir uma nova pericia para sua habilidade mental era sempre um grande trunfo que poderia ser usado futuramente. Com classe, pousei sobre as pedras que delimitavam a estrada do precipício, e ali estava toda a cena se desenrolando. O primeiro dos homens estava bem perto, ele apontava as mãos para em minha direção, mas nada fazia, sinal que estava com medo. “Deve ser aquela habilidade que virou a carroça, tomarei cuidado...” De toda forma, eu ainda estava com a telecinese no modo ativo, isso significava que poderia subir de novo caso eles tentassem usar o mesmo truque, mas não custava manter um olho vivo naquele primeiro. O segundo vasculhava minha bolsa um pouco mais atrás, estava distraído, mas também parou para me observar. “Que tolinho, dois já são suficientes, hora da ação, Alice...” Sim, dois era mais do que suficiente para acabar com aquela brincadeira de uma vez, já que o terceiro estava longe demais, e distraído demais para olhar nos meus olhos, aqueles dois sofreriam um pouco com minhas ilusões. – Se eu fosse você, não diria algo assim tão rude a uma dama... E seu bichinho de estimação... – E com um sorriso sarcástico no fim da frase, juntei as palmas das mãos como numa espécie de reza, entrelaçando os dedos, mas tudo não passava de encenação, uma vez que agora eles já estavam sob os efeitos de minha ilusão, seria fácil ludibria-los.

E assim que fizesse o gesto, eles veriam as pedras à minha volta erguendo-se e se unindo, formando uma criatura de forma humanoide e completamente feita com as rochas do lugar. Os sons das rochas trincando, batendo e se unindo, e a poeira levantada durante a junção das pedras e a formação do monstro. Ele teria cerca de 4 metros de altura, sem rosto, apenas braços, pernas o tronco e uma rocha irregular no lugar da cabeça. Pensei até nos mínimos detalhes, como os sons de seus passos pesados na terra da estrada, ou a sombra que a luz incidente sobre seu enorme corpo causava, tudo para que eles sentissem o medo, o pavor de ter mexido com a pessoa errada, na hora errada. – Vocês entraram no meu caminho, agora vão sofrer as consequências. Mate todos. – E com esta ordem, a criatura começou a se mover, em direção ao primeiro deles, sua movimentação era um pouco lenta, mas não importava, era melhor que fosse assim, pois daria tempo que eles fugissem e não descobrissem a tempo que era só uma ilusão. De quebra, se o ladrão com a faca não largasse a bolsa com minha adaga, eu faria questão de puxa-la de sua mão usando a telecinese. – E me devolva isso, por favor.



[Telecinese ainda ativa -5% PEs, Turno da ilusão chegou! WEEEEEE! Imagem do bichinho que eu criei. Link]

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Mensagem por NR Sérpico Qui Jan 29, 2015 4:04 pm

Sabrina
Ela nem precisaria pedir com educação, pois a bolsa caiu da mão do homem. Assim como a faca. E o homem disse debilmente:

Onde que já vi uma feitiçaria dessas?

O monstro apareceu no olho de sua mente, tão real quanto... qualquer outra coisa no ambiente. Fazer uma criatura de pedra naquele ambiente deu crédito para a ilusão. Sabrina podia ler isso no outro, o principio de medo na forma de boca aberta, olhos abertos e narinas abrindo furiosamente. Aquele ali estava derrotado, pois se entregou a reflexão. Certamente estava tentando entender o que era aquele monstro, do que ele era capaz, coisas do tipo, que o levou a ruína. Quase o mesmo podia ser dito do homem chamado Dan, que ainda mantinha os braços erguidos na frente do corpo, posição marcial. Ele acabou por fazer um movimento brusco, como se socasse uma mosca, e o ar à sua frente embaçou, chiou e levantou poeira. Sabrina sentiu a rajada invisível passando rente, ao seu lado.

Dan repetiu o golpe ─ pois, aparentemente o primeiro não dera em nada: ele tinha mirado sua habilidade na criatura recém surgida e nada do bicho seguir o exemplo da carroça, tombada tão facilmente. O vento simplesmente passou pela criatura, que mal alterou sua postura hostil, nem sequer um pequeno recuo. Dan mudou sua feição de medo para raiva, olhando para o alto, para o monstro, quando viu que o segundo golpe também não funcionara. A criatura se aproximava.

A essa altura o terceiro homem saíra de seu mundo particular, que se resumia em espancar um homem caído. Ele viu que os colegas estavam no meio de algum entretenimento, mas sua atenção estava mais voltada para a estrada, seus olhos na direção daquela grande árvore que Sabrina agora tinha certeza fazer parte do mundo e não ser apenas uma ilusão do horizonte (enorme, e tinha cores conflitantes: o caule vermelho, inflamado; os galhos esbranquiçados por uma neblina).

Vem vindo gente. Vamos embora ─ disse ele, chamando por Dan e pelo homem que antes vasculhava a bolsa de Sabrina.

Dan já estava recuando mesmo. Embora frustrado, querendo testar um novo ataque mais potente contra o ser estranho e a moça de cabelos negros, ele inconscientemente andava para trás. O outro se demorou um pouco mas se mexeu, no processo tropeçou na bolsa, caiu, levantou, correu para o cavalo do Dave e montou, seguindo o terceiro homem que já estava montado e instigando o cavalo. Dan também montou. Mas antes encarou Sabrina, o rosto em pavor mas os olhos apurados de quem quer, mais tarde, se lembrar perfeitamente do que está vendo. Eles levaram os cavalos, nada mais. Seguiram pela estrada de terra, na direção oposta da árvore, na direção oposta de onde vinha gente.

Onde...

O pai. Estava se levantando do chão, de ressaca de tanto apanhar. O lábio inferior chorando vermelho, um olho meio fechado e o nariz constipado de carmesim. Se ergueu, quase caiu. Viu Dave e caminhou até o filho. Dave, por sua vez, também se levantou. Estivera deitado esse tempo todo, embalando alguma coisa nos braços.

Ele está bem ─ disse o menino, rouco, mostrando a coisa embalada em seu colo como se fosse um cristal frágil. Sabrina não viu direito o que era, mas ouviu Dave completar com um tipo de sussurro: ─ Eu protegi o kantele.

O pai pareceu não escutar, atropelando o filho com o que ele realmente se preocupava no momento:

E Mirian?

Dave não sabia o que dizer. Ambos olharam para Sabrina. Dave achou o que dizer.

Ela espantou os bandidos ─ disse o jovem.

O pai pareceu não ouvir de novo, pois cambaleou até o acostamento, até as pedras, olhando o declive, olhando a queda por onde sua filha deveria ter rolado. Mesmo com um único olho funcionando, ele deve ter visto alguma coisa, um pedaço de roupa, um rastro pequeno de sangue, alguma coisa. Socou a pedra, indeciso, pois não podia fazer muito no estado em que estava e, mesmo que pudesse, que garantia tinha? Mirian deveria estar morta.

Ele fez um esforço abissal pra não ser possesso pelo luto na frente da estrangeira, e disse:

Obrigado. ─ Olhou rapidamente pra Sabrina e depois olhou de volta para o rio, lá embaixo. ─ Encontramos você na estrada. Estava desacordada, então a levamos conosco...

Pelo que Sabrina se recordava, a menina tinha cabelos negros. Já este homem e seu filho eram ruivos, olhos claros, verdes, rosto livre de barba. Usavam roupas de viajante, mas eram bem trabalhadas, longe de trapos velhos. Ambos tinham porte atlético. O homem deveria ter pra cima dos 30. O menino, não mais que 15.  

O ambiente era uma estrada ampla, de terra. Talvez 10 carroças poderiam passar por ali, lado a lado. Do lado oposto de onde estavam, haviam pedras altas e algumas poucas árvores, onde os bandidos devem ter dado um jeito de arranjar camuflagem. Mas do lado de lá não havia declive, apenas uma campina que se estendia além da vista.

Daí Dave se aproximou e pulou. Antes, deixou o embalo perto da carroça e agora estava escorregando pelo declive. O pai ensaiou um grito, mas o menino já estava no meio do caminho, escorregando com perícia entre as rochas.  

Sabrina poderia ter ido atrás ou mesmo impedido. Mas algo a manteve onde estava.

Alguém se aproximava. Uma única pessoa, na verdade. Um dos bandoleiros deve ter se enganado quando imaginou ser mais gente do que gostaria de enfrentar. Felizmente, se mandaram antes de interpretar que viam apenas um velho baixo, com cavanhaque e com uma estranha cartola sob a cabeça grisalha, guiando uma carroça.

O senhor parou ali perto, seus dois cavalos cessando o galope. A carroça era fechada, mas entre o cambaleio de uma abertura da lona, Sabrina imaginou ter visto batatas lá dentro... E uma pessoa deitada. O velho segurou a cartola antes que uma lufada de vento da natureza soprasse com força por ali. Era um vento quente, abafado, difícil de respirar. Sabrina o ignoraria, se o dito cujo não fosse constante: soprou por uns 10 segundos e parou. O velho disse:

O tempo vai mudar. ─ Ele olhou para o ruivo e para a Sabrina, viu a carroça tombada e o reboliço na terra. E de longe deveria ter visto o outro ruivo pulando para o declive. E, no entanto, perguntou, alheio: ─ Moça, por um acaso você tem habilidades medicinais?

Vai ver viu algo em Sabrina que lhe dizia isso, vai ver era um louco. Ele permaneceu no acento de cocheiro, as mãos nas rédeas, e quando fez um movimento de quem se alonga, algo tilintou em algum bolso de sua casaca nobre e desbotada, cheia de trechos costurados. O som de um punhado de coisinhas pequenas em atrito.

O pai coxeou até ele.

Preciso de sua carroça.

Ao meu ver, você precisa de alguns remendos.

Sabrina quase que podia ver o futuro daquilo: o pai iria forçar, iria tomar aquela carroça e conduzir o veículo a toda, pela estrada alta, com um olho lá embaixo, tentando avistar Dave, que fora atrás de Mirian, que fora levada pela correnteza.

Aquelas coisas nada significavam para Sabrina, óbvio. Ela estava em posse de sua bolsa e da faca de Circe, e tinha a imensa árvore (provavelmente a tal de Forja, apontada pela velha) em seu campo de visão, o que bastaria como guia. Mas ainda assim, estava só. Ela poderia, verdade, procurar o rio Sena (talvez fosse aquele, correndo lá embaixo), e poderia chegar na nascente, mas seria em vão sem a cuia.

Ouviu o velho de cartola repetindo:

Habilidades medicinais! Você sabe ver se uma pessoa está ficando melhor ou morrendo?


Agro/Elsa
O homem gritou alto quando seu pé foi cortado fora.

Quem sabe agora você fale a verdade ─ o gigante sorriu.

Abaixou e pegou o pé decepado enquanto o homenzinho lamentava. O pé cortado era justamente da perna boa. O ciclope tirou a bota e jogou o pé cheio de frieiras para Rita, que avançou em grunhidos lascivos. Seguiu-se sons de sucção e pequenos estalos.

O homem gritou de novo... De repente, o ciclope pareceu alarmado e fez “Shhhhh” com toda a força do seu pulmão.

Vai acordar os estrang

Que estrangeiros? Ele olhou para o extremo da sala de pedra e não viu o rapaz negro nem a moça loira que ─ agorinha mesmo! ─ tinha deixado por ali.

O ciclope caminhou até lá, agachando e tocando o chão, como se precisasse ter a certeza pelo tato e não pela visão. Nada. Sem estrangeiros. Daí ele passou a olhar pra lá e pra cá, em busca. De onde estavam, os dois estrangeiros podiam ver um filete de saliva escorrendo pela bocarra aberta do grande homem. Ele perdeu os dois e agora estava frustrado.

Foi você! ─ e ao ouvir essa acusação o homem sem pé gritou:

Não! ─ sem nem saber do que se tratava.

O ciclope veio caminhando na direção dele novamente, passadas pesadas de raiva. Ainda brandia a faca tamanho família.

Rita já tinha roído todo o pé (era realmente uma porca grande, e não ligava para frieiras) e parecia querer mais.

Spoiler:


Reddo
Ela colou nele, tocando seu peito com os finos dedos de uma mão. Pele sobre pele, ele podia sentir um seio dela em seu braço (ela era uma cabeça mais baixa que Reddo). Ele também sentia um pequeno torcicolo, percebido só agora, nada demais. A garganta estava mais seca do que antes, era quase um deserto.

A menina na correnteza passou, sendo arrastada, sem dó. Qualquer som que ela poderia ter feito foi engolido pelo bramido azul.

Cali, no pé do ouvido:

Você poderia me


Todos
Um tremor. Curto, quase imperceptível. Como duas pulsações de coração, só que vindas do interior da terra.

O velho e o pai pararam de discutir naquele instante, ficaram em silêncio. O gigante mal sentiu, ou não deu mostras. Cali sentiu e se interrompeu, sussurrando um “não” lamentoso e olhando para a campina, além do rio.

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Mensagem por Reddo Qui Jan 29, 2015 5:51 pm


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#05 - Decepção
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Assim como imaginou, o teleporte de Circe não saiu como planejado. Mesmo com a "bruta aterrissagem", ele não iria precisar se preocupar com qualquer ferimento com a queda - mesmo sem tratamento, com o seu corpo eles iriam se curar rapidamente -, mas sim com algo muito pior: os seus outros "colegas", principalmente com aquele que carregava a Cuia. Teriam eles chegado a Eala juntos, mas separados após a queda de Reddo? Ou melhor, eles estavam ao menos vivos? A situação parecia piorar cada vez mais, pois agora ele teria que também procurar pelo homem que estava a carregava, dando ainda mais trabalho para ele. Por fim, Cali finalmente se levantou e pediu para segui-la, entregando-lhe suas roupas. O fato dela também se vestir o deixou um tanto cabisbaixo quanto aliviado. Era bom poder controlar um pouco mais os seus desejos e assim pensar mais claramente, mas aquela sensação ainda era bem vívida em seu corpo.

Vestiu-se rapidamente, logo procurando pelo pacote de ervas no bolso de seu casaco. Após confirmar que elas estavam ali, tirou uma pequena quantidade e as enrolou em uma pequena tira de papel que estava dentro do pacote. Não era uma de suas melhores "obras", mas serviria bem para o seu propósito. Ouviu a nova pergunta da mulher e, após pensar por alguns segundos, deu a melhor resposta que encontrou:
─ Onde fica...? Com certeza bem longe de Eala. ─ Indo até a fogueira, acendeu o seu cigarro e então a acompanhou para fora da caverna... Porém, bastou que ele desse o primeiro passo para fora para então arregalar os seus olhos. A sua frente, uma árvore gigantesca o esperava. Além disso, como se não fosse o suficiente, o brilho que ela emitia era forte o bastante para que fosse confundida com o próprio Sol... O rapaz não precisou responder a pergunta de Cali, pois a sua própria expressão já era a resposta. Por alguns segundos, Reddo sentiu um leve desconforto em seu peito. Aquela árvore era tão magnífica ao ponto de deixar Azralon, um demônio que havia vivido durante incontáveis milênios, desconfortável. Provavelmente ele também nunca havia visto algo igual em Lodoss. ─ A Forja... Como assim? ─ Disse, ainda estonteado por aquela visão.

─ Garoto, pelo visto a sua mentira sobre Hirt funcionou com essa mulher. Aquela árvore pode ser interessante, mas temos problemas maiores em nossas mãos. Precisamos recuperar a Cuia. Rápido. Ande logo e tente conseguir o máximo de informações possíveis sobre esse lugar e Slao, e então vamos atrás dela. Se perdemos mais tempo aqui, todo esse incômodo terá sido por nada. ─ Disse o demônio, já impaciente. Por mais que o corpo de Reddo quisesse para permanecer ali, ele sabia que cada hora que ele passasse ao lado de Cali mais difícil seria para ele encontrar os outros que foram teleportados com ele, e mais próximo de um outro ataque de amnésia ele estaria. Engolindo um seco e fortificando a sua determinação, Reddo estava pronto para fazer as suas primeiras perguntas, até que algo passou pelos seus olhos.

Bem abaixo, provavelmente onde ele caiu, algo estava sendo carregado pela correnteza do rio. Aparentemente, uma criança. Nesse momento, o cigarro ainda na metade em sua boca caiu, ao mesmo tempo que a sua expressão fechou. Sem querer perder tempo, já foi tirando o seu casaco pronto para descer o declive.
─ Não ouse. ─ Ecoou Azralon, visivelmente irritado. Realmente, fazer aquilo era burrice. Só iria lhe causar mais problemas, além do risco de se expor para a mulher caso precisasse usar os seus poderes... Mas ainda sim, seu corpo se movia sozinho... Ou não. Antes que ele pudesse realmente ir atrás da criança, Cali, ainda distraída, novamente se aproximou de Reddo. Ao senti-la em sua pele, o rapaz hesitou. Aquela sensação o forçou a ficar ali, e os poucos segundos que parou foram o suficiente para quem estivesse sendo carregado passasse a sua frente, tornando impossível que ele a salvasse agora. Uma enorme frustração e decepção começaram a tomar conta do rapaz, que serrava os punhos com toda a força que tinha. ─ A criança... ─ Sussurou, de modo quase imperceptível. Sentia a garganta ainda mais seca, além de uma leve dor no pescoço. A dor poderia ser explicada pela queda, mas a garganta parecia secar cada vez mais. Seria a culpa que agora se espalhava pelo seu corpo?

De repente, como se não bastasse todos os atuais problemas, Reddo pôde sentir um curto tremor. Foi algo sublime, provavelmente imperceptível para qualquer um que não prestasse o mínimo de atenção. Por alguns segundos, o rapaz achou que era outro efeito da culpa, mas a reação de Cali desmentia essa afirmação. Não somente a sua pergunta foi interrompida, mas a sua expressão também mudou completamente.
─ Ei, aconteceu algo? ─ Comentou, colocando a mão no ombro da mulher. Provavelmente seria melhor fingir que não sentiu nada, pelo menos por enquanto. Pelo visto, aquele ainda seria um longo dia.
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Mensagem por Sigurd Seg Fev 02, 2015 10:38 am

Não que importasse muito, mas tinha que admitir: um show de tortura não costuma ser um dos melhores entretenimentos para ninguém mentalmente saudável. Todavia, não era sua primeira vez e tampouco seria a ultima. O homem devia alguma coisa e tinha que pagar, fosse o que fosse... naquele caso, alguém devia e ele estava pagando, mas dava no mesmo. Compreendia o gigante, de certa forma. Contudo, aquilo só reforçava a desconfiança.

- Precisamos sair daqui... - Sussurrou, quando o homem gritou - ... E precisamos recuperar nossas coisas... Acho que notou nossa falta. Vamos agir.

Ainda escondido, viu o homem entrar em desespero quando o gigante o culpou - irracionalmente - pelo sumiço de seus "prisoneiros". Realmente estava na hora de agirem, talvez aquele homem ainda pudesse ser de alguma ajuda, mas se morresse também não mudaria muita a situação de ambos jovens. Logo, decidido, agarrou a mão da moça e movimentou-se cuidadosamente(para não fazer barulho, nem alarmar os animais) para o ponto mais distante do gigante - dentro do cercado, em um de seus extremos. A ideia do jovem era criar uma distração para assim poderem atacar ou, no minimo, fugir. Então, partindo da ideia de que cavalos eram animais fortes, torceu para que fossem o bastante para arrebentar o cercado. Na melhor das hipóteses: o cercado se arrebentaria, os cavalos correriam desesperados e - melhorando essa hipótese ainda mais - um deles acertaria o gigante. Na pior, só criariam uma distração.

No ponto escolhido, deixou a moça e mudou de posição novamente. Escolheu um cavalo que o coice e o relincho pudessem acarretar em um tumulto, certificou-se de não ser ferido e então, com toda sua força, deferiu um tapa na nadega do animal.

- "Tem que funcionar..." - tentou se convencer, em pensamento, enquanto retomava sua posição junta a Elsa.

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Mensagem por Sassa Seg Fev 02, 2015 1:40 pm

Uma única palavra descrevia atuação de Sabrina naquele momento. Sucesso! A ilusão havia sido perfeita, o fato de ter usado as próprias rochas do local como parte da ilusão ainda contribuiu para o processo. Não demorou muito até que eles desistissem, mas ao que tudo indicava, a ilusão não havia sido o único motivo da evasão dos bandidos do local, alguém estava se aproximando. Fiz questão de olhar os olhos daquele ultimo, queria que ele visse estampado em minha face o sorriso de vitória. O pai das crianças foi o primeiro a reagir depois que os bandidos fugiram, com o rosto bastante surrado, ele perguntava preocupado por sua filha. O jovem foi o segundo, respondendo às questões do pai, mas aparentemente ele protegia algo mais valioso e que ele próprio carregava nas mãos. Mas o que seria afinal? Tentei ver do que se tratava, mas caso eles notassem meu interesse sobre o objeto, disfarçaria e esqueceria, afinal aquele não era meu objetivo. – Agradeço a ajuda... Infelizmente não consegui segura-la, já estava muito longe para que eu pudesse alcança-la. – E não fora por falta de uma tentativa, mas como o próprio Slao havia comentado há pouco, uma hora ou outra chegaria a vez deles.

Na estrada, uma carruagem se aproximava, um velho a guiava sozinho e dentro parecia haver somente uma pessoa deitada e nada mais. Nesse meio tempo, o jovem Dave decidiu dar uma de herói e foi em busca da irmã no penhasco. Ele pulou e com certa habilidade ele desceu escorregando pelas pedras até chegar ao rio, mas eu não fiquei para ver sua decida até o fim. Meu trabalho ali já estava feito, e tudo que eu queria era continuar a seguir meu caminho. Fui andando em direção a minha mochila, enquanto o velho com sua carroça paravam próximos a nós do outro lado da estrada. Apesar de parecer inofensivo a primeira vista, mantive um olho vivo naquele velho, e eu não sabia dizer se ele percebera isso, ou se simplesmente estava desesperado por ajuda, pois sua pergunta para mim fora uma grande surpresa. – Não. – Respondi a primeira questão seca como a terra sob meus pés. Já me preparava para partir, quando me dei conta que os cavalos deles haviam sido roubados, e agora eles não dispunham mais de um meio de transporte. E muito menos eu.

O pai das crianças, ainda em desespero, foi até o velho pedir-lhe a carroça emprestada, provavelmente para correr como louco atrás filho, correndo o risco de acabar caindo fora da estrada como a garota sem sorte. “Não é de nossa conta o que acontecerá com aquela menina, Sabrina. Mantenha o foco... Consiga-nos uma montaria, talvez o velho a ajude se fingir que irá ajuda-lo.” – Não tenho habilidades medicinais, mas posso tentar ajuda-lo, se for o caso. – Respondi quando ele perguntou se sabia ao menos como ver se alguém estava prestes a morrer. E não era difícil, respiração fraca, batimentos desacelerados, os sintomas de uma morte eminente eram quase sempre os mesmos.

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Mensagem por Elsa Sex Fev 06, 2015 2:25 am

E deixá-lo com mais raiva e pensar que somos de fato inimigos dele? – as palavras seguiam como um sussurro até os ouvidos de Agro enquanto meu olhar permanecia fixo na lamentável situação em que se encontrava o homem que aos poucos se encaminhava para ser alimento de Rita. Um dos pés já havia ido embora e a melodia que a porca fazia era preocupante. – Ele acha que somos amigos ou inimigos? – o questionamento era pertinente embora Agro optasse por uma estratégia diferente. Puxou-me junto dele, mas resisti no meio do caminho. – Espere! Não podemos deixar aquele cara morrer! – era incisiva.

Havia me recordado da forma como o gigante havia me conduzido e colocado na caverna e apesar da aparente brutalidade, era notável um pouco de delicadeza e cuidado de sua parte. – Se nos quisesse como alimento aos porcos teria quebrado nossas pernas ou simplesmente nos matado, mas não o fez. – precisava saber o motivo e assim, enquanto Agro ia até os cavalos sairia do esconderijo e seguiria até um local onde a visão e os ouvidos do homem pudessem me perceber. - Pare! – tinha certeza de que falaria mais do que aquilo, mas as palavras eram cortadas com a pulsação que sentia debaixo dos meus pés. Estaria louca e imaginando coisas? Apesar de aquilo ter parecido apenas uma sensação boba provinda do nervosismo, tinha quase certeza de que aquele pulsar era real, me perguntava se o rapaz que tinha vindo comigo havia sentido também.

Você pode botá-lo no chão? – olhava-o com olhar de espanto e preocupação. – Por favor! Acalme-se para que possamos conversar. – tentava apaziguar enquanto observava as reações do gigante. Torcendo para que o mesmo não obrigasse Agro a recorrer ao plano de soltar os cavalos, mas se assim o fizesse torceria para que o caos esperado pelo rapaz desse certo e desse a mim a chance de ativar meu Frozen Soul e gerar assim um caminho de gelo para que tanto eu quanto o rapaz pudéssemos deslizar para longe do alcance do gigante.
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Mensagem por NR Sérpico Dom Fev 08, 2015 10:25 pm

Agro/Elsa
Não havia muito tempo para concordâncias e os dois agiram.

Agro se meteu entre os cavalos. Felizmente, não recebeu nenhum comportamento hostil como pagamento e ofereceu um belo tapão num dos maiores, um puro sangue musculoso. Deu certo.

Deu certo também por causa do novo tremor, dois novos toques da terra, mais insistentes e que fizeram a caverna ressoar um pouco. Isso, somado ao tapa, fez o cavalo relinchar e avançar como que puxado por uma corda. Arrebentou a cerca. Outros três cavalos o seguiram, relinchando, galopando pra longe. Cerca de meia dúzia permaneceu no cercado, apenas se afastando, mas relinchando igualmente num susto menor. Bastou para pausar o gigante.

Ou será que foi Elsa?

Pois quando deu por si, Agro não tinha Elsa mais ao lado. Ela estava lá, as vistas, pedindo para o gigante parar.

E ele parou. A raiva ainda espumava, junto com a confusão (pois, que diabos estava acontecendo com os cavalos?), mas ele ao menos baixou a faca, olhando a moça com quase... reverência.

Conversar ─ ele repetiu, como se saboreasse as palavras.

Houve uma quebra do momento quando o homem torturado gemeu alto no seu mais novo ato heroico: um cavalo passou rente e ele, de alguma forma, se agarrou ao enorme rabo do animal. O cavalo lhe deu alguns coices, mas o homem não soltou e o animal tampouco desistiu do galope que já tinha começado.

Não! ─ gritou o gigante quando viu seu prisioneiro sendo arrastado para fora da câmara, numa fuga improvisada. ─ Não! ─ daí olhou pra Elsa e agora pareceu ver Agro também ─ esperem aqui ─ advertiu e então subiu num cavalo com tamanha violência que o coitado pareceu que ia dobrar no meio, mas se manteve nas quatro patas e obedeceu o comando, galopando para a saída, em perseguição.

Sobraram Agro, Elsa, Rita e os outros.

Olhando da entrada da câmara onde estavam, eles podiam ver o corredor. Havia uma dobra para a esquerda (do qual parecia vim o som de água, de antes, quando estavam sendo arrastados) e o caminho reto, por onde o gigante seguiu, um túnel longo. Eles tinham certeza de que era possível ver um pouco de luz no fundo do túnel, parcialmente tapada pelos cavalos em marcha. Luz do dia, talvez. E o túnel era longo. O suficiente para 15 segundos de cavalgada mais tarde e ainda ser possível vê-los, lá longe. A voz do gigante ecoava por quase toda a caverna.

Outro tremor. O terceiro, já. Mais potente. Algumas estalagmites pequenas se partiram do teto e caíram. Até parecia que algumas rochas estavam se partindo nas entranhas do solo. Os animais se irritaram com isso. Mas não porque eram animais chatos, reclamões por estarem em cativeiro. Não. Eles reclamaram porque sentiram algo.

Os cavalos até começaram a galopar pra longe, agora motivados pelo medo.


Reddo
Cali nem pareceu notar a mão de Reddo em seu ombro. Ela própria se afastou um pouco, preocupada, mordendo o lábio inferior.

Não é a minha estação da lua ─ ela disse, lúgubre, olhando agora para o céu e depois para o rio. Provavelmente viu a criança sendo carregada, mas ignorou isso também. Agora o tom era de raiva. ─ É a estação da Cami! Ela deve ter se ausentado, de novo! Pirralha maldita!

Ela ainda encarava o rio, pensativa. Reddo fez o mesmo e agora viu um jovem ruivo correndo lá embaixo. O menino era rápido e ágil o suficiente para não escorregar naquelas pedras lisas. Ele corria rente ao rio, atento, como que procurando algo. Quando pareceu ter visto, longe, seu grito ecoou:

Mirian!

E Reddo podia jurar ter visto a criança ─ agora mais longe do que nunca, apenas um ponto escuro em meio ao azul ─ levantar uma mão para o alto, sinalizando.

Um instante de distração e Reddo quase não percebeu a ausência de Cali, que tinha retornado para dentro da caverna. Já estava de volta, apressada, os olhos muito abertos de pura urgência. De repente toda a elegância dela tinha minguado e tudo só pareceu piorar quando outros dois tremores surgiram, mais vibrantes e um bocado mais longos. Reddo até teve a impressão de ver algumas pedras saindo do lugar, no declive.

A flauta! ─ Cali ganiu. ─ Não acho a flauta!

O menino lá embaixo caiu com o tremor. Mas já estava de pé, numa nova marcha. Até que parou.

Onde? ─ Cali, consultando a si mesma. Estava vivendo o desespero de quem perde algo muito, mas muito importante.

O menino parou porque uma fenda abriu entre ele e o caminho que seguia. O chão era rocha pura, e partiu de repente, como se fosse papel molhado. Um tremor violento veio com isso, e a fenda foi ganhando proporções maiores ─ indo de um lado do rio ao outro, se estendendo até a campina, o chão se abrindo num sorriso largo. O rio parou de correr, a água morrendo dentro da terra. E de dentro da fenda uma fumaça branca subiu, uma única lufada gasosa, acompanhada de um som animal.

Um arroto.


Sabrina
O velho de cartola pareceu decepcionado num primeiro momento, mas seu semblante mudou quando, na segunda vez que perguntou, Sabrina disse poder ajudar. Ele a chamou com a mão, mostrando os dentes com um sorriso.

Aqui, aqui ─ disse, indicando pra que ela subisse na carroça, se abaixasse um pouco passando pela lona e entrasse na parte de trás do veículo onde jazia um jovem desmaiado. O senhor entrou logo atrás, coisas tilintando em seu bolso.

Nesse meio tempo o ruivo recuou até o embrulho que o filho protegera com tanto esmero. Sabrina espiou, antes, e tudo que conseguiu discernir foi que era algo feito de madeira clara, muito bem envernizada... O pai retornou até a carroça com o embrulho, o deixando de lado no acento de cocheiro, onde sentou e deu partida.

Ei ─ reclamou o velho, mas o homem não lhe deu ouvidos. Pôs os cavalos para correr como se estivesse numa disputa oficial da qual lhe dependesse a vida. O velho se virou pra Sabrina, que agora já tinha algum diagnóstico. ─ E então? ─ perguntou ─ Ele não parece ferido nem nada, mas...

Sabrina constou o seguinte: o jovem não tinha ferimentos e os batimentos estavam normais. A respiração estava profunda e ele parecia resmungar algo, como que delirando ou sonhando. Suor frio marcava sua testa.

Fora isso, a visão. Foi no momento que Sabrina o tocou, pele sob pele. Ela pode sentir um tipo de choque e então cenas rodaram na frente de seus olhos.

Spoiler:

...Tremores. Esses mais insistentes, quase derrubando Sabrina encima das batatas. Batatas? Carroça? Por um momento não entendeu onde estava. Viu um jovem desmaiado e um velho de cartola olhando pra ela, e não entendeu o significado da vida. De repente, dor, bem atrás dos olhos. Ela se segurou e aos poucos foi recordando, a memória clareando.

O velho esteve perto de fazer uma nova pergunta à Sabrina, mas com os novos tremores ele olhou pra frente, pra direção por onde seguiam. Ele saiu da cobertura e foi até o banco do cocheiro, discutir com o outro (quem era mesmo?), o homem ruivo (ah!), e de repente a carroça parou, os cavalos relinchando em desacordo.

Você não tem olhos? ─ o velho, indignado. ─ Olha ali, aquela puta fenda! Ia estourar minhas rodas!

Aquilo não é nada ─ replicou, mas então deixou as rédeas e o banco, indisposto a continuar a discussão ou simplesmente mais interessado no que via declive abaixo. ─ Por Erek ─ sussurrou.

Enquanto isso Sabrina... ora, o tom de voz daquele homem escuro, na visão, era realmente parecido com o de Slao ─ alguém que ela ainda não tinha visto claramente... E aliás, aquele cara de antes, um dos enviados pra Eala junto com ela, o que ficou com a cuia... tirando os desenhos tribais e os olhos azuis... bem, eles se pareciam um pouco, sim.

Outra pontada.

Sabrina resolveu sair do meio das batatas, em busca de ar, deixando o jovem que fora chamado de Gin pra trás. Lá fora, foi recepcionada por um novo e potente tremor que logo parou. O mundo parecia ter quebrado. Na estrada, uma rachadura cortava o perímetro de um lado ao outro, meio metro de grossura. Seguindo a rachadura com os olhos, qualquer um seria guiado para o declive e instigado a olhar lá embaixo, para o rio. Sabrina viu uma imensa abertura na terra, de um lado ao outro do rio e se estendendo além, para uma campina bonita que tinha pra lá. O rio deixou de correr pra soltar toda sua água fenda abaixo. E dessa rachadura subiu fumaça e depois algo grande.


Reddo
Antes que a coisa, seja lá o que fosse, saísse da terra, Cali se mexeu. Ela começou a descer o declive, acertando os pés com precisão nas rochas.

Antes de descer ela tinha dito:

Reddo, por favor, se proteja em minha caverna.


Reddo/Sabrina
Era uma cobra enorme. Do tipo que consegue comer um cavalo sem nem precisar abrir muito a bocarra. A pele era escamosa, meio alaranjada e agora molhada por causa da água do rio.

Sua cabeça despontou pra fora da terra e ela se arrastou pra cima. Seu corpo, gordo, pesado, lento, foi subindo logo atrás, enchendo a natureza ao redor. Se enrolou. E então parou de vim mais dela, o corpo esguio ainda parcialmente oculto no subsolo. Deveria ter uns 50 metros de monstro bem ali, e ainda não se via a cauda, o final, chame como quiser. Quão grande seria aquilo?

Era uma cobra, sim, mas tinha dentes. Parecia aqueles meninos que cresceram sem arrancar os dentes de leite, com quase duas arcadas, dente sob dente, uma coisa horrível. Só que as da cobra eram piores: pareciam pedras de granito afiadas feitos arpões. E o animal tinha chifres, duas toras negras curvas coroando a cabeça.

Ela olhou em volta, seus olhos escuros vendo primeiro os mais próximos: um jovem ruivo que Sabrina conhecia por Dave e uma moça de cabelos brancos que Reddo conhecia por Cali. O menino estava sentado no chão, contemplando, sem reação. Já a moça corria, terminando de descer o declive, na direção do bicho. A cobra pareceu indecisa, sobre quem pegar primeiro.

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[Clássica] Nepente rubro Empty Re: [Clássica] Nepente rubro

Mensagem por Sassa Ter Fev 10, 2015 8:16 pm

As coisas estavam começando a fugir um pouco do meu controle, precisava tomar as rédeas daquela situação antes que eu acabasse me desviando demais de meu foco. O objetivo agora era conseguir um transporte e descobrir de uma vez por todas onde estava a tal nascente do Rio Sena. O pai das crianças foi até o embrulho que o filho estivera protegendo durante o assalto, mas tudo que pude ver era que o objeto era feito de madeira, bonito, muito bem cuidado, e só. Dei pouca atenção naquele momento, tinha pendências maiores no momento. O homem sorriu ao perceber que eu estava solicita a ajuda-lo, mas mal ele sabia que era tudo pelo mais puro interesse em seus cavalos.

Ao subir na carroça pela parte de trás, vi um rapaz desacordado repousando ao lado dos sacos de batata espalhados pela carruagem. O rapaz não parecia ferido, sua respiração era profunda, mesmo sem toca-lo era possível ver seu peito estufando de forma lenta e puxando tanto ar quanto podia, e depois soltando tudo numa lufada de ar silenciosa. Mas para desencargo de consciência, resolvi checar seus batimentos, e foi nesse momento que tive uma surpresa interessante. Fui acometida por uma espécie de visão, onde o jovem se encontrava junto de um homem escuro. As feições daquele segundo personagem eram diferentes e bastante singulares. Sua cabeça era raspada e ele possuía desenhos em sua cabeça. Seus olhos eram azuis num tom profundo e sua pele escura e o sorriso branco como pedras polidas. Eles conversavam, o homem escuro parecia dominar o assunto, mas ao que indicava não eram amigos. Pelo conteúdo, parecia que o tal jovem, identificado como Gin apenas, não gostava daquele homem, não aceitava suas sugestões ou propostas e isso o desagradou. Mas quem eram eles afinal? E como terminou daquele jeito? Estranhamente, notei uma coisa que antes não tinha percebido. A voz daquele segundo homem, que não se identificara durante todo o dialogo, era muito parecida com a de Slao. Sua feições porem remetiam ao rapaz escuro que andava ao meu lado quando encontrei Circe na floresta. O que estava acontecendo ali?

Acordei. Desnorteada, parecia que uma nova onda de amnésia estava correndo minha mente. Eu mal conseguia lembrar onde estava e... Espere! Sim, eu estava na carroça, um homem ruivo... Pai das crianças? Sim. Definitivamente eu estava numa carroça conduzida por aquele homem. Aquele que me encontrou na estrada desacordada. Lembrei de tudo, mas ainda assustada com o rumo que as coisas estavam tomando. – Parece que ele está sob efeito de alguma magia, algo que o está fazendo dormir e viver num mundo de sonhos. – Disse ao velho quando acordei. Se ele acreditaria ou não, já não era mais da minha conta. Hora de voltar à realidade. Mas não tardou que ela chegasse até mim, de forma não muito sutil e nada agradável. Tremores fortes, inconstantes, a terra rachou a nossa frente. Uma bela fenda, capaz de nos tirar da estrada se abriu a nossa frente, obrigando o homem ruivo a parar. Ele protestou, mas não fez questão de continuar, sua atenção agora se voltava ao declive novamente, pelo visto havia encontrado os filhos.

Mas algo ainda estava errado comigo, parecia que ter tocado aquele rapaz havia mexido em algo dentro de mim, e agora sentia pontadas de dor que quase me deixavam louca. Lembrar das coisas estava se mostrando uma tremenda dor de cabeça naquele momento, tanto que resolvi sair da carroça e tomar ar. “Um homem escuro nos sonhos deste rapaz não é coincidência, Sabrina. Lembre-se do que Circe nos disse antes de partirmos. O homem com o qual lutamos possui poderes mentais poderosos, e com apenas um toque é capaz de afetar seus alvos de forma que suas mentes não sejam mais como eram antes.” Alice estava certa. Mas o que aquilo significava? Seria aquele homem de olhos azuis realmente Slao? Ele teria feito com aquele rapaz na carroça algo que o fizera entrar naquele estado de sono profundo? Poderia ser. E ao toca-lo, a magia de Slao residente naquele garoto, reagiu ao que havia em mim e criou este efeito colateral. É uma possibilidade, mas eu não tinha tempo no momento para isto, pois a situação pedia urgência.

O chão tremeu novamente. Mais forte, com mais violência, e a terra se abriu, mostrando uma enorme fenda que separava a estrada alguns metros a frente, tornando praticamente impossível a travessia. O homem ruivo estava na beira da estrada, enquanto o velho? Quem liga. Eu tinha meus próprios problemas agora. Mas havia algo que eu podia me focar naquele momento de distração que talvez me fosse útil. O embrulho. O homem deixara sobre o banco da carroça, e desesperado por ter seus filhos de volta, deu pouca atenção ao mesmo. Então resolvi que em minhas mãos, talvez, o objeto estivesse mais bem cuidado. Se fosse algo que pudesse ser carregado em minha bolsa, faria um serviço rápido e limpo, era pegar e guardar. Caso contrario, deixaria ali mesmo. Afinal, aquele não era meu foco, como já havia dito antes.

Urgência Sabrina! As noticias ruins não paravam de chegar. Como que já não fosse ruim suficiente ter uma fenda se abrindo no chão a sua frente, dela agora emergia uma enorme criatura, cerca de 50 metros ou mais de comprimento e ainda nem estava totalmente fora de sua toca. Aquilo era assustador. Era hora de partir. Se aquele velho iria deixar ou não, isso já não era mais importante. Mas sem pensar duas vezes, peguei um dos cavalos de sua carroça, desamarrei-o e dei um pinote certeiro para fora daquele lugar, indo na direção contraria da estrada. Se o velho tentasse intervir, simplesmente derrubá-lo-ia com a telecinese, nada que um bom empurrãozinho não resolvesse. Meu objetivo não estava ali. eu não era uma heroína, tampouco deixa-los ali para morrer era algo que me afetasse. Tudo que eu queria era chegar a tal arvore, e eu queria muito acreditar que os outros membros do grupo, principalmente aquele que levava a cuia, pensasse como eu.



[Na boa? Se virem aí, esse pepino é de vocês, não meu. Vlw flw. o/]

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Mensagem por Sigurd Qua Fev 11, 2015 11:26 am

Por incrível que pudesse parecer, algo da estratégia desesperada do jovem tinha funcionado. Não que tivesse saído exatamente como havia pensado, mas como ganhou tempo e de bônus salvou o rapaz(pelo menos por um tempo) podia considerar-se bem-sucedido.

- Fique se quiser ou me siga, tanto faz. - Disse à garota, quando o gigante saiu, enquanto buscava por seus pertences (principalmente a cuia e sua espada,junto ao cinto e a bainha. Se pudesse achar o resto dos seus itens rapidamente: levaria, mas daria enfase nesses dois.) - A criatura pode ter sido gentil com você, mas nós dois vimos o quanto pode ser cruel. Não estou interessado em descobrir quais seus planos pra nós. Considerando o fato dele ser bem pesado, talvez demore um pouco para alcançar o cavalo do fugitivo... é agora ou nunca.

"O que é isso?" - Perguntou-se em pensamento, dando uma pequena pausa, quando sentiu o tremor. Aquele, na verdade, era o terceiro tremor naquele dia, mas devido a tensão do momento ignorara os outros dois. Todavia aquele havia sido forte, mais forte.

"Um problema de cada vez..." - Consolou-se, sem parar a busca.

Caso encontrasse - que fique claro que as seguintes ações só acontecerão se a anterior (encontrar seus itens) funcionar - sairia as pressas da caverna. Se - e somente "se"- houvesse algum cavalo remanescente por lá, montaria nele e cavalgaria como nunca antes, no exercito de Hilydrus, cavalgou: para fora da caverna, o mais longe que pudesse chegar, onde por ora se esconderia. Caso não encontrasse nenhum, apenas fugiria do modo mais sorrateiro possível a procura de um esconderijo. Em ambas situações, ficaria ligado ao seus instintos(habilidade sensorial) para sentir a aproximação do gigante e de outros seres que considerasse hostis para não ser surpreendido.

- Boa sorte. - Diria à garota, caso ela não quisesse segui-lo e então a deixaria a própria sorte.

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Mensagem por NR Sérpico Sex Fev 20, 2015 5:47 pm

Sabrina
Ela conhecia pouco o homem que falava em sua cabeça, mas podia jurar que o tom atual dele ─ logo depois das últimas ações que fizera, se mandando ─ era de alguém se divertindo:

"Por essa eu não esperava. Deveria... mas realmente não esperava. Pode seguir normalmente pela estrada. Irei guia-la até o lugar certo. Você merece."

Antes: realmente, o homem ruivo não percebeu quando Sabrina pegou o embrulho, tão distraído como estava. Mas o velho de cartola viu quando ela liberou um dos cavalos e deu fuga. Com o canto do olho, ela pôde ver quando o velho levantou os braços, como se estivesse prestes a gritar “mas o que é isso?!” ou outro tipo de protesto. Mas a verdade é que ele devia estar divido entre ir atrás da ladra ou fazer outra coisa urgente, tipo ele próprio sair dali ou oferecer alguma ajuda para aquelas pessoas lá embaixo. E nesse tempo em que esteve divido, nada fez, a não ser ver Sabrina se distanciando.

Alguns minutos depois, por sob o ombro, ela viu que ninguém parecia ter interesse em persegui-la  e pôde cavalgar com mais calma afim de ver aquilo que Dave protegera com tanto esmero. Quando o pegara, teve a impressão de ouvi-lo ressoar e agora, com a coisa sob o colo, confirmava ser um tipo de instrumento musical, um primo da harpa, de mais ou menos um metro. Como constara antes, a madeira era perfeitamente envernizada e as cordas do instrumento eram de um material inédito para Sabrina, aparentemente resistente como ferro ou cobre, mas leve como uma corda normal, quase suave ao toque. Entre o embrulho e o instrumento, havia um tecido macio grosso, que deveria servir para proteger o instrumento de arranhões e impactos leves. Não tendo nenhum interesse por aquilo, ela pelo menos poderia conseguir boas moedas em troca, pois a coisa parecia valiosa. O único detalhe que destoava era uma marca no centro do instrumento, entre as cordas centrais. Ela olhou melhor e compreendeu que eram letras riscadas na madeira: M A X.

Continuou cavalgando. Já se sentia melhor, aliás. E suas ideias sobre o que acontecera lá atrás, ao tocar o jovem, eram precisas, bem próximas da verdade. Um novo olhar para trás e as pessoas e o que acontecia lá eram agora uma lembrança borrada no horizonte. Olhou para frente novamente. A árvore estava lá, longe, mas parecendo perto por causa do seu tamanho. Ao menos a estrada não fazia nenhum desvio, seguindo lealmente na direção da Forja. Ela estava no caminho certo.  

Então viu poeira.

Longe, pela estrada. Uma poeira daquelas podia significar duas coisas: uma tempestade de areia ou um grupo grande de pessoas chegando a cavalo. Era a segunda coisa. Seus olhos podiam estipular cerca de 50 cavaleiros, alguns deles com armadura que reluziam a luz laranja da árvore ao longe. Em meio a comitiva, ela distinguiu ao menos quatro grandes carruagens.

O lugar onde Sabrina estava não era muito diferente de onde deixara os outros. De um lado da estrada, rochas e campina. Do outro, um declive e lá embaixo o rio. O declive aqui não era íngreme nem rochoso, era agora apenas um barranco que podia ser descido normalmente. E havia algumas árvores solitárias de ambos os lados das estradas; até mesmo no "declive" era possível ver algumas, as folhas em amarelo e verde claro, cores do outono.

A comitiva se aproximava. Não estavam com pressa, por isso cruzariam o caminho de Sabrina dentre alguns longos minutos.


Reddo
Não se mexeu. Por isso viu quando a cobra se aproximou do menino e bufou aquela fumaça branca nele. O bicho abriu um pouco a boca e uma língua bifurcada saiu de lá, pingando. Ela estava com água na boca.

Cali chegou lá, finalmente. Pareceu conseguir a atenção do monstro. Parecia até mesmo estar falando algo para ele.

Enquanto isso, Slao ressoou na cabeça de Reddo:

"Eu sei que foi bom, meu caro, mas se afaste dela. Não consigo falar com você com ela por perto. Você não tem nada com esse povo. Melhor sair daí."

Reddo ouviu pedrinhas rolando. Olhou para o lado, para cima, e viu que um homem (meia idade, ruivo igual o menino lá embaixo) descia apressado pela escada natural de pedras. Ele veio de cima, passou por Reddo e continuou descendo para o perigo.

"Suba".  


Agro/Elsa
Agro foi até os tantos itens jogados de canto. Procurou, mas não achou nada seu ali. A única coisa que não tinha visto antes e que agora surgiu foi um caderninho de 10 centímetros, que estivera no meio dos cobertores de pele. Quatro aros de ferro juntavam duas placas de couro rígido e entre as placas estavam as folhas, cerca de 300, todas rabiscadas com exceção das últimas cinco. Folheando brevemente, Agro viu letrinhas difíceis de ler pelo tamanho delas e por causa da meia luz do lugar onde estava. Só conseguiu distinguir uns desenhos nas bordas das páginas: carinhas sorridentes, borboletinhas, estrelinhas e outras coisinhas.

Agro controlou a tempo um cavalo e montou, quase pronto para sua fuga. Então sentiu uma presença. Estava ali perto, andando. Olhando para o túnel, Agro e Elsa viram quando a criança dobrou a esquerda e ficou visível para eles, do lado de fora da sala onde estavam. Uma menina pequena e magra, num vestido bege, as alças deixando a mostra as clavículas ossudas. Seus cabelos eram brancos e encaracolados. Ela olhou para os dois e depois olhou na direção oposta, por onde o gigante já tinha desaparecido em perseguição. Olhou para trás, de onde veio. Parecia confusa. Girou o corpo, olhando todos os três caminhos de novo e se mexeu bruscamente para se esquivar dos cavalos, que passaram rente, fugindo.

Então, nesse último movimento de esquiva dela, os dois viram o que ela levava numa das mãos, parcialmente escondido nas dobras espaçosas do vestido.

Era a cuia. Ela segurava a cuia.

"Não f...", começou Slao, na cabeça de Elsa e Agro, mas não concluiu a fala, como se uma interferência o tivesse impedido.

A criança se aproximou da entrada da sala onde os estranhos estavam.

Por que os animais estão tão nervosos? ─ perguntou. Uma mão foi até a boca e ela roeu a unha do indicador. De repente tirou a mão da boca e sorriu. ─ Me chamo Cami, e vocês?

Ela tinha um ferimento de contusão num canto da testa, que sangrou um pouco e logo deveria inchar se tornando um belo galo.

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Mensagem por Reddo Sex Fev 20, 2015 9:10 pm


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#06 - Problemas
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A súbita reação de Cali passou a preocupar cada vez mais o rapaz. Desde que os tremores começaram, a mulher estava cada vez mais inquieta, demonstrando um comportamento completamente oposto ao que ele viu durante as poucas horas que ficaram juntos. Porém, seus pensamentos foram cortados quando ele reparou em mais uma criança. Dessa vez ele conseguiu ver bem que era um menino, que passava rapidamente pelo rio como se buscasse por algo. Logo, ele gritou um nome que fez com que Reddo olhasse para a mesma direção... E lá estava a criança que ele viu sendo carregada pela correnteza. Espontaneamente, um largo sorriso apareceu em seu rosto. ─ Eu ainda posso salvá-la! ─ Pensou. Tal reação deixou Azralon ainda menos amistoso, mas antes que pudesse falar algo para a atenção de ambos voltaram para Cali. Ela havia sumido para dentro da caverna.

Apesar de não conseguir vê-la, era possível ouvir a sua voz e o quão desesperada ela estava. Parecia estar buscando por um objeto, mas não conseguia achá-lo de maneira alguma. Para piorar, Reddo sentiu ainda mais tremores, como se algo realmente problemático estivesse vindo. De repente, a terra se abriu e logo a sua frente algo inimaginável saiu de lá: uma gigantesca cobra. Seus olhos se arregalaram por um momento, vendo tamanho monstro pouco a pouco saindo de dentro da fenda. Em seus anos de viagem por Lodoss, ele nunca sequer ouviu boatos de um monstro parecido e, pelo pequeno desconforto que sentia em seu peito, era óbvio que aquilo não era algo comum nem para o seu demônio. Quando grande parte de seu corpo estava fora da fenda, sua atenção começou a se dividir entre o garoto de antes e Cali, que rapidamente desceu o declive após, supostamente, encontrar o que procurava. A atenção do monstro estava dividida entre ambos, como se ele estivesse escolhendo qual seria a sua primeira presa.
─ Escute, garoto. Mesmo que você dominasse completamente o meu poder, se envolver com essa aberração ainda te daria trabalho. Você, que sempre se recusou a usá-lo e não entende nada do mesmo não tem a menor chance contra algo desse tamanho. Aproveite que ela ainda não te viu e fuja, indo o mais longe possível. Provavelmente haverá outras mulheres para você dormir e pegar informações nessa ilha, então não perca mais tempo. ─ Disse o demônio, sendo a sua última frase em um tom bem mais sarcástico que o normal.

Realmente, um dos maiores motivos que prendia o rapaz ali foi o seu contato com Cali. Para completar, pela primeira vez desde que chegou na ilha, Reddo ouviu a voz da Slao. Suas preocupações pareciam ser as mesmas de Azralon, apesar de que motivadas por fatores diferentes. Por fim, ouviu o barulho de pedras rolando declive abaixo, fazendo-o olhar para cima. Ali, um homem de meia idade corria em direção a cobra. Não era preciso nenhum tipo de habilidade para notar que ele era apenas um homem comum, o que contrariava toda a lógica. O que alguém desse tipo estaria fazendo, indo em direção a um monstro gigantesco? Em alguns segundos, a resposta estava clara para o rapaz: ele estava indo atrás do garoto. Se Reddo ignorasse tudo aquilo e fugisse, ele certamente sairia com vida e poderia continuar com o seu objetivo, Entretanto, a sua salvação iria acarretar na morte de pelo menos duas pessoas (por algum motivo, Cali não parecia correr tanto perigo). Cerrando os punhos, ficou mais alguns segundos em silêncio, chegando então a uma conclusão.
─ Vocês estão certos. ─ Disse em um tom baixo, referindo-se tanto a Azralon quanto Slao. Ele sabia que ambos poderiam lhe ouvir naquele momento.

─ Permanecer com Cali é contra os motivos que me levaram aqui, e a cada segundo meu tempo fica ainda mais curto. No entanto... ─ Pequenas labaredas começaram a sair da sola de seu pé e da palma de sua mão, seus olhos aos poucos deixavam de ser âmbar e um leve tom avermelhado começava a tomar conta deles. Aquela sensação era nostálgica para Reddo, visto que o mesmo não a sentia durante anos. Talvez Slao não tivesse ideia do que era aquilo, mas aquela sensação estava deixando Azralon cada vez mais irritado. ─ REDDO! NÃO OUSE! ─ Gritava dentro do rapaz, tentando pela primeira vez em anos assumir o controle de seu corpo. Contudo, o rapaz lutava contra a possessão. Cravava as suas unhas na palma da mão, enquanto mais e mais energia fluía para os seus membros. Ele sabia que era fraco e que não poderia suprimir o demônio durante muito tempo. Contudo, ele teria certeza de realizar o seu objetivo antes que a sua consciência fosse tomada. ─ Eu só vou sair daqui quando todos os quatro... ─ Referindo-se também a garota que havia sido carregada pela correnteza. ─ ...estiverem a salvo...! ─ Sem hesitar mais, Reddo passou a correr com extrema agilidade em direção ao garoto. Ele contava principalmente com a sorte, na qual quando a serpente o percebesse ele já estaria com o garoto e entregando-o ao homem. Assim, caso precisa-se lutar tentaria ganhar o máximo de tempo possível para que ele e Cali pudessem fugir. Os poderes que a tanto tempo evitou borbulhavam pela chance de serem novamente usados e, mesmo sem dominá-los, aquele monstro mal sabia o que esperava por ele.
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Mensagem por Sigurd Qua Fev 25, 2015 9:56 am

Confiante de que a sorte estava ao seu lado, viu-se desanimar quando a busca começou a se mostrar um fracasso. Procurou, mas nada além de um pequeno livrinho infantil - julgou pelo pouco que viu - foi encontrado. Por nenhum motivo aparente, guardou-o em sua calça (prendendo à parte de lateral de sua cinta) e continuou sua busca.

Contudo, confirmado o fracasso, já era hora de dar sequencia ao ao plano: a fuga. Não podia perder mais tempo. Entretanto, não foi bem assim...

- Não está aqui... - Disse à Elsa, desiludido. - Não temos mais tempo, ultima chance: ou vem, ou fica. - Falou, enquanto controlava um dos cavalos. Já estava pronto para fugir, independente da garota, quando algo o interrompeu. Sim, uma presença..mas não, menos intensa que a do gigante. Com um rápido movimento, virou-se em direção de onde vinha e aguardou, apreensivo. - Lá...- Sussurrou à Elsa, enquanto apontava com a cabeça.

Não havia como negar a aflição. Porém, não demorou muito para que, dobrando a curva, no caminho oposto ao do gigante, uma garotinha desse as caras. A principio, nada disseram. A garota parecia confusa e não poderia dizer menos de ambos jovens - pelo menos referente a Agro. Contudo, algo o despertou:

"... a cuia." - Espantou-se, dando uma boa olhada para Elsa como quem diz: "você também viu?"

O rapaz deu de ombros à primeira pergunta da garota, como se houvesse esquecido que, na verdade, ELE havia criado aquilo. No entanto, se apresentou: - Agro... - Apenas disse, meio pasmo com tudo aquilo. Em sua mente, tentando comunicar-se, pôde ouvir novamente a voz de Slao. Não sabia se havia sido interceptado ou não, mas considerando seus problemas apenas ignorou, por ora.

- Cami, não é? - Começou, pronto para enche-la de questionamentos. - É... - Deu uma pausa antes de começar. - Não temos tempo. - Lembrou-se de súbito. - Precisamos sair daqui. Cami, por onde veio... O que nos espera lá? Temos dois caminhos e precisamos ir. Venha conosco, por favor. Podemos cuidar disso aí. - Apontou para seu ferimento. - Elsa... é importante que venha, podemos ir os três no cavalo. Só precisamos decidir o caminho e ir. Quero sair logo daqui. O que me dizem?

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Mensagem por Sassa Sex Fev 27, 2015 12:40 pm

Cavalgando a toda velocidade, dei uma ultima olhada para trás apenas para confirmar que ninguém me seguia, mas tudo que vi fora o velho com os braços pro ar, provavelmente lamentando o fato de ter confiado em mim. Dei de ombros. Apesar de não gostar do fato de ter que deixar duas crianças inocentes para morrerem, antes eles do que eu. Meu objetivo era único, encontrar a forja, beber da agua do rio e ir embora. E quanto mais rápido eu o fizesse, mais rápido aquilo acabaria... Ah! Slao. Era ele novamente, me “parabenizando” pela atitude de agora pouco. “Não pense que sou como você. Não preciso de sua ajuda para alcançar meus objetivos, mas você por outro lado... Parecia querer muito a ajuda de Gin naquele dia, não é verdade?” E independente de sua resposta, ficaria calada de agora em diante. O fato dele estar falando comigo indicava que queria algo, e eu o deixaria cozinhar com aquela vontade até que estivesse no ponto para mim.

Quando me afastei o suficiente da cena onde o caos corria solto, dei uma desacelerada na fuga e aproveitei a chance para ver do que se tratava o objeto que acabara de furtar. Era uma espécie de instrumento, nunca havia visto um parecido antes, mas era lindo e parecia valioso, porem, para mim era inútil naquele ponto. “Ao menos posso conseguir umas moedas quando voltar à Lodoss...” Mas algo me chamou um pouco mais a atenção além da beleza naquele objeto, tratava-se de uma sigla. MAX. O que significava? Pensei bastante sobre o assunto até que ao longe avistei uma pequena nuvem de poeira se erguendo no horizonte. Alguém estava vindo pela estrada, e pelo tamanho da nuvem, era uma caravana bem grande. Composta por 4 carruagens e cerca de 50 cavaleiros montados, eles só podiam se tratar de uma escolta, e seja lá qual for a carga que estão carregando, parecia muito importante. “Se eu der passagem a eles, não haverá problemas. Cada um segue seu caminho e ninguém sai perdendo... Ou quase.” Será que deveria avisa-los sobre a cobra mais a frente? Não era meu trabalho. Dei de ombros novamente e segui em frente, guardando o objeto de volta a bolsa, cavalgando devagar e sempre atenta aos movimentos do grupo. Ao menor sinal de perigo, seja por parte dos cavaleiros, ou por parte de qualquer outra ameaça que viesse sobre nós, eu iria fugir pelo barranco ao lado.

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Mensagem por Elsa Sáb Fev 28, 2015 4:52 pm

Eu vou com você. – respondia apressadamente a Agro após ele não encontrar a cuia em meio aos objetos que se encontravam na caverna. Os cavalos ainda se agitavam em fuga quando uma presença fora notada. – Eu notei... – respondia no mesmo tom ao sussurro do homem virando o rosto na direção logo em seguida. Não tardou para que aquela presença se mostrasse na realidade uma garota. A mesma vinha do outro caminho em meio a caverna onde outrora havíamos notado o som da água. Parecia perdida e por muito pouco não havia sido acertado pelos cavalos em fuga, quando achou caminho até a área mais espaçosa da caverna, onde nos encontrávamos agora pudemos notar que ela carregava a cuia. Agro pareceu não ser capaz de conter o espanto e seu olhar havia entregado isso.

Acenei positivamente com a cabeça enquanto dava alguns passos a frente, na direção da menina. – Eles não estão nervosos. Só estão procurando o caminho de casa. – sorria amigavelmente enquanto podia notar os ferimentos na menina. - Chamo-me Elsa, é um prazer conhecê-la Cami! – as dúvidas surgiam a mente naquele momento, mas Agro não parecia estar disposto a sentar e conversar naquela situação e eu tinha de concordar com a preocupação do rapaz. – Cami, sabe como sair dessa caverna? Ou está perdida também? – se tivesse me aproximado o suficiente perto da garota me agacharia para olhá-la mais de perto. – Vamos ninguém lhe fará mal. Iremos encontrar um lugar seguro para ficar e tratar esse machucado. – abriria os braços para caso a garota aceitasse a levantasse do chão, carregando-a pelos braços até montar no cavalo junto de Agro.

Slao parecia tentar falar algo em minha mente, mas o que havia dito não tinha sentido ou não havia sido completado. Teria sua telepatia sofrido algum bloqueio? – Você o ouviu? – perguntaria a Agro. – Independente disso, vamos em frente. Antes que ele volte. Segure-se Cami. – diria enquanto seguiríamos pelo mesmo caminho que a garota tinha vindo.

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Mensagem por NR Sérpico Sáb Fev 28, 2015 8:35 pm

Agro/Elsa
Uhum, é Cami... C-A-M-I.

Ouviu e acenou um sereno positivo com a cabeça, sobre os animais estarem procurando o caminho, como se realmente entendesse o que isso queria dizer. Depois sua testa dobrou, com aquele papo de ir embora:

Sair daqui? ─ Ela estranhou isso, seus olhos piscando na direção de Agro. Ela deixou que Elsa se aproximasse, mas instintivamente jogou as mãos para trás, como se tentasse esconder a cuia. ─ Mas eu precisava falar com o tio Horo sobre... ─ Uma nova onda de piscadas. Ela parecia estar pensando. Lembrou: ─ Precisava falar sobre isso!

Ela ergueu a cuia, ficando na ponta dos pés.

É um item mágico, como ele pensava! ─ E deu um giro alegre, o vestido a seguindo num floreio rodopiante. ─ As outras coisas são bonitas, mas não brilham como essa aqui! Ela deve valer bastante cabras e cavalos! Mas... Hm... Cadê o tio Horo? Ele é bem grande e tem um olho só!

Cami resolveu encarar Elsa e Agro novamente. Parece que só agora estava processando a ideia de sair dali, de mostrar o caminho. Ficou decidindo alguma coisa, no silêncio, mas os animais faziam barulho e ela deve ter perdido a concentração e até se esquecido de Horo. Então simplesmente se deixou ser abraçada por Elsa e disse:

Por ali tem uma saída. Duas, na verdade! ─ Apontou o caminho da curva, de onde surgira. Aceitou ser erguida por Elsa, ficando de lado no dorso do animal, a frente de Agro. Não havia sela, e ela não pareceu preocupada com o equilibrio, não se segurando nem em Agro nem na crina do animal. ─ Vocês podem cuidar disso aqui? ─ ela disse, passando uma mão na testa. ─ Mesmo? Até que tá doendo, aqui dentro...

Com uma mão de Agro, Elsa subiu atrás. Galoparam, saindo do recanto dos animais. Agro conduziu o animal com perícia, mesmo sem rédeas, evitando sulcos na terra fofa que poderiam ser traiçoeiros para um tornozelo distraído e com o peso de três pessoas. O som de água foi aumentando enquanto que os grunhidos de Rita e os outros ficavam para trás. Ele dobrou na curva.

Cami olhou para cima, analisando Agro, como se ele tivesse algo no queixo. Depois olhou por sobre o ombro dele, procurando o rosto de Elsa. Deu um risinho sem mostrar os dentes, como se tivesse descoberto algo especialmente engraçado. Seus pés descalços balançaram.

Agro e Elsa! Elsa e Agro... São marido e mulher?

A curva terminou num túnel reto, o qual seguiram por um curto momento até darem noutra sala de pedra, ampla e redonda. No outro extremo, havia uma enorme rocha tapando o que deveria ser a entrada de outro túnel. E no meio da sala, uma corrente de água passava, vinda de um túnel menor e escorrendo para outro. Um pequeno rio.  

Atrás daquela rocha é onde o tio Horo dorme e guarda seus bens preciosos ─ disse Cami. ─ Mas só ele consegue mover aquele pedregulho. Ah, e esse rio é o Cristal, porque brilha com os cristais da montanha! ─ Depois ela apontou para o lugar de onde a água vinha. ─ Se vocês forem por ali, vão dar de cara com um portão de ferro sob as águas, gradeado, trancado com um cadeado enorme e enferrujado... Foi por ali que eu cheguei, mas é porque uma das barras de baixo não está no lugar e eu consigo passar facilmente. Vocês não conseguiriam, acho. E também teriam de ficar encurvados que nem o tio Horo, pra não baterem a testa numa estalactite. Mas é uma saída. Dá direto na estrada do Caminho Comum. Mas ninguém vê porque tem um monte de mato na frente. Horo é muito cuidadoso, é sim. Por isso ele tem uma vida longa e prospera!

A menina pulou fora do cavalo, indo para onde as águas escorriam.

E se vocês seguirem por aqui ─ Apontou e entrou no rio. A água subiu até seus joelhos. Olhou na direção do túnel por onde a água ia embora. ─, vão chegar numa queda, onde os seis rios se encontram e formam o Sena! É uma queda muito, muito divertida!

Ela pareceu muito satisfeita em demonstrar todo seu conhecimento. Mas seu sorriso e satisfação foram breves, pois ela levou uma das mãos à cabeça, subitamente fechando a cara... Quase deixou a cuia escorregar dos dedos e rolar pelo rio.

E o que mais tinha na sala? Bem, os equipamentos dos dois estavam lá, num canto. Assim como um punhado de (10) moedas do que parecia ser prata. Todas triangulares.

Os tremores pararam e Agro não captava nada por perto. Tinham pouco a fazer: escolher qual direção do rio Cristal seguir (por onde vinha ou pra onde ia) era uma das coisas. Os dois túneis tinham uma altura de dois metros, mas as estalactites diminuíam essa margem em 40 centímetros. Poderiam levar o cavalo, mas não montar nele durante a passagem. E se seguissem o caminho do rio, para a tal queda que Cami disse ser divertida... bem, talvez não seria assim tão divertida para a montaria. A outra coisa a fazer, essa talvez um pouco mais... delicada... era, de algum modo, recuperar o item de Circe.


Sabrina
Houve um intervalo até que Slao respondesse.

Gin tem um papel a desempenhar, acho. Mas isso não tem muito a ver com você e seus objetivos.” A última palavra foi acentuada com certa ironia. Houve mais um momento, o tempo de Sabrina checar o instrumento e ver a comitiva, então, como se realmente não tivesse muito o que falar: “A cuia não está muito longe, se quer saber... O rapaz negro ainda está com ela. E você não terá dificuldades em tirar dele.”

A comitiva chegava, lentamente. Sabrina continuou no passo. Depois de um tempo, um cavaleiro se destacou do grupo, galopando mais rápido para encontrá-la.

Senhora ─ ele disse, com um aceno quase galante, a mão direita sob o peito de placas de aço. Certamente não esperava que fosse uma jovem, e quando foi chegando perto corrigiu a postura na sela e resolveu ser carismático. Não usava elmo e seu cabelo longo e castanho balançava ao vento. Tinha o rosto duro e comum de soldados, mas com marcas de sorriso nas bochechas. Estava sorrindo agora mesmo. ─ É um bom final de tarde para galopar pelo Caminho Comum, admito. Como está a estrada? Viu ou ouviu algo de estranho mais a frente, perto da cidade? ─ Ele continuou sorrindo, tentando camuflar o interrogatório, enquanto esperava alguma resposta. Ele já estava perto e fez questão de girar o cavalo para acompanhar o andar de Sabrina lado a lado. Ambos iam de encontro com a comitiva. ─ Temo que a Estalagem dos Caminhos esteja lotada. Passamos por ela faz um tempo. Não acho que a senhora, digo... senhorita... irá conseguir algum teto por lá, nesta noite. E a outra estalagem depois dessa fica só nas terras dos ferreiros. O que a torna uma viajante sem um teto provável para esta noite.  

Ele estava dando boas olhadas. Tanto em Sabrina quanto em sua bagagem.

Te conheço de algum lugar? ─ disse por fim. ─ Sou Jezal, alias.

Sobre a comitiva, agora ela conseguia ver que além dos cavaleiros, outras pessoas que não eram soldados acompanhavam o grupo. Homens, mulheres, crianças, um pouco de tudo. Um vento soprou, quente e abafado e trouxe uma melodia no ar. Alguém lá no meio devia ter um alaúde, e poucas vozes se juntavam num coro mais ou menos animado.

Já sei ─ Jezal tinha um meio sorriso e uma sobrancelha levantada. ─ Já sei de onde te conheço... ─ E fez um silêncio sugestivo...


Reddo
Slao não teve o que falar. Vai ver estava ocupado com outra coisa... ou vai ver estava sem palavras.

Reddo desceu, as pernas inflamadas o atirando pra frente numa velocidade que, junto com a gravidade, o fez chegar na cena antes do homem e sem que ninguém o percebesse exatamente. Mentira: a serpente o percebeu, mas foi lenta demais, de modo que Reddo conseguiu pegar o menino e tirá-lo da mira do bicho antes que um contragolpe surgisse: um bote, que só fez vento nas costas de Reddo, os dentes do bicho se fechando onde o possuído estivera à um milésimo de segundo atrás.

Reddo recuou. E sentiu um tipo de choque... o que Circe chamou de efeito colateral... O rapaz nos seus braços parecia uma pedra de gelo, assustado com a besta e agora com o desconhecido de cabelo igualmente vermelho. Por um instante mínimo, Reddo pode ver aquele jovem se aplicando aos estudos de música, treinando com um instrumento bonito e exótico. Por um instante, diante dos olhos de Reddo, surgiu a cena do jovem ─ Dave, ele se chamava Dave, Reddo soube disso ao tocá-lo ─ brincando com sua irmã mais nova, aquela de cabelos negros que, de algum modo, ele sabia que se chamava Mirian. E viu também o pai deles, aquele chamado Max e que estava correndo para Reddo agora mesmo... na visão, viu o pai dando uma bronca no filho justamente por usar aquele instrumento exótico e bonito, principalmente porque era um instrumento m...

Obrigado. ─ Reddo ouviu, subitamente saindo do transe das visões. Era Dave que falara. Confuso, mas agradecido. Reddo o deixou com o homem que era sua réplica mais velha. Os dois se abraçaram, tentando se afastar.

Então, o efeito: uma marreta de dor explodiu a cabeça de Reddo e ele quase perdeu o equilíbrio. Mas então ouviu Cali, ao longe, falando alguma coisa em outra língua e algo em sua mente ligou a ponto de mantê-lo sóbrio, ignorando o início de amnésia (o que estava acontecendo? Quem eram aquelas pessoas?) que surgia.  

Uma sombra enorme se fez ao seu redor e ele girou, prevendo, deixando a dor de cabeça de lado. A serpente estava quase sobre ele, vindo de cima, querendo tragá-lo num golpe só, levando terra e pedras junto com a mordida se fosse preciso. Antes parecia apenas faminta, com os olhos negros meio apertados de um predador paciente. Agora esses mesmos olhos estavam muito abertos, nervosos e vingativos.

A visão de uma garganta ─ um túnel longo, grotesco e gelatinoso ─ corria para ele.  

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Mensagem por Sassa Seg Mar 02, 2015 9:51 am

Então era ele mesmo na visão. Sem duvidas um homem de aparência bem peculiar. Mas para mim aquela informação não tinha tanto valor, afinal, seja qual for o papel que Gin tenha nos planos de Slao, não faziam parte dos meus. Foco. Continuei galopando devagar até que um dos cavaleiros destacou-se dos demais e veio até mim. Assim que ele chegou eu parei e ficamos de frente um para o outro nos encarando. A principio ele parecia não muito animado com minha presença ali, talvez por pensar que eu fosse algum perigo à sua caravana, mas ao perceber que se tratava de uma viajante, ele logo mudou de postura e tornou-se bem mais educado que aparentava ser. – Boa tarde, cavalheiro. Realmente o clima está ótima, mas creio que a situação em que a estrada se encontra é o extremo oposto disto. – O cavaleiro parecia bastante propenso a me ajudar, suas palavras eram um alivio, pois eu não estava com nem um pouco de vontade de arrumar confusão com 50 guerreiros desconhecidos, numa terra desconhecida. Então acabei por mudar de ideia e lhes contaria sobre o que acontecera lá na frente.

- Devem ter sentido os tremores de agora há pouco. Uma enorme fenda se abriu na estrada lá atrás, e para piorar tudo, uma enorme besta surgiu de dentro dela. Eu estava indo naquela direção, e se fossem só os tremores e a fenda eu até teria seguido em frente, mas com uma besta daquele tamanho ameaçando os viajantes, eu achei melhor voltar. – Ele não pareceu muito feliz com a notícia, mas se acreditaria ou não na historia já não era mais da minha conta, minha parte estava feita por hora, só o que precisava agora era me livrar deles e passar direto. – Creio que não, cavaleiro. É um prazer, me chamo Sabrina. – Disse em resposta quando ele se apresentou. Mas ao que tudo indicava, ele não me deixaria ir tão facilmente, de alguma forma ele me conhecia, o que era impossível, óbvio, mas ainda assim era de certa forma preocupante. – Se me der licença, tenho que seguir meu caminho, meu tempo é curto, foi um prazer conhece-lo. – E começou meu galope, dando a volta nele e indo bem para o canto da estrada próximo ao barranco, tanto para ter um espaço para uma futura fuga, quanto pata dar passagem à comitiva.

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Mensagem por Sigurd Qui Mar 05, 2015 11:32 am

"Horo..." - Então esse é o nome daquele gigante. Um gigante de um olho só. Nas ilhas além mar eram conhecidos como semi-deuses bastardos, mas em Hilydrus eram chamados de Ciclopes. Não tinham uma fama das melhores, de fato, mas o rapaz começava a questionar-se sobre aquele, em especial.

"Um homem deve manter sua reputação, mesmo que ele não seja um, propriamente dito... Se alguém lhe deve, tem que pagar. Não posso julga-lo por uma simples tortura, afinal eu mesmo já executei algumas. Se ele cuida da garota, pode não ser uma criatura tão má. Todavia, depois de tudo que causei, receio que sua afinidade referente a mim não deve ser das melhores." - Conversou consigo mesmo, reanalisando os fatos.

A principio, mesmo vendo a oportunidade de recuperar sua cuia, nada fez. Não queria usar da força. Não tinha motivo para machucar a garota, tão pouco queria fazer isso. Mesmo sem experiencia de caso, julgou que conseguir pela força ou por convencimento não funcionaria muito bem. Entretanto uma troca podia ser bem sucedida, mas o que trocaria?

"O livro? Será?" - Era uma ideia absurda para o jovem, afinal nunca faria uma troca dessas, mas considerando uma garotinha até poderia funcionar. Esperaria a chance ideal...

- Hmmm... - Coçou a cabeça, analisando as palavras da garota. - Mas é uma das pequenas, não deve valor muito. Mas talvez você possa brincar com ela... - Sorriu  para a garota. - Tio Horo? Não.. Não me lembro de ter visto alguém assim. Elsa? - Não era a hora certa de tentarem a troca. A garota precisava confiar neles antes, ou tudo estaria acabado. Sem sua guia talvez fosse impossível saírem da caverna... Um problema de cada vez.

Por um segundo a menina se calou em meio a balbúrdia daquele lugar. Crianças não costumam serem capazes de fazerem muitas coisas ao mesmo tempo e era obvio que não estava mais prestando atenção em Agro e Elsa. Seu esforço psicológico era tão grande que por um segundo, o jovem, pensou estar escutando seus pensamentos. Entretanto, foi então que ela quebrou o silencio.

- É claro. - Respondeu prontamente. - Só precisamos achar um lugar seguro para acamparmos e então cuidaremos de você.- Afagou a cabeça da garota, com cuidado para não acertar seu machucado. - Então vamos! - Disse, após ajudar Elsa a subir.

- Hmm? - Murmurou, como quem não está prestando muita atenção no que é dito, continuando seu trabalho. O caminho, sinuoso e irregular, demandava muita atenção. Portanto era necessário certo zelo. Elsa poderia se encarregar das perguntas... Sua resposta, para aquela em especial, não seria diferente da que o jovem daria. Sendo assim, deixou para ela.

Após cavalgado um pouco, chegaram a outra sala: ampla, redonda e com um pequeno rio (corrente d'água) passando no meio. De acordo com a garota, ali ficava os aposentos de Horo, o Ciclpe; também era onde tinham que decidir seu caminho: a queda d'agua ou o portão de ferro trancado. Nenhuma das duas animavam muito, mas a queda assustava um pouco mais. Por um lado, podiam ficar presos sem tempo para escolherem outro caminho antes que o gigante os encontrasse; por outro, a queda poderia mata-los.

- "Divertida" você quer dizer mortal? - Resmungou, desanimado com suas opções. - Elsa, ali! - Apontou com a cabeça, enquanto a garotinha se divertia, em direção a seus itens. Logo, correu para vesti-los, também pegou algumas moedas que se encontravam junto (10 moedas). Deu 5 a Elsa e pegou a outra metade para si. Não pareciam moedas comuns, talvez fossem de alguma serventia futura.

- A garota não está bem. - Notou, quando a mesma levou as mãos à cabeça . - Precisamos nos apressar. Elsa, posso sentir que não és uma pessoa comum, sua energia me lembra a de um mago. - Observou. - Deixo a escolha do caminho a sua disposição. Tenho certa preferencia pelo portão, mas acho que nossas armas podem não serem suficientes para quebrarmos seu cadeado. Faça como fizer, faça rápido. Esse ferimento não me parece algo comum. - Disse a Elsa. Enquanto a mesma decidia, virou-se para a garotinha, aproximando-se. - Cami, me diga, como foi que conseguiu esse ferimento?

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Mensagem por Reddo Sáb Mar 07, 2015 9:04 pm


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#07 - Chamas
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Desde que os sintomas da amnésia começaram a aparecer, o que o rapaz mais tinha tido ultimamente eram sonhos estranhos e imagens sobre coisas que ele nunca viu. Enquanto corria com o garoto em seus braços, tentando se afastar da serpente, várias cenas começaram a passar em sua cabeça, curiosamente todas sobre o garoto. Havia alguns detalhes sobre o seu passado, seu nome, de sua irmã e de seu pai. Além disso, o garoto parecia tocar um instrumento bem peculiar, que pouco a pouco o rapaz tentava entender o que ele era. No entanto, antes que pudesse a sequencia foi interrompida pela voz de Dave, que ainda visivelmente abalado pelo que estava acontecendo, agradeceu Reddo e correu até o seu pai, abraçando-o. Desviando o olhar, Reddo voltou a encarar a criatura logo abaixo, voltando a descer ─ Não me agradeça ainda. Logo acima há uma caverna, se escondam lá. Vou tentar levar aquele monstro pra longe. Quando eu o fizer, a garota que está procurando foi levada correnteza. Vá atrás dela e sumam daqui. ─ Disse. Ele precisava encontrar alguma maneira de fazer a serpente ter a sua atenção total nele, pois de nada iria adiantar salvar Dave se ela fosse atrás dele e de seu pai, pois eles eram claramente as presas mais fáceis ali. Contudo, após descer apenas alguns metros, aquela mesma e infeliz sensação de antes voltou a atingi-lo. Como se tivesse sido golpeado fortemente na cabeça, Reddo quase gritou devido a súbita dor. Suas memórias começaram a sumir, embaralhar-se, e essa era sem dúvidas a pior hora para isso. Quase sendo forçado a se ajoelhar, lentamente começou a se perguntar o por que dele estar ali. A sensação ficava cada vez mais forte, até que ele, acidentalmente, olhou para Cali.

Seus olhos se encontraram brevemente com ela, mas foi o bastante para que ele começasse a se recobrar. Ela parecia estar fazendo algum encanto, mas seja lá o que fosse estava combatendo a sua amnésia. Quando Slao falou com Reddo sobre ela, já era de se imaginar que Cali não era uma simples mulher, mas agora ele tinha certeza: Ela estava, de alguma forma, relacionada ou ligada com tudo aquilo que estava acontecendo com ele. Porém, antes que ele pudesse indagar mais sobre isso, o rapaz percebeu a enorme sombra que se formava ao seu redor, além do pressentimento que aquilo seria a última coisa que veria. A serpente de antes se aproximava do rapaz, pronta para um próximo ataque. Ele teria não mais de alguns segundos para reagir, mas apenas a sua força física - mesmo aumentando vagarosamente devido a possessão - não seria o suficiente para se salvar. Ele sabia que só existia uma coisa que poderia salvá-lo nesse momento: As suas chamas.

Respirando fundo uma última vez, pequenas chamas começaram a aparecer em seu corpo. No início elas se manifestaram vagarosamente, mas logo se espalharam com velocidade e fúria. Quando ele conseguiu invocar tudo que podia em seu atual estado, passou a concentrá-las em dois pontos diferentes: sua mão direta (25%) e na sola de seus pés (5%). Em sua mão, as chamas passavam a se comprimir em uma pequena esfera, não maior que a sua palma. Reddo então esperou o momento certo; um segundo antes do ataque dela, para disparar a esfera.
─ Boa refeição! ─ No momento do disparo, Reddo inclinaria um pouco o seu corpo, fazendo então que as chamas que concentrou na sola de seus pés explodissem, fornecendo o impulso necessário junto com a sua força física para que ele pudesse escapar do ataque da serpente. Ele não se preocupava na queda ou nos prováveis ferimentos que teria ao rolar o declive, pois o importante era não ser atingido ou devorado por aquele monstro.

O rapaz sabia assim que olhou para ela que as suas chamas, do jeito que eram agora, provavelmente não surtiriam efeito algum nas escamas da cobra. Portanto, aproveitando o momento, ele iria disparar aquela esfera, altamente concentrada de suas chamas, em direção a boca da serpente. Dessa maneira, caso ele conseguisse acertar dentro da boca da mesma, a esfera iria desencadear uma intensa explosão quando chegasse na garganta. Era bem improvável que um monstro daquele tamanho morresse apenas com isso, mas caso a ideia de Reddo tivesse sucesso ela poderia lhe render os poucos minutos que precisava para conseguir salvar todos os quatro, além de fixar toda a atenção da serpente para si definitivamente.
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Mensagem por Elsa Dom Mar 08, 2015 10:20 pm

Nós vamos cuidar disso Cami. – respondia a menina enquanto seguíamos junto de Agro até o caminho pela qual a menina havia seguido. As brincadeiras da menina geravam um clima levemente incômodo entre mim a Agro. Enquanto o rapaz parecia fingir não ter escutado eu tive de responder a questão. – Não, Agro e Elsa são apenas amigos. – esticava a mão para alcançar a cabeça da menina para um afago. Ao alcançar a sala, era possível notar um espaço bem diferente do celeiro do gigante. Com a explicação de Cami era possível ter uma noção das possibilidades que poderíamos tomar.

Encontrávamos em um dos cantos nossos objetos os quais voltávamos a nos equipar. Coloquei o arco em minhas costas e mantive a aljava presa a cintura. – Sim eu sou uma maga. – respondi a Agro quando o mesmo que questionou. – Posso ajudar a dar um jeito nesse cadeado, mais ainda sim será necessário um pouco de força bruta. Esteja preparado. – avisava enquanto me movia até as grades indicadas pela garota. Parava e me concentrava brevemente. – Frozen Soul... – balbuciava as palavras enquanto podia sentir minha energia fluir pelo corpo. Me virei e observei os dois antes de levar as mãos até o cadeado. – Eu consigo. – pensava.

Tentaria congelar o cadeado combinando minha aura gélida junto da umidade local a qual concentraria no objeto alvo. Quando o congelasse, me afastaria e avisaria Agro para golpear o cadeado. Caso tivéssemos êxito, desativaria minha habilidade e seguiria junto dos três para longe do local.




Vou usar minha H.E nesse post.
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Mensagem por NR Sérpico Seg Mar 09, 2015 1:34 am

Sabrina
O cavaleiro ouviu sobre os tremores, ainda sorrindo e concordando que sim, a comitiva tinha sentido. Estava propenso a duvidar daquela história toda de besta ameaçando viajantes, mas deve ter enxergado seriedade nos olhos dela e considerou que era real. Pra piorar suas expectativas, Sabrina não pareceu nada interessada... já estava seguindo viagem, inclusive. Em outras circunstâncias a seguiria e tentaria quebrar o gelo de outras formas. Mas se tinha uma ameaça a frente, o dever o chamava, de modo que ele a deixou ir.

Então, Sabrina, que tenha uma boa viagem. Espero revê-la.

A comitiva já passava por eles. Alguns olhares foram dedicados para Sabrina (principalmente olhares afiados de mulheres solteiras, querendo interpretar o que significava Jezal ao lado daquela mulherzinha, hm), mas ninguém lhe dirigiu a palavra oficialmente. E só pararam a música quando Jezal informou sobre a estrada. Alguns cavaleiros, liderados pelo homem, seguiram rápidos pela estrada, as pontas das lanças reluzindo à luz da Forja. Sabrina passou. Continuou.


Agro/Elsa
Cami não pareceu realmente interessada nas perguntas que fez, de modo que não voltou mais aos assuntos do Horo, marido ou mulher ou qualquer outra coisa... ao menos por ora. Sobre a queda ser mortal, Cami sorriu.

Não. Não, não! ─ balançou a cabeça, os cabelos indo e vindo ─ Não é uma queda mortal, tio Agro. A corrente de água criou uma descida, como um escorregador. E é muito divertido escorregar por ali e cair na água lá embaixo!

Recuperaram seus itens. Cami deu alguns passos na água, olhando os dois. Parecia prestes a perguntar outra coisa, mas Agro foi mais rápido. Ela fitou o rio, tentando inutilmente ver o próprio reflexo nele. Pôs a mão livre sobre o ferimento.  

Eu não lembro. Não lembro como machuquei aqui... A terra balançou bem forte, pra lá ─ Ela apontou para a saída do portão, por onde disse ter vindo ─ E acho que... acho que bati a cabeça em algum lugar... Mas já tá passando.    

Ela se abaixou e lavou o ferimento com a mão livre. Se levantou e agora a testa tinha aquela elevação natural dos contundidos.

Enquanto isso Elsa ditava qual direção seguir: por onde o rio vinha, de encontro ao tal portão. Elsa foi na frente, seguida de perto por Cami e depois Agro, tentando puxar o cavalo sem sela. Em alguns pontos tiveram de se abaixar um pouco, evitando as estalactites. Boa parte delas já estava caída ─ culpa de um tremor recente. O caminho fez uma leve curva para a esquerda antes que eles avistassem o portão, que era exatamente como a menina tinha descrito. Ela própria tomou a frente e passou, num contorcionismo invejável, pelo espaço que faltava de uma barra inferior. Ficou esperando os dois do lado de lá.

O cadeado era grande, rústico e velho... mas muito longe de ser vencido facilmente. Elsa teve de congelá-lo bem para que Agro desferisse repetidos golpes com o botão da espada até que a coisa começasse a ceder. A caverna ressoou com o som das batidas e até algumas estalactites vibraram. E então quebrou. Eles abriram o portão e passaram, ainda com o cavalo, de alguma forma obediente e paciente ao lado deles.

Logo viram luz de verdade, ainda que fraca. Um pôr do sol, provavelmente. Continuaram por mais um tempo até que viram a saída, uma boca estreita e íngreme. Cami foi na frente, removendo vários arbustos e cipós da entrada. Todos saíram e foram atacados pelo som de água, que parecia chegar de todas as direções.

Cami recolocou a camuflagem verde na entrada da caverna depois caminhou depressa, nada preocupada em esperá-los, e ainda levando a cuia a tiracolo. Os dois a seguiram, meio sem escolhas. Ela começou a subir um declive de pedra. Aquilo foi complicado para o cavalo, mas ele venceu. Estavam agora numa estrada.

Pronto ─ disse Cami ─, esse é o Caminho Comum!


Sabrina
A estrada subia e subia, passando agora por um monte. Não havia mais declive à direita e só era possível ver o rio da ponta da estrada.

Uns instantes depois, ela cruzou uma ponte de ferro. Em baixo, um pequeno fio de água corria, indo se somar ao rio ao lado direito da estrada. Quando terminou de cruzar a ponte, se descobriu num ponto alto do qual era possível avistar toda continuação a estrada, que a partir dali ia descendo levemente até o horizonte, sumindo, mais tarde, num bosque.

Era uma região bem fluvial. Ela viu rios vindo de diferentes direções e se encontrando num determinado ponto, formando uma única corrente, aquela que passava ao seu lado direito. A estrada seguia na direção desses rios e continuava após outra ponte de ferro, posta justamente na encruzilhada das águas. Ela contou ao menos seis grandes rios, além de um punhado de pequenos braços de água que pareciam veias sobre a terra, as vezes saindo de um rio maior e sumindo em cavernas, se ramificando ou se juntando a um dos rios maiores. E aquilo bastou para confundi-la, pois qual daqueles caminhos de água ela devia seguir? Ao menos três dos grandes rios pareciam vir da grande árvore.

“E você tem certeza absoluta que não precisa da minha ajuda?”

Um bacurau cantou, bem perto dela. Um canto agudo e quase irritante. A ave voo, audaciosa, passando rente a Sabrina e descendo a estrada na frente dela, desviando para a esquerda e sumindo em meio a alguns arbustos e árvores que ficavam lá na frente, embaixo, entre dois rios, antes que esses cruzassem com os outros quatro sob a ponte. Continuou olhando naquela direção enquanto galopava, mas não por causa do pássaro...

Era o próprio Slao lá na frente?


Agro/Elsa/Sabrina
Não. Era o Agro.

Sabrina viu quando ele e Elsa e uma menina de cabelos claros e um cavalo saíram do meio de uns arbustos, subiram o declive a esquerda (mais a frente, tinha declive a esquerda e a direita da estrada) da estrada e ali ficaram, olhando os arredores.

Quase o mesmo com Agro e Elsa. Na direção do sol, a estrada continuava através de uma ponte de ferro que passava por cima de uma encruzilhada de rios que logo formavam uma única e potente corrente, que descia ao lado da estrada, na direção oposta do sol. Nessa mesma direção a estrada seguia subindo levemente e lá longe eles viram a silhueta familiar de Sabrina sob um cavalo.

Não sabiam os nomes uns dos outros, pois não tiveram tempo para isso. Mas a aparência de cada um ainda estava bem fresca, de modo que era fácil reconhecer o outro, mesmo a alguns metros de distância. Afinal, foi a quanto tempo que conversaram com Circe? Era manhã, meio dia, no máximo... e agora já era final de tarde.

Aliás, Agro e Elsa logo constaram que não se tratava do sol num dos caminhos da estrada: era, na verdade, uma árvore enorme emanando de seu caule um brilho tal como o sol, ao passo que nos galhos uma aura cristalina e branca pairava. Distante e enorme. Aquela que Circe chamou de Forja.

Bons 60 metros ainda separavam Sabrina de Elsa e Agro.

E logo a tarde se resolveria em noite.


Reddo
Fogo. Fazendo o ar embaçar e voando veloz para dentro do túnel. O túnel, ainda assim, não deixou de cair, pesado. Outro fogo, esse fazendo a pedra estalar sob as solas do homem, que se moveu. A serpente mordeu vento e bateu no chão, somente. Estilhaços de pedra voaram para todos os lados, como que disparados. A criatura se levantou do bote e se preparou para seguir Reddo, que se equilibrou a alguns metros de distância.

Então a explosão veio e ela parou no meio do ataque. Foi como se tivesse recebido um golpe de baixo ─ pois sua cabeça foi lançada pra cima. Do meio daqueles dentes subiu uma fumaça negra e um rugido lamurioso. Ela pareceu mais assustada do que ferida. Seu corpo retesou, escorregando para dentro da fenda, a cabeça logo sendo puxada numa fuga desesperada. Houve silêncio. Ela se fora, tão de repente quanto surgira. Uma péssima refeição.

Reddo ainda viu quando Cali se aproximou perto da fenda, olhando para baixo, murmurando alguma coisa. Viu também que os dois ruivos, Dave e Max, não tinham subido para a caverna como orientado ─ mal tiveram tempo, na verdade ─ e estavam seguindo o leito do rio, agora seco, para encontrar a menina.

Ei, tudo bem aí?

A voz vinha lá de cima. Reddo virou, vendo que a alguns metros acima da caverna, no topo do monte, havia um homem. Ele acenava, balançando uma cartola.

Agora sim! ─ respondeu Cali e depois olhou para Reddo. ─ Espero... Isso não era para ter acontecido, Reddo. Existem criaturas na terra que devem ficar dormindo. Mas quando alguém esquece de dar o sonífero, elas acordam. Felizmente essa não se dava bem com... fogo. ─ Apesar da tensão, ela conseguiu sorrir pra ele: ─ Você é mais do que eu imaginava.

Max já estava voltando. Segurava Mirian, que parecia ter machucado uma perna, incapaz de andar. Dave vinha logo atrás. Ficaram olhando tanto para Cali quanto para Reddo. Max fez apenas um aceno, cansado demais para falar e talvez meio suspeito se deveria mesmo agradecer aquelas pessoas. Começou a subir o declive. Dave foi junto, dando um último olhar de admiração para Reddo e Cali.
   
Enquanto isso, o homem de cartola, lá no topo, parecia agora acenar em outra direção. Os ventos trouxeram suas palavras:

Cavaleiros! Aqui! Aqui!

Cali passou por Reddo.

Venha, vamos nos esconder ─ ela disse. ─ Cavaleiros estão vindo. E eles nem sempre são amigáveis. Além do mais, logo será noite, e acho que hoje ainda chove... Não é bom ficar exposto nas chuvas desta ilha. E posso cuidar de você, caso tenha se ferido.

Ela começaria sua subida de volta para a caverna caso Reddo concordasse. Era uma proposta tentadora, mas que distanciava Reddo cada vez mais de seu objetivo.

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Mensagem por Sassa Ter Mar 10, 2015 1:20 pm

A conversa entre mim e Jezal não durou muito, mas ao menos fora bem mais produtiva do que ter que fugir ou lutar. Ele era um cavaleiro educado, não podia negar, mas pouco me interessava naquele momento. Quando ele me deu passagem, chamou outros cavaleiros da caravana e foram juntos na frente para enfrentarem a tal criatura. Se eles seriam capazes ou não, isso já não era da minha conta também, mas não pude deixar de notar certa insatisfação no rosto de algumas das mulheres daquele grupo, talvez por terem visto o interesse repentino de Jezal em minha pessoa. Que seja, eu já tinha meu homem, não o trocaria por nenhum outro, por mais cavaleiro, galante e educado que fosse. E segui em frente novamente, e esperava que dessa vez sem mais surpresas ou interrupções, mas isso seria pedir demais, ainda mais numa terra desconhecida como aquela, onde serpentes gigantes brotavam do chão e atacavam as pessoas na estrada sem nenhum aviso. “E deveria haver um aviso?” Ri um pouco de mim mesma por pensar tal bobagem, era bom para descontrair um pouco de toda aquela situação. Mas não pude deixar de pensar em como os outros estariam agora. Eles poderiam não estar por perto, poderiam até mesmo estar presos, ou mortos, dependendo de que tipo de surpresas eles encontraram pelo caminho.

Assim que a caravana terminou de passar, acelerei novamente o galope. Já era quase fim de tarde, e o nosso tempo estava se esgotando. Alguém estava marcando nosso tempo? Seja como for, era melhor ser rápida. Quanto antes acabasse com aquela situação, melhor seria para nós todos. Cheguei em um ponto do tal caminho comum onde a região era a interseção de vários rios, e agora ficava difícil saber quando deles seria o correto a seguir, pois pelo menos 3 deles seguiam em direção à tal arvore. Slao novamente veio atormentar minha mente, mas eu o ignorei por completo. Esquadrinhei cada canto daquela paisagem à procura d uma pista sobre qual caminho correto a ser seguido, mas o que encontrei foi ainda melhor do que o esperado. “Aquele é...? Não. Slao está em Lodoss, aquele é o rapaz escuro que estava comigo em Allgreen.” Não foi difícil reconhece-lo, ainda mais após ter visto quem estava ao seu lado, a moça de cabelos brancos que também estava conosco na floresta. Havia também uma terceira pessoa, uma criança, mas esta não importava muito, não fazia parte da missão, mas o que me intrigou mais foi ter visto o objeto que ela carregava. "Será que aquela é a mesma cuia? Por que estes dois inúteis estão deixando que a garota a carregue?” Aquilo não me deixou muito contente, mas ao menos era um inicio, a cuia estava de volta e recupera-la das mãos da menina não seria problema algum.

- é bom revê-los novamente, mas onde está o ultimo? – Havia mais um conosco, éramos quatro na floresta, mas ali só haviam três. – De qualquer forma, se ele for esperto, deve estar pensando da mesma forma que nós, e acabara seguindo para a arvore, assim poderemos nos encontrar com ele em nosso objetivo final. Já sabem qual caminho seguir para lá? – Deixei a garota e a cuia um pouco de lado, no momento certo tocaria nesses assuntos.

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Mensagem por Reddo Seg Mar 16, 2015 4:08 am


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#08 - Perguntas
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Quando se recuperou da queda, Reddo já se levantou pronto para continuar a enfrentar a cobra, mas então veio a surpresa: como esperado, o seu ataque não pareceu ter causado grandes danos, mesmo após encaixá-lo perfeitamente aonde queria. Contudo, ainda sim foi forte o suficiente para assustar a cobra, que rapidamente fugiu para o mesmo buraco que apareceu. O rapaz ficou imóvel durante alguns segundos, ainda tentando assimilar a situação. Por fim, respirou profundamente, sentindo seu corpo relaxar após toda aquela tensão. Não somente isso, lentamente a força da possessão de Azralon estava diminuindo, como se o demônio tivesse desistido. ─ Impressionante... Mesmo contando com a sorte, você conseguiu se virar contra algo muito além do esperado. Por hora, vou permitir que essa sua inconsequência e teimosia passem, mas da próxima vez que você fizer algo assim, não será do mesmo jeito. Lembre-se; se você morrer, eu morro. ─ Disse o demônio. Sua voz agora estava bem mais calma do que antes, mas a seriedade dela era evidente. O fato dele não ter possuído Reddo imediatamente já levantava algumas suspeitas no rapaz, mas resolveu deixá-las de lado. Seria melhor não continuar tocando no assunto.

─ Outra coisa. Durante esse pequeno show, parece que você teve outra "crise" durante a luta, mas ela foi contida por aquela mulher. Ela provavelmente tem as respostas que precisamos, mas a cada hora ela se prova mais e mais perigosa. Você decide o que vai fazer, garoto, mas não se esqueça: não seja seduzido por ela. ─ Azralon estava certo. Após conseguir conter a sua amnésia, Cali havia provado que possuía outros valores para Reddo. Primeiramente, ela poderia lhe explicar muitas coisas que ainda eram desconhecidas para ele. Em segundo, se ele pudesse entender como ela fez aquilo, talvez pudesse arrumar uma outra maneira de remover aquele incômodo, sem necessitar da cuia. Porém, um movimento errado poderia criar vários problemas para o rapaz, além dele saber que agora precisava manter a "cabeça" no lugar.

Por fim, ouviu os chamados do homem em cima da colina e o convite da mulher. Mesmo após prometer que iria embora assim que salvasse todos da cobra, no momento as circunstâncias haviam mudado, e pareciam mais favoráveis à ela. Manter-se longe dos guardas era de longe a coisa a se fazer, principalmente pelo fato dele ser um "estrangeiro". Se eles o notassem, era impossível dizer o que aquilo acarretaria. Além disso, havia algumas coisas que ele precisava saber antes de continuar a sua busca, e a fonte mais certa estava logo ao seu lado. Com apenas um acenar com a sua cabeça, Reddo aceitou o convite da mulher e foi com ela para dentro da sua caverna. Desta vez, no entanto, estava mais a tento e tentava manter alguma distância de Cali enquanto andava, para justamente não ser surpreendido e perder o controle. Tentou fazer um novo cigarro para si, para ver se conseguia se concentrar mais. Entretanto, o clima não parecia muito ideal, fazendo-o guardar a sua pequena obra dentro do casaco.

Esperou que chegassem ao fundo da caverna e que estivessem mais a vontade, para então já andar com o seu objetivo.
─ Cali, você se incomoda se eu perguntar algo? ─ Disse, vagarosamente. Ele precisava tomar cuidado e escolher bem as palavras que usaria com ela. ─ Durante a luta contra aquela criatura - que eu gostaria que me explicasse o que diabos era aquilo -, parecia que as minhas memórias estavam pouco a pouco desaparecendo, mas ao menos na minha visão pareceu que você fez algo para evitar aquilo... O que aconteceu? ─

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Mensagem por NR Sérpico Seg Mar 16, 2015 6:45 pm

Reddo
De volta à caverna.

Pode perguntar. ─ Então ela ouviu, piscando os olhos na direção de Reddo, não deixando de notar como ele estava um pouco... distante. Respondeu primeira e vagamente sobre a criatura: ─ Tudo nessa ilha, seja divino ou monstruoso, colabora para o equilíbrio das coisas. Existem coisas assim no subterrâneo, divinas e monstruosas. Aquela serpente está no segundo grupo... mas ela colabora, a seu modo.

Ela se desviou, procurando alguma coisa entre as cobertas, entre as plantas, entre as rochas. Deu um pequeno grito de satisfação ao achar. Quando Cali se voltou, Reddo viu uma flauta, pequena e prateada, na mão dela.

Sobre a luta... bem, eu influenciei você a continuar. ─ Ela estava se aproximando agora. ─ Tenho facilidade em exercer influencia e você parecia atordoado para reagir, naquele momento. Acho que fiz certo em te instigar um pouco.

Ela não parecia muito preocupada em explicar isso de uma forma mais sensata. Ia alcançar Reddo, mas desistiu no ultimo momento, indo para perto da rampa da caverna, o corpo tenso. Ela parecia escutar o que acontecia lá fora. Reddo também escutou: vozes e mais vozes. E depois de um tempo: cascos. Mais vozes. Depois mais cascos. As vozes ficaram distantes e depois silenciaram. Era impressionante a facilidade de escutar sons externos, estando ali dentro. Cali pareceu se acalmar.

Foram embora ─ ela disse. Mas a tensão voltou um pouco quando ela lembrou da flauta em sua mão. Olhou para Reddo, olhou para flauta. Parecia estar diante de uma decisão difícil. Mordeu o lábio inferior e suspirou. ─ Ainda não posso ficar... com você. ─ Ela olhou para a saída da caverna. Pouca luz entrava por ali agora. Logo seria noite. ─ Tenho de encontrar minhas irmãs para... reparar o equilíbrio. Aquela serpente apenas se afugentou. Ela pode voltar.

Ela o olhou novamente. Parecia preocupada. Relutante em deixar em Reddo ou mesmo convidá-lo.

Você pode me acompanhar, e então continuamos a conversa sobre Hirt e outras coisas... Ou você pode ficar aqui, me esperando. Não devo demorar mais que algumas horas.

Com influencia ou não, pareciam as duas únicas opções.


Elsa\Sabrina
Se encontraram, mas houve pouco assunto. Até a menina estranha no meio deles pareceu subitamente quieta, um tanto carrancuda com a chegada de Sabrina. Tentou tirar a cuia das vistas dela, mantendo-a atrás do corpo.

Houve um silêncio estranho. O silêncio dos sem intimidade alguma. Mas a menina salvou o momento. Não respondendo Sabrina, mas adicionando sua própria pergunta:

Estão indo para a Forja? ─ Elsa notou uma diferença no tom de voz dela: parecia um pouco mais... lucida, decidida, firme. De repente não era mais uma mera criança confusa e sorridente. Tinha identificado algo neles. Seu olhos atentos pulavam de um para o outro. Completou: ─ De onde vocês são?

O som dos rios era alto e forte. Um vento gelado veio de algum lugar, balançando a relva e soprando umidade. Estava ficando frio. Não, foi só o vento. O clima ainda permanecia ameno.

Ao longe, depois da ponte e do limite do horizonte em que a estrada sumia, uma pequena luz bruxuleou.

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Mensagem por Sassa Sex Mar 20, 2015 12:25 pm

Quando me dirigi até a mulher e o rapaz escuro, dei muito pouca importância à garotinha, pois imaginava que ela teria sido alguém que eles salvaram pelo caminho, mas quando a menina nos perguntou sobre a Forja, logo me surpreendi. Ela parecia saber mais do que aparentava, e isso era bom, talvez ela pudesse nos ajudar, quem sabe? Salvar ela pode não ter sido uma total perda de tempo. – Sim, menininha. Estamos indo para lá. – Dei um sorriso e me agachei para ficar em sua altura. – Como se chama, pequena? – Tentei ser o mais simpática possível com a garota. Boa parte disso era falsidade, mas também não tinha motivos para não gostar dela, a não ser que ela própria me desse tais motivos. – Muito bem. Estamos indo para a nascente do rio Sena, sabe nos dizer para que lado seguir? Somos viajantes, viemos de uma terra bem distante.

O clima parecia estar esfriando, as correntes de ar se intensificavam, ou seria só os respingos das corredeiras fortes que cortavam o local? O céu ainda estava limpo, então era só impressão minha. Me voltei novamente à menina, se soubéssemos para onde ir, saberíamos onde encontrar o outro integrante que faltava no grupo. “Mas ele é realmente importante? A cuia está com a garota, e a faca comigo, por que deveria esperar pelo ultimo elemento?” E comecei a repensar se o ultimo integrante era realmente necessário para que concluíssemos nossa missão e voltássemos a Lodoss. Se o encontrássemos antes, ótimo. Senão. Bem, pensaria algumas vezes antes de usar a faca e ir embora.

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Mensagem por Reddo Ter Mar 24, 2015 10:26 am


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#09 - Decisão
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A resposta que Cali deu ao rapaz não lhe foi muito satisfatória. Talvez ela teria omitido algum fato importante, ou talvez apenas não tenha entendido o que ele quis dizer. De qualquer jeito, insistir no assunto seria arriscado, então ele apenas aceitou a explicação dela. Era possível ouvir muitas vozes e outros sons vindos de fora da caverna, provavelmente dos cavaleiros que ele havia sido alertado. Contudo, aquilo não era o que mais chamava a atenção de Reddo no momento. Desde que voltaram, ele percebeu que Cali estava carregando uma flauta, e parecia estar bem incomodada. Era difícil imaginar o que passava pela sua cabeça, mas conforme ela começou a falar sobre o "equilíbrio" e "irmãs", pequenas hipóteses apareciam em sua cabeça, mas nada muito concreto para ele relevar.

Por fim, duas escolhas foram apresentadas ao rapaz: ir com Cali aonde quer que ela precisasse ir - provavelmente relacionado à flauta e todas as coisas que ela disse nesses últimos momentos - ou esperar algumas horas por ela na caverna. De fato, aquela deveria ser uma decisão fácil, mas o rapaz ficou pouco mais de um minuto em silêncio antes de respondê-la. Dentro de sua cabeça, vontades e obrigações colidiam-se, mesmo ele sabendo qual seria a melhor delas. Isso era sem dúvidas uma das maiores ironias para ele, alguém que por mais de quinze anos se isolou de tudo e a todos. Mas então, logo após esse pequeno conflito, respirou fundo, dizendo então a sua resposta.
─ Eu ainda me sinto um pouco exausto pelo que aconteceu antes. Eu acho que se eu fosse com você acabaria sendo um grande incômodo na verdade. Pode ir, não vai doer muito esperar algumas horas. ─ Disse, com um sorriso meio vazio. Como Azralon não se manifestou, parecia ter concordado com a decisão do rapaz. Realmente, ele já havia perdido muito tempo ali. Ele precisava correr e encontrar os outros que foram enviados juntos à ele, além de tentar encontrar ainda mais pistas sobre aquele lugar e seus habitantes, principalmente Slao e Circe. Pensando neles, ainda havia algo que Reddo não havia perguntado.

─ Ah, Cali. Antes que você vá, uma última coisa que eu esqueci de perguntar. ─ Hesitou por um momento, mas decidiu continuar. Talvez aquela fosse a última vez que a veria. ─ Eu lembro bem vagamente, antes de acordar aqui, ter escutado as palavras Slao e Nepente. Tem ideia do que podem ser? ─
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Mensagem por NR Sérpico Ter Mar 24, 2015 6:44 pm

Elsa/Sabrina
Quando abaixou na altura da menina, Sabrina percebeu um ferimento na testa dela. Uma contusão. Nada grave, já que a própria parecia saudável, como que se nem tivesse notado o ferimento.

Me chamo Cami ─ ela disse, numa voz baixa. A aproximação de Sabrina fez ela recuar um pouco. Só um pouco. Ainda olhava atentamente Sabrina, como que decidindo se podia ou não conversar com ela. Cami não retribuiu o sorriso, mas pelo menos já não tinha tanta seriedade modelando o semblante. Resolveu que poderia conversar com Sabrina: ─ Sim, sei dizer o caminho. Melhor mostrar do que apontar. Venham.

Ela saiu andando, sem olhar para trás. O grupo a seguiu, logo passando pela ponte, os rios se encontrando lá embaixo. O som de água ali era potente e até a ponte parecia vibrar em resposta. A menina continuou pelo caminho depois da ponte e uma floresta foi crescendo no horizonte. Dois rios os acompanhavam. Pouco depois, um dos rios sumiu numa caverna e apenas um restou, indo pra dentro da floresta, na direção da árvore. Cami disse que aquele era o Sena. Caminharam mais um pouco antes de chegarem numa bifurcação, a estrada se tornando duas. Uma placa com letras apagadas apontava as direções e os seus títulos. Sob a flecha da esquerda, estava escrito:

O  AMIN O COMUM

Enquanto que para a direita:

O CAM NHO D  VID O,
ONDE A VE DADE É RE  LADA

Cami girou nos calcanhares, apontando para o rio e para o caminho da direita, que parecia acompanhar o Sena:

Pronto. Se seguirem agora pelo Caminho do Vidro ─ Ela olhou para o céu já quase escuro. ─, devem chegar na nascente antes do amanhecer.

Ali perto, entrando na estrada da esquerda, na continuação do Caminho Comum, era possível ver algum movimento de pessoas. Havia duas estalagens e algumas lojas improvisadas. Uma das estalagens tinha uma chama reluzindo de uma janela alta ─ deveria funcionar como um farol, bruxuleando pra longe, alcançando até mesmo a ponte que ficou pra trás. E ao lado dessa janela estava pintado ESTALAGEM DOS CAMINHOS. Ela estava aparentemente cheia a julgar pelos cavalos no grande estábulo e as vozes e risadas e a música que vinham de lá. A outra estalagem ─ de frente para a Dos Caminhos, do outro lado da estrada ─, tinha um único cavalo estacionado do lado de fora, não havia vozes lá dentro e qualquer um poderia julgar que estava fechada mas não estava. Uma placa à frente deveria dizer-lhe o nome, mas não em letras grandes o suficiente para se enxergar da bifurcação, onde o grupo estava. Ademais, um ferreiro martelava um ferro ao ar livre, num altar ao lado da estalagem sem movimento, e uma mulher colhia algumas ervas numa pequena horta, perto da estalagem bem sucedida.

Ou podem descansar os cavalos e comer alguma coisa antes de irem ─ disse Cami e sorriu como todas as crianças espertas fazem, finalmente cedendo. ─ A Estalagem dos Caminhos tem a melhor torta de avelã de toda a Eala! E eu guiei vocês até aqui com lealdade e rapidez. ─ Ela ciscou o chão e enfim sugeriu: ─ Talvez eu mereça alguma coisa como pagamento!

O Caminho Comum era mais do mesmo: uma estrada... comum, sem obstruções, larga e com boa visibilidade dos lados. O Caminhos do Vidro era assim também nos primeiros 30 metros, depois sumia, dentro da floresta.

O sol já deveria ter baixado em Lodoss. Na Eala, os últimos raios chegavam de baixo pra cima, batendo nas nuvens, as deixando prateadas. Mas o céu mesmo já era roxo, algumas estrelas começando a aparecer. Da Forja, veio um brilho mais intenso que durou alguns segundos. Um brilho laranja, como que uma explosão surda. Depois a árvore continuou emanando sua luz flamejante normalmente, dando um pouco de brilho para aquele início de noite.

Cami esperava, os ombros indo e vindo.


Reddo
Cali concordou.

Tudo bem. Não irei demorar. Prometo. ─ Então foi se preparando para ir mas voltou quando Reddo a chamou, com uma nova pergunta.

As sobrancelhas fecharam, ela pareceu ficar séria.

Nepente, até onde eu sei, é o nome de um remédio. Tipo um remédio. Um remédio para a mente. Alivia a... depressão, acho. Te ajuda a dormir. Agora... ─ Os olhos dela faiscaram, como se estivesse entrando num assunto polêmico ─, sobre Slao... não sei onde ouviu esse nome, mas pertencia à um homem daqui, um aspirante a sacerdote de Ratharyn, a capital desta ilha. Pelo que sei, ele enlouqueceu ao fazer uma jornada suicida até a Forja, dizem, em busca de uma besta que poderia lhe dar a imortalidade... Ele levou algumas pessoas importantes consigo e todas morreram. Então Slao foi banido, exilado. Deve estar morto, em algum lugar abaixo da Eala... Mas é realmente estranho você ter escutado este nome. As pessoas daqui não falam mais sobre esses acontecimentos. Qualquer comentário pode ser visto como traição pela realeza... Melhor você esquecer que escutou esse nome.

E com isso Cali saiu.      

Desde que chegara naquela ilha voadora, era a primeira vez que Reddo ficava longe de Cali. E a primeira coisa que sentiu foi uma espécie de abstinência da presença dela, do cheiro dela, do gosto dela. Até ficar na caverna dela trazia imagens de volta a sua mente, como se os acontecimentos de horas atrás tivessem ocorrido, na verdade, há muitos anos.

Em compensação, Slao voltou com tudo:

“Vá para Ratharyn. É o caminho oposto da árvore. Suba ao lado da caverna e vá para a cidade. Esqueça o Sena, esqueça aquele grupo, esqueça Circe. Eu posso lhe mostrar outro jeito de voltar, outro jeito de melhorar sua... mente. Eu não queria lhe causar dano, Reddo, não mesmo.”

A voz era a mesmo do início, aquele tom amigável, aquele tom quase preocupado de um sábio irmão mais velho.

“Era um recurso, o único que eu tinha na época. Mas agora já não preciso tanto dele. Não preciso mais me 'alimentar' de suas memórias. Posso lhe mostrar alguém que irá te ajudar. Você só precisa ir para a cidade.”

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Mensagem por Sassa Ter Mar 31, 2015 12:00 pm

A garota pareceu um pouco receosa quando me aproximei, mas já era de se esperar essa reação, por isso nada a fiz a não ser sustentar o sorriso até onde deu. A jovenzinha, mesmo com certa relutância em conversar comigo, nos mostrou de bom grado o caminho que deveríamos seguir, nos guiando por ele até um determinado ponto, onde a estrada se dividia em dois e ela provavelmente não mais nos seguiria. - Sinto muito pequena, mas temos muita pressa em chegar até a nascente. Coisas muito ruins podem acontecer se não chegarmos lá a tempo. Mas eu agradeço pela sua ajuda, jamais esquecerei de você... - Retribui a gentileza e inocência da menina com um carinho no alto de sua cabeça. No fim das contas ela era uma jovem bastante prestativa e educada, mesmo tendo a aparência um tanto medíocre. - Ah! Mais uma coisa... Essa cuia que você carrega... É a mesma cuia que estava com meus amigos quando eles te encontraram? - Óbvio que eu não esqueceria do detalhe mais importante. Precisava dela ara concluirmos nosso objetivo, caso contrario, toda essa viagem teria sido em vão. Se a garota nos seguiria ou não o restante do caminho, não era mais uma questão do meu interesse, pois a partir dali, sua presença não era mais tão importante.

- Melhor seguirmos em frente depressa, sem paradas. Essa... Praga parece estar se espalhando rápido pela nossa mente. Há pouco senti que perdia minhas memorias mais e mais. - Me lembrei de quanto toquei no rapaz chamado Gin, e tive a visão do sonho que ele estava tendo. Será que o problema de Gin era o mesmo que o meu? Será que em breve ficaríamos adormecidos, assim como Gin estava? Num sono profundo, sem a menor chance de acordar ou sequer saber que estávamos sonhando? Essas eram perguntas as quais eu preferia nem mesmo descobrir as respostas, mas uma coisa era certa. Aquela epopeia contra a mácula de Slao estava prestes a ter um fim, e eu estava determinada a seguir em frente, mesmo que tivesse que passar aquela noite em claro, andando pela estrada sozinha. - Vamos?

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Mensagem por Reddo Ter Mar 31, 2015 11:12 pm


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#10 - Despedida
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Dessa vez, a resposta que ele recebeu de Cali foi muito, mas muito mais efetiva que outrora. O que ela havia falado mudou consideravelmente o modo que o jovem imaginava Slao. Quando a mulher se foi, uma súbita abstinência atingiu o rapaz. Alguma parte em sua mente parecia gritar, condenando e se arrependendo amargamente da decisão de mandá-la embora. Era irônico alguém que durante tanto tempo se isolou sentir algo como aquilo. Aquela mulher, de alguma maneira, havia se tornado muito especial para ele. Porém desta vez, curiosamente na melhor hora possível, a voz de Slao voltou a ecoar em sua mente, trazendo-o de volta a realidade. Agora o rapaz possuía um novo objetivo e destino, extremamente tentadores ainda por cima - voltar e se curar sem depender dos outros quatro era quase perfeito de se ouvir - mas, ainda sim, ele deveria ter cuidado.

─ Então garoto, o que você vai fazer agora? ─ Disse Azralon. Naquele momento Reddo já se preparava para sair, ascendendo um último cigarro e dando uma longa tragada. ─ Se o que Cali disse for verdade, as coisas mudam um pouco do que Circe comentou. Até sabermos exatamente o que Slao queria, ainda não podemos fazer verdadeiras suposições, mas por mais idiota que a sua missão tenha sido, apenas o fracasso não teria sido o suficiente para que ele fosse exilado. Provavelmente, entre as "pessoas importantes" que ele levou, alguém deveria ter fortes laços com a realeza. Com a morte dessa pessoa, faz sentido uma punição mais severa. ─ Deu então uma última tragada, andando então até onde ele e Cali "ficaram" e deixando-o ali, ainda pela metade. Talvez aquilo fosse um último presente seu ou talvez até mesmo uma maneira dela entender que ele havia partido. Completamente desnecessário, mas algo dentro de si não ficaria em paz sem que ele fizesse aquilo. Então, após dar uma última olhada em seu "gesto", aumentou o passo e rapidamente saiu da caverna, começando a seguir o caminho indicado por Slao.

─ Entretanto, confiar nele ainda seria muita imprudência. Se é intencional ou não, essa merda de amnésia me atacou de novo faz poucas horas e, se ela não tivesse intervido, nós dois estaríamos mortos agora. Por enquanto, vamos para essa tal de Ratharyn. Com sorte, acharemos mais alguma informação útil pelo caminho e quem sabe esse conhecido do Slao pode nos dar as pistas que faltam. De qualquer jeito, é melhor do que procurarmos três indivíduos específicos nesse lugar imenso.─

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