[Ficha] Orgaluk

Tendo uma grande afinidade com a natureza, é normal que elfos prefiram evitar as grandes civilizações e formem suas próprias comunidades em meio a árvores e savanas. Um desses casos, entretanto, ia ainda mais além e cultuava a natureza como se fosse até mesmo uma divindade, presente por toda a ilha de Lodoss e que, aos poucos, era destruída pelos conflitos e pela expansão das civilizações de seres impuros que haviam ido para lá apenas para corromper o local. Essa tribo é a dos Orgaluk.

Localizada nas mais profundas e inexploradas matas de Hirt, um religioso grupo de elfos viviam de acordo com as próprias regras, com os próprios costumes e até mesmo um idioma exclusivo. Eles se auto-intitulavam guardiões da natureza, e eram devotos a essa num nível tão alto que, ao passar dos anos, criaram entre si rigorosos dogmas e preceitos éticos para se distanciar cada vez mais dos "povos impuros e civilizados que apenas desequilibravam a natureza". Desenvolvida ao redor de uma árvore com mais de cento e cinquenta mil metros e o dobro desse número em idade, que para os Orgaluk era como uma manifestação de sua divindade, aquela pequena tribo se expandiu sem afetar o ambiente e se desenvolveu junto com os animais da região.

Por muitas décadas, os Orgaluk se mantiveram escondidos no coração da floresta, atuando como protetores para aquele local. Como a tribo era formada por elfos, a magia terrena era um ótimo recurso para assustar e enganar aventureiros que por ali tentavam passar atrás de riquezas nos locais jamais explorados. Da rara caça e da ajuda coletiva de todos numa harmônica sociedade, os Orgaluk puderam manter sua tradição viva até o dia que seu modo de vida puro foi corrompido.

Eles invadiram na calada da noite, sedentos por riquezas e por fama. Os mestres xamãs e os caçadores nem ao menos puderam ver os saqueadores que adentraram a mata e fizeram seu caminho até a perdida aldeia de elfos, local que já era alvo de lendas e estórias entre os exploradores por ser uma floresta sem fim. Assustados ao ver aqueles numerosos seres mascarados em volta de uma enorme árvore, os saqueadores não pensaram duas vezes antes de matá-los furtivamente durante o sono e tomar seus totens e relíquias que os renderiam um alto valor em Lodians.

E assim, por algumas dezenas de exploradores gananciosos, o grupo de elfos foi dizimado. Quando o ataque foi percebido, já era tarde demais para lutar e a única alternativa que sobrou para aqueles que ainda estavam vivos foi fugir, se restabelecer e tentar clamar de volta o local quando possível. Esse foi o caso de um garoto ainda jovem, considerado uma pequena criança para elfos. Por seu porte pequeno e sua aparência inocente, foi poupado e não recusou a chance de correr para longe dali diante de um clima caótico como aquele que se formara tão de repente.

O rapaz cresceu sozinho nas florestas, se recusando a apelar para a vida em cidades, bem diferente da maioria dos raros sobreviventes Orgaluk. Viveu como aprendeu a viver na tribo, e chegou a se tornar um hábil caçador que daria orgulho aos membros de seu clã. Crescido e guiado pela sua fé e perseverança, sempre com o sonho de retornar ao local onde fora criado e encontrar mais sobreviventes povoando a área novamente.

Mas esse infelizmente não foi o caso. Cinco anos depois da tragédia, Orgaluk retornou ao local onde ficava a pequena comunidade de elfos, não encontrando nada a não ser vestígios do  que um dia foi uma harmônica vila pacífica, o que enfureceu o rapaz e o fez largar a Máscara da Harmonia e o fazer vestir a sua própria máscara, que era apenas um simples rosto sem expressão feito da madeira sem qualquer detalhe ou pintura, representando a perda de sua esperança.

Agora Orgaluk é, aparentemente, o último membro de sua tribo que segue os dogmas à risca. Ele mantém a tradição viva consigo, mas não possui mais qualquer objetivo de vida a não ser vagar a procura de um. 

- O próprio costume de nomear indivíduos é algo civilizado. Sendo assim, os Orgaluk não conheciam uns aos outros por nomenclatura, e sim por seu posto na comunidade.

- De acordo com a crença da tribo, mostrar sua face seria algo íntimo e só poderia ser permitido após sua morte ou num contato pessoal e íntimo com a natureza. Sendo assim, passaram a usar máscaras diferentes de acordo com o que sentem, feitas a partir da árvore que se encontrava no centro de sua comunidade. A madeira desta árvore milenar era mágica, e garante habilidades únicas e características aos Orgaluk.

- Por não ter tido contato suficiente com os sábios xamãs, Orgaluk não conhece as magias terrenas que eram muito utilizadas na sua tribo.

- A tribo dos Orgaluk não detesta a civilização. Eles a vêem apenas como um erro, e creem que viver pelos recursos naturais em harmonia com as outras espécies vegetais e animais seja o caminho correto.