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> Se quer dinheiro rápido, precisa ser rápido também! O Corcel Expresso está contratando aventureiros corajosos para fazer entregas perigosas. Por conta da demanda, os pagamentos aumentaram!

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 13, 2015 6:04 pm

GREGAR
PV: 63%
PE: 100%

HAYASHI
PV: 64%
PE: 100%

HO
PV: 100%
PE: 100%

NEIL
PV: 64%
PE: 100%

SEAN
PV: 100%
PE: 100%

TENKAI
PV: 100%
PE: 100%


Padrão temporário de recuperação de vida e energia
Funciona assim: após um tempo de descanso, o personagem recupera certa quantia de de vida/energia + o seu valor em Vigor (número). Então, segundo a tabela logo aí abaixo, se eu descanso por 1 hora e tenho Vigor 4, recupero 54% de energia e 9% de vida. Essa é uma recuperação passiva, mas exige descanso, que é exatamente ficar parado, recuperando o fôlego, tirando uma soneca. Se o personagem está cavalgando, por exemplo, então ele não está descansando e não se recupera.

Recuperação de vida:
20 minutos: 5%
1 hora: 10%
5 horas: 25%
1 dia: 50%

Recuperação de energia:
1 minuto: 5%
5 minutos: 10%
20 minutos: 25%
1 hora: 50%
5 horas: 100%


APÊNDICE DE PERSONAGENS
Os velhos:
─ TERRO, o patriarca, morto aos 108 anos, servo do rei de Hilydrus, dono de terras e fortalezas na fronteira e entre os Ranchos,
─ TRENT, o filho mais velho, dono de uma vila de médio porte chamada Primavera Negra, ao norte de Algreen,
─ TARGO, o filho do meio, dono de parte do Rancho Eldest, contratante do grupo,
─ TERLO, o filho mais novo, recém dono da Torre Negra do pai, na fronteira com Takaras,

à serviço de TARGO:
─ CANÁRIO E BACURAU, jovens gêmeos.
─ TÁLIA
─ REELY
─ BATUQUE

outros:
─ CHAGAS, sobrinho de Targo, bem humorado e irritante.
─ HARGION CERBERUS, antigo cavaleiro de TERRO, morto e sepultado com o objetivo da missão.
─ TESSA, uma das mulheres do vilarejo.


Última edição por NR Sérpico em Qua Out 21, 2015 7:55 pm, editado 20 vez(es)
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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 13, 2015 6:15 pm

1. Saquinhos na mesa


Obrigado Canário.

Eu sou o Bacurau.

Ah.

O Canário tem uma pinta embaixo do olho direito. E eu sou mais alto.

Perdão. Pode ir.

O menino careca e vestido em trapos fez um mensura, pediu licença aos convidados e saiu do salão.

Silêncio. Dava para ouvir cascos lá fora, o vento nas folhas das árvores mais altas e o guinchar de uma manivela que deveria estar trazendo de volta um balde mergulhado num poço. Enquanto isso, dentro do salão, o velho estudou cada um, como se pudesse ver a alma deles. Deve ter visto coisas estranhas, por isso logo quebrou o silêncio e desviou o olhar para uma mesinha no canto do salão.

Sirvam-se, caso queiram. ─ Apontou para a mesinha. Sobre ela, canecas de ferro e um jarro translucido com um liquido vermelho dentro. Vinho de Eldest. ─ Foi feito hoje cedo.

Ele tinha sua própria caneca e seu próprio jarro sobre o tampo da mesa em que estava sentado. Encheu o copo, tomou um gole e quando voltou a falar sua voz de velho estava menos seca.

Vocês vieram para o serviço. Os primeiros que chegaram. Outros talvez cheguem até o final do dia... mas tenho pressa. ─ Ele remexeu em alguma gaveta do seu lado da mesa e sua mão voltou de lá com dois sacos pequenos que tilintavam e cheiravam a dinheiro. ─ Mesmo assim devo fazer duas perguntas básicas. ─ A mão sumiu de novo. Voltou com outros dois saquinhos. ─ Meu pagamento básico é em forma de dinheiro. Mas ao invés disso, aceitariam outra coisa? ─ Mais dois sacos. Seis. Um pra cada. Ele usou a mesma mão para pegar a taça e tomar um novo gole. ─ São 1200. 500 agora ─ apontou para os sacos ─, 700 depois... caso dê tudo certo.    

Ele esperou um tempo, não o suficiente para que já respondessem a primeira pergunta. Ele queria que cada um respondesse as duas questões juntas. Fez a segunda.

O que eu tenho para você e o que você tem para mim? Eu tenho dinheiro, talvez favores. Mas e você? Por que eu deveria contratar você? Me convença.  

Aquele era Targo, o irmão do meio.

Antes. Os seis foram até o Rancho. Não demoraram em avistar o garoto, o mesmo que os chamara. Este fez com que os primeiros a chegar esperassem um pouco, logo ali, perto do Poço Choroso, na sombra do Carvalho Novo ─ a maior árvore da região. O menino disse que o senhor Targo estava ocupado no momento e logo iria atendê-los. Conforme chegavam outros, o menino os direcionava para o mesmo local, para que esperassem juntos, por favor, pois Targo não iria demorar.

Ali, os seis tiveram um momento para... conversar? Talvez. Ou fazer outra coisa qualquer no tempo em que esperaram.

Ao redor, pessoas trabalhavam, levavam coisas, traziam coisas. Quase ninguém parecia notar a presença daquele grupo na sombra e com água fresca a vontade, direto do Choroso. Era o meio do dia e estava esquentando.

Enfim o menino apareceu. Mas parecia um pouco mais gordo do que antes. Vai ver era só impressão.  

Ele guiou o grupo através de casas até chegar num ponto daquela região com galpões e estábulos e torres de pedra e torres de madeira. Ali havia alguns homens de armas perambulando. O menino continuou em frente e parou quando chegou às portas de um grande salão que deveria ter uns três andares. Logo na entrada, outro menino careca e maltrapilho (sem pinta e mais alto) os recebeu e dispensou o seu sósia que guiara o grupo até então.

Entraram. Havia um pouco de fumaça no ar, assim como cheiro de tabaco, como se um fumante estivesse lá dentro. Mas viram apenas um velho (70, 80 anos) sentado atrás de uma mesa, recostado numa cadeira bonita, cabelos longos, barba rasa, cara enrugada, vestindo um robe azul escuro, uma única mão sobre o tampo da mesa, a outra oculta em seu colo. Lá, além do jarro e da caneca, havia papéis, penas para escrever, um pote de tinta, e uma série de frascos pequenos e vazios. Agora havia também saquinhos de dinheiro.

Havia uma única janela no lado esquerdo, fechada parcialmente com uma cortina. A outra parcela de luz que iluminava o salão vinha de um archote que queimava na parede oposta à janela, lado direito, perto da mesinha de canto com o vinho oferecido e perto de um lance estreito de escada que dava para o andar superior.

O menino apresentou aqueles que chegaram para o serviço e chegamos ao tempo presente, ele saindo da sala, Targo observando os seis, Targo falando coisas, Targo esperando respostas. Seu rosto era uma pedra que qualquer um podia julgar como hostilidade materializada.

Mas talvez ele estava apenas sendo profissional diante daquele grupo. Para inspirar nos outros, deve começar demonstrando. Pois ele queria profissionais para aquele serviço. Sua parte da herança estava em jogo. Então não podia dar sorrisos idiotas ou oferecer cadeiras para eles ou perguntar de onde eles vinham, como se chamavam e outras formalidades. Se não gostassem de Targo, ótimo. Ele só precisava que o grupo fosse capaz e tivesse vontade de segurar um daqueles saquinhos em sua mesa para fazer algo.

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Mensagem por Bluesday Qui Abr 16, 2015 12:59 am

O elfo ouviu uma conversa em uma taverna qualquer sobre a morte de um sujeito rico e a disputa de seus filhos pela herança do velho. E entre divagações e outras, citaram que um dos descendentes estava contratando mercenários, guerreiros, soldados, peão e o que fosse para resolver aquilo. Era uma conversa estranha e por isso o guerreiro não pode discernir direito o que de fato ia ocorrer. Mas se o tal sujeito estava contratando, algum proveito ele poderia ter para Tenkai, que partiu até o Rancho Eldest em seguida.

Algum tempo viajando e finalmente chegou em seu destino. Um garoto parecia ser o recepcionista dos que se disponibilizariam para aquela tarefa e Tenkai parecia ser o primeiro a chegar. Após algum tempo de espera o elfo fora levado sozinho ou não, até o sujeito que provavelmente o contrataria. No salão o homem oferecia canecas com vinho. Algo tentador que o elfo aceitou de bom grado, afinal estava com sede da viagem e seu cantil havia esvaziado. Deu um gole ingerindo 1/3 da caneca e voltou a dar atenção a Targo.

Ele comentava sobre o pagamento e como faria. Seriam em partes, e digamos que ele estava certo em fazer daquele modo. Porém havia uma outra alternativa. Alguma especie de favor ou coisa parecida. Tentador se pensar nas possibilidades. Mas Tenkai ainda estava incerto sobre a segunda opção. Pretendia responder a questão de imediato, mas Targo fora mais rápido e mostrou que não estava para brincadeiras com aquele negocio. Queria saber a respeito dos interessados no serviço, mas precisamente em relação as qualidades de cada um. Ele não queria contratar um qualquer. O elfo deu mais um gole e deu um passo a frente.

Saudações! Sou Tenkai e posso dizer que tenho um conjunto de habilidades muito especiais que adquiri ao longo de toda uma vida. Sou um pesadelo para a maioria de meus adversários, e principalmente por aqueles que me subestimam. Se não honrares com sua palavra, irei atrás de você. Vou encontra-lo e arrancar sua vida com uma passagem única para junto de seu pai.

O elfo recuou o passo que havia avançado e materializava uma lâmina curta próximo ao corpo do contratante sem que a mesma ficasse a vista dos demais, apenas para Targo visualizar. Era uma prova de que Tenkai não estava querendo intimidar, pelo contrário, estava demonstrando sua franqueza perante o primeiro encontro. O velho parecia experiente com pessoas desse tipo, e provavelmente entenderia o recado.

Mas por hora ficarei com um dos sacos de lodians. Caso um desses "favores" se mostre algo valioso para mim, devolverei a quantia levada.

E assim o elfo se calou tomando o restante do vinho.

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Mensagem por Knock Sex Abr 17, 2015 9:37 am

Mais um dia da minha jornada seguia; um dia comum, com nascer normal, assim como o decorrer das primeiras horas. Eu já havia voltado da primeira missão por Hilydrus a fim de me tornar um soldado na esperança de começar uma vida boa e nova naquelas terras, mesmo sabendo que a aprovação popular e até mesmo do exército seria conseguida arduamente, ou nem seria— fato que ainda tomava um pouco dos meus pensamentos em alguns momentos.

Eu tinha tempo, a viagem, mesmo não sendo longa, havia sido cansativa e os contratempos que encontramos somaram para que aumentasse a fadiga... Bem, pelo menos fora isso o que se me havia dito; um tempo para descansar e depois saber a resposta e voltar ao treinamento e trabalho. Então resolvi andar um pouco pela cidade, mesmo sabendo que muitos iriam ficar amedrontados e confusos por verem um orc; um orc vestido coma armadura de Hilydrus. Em minha caminhada ouvi do óbito de algum senhor idoso, rico e importante que habitava a cidade e da disputa pela herança que os filhos estariam a fazer e que um dos seus filhos, Targo, estaria contratando, aparentemente a qualquer um que quisesse, pessoas no intuito de ajuda-lo a conseguir a parte que lhe cabia. Então, tendo ouvido que o local para saber mais detalhes do trabalho seria o Rancho Eldest, parti.

Ao chegar ao Rancho fui a maior árvore, aparentemente era o lugar no qual tinha de me apresentar. E esperei. Esperei... Não estava com pressa, mas creio que por conta da paisagem e de tudo o que acontecia por ali, acabava me distraindo. Eu não havia sido o primeiro a chegar. Parado a alguns poucos metros de mim, havia um cara que eu notei logo ao chegar por conta da roupa e devido ao ar um tanto sombrio que carregava, o qual contrastava muito com o dia. Não falei com ele, mas sabia que ele estava ali com o mesmo proposito que eu.

Meu olhos percorriam algumas partes do local e do estranho ser que estava ali. Não demorou muito e um jovem apareceu nos recebendo e informando que o contratante demoraria a nos receber por estar ocupado. Respondi positivamente com a cabeça e ele se foi. Logo depois voltou, mas parecia mais gordo, fato que passou despercebido até que Bacurau, o segundo jovem que apareceu, o qual revelou que eram gêmeos e as diferenças entre ele e seu irmão Canário.

Após a recepção, fomos levados à presença de Targo. Entramos em uma sala com cheiro que lembrava algum tipo de erva queimada, cuja fumaça fazia minha garganta arder um pouco, mas nada que chegasse a me incomodar. O silêncio fora quebrado pela voz seca, a qual eu julgava cansada também.

Era um senhor de uns 80 ou 85 anos, vestia uma roupa azul que lembrava muito a Hilydrus, a pele carregava o peso da idade; cabelos brancos; barba por fazer há alguns dias— Parecia mais importante naquela cadeira bonita na qual estava sentado.
Sirvam-se, caso queiram. Foi feito hoje cedo.

Fazia menção a um vinho que bebia. “Vinho de Eldest”. Targo pareceu não esperar nossa resposta, nem nossa atitude e foi logo falando—com a voz menos seca, creio que por ter bebido o vinho.
Vocês vieram para o serviço. Os primeiros que chegaram. Outros talvez cheguem até o final do dia... mas tenho pressa. Mesmo assim devo fazer duas perguntas básicas. Meu pagamento básico é em forma de dinheiro. Mas ao invés disso, aceitariam outra coisa? São 1200. 500 agora; 700 depois... caso dê tudo certo.
Enquanto falava tirava os sacos de dinheiro das gavetas em sua mesa, porém quando eu estava prestes a responder ele continuou
O que eu tenho para você e o que você tem para mim? Eu tenho dinheiro, talvez favores. Mas e você? Por que eu deveria contratar você? Me convença.

Eu falaria por primeiro, entretanto o elfo estranho falou rapidamente e muito empolgado e respeitei a ordem de chegada, isso me deu um pouco de tempo para pensar na resposta e observar melhor o lugar. Quando o elfo terminou de falar, eu comecei:

—Bem, senhor Targo, meu nome é Ho. Eu estarei disposto a colaborar com a missão de acordo com o que demandar sempre me esforçando a fim de obter êxito e sucesso ao senhor. Seja força, habilidades, inteligência, lealdade— respirei um pouco, mexi o queixo com alguns dedos da mão direita como se pensasse brevemente e continuei—E quanto à proposta de pagamento... Depende do trabalho e, ou, dos favores que o senhor poderia ofertar—Acenei com a cabeça como se agradecesse e esperei a resposta ou outro aspirante à missão aparecer.

Não tomei do vinho, mas tinha parecia muito agradável. Eu procurava descrever o rosto de contratante após ouvir a resposta, mas era um tanto difícil de descrever.

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Agilidade: 4 [D]
Destreza: 4 [D]
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Itens novos: Armadura leve completa do exército de Hylidrus lvl2; uma espada longa e uma curta, ambas lvl 2 e um colar de Hellhound.

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Mensagem por Hummingbird Sex Abr 17, 2015 6:06 pm

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Eu costumava andar muito nos terrenos daquela floresta sabe? As vezes tinha a impressão de que minhas memórias não duravam muito, afinal, quando passava por alguns lugares tinha a impressão de já tê-los visto antes, mas ao mesmo tempo de não conhecê-lo. Não sei definir.

O fato é que, numa dessas andanças, esbarrei com um grupo de forasteiros. Nunca tinha os visto por ali, mas por timidez de minha parte, não conseguir ir até eles pra dar sequer um oi. Escondi-me o mais rápido que pude atrás de uma das árvores. Não podia correr riscos! Foi então que, ainda escondido, ouvi falar sobre uma história. Mais parecia um conto, onde um pai vive toda uma vida por seus filhos e quando morre, só deixa bagunça para traz. Nesse caso - pelo que escutei - o nome do Pai era Terro. Já o que me chamou atenção? Foi o boato de que um dos seus filhos estava contratando gente pra fazer algum tipo de serviço, não sei, não entendi muito bem. Independente! Aquela era uma oportunidade de correr atrás da minha história. Pelo que me lembro, minha mãe veio de algum vilarejo de Hirt. Ouvi histórias - quando ainda era pequeno - sobre o tal Rancho Eldest, que fica por perto. Era tudo que eu precisava!

— AAARRRRGGGG! Achas mesmo que vai encontrá-la? Tola criança! Dispersada no mundo das trevas pela sua própria genitora e ainda crê que vai receber um pedido de perdão!- Num tom multíssono pude ouvir cada palavra dele estremecer minha percepção. Foi o suficiente pra me causar fortes dores de cabeça, mas por muita sorte e talvez até inexplicável, logo passou e pude contemplar o silêncio outra vez. Sendo assim, acompanhei aqueles forasteiros pelo caminho, tentando não chamar muita atenção é claro.

Acontece que ao chegar, depois de uma longa caminhada, me senti num outro mundo. Tudo ali era diferente, a começar pelo céu que não mais era mórbido e macabro. Perdido em devaneios, sem querer esbarrei numa criatura enorme. Seja lá o que era, só não me esmagou porque no impacto eu cai para traz, sentado.

— Ngh- A dor estalou no meu bumbum. Meu capuz mais uma vez caiu pra traz e nisso meu rosto ficou exposto. Quando retomei equilíbrio e consciência, pude observar melhor aquele armário. Na verdade ele até que parecia um homem, só que bem maior, grotesco até. Era uma outra criatura que ainda não sei o nome. E não estava sozinho, um pouco mais ao lado - ainda naquele perímetro ao redor de uma grande árvore e de um poço - havia um outro ser. Tive uma sensação tão estranha quando o vi. É como se me causasse arrepios só de ver, entendem? Preferi não me manifestar. Senti vergonha até pra pedir desculpas. Independente, levantei e cobri meu rosto com o capuz da minha capa vermelha. Aproveitei que eles estavam distraídos e corri pra mais perto da tal árvore. Olhei para um lado, pro outro... é, parece que não estavam prestando atenção. Era minha chance!

— Ahhh...que alívio. Murmurei, afrouxando minhas calças.

Segurei o meu xixi por todo o caminho, aquela era minha única chance de aliviar. Claro que tentei ser o mais rápido possível, afinal, eu não conhecia ninguém ali. Era bem capaz de eu ser punido caso me vissem, então o mais rápido que pude puxei minhas calças e terminei de urinar. Agora bastava esperar junto daqueles outros dois, afinal, um outro cara baixinho já tinha nos avisado que o tal Targo estava um pouco ocupado e que demoraria pra nos receber. Era assim que os adultos trabalhavam?

De fato demorou um pouco. Tempo suficiente pra que depois de muito relutar, quando pensei em fazer algum esforço pra tirar água do poço e beber, aquele mesmo assistente voltou e nos chamou pra entrar. Uma pequena decepção pra minha sede, mas que não seria duradoura. Ao chegarmos na sala do tal Targo, depois de descobrirmos que na verdade eram 2 assistentes e não só um - daqueles baixinhos - , o velho logo nos ofereceu uma bebida que estava na mesa. Independente de quem estava naquele grupo de convidados, desviei deles pra me dirigir calmamente até a mesa. Lá, pegaria uma das canecas e colocaria um pouco do líquido. — Deve ser gostoso... Murmurei, enchendo parcialmente a caneca.

Enquanto o fazia, prestei atenção no que o tal velho Targo dizia. Falou muito pouco, me senti um pouco perdido naquela história toda mas pelo que entendi, estávamos ali à serviço dele. Bebi um gole daquela bebida que desceu queimando pela minha garganta. — Arrgg! Coff...cofff. Tossi. Como não queria interromper a conversa, tentei segurar ao máximo aquela queimação mesmo que lágrimas já estivessem descendo de meus olhos. Enfim, ao menos a sede passou. Coloquei a caneca de volta na mesa e ouvi o resto do que o velho dizia. Ele fez uma sequência de perguntas. Antes mesmo que eu pensasse em alguma coisa, alguns daqueles convidados já foram entonando suas respostas. Aquele grandalhão quando falou, estremeceu todos os meus ossos. Definitivamente me dava um pouco de medo...

— Hmmm, na verdade Senhor Targo, você não tem nada a perder. Disse inicialmente, vencendo pouco a pouco minha timidez e tomando alguma posição. — Eu sou um garotinho, buscando informações sobre minha mãe que viveu aqui em Hirt. Sei muito pouco sobre ela e qualquer informação que você tenha já me será útil. Sem contar que, em qualquer instância de problema, vai ser a palavra de um pirralho como eu, contra a do senhor que é bem mais influente por aqui... Expliquei, ainda um pouco desajeitado. Meus olhos amarelados encaravam ao tal velho - na sombra de meu capuz - enquanto eu lhe falava.

— Aliás, eu me chamo Sean. Sean Lionheart. Completei.

Minha cabeça então começou a latejar levemente, talvez algum efeito ou agitação por causa dele. Porém, ainda não estava muito forte e eu pude tentar disfarçar pra não chamar atenção. Afinal, eu não conhecia ninguém ali, admito que estava morrendo de timidez..."


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Mensagem por Gregar Dom Abr 19, 2015 8:16 pm

Há muito tempo havia percebido uma coisa, sempre tive o dom de ter um ouvido afiado para dicas de trabalho, tinha te tê-lo se quisesse prosseguir com minha carreira. Que cai entre nós, é bem melhor do que a vida de um pescador. Em minha ótica, a vida de um mercenário sempre teve poucos contras. Claro que tinha de arriscar-me mais que a maioria, mas ao menos conseguia lidar com tudo com perfeição de um sobrevivente, além do que, o dinheiro sempre era a melhor parte. De fato sempre reclamava por não ter moedas o bastante, se pensasse friamente não seria por não ganhá-las, e sim por gastá-las rápido demais. Ter um demônio viciado em aparatos que pareçam minimamente arcanos, ou em pesados tomos empoeirados vivendo dentro de você, torna a economia uma tarefa árdua. Se contasse isso juntamente de um saudável apetite por bebidas, tinha a formula da catástrofe financeira bem em minhas mãos.

Não era um bêbado completo, sabia me controlar na maior parte do tempo, mas nem mesmo eu me atreveria a me segurar em festas. Lugares assim são feitos para se divertir, como poderia fazê-lo escondendo moedas em bolsos? Licores e bebidas não se vendem sozinhas, a partir da quarta ou quinta garrafa é difícil definir o quanto alguém já bebeu, de modo que tudo acontece de maneira mais natural do que deveria, não sem efeitos colaterais bem claros. A carteira vazia, e a dor de cabeça são duas grandes companheiras de qualquer um que já tenha feito algo do gênero. Eu pelo menos tinha a sorte de ter o ferro gelado da mascará por sobre a face, agindo como uma onda refrescante que me acalmava enquanto eu esperava. A sombra daquela árvore também fazia milagres para melhorar meu amargo humor, poderia dormir ali em baixo tranquilamente, mas não enquanto tivesse de trabalhar.

Nosso contratante chegava logo, e éramos todos guiados até aquele que nós oferecia o trabalho. Sinceramente, pouco me importava com as apresentações que ali se faziam, tinha a cabeça doendo demais para me preocupar com aritmética ou em beber mais vinho, de modo que a oferta que mais me chamava atenção era sobre o que mais poderíamos ganhar. Sem dinheiro em mãos, não poderia desperdiçar em bebedeiras ou em livros. Se tivesse algo mais importante ao invés disso, tudo poderia ser interessantemente melhor. Além do que, somado com os boatos que acreditava ter ouvido, poderia lucrar bem mais do que com moedas naquele lugar. De modo que apenas me mantinha neutro naquela sala, apoiado a parede com a lança encostada sobre um ombro, ouvindo todos se manifestarem enquanto os observava com cautela cirúrgica por detrás do ferro frio. Não teria pressa, poderia ser o ultimo a falar, mas apenas falaria quando tivesse a certeza de ter chego a hora.

- Mercenários não lutam por confiança, lutam por suas moedas. Já os Bons mercenários procuram algo além da satisfação monetária. Mantinha-me apoiado contra a parede, deixando a energia vazar aos poucos do corpo, mantendo a aura gélida próxima de mim. - Não me interessa quão difícil possa ser sua missão, minha presença nesta sala é a prova de uma vida sem falhas. Pausava me aproximando do homem.  - Busco homens para ter sob meu comando, e um local para que possa manter um acampamento afastado de olhos curiosos. É este o preço que ofereço para enfrentar qualquer adversário que seja e lhe entregar o que quer que venha a ser pedido. Gregar Walker é meu nome, e juro isso por minha lança e vida. Faria a jura enquanto manisfestaria uma parcela maior da energia que tinha dentro de mim, de modo não apenas a provar a verdade em minhas palavras como também para garantir minha presença
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Mensagem por Hayashi Seg Abr 20, 2015 2:11 am

Minha feição era de aprovação, estava feliz pela maçã que havia encontrado no meio daquele bolo de frutas encardidas, limpinha e avermelhada, quase nenhum defeito na casca. Já dei uma mordida, saboreando a fruta, com a outra mão, tirei uma quantidade pequena de Lodians.
 
 Vou levar  Falei para a feirante, com um sorrisinho de canto, entregando as moedinhas necessárias para levar o lanchinho.
 
Saí dali feliz com a compra, desviei das outras barracas ambulantes no meio da multidão do comércio, não queria fazer mais nenhuma compra. A cesta de frutas que eu estava carregando, para consumo próprio, levava duas laranjas, alguns morangos e uma maçã, sem contar a que eu estava comendo afoito. Assim que cheguei às proximidades do caminho de volta para o estabelecimento onde eu trabalhava, fui parado na rua por um moleque, mais baixo que eu, careca e um pouco largado.
 
Foi estranho receber uma proposta de uma pessoa que não conhecia. Era meu dia de folga, mas meu espírito enérgico não queria ficar sem fazer nada. E permanecer em um quarto pequeno deitando olhando para o teto e coçando o saco não era meu objetivo para hoje. Assenti com a cabeça, concordando com a recompensa, mesmo sem saber direito o que era para eu fazer. Ofereci a outra maça para ele, alegre, enquanto agarrei da cestinha artesanal dois morangos, tirando a parte verde e colocando os dois na boca, mordendo apenas umas cinco vezes e engolindo, sem sequer saborear o gosto direito. Concordei em ir pois fiquei curioso em sabe o que esse Senhor Targo queria tanto. Acho que esse rancho em Eldest não era tão longe para uma boa recompensa.
 
 Aceito sua proposta, logo estarei lá.  Terminei de comer as frutas e comecei a andar.
 
[...]
 
Quem sabe ter parado para comer a frutas me fez me atrasar. Fui recepcionado, junto a outros quatro, que decepção, até em uma missão que vale uma boa grana chego em quinto, eu sinceramente estava esperando que isso não influenciasse no pagamento. Ficamos ali mais um pouco, quem sabe uma nova pessoa iria aparecer e se juntar ao grupo. Ficamos ali por algum tempo, procurei não conversar, afinal, não sabia nem o que eles estavam fazendo ali direito. Targo estava ocupado, segundo o rapaz que nos deu as boas vindas. O que me restou foi esperar mais alguns minutos.
 
E tudo por ali perto estava movimentado, pessoas indo e vindo. Funcionários de Targo, talvez? Aquele mesmo menino voltou, só que eu tinha uma leve impressão que ele havia engordado. Engordou em tão pouco tempo? Que estranho. E também estava um pouquinho mas baixo, vai ver era só imaginação. De qualquer forma, ele nos guiou por dentro daquele lugar, desviando das casas até chegar em um ponto da região. Mais a frente chegamos a um grande salão com portas grandes, entramos. Defronte a entrada, estava outro menino idêntico ao outro, porém sem pinta e um pouco mais baixo. Tomei a conclusão que eram gêmeos.
 
Dei um riso solitário.  
 
O salão tinha um cheiro peculiar, uma fumaça de leve, uma mesa com algumas bebidas que nem notei ao certo o que era, quando parei de admirar o salão e olhei para frente, vi um velhinho, uns 70 ou 80 anos, por aí. Com uma barba longa, roupas bonitas e sentando numa cadeira igualmente bonita. Dentre as coisas que recheavam as mesas, notei apenas os saquinhos de dinheiro.
 
Ele ofereceu e eu tive a liberdade de colocar um pouco de vinho para mim, tomando a bebida em goles grandes, porém com intervalos demorados, enquanto ele falava uma série de coisas e perguntas com respostas já feitas em minha mente. Vomitei as palavras, com confiança, da mesma forma que ele vomitava as perguntas para mim.
 
 Seguinte: Eu acho que aceitaria um brinquedinho desses. Mais ou menos do mesmo tamanho ou um pouco maior, gosto de espadas grandes.  Falei chacoalhando a grande espada, retirando da bainha improvisada das costas, mostrando que em vez de moedas, aceitaria uma espada de duas mãos.  E de boa qualidade, viu? Não gosto de coisas vagabundas.
 
Dei outro gole.
 
 Eu tô' querendo muito fazer algo hoje. Não sai andando de Hilydrus até aqui para ouvir o motivo que eu deveria ser contratado. Não acha que é motivo o bastante ter toda essa força de vontade de vir até aqui para fazer um “favor” ao senhor? – Forjei com os primeiros dedos das mãos as aspas – É só pensar bem. Se eu não fosse capaz o bastante, garanto que agora eu estaria descansando no meu quarto já que hoje é o dia de folga lá no meu trabalho. Na minha cabeça era um bom argumento. 
 


Engoli o resto do vinho que sobrava no recipiente.  Posso pegar outro?  Caso a resposta fosse positiva, iria até a mesinha e colocaria mais um pouco, voltando até o local da pergunta e esperando uma resposta. 

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Mensagem por NR Sérpico Qua Abr 22, 2015 11:14 am

2. Risadinhas, “fsss”, “tok” e murmúrios

Como que em resposta, houve um murmúrio estranho quando Tenkai falou e depois materializou a arma. E houve um som, tipo um “tok”.

Calma ─ disse Targo, levantando um pouco a mão do tampo da mesa. Mas não falava com Tenkai. ─ A arrogância dele é apenas isso: arrogância. ─ Baixou a mão. Então olhou para Tenkai: ─ Logo discutiremos os termos de confiança, não precisa se preocupar com coisas arcaicas como “honrar palavras”. Iremos um tanto além disso, Tenkai. Está contratado... Mas deve decidir agora se ficará com o dinheiro ou com o favor.  

Agora houve um riscar, “fsss”. Mas não da mesma direção do “tok” de antes. Na verdade ambos sons não pareciam vir de uma direção exata. Targo não parecia o responsável e se escutava, estava ignorando.

Os dois seguintes tiraram alguma reação significativa do velho.

Ho era um sujeito alto, por muito pouco não tendo que ficar curvado por causa de uma viga ou outra. Targo estreitou os olhos para ele, imaginando o estrago que ele poderia fazer. Então o contraste: tinha de tudo para ser um bruto no linguajar, mas falava como um nobre cortês. Embora a surpresa no rosto do velho, ele nada disse em resposta. Apenas acenou, como a dizer que o gigante estava contratado.

Antes: Ho, lá no Carvalho Novo, notando as coisas e as pessoas, percebeu, numa outra árvore a 50 passos de onde estava, uma pessoa, uma mulher, sentada num galho, observando ele e o grupo que se formava ao seu redor. Foi muito ao acaso ─ a mulher tinha roupas verdes e estava praticamente camuflada em meio as folhas. Ela parecia estar... analisando eles...  

Voltando: o menino, agora.

Você é bem jovem. Mas não tenho escrúpulos quanto à idade de contratados ─ Targo guardou um dos saquinhos. Seria um favor, então. ─ Comece me dizendo o nome dela, de sua mãe. Até a sua volta posso ter me lembrado de algumas informações de uma local, quem sabe. Talvez conheça pessoas que saibam muito mais do que eu e lhe direcione até elas. ─ Ele resolveu dar um gole no vinho. ─ É um pagamento arriscado, Sean... Não me responsabilizo pelo teor das informações, ou mesmo a envergadura delas. Tem certeza que é isto que quer? Pense um pouco.

Antes: o vinho. Quando bebeu, quando quase engasgou com aquele gosto e efeito, talvez até fazendo uma careta em reação, Sean teve a impressão de ouvir uma... risadinha. Nada compatível com o velho rouco, é claro. Vai ver era de um dos cinco. Alguns ali poderiam ser debochados engraçadinhos, hm.  

Fumaça. Parecia haver um pouco mais de fumaça no ambiente, o cheiro de fumo se intensificou. Targo, alheio.

Era a vez de Gregar “Ambição” Walker. Targo fechou o rosto novamente, ouvindo as propostas. Respondeu:

Homens para se ter sob comando é algo que se ganha a longo prazo. Ao menos homens em que se pode confiar... Mas posso conhecer alguns depressivos e desgostosos que, com o incentivo certo, podem voltar a ser o que um dia foram: agiotas, navegadores, assassinos, ex-comandantes. Sei onde estão agora: caídos numa taverna ou metidos em encrenca... numa taverna. Se chamá-los aqui, sei que virão para te conhecer, talvez até tragam amigos. Agora, como colocar rédeas neles seria com você... Oferecer uma nova vida pode ser bem persuasivo, melhor ainda se essa nova vida tiver um ideal. Sobre o acampamento, conheço um lugar, a leste daqui, próximo da costa. Lugar rochoso, úmido, inóspito... mas longe das vistas. Um dia tive o interesse de criar algo lá, talvez um porto próximo, mas não aconteceu. Hoje eu posso dá-lo a você. Além da minha possível clientela, no futuro. Decida.

E já foi guardando de volta outro saquinho.

Hayashi, enquanto isso, estava secando seu copo. Em meio suas palavras, gesticulou com a espada descontraidamente. Em resposta, foi possível ouvir aquele som outra vez:“tok”. E um murmúrio estranho. Targo, de novo, levantou uma mão e negou com a cabeça levemente. Então sua mão se deitou sobre outro saquinho, que voltou pra dentro da gaveta. Ele disse:

Quer algo escrito? Um nome? Alguma forma no botão da espada? ─ Até um tom de humor surgiu ali, com essas perguntas. Ele chamou Hayashi com a mão. ─ Venha. ─ Buscou uma folha em branco e a empurrou para o outro lado da mesa, junto com a pena e o pote de tinta. ─ É bom com desenhos? Anote os detalhes... E “não jure que caminhará no escuro aquele que não viu o cair da noite”, disse um sábio elfo, certa vez. Você está aqui, verdade, mas de repente isso não significa tanto assim. Mas está contratado. Sim, pode pegar outro.

E com isso Hayashi quase secou a jarra também.  

Não houve exigências quanto aos contratados. Targo precisava deles, oras. Aquilo provavelmente era um simples protocolo, um jeito de Targo ouvir a todos e já criar impressões. Estavam todos dentro muito antes de falarem. Até mesmo aquele que nada falara. Quando percebeu a insistência deste no silêncio, Targo o ignorou e foi para o próximo passo. Virou o rosto para Ho.

Como pode ver, posso oferecer favores diversos, dentro de minhas capacidades. As coisas devem ser equivalentes com a recompensa em dinheiro. Uma arma, informações especificas sobre alguém e sugestão de seguidores... Pense em algo. Como disse a Tenkai, devemos fechar o acordo agora. Preciso saber o que vai querer.  

Então ele esticou a mão até os pequenos frascos de vidro sobre a mesa. Olhou para Tenkai, depois para o grupo todo.

Agora vamos aos termos de confiança. ─ Eram sete, limpos, vazios e fechados com rolhas. Pegou um deles, abriu. Fez um sinal com a mão: ─ Venha cá, Tália.

Das sombras, de baixo da escada, saiu uma jovem mulher; cabelos negros curtos, antes dos ombros; vestida em roupas verdes e com uma bolsa a tiracolo. Ho a reconheceu na hora, a mesma que os observava naquele momento de espera lá fora. Ela tinha uma faca empunhada e Targo manteve a mão erguida, a qual Tália efetuou um corte longo na palma. O sangue do velho saiu e a própria Tália o colheu com um dos frascos, o enchendo até o meio. No momento seguinte ela tinha um lenço e uma gaze em mãos ─ a faca sumira. Limpou o ferimento e enrolou a mão de Targo.

Se virou para o grupo e fez um cumprimento nobre e exagerado, como se estivesse pagando em saias imaginárias.  

Targo flexionou a mão, depois pegou o frasco com o seu sangue coletado.

Isso aqui vai ficar com vocês. O sangue de um inimigo, nas mãos do mago certo, pode ser uma grande arma. Caso eu não cumpra com minhas palavras, vocês podem usar isso contra mim... mas apenas um mago que entenda de selamentos poderá abrir o frasco sem danificar o conteúdo.

Ele empurrou os outros frascos. Tália girou, pegou um deles, se voltou para o grupo e a faca, limpa, estava em sua mão novamente.

Em contra partida, ficarei com o sangue de vocês pelos mesmos motivos. Tália irá coletá-los agora. Ao fim de tudo, vocês devolvem o meu sangue e eu devolvo o de vocês. O frasco tem uma vida útil de uma semana. Depois disso, eles se autodestroem magicamente. O tempo é mais do que o suficiente para completar o serviço, que deve levar dois dias apenas.

Ele já ia explicar. Mas antes deixou que Tália fizesse a coleta. Ela chamava um deles pelo nome (menos Hayashi, que não se apresentara, e no caso ela o chamou de “aquele que não gosta de coisas vagabundas”), pedia a mão, fazia o corte, colocava o frasco em posição, fechava o frasco depois de enchido pelo meio, virava e deixava o frasco sobre a mesa, virava de volta, agora com lenço e gaze nas mãos, fazia a limpeza e o curativo e depois chamava outro. Tudo com um meio sorriso simpático. Na vez de Sean, quando tomou a mão do menino, ela disse:

É só uma picadinha. ─ Na verdade ele mal sentiu. Ninguém sentiu direito o corte, ao menos na hora. Uma pequena dormência veio só depois, quando tudo já estava tratado e enfaixado. Então ela deu uma piscadela e uma risadinha que Sean já tinha escutado: ─ E não foi legal mijar no Carvalho Novo. É uma árvore muito antiga e ficou magoada com isso. Se eu fosse você passava lá para me desculpar depois.

Ela girou de novo, etiquetas apareceram agora. E uma pena bem pequena. Ela escreveu nomes nas etiquetas e as colou em cada frasco.

Targo pigarreou, olhando para um lado.

Das sombras saiu um homem alto e esguio, magro, mas volumoso por causa das roupas, que eram muitas, como se estivessem no auge do mais terrível inverno. Era meio complicado ver o rosto do sujeito por causa do chapéu, as abas velhas caindo ao redor do rosto. Mas era bem visível o pequeno cachimbo em seus lábios, da qual soprou mais uma leva daquela fumaça local. Nas mãos, ele tinha um baú. Depositou o baú na frente de Targo, que o abriu e depositou os frascos lá dentro. Depois os fechou, o baú dando um estalo de lacrado, embora não fosse visível nenhuma tranca ou trava.

O sangue de vocês estará seguro até a volta.

Sobre a mesa, restou somente o sangue de Targo, para que alguém do grupo o pegasse e o guardasse durante a missão.

E sobre a missão:

Quero que vocês entrem numa tumba. Ela fica a um dia de cavalgada a sudoeste daqui.    

O cara do cachimbo caminhou até a escada e sentou. Mexeu nos bolsos, puxou alguma coisa, pôs no cachimbo, buscou nos bolsos de novo, puxou alguma outra coisa, fez um movimento com os dedos, “fsss”, uma pequena chama, reacendeu o cachimbo recarregado e deu longas baforadas, a cabeça baixa.  

Tália recuou para o lado da mesa de Targo, olhando o grupo. Não havia nada nas mãos.

O velho continuou:

É um lugar de respeito e por isso é vigiada por homens do rei, para que não haja profanação. São poucos. Não deve ter nem 10 soldados lá, mas a presença deles afasta arruaceiros e jovens casais virgens. A dificuldade do serviço é entrar e sair sem que eles os percebam, pois não é bom que saibam que a tumba foi atacada... Se souberem, mais soldados serão mandados para guarnecer o lugar, suspeitas irão voar, e se vocês tiverem um rosto conhecido em Lodoss e forem vistos, melhor mudar daqui, pois profanar um túmulo é considerado um crime sujo.

A garganta secou, ele derrubou mais vinho na taça e varou o conteúdo num gole.

Vários jazigos dessa tumba foram comprados por meu pai, geralmente para enterrar um amigo. Para assuntos de morte, Terro era um mão aberta.

E explicou que estava interessado em um túmulo em particular. Seria encontrado no segundo subsolo e no tampo de pedra do esquife estaria escrito algo como “Hargion Cerberus, o eterno guardião, mais alto que a honra”.

Hargion era um cavaleiro de meu pai e foi deixado na tumba trajando sua armadura, que é o que eu desejo. É uma armadura negra, placas e completa. Mas eu só quero as manoplas e o elmo.

Então eles tinham de entrar e sair sem serem vistos, achar a tumba de Hargion no segundo subsolo e pegar as manoplas e o elmo da armadura do defunto que deveria ser só ossos.

Vocês irão acompanhados de um sobrinho meu. ─ Targo olhou para os lados. ─ Cadê ele, Tália?

Deve tá cagando ─ respondeu, antes, o cara do cachimbo. Sua voz era sussurrante e ríspida.

Não o vi o dia inteiro ─ respondeu Tália cortesmente, depois de dar uma olhada nervosa para o sujeito na escada, que continuou fumando, inocente.

Houve outro murmúrio, mas sem o "tok".

Targo bufou, conformado.

Ele logo estará aqui. Ele conhece o caminho, conhece até mesmo a tumba, será um bom guia para vocês. Dúvidas?

E, além das dúvidas, esperou pela posição de Tenkai e Ho sobre o pagamento e sobre as contrapropostas que fez a Gregar e se Sean estava certo do que queria.  

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Mensagem por Hummingbird Qui Abr 23, 2015 8:10 pm

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Ainda dominado pelo nervosismo, não consegui prestar muita atenção em todos os fatos que aconteciam ali na sala. Sem contar naqueles barulhinhos irritantes, não sei nem dizer se eram risadas, cultos de adoração do demônio ou alguma coisa parecida. Aquilo estava me deixando louco! Cheguei a pensar se não era culpa dele, mas parece que ele não tinha se manifestado ainda. Ao menos isso, fui poupado daquela dor de cabeça insuportável...

Dentre aqueles outros que estavam no grupo, o sujeito estranho que me causava arrepios logo foi contratado. Eu estava posicionado agora no lado daquele sujeito enorme, acho que se chamava Ho - e que por sinal também foi contratado -. Estava sentindo uma vontade enorme de subir nas costas dele e observar as coisas lá de cima, parecia tão divertido. Foi então que aquela risadinha me despertou atenção. Olhei ao redor, mas infelizmente, não achei nada. Daí, Targo resolveu falar comigo sobre o pedido que fiz.

— Lyra. O nome dela era Lyra. Respondi, de imediato. Aliás, o mais velho voltou a falar alguma coisa sobre as informações que ele podia me dar. Disse que aquilo não tinha garantia nenhuma. Que eu podia ser enganado. Admito, isso me deixou um pouco desconcertado. Me fez parecer tão ingênuo no meio daquele grupo...

— Eu não me importo. Se tem algo que aprendi com o pouco que convivi com meu Pai é que eu preciso ter fé. E se isso significa ser traído ou não, não importa. Eu quero ir até o fim, agora que comecei. Minhas palavras saltaram da minha boca quase que sem minha vontade. Cheguei a ficar um tempinho sem reação, nem eu  consegui acreditar que falei tudo aquilo com tanta convicção.

Agora já estava feito.

— Ainda que, vou precisar de umas moedinhas pra comprar alguma comida... Murmurei, desajeitado.

A conversa então prosseguiu. Todos falavam diversas coisas, Targo lhes dirigia mais informações, a proza foi longa. Enquanto eles papearam, me peguei observando cada canto daquele salão. Olhava para um lado, para o outro, e, com um olhar ingênuo, tentava encontrar de onde vinham aqueles barulinhos chatos.

— HUHUHUHUHUHU! Aquela gargalhada medonha ecoou na minha cabeça. Era ele. — Algo me diz que terei alguma diversão nisso tudo... Debochava.

Fiz o possível - e o impossível - pra não perder a atenção. Acontece que, concomitante a isso, o velho Targo falou sobre termos de confiança, não sei ao certo. Sei que do nada surgiu uma moça com uma faca, cortou-lhe a mão, colheu seu sangue, fez os curativos. Tudo acontecia com tanta naturalidade, cheguei a pensar se eles estavam mesmo vendo aquilo? E pior ainda, na sequência, a mesma mulher veio recolher o nosso sangue! Imediatamente recolhi a mão, assustado. Ou pelo menos tentei. Afinal, aquela mulher, quando veio até mim, mostrou um pouco de simpatia referindo-se ao corte como uma picadinha. Porque será que aquilo não me convenceu?

— Nghh... Fechei os olhos.

Não senti quase nada. Ao menos isso. Quando abri os olhos novamente, a mulher já estava fazendo os curativos. Foi rápido e um pouco estranho. Enfim. Na sequência ela sussurrou em relação ao que fiz mais cedo, no carvalho. Aquilo me pegou de surpresa, fiquei tamanho envergonhado que minha orelha direita quase pegou fogo de tanto coçar. Essa era uma das situações em que eu realmente não sabia o que fazer. Pra espantar a timidez, tomei à frente da situação - se me fosse permitido, é claro -.

— Err... como eu sou o menor entre vocês, gostaria de levar o frasco do Senhor Targo. Acredito que isso não chame muita atenção, o que pode ser bom... Disse, caminhando até a mesa e me apoiando na ponta dos pés pra que meu braço - pequeno - alcançasse o tal frasco de sangue sob a mesa. Tentaria apanhá-lo, e em seguida, segurando-o em mãos, viraria para os demais. — Alguma objeção? Indaguei, indiferente.


Conversa vai e conversa vem, Targo disse que nosso serviço era roubar uma tumba. Aquilo me chocou ainda mais do que as outras aparições "incomuns" que se davam naquele salão. Mais do que também as reações dos meus companheiros de serviço, que por sinal, também aguardavam pelas instruções. Enquanto Targo explicava tudo, ele voltou a me envenenar...

— HAHAHAHAHAHA! Já imaginou, encontrarmos o corpo de tua genitora no meio daquele mausoléu? Parece um bom entretenimento, huhuhuh... Seu tom de voz debilitava meus sentimentos como flechas. Era assim que ele agia, me envenenando pouco a pouco, me deprimindo a todo instante. Mas eu precisava ter fé, e só por isso que eu conseguia seguir em frente.

Ao fim da conversação, o velho Targo deu seu ultimato: dúvidas? Pensando a respeito, acho que não. Simplesmente fiquei em silêncio, aguardando pelos outros.


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Mensagem por LK Neil Blaze Qui Abr 23, 2015 11:29 pm

Fora o ultimo. Não que ele quisesse ser o primeiro. Ou fosse o primeiro em alguma coisa na vida. Na verdade ele não desejava. Desejo... Desejava o que sua mente nunca queria lhe entregar. Já tinha a loucura, não é? Até mesmo a insanidade. Ele tinha se acostumado a isso. Ah, certamente ele tinha. E daí que seus ouvidos um tanto vivos ouviram certos boatos. Simplesmente assim. Por aí. Tabernas, pelos locais sujos, pelos puteiros. Por aí. E Neil nem precisou fazer alguma coisa. A oportunidade chegou até ele e lhe sorriu de forma torta. Dinheiro é dinheiro, não é? Mas... E a vida de outras pessoas... Também vale dinheiro?

Chegou por ultimo e simplesmente entrou na sala. Os olhos vivos observando tudo e todos. Quem quer que fosse. Ouviu a explicação sobre o dinheiro e os favores. Ah, aquilo tinha melhorado. Favores, favores... É. Olhou para seus "companheiros". Favores eram interessantes. Mas ficou calado. Sorria. Aquele sorriso insano de orelha a orelha. Sorria a cada resposta dada. Mas na sua justificativa, ficou calado. Gostava de ouvir e falar às vezes atrapalhava. Ele preferia somente sorrir. Entretanto, esse sorriso diminuiu quando começou a ouvir aqueles barulhos estranhos. O velho de alguma forma parecia entendê-los.

Ah, mas o que eram? Neil ficou distraído por um tempo. Olhava, vira o rosto. Procurava. Não achava nada e tudo era misterioso. Que merda. Notou então... Quem era mesmo aquela garota? Certamente nomes não importavam. Recusou-se a dar mão. - Eu tenho minha própria faca... - E sorriu, sacando a mesma e fazendo um rápido corte em seu dedo, espirrando sangue de propósito em Talia. - Oh... Desculpe. Mas você ficou linda... - Entregou enfim a mão para que ela fizesse a coleta, para logo em seguida notar a presença de outra pessoa no ambiente que parecia não estar ali antes.

Aquilo indicava perigo. Aquele velho não era qualquer um. Prepotente, mas podia conseguir o que aqueles homens ao seu redor queriam. Interessante. Ouviu a missão. Ouviu. Ouviu. Placas e elmo, roubar, entrar e sair sem ser notado. Coisa cotidiana. Mas o caos rodeava Neil e ele tinha certeza que algo ia acontecer no caminho, principalmente por causa dos seus companheiros idiotas. Sempre tinha algum idiota com quem ele adorava implicar. Ainda não tinha escolhido. Mas iria. Distraiu-se. Dúvidas? Ah sim. Não, nenhuma.

- Eu quero eles todos mortos. Mortos. Enterrados em qualquer vala. Mas mortos. É o que quero de favor. - Disse, subitamente em bom tom, com aquele sorriso insano na cara. Olhou para os "companheiros" ao lado. Queria ver suas reações. Causar a desconfiança e trazer o ódio. E então deu uma gargalhada. - Ah. Pelo menos seria interessante. Não é? - Virou-se para Talia, mas não esperou uma resposta. E então se dirigiu até a mesa, pegou a pena de tinta e o papel direcionado a outrem e escreveu, sem deixar que os outros vissem. Dobrou o papel sem cuidado e jogou ao velho. - Meu favor. - E então se aproximou mais dele.

- Minha única dúvida é: Você acha que realmente devia me contratar? - E deu de novo aquele sorriso insano que sempre o acompanhava. E, mais uma vez, sem esperar resposta, apenas seguiu para fora do local, esperando quem quer que fosse lhe levar ao local da missão.


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Mensagem por Hayashi Sex Abr 24, 2015 12:20 am

Ele ouviu quieto, e fez um gesto negativo: ergueu sua mão, como se estivesse pedindo para parar com alguma ação e então balançou o rosto em negatividade, não entendi muito bem o porquê – aparentemente não havia percebido o som do “Tok”. Mas entendi como alguma maluquice do velho. Ele guardou o saquinho de dinheiro, entendi que estava contratado. Daí as coisas só foram melhorando: Targo havia me dado a oportunidade de desenhar a espada que eu quisesse. Era a chance de ter a espada dos sonhos, minha atual arma estava desgastada pelo uso, que mesmo sido herdada por minha encarnação passada, não fazia um corte como antes. Balancei a cabeça concordando, andando em direção a mesinha afastada com a pena e o papel para que eu fizesse desenho.
 
Infelizmente desenhar não era meu forte, hehe.
 
Agarrei a pena com delicadeza e comecei o desenho: de primeira, fiz as linhas – até me esforcei, fazendo traços retos para representar a lâmina da espada, que começava grossa, tomando todo o espaço do cabo (que ainda não existia na representação), porém na parte inferior da lâmina, desenhei um pouco para dentro, em forma circular, como um pescoço. E a lâmina seguia nesse ritmo grosso até o final dessa parte da lâmina, e então, fiz uma ponta tonteada para cima, com o final bem fino. Depois, pus a mão no queixo e pensei por algum tempo. Até deixei escapar alguns murmúrios como: “será que...” “hm...” baixos, estava falando comigo mesmo, nessa hora não estava me importando com o resto do grupo. Até que a ideia veio, como um flash de luz na memória que tornou a espada visível, me empolguei e até soltei um grunhido animado, voltando ao desenho, fazendo um círculo mais ou menos um pouco mais pra baixo da ponta da arma, quase no “meio superior”, se é que existe esse termo.
 
Esse círculo tem o intuito, na minha mente, de servir como um local para simplesmente cortar cabeças, assim como o corte circular feito um pouco acima da parte da lâmina inferior da arma. Fiz alguns detalhes nos aros para deixar um pouco mais entendíveis que eram locais vazios, formando um círculo com o diâmetro para ocupar uma cabeça de um adulto pelo menos.
 
Agora foi para o cabo, fiz algo grande, puxado para baixo. Grande mesmo! Acho que dava o meu antebraço inteiro que deve ter sei lá, uns 32 cm. Na minha cabeça  isso ajudaria na mobilidade com a arma, afinal, tinha mais espaço no cabo para segurar. Alguns detalhes pretos para sombrear e também uns riscos na ponta da espada, sendo a mesma gravura que existe na minha atual espada, que literalmente significa Jayce, o nome do homem que eu era em minha vida passada. Terminei o desenho.
 
Terminei aqui Sr. Targo! – Levantei a mão para chamar atenção e recolhi o desenho, que deve ter demorado uns dois ou três minutos para ficar pronto: - O tamanho dela é mais ou menos da minha espada normal, que é uns três ou quatro braços meus. Faça ela com carinho, por favor. - Entreguei a o papel com a composição, bastante sorridente. Ele falou com o grande Orc que tinha ali, Ho. O que me fez lembrar do meu maldito título, que causava discórdia entre mim e a raça dos Orcs, eu não queria problemas, mas se Ho me reconhecesse, certamente eu iria levar porrada de um brutamontes daqueles. Fiquei até um pouco preocupado, respirei fundo e continuei a olhar pra Targo, enquanto terminava meu novo copo de vinho.

Até que uma figura apareceu no salão, aparentemente mais um membro do grupo, - que a proposito estava bem atrasado. U
m rapaz magro e com cabelos pretos disse sobre um desejo estranho, puxei o laço que pendurava a grande espada, segurei pelo cabo, com a ponta da lâmina para baixo, pulei de onde estava, tomando a frente do grupo e olhei fixamente para os olhos do jovem, e ele parecia estar esperando a reação de todos. 
 
Cuidado com as palavras e essa sua língua afiada, faça outro favor antes que eu arranque ela. – Chacoalhei ao mesmo tempo o espadão com a mesma mão que segurava o cabo, como se estivesse insinuando que daria um jeito nele. Assim que ele soltou a gargalhada, senti um alívio bem longínquo. Felizmente eu não teria que quebrar - ou tentar quebrar - nenhuma cara hoje. Ele chamou uma mulher, Tália, e falou sobre termo de confiança, rasgou sua mão com uma faca limpa e despejou num frasco igualmente limpo, estranhei. Aquele velho estava levando esses termos de confiança longe de mais.
 
Quando disse que ficaria com nosso sangue também, gelei, e dava para ser notado. Gelei pelo motivo simples de odiar cortes pequenos, sabe, são os que doem mais. Mas enfim, era preciso fazer, ele chamou um por um para o tal acordo, e quando chegou a minha vez, eu reparei que não tinha me apresentado ainda.
 
É, espero que esse frasco aí também não seja vagabundo. – Gargalhei.
 
Quando a mulher foi cortar minha mão, segurei o pulso dela, fiz um sinal negativo e cortei minha mão na ponta de minha espada, colocando pelas costas e cortando na parte afiada, de leve, então pus o sangue para pingar dentro do frasco. Preferi fazer isso por mim mesmo, já que não gostaria de ver alguém me ferindo. A dor pareceu menor, quase não senti. Enquanto fazia esse processo, finalmente me apresentei, inclusive me apresentei para todos do grupo. “Hayashi”, Recebendo todos com um acolhedor sorriso. Após, recebi as gazes e a pus na mão, tentando sentir uma dor que não existia. Voltei para o grupo e dei uma encarada para o rapaz que antes havia falado aquela besteira sobre nos ver mortos. Eu senti que ele não estava ali para ajudar. O velho falou sobre a missão e contou-nos o motivo dos frascos. Concordei com tudo e não tinha dúvida alguma. Porém, agora restaria escolher com quem ficaria o pote.
 
Deixa com o moleque. Ele é pequeno e parece frágil. Ninguém iria imaginar que algo tão valioso estaria com ele.
 

Esperei pelo guia. Ansioso para começar a invasão nas tumbas.


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Última edição por Hayashi em Seg Abr 27, 2015 8:30 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Knock Sex Abr 24, 2015 10:11 am

Ao ouvir minhas palavras pude ver uma expressão na face de Targo, não admiração, talvez surpresa, mas minhas indagações não foram respondidas prontamente, em vez disso um leve aceno positivo com a cabeça fora minha afirmação de contrato. Deixei que tudo prosseguisse, pois sabia que o contratante poderia ser velho, mas tinha certeza que não era “caduco”.

As respostas a cada um seguiram com as respectivas indagações de Targo a cada um. Eu prestava atenção nas respostas e tentava, com isso, saber um pouco da personalidade de cada um. Pude perceber claramente a distinção de cada um no grupo, o que no meu ponto de vista poderia ser bom, mas aumentava a probabilidade de haver problemas que dificultassem no êxito da missão. Nada que pudesse... Hm... me preocupar, mas com certeza já começava a chamar minha atenção. No decorrer da conversa, alguns barulhos chamavam a minha atenção, assim como a do grupo. Nossa conversa parecia ser analisada; as propostas avaliadas. Targo parecia impedir que alguém se aproximasse, isso me incitava curiosidade e um leve instinto de proteção.

Agora vamos aos termos de confiança.
Em meio as conversas a frase do contratante me chamou a atenção e mediante à ordenação de Targo uma linda mulher apareceu na sala como se surgisse do meio das sombras embaixo de uma escada. Tália. Tália. Eu já a tinha visto antes quando estava esperando perto do “Carvalho Novo”. Ela estava escondida nos observando desde a hora em que chegamos. Parecia que Targo já estava à frente de cada um de nós. Nesse momento percebi o quão estávamos vulneráveis e que de fato aquele homem que estava sentado era mesmo importante e não descuidava quando o assunto era proteção e informação.

Targo explicava os termos. Para mim era realmente incrível como a mágica funcionava, era um tema que me era muito nebuloso devido a minha aparente impossibilidade de usar magia.
Em contra partida, ficarei com o sangue de vocês pelos mesmos motivos. Tália irá coletá-los agora. Ao fim de tudo, vocês devolvem o meu sangue e eu devolvo o de vocês. O frasco tem uma vida útil de uma semana. Depois disso, eles se autodestroem magicamente. O tempo é mais do que o suficiente para completar o serviço, que deve levar dois dias apenas
Eu sinceramente não via necessidade de fazer um acordo daqueles dele comigo, mas isso só me reforçava mais a observação que havia feito, então entendi o motivo do receio... Parecia também que se falhássemos, ele daria um jeito de calar a nossa boca, sendo qual fosse o serviço.

Meu olhar corria o vazio evidenciando um pensamento que era constante naquele momento: “O que vou pedir”; pensava em armas; treinamento; talvez uma armadura, mas armaduras eram mais caras que 1 200 l$. Eu já estava até ficando entediado de tanto pensar quando Tália com uma voz doce, nem tão doce, chamou o meu nome e rapidamente coletou o sangue de minha mão. A olhei rapidamente e nem consegui sorrir, só acenei com a cabeça.

Após isso outro sujeito apareceu do mesmo local onde Tália estava... a fumaça saia “dele”. O homem magro, alto e com muitas roupas se direcionou a Targo e levou um pequeno baú para guardar os frascos de sangue. Logo depois o nosso chefe temporário explicou a missão: Invadir um túmulo sem sermos notados, pegar umas partes da armadura de Hargion. Enfim, coisa simples e considerada suja.

De repente entrou mais um cara na sala que julguei ser mais um dos “amigos de Tália”, mas era outro que queria o serviço. O cara era simplesmente louco e creio que os outros também pensaram nisso. Falou em morte, em matar, espirrou sangue na mulher; desafiou Targo. O tom sério da conversa fora logo perdido, mas ninguém riu... alguns até estavam com medo. Nada que eu julgava que Targo não soubesse lidar, então não dei atenção e deixei que as coisas prosseguissem.

Targo acabou dizendo que seriamos guiados, então não havia mais detalhes, aparentemente só trabalho braçal, mas uma dúvida; um questionamento surgiu, o qual decidi falar:

–Senhor Targo, pelo o que pude perceber, o senhor possui empregados muito bons, silenciosos e que saberiam se infiltrar e completar a missão de forma mais eficaz. –Apontei sutil e propositalmente à Tália e fiz uma menção breve com a mão ao “rapaz da fumaça”—Será que existe algum motivo para isso? Há algum detalhe a mais dessa tumba que precisemos saber?—Não falei em um tom desafiante, só a curiosidade de alguém que anseia o melhor à equipe. Dei uma pequena pausa, lembrei dos meus planos em Hilydrus e continuei—Ah, sobre o pagamento, eu estou prestes a entrar no exército de Hilydrus—Toquei na armadura que trajava—E , se for possível, gostaria que o senhor intervisse por mim, a fim de que eu não tivesse impedimentos além do normal, por eu ser um orc, para que eu cresça dentro do exército. Se não for possível, gostaria que o senhor me desse um treinamento de como domar dragões, ou senão isso, um grande machado digno de um grande orc—Acenei com a cabeça e esperei.

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Mensagem por Bluesday Sáb Abr 25, 2015 6:28 pm

Tenkai mudava seu semblante ao ouvir as palavras de Targo. Mostrava um sorriso ao ser chamado de arrogante. Havia feito aquilo propositalmente. O elfo queria ver a atitude de seu contratante e daqueles que viviam com ele. Afinal, até onde os parentes e amigos conseguem suportar a indelicadeza de um desconhecido?

Resposta que estava clara para o guerreiro ao notar as sutilezas daquele ambiente. Mas isso era passageiro. O que era importante no momento era a decisão da recompensa. Tenkai relutou em que favor pedir, mas também lodians ele já continha uma boa quantia e não gastará nada por muito tempo. Na verdade, ele já tinha quase tudo que queria na vida. O que mais um elfo como Tenkai poderia querer ao preço de 1200 lodians? Ficou pensativo enquanto os demais se apresentavam e faziam suas exigências.

Foi então que no meio daquele dialogo, um dos contratados queria capangas para si. Isso automaticamente mostrou um breve caminho para o elfo. Mas então Targo comentou sobre uma arma e logo mais ele revelou sobre como seria o contrato. Sangue. Porém mais do que isso. Um mago. Sim, era isso. Essa era a resposta que Tenkai buscava. Um mago. Poderoso o bastante para realizar algo para ele. No entanto, o elfo não conhecia nenhum. Targo. Um favor. Estava tudo no caminho certo. Estava decidido qual seria o favor que ele desejaria.

Mas antes disso, a coleta de sangue se iniciava. A garota vinha com os recipientes e uma lâmina. Tenkai não gostava da ideia dos outros lhe ferindo, por isso faria isso por conta própria. A lâmina que jazia contra Targo, logo se desfez e reaparecia na mão do elfo. Uma leve encostadinha na ponta do polegar e um pingo de sangue abandonou o corpo. A garota estava com o recipiente e Tenkai direcionou sua mão esquerda até o frasco. Espremeu um pouco seu dedo e aspergiu uma leve gota grossa de sangue, seguida de mais duas gotas pequenas. Uma menor que a outra. Agora estava selado o contrato por parte de Tenkai. Então o guerreiro voltou seus olhos para Targo e comentou.

Já me decidi quanto ao que quero — O elfo esticava sua mão direita segurando sua adaga — Lhe deixarei instruções precisas do que busco e porque — Sua adaga então começava a rotacionar rapidamente e sumia diante os olhos de todos. Dela, surgia uma pequena folha verde clara, com partes amareladas e pequenas divisões negras que continuava a rotação da arma e aos poucos ia desacelerando e repousando na mão de Tenkai — Fuuu — O elfo erguia ela até a altura de seu queixo e a assoprava. Ela viaja ao encontro de Targo e quando chegasse em suas mãos, ela sofreria uma pequena mudança em suas dimensões, ficando maior e revelando um texto marcado na folha para o velho ler.

Mais nada foi dito pelo elfo, que deu ouvidos agora para o conteúdo da missão. Uma tumba. Invadir uma bendita tumba. Tenkai não concordava com aquilo, mas não demonstrava isso. E apesar de tudo, seu pedido estava em jogo. Porém, no decorrer da explicação, foi citada uma armadura negra. Mais uma vez o elfo sentia que algo estava errado.

" Apenas as manoplas e o elmo. O que a de tão importante nessas peças? Tcs... Certamente são relíquias mágicas. Talvez ele use para resolver os assuntos de família. Isso não é assunto meu. Mas... "

Tenkai fechava seus punhos com força. A consciência duelava com seu pensamento de não querer se envolver em mais problemas. Entretanto ele sentia que algo de ruim estava preste a acontecer quando Targo pusesse suas mãos nessa armadura.

A única coisa que o elfo poderia fazer no momento era espera. Portanto o fez. Afinal o guia nem estava presente. Seguir para sudoeste não seria problema. Um viajante nato faria esse percurso sem problemas. A questão mesmo seria a tumba. Então todo eram obrigados a esperar.

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Mensagem por Gregar Seg Abr 27, 2015 3:48 pm

Blood Pact
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Ouvia com antecipação a aquela onda de pequenos sons e de entrelinhas. Cada palavra sendo dotada de diversos significados, todos ocultos por detrás de mascarás e distorções de formalidade. Como eu poderia acreditar que aquele orc era tão cavalheiresco quanto prometiam suas palavras? Ou que o garoto que seguia conosco estava no exato mesmo patamar que todos os outros? Era engraçado pensar nisso. Com meias verdades ou mentiras completas, era chegada justamente minha vez de discursar, não podia desmentir dizendo que não me alegrava com as palavras que ouvia. Bêbados e brigões eram do melhor tipo para se recrutar, sabia que se entregariam em um ótimo exercito, assim como sabia que para ser capaz de fazê-lo precisaria antes colocar a situação sobre controle. Qual seria a melhor forma de fazê-lo, se não descobrindo uma razão pela ambição que sentia? Ao que indicava teria uma boa razão para aceitar o trabalho, e uma ainda melhor para ocupar minha cabeça enquanto eu o fazia.

Contentava-me em acenar com um silencioso sim para o velho contratante, ao menos teria um ponto de começo, isso já era melhor do que esperava nesta mesma manhã. O restante da conversa era todo mais fluido, teríamos o sangue do velho em nossas mãos, o que deveria valer alguma coisa real, ao menos era essa a sensação que sentia através de Kenna, e a veracidade naquelas palavras era real para ambos os lados. Sangue sempre é uma matéria delicada de se lidar com, não saberia exatamente o que poderia ser feito com um frasco daquele tamanho, mas no pior dos casos teria pilhas de maldições para lidar com. De certa forma ofendia-me ter minha lealdade questionada, era um profissional desta forma me moveria para completar o objetivo de meu contratante, fosse ele qual fosse, tinha meu preço e minha fama afinal de contas. Observava a todos os que cumpririam a missão juntamente de mim, em meu rosto guardava um olhar desapontado, oculto por detrás do ferro na mascará que vestia. Não me pareciam maduros o bastante, insanos em sua maioria, principalmente o ultimo que chegava até a sala. Era ele também que sujava a garota com sangue, usando-se do favor para igualmente provocar a todos nós. Sinceramente, confiava em minhas capacidades o bastante para garantir que lidaria com tudo o que viesse contra mim.

De toda forma apenas aceitava a situação, até mesmo gostaria de ver o que fariam para tentar me matar naquela sala. Poderia prever o confronto com todos aqueles na residência, e dizia que apesar de perder as chances de um belo inicio, não hesitaria em aproveitar o embate. Diferente de alguns da sala, eu entregava minha mão para ser cortada pela lamina de Tália, confiança deveria ser estabelecida de forma ou de outra, já tínhamos o sangue em jogo não tomaria preocupações extras, ao menos não sem auxilio de Kenna. Ouvia as palavras e aceitava a missão prontamente. Não me importaria com a história de ladrão de túmulos, na verdade o que mais me incomodava era ter de sair do local sem ser visto. Como preferiria o simples avanço frontal. Não era sempre que preferia ser considerado ladrão de túmulo a mercenário, mas a perspectiva de me esgueirar pelo cemitério era mórbida. Apoiava-me de volta a parede com a lança encostada em mim, mantendo-me surdo aos comentários do restante do grupo, por hora não haveria mais do que desejava fazer.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Abr 29, 2015 3:46 pm

3. Chagas

Lyra ─ repetiu Targo, saboreando o som, seu rosto não traindo nenhuma lembrança aparente. E foi só. Seu rosto também não mudou com o fato do menino ficar com o seu sangue. Parecia uma ideia acertada.

E não era um frasco vagabundo. Sean, que sentia um frio anormal no objeto, poderia dizer isso para Hayashi mais tarde. O menino tinha quase certeza que se atirasse o frasco contra a parede, não haveria dano no vidro. Era uma coisa especial para uma ocasião especial.

E Tália sorriu pra Neil:

Não foi nada ─ sobre o “acidente” com sangue salpicado.

Ainda dava um meio sorriso sem mostrar os dentes quando fez a coleta e o curativo. A cortesia, porém, estava apenas nos lábios, pois os olhos eram dois poços mais fundos que o Choroso, direcionados para os olhos do caótico sarcástico. Então se afastou, seguiu para a próxima coleta. Numa das suas giradas de corpo ─ para deixar o frasco de Neil na mesa e pegar outro vazio ─ seu rosto retornou limpo.

Quando disse que queria os outros mortos, houve um instante de silêncio. Que tipo de favor era aquele? Targo apenas se recostou nas profundezas de sua cadeira, como que querendo uma explicação.

O homem do chapéu e roupas pesadas varou o fumo numa velocidade considerável. Colocou a ponta do vício entre o polegar e o indicador e o disparou ─ a bituca foi cair dentro da jarra de vinho oferecida ao grupo. Ele ergueu um pouco a cabeça e olhou para Neil.

Neil se aproximou da mesa. Sentiu uma presença ao seu lado. Um calor. Um hálito.

Uma faca surgiu na mão de Tália.

Tok, tok. O som parecia mais forte? Mais intenso?

E Neil começou a escrever.

A faca sumiu.

A presença sumiu.

Fsss ─ outro cigarro.

Targo pegou o papel dobrado. Leu de imediato. Sua boca entortou por baixo da barba rasa. Levantou o rosto quando ouviu a pergunta.

Sim ─ respondeu. ─ Eu devo lhe contratar.

O cara chegou atrasado, salpicou sangue no rosto da moça, falou em matar todos, sorriu como um louco, e mesmo assim Targo o estava contratando? O velho ouviu um pouco de todos, sobre o porquê contratá-los. Mas esse aí não falou nada sobre si e teve a ousadia de pegar um papel não oferecido e escrever um pedido secreto, como se simplesmente fosse o mais importante ali! E no entanto lá estava o velho senhor Targo persuadido a contratá-lo? Estranho.

Neil deixou a sala. O sol voltou a brilhar nos ânimos.

Hayashi terminou sua obra. Targo olhou o desenho. Olhou Hayashi enquanto falava. Olhou o desenho de novo. E Hayashi interpretou aqueles olhares como “sim, dá pra fazer”. Ele dobrou o papel com o desenho e deixou de lado na mesa.

Hayashi também não aceitou o corte de Tália. Ela deu de ombros, como que chateada. Colheu o sangue com um meio sorriso.

Então, Ho. Os olhos voltados para dentro, perscrutando os pensamentos. Quebrou o próprio silêncio com a decisão do que pedir e com uma pergunta pertinente.

O motivo é que eles são conhecidos. Todos sabem que Tália e Reely trabalham para mim. São eficientes para esse tipo de missão, bem observado. Mas preciso deixá-los às vistas, para que todos saibam que não estiveram fora nos últimos dias, e assim não suspeitem de mim quando checarem o esquife de Hargion Cerberus. Sei que farão isso, checar a tumba, quando ficar decidido legalmente com quem ficará a armadura. Mas até aí, já quero ter ela comigo...  

Sobre o favor, Targo pareceu surpreso novamente. Garantiu:

Se tudo der certo, você estará no exército e terá uma boa posição antes do fim do ano.

Tenkai. Outro que negou a faca de Tália. Que motim era aquele? Mas Tália não se abalou e colheu o sangue com o mesmo meio sorriso que já estava ficando falso. O elfo também estava decidido quanto ao que queria.

Ótimo ─ disse Targo e não disse mais nada, pois Tenkai fez magia e também recorreu a um pedido secreto.

O cara do cigarro (Reely?) segurou a fumaça, olhando a magia. Depois baixou a cabeça novamente.

Targo fez apenas “hm”, pegou a folha, leu de imediato, sua boca entortou por baixo da barba rasa. Fez “hm” de novo. Ergueu os olhos e acenou. Poderia conceder algo próximo daquilo. Nada falou em resposta pois julgou que Tenkai não queria a resposta compartilhada, assim como Neil certamente não quis. Deu de ombros. Todos os saquinhos foram guardados de volta.

Esperou algo de Gregar. Nada veio de lá. Targo pareceu grato ─ pois no fundo deveria estar com pressa! Provavelmente queria o elmo e as manoplas pra ontem!

Tragam minha herança e serão recompensados. Meu sobrinho deve estar lá fora. Futuras dúvidas, tratem com ele. O menino está bem inteirado do assunto. Dispensados.

E então saíram.

Estava quente lá fora. O sol no ponto mais alto.

Neil, que tinha saído primeiro, viu Bacurau e Canário trazendo cinco corcéis e um garrano. Viu também um cavaleiro alto, com a cabeça raspada e cheia de cicatrizes, em armadura completa, montado num enorme puro-sangue escuro. O homem chegou ali perto.

Dia quente, hein? ─ comentou prosaicamente com Neil, antes dos outros serem dispensados.

Logo os demais chegaram e viram o guia, aquele que Targo chamou de "menino", talvez ironicamente dada a aparência do homem. Também viram os meninos carecas com as montarias. Um cavalo pra cada. O garrano ─ o menor dentre os animais ali ─ era de Sean.

O homem na armadura não desceu da torre negra que tinha por cavalo quando se apresentou:

Sou Chagas. Sobrinho de Targo. Serei o guia de vocês. ─ Ele já foi movimentando o cavalo. ─ No caminho podemos conversar mais. Ou não. Vamos?

Deu as costas e cavalgou para o norte. Um tanto apressado, o cidadão. E o puro-sangue era o puro vento. Corria com a mesma velocidade que qualquer um correria se cães infernais estivessem lhe mordiscando os calcanhares. Mas nem parecia se esforçar. Deslizava pelos campos. Em pouco tempo era uma mancha negra na visão do grupo. Um guia apressado e exibicionista, sem dúvida. O vento trazia sua gargalhada.

Havia um bosque mais à frente. Chagas, que chegara um tanto mais cedo, estava esperando o grupo lá, distraidamente, no puro deboche, colhendo frutas de uma árvore, ainda montado na besta.

Estava mordiscando uma maçã quando o primeiro o alcançou. Brincou:

Onde aprendeu a cavalgar, irmão? Na igreja?

Quando chegou o segundo, ele lhe atirou uma das maçãs e disse:

Esqueci de amarrar uma corda em vocês antes de sair! Mil perdões!

O terceiro estava perto e ele bradou:

Vamos homem! Talvez chegue antes do pôr do sol! Coragem!

E gargalhou.

Nada compatível com a imagem que tinha ─ que mais parecia um brutamontes carrasco experiente cheio de histórias duras e sujas para contar. Agora ele parecia mais um sujeito carismático e irônico, boa gente mas irritante.

Era o quarto no horizonte? Chagas levantou um braço:

Aqui! Estamos aqui! Siga o som da minha voz!

Então sua armadura de placas completas se transformou em couro rígido. Sua estatura caiu um pouco ─ antes, ele parecia ter uns 2 metros, agora estava 20 centímetros mais econômico. A idade também mingou: antes, deveria ter experientes 50, agora estava no auge de atléticos e vigorosos 30 anos. Cabelo surgiu na cabeça raspada e tatuada, fios claros, loiros e compridos, amarrados num rabo de cavalo. Três espadas apareceram presas em sua cintura. Um escudo redondo nas costas.

O quinto e o sexto estavam chegando. Quando Chagas abriu a boca dessa vez, sua voz era menos retumbante, mais compatível com a idade que agora parecia ter:

Quem chegar por último é “a puta do Flint”!

Uma piada que ninguém entendeu. Mas ele entendeu e só isso importava, de modo que deu outra gargalhada.

O grupo chegou. O bosque trazia um frescor bacana, as folhas das árvores altas formavam uma redoma contra o sol do meio dia.    

Chagas pegou mais maçãs ─ a árvore era abundante. Jogou uma pra cada. Terminou a dele e então se retratou:

Desculpem a brincadeira. É que estamos num mundo duro, e um pouco de riso ajuda as vezes. Assim como um pouco de competição gratuita. ─ Era o que ele tinha promovido entre os seis. Uma pequena corrida. Ele pegou outra maçã e a deu na boca do puro-sangue. Então explicou a metamorfose: ─ Algumas pessoas no Rancho sabem do meu nível de parentesco com o tio Targo. Então eu tive de assumir um disfarce, só para não correr riscos de ser visto... Agora podemos ir.

Cavalgou na frente. Dessa vez num passo reduzido, para poder conversar. Perguntou para qualquer um que quisesse responder:

Tália estava lá? Digo, no salão. Uma moça bonita, cheia dos meios sorrisos e lances furtivos... E o puto do Reely? Acho que ele nem apareceu, né? O pederasta gosta de ficar nas sombras. Assim como o Batuque... Gente esquisita, mal humorada. Odeio gente mal humorada. Precisam ir ver a praia, escutar violino, se divertir um pouco. Daqui um mês vai ter a Noite das Máscaras. Vou ver se convido eles, hm.

E, depois de um tempo, olhou para Ho. E para Sean.

Quando estivermos perto, acho que vocês vão ter de ficar pra trás cuidando dos cavalos. ─ Sorriu, dando de ombros, como se fosse algo necessário. Apontou para Ho: ─ Os soldados o veriam a quilômetros. Você é um farol e tanto! E você, guri... você é muito juvenil. Vai acabar atrapalhando.

Não chegava a soar ofensivo. Não de todo.

Continuaram.

Segundo Targo, chegariam na tumba em menos de um dia.


Spoiler:


Última edição por NR Sérpico em Qua Abr 29, 2015 11:46 pm, editado 1 vez(es)
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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Hayashi Qua Abr 29, 2015 7:49 pm



E daí surgiu uma dúvida. Será que eu realmente estava fazendo algo certo? Eu não sou um cara ganancioso. Sou um aventureiro. A experiência de embates, viagens, trocas, paixões e principalmente os amigos. Minha natureza é aquela de bom moço, sabe, aquela história de fazer o errado é de fato errado? Aquilo que consumiu algum tempo - tempo o bastante para terminar aquela conversa entre o patrão e os funcionários. E aí surgiu outra dúvida. Targo nos deu seu sangue, da mesma forma que dei o meu. Minha lealdade foi posta a prova. E parte de minha essência está num frasco de vidro agora. Não tinha volta. Eu realmente teria que saquear as tumbas de um homem morto.

Como dizia meu pai: percebemos apenas o tamanho da merda quando a água do penico respinga na bunda. E eu achava que iria perceber o dessa merda mais tarde. Mas aí minha mente voltou para o local onde deveria estar quando ouvi que aquele loco iria ser contratado: - É sério isso? - Dava para notar certa indignação, no mínimo aquele favor deveria ser algo super interessante para Targo contratá-lo. Ele saiu e depois de algum tempo, o sobrinho de Targo já estava lá fora e podíamos começar a viajar. Só achava engraçado colocar um menino para ser nosso guia. 

Quando pisei do lado de fora, notei que não era um menino. E sim um homem alto, cabeça raspada e com cicatrizes, definitivamente aquilo não era um menino, mas ainda sim ele não parecia algo assustador, ele estava companhado de belos cavalos e um animal menor, entendi que era para Sean, eu confesso que soltei um risinho olhando para o garoto. Andei e escolhi um dos cavalos aleatoriamente, subi com um apoio sútil, fiz um carinhosinho por cima do bicho. Chagas era seu nome, o sobrinho de Targo deu a iniciativa, movimentando seu cavalo.

- Vamos. - Pensei que seria algo normal, mas o homem fez aquilo se tornar uma corrida. E digamos que eu sou um pouco - muito - competitivo. Aticei a montaria e comecei a correr, sendo o primeiro a entrar no ritmo da brincadeira, tentando acompanhar o homem, porém a velocidade em que cavalgava era muito superior a minha, e eu não pude chegar. No caminho olhei a paisagem, como estava indo rápido, não teria muito tempo para ficar observando algo tão lindo. Ou não. Enfim, dependia da paisagem que eu iria, soltei um grito, pela emoção que eu encontro em coisas pequenas: - Yahooo !

Depois de algum tempo, teria chegado a um bosque, o homem parecia estar lá a um bom tempo, colhia algumas maçãs de uma árvore farta, montado em sua montaria. 

- E quem disse que eu sei cavalgar? Haha. - Desci do cavalo, puxando pelo arreio (caso existisse um) até a árvore, retirando uma para alimentar o animal que me transportou. - Mas, sabe de uma ? - Ri antes mesmo da piada: - Seu tio precisa urgentemente inventar novos apelidos. Pois definitivamente você não é um meninão. - O riso se tornou uma estrondosa gargalhada. Vi sua transformação, deduzi que era alguma magia ou algo assim. Definitivamente era um disfarce: - Legal, preciso aprender a fazer isso depois. Peraí, quem é Flint? Hahaha -

Agarrei a maçã jogada, já colocando perto da boca e tirando um pedaço grande com os dentes. Voltei a cavalgar, porém agora estávamos cavalgando como pessoas normais (hehe), e ele fez uma pergunta sobre a mulher que queria tirar meu sangue: - Sim, estava lá. Batuque? Aaah, sim. - Me lembrei dos barulhinhos: - O que faz tok. - E tentei imitar o som com a boca, sem sucesso. 

Ho e Sean teriam que ficar para trás quando estivéssemos perto da tumba, estranhei um pouco, mesmo que a explicação fizesse sentido, a eles dois, só podia deixar meus lamentos por perderem toda a ação: - Chagas, vamos chegar pela frente estraçalhando todo mundo ou vamos ter que arrumar uma estratégia? - Num sorriso amistoso ou até mesmo acolhedor. Eu tinha um amigo - tinha - quem sabe eu vi ele em Sean. Enfim, continuei. 


Última edição por Hayashi em Qui Abr 30, 2015 6:46 pm, editado 1 vez(es)

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Hummingbird Qui Abr 30, 2015 1:57 am

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Percebi, assim que mencionei o nome de minha mãe, que o velho Targo não parecia muito esperançoso naquela reação. Aquilo me desencorajou um pouco, ou no mínimo, me deixou pensativo. Talvez ele tivesse razão e eu não encontrasse nada sobre ela. Ainda assim, por algum motivo, algo me fazia acreditar que seria diferente.

No meio disso tudo, consegui apanhar o frasco. Aquele com o sangue do tio Targo. E, apesar do comentário do amigo Hayashi, assim que apanhei o frasco eu tive a sensação de que não quebraria com facilidade. Mas o frasco era gelado. — Hmmm?- Murmurei, curioso. Não entendi muito bem como aquele vidrinho mais parecia uma pedra de gelo. Enfim, guardei-o na minha mochila que trajava nas costas. E, no meio de toda aquela conversa, voltei a caminhar pelo salão ainda um pouco tímido. Aquele batuquezinho irritante continuava, e por mais que eu procurasse não consegui identificar de onde vinha. Porcaria. Cruzei os meus braços atrás das costas e então aguardei que todos terminassem de conversar pra só então partirmos. Aliás, foi só nessa hora que eu percebi; talvez eu devesse ter prestado mais atenção no que todos conversavam. Será que era importante?

[ ... ]

Na saída, aproveitei o pouco tempo de conversa que eles tinham pra, se me fosse permitido, dar uma passadinha muito rápida perto daquela árvore onde ficamos aguardando quando chegamos. Chegando bem pertinho dela, faria um carinho numa porção de seu tronco seguido de um sussurro; — Desculpe velho carvalho. Espero que não fique magoado, certo? Feito isso, rapidamente corri pra onde todos estariam reunidos.

No pouco entrosamento que tivemos ali, parece que o tal Chagas era o sobrinho do tio Targo. Era ele quem nos guiaria pelo caminho até a Tumba que todos nós iríamos saquear. Engraçado que só agora eu pensei melhor no que estávamos pra fazer. Roubar uma tumba. Isso parecia tão arriscado, e ao mesmo tempo, tão empolgante. Fiquei entusiasmado com a ideia e, enquanto pensava nisso, tive minha atenção chamada para um grupo de cavalos que o tio Chagas trouxe. Aliás, ele não era um menino?

— Pensei que meninos tivessem a minha idade. Porque ele parece tão velho? Indaguei aos demais, inocente.

E, sem me importar muito com a resposta dos outros, me deixei levar pelo entusiasmo quando vi que, um dos cavalos ali, o menor entre eles? Era meu. Era um pouquinho maior que eu em questão de altura. Tinha uma expressão dócil, me ganhou no primeiro olhar. Um largo sorriso se abriu no meu rosto, ainda escondido pelo capuz de minha capa, e eu até pensei em correr até o cavalo com muita alegria, mas foi aí que lembrei do frasco que eu carregava. Mesmo que ele me parecesse tão resistente, não quis arriscar. Segurei o entusiasmo e andei até o cavalinho, fazendo-lhe um carinho no rosto. Por sorte, o animal me pareceu dócil, e retribuiu meu carinho com alguns relinchos e murmúrios.

Notei que ele também era bem treinado. Assim que notou que eu o montaria, ele fez um esforço com as patas da frente, como se estivesse se ajoelhando. Deixou que eu montasse nele com muita facilidade. Aquela era minha primeira vez, admito que senti um friozinho na barriga mas que não queria perder isso por nada. E quando me dei conta, Chagas já teria partido, acompanhado também do amigo Hayashi. Aquilo era pra ser uma competição?

— Heheh...será que você consegue correr até eles cavalinho?

Não sabia muito bem como fazer isso então procurei pelas rédeas do cavalo pra tentar guiá-lo. E, antes mesmo que eu me acostumasse a segurar nelas, o pequeno cavalinho disparou correndo, seguindo a mesma trilha que os primeiros. Ele corria de um jeito que, se eu não estivesse segurado nas rédeas com força, teria sido derrubado. E, apesar de estar rápido, ainda não era suficiente pra correr o equivalente aos primeiros? Ao que tudo indica, acho que eu estava em terceiro...

[ ... ]

No caminho, aquele que era pra ser o sobrinho do tio Targo, parece que se transformou do nada. Ficou mais jovem e ainda assim, mais velho que eu. Não obstante, fez uma piadinha por conta da minha demora em alcançá-los.

— Tsc! Convencido... Murmurei, insatisfeito.

Apesar disso tudo, não podia deixar de esconder meu entusiasmo em ter cavalgado pela primeira vez. Mais vislumbrante que isso só quando avistei aquele Bosque, um dos pontos onde passaríamos. Uma maçã voou na minha direção, lançada pelo tal Chagas. Bateu na minha cabeça e, rolando pelo meu dorso, repousou na minha mão. No susto, cambaleei um pouco mas consegui me segurar. — Ufa! Suspirei. Nem notei que meu capuz tinha baixado, revelando meu rosto sob os fracos raios de sol que batiam por ali. Como estava com um pouco de fome, tentei saborear a maçã enquanto meu cavalinho continuava me levando pela mesma trilha dos demais.

Agora, trotando lentamente, nossos cavalos reduziram a velocidade e nos deram a chance de um entrosamento mais relaxado. Ou pelo menos, era isso que o tio Chagas esperava.

— Porque tudo precisa ser tão escondido assim? Se esses velhos são todos irmãos, até parece que não vão desconfiar do tio Targo quando perceberem o roubo. Resmunguei, um pouco tímido.

Conversa vai e conversa vem, e mais uma vez fui tomado como o guri que acabaria atrapalhando. Droga! Daria qualquer coisa pra ser um tantinho mais velho? Eu não respondi, a princípio. Aproveitei a caminhada pra colher algumas maçãzinhas - se me fosse permitido - e guardá-las na minha cesta de palha. Uma delas eu daria para o cavalinho. Vê-lo comendo a maçã com tanto gosto me deu uma ideia de nome pra ele.

— Hehe, parece que você gostou! Vou chamar você de Guloso. Terminei acariciando sua crina, ainda montado no animal. Estava me acostumando com aquilo, apesar de seu lombo ser largo e me caber direitinho, conforme ele andava eu ia cambaleando de um lado para o outro. Mas até que era divertido. Seguido disso, o amigo Hayashi voltou a falar, com aquele sorriso que parecia ser característico dele, pra que eu cuidasse bem do frasco junto ao grandão quando ficássemos para traz.

— Pode deixar! Com o grandão Ho, acho que não vamos ter com o que nos preocupar! Falei, entusiasmado. E isso foi tudo. Terminei prosseguindo na trilha que os demais percorreriam...

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Knock Qui Abr 30, 2015 9:23 am

“Targo tem seus motivos”. Mesmo embora minha confiança não fosse conquistada com facilidade, decidi continuar com a ideia de que tudo estava diante dos olhos de um sábio senhor, o qual não tomaria prejuízo em seus negócios, principalmente diante de aquisições “inesperadas”. Continuava pensando e... Pelo menos em relação à missão, não me preocuparia. Entretanto, ficaria atento, pois era quase certo que nossas vidas corriam perigo, não só por causa daquele... Louco, mas também por causa da própria missão... E quem sabe... Me passava pela cabeça... Talvez um “cala boca” não tão sutil quanto magia.

Como resposta à minha indagação recebi uma resposta aceitável de Targo:
O motivo é que eles são conhecidos. Todos sabem que Tália e Reely trabalham para mim. São eficientes para esse tipo de missão, bem observado. Mas preciso deixá-los às vistas, para que todos saibam que não estiveram fora nos últimos dias, e assim não suspeitem de mim quando checarem o esquife de Hargion Cerberus. Sei que farão isso, checar a tumba, quando ficar decidido legalmente com quem ficará a armadura. Mas até aí, já quero ter ela comigo...
Acenei com a cabeça e continuei ouvindo a resposta sobre o pagamento:
─ Se tudo der certo, você estará no exército e terá uma boa posição antes do fim do ano.
Agora eu tinha esquecido os pontos negativos da missão. A recompensa poderia vir com um gosto doce. Fiz que sim, tentando não revelar minha enorme satisfação.

Após todas as respostas; todos dos os climas estranhos que surgiram na ocasião, saímos da presença do contratante – só então percebi o quanto estava apertado lá dentro— Saímos e logo fomos apresentados às nossas montarias. Então nosso guia apareceu (com certeza não era um garotinho), a criança que estava lá mostrou decepção ao ver que se tratava de um homem, talvez mais velho que o grupo, menos talvez do elfo arisco e débil que integrava o grupo, com o qual eu não tinha interesse algum em conversar, mas lógico que eu não demonstrava isso. Além dele, os irmãos alegres que nos haviam recepcionado antes e um... pônei? Shaushaushahsuash. Eu confesso: vi a cena e ri em minha mente. Era um cavalo menor ao menor do grupo.

Montei no animal, o qual julguei que sofreria com o meu peso, mas era forte e parecia muito bem treinado para aquilo. Era veloz, sadio, manso; um belo animal. Diferentemente dos animais no qual havia montado, aquele corria tão suave que nem meus ossos doíam com a cavalgada. Era fácil entender o por que do Rancho ser referência na criação desses animais e também podia-se notar que Hilydrus estava investindo muito bem seu dinheiro ali.

Em uma parada demos maçãs aos animais e enquanto comiam aparentemente felizes, ouvíamos os planos. Eu ficaria para traz junto ao mais novo... Bem... Os motivos eram claros: Eu tenho dois metros e cinquenta centímetros; sou um orc... e um orc vermelho. Iriam me reconhecer facilmente, o que poria em risco toda a missão, segundo nos fora explicado. E o garoto... era muito novo.

Tália estava lá? Digo, no salão. Uma moça bonita, cheia dos meios sorrisos e lances furtivos... E o puto do Reely? Acho que ele nem apareceu, né? O pederasta gosta de ficar nas sombras. Assim como o Batuque... Gente esquisita, mal humorada. Odeio gente mal humorada. Precisam ir ver a praia, escutar violino, se divertir um pouco. Daqui um mês vai ter a Noite das Máscaras. Vou ver se convido eles, hm
Aquele cara era engraçado. Sorri um pouco. Continuamos a cavalgada. Olhei o garotinho e não acreditava que aquele cavalo no qual estava montado corria tanto quanto os outros. Aparentemente iríamos auxiliar na fuga, mas mesmo não entrando junto ao grupo, eu estava certo de que não seria fácil. Eu já estava em alerta mesmo. Usaria aquilo para talvez ampliar a percepção. Gravar o caminho, olhar o ambiente, procurar detalhes importantes à missão, a fuga e pensar no caso de dar errado... como faríamos. Pensamentos e mais pensamentos rondavam minha mente, mas eu não perdia a concentração. Queria estar um passo à frente caso houvesse algum imprevisto. Ou caso alguém do grupo fosse atrapalhar.

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Mensagem por Bluesday Qui Abr 30, 2015 6:35 pm

Aquela garota... Tenkai a via de um jeito diferente. Não era uma mera jovem colhendo sangue e distribuindo sorrisos forçados. Mas aquele momento de angustia para ela estava no fim. Targo lia o pedido do elfo e mantinha em anonimato. O que era bom, pois o guerreiro não queria que seus objetivos fossem discutidos em público.

Foram dispensados e todos se dirigiram para fora. Lá um homem devidamente preparado surgia com seu belo cavalo. Tenkai presumiu que fosse um animal diferentes dos demais. Parecia bem forte e veloz. O homem se apresentou e o elfo respondeu — Tenkai... — Bem seco e direto. Não demorou e o homem deu ordens para o cavalo treinado e ele disparou na frente.

O elfo esperou. Ao menos um pouco. Um, dois, três subiam em suas montariam e logo seguiam em frente. Tenkai pretendia ser o último e garantir a retaguarda, mas haviam dois que enrolavam demais. O aventureiro tinha o espírito agitado e não aguentou mais esperar. Montou em um dos corcéis, inclinou o corpo e com a mão direita acariciou a pele do cavalo. Em seguida o bichano começava a trotar e logo passava a correr.

Correu um tanto seguindo os demais a distância e de longe via os quatros reunidos perfeitamente. Sua visão élfica permitia ver perfeitamente o aceno do cavaleiro e sua audição ouvia cada palavra do homem " Certo ", pensou Tenkai. E enfim se reuniu com eles. O homem brincou e Tenkai Riu. Mesmo sem entender direito. Porém também brincou.

HeHe... Melhor irmos logo então. Deixemos de presente duas putas pro Flint — A brincadeira passava e o elfo pegava no ar a maçã lançada para ele. O sobrinho de Targo se desculpava e o guerreiro comentava — Não a necessidade disso. Um alívio para alma é sempre bem-vinda.

E enfim continuaram o trajeto. Claro, após mais um detalhe explicado por ele. A velocidade percorrida agora era mais lenta e Tenkai se mantinha junto na dianteira para poder visualizar bem a frente e garantir maior segurança. Enquanto isso o sujeito conversava e questionava. E logo passou a falar de mais entretenimento. O elfo se lembrava da última comemoração que participou. Foi bom e divertido. Sua despedida ao sair da cidade dos centauros. Boas lembranças.

Nós convide também. Uma mesa farta sempre é uma boa ideia para festejar. E leve sua paixão platônica também. Será engraçado ver você cortejando aquela jovem — E tornou a rir ao associar a situação com a personalidade que aquela "adorável" garota tinha.

Em meio aquele momento mais amistoso, estratégias também já estavam sendo traçadas, ou quase isso. Chagas deixava claro algo que estava obvio a respeito do grandalhão. Mas ao citar o garoto, o elfo o analisou meticulosamente. Por um momento se espantou.

" Por Endless, o que uma criança faz nessa missão? "

Ele achava que o jovem era apenas um adolescente baixo, mas era um pensamento totalmente errado. Ficou preocupado com aquilo, pois se ele se metesse em perigo, quem sabe o que poderia acontecer. Deixando isso de lado, Tenkai voltou sua palavra para o sobrinho.

Chagas... Alguma ideia de como invadir o local sem alarmar os guardas? Acho que um de nós poderia entrar como "visitante" e diminuir a atenção dos soldados para os que irão violar a tumba. O que me diz?

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Mensagem por Gregar Sex maio 01, 2015 10:59 am

"Are you in a rush?"


Sentia-me sumariamente dividido em relação ao grupo, principalmente referente ao atrasado sem nome. Kenna pensava que ele era estúpido, um idiota por completo que se mataria cedo ou tarde, eu pessoalmente não discordava, mas não deixava de me divertir com as ações tomadas por ele, sua insanidade era tão palpável quanto hilária, gostava do sujeito, ao menos mais do que do restante daquelas pessoas. Não sabia o porquê, mas não sentia que aquele grupo seria fácil de lidar-se, todos pareciam genuinamente complicados em excesso e eu mesmo conhecia minha paciência, de certo desejava encerrar logo aquele caso, não poderia construir um exercito se ficasse preso juntamente daqueles homens por tanto tempo.
 
Quando enfim éramos dispensados encontrávamos o chamado "Menino". Um nome maldosamente cômico, dada aquela aparência, o bastante para fazer com que sorrisse por detrás do ferro. Exibido e de aparência experiente em combate, adoraria enfrenta-lo em luta singular, mas ao invés disso me era entregue um cavalo juntamente da poeira causada pela disparada do restante do grupo. Estava eu mesmo com minha própria ansiedade por confronto, mas até em meu olhar aquilo parecia infantil. Diversão é necessária em um mundo aceitava isso. Para o demônio que guardava no peito, o lazer se resumia a exploração de ruínas e a leitura de tomos, ao meu olhar era mais simples, uma boa briga seguida de uma bebida quente no estomago e de uma bela mulher, resolviam todos os problemas que pudesse ter. Era competidor de fato, mas cavalgar nunca me fora um hobby, se quisesse uma verdadeira competição com todos os outros muito me seria melhor cruzar armas com eles, adoraria saber se a pressa que tinham se resumiria em combate.
 
Mantinha minha passada tradicional, sem incentivar demais a montaria. Nunca havia gostado de cavalos, não fazia questão de esconder isso e nem de buscar apreço por criaturas como essa. Claro que em certos casos eles eram uteis, em sua maioria sendo assados ou carregando cargas, mas era inegável que para mim apenas serviam como ferramentas. Com calma, chegava ao grupo sendo recepcionado com piadas e comentários hilariantes. Felizmente tinha um humor morto ao meu redor, estávamos todos prestes a invadir uma cripta e tudo na cabeça daquelas pessoas eram piadas e estupidez. Não reprovava algo do gênero, mas era profissional o bastante para fingir-me pouco interessado em algo como aquilo.
 
Era um dos últimos a chegar e quando todos estavam unidos, após recebermos uma ultima maçã seguíamos nosso destino. Soltaria a fruta contra o solo, se realmente fossemos ir até a cripta manter-me incógnito seria o melhor que poderia fazer, Kenna me advertia sobre isso. Concordava com ela, e tampouco sentia vontade de lidar com os membros daquele grupo, de modo que manteria a arma sendo segura ao lado da montaria avançando calmamente contra nosso destino. As perguntas eu deixaria por conta dos outros, não precisaria que todos falássemos ao mesmo tempo, assim como não via necessidade em fazermos as perguntas, no pior cenário apenas invadiríamos o local e teríamos de massacrar os guardas sem deixar sobrevivente qualquer. Havia ouvido ótimos boatos sobre armas e armaduras de Hylidrus estava ansioso para saber a veracidade neles.

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Mensagem por LK Neil Blaze Qua maio 06, 2015 10:15 pm

Sorriu com aquela resposta. Lhe agradava? Certamente não. Neil não era cego. Sentiu as presenças. O velho, talvez, fosse mais insano quanto ele, afinal, existem pessoas insanas que não precisam necessariamente mostrar isso não é verdade? Mas Neil adora que isso aconteça. Não se acha pretensioso e nem quer o ser o centro das atenções, mas adora trazer bagunça e caos por onde passa, deixando um rastro de intrigas e tudo o que puder. Saberia isso aquele velho? Que dizer? Que pensar? Hãn?

SOL!

Bateu na sua cara. Fechou os olhos. Odiava o calor, mas estava alegre (?) demais para deixar de sorrir. Ao longe conseguia ver três pessoas esperando... Talvez por eles? Não importava. Foda-se, pensou. E seguiu adiante. Aos poucos o resto saia de dentro da casa e seguia até eles. Pelo visto aquele cara estava responsável por levá-los até o local onde iriam executar a missão.- Está? - Comentou em relação à pergunta dele enquanto aquele sorriso irritantemente provocativo permanecia em seu rosto. Como Neil imaginava, seria Chagas - como ele mesmo se apresentou - que iria guiá-los para o local onde deveria colocar suas vidas em risco por meras e malditas placas. Neil pensou na possibilidade de morrer e a situação mórbida nunca lhe passou de forma mais interessante na cabeça. Quem sabe ele não arrastasse alguém para junto dos túmulos. Oh sim, dormir o sono eterno. O local de descanso daqueles que finalmente poderiam ter a paz... Mas com Neil ali, com aquele prazer nos olhos, se dependesse dele, certamente os mortos iriam ressurgir em fúria.

Com calma, montou no seu animal e seguiu caminho adiante. Quis distância daquele que era o condutor. Odiava pessoas entrosadas como aquele e queria ficar por ultimo para ver como seus companheiros se comportavam. Pelo que pode observar eram muito pouco sensatos. Dois ali, os mais controlados (Gregar e Ho) chamavam mais a atenção de Neil. O resto lhe parecia lixo descartável, principalmente aquele garoto com uma espada e o mais novo. Não tinha uma opinião sobre o último, mas preferiu ignorá-lo do que lhe dar algum crédito. Chegou por último. Oh, puta do Flint? Lhe pareceu apropriado. Fez uma mesura sarcástica e sorriu mais uma vez. Que idiotas do caralho, pensou. Era melhor tentar esquecê-los dentro de uma daquelas criptas.

Chagas estava diferente. Um disfarce, ele disse. As pessoas daquela fazenda tinham caras de idiotas, mas Neil tinha de admitir que tinha noção do que estavam fazendo e, ao que parecia, fazia com excelência. - Pederasta, hã? Se eu fosse você tomava cuidado na volta, garoto... - Passou perto dele sussurrando em seu ouvido. Os olhos brilharam num tom de maldade, e Sean notou que Neil seria capaz de entregá-lo por qualquer motivo apenas por diversão. - Então é Tália o nome da garota na qual espirrei sangue na cara? Aqueles olhos são de gente perigosa. Perigosa... - Disse mais para si do que para os outros e então se calou, mantendo um sorriso ensandecido no canto do rosto.

Em menos de um dia estariam ali. Certamente não iriam entrar pela porta da frente, então Chagas devia guiá-los até uma distância considerável. Não gostava de puxar conversa, mas também não era estúpido. Era doido, mas não burro. - Você já dever vindo aqui antes. Quais as informações da arquitetura do local? Os guardas não ficam ali vinte e quatro horas. Há uma brecha. Sempre há. - Finalizou esperando sua resposta.

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Mensagem por NR Sérpico Qui maio 07, 2015 12:05 am

4. Infiltração e subtração

Chagas riu ao ouvir que Hayashi não sabia cavalgar, o que achou ser mentira já que ele foi o primeiro do grupo a chegar, e só por isso deve ter gostado dele: chegou a dizer algo tipo “você é um piadista!” Ademais, ele não explicou quem era Flint (talvez porque perderia a graça explicar a piada), mas riu com a sugestão do elfo, de duas putas para o Flint, e quando Neil chegou ele franziu o rosto, fingindo horror, como a dizer “você que é a puta?!” Depois riu. Ignorou Gregar, que parecia orgulhoso demais até para participar de uma competição saudável e aceitar uma maçã, hm.

O segundo foi o garrano. Que tinha por cavaleiro a criança do grupo. Aquilo era uma piada pronta, por isso Chagas nem comentou nada. Seria redundância. Sean, aliás, estava falando coisas. Chagas deu de ombros:

Sim. É provável que se descobrirem o roubo meu pai e meus tios se acusem mutuamente. ─ Targo era um de seus tios. Quem dos outros irmãos era seu pai? ─ Mas acho que tio Targo só vai retirar algo das manoplas e do elmo e devolver, depois, sem que ninguém perceba que o esquife foi profanado. Por isso que devemos ser furtivos ─ E isso respondia a última pergunta de Hayashi. Metade dela.  

Foi dura a tarefa de levar Ho, mas o cavalo fez o serviço. Chagas pareceu satisfeito com o grande orc, principalmente por ele não contra argumentar sobre ter de ficar para trás. E apenas balançou a cabeça negativamente quando Sean disse sobre não ter com o que se preocupar. Provavelmente ele compartilhava o pensamento de Tenkai. Resmungou algo pra si mesmo, algo que pareceu “credo, tio Targo realmente não tem escrúpulos quanto a contratados”.  

Fora isso, Ho estava atento mais no caminho do que na conversa. Isso foi bom, pois ele foi o único a perceber algo incomum no ambiente, mais a frente... O objetivo dele nem era esse ─ era memorizar o caminho de volta e tal ─, mas ele notou quando o ambiente mudou subitamente...

Chagas conversou pelo caminho. No caso, com Tenkai e Hayashi e Neil.  

Sim, o que faz “tok”! Pergunta estúpida a minha, ele sempre está com o tio Targo... ─ Olhou para Tenkai agora ─ E bem, a Noite acontece em Paramet. Você só precisa ter uma máscara para participar. As coisas são mais caras lá, mas vale a pena. Tem muitas competições. Arco e flecha, por exemplo. Você deve gostar de arco e flecha. Todo elfo gosta de arco e flecha. E sobre a Tália... aquela mulher é complicada, entende? Ela faz jogos com a sua cabeça. Num momento parece que ela está interessada. Você vê isso nos olhares, no jeito dela afastar os cabelos dos olhos. Uma brecha, entende? Um convite. Mas então, não mais. O interesse some, ou ela me faz acreditar que era tudo ilusão da minha cabeça, saca? É. Ela é má. ─ Olhou para Neil. ─ Se você espirrou sangue no rosto dela, bem, então eu e você devemos ter cuidado ao voltar ─ Chagas foi chamado de “garoto” por Neil, então deu um rebote: ─ É o que eu acho, meu caro e experiente avô... ─ Mudou de volta para Tenkai. ─ Mas irei convidá-la! Tenho lido alguns poemas ultimamente, de um cara chamado Neruda. ─ Ele mexeu numa bolsa sobre o cavalo e tirou um cantil pequeno, abriu, bebeu, fez uma careta. Era das fortes. ─ Os poemas do Neruda somados a um pouco dessa bebida, e pronto, ela não vai resistir ao Chagas aqui.  

Estava divagando. Fez um chiado com a boca ao chupar os dentes, guardou a bebida cuidadosamente e mudou de assunto. A outra metade:

Estratégia, meu caro cavaleiro, sim, vamos precisar de estratégia... Eu posso mudar a minha forma e a de mais uma pessoas, por um tempo... Pois é elfo, poderíamos entrar como visitantes, posso transformá-los em gente menos suspeitas, se é que me entendem. Ocultar os seus arsenais. Pode funcionar. Ou não, pois chegaremos lá antes do amanhecer, talvez, horário incomum para visitas. De qualquer forma, tenho um plano... Mas antes preciso ver quantos deles estão lá hoje. E como eles estão... Procurar a tal brecha, colega. Sempre há, como você disse. Se eles mantiveram a rotina, serão cinco deles, dois são velhos e lentos fisicamente, um terceiro é jovem e lento mentalmente... Vou precisar dos teus olhos, amigo elfo, só pra ter certeza de quem está lá hoje.

E foi só. Ele provavelmente contaria o plano só quando chegassem mais perto, numa distância em que poderia bater o terreno, ver a tumba, ver os soldados e depois voltar para compartilhar o plano. Sobre a tumba, ele disse que era apenas uma fortaleza qualquer, pequena, que antigamente tinha proteções místicas, mas que hoje as runas e inscrições talhadas na pedra, do lado de fora, não operam nenhum feitiço.

Continuaram.    

Horas se passaram. Fizeram uma parada. Tudo calmo, tudo tranquilo. O dia esquentou mais depois do meio dia. Mas dava para respirar. Tinha um rio próximo, então se hidrataram e carburaram os cantis antes de seguir.

Mais horas. O céu ficou lilás, as nuvens em tons de rosa, o sol se escondendo. A temperatura não baixou. Mas, agora corria algum vento. Um pouco depois o céu virou piche, a lua e as estrelas se penduraram, luminosas demais. Uma noite quente e clara.

Estavam num bom ritmo.

Estamos perto de nossa última parada, antes da “infiltração e subtração”. ─ disse Chagas. E um alerta: ─ Se algo der errado, bem, eu sei imitar o canto agudo de um pássaro chamado... não lembro o nome do pássaro... mas enfim, se em algum momento eu precisar, vou dar esse assobio como sinal. Os guardas não vão suspeitar, pois, modéstia parte, eu sei imitar direitinho.  

Mais um pouco. Então pararam. Chagas desmontou, fez sinal para que Tenkai o seguisse. Os outros deveriam esperar um pouco. Eles só iriam ver a tumba de uma posição que oferecia cobertura, ainda no bosque, e depois voltar.

Foram. Tudo quieto, tudo tranquilo.

Os que ficaram para trás foram brindados pelo canto de uma cigarra. Mas isso era algo completamente normal. O fato anormal: o enorme cavalo de Chagas, que não foi amarrado em nenhuma árvore, simplesmente desviou de algumas pedras e sulcos e começou a cavalgar pelo bosque, para o leste, logo sumindo das vistas. Não deu nenhum relincho, não parecia assustado. Parecia estar muito ciente do que estava fazendo, para onde estava indo. Os outros cavalos permaneceram quietos como qualquer cavalo normal.

Chagas e Tenkai chegaram ao fim da proteção das árvores.

Quieto, tranquilo. Até demais... Tenkai já deveria ser capaz de ouvir vozes trazidas pelo vento...

Olharam. No horizonte havia uma montanha, no pé dela outra floresta. Ao lado da floresta um ajuntamento, uma pequena vila. Isso era à mais de 100 metros do bosque onde estavam. À 50 metros, em meio a campina da região, estava a tumba.

Era uma pequena fortaleza de pedras escuras, provavelmente trabalho de anões, uma casa quadrada. Não muito grande, pois sua real extensão era subterrânea. Havia um símbolo religioso talhado na fachada e nas paredes ao lado do maciço portão de ferro tinha um amontoado de inscrições igualmente trabalhadas na pedra.

Os guardas estavam lá, verdade. Cinco deles. Caídos inertes. E o portão da tumba estava escancarado.

Chagas xingou e depois imitou o canto de um pássaro que ecoou pelo bosque, agudo pra diabo.

Os outros lá atrás ouviram. Parecia mais um grito do que um canto, vencendo facilmente a cigarra. Era o sinal. Algo não estava certo.

E Chagas correu, ainda xingando. Estava indo direto para o portão aberto, passando pelos guardas.

Tenkai, da ponta do bosque, pôde interpretar sangue junto aos guardas.

E o que Ho notou foi o seguinte: na hora anterior do cair da noite, na trilha em que seguiam, o solo estava mexido. Não sabia precisar, mas aquilo deveria ser o rastro de um grupo de, talvez, 10 pessoas. O rastro dessas pessoas acompanhou a trilha que eles faziam por um bom tempo, e depois desviou para leste, talvez meia hora antes de chegarem ao local da última parada.

Já era noite para que alguém percebesse os rastros passivamente, e Ho só conseguiu pelo fato de ter notado isso mais atrás e vim, desde então, interpretando o solo. Mas só teve certeza agora, como se, ao escutar o sinal, tudo clareasse.  

E o rastro apareceu do nada. Não tinha indícios de que ele viera de algum canto, de alguma direção. A sugestão é que um grupo de pessoas simplesmente apareceu no meio do bosque e seguiu viagem a pé.  

Chagas entrou na tumba. Tinha uma espada em punho, o escudo levantado, sinais que diziam “dane-se o plano”.

A cigarra terminou o canto.

As coisas todas continuaram quietas. Faltavam poucas horas para amanhecer.


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Mensagem por Knock Qui maio 07, 2015 6:01 pm

O cavalo parecia exausto, mas estava aguentando muito bem. Esse era o detalhe que me em alguns míseros instantes tirava minha atenção.

Ouvia o trotar vigoroso e suave dos cavalos, assim como as conversas e mais conversas... sinceramente, ouvir sobre aquela mulher (Tália) não me era agradável. Eu achava aquilo suspeito mesmo eu já tendo passado por esses pensamentos duvidosos a respeito de targo, mas por alguma razão aquela conversa sobre nada em específico me deixava mais alerta ainda.

Ao ser questionado sobre a estratégia, Menino retrucou rapidamente:
Estratégia, meu caro cavaleiro, sim, vamos precisar de estratégia... Eu posso mudar a minha forma e a de mais uma pessoas, por um tempo... Pois é elfo, poderíamos entrar como visitantes, posso transformá-los em gente menos suspeitas, se é que me entendem. Ocultar os seus arsenais. Pode funcionar. Ou não, pois chegaremos lá antes do amanhecer, talvez, horário incomum para visitas. De qualquer forma, tenho um plano... Mas antes preciso ver quantos deles estão lá hoje. E como eles estão... Procurar a tal brecha, colega. Sempre há, como você disse. Se eles mantiveram a rotina, serão cinco deles, dois são velhos e lentos fisicamente, um terceiro é jovem e lento mentalmente... Vou precisar dos teus olhos, amigo elfo, só pra ter certeza de quem está lá hoje.

"Muito nebuloso"... novamente... "muito nebuloso". Pensei e fiz cara feia, mas na verdade eu estava tão concentrado que minha expressão não aparecera. Eu gostaria de detalhes sobre o local, sobre o turno dos guardas; como eu poderia encontrar o túmulo alvo. O tempo passava e aquela atitude era altamente repreensível, pelo menos sob o meu ponto de vista. Talvez fosse falar somente próximo ao local da missão; talvez ele mesmo desconfisse de que alguém escutasse; alguém mais além do grupo soubesse de detalhes do plano. Desfiz qualquer traço de raiva que poderia haver em meu rosto. Mais uma vez eu procurava entender motivos sob as coisas estranhas e decisões estranhas que estavam ocorrendo.

Pensando bem... havia motivos sim para aquele mistério: era uma disputa. Talvez esses artigos que iríamos roubar fossem ser decisivos na disputa pela herança do senhor que nos contratara e se fosse assim, certamente alguém poderia contar a um dos concorrentes de Targo. "Hshaushshahsu" eu ria mais uma vez em meu interior. Ao pensar nisso vi uma possibilidade cômica; criara uma hipótese paradoxal. Jovens de várias personalidades contratados a fim de resolver uma briga de senhores. Interessante. Até então nada além de hipóteses; era tudo o que eu podia criar sem fatos concretos.

Cavalgávamos e a paisagem não parecera mu... A paisagem mudara subtamente. Minha mão esquerda fora rapidamente ao cabo da espada. Nesse instante senti um leve arrepio no braço. Como poderiam as paisagens de Hilydrus possuirem uma variedade de terreno, vegetação e até mesmo... a atmosfera tão diferentes em tão curto espaço de tempo?! Será que era natural?! Olhei rapidamente o caminho a fim de procurar pegadas... ou algum vestígio de alguém que passara por aquele caminho; algo suspeito, mas até então não vi nada, pelo contrário, parecia que ninguém passara ali há algum tempo.

Olhava para trás, prestava atenção nos companheiros do grupo. Parecia que eles não haviam notado nada de diferente. Então perto do meio dia paramos perto de um rio e mesmo pensando que talvez aquelas terras fossem assim mesmo, resolvi chamar a atenção deles para isso, então depois de beber muita água --e enquanto os cavalos se refrescavam, perguntei para que todos ouvissem, mas sem gritar "Alguém mais de vocês percebeu o quão subtamente a paisagem mudou na vinda para cá?"

Eu queria chamar a atenção deles, pois eu não sabia quem já estava ciente que a missão já havia começado desde o momento no qual saímos da sala de Targo e que quanto mais chegávamos perto da tumba, mais atentos deveríamos ficar. Olhei as expressões na face deles, após beber muita água, lavei a nuca, vi o estado do cavalo que me levava, o qual parecia estar vigoroso novamente e começamos a cavalgar.

Mais algumas horas se passaram, percebi que no meio do campo a terra por onde passávamos estava revirada, como se um grupo de talvez umas dez pessoas houvessem passado por lá e esse rastro permaneceu à nossa frente por um bom tempo até desviar ao leste. Já estava quase escurecendo e por isso ninguém houvesse notado, mas resolvi deixar de lado. Já estávamos perto da tumba.

Chegamos ao escurecer. Um anoitecer bem particular daquela região. Eu estava alerta e minha mão já não largava mais o cabo da espada. Ficamos a aproximadamente 50 metros, vimos os sodados, umas inscrições nas paredes daquele mísero local e o plano iniciou. Chagas e o elfo correram e entraram na tuma.

Um aviso: Se desse tudo errado Chagas imitaria um pássaro e nos avisaria.

Momentos depois o cavalo de Chagas saiu correndo para o leste... cena bem intrigante... como se houvesse sido chamado, pois saiu tranquilo e calmo... nós também nem tentamos impedi-lo... por alguma razão ou mesmo sem razão... ele foi, como alguém que decide o que quer no momento que deseja.

Desde então tudo estava muito tranquilo. Silêncio. Um barulho de inseto ali... outro "acolá", mas o silêncio imperava. Imperava até um pássaro maldito rasgar o silêncio com um forte canto. Muito forte. Quando olhamos era Chagas.

Chagas saía. Havia dado errado. Soldados caídos. Sangue. Nesse instante lembrei dos rastros... "Os rastros"... sibilei institivamente... como se eu acordasse; minhas hipóteses surgiram como se eu acabasse de pensa-las... óbvio que Targo não haveria de ser o mais criativo dos irmãos. Aquilo ressaltava o valor das peças e dispertava uma teoria interessante... será que Targo plantaria uma armadilha para nós, tendo ajuda de seu sobrinho?! Bem... bem ou mal, naquela hora eu tinha de falar o que eu sabia, então falei, com minha mão levada à boca, de como quem está pensando:

--Há algumas horas, antes de anoitecer, enquanto estávamos vindo para cá, vi rastros no caminho, os quais apareceram no meio do campo e prosseguiam em nossa frente por um bom tempo e depois viraram a leste... Bem, por causa disso, deixei de lado, mas quando o Menino saiu agora, me lembrei... e também tem o cavalo dele que saiu de perto de nós e foi ao leste. Será que tem alguma conexão?! Vocês não acham bom irem investigar, enquanto vou até Chagas e o elfo averiguar a situação?

Depois de falar, decidi ir ao encontro do Menino, pois não consegui ver precisamente daquela distância; desembainhei as espadas, mas antes de sair, disse ao grupo:
--Não quero bancar a mamãe de vocês. Agora a missão começa; fiquem atentos, em silêncio e cuidado com o Chagas"
E antes de correr, virei ao mais jovem do grupo e disse "cuidado com o frasco", então saí.

Corri ao encontro de Chagas. Segundo o guia, eu não deveria ir ao encontro deles, mas como a situação havia mudado, preferi ir. Ao chegar, fui perguntando em voz baixa e guarda alta "O que aconteceu de errado?", após isso comentei com eles tudo, exceto a minha provável paranóia quanto a Chagas e a Targo. e expliquei que os outros irão procurar informações.

Eu olhava para os lados, esperava respostas e a talvez formação de um novo plano. Eu observava os soldados, queria ver as inscrições nas paredes; procurar detalhes nas armaduras, queria entrar, ver mais do local. Queria o máximo de detalhes que fossem significantes ao sucesso da missão. Estava concentrado. Esperando o plano e a hora de agir.

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Mensagem por LK Neil Blaze Seg maio 11, 2015 1:38 am

Não sabia explicar. Aquilo foi um calafrio? Hãn? Neil odiava combates. Tomava pra si até a alcunha de covarde em algumas situações, até porque ele dificilmente entrava em batalhas que não conseguia ganhar. E para ele, correr e se esconder nunca foi motivo de vergonha. Ele sempre pensava que poderia contra atacar toda hora e que teria o tempo todo do mundo pra isso. Mas o nome daquela mulher e o que Chagas falou... Aquilo foi um calafrio? O sorriso insano mudou para um sorriso nervosos nos lábios. Talvez fosse uma sensação. Algo poderia dar errado naquilo tudo. Em jogos de poder e ganância como aqueles - e Neil sabia muito bem do que isso se tratava, uma vez que fora objeto de um jogo desses - dificilmente as faces apresentadas eram as verdadeiras.

Entretanto, não disfarçou sua cara de nojo e desprezo para Chagas quando ele deu a entender que iria embebedar ou drogar a jovem apenas para seu deleite. Nesses momentos um filete de consciência entrava na cabeça de Neil para lhe dizer que ele não era um monstro tão grotesco e ensandecido: sempre existiam piores, não é mesmo? Enquanto a caminhada durava, limitou-se somente a olhar o céu, mesmo que por entre a folhagem das árvores. Entretanto, sentia-se inquieto. Provavelmente era o calor. Aquela noite estava quente e Neil odiava o calor. Mas tinha que seguir mesmo assim, até o momento em que pararam por completo.

Ouviu as instruções de chagas e somente seu sorriso debochado era o que ecoaria depois que eles fossem embora analisar a situação. De resto, só fez observar em silêncio. Primeiro aquele maldito cavalo indo embora. Quem liga não é? É só a merda de um cavalo. Mas o que veio minutos depois deixou Neil com os pelos na nuca eriçado de medo e emoção. Alguma coisa tinha dado errado. Estava prestes a seguir adiante quando Ho tomou a dianteira, fazendo Neil frear bruscamente. Levou sua mão à sua faca, mas parou para ouvir o que aquele mamute vermelho tinha a dizer... E desde quando Orcs eram inteligentes? Abriu aquele sorriso insano novamente e apontou para Gregar e Sean.

- Nós três. É suficiente. O Elfo acompanha o Orc. E você... - Indicou Hayashi. - Você fica pra tomar conta dos cavalos. Fomos para o leste. Avise quando eles retornarem. - E então, esperando que Sean e Gregar o seguissem, começou a correr pelo leste, por entre árvores e escuridão e Neil era realmente veloz e furtivo. Manteria um ritmo constante, que Gregar pudesse acompanhar, enquanto procurava pelos rastros recentes do cavalo. Aquele filho da puta tinha que dar algum caminho. Aos poucos, porém, diminuía os ritmos. Sempre que as pegadas ficassem mais frescas e mais próximas, Neil diminuiria mais os passos, agindo com cautela. - Chagas é filho da puta aproveitador e burro. Com aquele assovio, qualquer idiota escutaria a uma boa distância. No pior dos casos, sabem que estamos por perto. - Disse por entre sussurros. Mas aquele sorriso não saia do rosto de Neil.

Porque se tinha uma coisa que Neil odiava mais do que o calor, eram emboscadas.

Não queria cair numa agora, longe dos outros. Seu grupo não tinha tanto pode de ataque -pelo menos era o que ele pensava. Tinham de agir com cuidado e sagacidade.

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Mensagem por Hummingbird Ter maio 12, 2015 1:46 am

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Um tédio...

É como eu defino essa viagem. Cavalgamos por horas, o dia passou rápido demais, apesar de tudo. Acho que a única coisa boa nisso tudo foi aprender a cavalgar. Ou pelo menos eu acho. Guloso não parecia ser um cavalo propriamente dito assim como os outros. Ele era pequenininho, mas eu me identifiquei. Sabia como é sentir-se o menor entre os mais importantes. Mas eu mantive tudo isso em pensamento. Aliás, não havia motivo pra expor essas coisas. Indiferença, insegurança, medo? Isso nem deve existir no vocabulário deles.

— Dos adultos..- Murmurei, inaudível.

Baixei um pouco a cabeça. Meio cabisbaixo. Pensar nisso me fazia lembrar que eu estava sozinho. Abandonado no meio do caminho. Será mesmo que eu seria capaz de encontrar Lyra? Ela era minha única esperança, e também, a única coisa que conseguia pensar durante aquela caminhada. O grupo trocou mais algumas informações até que chegássemos numa área remota do bosque. Tinha insetos voando por todo lado, barulhinhos estranhos e outrora engraçados por todo lado, e o mais importante; um rio. Aquilo me abriu um largo sorriso. Já estava com sede outra vez, afinal, aquela bebida que o tio Targo me serviu não era de nada boa. Só de lembrar a queimação na garganta, me arrepiei. Talvez os outros notassem, dessem risada, enfim. Isso não me importou. Tentei aproveitar ao máximo a nossa pequena parada pra tomar um pouco d'água, encher meu cantil, e até dar um pouco de água para o Guloso. Apesar de ser bem resistente, ele fazia jus ao apelido, era bem esfomeado. Aproveitei também pra verificar se estava tudo bem com o frasco, manuseando-o com muito cuidado dentro de minha mochila. Estava nas mesmas condições em que me foi entregue. Sem contar que era morbidamente gelado. Só de tocar, a sensação era de estar mexendo com alguma coisa muito estranha, que me arrepiava até a nuca.

— Huhuhuhuh... sangue humano de um tolo. Em outra era eu seria capaz de torna-lo nosso escravo se quisesse.- Debochou ele, rindo como o próprio diabo. Se é que havia como comparar...

Balancei a cabeça tentando esquecer. Guardei o frasco, arrumei tudo. Montei no Guloso, e, mais uma vez, seguimos em frente.

O bosque parecia infinito. As conversas pareciam vagas. Chagas insistia em puxar algum assunto ou mesmo se divertir com algum deboche que só os adultos entenderam. Eu sequer prestei atenção. Admito, acabei perdido enquanto murmuriava em tédio. Preferi não conversar também, estava um pouco tímido por conta dos olhares, dos assuntos, parecia tudo de outro mundo se comparado ao meu. O fato é que assim que chegamos num determinado ponto, o grupo separou-se por ordem de Chagas. Segundos depois, o cavalo de Chagas foi quem partiu. Só percebi isso porque realmente estava tomado pelo tédio a ponto de até uma moscar passar voando parecer bem atrativo. Acompanhei o trotar do cavalo negro como se fosse a única coisa pra fazer. Ele sumiu entre as árvores, no leste. Conversa vai e conversa vem, e aquele grito cortou toda minha atenção. — AAHHH!!- Berrei, assustado. Aquilo era um chamado de pássaro? Agradecerei daqui em diante por não ter conhecido essa ave. Enfim, lembrei que esse era um sinal de que as coisas deram errado.

Em que sentido? * Eu pensei.

Independente disso, os membros do grupo rapidamente tomaram suas medidas. Quando me dei conta, Ho estava nos alertando sobre ter cuidado, e o outro, aquele que desejava a discórdia, nos agrupou de acordo com a demanda. Resumindo, outra segregação do grupo. Isso era mesmo a melhor saída?

O que garante que tu só não quer segregar-nos ainda mais, semeador da discórdia?- O demônio tomou controle de mim por esse curto período. Dominou minhas palavras como se não fossem mais minhas. E definitivamente não foram. Tanto é que, no susto - ao fim da ocasião -, tapei a boca com expressão estagnada. — D-De-desculpe! Eu...eu não queria dizer..- Embaralhado com as palavras, sequer tive oportunidade de terminar a fala. Ele novamente tomou breve controle;

Acusam ao guia enquanto esquecem que todos aqui não passam de desconhecidos. O oportunista aqui...pode ser qualquer um.- Assumindo um tom de voz multíssono, deixava claro que quem disse aquelas palavras não era eu. Ou era. Quem sabe? Desta vez não procurei desculpas. Devo admitir que compartilhava um pouco desse pensamento, mesmo que não tão bem elaborado.

E, ao fim, o que me restava era seguir o tal companheiro do grupo. Na pior das ocasiões, seria só mais uma traição dentre tantas outras. O que poderia acontecer de pior? Ah, e é claro que tomaria cuidado com minha mochila durante a correria, não queria assumir o risco de derrubar o frasco que era tão importante nesse trabalho. Fora isso, assumi controle das minhas pernas com bastante sutileza, correndo na mesma trilha - se me fosse permitido em questão de agilidade - que o outro seguiu. Sequer parei pra prestar atenção nos cavalos ou em quem ficou para traz. Tomado parcialmente pelo demônio, acabei assumindo essa trilha sem sequer me despedir do Guloso. E, independente disso, minha única opção era seguir os tais rastros que os demais diziam procurar. Aliás, dada aquela presença do demônio em mim tão eminente, será que ele não teria percebido nada ao redor? Ao menos me seria útil alguma sensação, por mínima que fosse, de outras energias vitais por perto.


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Mensagem por Hayashi Qua maio 13, 2015 8:18 pm

Estávamos indo bem. Chagas foi questionado sobre estratégia e explicou o plano. Era um plano bom e na minha cabeça não tinha como dar errado. Estava feliz, Chagas era engraçado, me lembrou meu pai algumas vezes enquanto vivo. E isso me fez me lembrar da minha infância por alguns momentos, até minha melosidade ser interrompida por termos chegado em algum lugar. Desci do cavalo e descansei um pouco, a primeira parada fora para recuperar as energias gastas, inclusive as dos cavalos. Num rio dali de perto, enchi meu cantil e bebi, passei um pouco de água no cavalo também, vai que ele estava com muito calor? Eu não sabia direito o que estava fazendo, mas ainda sim o acariciei como se fosse meu. Continuamos. 

Quando dei por mim o céu já estava escurecendo, foram horas cansativas de viagem, pensei em desistir umas duas ou três vezes, mas me lembrei da espada que eu tanto sonhava e o pensamento logo ia embora. Uma noite boa, estávamos num bom ritmo e faltava poucas horas para seguir no objetivo de cada um. De vez em quando eu encarava o pessoal do grupo, os que mais me chamaram atenção foram os mais calados, o elfo e o cara da armadura. Pareciam pessoas experientes. 

- Ceuzão bonito. - Disse para mim mesmo, admirando as estrelas que se ganchavam junto com a lua no céu, que agora já estava preto. 

Chagas alertou algo para nós. Se algo desse errado, assobiaria. Guardei aquela informação para mim. Eu realmente estava querendo fazer algo de útil. Sabe, eu não sou um cara de ficar paradão. Prefiro me movimentar, ajudar o grupo. 

Paramos, num susto parei o cavalo. Ficamos ali, Tenkai foi com Chagas. Desmontei do cavalo, e por falar em cavalo, onde estava o de Chagas? Ele saiu dali, como quem soubesse o que está fazendo. Estranhei, alguma ordem? Observei e me situei no terreno. A gente se olhou por algum tempo, até que meu ouvido foi incomodado por um som de um pássaro. Ho contou o que tinha visto mais certo. Cavalo indo pro leste, alguma coisa tinha dado errado lá na tumba e um grupo de umas 10 pessoas que viraram para o leste? 

- O sinal. Leste. Eu fico aqui com os cavalos, vão, quando eles voltarem eu dou notícias e falo sobre essas marcas. Boa sorte. Trabalhem em equipe, todos nós queremos as recompensas. - Menti. Eu não ficaria parado ali nem pelo caralho. 

Assim que foram, demorei um pouquinho. Assim que tudo estaria calmo e eu não ouvia mais som de passados, iria até os cavalos, fazendo um migué com alguma fruta - caso encontrasse - ou na base do carinho mesmo, e arrastaria para os troncos ou tocos de árvores por perto do bosque, amarrando os cabrestos num nó forte. Laçando. Respirei um pouco e olhei para os lados.  

Eu estava ali. Sozinho, num lugar que não conhecia, a única visão que eu tinha era do lugar onde Chagas e Tenkai foram. Mas como eu disse, não iria ficar ali parado a toa. Procuraria algo. Assim como Ho observava, observei, procurando encontrar algo ou qualquer outro rastro de pessoas por ali. Caso demorasse muito e procurasse a toa, marcaria a localização dos cavalos na minha cabeça. Fui até o lugar onde Chagas e Tenkai sumiram, mas apenas observei de longe. Longe o bastante para apenas ver as manchas de sangue dos soldados no chão. Eu interpretei que foi Chagas e Tenkai que haviam feito aquilo, me arrependi por ter perdido toda a ação. Voltei para os cavalos, sentei em algum toco ou na grama mesmo. 
Eu os encarava, esperava ser encarado. De vez em quando ruía as unhas.  

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Mensagem por NR Sérpico Qui maio 14, 2015 2:37 pm

5. Miasma

De quando Ho falou sobre a paisagem, lá atrás, no rio: Chagas fez que não. Não tinha percebido nada. Mas a partir dali bem que ele ficou com a boca mais fechada e olhos mais abertos.

E quando o sinal veio, Ho alertou os camaradas. Havia mais um grupo na cena, se os rastros fossem corretos. A tumba era bem visada naquele fim de noite. Chagas já estava lá dentro quando Ho surgiu no limite do bosque. Passou por Tenkai e cumpriu os últimos metros até chegar na tumba. Antes de entrar, viu que os guardas estavam mortos na base de golpes cortantes e pesados, nada muito esclarecedor na luz noturna. Na fachada da casa de pedra, perto do símbolo religioso, dizia CASA DE LUZ. Logo abaixo vinha outras três inscrições em línguas que Ho não compreendeu. Também não entendeu o significado das inscrições nas laterais do portão. Na verdade, eram desenhos em padrões, como se fossem outra versão de números. Não se podia ler aquilo. Deveria ser coisa de quem entende de magia, de signos antigos.

Entrou. No salão principal, havia uma mesa redonda, cadeiras, esculturas angelicais, armaduras vazias paradas em sentido, estantes de livros com registros. Ho não conseguiu ver muito mais por falta de luz lá dentro. Duas escadas flanqueavam a sala, descendo para o primeiro subsolo. Ho ouviu um som do lado direito. Fsss. Mas não deveria ser o cara de chapéu. Era Chagas, provavelmente acendendo uma tocha. Luz subiu pela escada e foi sumindo aos poucos, conforme ele caminhava lá embaixo. Ho desceu, ouvindo o homem lançar xingamentos.

O ar não circulava. Os sons geravam ecos pequenos que pareciam vir com atraso. O teto era meio baixo (2m, mais ou menos) o que fazia Ho curvar-se um bocado. Não era o tipo de lugar que gente viva consegue ficar por muito tempo. Finalmente, alcançou Chagas, que se virou com a tocha.

Alguém chegou antes de nós. Isso que aconteceu de errado. ─ Ele estava com profunda raiva, frustrado ao extremo. Sua espada queria retaliação, caso desse sorte de encontrar algum inimigo por ali. ─ Preciso confirmar o que levaram.

Eles estavam no primeiro subsolo. A escada para o segundo ficava no meio dessa sala, que era bem mais ampla que o salão inicial, lá em cima. Diversas “gavetas” enfeitavam as paredes, onde provavelmente estariam os cadáveres daquele andar. Desceram para o segundo. Chagas ouviu novamente sobre os rastros.

Poderia ser qualquer coisa, droga. Deveríamos ter apertado o passo desde aquela hora, quando você notou algo. Eu não quis acreditar... Eu errei.

O segundo subsolo era uma sala ainda maior, com inúmeros esquifes deitados e enfileirados, com espaços entre eles formando corredores. Como um cemitério, mas num lugar fechado. Aqui Ho conseguia andar sem se curvar ─ o teto estava a generosos 3 metros longe do chão.

Miasma no ar. Chagas tossiu, Ho quase.

Deixaram túmulos abertos ─ reclamou Chagas.

E era verdade. Conforme caminhavam por um corredor de esquifes Ho via alguns abertos, exalando o odor cadavérico. Chagas parou diante de um, olhou o interior, chupou os dentes, inconformado.

É pra despistar... Vários mortos aqui tinham relíquias consigo. Eles profanaram várias tumbas pra fingir que foi um roubo geral, e não único... Espertos. Aqui.

Parou perto de outro esquife e iluminou a lápide na lateral. Dizia:

HARGION ARRY, O ETERNO GUARDIÃO, MAIS ALTO QUE A HONRA

E mais embaixo:

CHARBOROS, amorfo  

Chagas deitou a tocha, guardou a espada, subiu no degrau ante o esquife, que estava fechado, e forçou a tampa. Ho teve de ajudar, pois estava habilmente lacrado. Uma vez aberto, ele recolheu a tocha novamente e iluminou o interior do caixão de pedra. Estava vazio.  

Filhos da puta. Levaram tudo! Levaram até os ossos do eterno guardião! Filhos de uma puta!

Então o som de algo pesado caindo. Mas isso foi longe, de modo que eles nem sentiram tremor algum. Foi lá encima, na entrada. Houve silêncio depois disso. E então passos metálicos...  

Tenkai, lá no limite do bosque, 50 metros de distância da tumba, viu quando as inscrições ao lado do portão reluziram de leve. Algo as acionou. Houve o som de correntes e então um bloco de pedra ─ que veio, talvez, do arco da entrada, de cima, como um segundo portão de defesa, até então oculto e agora ativado ─ lacrou a passagem. Após isso, as inscrições se apagaram.

A tumba estava fechada.

Hayashi controlava os cavalos nesse exato momento. Escapou de dois coices e prendeu os bichos, que levaram um susto com o som. Foi até onde Tenkai estava, deixando Gregar para trás. Que ele ficasse com os cavalos. Então viu a tumba fechada e não viu Ho ou Chagas. Tenkai apenas observava. Um dos soldados lá embaixo se mexeu, como que tentando se aproximar da tumba, mas logo parou. Estava apenas meio vivo.

A leste, agora. Neil indo na frente. Uma olhada sob o ombro e ele viu Sean o seguindo. Apenas o menino.

Fácil pegar os rastros do cavalo. Era uma criatura grande e pesada, sulcava a terra do bosque como se fosse neve fofa. O animal tinha seguido reto por um tempo, e então desviou para a esquerda (norte) e começou a cavalgar rente a borda do bosque. Neil e Sean podiam ver agora a tumba em meio a campina que se estendia a esquerda deles. Enxergaram o mesmo que os outros, os soldados caídos, o portão da tumba aberto e Chagas cruzando o limiar com espada em punho.  

E então viram o cavalo. Ele estava com a cabeça baixa, perto de uma árvore, ainda dentro do bosque. Notou Neil e Sean, levantou a cabeça, olhos inteligentes. Deu um pequeno relincho, um chamado. Baixou a cabeça de novo. Agora os dois podiam ver que o cavalo estava lambendo um homem sentado contra uma árvore. Chegando mais perto, viram que o sujeito usava cota de malha (bem parecida com a dos soldados caídos perto da tumba), com a espada deitada de lado, sangrando na barriga, a armadura vencida por algo pesado e afiado. O tronco da árvore também estava melado, assim como o chão ao redor ─ indicando outro vazamento nas costas. Moribundo. O cavalo o lambia na face, como que tentando reanimá-lo. Conseguiu. O homem ergueu a cabeça, olhou o grupo, fraco demais para se assustar ou falar qualquer coisa inicialmente. Deu longas piscadas.

Tinha sinais de briga ao redor. Passos demais, saindo do mato, se detendo ali e depois ganhando a campina, talvez em direção à tumba. Por volta de 10 pessoas passaram por ali, mas provavelmente apenas duas brigaram com aquele homem. Ele cheirava a urina.

Orcs ─ sussurrou, como que delirando. ─ Da montanha... Avisem... Avisem meus amigos.

Não havia uma emboscada. Uma boa olhada ao redor bastava para saber. Neil podia relaxar um pouco quanto a isso.

Mas então escutaram o som, baque de pedra. Alguns pássaros levantaram voo, alarmados. Eles olharam para o lado, para a tumba lá na campina, e viram ela lacrada com uma rocha que não estava lá antes. O cavalo de Chagas também viu, de modo que galopou subitamente pra lá, saindo do mato a toda.

Avisem ─ tentou repetir o homem. Tossiu, seco. ─ Água... Um pouco de... E misericórdia. ─ Ele olhava para Neil, pois, na sua concepção, Sean era pequeno demais para fazer essas coisas. ─ Misericórdia... Eu já estou morto...

Talvez estivesse.

Tenkai e Hayashi viram o cavalo de Chagas aparecendo em seus campos de visão. O animal corria para a tumba. Até Gregar, no silêncio em que estava, captou o ritmo dos cascos desse mesmo cavalo.

E os passos metálicos... vinham de cima, talvez terminando de descer as escadarias do salão e chegando no primeiro subsolo.

Armadilha ─ disse Chagas, sacando a espada.

A chama na tocha reluziu um pouco ─ com a tumba fechada, logo se apagaria.

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Mensagem por Knock Sex maio 15, 2015 8:56 pm

Casa de Luz.

Chegando perto da tumba, vi Chagas adentrando ao recinto. Fiz conforme o que eu havia preconizado; vi os guardas... Os guardas... Aquela visão me fez lembrar de Rio Ligeiro, um soldado muito ágil, o qual me acompanhara na missão do exército. Pensei rápido e não consegui pensar em quais teriam sido os oponentes que teriam feito tamanho estrago àqueles "caras". Vi a inscrição "Casa de Luz"; umas outras frases estranhas, as quais não conseguia ler. Enfim, mais fatos curiosamente nebuloso, mas eu tinha de ir enfrente.

Entrei... Um local apertado na altura, escuro, entretanto pude ver alguns detalhes do local. Era bonito; decoração aparentemente bonita. Andei o mais rápido que pude para alcançar Chagas no primeiro andar e quando cheguei ao segundo, pude me levantar... resumindo... era um cemitério, mas tinha algo diferente.
Alguém chegou antes de nós. Isso que aconteceu de errado

Pude perceber que estava com raiva daquela situação... eu também estava, mas agora tínhamos que correr e eu não iria encher o saco por causa de "mi mi mis".

Coma tosse de Chagas, senti a garganta arder e quase tossi também... Os que estiveram antes de nós profanaram muitos túmulos, deixando com que o odor cadavérico se alastrasse no local
É pra despistar... Vários mortos aqui tinham relíquias consigo. Eles profanaram várias tumbas pra fingir que foi um roubo geral, e não único... Espertos. Aqui.

Acenei com a cabeça, mas não sei se ele viu, pois estávamos apressados. Fomos rápido em direção à gaveta alvo. Um traço de esperança surgiu quando vi que Menino precisava de minha ajudo, pois estava muito bem lacrada, mas quando abrimos
Filhos da puta. Levaram tudo! Levaram até os ossos do eterno guardião! Filhos de uma puta!
Haviam levado tudo. Tudo.

Ouvimos algo pesado cair lá fora... "Será que estamos presos?!" Pensei e tremi. Ouvimos passos metálicos que desciam ao nosso encontro. Acho que naquele silêncio, até os batimentos do meu coração podiam ser escutados. Lembrei da linda decoração, com as armaduras em sentido.

Chagas falou "Armadilha". Eu vi a determinação, ira e muito mais nele... não pude deixar de dizer
--Chagas, acho que são as armaduras lá de cima... Cuidado. Não quero o sobrinho de Targo, menos ainda um companheiro de batalha morto ao meu lado.--Respirei e continuei-- Olhe, eu trajo a armadura de Hilydrus, mude o tom da minha pele se puder, talvez esse possa ser um trunfo em nossas mãos. Vamos agir com cautela e com inteligência... Algum plano?!

A luz brilhava com menos intensidade, nosso tempo era pouco. Tínhamos de agir rapidamente e com o máximo de segurança possível. Minha respiração me traía, mas logo tratei de aquietar minh'alma. Respirei fundo, olhei para os lados; Chagas falara de relíquias, então presumi que tivessem armas lá; armas melhores que minhas duas espadas, então as procurei e caso encontrasse, iria deixa-las em posição, a fim de serem usadas, caso não pudessemos fazer um contato amigável. Eu procurava saber como me locomover naquele lugar, tentava decorar os espaçamentos... Me preparava para a batalha. Olhei para Chagas e disse com um riso:
--Vamos sair daqui e acabar com os merdas que chegaram antes de nós.

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Mensagem por Hayashi Sáb maio 16, 2015 2:35 pm

- Heeey! Cuidado com esse casco, caralho! - Gritei como se o cavalo me escutasse. Depois de reparar que eu não falava "cavalês", eu ri de mim mesmo. Fui sortudo, escapando de dois coices enquanto prendia os bichos, mas o pior nem era quase ser nocauteado por um ou dois cavalos, mas sim o motivo. Um som assustou os animais, e esse som vinha de lá, o vento trouxe o ruído de uma batida de algo sólido, olhei para Gregar e apontei para os cavalos, depois assenti a cabeça. Ele não teve reação alguma na hora, mas eu entendi que ele olharia os cavalos. Corri pelo bosque, e ao longe vi o cenário descrito, olhei a tumba e entendi o que foi que causou o som. 

Uma pedra vetava a entrada da tumba, Tenkai observava, não vi nem Ho nem Chagas, o cavalo do Menino vinha pelo leste, eu comecei a entender o que estava acontecendo. Um homem se mexeu um pouco, deve ter dado seu último suspirou e parou. Olhei para o cavalo, encarei Tenkai e vi o Cavalo a frente da tumba. Chagas estava lá dentro, junto com Ho. 

- Armadilha. - Disse para Tenkai: - Algo deve ter acionado esse mecanismo de defesa por lá por dentro. Eles devem ter aberto algo que não deviam... - Dei uma pequena batidinho no braço de Tenkai, num gesto amistoso, designando para me seguir: - Já sei. - Coloquei a mão sobre a pedra, dando algumas batidinhas só para verificar se era maciça mesmo: - Acho que dá para quebrar. - Dei outro soquinho na extremidade da pedra.

- Chagas, Ho?! Estão me ouvindo! - Tentava gritar por alguma parte que a pedra deixava passar um pouco de ar. O mínimo de som que pudesse passar por ali seria suficiente para tentar salvá-los: - Se isso for uma armadilha, vocês estão em perigo aí dentro! Cuidado! Se fecharam vocês aí dentro, algo deve aparecer! Acho que dá para quebrar se trabalharmos juntos! Parece dura, mas não é impossível! Estão ouvindo? - Caso não tivesse resposta, voltaria para Tenkai, pensativo. 

- Vamos quebrar, nós dois. Você parece bem forte, parceiro. Acho que damos conta. Mas não sei se a espada vai dar conta. Quer tentar?  Se não funcionar, valeu a tentativa. Vamos juntos. 

Caso ele concordasse, retiraria minha espada e usaria minha habilidade principal, Sintonia Elemental, para transformar sua lâmina em algo frígido, gelado, que aumentava um pouco a força do golpe, tomaria um pouco de distância, e esperaria ele se preparar também, correria tomando um impulso num salto modesto para golpear o topo da rocha, tomaria cuidado para não quebrar a lâmina da espada.  

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Mensagem por Gregar Seg maio 18, 2015 1:18 pm

Mantinha-me no cavalo ainda em silencio. Aos meus olhos o trabalho parecia extremamente fácil, não importava realmente o que fosse ser decidido, precisaríamos apenas invadir o local, revirar alguns túmulos, e por fim encontrar os artefatos solicitados. Qual o problema que teriam guardas a porta? No pior cenário possível, nós apenas teríamos de remover aqueles homens antes de prosseguir com nosso objetivo. Não via nada muito complicado, tampouco qualquer razão para toda aquela agitação ou preocupação, mas eu era o único que me mantinha dessa forma. Ignorando o restante do grupo por um instante, não prestava nenhuma real atenção a nenhum deles em especial, apenas montava calmamente deixando pensamentos irem e virem, todos sendo compartilhados diretamente com Kenna. Era uma sensação estranha, a qual já tinha me acostumado, como se meu corpo físico estivesse lá, mas não minha mente completa.

Suas palavras realmente faziam seu trabalho em pesar em meu consciente. O trato seria simples, entregaria os artefatos em troca de pistas sobre um futuro exercito, ambos concordávamos que bêbados e desgarrados dariam um bom começo para nossos planejamentos. Nenhum de nós apreciava nenhum dos governos locais, um repleto de brilho, outro de escuridão, um meio termo não poderia existir em paz? Ao final, era sobre isso que o plano se resumia, a fundação de uma terceira potencia que rivalizasse ambos os reinos. Claro que precisaria de um bom contingente para isso, muito provável até mesmo iniciaria alguma guerra local, mas qual o problema em promover guerras? Mercenários lucram bem mais nelas do que em tempos de paz. Dito isso, vinha a segunda maior pergunta. Pagamentos sempre são equivalentes aos contratos, bêbados de tabernas podem ser encontrados a direita e a esquerda, artefatos dignos de exércitos? Isso é uma raridade muito bem apreciável. Caçávamos algo desconhecido, como poderíamos saber que o que roubaríamos não valia bem mais do que aquilo que iríamos receber? Claro que tinha toda a história com o sangue nos frascos, mas coisas sempre somem com a devida falta de cautela, não podia evitar sentir-me tentado.

Quando finalmente despertava de um mar de ideias mal formadas, me deparava apenas com a inconsistência. Havia sido deixado só com os cavalos, enquanto outros se mantinham procurando pistas e outras coisas qualquer. O que quer que tenha ocorrido no local fazia com que sentisse na espinha, nada bom para nós. Ouvia o som de cascos distantes e me aproximaria do local em que julgava ser a tumba. Ainda me manteria montado com a lança repousando ao lado do corpo, os outros cavalos estavam todos amarrados, não me importaria com eles mais do que me importava com aquelas árvores. De fato estava curioso sobre o que acontecia, então manteria um ritmo lento no avanço, observando ainda em silencio tudo aquilo que nos cercava, conhecia magia e procurava traços da mesma em qualquer local que pudesse presenciar, mas não era isso que realmente buscava, o que mais queria no momento era um caminho, um que resultasse em tomar os fracos de sangue daqueles a nossa volta, enquanto pegava a própria armadura em meus braços.

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Mensagem por Hummingbird Ter maio 19, 2015 1:08 pm

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— Ali!- Alertei, apontando na direção do cavalo.

Perseguimos o animal por pouco tempo. Acompanhei aquele cara durante o trajeto. Ele parecia pegar os rastros do cavalo com facilidade, tanto que nem precisamos nos apressar muito pra encontrar o animal. Tomei a frente então, atravessando os galhos e plantas que nos separavam da área onde o animal estava. Ele parecia tranquilo. Na verdade, estava frente outro homem. Este por sua vez estava muito ferido. — O que? - Surpreso, corri em sua direção, ajoelhando ao seu lado - se me fosse permitido -. O cheiro era muito forte, parecido com o meu xixi só que muito mais forte. A árvore também estava melada, mas eu não consegui identificar o que era. Estava preocupado demais com aquele homem. Afinal, o quê aconteceu? Mas os meus pensamentos logo ganharam uma resposta, dada pelo próprio Homem.

— Orcs? - Repeti, confuso.

Caso o outro tenha me seguido, viraria meu rosto em sua direção, tentando lhe passar num olhar o que seria apreensão. Afinal, estávamos pra lidar com um grupo de Orcs? Se bem me lembro o que são, eram criaturas feias, grandes e....espera aí! O grande Ho era um deles então?! Aquilo rendeu alguns devaneios de minha parte, afinal eu só fui me lembrar agora o que era um Orc. E então aquele barulho...

— Aaahh! - Levei um baita susto.

Era uma pedra? Ou o quê? Não sei, estrondou por todo lugar. Parecia ter vindo na direção da Tumba. Nossos companheiros podiam estar lá dentro, e as coisas só ficavam mais bagunçadas e estranhas. E então o homem voltou a gemer, provavelmente pela dor de seus ferimentos. Clamava por água e antes que ele terminasse de dizer o resto de suas palavras, puxei o meu cantil d'água para tentar lhe ofertar um pouco, se conseguisse beber é claro. Na sequência, voltava meu olhar para meu companheiro. Engraçado que até agora não lembro o nome dele...

— O que vamos fazer agora? - Indaguei, preocupado.— Talvez esses Orcs já estejam longe... - Abaixei a cabeça, meio cabisbaixo. Admito, estava completamente perdido, e pela primeira vez, não tive ajuda do demônio que reside em mim. Ótima hora pra ele me deixar em paz, tsc!

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Mensagem por LK Neil Blaze Ter maio 19, 2015 9:51 pm

Não gostava de coisas fáceis. O fácil era tentador demais, simples demais e irracional demais pra ser acreditado. Gregar não estava com eles. Aquilo incomodou um pouco o ladino, que precisou pensar em algum plano de fuga, onde obviamente iria abandonar Sean sozinho, afinal, tinha que cuidar de sua própria ele e não de um garoto que tinha acabado de entrar num grupo do qual ele não gostava de ninguém. Bom... Pelo menos na sua mente aquilo tudo fazia sentido. E caos um dia já teve sentido? Insanidade o teve? Neil, imerso naqueles pensamentos, não sabia responder.

Dobrou à esquerda.

Então era por ali que eles tinham ido? O cenário não era um dos melhores. Aqueles homens deitados no chão arrancaram um sorriso cínico. Como um ser humano podia ser tão fraco? Porque lutar? Porque não fugir e continuar com vida? Coragem e heroísmo tinham uma supervalorização que não vali a pena na mente de Neil. De qualquer forma, Chagas e Ho deveriam estar a caminho. O trabalho de Neil era outro: era observar.

E quando encontrou o cavalo, deu uma olhada ao redor. Um grupo tinha passado por ali e com bastante brutalidade. Um combate anterior tinha acontecido ali. Então existiam guardas patrulhando a área da floresta? Não ter tocado com um deles no caminho foi sorte ou Chagas sabia exatamente a rota que devíamos seguir? Além do mais, porque diabos aquele cavalo tinha andado sozinho até um local de combate sendo que nem seu dono aquele moribundo era? Estranho demais. O sorriso de Neil fugia do seu rosto, mas seus olhos estavam bem abertos, assim como seus ouvidos.

Aproximou-se do homem e o escutou falando, pedindo um pouco de água e misericórdia ao dizer que já estava morto. - Assim como todos os seus amigos. - Disse, seco. E virou-se subitamente com a sua faca para o pescoço de Sean, encurralando-o na árvore mais próxima. - Da próxima vez que você não controlar isso que você tem aí dentro, eu vou cortar sua garganta de orelha a orelha. - E então fez o corte... Aonde estava presa a pequena "garrafa" de couro com água. Pegou a mesma e levou até o homem, colocando em sua mão, mas impedindo que ele a levasse à boca. - Quero mais informações. Frases, memórias, sons. Tudo pode ajudar. Vocês patrulham a área da floresta? Foi atraído pra cá? Porque o cavalo veio até você? Quanto tempo faz que tudo isso aconteceu? - E esperou as respostas... Até ouvir aquele barulho.

Olhou da beirada de onde estava e viu o local fechado. Estavam presos? Como aquilo era possível? Manteve a calma. Não saiu de onde estava. Deixou o homem tomar goles de água após alguma resposta, antes de travar sua mão novamente. - Existe mais alguém. Essa manobra toda está inteligente demais pra ser executada por um bando de ogros burros. - Esperava conseguir algum esclarecimento daquele homem quase morto que pudesse clarear sua mente.

Conseguindo ou não essas respostas, já tinha um lugar em mente. Seguir ao Norte. Era dali que iria tirar toda a porra da resolução dos seus problemas.

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Mensagem por NR Sérpico Sex maio 22, 2015 5:16 pm

6. Morrer jovem

Não ouviu resposta ─ a pedra deveria tapar precisamente as brechas na entrada, de modo que a voz de Hayashi não entrava e qualquer outro som não saia. Voltou até Tenkai, falou com ele, e dali também não ganhou resposta alguma. Teria de agir só.

Correu, a espada gelada. Saltou para cima da entrada da tumba, um golpe pesado preparado. O choque foi grande, reverberou em todos os ossos de Hayashi (e talvez algumas estruturas da tumba). O resultado: uma fenda no topo da pedra com mais ou menos um palmo de profundidade. Nada que lhe permitisse ver o outro lado. A área ao redor ficou levemente congelada. Talvez ele precisasse de mais dois golpes como aquele para abrir um buraco e criar rachaduras a partir daquela fenda. Mas a saúde de sua espada não ficaria intacta.

Viu, aliás, mais detalhes nas inscrições: o nome CASA DE LUZ na fachada perto de um símbolo religioso e outras duas frases em outras duas línguas. Ao lado da entrada, caracteres estranhos, cada um do tamanho de uma mão.

Não vai funcionar... ─ disse alguém. Hayashi olhou ao redor para ver que era um dos soldados mortos que falava. Quer dizer, morrendo. Para Hayashi, até poderia funcionar sim. Mas o jovem soldado moribundo tinha outra solução ─ Você precisa... ler as frases em élfico e no idioma dos anões para... abrir a passagem.

Mesmo que nada. Até tinham um elfo no grupo. Mas sem alguém que dominasse a língua dos anões, não daria para fazer aquela pedra sumir da entrada. Talvez devesse continuar tentando com a força bruta.

Logo o cavalo de Chagas chegou, levantando grama nas suas pisadas nervosas. Ele relinchava loucamente perto da entrada. Chegou a bater com os cascos dianteiros na pedra. Deu uma volta na tumba. Estava quase insano, querendo entrar, querendo ir até Chagas.  

Não muito longe dali, Sean dava de beber ao moribundo. Este varou metade do cantil em dois goles desesperados. Sussurrou um obrigado. Mas seu rosto se transtornou com a notícia de que seus amigos estavam mortos.

Não... ─ lamentou ─ Quando? Quando foi? ─ Ele olhava para os lados, desorientado. Suor escorria de sua testa. Estava quase em um delírio.

A situação ali poderia ser essa: o homem foi atacado e deixado para morrer. Desmaiou no processo e despertou com o cavalo de Chagas o lambendo. Acordou pensando que tinha desmaiado apenas por alguns minutos... mas não, não fora por apenas alguns minutos.

Ele pareceu se dar conta dessa possibilidade. Era tarde demais para os seus colegas.

Alguns deles eram... jovens demais ─ resmungou. Seus olhos demoraram um bocado para focar de novo nos dois, mas ele conseguiu. Deve ter concluído algo a respeito de Sean e Neil. Então falou tudo conforme se lembrava: ─ Eu vim até aqui... achei ter visto alguma coisa. Comentei com os outros e eles... caçoaram. Vim sozinho. Quando estava pronto para ─ uma tosse, ele respirou algumas vezes ─ quando estava voltando, fui abordado... Foi tudo... muito rápido. Eram orcs. Os cinzas, da montanha ao norte. Eles estão... estão... quase extintos... quase não vemos mais eles. Foram exterminados em conflitos antigos. ─ Ele deu uma olhadela em Sean. Voltou para Neil: ─ Mas nem todos, pelo jeito. E esses aí estavam bem armados... e quietos, organizados... Vocês já viram um bando de orcs quietos? Eu nunca vi. Eles mal conversavam entre eles.

Ele fechou os olhos. Poderia estar morrendo, mas estava tentando lembrar. Conseguiu alguma coisa.

Sim... inteligente demais... existia alguém. Uma mulher. Ela ficou ao longe, mas eu a vi passar quando me deixaram aqui... Não consegui ver o rosto... mas era uma mulher, tenho certeza. Roupas escuras. Cabelos curtos, como os de um homem. Andava descalça. Ela... estava entre os orcs, mas os animais pareciam nem perceber ela como uma simples mulher. Acho que eles... eles a reverenciavam.

E ele ficou quieto. Já tinha dito tudo o que sabia e o que achava que sabia.

Quieto demais. Não precisou da misericórdia. A cabeça pendeu.

Ao longe, ouviram o choque do golpe de Hayashi. Bastava olhar na direção da tumba para vê-lo lá, de frente com a entrada. Estava tentando abrir passagem pela pedra. O cavalo de Chagas se aproximou e ficou rodeando o lugar, relinchando. Por um momento até pareceu pronto a atacar Hayashi, de tão eufórico que estava. De alguma forma, sabia que Chagas estava lá dentro, preso e em provável dificuldade. Era um cavalo bem sensitivo.

Lá dentro, aliás:

Eles lacraram a tumba do Guardião com algum alarme que acionou as... ─ Os passos estavam perto. Começaram a descer o andar do primeiro para o segundo subsolo. Chagas deu uma risada. Deixou a tocha sobre um esquife e sacou uma das espadas e o escudo.  ─ Camaradas de batalha morrem aos montes, Ho. Não fique surpreso se isso acontecer hoje. Meu único plano no momento é testar a resistência dos inimigos... Desculpe. Eu realmente não esperava por isso... E... Muito bem, grande orc, se divirta com seu disfarce.

Ho perdeu tamanho, junto com a armadura que trajava. A pele escureceu: agora ele parecia uma sombra vestindo uma armadura... ou uma armadura vazia. Poderia passar despercebido com aquele disfarce. Caminhou por aí, procurando algo. A única coisa exposta que achou foi uma lança sobre um esquife e, noutro túmulo, uma espada curvada (cimitarra) sobre um pequeno altar. A espada tinha uma linda esmeralda encravada no botão da arma e a joia pareceu reluzir, como que viva, chamando por Ho.

Até poderia ter outras coisas por aí, mas já não havia tempo para buscas. Chagas falava. Aparentemente, recuperara por completo o bom humor. Os primeiros pés apareceram nos degraus.

Uma boa luta da qual não sei se sairei vivo ─ ele riu com isso, subiu em cima de um túmulo, e esperou a horda, todo ansiedade. ─ Pois, que os deuses me livrem de ficar velho e doente como o tio Targo. Eu quero mesmo é morrer jovem!  

As armaduras apareceram. Três. Outras três estavam vindo logo atrás. Ho tentou se lembrar... sim, ao todo, eram oito armaduras lá em cima. No entanto, apenas seis estavam descendo até ali.

Mas eu gostaria de um disparo, uma flechada. ─ Chagas estava manuseando a espada. Ho percebeu que aquela arma que ele sacou não reluzia a chama da tocha... não era uma lâmina de ferro ou aço. ─ Morrer com uma flechada... como Borom’ir. Já ouviu falar no Borom’ir, Ho? Aquele do berrante branco! Que morte, que morte!

Ho estava posicionado mais à esquerda na imensa sala enquanto Chagas estava mais ao centro. Apenas duas armaduras poderiam andar lado a lado no “corredor” até ele. E demonstraram inteligência quando duas seguiram reto para pegar Chagas de frente, duas caminharam para a direita e outras duas para a esquerda ─ queriam cercá-lo. Chagas não pareceu se preocupar.  

Eram armaduras vazias e portavam alabardas comuns. Não tinham elmos. Marchavam, algo bem próximo de uma corrida, só que mais pesada e disciplinada. Nenhuma delas notou Ho. Ele teria uma vantagem inicial nesse combate.

Então lá fora, novamente. Gregar. Saiu do mundo dos pensamentos e cavalgou. Já estava vendo Tenkai na borda do bosque. Hayashi não estava com ele, nem Chagas nem Ho.

Tentou perceber algo, mas não achou nada no ar, nenhuma magia... Então o vulto de algo pequeno passou voando rente a cabeça de Gregar. Alçou um pouco e pousou num galho mais à frente. Era a cigarra ─ e Gregar sentiu uma centelha de magia vindo dela. O bicho girou, para ficar de frente com o possuído, que estava passando mais abaixo.

Numa voz de mulher, disse:

Quem são vocês, exatamente?

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Mensagem por Knock Sáb maio 23, 2015 4:23 pm

Eu ouvia Chagas falando aquelas coisas sobre morrer jovem. Eu achava aquilo loucura, mas talvez fosse uma maneira que ele achava de contornar o estresse da situação... ou não.

Fui perdendo tamanho, junto a armadura... minha pele foi escurecendo... Uma sensação que não quero mais sentir tão cedo... Sentir não ser da minha raça, mesmo por um instante, era bastante incômodo, mas eu tentaria usar aquilo ao nosso favor, já que eu parecia que eu sumia naquela sala... Menino falava e falava... As armaduras chegavam cada vez mais perto. Eu procurava as armas, mas só achei duas; uma lança e uma espada que parecia meio curvada.

Chagas continuava falando sobre morrer, mas eu não via aquele momento como bom para uma “boa” morte.

Por entre meu raciocínio e observações, as armaduras chegaram. Sem elmos; aparentemente comuns, mas a ordem com que se movimentavam com certeza dava um certo receio... pareciam inteligentes, mas eu duvidava dessa inteligência... talvez tivessem sido criadas como se as plantas da tumba e estratégias de luta fossem impregnadas nelas ou algo do tipo: magia. Eu desconfiava de magia.

Com a vantagem, pensei em sair dali e ir atrás de ajuda... tentei lembrar quantas armaduras eu havia visto... Na sala haviam seis... –Só seis?—pensei—Não... São oito.

Respirei fundo; as armaduras entravam na sala... Eu não poderia deixar Chagas ali, talvez ele morresse antes deu conseguir sair; a passagem estava bloqueada; ainda havia armaduras lá em cima (no primeiro andar), isso se fossem somente mais duas... Eu ficaria no escuro e não veria quase nada... Enfim descartei a hipótese de subir e tentar sair para buscar ajuda. Chagas morreria antes que eu chegasse lá fora e talvez eu também morresse. Além de que a morte do garoto naquele momento, certamente estragaria a missão por completo.

Olhei mais uma vez, as armaduras marchavam rápido, a fim de cercarem o Menino; não haviam me percebido... Eu estava a esquerda; Chagas parecia bem humorado com a possibilidades de bater em algumas armaduras e descontar a raiva que fervia o seu sangue, mas não tínhamos tempo, nem sorte para desperdiçar assim.

Olhei as armas novamente: uma lança e uma espada. Olhei novamente... fiquei um tanto incomodado em tirar aquela espada daquela cova, mas parecia ser algo a mais do que eu já tinha. Eu conseguia ver uma bela esmeralda reluzindo... parecia me chamar...

As armaduras cercavam Chagas, pude ver que era estreito demais e que só duas poderiam ocupar os espaços entre os túmulos, os quais formavam uns corredores; embainhei minhas espadas, peguei calmamente a lança que encontrara; olhei mais uma vez a espada, tentei olhar rapidamente alguma inscrição do túmulo. Reverenciei e pedi perdão e licença mais uma vez e pensei empunhando a espada “Bem, belezinha, me surpreenda”. Eu esperava que não me fizesse mal, caso contrário, certamente estaríamos perdidos.

Respirei com calma, esperava que Chagas ficasse atento aos meus movimentos; eu estava à esquerda dele, pensei em distração, mas as armaduras não eram vivas, fariam tudo segundo previamente “protocolado”, achei que não iriam se distrair ou mesmo ter piedade de Chagas.

Olhei tudo com a lança na mão esquerda e a espada na minha destra. Tentei ver alguma armadura, a fim de ataca-la como alvo principal ou alguma falha nas armaduras, as quais eu pudesse atacar e destrui-las com mais facilidade... Em todo caso, corri; atacaria as armaduras que estavam a direita de Chagas de uma vez só com a espada de forma latero-lateral, a fim de joga-las para trás, e com muita velocidade e força, após isso, atacaria as que estavam à frente de Chagas, jogando-as para o lado, esperando que Chagas atacasse as que estavam a esquerda dele. Isso tudo com a intensão de acabar com as armaduras e também para abrir caminho e corrermos.

Esperava que eu tivesse êxito e que Chagas não continuassem com esse drama suicida... parecia até aquele cara que aparecera insanamente no escritório de Targo... Pensando nisso... Como eles estariam? O que será que haviam encontrado? Será que estavam bem? Bem, só saindo rápido de lá para saber... e pensando nisso; acho que isso também me incentivava.

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Mensagem por Hummingbird Sáb maio 23, 2015 9:19 pm

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— Ora mas que...interessante. - Murmurou ele.

— Será que ele queria me intimidar? - Rebati.

— Não, acredito que não haveria motivo. Que tolice, intimidar uma criança? - Aquilo rendeu alguns risos do diabólico.

— Alguma ideia melhor? - Nada mais convincente me passava pela cabeça. Era uma situação que eu definitivamente não entendi muito bem.— Não tens nada a perder meu pequeno corvo. Teu amigo, huhuhuhu... - Interrompeu com risadas para enfatizar o deboche.— Como eu dizia, teu amigo pode ser útil. Interessa-me mais segui-lo e ver do que ele é capaz, ao ficar acompanhando esse pedaço de carne cheirando a urina. Por mil demônios, será que pode tapar o nariz? Tenha piedade de mim, ó, um pobre demônio...  - Completou.

Aquilo era pra ser sarcasmo? Eu não entendia muito bem disso, mas desta vez ficou muito evidente. — Tem razão, acho melhor segui-lo pra ver o que acontece. Ah, aliás, obrigado.- Agradeci.

— Não seja ridículo, criança. Eu só quero ver até onde ele aguenta sem te cortar. - Esbravejou.

E assim, deu-se por terminado o "nosso" diálogo mental.

[ ... ]

Tudo aconteceu, provavelmente, no intermédio de toda aquela conversa. E apesar de parecer distraído, por alguma razão eu consegui compreender ambas as informações. Seja da conclusão com o demônio, como também das palavras daquele soldado moribundo. Não digo que a situação anterior não me abalou. Quero dizer, acabaram de apontar uma faca pra mim, isso é no mínimo perigoso. Mas eu estava acostumado com isso. As vezes, até coisa pior. Pra falar a verdade, já fiquei frente a criaturas tão terríveis na floresta onde venho que, uma mera faca e ameaças verbais pareciam mais agradáveis. Então não quer dizer que não me afetou, só digo que, realmente, não sinto medo.

Enfim, não era preciso ficar perdido em devaneios pra concluir o óbvio. Os orcs passaram por ali, venceram esse soldado, e foram todos em grupo, provavelmente, pra tumba. Sequer fiquei atento nas informações da tal mulher mencionada, isso não me chamou atenção a princípio. E agora, com o fim das palavras do moribundo, retomei consciência. Tentaria apanhar o meu cantil d'água antes tomado pelo meu companheiro e usado pra abastecer o soldado. Se ainda tivesse alguma gota nele ou não, eu o guardaria. Aproveitei pra verificar se estava tudo bem com a tal garrafa de sangue que me foi entregue pelo Tio Targo. Andamos tanto, não faria mal dar uma checada não é?

— Certo! Err, se não se importa, posso segui-lo? Independente do caminho que escolher? - Indaguei, enquanto ajeitava minha mochila e minhas coisas. Apesar de tudo, não carregava rancor, medo ou sarcasmo nas palavras. Estava normal. — Se achar que vou ser um estorvo, é só me ignorar.- Sugeri como se já soubesse que ele diria algo em referência a minha idade, tamanho, impotência física, blá blá blá. Aquilo era tão repetitivo, difícil não se acostumar.

Aguardava por uma resposta positiva dele - Neil - pra decidir que caminho eu tomaria. Em caso de uma resposta positiva da parte dele, eu o seguiria. Em caso de uma resposta negativa, sendo assim, tomaria meu rumo de volta pelo mesmo caminho que usamos pra chegar aqui. Meu único objetivo restante seria voltar ao lugar onde estavam os cavalos pra encontrar o resto do grupo e então decidir o que fazer. Isso é claro, se eu fosse impedido de acompanhar aquele cara - Neil -, somente.

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Mensagem por Hayashi Qua maio 27, 2015 3:03 pm

Tenkai parece me ignorar, e infelizmente eu não tinha ouvido quaisquer resposta de dentro. Não tinha nenhuma brecha, nenhuma passagem de ar. Me distanciei um pouco, fui com tudo para cima da pedra com a lâmina frígida, saltei e atingi um golpe no centro dela, percebi que foi um baque pesado e bem forte até, fazendo meu corpo tremer e talvez balançar um pouco a estrutura da tumba, consegui fazer uma depressão de mais ou menos um palmo no topo da lâmina, mas não dava para ver o outro lado, não arrisquei gritar de novo. Parei na frente da pedra, pensando no que eu poderia fazer, até que dava para eu fazer aquilo mais vezes e até quebrar a pedra, mas minha espada poderia quebrar, e eu não iria arriscar mais uma espada por besteira. Chagas e Ho pareciam ser fortes, o que quer que esteja lá dentro além deles, eu apenas confiei que não iria acontecer nada ruim. 

Notei algo escrito na fachada.

─ Casa de Luz? Que merda é e... ─ E aí fui interrompido por um dos homens quase mortos. Eu sinceramente tomei um susto, achei que todos ali estavam mortos. A informação foi útil mas infelizmente ele era um homem prestes a morrer, a única coisa que eu podia fazer ela livrá-lo da sua dor.
Virei a espada de ponta cabeça e cravei no meio da cabeça do homem, se ele estivesse vestindo um elmo, seria no rosto mesmo.  

Vai me agradecer quando me ver no outro lado. 

Temos um elfo, mas não se tem um anão para fazer isso. A menos menos que alguém fale a língua dos anões.
Então o cavalo de Chagas chegou, em um galope forte, parecia querer a mesma coisa que eu, tirá-los de lá. Aquele cavalo parecia ser alguém muito ligado a Chagas, era bonito. Eu queria ter um mascote para levar nas viagens. 

Aí eu me lembrei de algo. Eu trabalho numa Taverna e seu dono e um Anão, vai que eu possa já ter visto algo relacionado a língua dele? Só precisava lembrar, quem sabe em seus registros de cobrança ou do próprio registo de vendas? Salários, etc. A língua dos Anões não deve ser tão difícil. Apenas olhei, se me lembrasse de algo iria tentar ver o que tal coisa significava ou até mesmo tentar pronunciar. 

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo lá dentro, eu estava preocupado mas não queria quebrar ela, foi um presente de alguém especial, não iria me desfazer dela por algo assim, mas em compensação, eram vidas. Deve existir alguém que consideram eles importantes, seria muita maldade deixá-los lá. Eu tentei acalmar o cavalo, ao menos. 

Calma, amiguinho... ─ Levaria a palma da minha mão no "ponto doce" do cavalo, acariciando e tentando passar calmaria para o bichinho. Aproveitaria para admirar ele, subi a palma para o pescoço e depois parti para um carinho no local que fica entre os olhos. ─ Vou tirar o Chagas de lá, acalme-se. 

Quem sabeu eu, com toda minha ingenuidade, já teria tomado um "gostar" por Chagas. Ele me parecia um homem de bem. E eu fiquei lá, acariciando o bicho, esquecendo do resto, e tomando cuidado para não tomar outros quase coices. 

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Mensagem por Bluesday Qui maio 28, 2015 5:06 am

Muita coisa havia acontecido e Tenkai nada fez. A conversa com Chagas não se teve um fim e logo descobriram que a tumba havia sido invadida. Os soldados do cemitério estavam caídos e o elfo ficou de longe olhando tudo. O sobrinho do contratante foi até a tumba com um dos integrantes da equipe. Entraram e estavam a sua própria sorte. Já o guerreiro ficou lá, apenas observando. Algo o incomodava. Uma sensação perturbadora que fazia sua concentração tomar proporções surreais, que o fez até mesmo ignorar um dos rapazes que fora falar com ele. Uma baita falta de educação, mas não foi por mal e nem de proposito.

Eis então que o cavalo surgia na tumba. Estava impaciente e algo o tirava a razão. Talvez Chagas havia encontrado o que não devia e com a tumba selada com aquela pedra, suas chances de fuga seriam nulas. Isso trouxe o elfo a si. Via o cavalo agoniado e querendo entrar na tumba a todo custo. Os sentidos de um animal são melhores do que os dos homens, elfos e demais raças. Tenkai como um guardião da natureza e um conjurador da floresta, via que precisava se mexer e que ficar de aguarda escondido não iria ajudar muito.

Caminhou. Passos ligeiros e imperceptíveis. Em poucos segundos estava logo atrás do rapaz que tentava acalmar o animal. Tenkai passava por ele de surpresa e ia para o lado do cavalo.

Perdoe por minha falta de sensatez. Estava perdido em pensamentos.

Então o elfo tocou o cavalo com sua mão esquerda de forma gentil e o olhava com convicção. Com aquele toque, Tenkai tentaria passar tranquilidade para o fiel animal de forma que apenas um ser com muita dedicação a natureza poderia ter. E sendo um animal, o cavalo de Chagas poderia sentir a energia natural que o guerreiro possuía em sua essência. Esperava que o coitado ficasse mais tranquilo e entendesse que ele iria ajudar seu dono.

Se o elfo conseguisse realizar este feito, voltaria seus olhos para a pedra que impedia a passagem da tumba e leria as inscrições marcadas na mesma em seu idioma natural de sua raça, sem saber o que aquilo poderia acontecer. Faria a leitura em tom de voz ambiente e depois questionaria o companheiro.

Então precisamos apenas se livrar dessa pedra?



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Mensagem por Gregar Sáb maio 30, 2015 10:49 am

De certa forma, estava entediado. Não me importava com a missão em si, pelo menos para mim, a recompensa era bem mais chamativa do que a aventura. Gostava de combates, e gostava de diversão, mas arriscar meu pescoço em nome de um desconhecido? Isso nunca fora de meu interesse, não abriria exceção alguma neste caso. Poderia parecer um completo idiota colocando tudo desta maneira, mas neste exato instante estava como um mercenário repleto de estranhos a meu redor. Todos haviam aceitado a missão por escolha própria, riscos seriam naturais, lidar com eles sem encontrar a morte não era um sobressalto, era apenas o esperado.  De uma forma direta, todos poderiam variar em talentos, mas uma coisa ao menos dividíamos, a cobiça pelas recompensas.

De longe podia ter alguma noção do que acontecia com o grupo, a maior parte dele era barulhenta o bastante pra permitir isso, mas não me juntava a eles. Procurava algo a mais, um detalhe que poderia ter se passado despercebido por todo o restante, eu buscava por magia. Rastros dela para ser mais especifico. Nunca havia sido especialmente bom em lidar com o arcano, nunca tive interesse o bastante pra falar a verdade, eu não ao menos. Kenna era um caso a parte, podia coloca-la como uma professora que não poderia recusar. Uma palestrante que parecia se recusar a deixar a ignorância cruzar seu caminho, nunca realmente pude entender como alguém poderia ser assim, mas ela simplesmente era. E era justamente essa curiosidade ensandecida, que me fazia tomar consciência de algo em especial. Odiava a ligação sentimental com todo meu ser. Tudo ficava turvo quando ela aparecia, não sabia onde eu terminava e o demônio começava, mas era por isso que enxergava algo a mais naquele inseto. Uma simples cigarra dotada de uma centelha de magia, um rastro fino, que fazia com que a reconhecesse como mais que um simples animal da floresta. Não é normal dos animais falarem.

- Comunicação através de animais? Interessante. Não eram minhas palavras, era Kenna falando. - Se aproxima através de magia, negando seu nome e quem é, mas deseja saber nosso propósito? A ordem de nossas apresentações está invertida. Dava um momento esperando outra resposta. - Caçadores, buscamos quem quer que tenha feito aquilo. Posso assumir que está envolvida então? Agora sim era eu quem falava, me referindo ao ataque realizado contra os guardas.

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Mensagem por LK Neil Blaze Dom maio 31, 2015 8:08 pm

Neil teria aberto um sorriso com aquela informação, mas não o fez. Odiava perigo. Odiava situações complicadas. De complicada já bastava sua existência naquele maldito inferno de mundo, mas agora não tinha como voltar atrás e desistir. Se duvidasse, Talia poderia estar sorrindo lambendo o sangue de Neil que tinha sido esguichado em sua face. Xingou baixinho quando o homem morreu e voltou-se para Sean. - Pode ter certeza que eu vou te ignorar, a não ser que essa coisa dentro de você me encha o saco. - E dito isso, começou a sair dali, mas não o podia fazer sem os outros. Sabia para onde deveria seguir se quisesse recuperar aquelas placas, mas não podia ir sozinho. E sim, considerava que estar com Sean era mesmo que merda. Voltou então, para o caminho. Tinha que achar alguém e claro, pegar o seu cavalo.

Quando enfim chegou no local, tirou o seu pangaré da árvore e com passos rápidos, foi arrastando para que pudessem chegar num terreno com menos obstáculo. E qual não foi sua surpresa ao dar de cara com Gregar naquele caminho? Abriu um sorriso e viu que ele falava com alguma coisa. Algum... Animal? Não entendia, mas parecia algo grotescamente incoerente visto que a voz não era a de um animal. Parecia a de um humano qualquer. Aproximou-se do garoto, mas sem encará-lo. Seus olhos estavam voltados para a criatura com um sorriso. - Hey! Desculpa atrapalhar sua transa com seu novo amiginho, mas temos de ir. Norte. Agora. - E seus olhos brilharam num tom vermelho, cheio de ânsia, de vontade.

Suficiente para Gregar saber que tinha mais a ser contado. Seu sorriso não estava debochado e sim nervoso. Se o idiota do garoto fosse bom o suficiente para notar os sinais de que Neil queria companhia para lhe contar mais informações que não poderiam ser ditas ali, certamente uma centelha de admiração viria por parte de Neil, que por sinal, não tinha mais tempo. Montou no cavalo e disse. - Vamos, não temos o dia todo. - E correu, esperando que Gregar estivesse logo atrás dele. Esperou, porém, que estivesse pareados na corrida, para lhe contar o que tinha descoberto.

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Mensagem por NR Sérpico Dom maio 31, 2015 10:06 pm

7. Enterrados em pedra

A cigarra apenas remexeu as asas como qualquer outra cigarra faria. Quem falava por ela não se achou na obrigação de responder ao possuído. Aquele diálogo era de pessoas que não estavam dispostas a ceder ou interpretar. Por isso nada saiu dele. Era apenas um... reconhecimento. Ela provavelmente sabia o propósito deles. Só não sabia quem eles eram. Ou melhor: em nome de quem estavam lá. Aparentemente o inimigo fizera uma jogada da qual nada conseguiu e demonstrou gratuitamente sua capacidade ─ a tal comunicação com animais, se Kenna estivesse certa.

Antes da centelha de magia estourar numa pequena chama roxa que durou dois segundos, consumindo a cigarra instantaneamente, ela disse o seguinte:

A corrida acabou e vocês perderam. Voltem ou fiquem aí esperando o povo do vilarejo checar os sons da tumba no meio da madrugada. ─ Nesse momento Neil se mostrou, e Sean também. Então, um pouco depois do que Neil dissera sobre ir para o norte, a cigarra queimou por completo.

Neil e Sean tinham retornado, pegado seus cavalos e agora deram com Gregar papeando com um inseto incendiário. Podiam conversar sobre isso no caminho, pois Neil queria ir com urgência. Sean ia junto, já tinha decidido. Este, aliás, checou se estava tudo bem. Sim, estava. O frasco continuava frio e intacto.

Para o norte, então.

Os orcs talvez tinham apenas uma hora de vantagem e estavam a pé.

Se eles apertassem a cavalgada, poderiam alcança-los e recuperar a herança de Targo.

Os três cavalgaram, saindo do bosque e avistando Hayashi e Tenkai e o cavalo de Chagas lá, de frente para tumba lacrada. Passaram. Olhos na relva, olhos nos rastros. Eles realmente podiam cavalgar despreocupados pelo campo ─ o rastro dos orcs era uma linha reta previsível.

O vilarejo logo se estendeu mais à frente. Vozes no ar, movimento. Pelo menos meia dúzia de pessoas estavam no horizonte. A trilha seguia até eles.

Elas.

Eram cinco mulheres, duas delas velhas senhoras. Estavam ao redor de uma carroça caída na qual os cavalos foram mortos por cortes pesados, e o cocheiro idem. Uma das mulheres parecia tentar reanimar o homem. Outra ergueu os olhos para os três que cavalgavam. Logo todas estavam olhando o grupo.

São os mineradores? Os soldados? ─ Uma delas perguntou quando os três chegaram mais perto.

Não ─ respondeu outra. ─ Os mineradores foram para o norte... Quem são vocês três?

Todas elas estavam armadas. Mas duas delas não pareciam muito a vontade com uma espada a tira colo. Pareciam mulheres normais, donas de casa, e não combatentes. Estavam assustadas ─ dava para ver isso em seus rostos. Mas estavam prontas para se defender, caso preciso.

Os rastros dos orcs passava por ali, mas não seguia para o vilarejo mais a frente. Desviava para a direção da floresta, no pé da montanha.

São do Rancho? ─ perguntou a mulher que deveria ser a “líder”. ─ Targo finalmente leu nossas cartas? E o que está acontecendo na tumba?

Perguntas demais. Eles podiam passar direto, evitando essa chateação. Elas não impediriam. Seguir rastros na floresta (aparentemente bem densa, fechada) seria mais complicado. Mas logo amanheceria e isso poderia ajudar um pouco.

Aos que ficaram:

Hayashi quase acalmou o cavalo de Chagas. Não que o animal o rejeitou, mas é que ele estava realmente perturbado com o seu dono enterrado dentro daquela fortaleza. Aceitou uma caricia, mas logo se afastou. Mesmo Tenkai, que deveria ter mais jeito com animais, não conseguiu muita coisa. Ao menos o animal parou de circular a tumba, ficando apenas ali por perto, encarando o lugar. Viram quando Gregar, Sean e Neil cavalgaram para o norte. Provavelmente descobriram algo e se foram, sem olhar pra trás. Que tivessem sorte então, hm.

Deixando o cavalo de lado, Tenkai leu as palavras em élfico. Diziam: "onde a caminhada termina". Na hora entendeu que era uma frase dividida em três idiomas:

CASA DE LUZ,
ONDE A CAMINHADA TERMINA

...

Restava apenas as últimas palavras para fechar a frase. Palavras no idioma dos anões, se o moribundo (agora morto por uma espada ainda gelada) falara a verdade.

Hayashi observou, a memória num esforço titânico. Já tinha visto algumas letras como aquelas através do seu patrão? Sim, já tinha visto alguma coisa. Se fechasse os olhos poderia começar a lembrar ─ ou então se enganar, a mente criando coisas pra suprir a falta de imagens claras por parte da memória. Confusão, esse negócio de memória. E, se por um acaso, ele tivesse visto algo no idioma estranho, será que era no mesmo dialeto cravado nessa tumba?

Identificou apenas duas letras. E e A. Estavam dispostas da seguinte forma, junto com uma possível interpretação:

E
* (Uma preposição? Talvez uma vogal?)
*E**A*** (Um verbo?)
***E*A

Ou seja:

CASA DE LUZ,
ONDE A CAMINHADA TERMINA
E * *E**A*** ***E*A

Bastava acertar as palavras para encerrar a magia que acionou o mecanismo de trava da tumba. Ele compartilhou a informação das letras com Tenkai, e agora os dois estavam diante de um pequeno jogo a ser resolvido. Só não sabiam se algo aconteceria caso errassem a frase pronunciada. Algo ruim, no caso. Até lá, Chagas e Ho permaneceriam enterrados em pedra.

Por enquanto esses dois estavam indo bem.  

Chagas já estava bloqueando golpes quando Ho fez seu primeiro movimento. Antes pensara e pensara, todas conclusões certas. Ficar e lutar parecia o caminho mais certo naquela ocasião. A falta de luz logo abraçaria os dois se não fossem rápidos. Aliás, a luz não alcançava a lápide de onde tirou a cimitarra. Não conseguiu ver inscrição alguma lá. Mas reverenciou mesmo assim e ficou surpreso com a leveza da arma.

A lança era comum. A cimitarra era especial. Sentiu quando parte de sua energia escorreu direto para mão que a empunhara ─ um preço. Uma luz fervilhou no botão do cabo, onde a esmeralda ficava.

Era uma lâmina, não teria tanto êxito contra as placas de ferro das armaduras, mas serviria para atrasá-las, jogá-las de lado. A força de Ho ajudaria nisso. Mas então deu um golpe e da lâmina saiu vento. Ia atacar uma, depois outra armadura. Mas a rajada invisível arrebatou as duas num golpe, atirando-as pra longe num giro de braços e pernas e rangidos. Ambas se estatelaram no chão, desmontando em alguns pontos. Não levantaram.

Chagas já tinha derrubado uma delas. Pegou a tocha e saltou para outro esquife, evitando uma alabarda nas pernas. Ho se voltou para outras duas ─ essas agora resolveram dedicar atenção ao orc. Com isso, o caminho de Chagas estava livre. Apenas uma armadura o perseguia enquanto outra tentava se levantar.

Vamos, Ho! Pra cima! ─ Chagas gritou, quase ofegante.

Ele saltou, golpeando, bloqueando. Tudo indicava que ia correr até a escada e subir a toda até a entrada. Ho não viu. Estava ocupado.

As armaduras atacavam em sincronia, roubando a iniciativa do orc e o fazendo recuar. Estavam num alcance calculado, bem cientes que o inimigo era grande, de longa envergadura. As alabardas dardejavam, indo e vindo como língua de cobra. Ho bloqueou tudo. Mas estava ficando difícil respirar com toda aquela queima de energia. Já as armaduras não tinham esse problema: continuavam atacando num mesmo ritmo disciplinado, apenas esperando o momento em que Ho fosse lento demais na hora de subir a cimitarra ou a lança para um novo bloqueio.

Mais energia escorreu para o braço de Ho, para a mão, para a cimitarra ─ que parecia colada em sua palma. A joia faiscou, alegre. E quando o orc a ergueu para um bloqueio que não chegaria a tempo, uma camada gelatinosa subiu da lamina, bloqueando o golpe inimigo num estouro que atirou a armadura para trás, caindo sentada de costas para um esquife, a alabarda voando pra longe junto com o braço que a segurava. Que raio de arma era aquela? Ho podia sentir prazer em empunhá-la! Uma tremenda besteira, mas a sensação era que só agora ─ ao encontrar tal arma ─ que ele se tornara um guerreiro completo. Mesmo com o cansaço pela falta de ar, Ho se sentia bem. Desde que tivesse aquela cimitarra consigo, ele sempre estaria bem...

Agora viu. Chagas enfrentava uma armadura, mas mantinha um olho em Ho, como que o esperando lá, perto da escada. A armadura derrubada já se levantava para se juntar ao combate contra Chagas. A que Ho derrubara tentava se levantar ─ lutaria mesmo sem a arma e sem o braço da arma. E por fim, a que estava de frente para Ho hesitou quando viu o que aconteceria se atacasse a camada gelatinosa ─ que ficou estagnada no ar, se desfazendo aos poucos. A armadura circulou aquilo e estava pronta para o segundo round com o orc.

Então Chagas deu uma risada nervosa, meio urrando ─ fora atingido. Algo caiu ─ a tocha! A luz começou a minguar. Tinham mais alguns instantes para ver o que faziam e então passariam a manobrar no escuro.

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Mensagem por Knock Sáb Jun 06, 2015 8:29 am

Eu havia ido para cima das armaduras e acertei as duas que havia tido com alvos primários... mas foi estranho.

Eu queria acabar com aquelas armaduras... Acho que de algum jeito, o qual não consigo explicar, a espada sentiu o meu desejo... e quando pulei para atacar, a pedra reluziu e fora como se uma porção de energia fosse tirada de mim. Não me senti tonto nem nada disso, mas fora bastante incômodo. Bem, pelo menos as armaduras haviam caído e não levantaram. Agora faltavam quatro; Chagas e eu dividiríamos.

Pulei para as minhas adversárias e as joguei para o lado, elas começaram a lutar comigo e fui para cima delas com uma fúria e desejo admiráveis, entretanto a estratégia ou o jeito como elas lutavam me deixava, logo me deixaram sem reação de ataque e aquilo foi me pressionando. Eu perdera Chagas de vista. O nervosismo caçava a minha alma e eu estava me entregando a ele como ovelha perante o seu algoz.

Para cima, Ho!

Um milhão de coisas passavam pela minha mente, mas as coisas continuavam a me sufocar; ataques, mais ataques, mais e mais ataques sincronizados, os quais roubavam minha possível iniciativa de ataque... Meu braço cansou... até então eu defendia todos os ataques e num ataque que percebi que não conseguiria defender, a espada mais uma vez se fez brilhar e mais uma porção de minha energia me fora tirada. Um material viscoso escorreu da espada e pegou os ataques, fazendo com que as armaduras se afastassem; uma caira ao chão e parecia que lá ficaria, mas a outra só perdera a espada e já se preparava para lutar.

Enquanto a outra se preparava para lutar mesmo sem a espada, Chagas urrava... havia sido atingido e deixara a toxa cair e pelo jeito a luz acabaria.

Eu sentia a boca secar e uma sensação mais incômoda ainda. Eu me sentia bem e mal portando aquela arma; um cavaleiro completo; um guerreiro admirável... mas lembrava da contradição do túmulo. Eu não era completo. Estava longe disso.

Eu via a armadura que reluzia à fraca luz da tocha; buscava Chagas ferido. Minha mão tremia, não baixando a guarda perante a armadura... Mas... Mas... Eu não estava mais tranquilo...

Eu lembrava de meu pai falando incessantemente que quando eu sentisse isso era para eu respirar fundo, pensar e buscar uma saída racional para os problemas que estavam à minha frente. De repente eu já estava granindo. Eu pensava em meu pai falando... mas já não havia volta.

Ódio. Ódio. Eu precisava fazer isso, por meu mestre, por mim, por Chagas, pelos outros... Minha boca mostrava meus enormes caninos... Eu via a Luz se apagando; o tempo passando; talvez os outros estivessem mortos com os inimigos lá fora... A espada me irritara. A pressão me irritava. Me sufocava. Urrei.

O ódio tomara conta de mim, então de repente todo a fúria natural de mim se unira a um ódio que já se acumulava há tempos. Urrei alto, forte e ameaçador. Alto o suficiente para que os mortos escutassem do outro lado. Olhei a espada com ódio, mas não a soltei. Senti meus músculos clamarem para serem usados de fato. Eu iria sair dali e seria agora.

Olhei com ódio os meus adversários e corri. Eu esmagaria todos. Chutes, socos. Eu estava "me lixando" para como derrubar-las. Eu derrubaria essas merdas. Isso era certo. Eu não pararia enquanto elas não estivessem destroçadas. Eu derrubaria a minha, depois derrubaria a adversária de Chagas, Depois eu correria escada acima, derrubaria as outras duas, depois eu sairia daquela tumba fétida; bateria no obstáculo que bloqueava a porta. Ainda não sabia como, mas sei que faria isso.

Eu não estava irracional, mas com certeza não estava tão racional a ponto de me prender à padrões e a ritmos... e creio que era isso o que estava me fazendo perder... Corri. Bati. Corri. Bati. Corri mais uma vez, Bateria, talvez eu as jogasse para o lado; correria, prosseguiria; massacraria, arrebentaria, exterminaria. A magia conheceria o nome Ho, pois naquela noite a magia sentiria dor. O metal o sofrimento; os mortos temeriam um vivo.

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Mensagem por Hummingbird Dom Jun 07, 2015 2:28 pm

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E como esperado de meu único companheiro nessa missão, a indiferença transbordava. Ao menos eu estava me acostumando, eu acho...

Seguindo-o, tomamos a trilha que nos guiava de volta para onde o grupo estava anteriormente. Lá, pegamos nossos cavalos, e cá pra nós, eu estava feliz de ter uma companhia mais amigável comigo. Desta vez me refiro ao Guloso, o pequeno cavalo que me carregou até agora. Abracei-o mas sem perder muito tempo. Ao que tudo indica, o outro estava com pressa. Foi o tempo de apanharmos os cavalos, presenciar um determinado evento com o resto do grupo e depois partir mais uma vez, rumo ao Norte. Eu estava um pouco distraído, como sempre. Sendo assim, não me ative aos detalhes, pelo menos não por agora.

Cavalgando rumo ao Norte, eu estava perdido em pensamentos. Para surpresa de alguns, não, eu não estava insatisfeito. Pelo contrário, estava muito feliz. Depois de tanto tempo vagando naquela floresta terrível, agora eu tinha a oportunidade de participar de alguma coisa legal, pelo menos era como eu enxergava. Eu estava aproveitando, isso é o que importa.

E então, acordei de meus pensamentos com um encontro inesperado em nosso caminho.

Ao que pude notar, eram um grupo de mulheres acompanhadas de uma carroça toda destruída, mais mortes e mais desordem. Puxa, esses orcs parecem ser incansáveis mesmo. Me pergunto como vamos lidar com eles, ou melhor, como EU vou lidar com isso? Engoli a seco esse pensamento até tomar a frente do grupo - e um pouco de coragem - pra falar com as moças.

Huhuhuh, curiosas demais pra um grupo recém atacado. Não deveriam ter mais cuidado com quem abordam? - Nem sempre eu tinha controle dos impulsos que o Demônio exercia sobre mim. Sendo assim, aquelas palavras foram dele, mas não digo que não compartilho da mesma linha de pensamento. Era uma coisa mútua.

— Vocês sabem alguma coisa sobre os Orcs? Pra onde foram ou se estavam acompanhados? - Indaguei, reduzindo a velocidade da cavalgada pra rondear o grupo das tais moças.

Mesmo se meus companheiros não fizessem a mesma parada pra falar com as moças, eu não desistiria. Só voltaria a segui-los depois de obter minhas respostas.

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Mensagem por Gregar Dom Jun 07, 2015 10:31 pm

Divertia-me com aquela cena. Falava com um inseto mágico, não podia fazer coisas do tipo todos os dias. Começaria um extenso debate sobre como aquilo parecia único em um ponto de vista deturpado, mas era interrompido por Neil e por uma chama. Sentia uma pontada de desapontamento vinda de Kenna, assim como uma curiosidade ascendente por causa do desafio. A corrida havia acabado? Sorria por detrás da mascará, saboreava as palavras ditas pela maga. Nem havia começado a correr ainda, como poderia perder? Sean e Neil estavam lá, tinham pressa para cavalgar para algum lugar, não sabia o que haviam descoberto, mas de fato aquele lugar me parecia perdido de uma vez por todas, não gostaria de buscar mais nas ruínas, tampouco tinha interesse por teias de aranha, além disso, achava sensato me afastar daquele local antes que Kenna desenvolvesse interesse pelas teias.

Cavalgava juntamente da dupla improvável, me aproximando de Neil esperando ficar a par dos acontecimentos. Saiamos do bosque, impulsionados pelos animais, caminhávamos pela trilha de orcs, esperava alcança-los, desejava isso dentro de mim, o combate.  De certa forma encontrava algo parecido, não que fossem orcs, era um grupo mais delicado, muito mais apresentável. Um quinteto de mulheres, armadas e próximas da morte. Elas faziam perguntas, muito mais perguntas do que qualquer um se sentiria a vontade para responder, não era como se pudéssemos simplesmente falar nossas identidades e em nome de quem caminhávamos. Por alegria do destino todas pareciam incrivelmente assustadas, quebra-las seria fácil, aproximava-me quando era o garoto que tomava a dianteira. Aquelas palavras ditas, me pareciam muito pesadas para uma simples criança fala-las.

- Nós caçamos. Parava o cava-lo próximo ao grupo e indicava os mortos com a ponta da lança. - Aqueles que fizeram aquilo. Aproximava-me ainda mais da mulher que se mostrava como líder, com a lança pronta para deslizar em retaliação qualquer. - Eles pensaram que seriam capazes de fugir, mas vão ter uma surpresa desagradável com nossa chegada, precisamos de armamento extra e informações. O que você nos oferece em troca da cabeça deles?

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Mensagem por Hayashi Ter Jun 09, 2015 3:47 pm

- Sim, precisamos ler aquilo ali. - E apontei para o amontoado de símbolos.
Eu estava lá, observando. De repente o elfo se desculpou comigo, dei um sorriso, aceitei a situação como algo normal. Afinal ele estava perdido em seus pensamentos, não iria culpá-lo por nada, ainda mais por ele não me dever explicações. Éramos adultos encarando uma situação ruim como adultos. E se perdoava ou não, estava exposto no sorriso. 

Voltando a situação da frase, o elfo parecia tentar decifrar o que estava lá, juntamente a mim, que lembrou de símbolos que o patrão usava em algum momento de seu trabalho. Identifiquei duas letras, A e E. Foi ruim ser apenas duas letras, mas melhor do que nada, poderia ser nenhuma, não tive tanta sorte. Quem sabe na próxima vez, compartilhei as informações com o elfo e ele me disse o que tinha lido. Agora só teríamos que encachar e resolver essa espécie de enigma que encontramos ali. Se conseguirmos a tempo, poderíamos ajudar de alguma forma quem estava lá dentro, que até agora eu não tinha qualquer outra informação a não ser que estavam presos lá. Eu tinha certeza que era uma armadilha, mas apenas queria ter a certeza de que estavam vivos.

E eu pedia a todos os Deuses que estivessem. 

Eu com toda minha emotividade e sensibilidade com a vida do próximo já tinha criado um pequeno laço com as piadas do Chagas ou a figura de Ho. 

Ou então podia ser apenas viadagem. Haha

Se bem que em meio ao navegar nas minhas idéias, havia pensado em algo até que fazia sentido. 

- Tenkai. Acho que tenho uma ideia do que se trata a frase. O que fazemos depois que caminhamos? Fazemos uma pausa para descansar não é mesmo? Aqui é uma tumba, faz todo sentido. A caminhada seria a vida, e o descanso seria a morte. - Gesticulava, esperava que ele entendesse meu raciocínio. - Perceba. - Me posicionei a frente da pedra, coloquei a mão em cima dela de apoio e li o que estava na frase abaixo de "Casa de Luz"

- Casa de Luz. Onde a caminhada termina e o descanso começa

E então eu torci para que acontecesse algo, para que a pedra se movesse ou algo parecido, até me distanciei, inseguro. Eu sinceramente queria que algo de bom acontecesse ali agora.

Se não acontecesse, iria ficar decepcionado, mas tentaria pensar em outra forma. 

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Mensagem por Bluesday Dom Jun 14, 2015 7:08 am

" Casa de luz. Onde a caminhada termina... "

O rapaz e Tenkai ficaram observando e tentando descobrir o que deveria ser a frase seguinte. A lógica era bem simples e o elfo imaginava que seria alguma relação com repouso ou com algo completamente diferente. Em duvido o guerreiro preferiu ficar quieto até pensar em algo. Porém seu companheiro parecia que já tinha algo em mente e compartilhou com o elfo.

De fato. Estava imaginando algo parecido, mas as palavras certas não vieram. Acredito que seja isso mesmo. Pronuncie elas e vejamos o que acontece. Caso contrário... — E deixou a curiosidade invadir a mente de Hayashi — Me pergunto se em qualquer idioma funcionará. Mas creio que sim. Não acho que os guardiões daqui tenham tanto conhecimento de outras línguas — Em seguida chamou a atenção do colega — Se abrir, eu irei na frente.

Sem mais o que fazer, o elfo esperou. Avançaria rapidamente adentrando na tumba, caso ela se abrisse e procuraria por Chagas e Ho.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Jun 15, 2015 12:02 am

8. Para baixo, Ho

Ho explodiu. Descartou a parte de si que calculava, vestindo de uma vez o manto da selvageria. Seu sangue se tornara puro ódio impaciente. Seu urro, ecoando potente pela tumba, lhe custou um precioso folego mas renovou a força do braço, o qual ergueu a lâmina e avançou.

A armadura, desprovida de emoções, avançou também. No fim da luz, Ho nem viu para onde a alabarda ia, nem chegou a sentir se fora ou não atingido pelo golpe inimigo. Mas teve uma certeza: o estalo ruidoso, o estilhaço sonoro, de quando pegou a armadura em cheio.

A cimitarra reluziu com o golpe, jogando a armadura longe, despedaçada. O instante mínimo de luz permitiu que ele visse a posição exata da outra, a sem braço, que marchava rápido demais na direção dele, talvez em busca de um encontrão. Ignorou ela, pois viu também a posição das outras, lá, próximas de um Chagas caído, ávidas por um golpe de misericórdia...

A lança voo. Simplesmente não pensou, apenas arremessou a arma num rugido novo, somando ecos com o rugido anterior que ainda vibrava por aí.

E ouviu o som: sim, acertou uma delas.

E então tomou o encontrão. Mas não caiu. Perdeu ar com o peso do ferro ambulante atirado contra o seu peito, recuando dois passos. A cimitarra subiu em resposta. Brilhou mais uma vez quando tocou a armadura, que incendiou num estalo, as chamas derretendo as juntas, a fazendo cair enquanto queimava.

Nova e forte luz. A arma parecia interpretar o que o hospedeiro precisava.

Ele viu Chagas girando no solo, uma armadura descendo a alabarda repetidas vezes, querendo morte. A outra ─ a atingida pela lança ─ estava se levantando.

Ho arfava. Os pulmões eram como bolas de fogo aquecendo seu peito. Sua visão começava a ficar turva. Dar um passo era como oscilar numa maldita corda bamba que aos poucos desfiava e o chão parecia estar a 100 metros abaixo de si. Se caísse da corda, se caísse por esses longos 100 metros, Ho não levantaria mais.  

Mas caminhou, destemido. De alguma forma, iniciou uma corrida, passando rápido pelas pedras da morte ao redor. Sua visão turva permitiu ver a armadura que se levantava erguer a lança e a arremessar. Ele viu o brilho da luz refletida no gume da arma que voava contra si, mas não viu onde a lança foi parar. Errara, provavelmente ─ pois ele não sentiu nada.

Mas ia cair, teve certeza. As bolas de fogo eram grandes demais agora. Então nas ultimas pernadas, num ultimo lampejo de fúria, saltou. E depois caiu. Uma longa queda.

Em cima da armadura. Pois que a maldita fosse para o abismo junto. Um pequeno consolo, pois falhara: Chagas ainda tentava escapar da última, provavelmente não duraria muito. Não ficaria velho como o tio Targo. Iria morrer jovem.

Ho foi para baixo. A fúria o abandonou. O escuro correu até ele.

Enquanto isso:

Se sabemos dos orcs? ─ A líder riu, com ironia. Não gostou de Sean. Não gostou como ele se adiantara, falando aquelas coisas. Estava tensa e nervosa demais. E armada e disposta. ─ Claro que sabemos dos orcs! ─ bradou.

Outra mulher, mais velha e ligeiramente mais calma, tomou a frente. Provavelmente queria evitar um confronto e estava vendo o quão vulnerável elas, mulheres, estavam, diante deles.

Olha ─ ela começou ─, chegamos aqui ainda agora. Somos do vilarejo. Ouvimos sons aqui... nossos maridos estão fora... por isso viemos nós... E encontramos Churum morto. ─ Ela fez um sinal para o homem que provavelmente guiava a carroça quando fora atacado. ─ Ele era do vilarejo. Saiu de madrugada. Queria chegar no Rancho de manhazinha, pobre homem... ─ Ela deu uma olhada para Sean, o respondendo melhor: ─ Não vimos eles. Mas sabemos que foram eles, orcs, da montanha. Sabemos por causa dos ferimentos.

Então ela explicou brevemente que o vilarejo já teve, em tempos passados, problemas com orcs, que desciam da montanha e sequestravam pessoas e gado. Quando encontravam gente demais, matavam, ou matavam quando achavam oportuno. O vilarejo cansou de encontrar moribundos com aqueles mesmos cortes à machado... Mas isso faz tempo. Houve uma campanha de extermínio e os orcs foram extintos. Uma ameaça esquecida desde então.

Mas eles voltaram ─ retomou a líder. ─ Esse já é o terceiro ataque nas últimas duas semanas. ─ Parecia um pouco mais calma. E sorriu nervosamente para Gregar, saboreando a ideia de “uma surpresa desagradável” para os animais que atacaram Churum. ─ Se eu pudesse, te ajudava com todos os armamentos da Ilha. Mas o que temos é pouco, insuficiente para nós mesmas... Mas informação é algo que podemos dar. ─ Ela apontou para a floresta lá na frente e a montanha logo atrás. ─ A antiga morada dos orcs ficava do outro lado da montanha. Eu soube que eles adoravam uma entidade em corpo de mulher, e foi do lado de lá da montanha que ergueram totens e altares em honra a essa tal “entidade”... Tudo foi destruído na campanha de extermínio, mas se eles voltaram, certamente voltaram para onde os antigos altares ficavam. ─ Ela olhou novamente para os três, foco no Gregar. ─ Eles não escalam a montanha desse lado. E não acho que eles irão dar a volta, pela a floresta... Digo, o jeito deles de passar para o outro lado sempre foi através de tuneis. Eles sempre cruzaram a montanha por baixo. Muitos desses tuneis foram selados. ─ E então ela parou. As outras mulheres pareceram segurar a respiração ao mesmo tempo. ─ Menos um. Um túnel de mineradores. Mineradores do nosso vilarejo... Eles... faz dois dias que eles partiram. Não voltaram. Um segundo grupo de homens armados foi ontem para lá, procurar por eles...

E eles também não voltaram ─ disse a mais jovem. Segurava a espada junto do peito. Talvez uma lembrança do jovem esposo sumido.

Nem se lembraram de perguntar novamente pelos soldados da tumba. E também não falaram mais. Estavam apreensivas com o desaparecimento dos maridos. Estavam completamente desamparadas. A líder recuperou a força, os olhos cintilando ira:

Esses orcs... Matem os desgraçados. Matem todos eles.

Enquanto isso:

Hayashi arriscou as palavras. Houve um brilho suave nas inscrições ao lado direito da entrada, como que em resposta. Logo se apagou. A tumba ficou em silêncio. Por um tempo, nada. Um longo e decepcionante nada. Então de súbito rugiu, correntes em sinfonia. A pedra se ergueu, rápida, num tremor instantâneo, sumindo dentro da engenharia exótica.

Deu certo. Diante de Hayashi e Tenkai a Casa onde a caminhada termina e o descanso começa estava aberta.

De dentro veio miasma, extremamente ávido por se misturar com o ar da madrugada. E um grito:

Ei! ─ Chagas? ─ Aqui!  

A primeira coisa que viram foram as duas armaduras vazias, sem elmo. Estavam de frente para entrada, com alabardas prontas, como que esperando por algo, como que petrificadas de súbito em meio um movimento. Uma luz suave, tal como nas inscrições da tumba, brilhava de dentro delas, visível por algumas frestas. Logo a luz se apagou. Elas permaneceram paradas.

O cavalo de Chagas se aproximou, as narinas abrindo e fechando.

Aqui! ─ Tosse. O cavalo reagiu a voz, relinchando e querendo entrar na tumba. ─ Como é bom ouvir esse som, parceiro! Chame o elfo! Chame alguém!

O som vinha de um lado do hall principal, vinha da escadaria da direita. Tenkai e Hayashi desceram, confirmando que era mesmo Chagas, se arrastando pelo primeiro subsolo, carregando um enorme fardo: Ho.

Ajudaram. Deixaram a tumba. Na luz do mundo dos vivos, Tenkai e Hayashi puderam confirmar que Chagas estava ferido, perna e tronco. Ho também, ombro e perna. Chagas deitou na relva, abrindo bem os braços. Riu.

Vocês perderam! ─ Arfou. Sugou muito, muito ar. ─ Ah, vocês perderam, seus antipáticos! Foi no mesmo nível de uma festança de casamento do Flint! O Ho aí se divertiu tanto a ponto da exaustão, coitado. Ah é... foi de morrer de tão bom! ─ O cavalo baixou a cara e começou a lamber seu rosto. ─ Desculpa amigo. Flint não aceita animais nas festas, daí te deixei aqui. Foi mal.  

Ho despertou, o ar voltando com tudo, a fúria também ─ um reflexo da última memória que o fez, num movimento automático, erguer a cimitarra para um contra golpe definitivo contra a armadura... mas não! Parou! Olhou de novo. Não era uma armadura, era Hayashi. Ele não estava mais na tumba. Chagas estava logo ali, rindo. Acabou.  

Uma parte.

Sem demora, Tenkai buscou os cavalos. Não teve dificuldades em conduzir os animais na pura empatia. Os outros três estavam longe, ou não. Tinham de correr, formar o grupo novamente. Uma armadilha fora deixada na tumba. Mais delas poderiam surgir no caminho. Precisavam reagrupar logo.

Chagas tentou levantar. Hayashi ajudou. O sobrinho de Targo meteu a mão numa bolsa levada pelo seu cavalo. Tirou algumas folhas de árvore, cumpridas e com cheiro forte. Tirou algumas bandagens.

Amigo, me ajuda aqui ─ pediu, pra Hayashi ─ e consigo uma participação de luxo numa futura festa do Flint, com as puta e tudo. Enquanto isso, por que não me contam o que eu e o Ho perdemos por aqui, hm?

Hayashi ajudou com os curativos. Chagas pegou mais folhas e bandagens, passou pra Tenkai que passou pra Ho. Os curativos foram feitos. Montaram e foram.

Ho enfim conseguiu soltar a cimitarra. Olhou bem para a esmeralda no botão. Lá, na tumba, ela pareceu bem brilhante, como nova. Agora, estava opaca, mais cinza do que verde, parecendo até suja. Guardou a arma.  

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Mensagem por LK Neil Blaze Qua Jun 17, 2015 12:07 am

Finalmente conseguiram partir dali. Neil se limitou a olhar para aqueles que estavam tentando entrar na tumba, não era seu real objetivo. Abriu um sorriso largo. E quem precisa deles? Do gurpo? Também e ninguém. Mas sua mente pensava: quem precisa deles? Do objetivos? Certamente não ele. Estava ali apenas para incitar confusões e saber como cada um se comportava e devia admitir que o grupo em que estava metido era o mais interessante, começando por Gregar que até agora era fechado. Sean só sabia irritá-lo, mas aquela besta dentro dele tinha certos limites que tornavam o garoto uma fonte de diversão para Neil.

O caminho seguiu tranquilo deixando o outro grupo para trás, contudo, algo mais a frente chamou a atenção dos três. Sean e Gregar decidiram parar e Neil também queria saber no que aquilo queria dar, afinal, poderia lhe divertir. E bem, ouvindo a conversa, realmente ganharam algumas informações interessantes antes de seguir caminho. E nada divertia mais Neil do que ver o sofrimento alheio, porque a raiva naquele momento não se aproximava de fúria e sim de um ponto de vulnerabilidade onde o ladino poderia machucar e cutucar até sangrar se bem quisesse. Adorava fazer com que os outros provassem um pouco da loucura com que ele já estava acostumado em seu dia-a-dia. - Uma entidade com corpo de mulher, hã? - Disse, olhando para Gregar com aquele sorriso doentio.

As respostas foram bem produtivas. Já sabíamos com o que estávamos lidando por alto, mas tudo aquilo ainda incomodava Neil. Organizados demais. Demais. Não é típico. O costume está errado. Era o que ele pensava. Subitamente desceu do cavalo e rodeou rapidamente as mulheres, parando naquela mais abalada e segurando seu rosto com força, mas sem brutalidade. Ela podia ver insanidade nos olhos de Neil e certamente saberia que ele seria capaz de fazer coisas absurdas. - Mortos. Estão mortos. Todos... Eles.

Depois de montar no cavalo novamente, Neil simplesmente sorriu para os outros dois e seguiu caminho para onde as mulheres indicaram, certamente ávido por saber como tu iria se desenrolar.


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Mensagem por Gregar Qua Jun 17, 2015 10:12 pm

Observava tudo àquilo com uma antecipação maciça. As mulheres pareciam indispostas, irritadas com tudo que acontecia ao redor delas, mas não era para elas que olhava. Encarava a situação de frente, com os olhos perdidos em uma possibilidade ainda distante. Podia sentir a lamina da arma esquentando pela leve probabilidade em encarar o grupo de orcs. Como de rotina não seria a morte que me alimentaria, não estava interessado em descobrir a cor de meu próprio sangue, o que realmente buscava com tudo que buscava enfrentar era mais simples, pessoal e elemental. Caçava um objetivo, uma razão pela qual me manter acordado e de pé. Acreditava com toda minha fibra que me manter em uma estrada tão próxima da morte, era a melhor maneira de saber mais sobre quem era. As coisas de valor só são percebidas quando perdidas, correto?
 

Sorria por detrás do metal gélido, adorava aquela situação. Adorava imensamente idiotas crentes, seguidores de entidades e de deuses, eram os mais fáceis de lidar com. Kenna própria gostava de manipular gente desse porte, assim como era ela quem mais se interessava pela entidade em forma de mulher, o que seria algo assim? Um demônio? Espírito da natureza? Tinha o ímpeto necessário para encontrar algo assim cara a cara. O gatuno também se interessava pela entidade. O rumo era perfeito, não me arrependia nem por um instante em ter abandonado o restante do grupo, era um mercenário que prestava serviços, não tinha laços de irmandade com nenhum dos outros, e o premio se mostrava muito tentador para ser simplesmente esquecido. Podia sempre entregar os artefatos ao nosso contratante, mas a sensação de que perdia algo era tão forte que amargava a boca. Pensaria em algo posteriormente, sempre o fazia, por hora apenas ouvia cada uma das palavras de Neil, todas caindo suavemente em meus ouvidos. Se eu achava demônios malignos? Nem tanto quanto observava aquele homem, começava a gostar da acidez e do veneno em cada uma das palavras insanas que ele proferia, era uma companhia agradável.
 

- Contenha suas palavras, não devemos afirmar nada que não tenhamos provas para sustentar. Censurava com diversão a Neil que se referia à morte. - De fato, eles nos caçam enquanto caçamos os outros, ainda assim, o que veem a sua frente são mercenários, nossos trabalhos possuem custos, que felizmente já foram pagos. Nada me alegraria mais do que arrancar a cabeça dos Orcs, e já nos pagaram com a informação que buscávamos, não vejo razão para não entregar a cabeça daquelas criaturas deploráveis em seu vilarejo, mas antes disso se preparem para cumprir seus papeis nisso, mostrem-nos onde fica o túnel.

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Mensagem por Hummingbird Qua Jun 17, 2015 11:55 pm

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E naquela breve parada que fizemos, ouvi o que tinha pra ser ouvido. Nada mais. Engraçado, tudo começou a ficar mais interessante desde que decidi seguir esses dois. Parecia ser a coisa certa, digo, me trazia essa sensação. Era como se uma parte de mim começasse a ficar mais forte, ganhar espaço, liberdade. Será que é isso? E então, acordei de meus pensamentos no decorrer das conversas...

— É uma pena não é? Morreu como se fosse só mais um qualquer, hehehehe.- Por algum motivo eu não conseguia segurar a rispidez nas palavras. Isso estava ficando cada vez mais forte. Será que é algo ruim? Eu acredito que não. Quero dizer, faz parte de mim agora.— Gostam de esconde-esconde? É só pensar que eles estão escondidos, mas que estão lá, e...- Num súbito, uma parada. Assumindo um olhar vago e profundo, fitei uma das moças ali presentes, como se lhe intimidasse a alma, ou pelo menos era esse o objetivo que eu almejava. — É bom que saibam brincar, afinal, agora terão que cuidar das crianças completamente sozinhas.- Incitei, encenando uma expressão tristonha. Aquilo era de cortar o coração não é? Que tenha crianças ou não, elas vão ter que se virar a partir de agora...

Enfim, isso não era da minha conta.

Eu não tinha muito o que dizer. Estava mesmo é interessado em brincar com esses tais Orcs. Se antes eu tinha uma dúvida de como enfrentá-los, agora eu tinha minha resposta; Pode ser divertido! Um sorriso insistiu em se formar no canto esquerdo da minha boca e aos poucos foi ganhando espaço em meu rosto. Era diferente de um sorriso infantil. Era repleto de deboche, de sarcasmo, de maldade. O que eu imaginei naquele momento? Acho melhor não compartilhar. O importante é estar animado pra isso. Montado em meu cavalo, então, só restava seguir os outros dois.

— Parece que vai ser divertido. Vamos, vamos! - Disse, agora, cheio de inocência.

Inocência? Era mesmo essa a palavra? Quem sabe... Eu só precisava acompanhá-los. Tudo passou a ficar divertido ao lado deles. Enquanto eu puder aproveitar, isso é tudo que preciso. E que comece a brincadeira...


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Mensagem por Knock Qui Jun 18, 2015 10:34 am

A luz apagara.

A Luz apagara?!

Após o bravejar de ódio, corri para cima da armadura, a qual não sentira nada com a minha “explosão”, embora eu tivesse sentido; tive de puxar muito ar, pois não me restara fôlego, mas posso ter certeza que embora eu arfasse, pela minha fúria parecia um respirar comum; minhas forças pareciam estar renovadas; puxei a cimitarra e avancei contra a minha incômoda adversária, a qual também investia suas mãos nuas contra mim. A luz apagara.

Mas onde a armadura estava? Com o levantar da lâmina, pude perceber que a havia jogado ao longe e que caíra estilhaçada não muito longe de mim. Eu não sentira nenhum golpe, então percebi que a espada havia  mais uma vez me ajudado.

Com a luz produzida pela queda da armadura, pude ver a armadura que havia caído sem o braço e os outros dois algozes de Chagas; mais ódio consumia o meu ser. Ignorei a que se lançava contra mim. Lancei a outra arma que estava em minha mão sem ter certeza de onde iria acertar, mas acertei uma das desgraçadas.

Tomei um encontrão, perdi o ar mais uma vez; mais ódio se apossava de mim. Quando a cimitarra tocou a inimiga, mais uma vez sugara uma parcela de energia de mim e fizera com que a armadura sem braço derretesse, o que produzia uma nova e forte; tudo muito rápido. Senti meus pulmões arderem ao tentar puxar ar, levei uma das mãos à minha frente. Vi uma armadura atacando o Menino, o qual se defendia como podia e a outra tentando se levantar.

Tentava respirar, entretanto meus pulmões ardiam cada vez mais. Dei o primeiro passo; ferozmente avancei, mas eu não me sentia mais apoiando meu corpo em meus pés; minha visão embassara, apagava e voltava. Sentia minha mão tremer e um suor gélido escorrer a minha face... Bem... eu sabia o que iria acontecer; eu sabia que iria cair; que eu iria falhar, mas corri.

Passei os túmulos correndo, enquanto via a lança ser atirada contra mim, mas não me atingindo; corri... Meus pulmões pareciam clamar para que aquilo tudo parasse e gritavam tão forte que não tive como deixar de acatar o pedido, o qual se tornara ordem. Num último esforço, saltei e caí. Caí em cima de uma das armaduras, a qual não tenho certeza de qual foi, mas lembro da sensação: como tomar um banho no mar gélido. Meus pulmões agradeceram. Minha mente e meu sangue esfriaram. Era frio e confortá...vel. Um escuro acolhedor.
A Luz se apagara?!

De súbito fui retirado do mar gélido; a armadura! Chagas! A missão!

Bravejei mais uma vez, apertei a cimitarra, agarrei a desgraçada e avan...cei. Ao abrir os olhos, vi que um garoto do grupo estava perto de mim. Arregalei os olhos, diminuí a velocidade... Senti o cheiro diferente, o clima mais ameno. Estávamos fora da tumba. Mas como?! Me perguntei brevemente, mas pude ver a tumba aberta, então entendi tudo; soltei o moleque então pedi e bebi água (muita água).

Lenvantei-me, vi o elfo. O Menino, o menino. Respirei. Fui à frente da tumba, vi as duas armaduras paradas, fiz cara feia e dei um pisão em cada uma delas.

Olhei para o cavalo, o acariciei, olhei a cimitarra, a qual estava meio opaca e sem vida, então agradeci, como se ela pudesse me ouvir, fiz um certo tipo de carinho como se ela pudesse sentir. Talvez ela pudesse. Até perguntei o nome dela como se ela tivesse um, então me apresentei formalmente, como se ela já não me conhecesse, mais, até, do que eu já a conhecia. Então fiz um convite para que ela participasse da minha jornada, então; somente então a larguei e gurdei-a junto a mim.

Eu respirava e “saboreava” da água. Ouvia o grupo, mas não falava nada. Montei ao cavalo.

“Vamos” falei e fui na direção que haviam falado.

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