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>Dizem as más línguas que o anão Rookar, que fica no Porto Rangestaca, está procurando por mercenários corajosos - ou loucos - que estejam afim de sujar as mãos com trabalhos "irregulares". Paga-se bem.

> Há rumores sobre movimentações estranhas próximas aos Rochedos Tempestuosos. Alguns dizem que lá fica a Gruta dos Ladrões, lar de uma ordem secreta. Palavra de goblin!

> Se quer dinheiro rápido, precisa ser rápido também! O Corcel Expresso está contratando aventureiros corajosos para fazer entregas perigosas. Por conta da demanda, os pagamentos aumentaram!

> Honra e glória! Abre-se a nova temporada da Arena de Calm! Guerreiros e bravos de toda a ilha reúnem-se para este evento acirrado. Façam suas apostas ou tente sua sorte em um dos eventos mais intensos de toda ilha!




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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 13, 2015 6:04 pm

Relembrando a primeira mensagem :

GREGAR
PV: 63%
PE: 100%

HAYASHI
PV: 64%
PE: 100%

HO
PV: 100%
PE: 100%

NEIL
PV: 64%
PE: 100%

SEAN
PV: 100%
PE: 100%

TENKAI
PV: 100%
PE: 100%


Padrão temporário de recuperação de vida e energia
Funciona assim: após um tempo de descanso, o personagem recupera certa quantia de de vida/energia + o seu valor em Vigor (número). Então, segundo a tabela logo aí abaixo, se eu descanso por 1 hora e tenho Vigor 4, recupero 54% de energia e 9% de vida. Essa é uma recuperação passiva, mas exige descanso, que é exatamente ficar parado, recuperando o fôlego, tirando uma soneca. Se o personagem está cavalgando, por exemplo, então ele não está descansando e não se recupera.

Recuperação de vida:
20 minutos: 5%
1 hora: 10%
5 horas: 25%
1 dia: 50%

Recuperação de energia:
1 minuto: 5%
5 minutos: 10%
20 minutos: 25%
1 hora: 50%
5 horas: 100%


APÊNDICE DE PERSONAGENS
Os velhos:
─ TERRO, o patriarca, morto aos 108 anos, servo do rei de Hilydrus, dono de terras e fortalezas na fronteira e entre os Ranchos,
─ TRENT, o filho mais velho, dono de uma vila de médio porte chamada Primavera Negra, ao norte de Algreen,
─ TARGO, o filho do meio, dono de parte do Rancho Eldest, contratante do grupo,
─ TERLO, o filho mais novo, recém dono da Torre Negra do pai, na fronteira com Takaras,

à serviço de TARGO:
─ CANÁRIO E BACURAU, jovens gêmeos.
─ TÁLIA
─ REELY
─ BATUQUE

outros:
─ CHAGAS, sobrinho de Targo, bem humorado e irritante.
─ HARGION CERBERUS, antigo cavaleiro de TERRO, morto e sepultado com o objetivo da missão.
─ TESSA, uma das mulheres do vilarejo.


Última edição por NR Sérpico em Qua Out 21, 2015 7:55 pm, editado 20 vez(es)
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Mensagem por Bluesday Qua Jun 24, 2015 10:58 pm

A pedra finalmente se moveu. Um brilho para completar a magia. Bem clichê para algumas nações, mas um belo espetáculo de luzes. Em outro mundo daria uma bela noite em alguma balada alucinante.

E a dupla #partiu. Adentraram pela caverna. Tenkai foi na frente como havia avisado. Mas não precisaram se esforçar e nem nada disso. Logo encontraram os dois. Estavam bem. Quer dizer. Bem o bastante para se recuperarem até a próxima festa. Isso segundo Chagas.

Garanta então minha vaga em uma área especial na próxima, Chagas. Quem sabe um elfo de terras distantes possa ensinar uma nova dança para os nativos de Lodoss. Afinal, segundo amigos centauros de Endless, eu não me assemelho tanto com minha raça aqui nessas regiões — O guerreiro então se calou. Olhou para a direção que seus companheiros haviam seguido e tratou de dar ordens amigavelmente — Precisamos ir. Imediatamente. Não podemos dar ao luxo de se desfazer dos demais logo no começo. Vamos, irei reunir os cavalos.

O papo estava bom. Todos estavam se recuperando, mas o grupo precisava se reunir com o resto da comitiva. Tenkai tratou de reunir os cavalos e logo todos estavam montados e galopando rumo ao norte. Não demorou muito e logo estavam avistando um agrupamento de pessoas. O elfo conseguiu ver perfeitamente quem eram.

Mulheres! Parece que aconteceu algo — E Tenkai por instinto deu ordens ao cavalo para acelerar o galope para chegar mais rápido.

O elfo não tinha certeza. Mas com sorte os três ainda estariam por ali com aquelas fêmeas. Caso estivesse, perguntariam se estavam bem e logo faria um breve relatório bem resumido para os companheiros e esperaria pelas informações deles, para então poderem decidirem o que fariam com base em tudo que sabiam. No entanto, se não encontrassem eles por ali, perguntaria para elas — Vocês viram dois homens e uma criança por aqui? Eles são nossos companheiros — Se a resposta fosse sim — Para onde foram?

Agradeceria e seguiria em frente para tentar alcançar os demais. Passando então as informações que deviam e questionando o que eles descobriram.

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Mensagem por NR Sérpico Qui Jun 25, 2015 9:27 pm

9. Só um pouco mentiroso

Calor. Moscas no ar. E o sol mal começara a aparecer! O dia seria bom para os pescadores em Ruff e para aventureiros nos ermos, desgelando, de Calm.

Para Gregar, Neil e Sean seria um dia... suarento. Quase nenhum orvalho pingava das folhas. A qualidade do ar era média e deveria piorar conforme o correr das horas. Até lá talvez já teriam resolvido o trabalho.

Estavam floresta a dentro. Não esperaram por ninguém, pegaram ultimas informações, deram suas últimas palavras e cavalgaram. Logo, já estavam no mato. No começo havia uma trilha fácil, vegetação afastada. Os orcs certamente seguiram por ali, dado os rastros recentes. Minutos depois a trilha ficava menos evidente, carente de manutenção. A floresta pareceu crescer de volta, sufocando o caminho, reclamando para si os espaços.  

Os cavalos começaram a ter problemas. Isso reduziu um pouco a velocidade do trio. Mas se seguissem reto chegariam onde almejavam. Ao menos essa foi a informação final que receberam:

Há uma trilha, praticamente em linha reta. Basta seguir por ela e cedo ou tarde chegarão num grande lago. Há uma ponte, para cruzar o lago até o outro lado. Dali já é visível alguns totens que marcam postos de trabalho em meio a floresta. O totem vermelho é o mais próximo da montanha e fica logo de frente com o único túnel ativo.

Quem dissera isso, em resposta à Gregar, fora a mesma senhora que explicara todo o contexto histórico da região e dos orcs. Então agora eles estavam seguindo pela trilha, que acabara subitamente. Segundo a senhora, se seguissem em “linha reta”, dariam no rio.

Olharam o solo. Os orcs. Os rastros continuavam, sim, bem visíveis... Se não fossem criaturas pesadas, qualquer um poderia pensar que são rastros propositais... Mas esse não é o ponto do momento: o que fez o trio parar, atentando para o caminho, foi que o rastro se dividiu.

Ao que tudo indicava parte do grupo inimigo tinha seguido reto ─ norte, até a provável localização do túnel ─ e a outra parte dobrou levemente para a direita, nordeste. Que ardil era aquele? Uma mera distração? Agora sim Neil poderia se coçar de suspeitas quanto a uma emboscada.

Agora era decidir qual caminho seguir. Não tinha como perceber um rastro diferente das pisadas habituais dos orcs. Isto é, a tal mulher que acompanhava o grupo poderia estar indo tanto para o norte quanto para o nordeste. E também não tinham nenhuma sugestão de que a tal herança de Targo estava com um grupo só. Mas ao menos tinham quase certeza de que houve uma divisão exata do grupo: cinco orcs pra cá, cinco orcs pra lá.

E uma coisa que perceberam no ambiente, agora que pararam um pouco para analisar a terra: estranhamente, não notavam nenhuma atividade animal naquela floresta. Tudo bem que ainda faltava um pouco para amanhecer, mas deveria ter alguns pássaros, alguns bichos nos galhos, alguns insetos que não fossem apenas moscas... Estranho.

Ardil... foi mais ou menos o que plantaram, nas ultimas falas com as mulheres, naquelas “pequenas desinformações”... Neil pegar no rosto da moça fez algumas espadas se erguerem em resposta, alguns olhos endurecendo de súbito. E ninguém pareceu achar graça nas coisas que Sean disse ─ que aliás fez alguns olhos amolecerem de novo, com a perspectiva de luto. Elas deram as informações por que tinham um inimigo em comum, mas uma ou outra poderia torcer para que eles se matassem todos, orcs e esses grupos contratados, insanos e hostis. Não fariam falta a ninguém, ao contrário de seus respectivos maridos.  

O outro grupo, o outro trio mais Chagas. Sim. Estavam chegando agora.

Droga ─ disse Chagas e rapidamente mudou sua forma. Agora ele era um homem de cabelos curtos e negros, de baixa estatura e sem nenhuma arma visível, vestindo um robe marrom. Não podia arriscar que o reconhecessem, exatamente como no início da missão.

Tenkai cavalgou na frente. Notou que as mulheres estavam quase deixando o lugar. Notou que ao menos duas delas tinham os olhos vermelhos, bochechas manchadas por recentes caminhos de lágrimas. Duas delas estavam pegando o morto na carroça tombada, talvez para leva-lo até o vilarejo logo ali. Mas pararam para ver o elfo.

Uma delas tomou a frente, espada em punho.

Não vimos nada ─ respondeu, seca.

Não que ela não tenha gostado de Tenkai. Mas não parecia nada disposta a conversar com ele, e se a carapuça tivesse servido, que ele encontrasse seu rumo e tchau. Se ele insistisse, bem aí ela ─

Tessa? ─ Era Chagas, numa voz fina e diferente do habitual.

A mulher desviou o olhar de Tenkai para Chagas, Hayashi e Ho que chegavam mais atrás. Chagas voltou a forma normal, o cabelo loiro crescendo e as espadas aparecendo. Apeou, passando por Tenkai e indo até a mulher.

O que houve? ─ perguntou, na voz original.

Você está com esse bando de contratados? ─ Ela olhou de novo para o trio com certo desgosto. Deu meio passo para trás quando percebeu que Ho não era um homem alto, mas sim um orc alto. ─ Um orc!

Sim, Tessa, um orc. Sempre gostei das suas deduções precisas. ─ E riu, mas logo voltou a falar sério pois Tessa não riu com ele. ─ Ele está comigo. Eles todos. Foram contratados pelo Targo e

Targo leu nossas cartas? Aquele seu tio preguiçoso finalmente nos escutou e mandou vocês?

Chagas pareceu hesitar um pouco. Sorriu.

Sim ─ disse. ─ Targo nos mandou.

E o outro grupo?

Que gr

Dois homens, uma criança.

Ah. Sim. Estão conosco.

Tessa olhou para Tenkai, depois para Chagas de novo. Depois para Ho, desconfiada. Todas as mulheres pareciam desconfiadas, como se falassem com bandidos. Mas Chagas era um conhecido (ao menos de Tessa) e isso equilibrou a balança. Um pouco.

Para onde eles fo

Passaram por aqui faz alguns minutos. Foram para a floresta. Para o túnel... você sabe. E disseram que vocês... ─ E balançou a cabeça, se calando, de repente decidindo que não se importava tanto.

Chagas olhou para a carroça, para o cocheiro inerte.

Churum...?

Morto. Pelos orcs da montanha.

Chagas olhou para os camaradas. Olhou de novo para Tessa.

Holmes e os outros...?

Foram procurar os mineradores ontem e ainda não voltaram. ─ Ela se calou por um tempo. ─ Os orcs, Chagas. Acho que nunca foram extintos de verdade.

Vou ver se encontro eles... digo, Holmes e os outros... Tenho de ir. Se cuida.    

E o que aconteceu na tumba? ─ perguntou outra mulher, uma senhora.

Nada. ─ Ele respondeu e olhou para o grupo, já montando: ─ Vamos?

Chagas ─ chamou Tessa. Chagas olhou para trás. ─ Cuidado. Não só com os orcs.

Algum problema com a floresta?

Alguns mineradores, antes do sumiço, disseram que as neblinas voltaram.

Nesse calor?

Aquele tipo de neblina. Apenas... apenas tenha cuidado.

Então Chagas fez sinal para que se mandassem dali.

Os rastros estavam lá, as pisadas dos orcs e os cascos dos cavalos dos outros três. Seguiram, rumo à floresta. No caminho Chagas atualizou o grupo sobre o desaparecimento dos mineradores, dos túneis selados, do único túnel funcionando e dos prováveis inimigos daquela missão: orcs, que residiam naquela montanha no horizonte, colada com a floresta que estavam adentrando. Mas os orcs ficavam, antigamente, do outro lado da montanha.

Se são os mesmos orcs... irão cruzar a montanha por dentro, pelo único túnel que restou. ─ E o óbvio: ─ Provavelmente foram eles que pegaram a armadura e ativaram o feitiço de defesa da tumba para nós... o que é estranho... com todo respeito Ho, você é diferente e tal, mas não vejo como orcs possam mexer com magia desse jeito, e atuarem com tanta... precisão. E também não vejo tio Terlo nem meu pai contratando orcs para fazer esse serviço de subtração... ainda mais esses orcs. Não... Não devem ser orcs. Elas se enganaram.

O calor já estava crescendo, o que significava que seria um dia suarento para eles também. Moscas voavam. Tenkai, um tanto mais empático em relação a florestas, notou que aquela ali estava... diferente. Como se algo de ruim tivesse acontecido e deixado toda a região um tanto quanto... triste, ausente. Não era como um pântano, onde não há vida. Era mais como uma floresta doente, sob o julgo de algum mal...

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Mensagem por Hummingbird Dom Jun 28, 2015 12:09 am

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E no caminho...

— Tens certeza do que está fazendo, criança? - Ele parecia intrigado com minha decisão. Digo, acompanhar aqueles desconhecidos, acatar as decisões deles e tudo mais. Apenas fiquei em silêncio, eu não precisava responder, ele sabia o que eu pensava. — Huhuhuhu- Ainda assim ele riu. — E o pequeno corvo começa a dar seus primeiros voos. Vamos ver até onde você consegue chegar... - E com isso ele queria dizer que só precisava de uma brecha, para então, tomar o controle. É com isso que eu tenho de conviver todos os dias...


...


E bem que a senhora lá atrás falou de uma tal ponte, de uma tal trilha. Trilha essa que seguimos. Trilha essa que tinha as pegadas enormes e truculentas dos orcs. Trilha essa que era nosso único rastro deles, ou pelo menos, até este momento. Por algum motivo, que na minha percepção era obra dele, fiquei intrigado com a tal trilha dos orcs que, de uma hora pra outra, parecia se dividir. Não me ative aos detalhes, só fiquei mesmo muito intrigado e resolvi parar a cavalgada. Esperava que os outros também tivessem visto, senão, chamaria atenção deles para tal. E, independente do que conversassem, eu estaria alheio aos comentários. Pensava no restante do grupo; aqueles outros três. Será que estão bem? A floresta era tão calma e silenciosa que, a julgar pela ausência de qualquer som, imaginei que a situação lá atrás - na Tumba - tenha piorado. Foi então que um sorriso desonesto foi crescendo no meu rosto.

— Ei, ei, eu tive uma ideia!- Entusiasmado com o que imaginei, trotava com meu cavalinho até poucos passos adiante, o suficiente pra ver mais de perto a tal ponte e o rio/lago, seja lá o que for. Esperava que os outros dois me acompanhassem.— Podemos deixar nossos cavalos aqui e seguir no caminho do outro rastro! Pensem comigo. Assim, não deixaremos rastros. Ou melhor, deixaremos sim, bem ali.- Apontaria para o lago.

A ideia era muito simples; deixar os cavalos por ali, antes da ponte, enquanto tomaríamos o outro caminho, naquela inclinação da trilha à nordeste. Claro que nesse caso, seguiríamos a pé. A traquinagem estava em deixar uma falsa pista, eliminando nossos rastros. Era tudo uma brincadeira para mim, muito divertida por sinal.

— Vamos, vamos, por favor...? Vai ser divertido!- Insisti.

Pro caso de toparem a ideia, faria o tal plano bem como explicado e seguiria a pé rumo ao Nordeste, naquela trilha. Caso contrário, continuaria no cavalo e, mesmo um pouco relutante, acataria às ordens que qualquer outro do grupo demandasse.


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Mensagem por Hayashi Qui Jul 02, 2015 9:11 am

Tudo aconteceu tão rápido. As escrituras na casa pareciam reagir ao som da minha voz, a pedra havia saído da frente, eu e Tenkai entramos para procurar Chagas. Na minha cabeça tinha cumprido meu trabalho. Sem contar a parte que quase levei um safanão de Ho, que deve ter me confundido com uma daquelas armaduras que estavam o atacando. Eu ri, depois do susto, ninguém iria gostar de levar uma porrada de um Orc daqueles.

- Calma! Calma! Sou eu! Sou eu! - Meu grito desesperado para não levar um golpe foi mais ou menos assim. No final das contas eu ri.

Chagas tentou levantar, fui ajudá-lo por estar mais próximo, ele foi até seu cavalo tirando algumas folhas e bandagens, e pediu uma ajudinha minha para fazer os curativos. Eu estava sem fazer nada mesmo... Ajudei. Passaram algumas folhas para Tenkai, que tinha trazido os cavalos para nos reagruparmos, que passou para Ho. Ho precisava bastante desses curativos.

- Nada de mais. - Respondi a pergunta de Chagas: - Sem contar o desespero só que fiquei quando descobri que isso era uma armadilha - Falei num tom meio maternal, foi estranho até pra mim: - Mas te garanto: foi mais divertido lá dentro! Aqui só tivemos que descobrir umas palavrinhas. - E dei uma piscadela para Tenkai.

Depois de um descanso de um cinco minutos, fomos encontrar os outros. Tenkai na frente, Chagas e nós chegamos por trás. Tinha uma velhinha lá na frente, que estava de saída com algum corpo.

Chagas começou uma prosa. Parecia que aquele desgraçado conhecia todo mundo. Papo vai papo vem, descubro que o resto do grupo havia seguido por uma trilha atrás dos Orcs. Falaram sobre alguma Neblina, mas eu preferi olhar as coisas, quem sabe achar algum detalhe que ninguém havia percebido. Nas velhas, no cenário, no clima. Que estava quente. Haviam muitas coisas para se prestar atenção.

Quando dei por mim, já estava acompanhando Chagas para dentro da trilha.

A floresta estava quieta. Quieta de mais. Não havia nenhum animal, isso começava a incomodar quem é acostumado com o som dos pássaros. Nem mesmo insetos? Isso com certeza deve ser algo relacionado a neblina ou até mesmo ao clima quente.

Eu viajava em meus pensamentos. Melhor parar para prestar atenção nos assuntos do grupo.

Quer dizer que teríamos chegados a um impasse? Uma espécie de bifurcação. O grupo de supostos orcs haviam se dividido ali. Eu não estava com muita vontade de opinar ou argumentar para alguma decisão. Mas eu queria acompanhar Chagas, ele parecia deixar tudo mais agradável. Eu fiquei em silêncio, encarei todos, e passei o cavalo para o lado de Chagas. Acabei deixando alguma opinião exposta.

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Mensagem por Bluesday Qui Jul 02, 2015 7:00 pm

Assim que mencionou tais palavras, uma das mulheres tomou a frente com uma espada. Seus olhos apesar de demonstrar hostilidade, parecia que estava assustada. Tenkai olhou novamente para a carroça e os mortos. Ele entendia aquilo e sabia porque ela estava mentindo.

" Tudo bem. "

Ele pensou. Ia seguir seu caminho. Mas desistiu antes mesmo de começar a cavalgar novamente. A mulher avistou Chagas e logo os dois começaram a conversar. Em meio as palavras, a mulher acabava respondendo a primeira questão feita a ela, sobre dois homens e um pequenino. Papo vem e papo vai. E apenas drama e assuntos internos eram discutidos. Mas enfim acabava.

Chagas dava o sinal para o grupo continuar. Todos atendiam e colocavam seus cavalos para galopar. O cavalo do elfo trotou alguns metros. Uns quatro para ser exato, pois o elfo deu ordens para o animal que parasse. Tenkai olhava cabisbaixo. Parecia refletir sobre todo o ocorrido e principalmente em relação as mulheres. Sentia que precisava fazer algo. Tomado por cavalheirismo, o elfo desmontou de seu cavalo, enquanto os demais seguiam em frente.

O guerreiro então se aproximou de Tessa sem demonstrar qualquer hostilidade. Tentaria pegar em seu braço e ergue-lo amistosamente, deixando a palma da mulher virada para cima. Em seguida colocaria sua outra mão sobre a mão da mulher. Neste instante o elfo concentraria sua energia mágica. Um brilho azulado se faria e uma flor seria conjurada na palma da mão de Tessa. Porém uma flor um tanto exótica. Ao menos para as terras de Lodoss.

Flor:

Do meu lugar de origem, está flor sempre mostrou ter reações misteriosas. Quando alguém jura fazer algo e está se cumpri, a mesma solta um polem muito perfumado e que da uma sensação de paz e tranquilidade. Ela também tem um significado. Esperança. Então com está flor eu prometo fazer justiça a seus homens.

Em seguida o elfo soltava o braço da mulher e dava dois passos para trás vagarosamente. Mais nada precisava ser mencionado. Ela saberia quando a justiça fosse feita. O guerreiro se afastava com o olhar sério e determinado. Se virou e correu até seu cavalo, saltando assim que se aproximasse dele.

RÁ!!

Puxaria as rédeas com força a ponto de fazer o animal erguer as patas dianteiras e relinchar. Mas obviamente sem ferir a criatura. Queria apenas que o cavalo disparasse rapidamente para acompanhar seus companheiros. Logo que se uniu a eles novamente, o elfo escutou o que Chagas tinha a dizer. Era uma comparação um tanto meticulosa. Ele não conseguia suspeitar de ninguém.

Chagas... — Chamou sua atenção — Em toda minha vida vivi situações muito estranhas e perigosas. A chance de estarmos se metendo em algo que não tem relação com essa herança, são bem consideráveis. Se prestar atenção. Eles são orc's — Olhou para Ho — Com todo respeito. Não faço citações em especial a você. Mas... — Voltou a falar sobre os orc's — Orc's costumam ser liderados por alguém. E normalmente são seres de extremo poder ou sabedoria. Seja como for, existe alguém por trás disso e provavelmente não é ninguém das proximidades. Não consigo ver orc's obedecendo humanos comuns. Por mais que seus parentes tenham alguma autoridade por essas regiões, não vejo eles com moral para controlar orc's. Ainda mais do tipo raro como foi mencionado — Tenkai engoliu um pouco de saliva para umedecer a garganta e continuou — Pode parecer loucura para você. Mas já pensou na possibilidade de esses orc's terem sidos ressuscitados, pois até então eles estavam mortos. Um necromante poderia realizar tal feito.

Em meio a todo aquele assunto, o elfo teve a atenção voltada para a floresta. Parecia que sua essência havia sido roubada também. Pelo jeito ele teria que fazer algo a respeito daquilo. Era um elfo da floresta afinal.

Chagas. Irei seguir pelo caminho da floresta. Sinto algo de estranho acontecendo nela e preciso verificar. E pelos rastros dos inimigos, eles pode ter levado os artefatos roubados para diferenças direções para despistar os seus perseguidores. Vocês deveriam seguir pelo norte. Eu sei lidar bem com a floresta e tenho um ótimo cavalo comigo — Dava leves tapinhas no corpo do animal — E se eu não me engano. Aqueles três também seguiram pelo caminho da floresta. Não consigo aceitar ainda que aquela criança se meteu em algo tão perigoso. Talvez eles tenham problemas se eles realmente foram por este caminho — Tenkai olhou para todos ali reunidos e se despediu com um singelo — Boa sorte.

E seguiu rumo a floresta pelo caminho do nordeste. Iria rápido seguindo os rastros que veria na floresta. Afinal além de elfo da floresta, Tenkai era um excelente rastreador. Discernir qual caminho seguir pela trilha deixada, não seria problema.

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Mensagem por Gregar Qui Jul 02, 2015 8:20 pm

Sentia o rosto quente dentro do ferro, mas não retiraria a máscara, não por enquanto. Não possuía falta de confiança nos dois que me acompanhavam, ser cauteloso nunca havia sido forte meu, sabia disso e não tomaria isso como razão por me manter mascarado. Na realidade, a simples ideia de um cavaleiro mascarado me animava muito mais do que a cavalgada, um guerreiro digno de lendas antigas ou histórias infantis, gostava de como aquilo tudo soava. Além de me manter uma incógnita para todos os outros, poderia criar algo além, quem sabe, com um pouco de sorte voltasse com a cabeça dos Orcs em uma sacola, um pagamento prometido que seria nada além do necessário, precisava de recrutas no final das contas.
 

Se manter outros impressionados era minha razão, não seria sábio me distanciar do grupo, não no momento em que eu fazia. Não hesitaria em combater o bando armado, mas dentro de mim tinha que apenas eu seria combatente naquele grupo, teria problemas demais para apenas chamar atenção para mim, claro que poderia contar com uma generosidade crescente de Targo, três eram menos do que seis para presentear. Um acréscimo no valor do pagamento, ou quem sabe algo a mais sobre o que deveríamos caçar, o que me parecesse mais valioso. Claro que tinha cuidados a tomar, não apenas com aqueles que me cercavam, sentia que teria de ser principalmente cauteloso com os ajudantes de Targo, afinal aqueles pessoas também guardavam meu sangue. Tinha muito a pensar, mas me atinha ao caminho, não gostava do rumo que as coisas tomavam, e não me referia aos orcs. Não gostaria de adentrar a caverna as cegas, ela seria perfeita para emboscadas, algo que me parecia claro dados as pisadas profundas demais, ao desvio repentino no caminho, tudo fazia com que o que visse parecesse uma armadilha, não gostava disso. A criança se mostrava pronto para entregar uma ideia, gostava daquilo.
 

- Realmente é uma ideia interessante.  Diria descendo do cavalo e o segurando pelas rédeas. -Não me alegra entrar em cavernas as cegas. Mesmo que ela seja um atalho, algo que venho duvidando, é fácil prender alguém dentro de pedras, ou ataca-los a partir das sombras. A floresta parece mais segura e real, ir ao nordeste e deixar os cavalos, está decidido. Parava momentaneamente olhando a lamina da lança. - Entretanto, deixar os animais as soltas daria a certeza de traição, deixa-los ensanguentados entregaria a certeza de um ataque surpresa. Três golpes rápido e limpos, três mortes seguidas pelo arrastar de prisioneiros, e ainda teríamos uma carta para usar em qualquer caso. Falaria a espera de uma resposta enquanto esperaria para seguir ao norte, caso a maioria concordasse no abate assim como eu ou se os dois se permanecessem neutros executaria os animais, o faria com golpes diretos em seus pescoços, diretos e indolores, lavaria a lança no rio e então prosseguiria com o restante do grupo rumo ao nordeste.

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Mensagem por LK Neil Blaze Sex Jul 03, 2015 2:34 pm

Ignorou os olhares advindo daquelas moças. Castanhos? Verdes? Ódio e repulsa na verdade. Essa eram as coisas. Neil já estava acostumado, tinha recebido olhares assim desde que nascera. Parecia que já tinha descoberto que seu gênio seria totalmente diferente de tudo que já puderam presenciar. Quando acabou ali, montou em seu cavalo e seguiu adiante junto aos outros dois do grupo. E se tinha uma coisa que Neil aprendeu a desconfiar durante os anos, era silêncio. Silêncio é ouro. Mas também é sangue. É dor. É morte. Silêncio carregava consigo um significado mórbido e diferente. Silêncio apavorava e deixava Neil com os nervos a flor da pele, que o fazia dar aquele sorriso nervoso no canto dos lábios como dava agora, ao olhar freneticamente ao seu redor procurando qualquer que fosse o vestígio de uma cilada. Teriam aquelas mulheres se atrevido a enganá-lo?

De qualquer forma, seus olhos eram fixos nas pegadas dos Orcs. Fixos até o momento que elas dividiam. Mais um pouco à frente existia uma bifurcação e enquanto Sean ia dando sua ideia sobre os cavalos e como poderiam despistar o resto do grupo, Neil pensava onde estaria a pegada da mulher que fora mencionada mais cedo. Aquilo era estranho. Pensava se o guarda que tinha visto aquelas coisas não tinha delirado ao ver alguém. Contudo, nada mais era comum naquela grande merda de lugar e Neil tinha certeza disso. Por fim, decidiram parar e analisar a situação. Desceu do cavalo e olhou o rio que tinha logo a frente e os dois caminhos que deveriam escolher para percorrer. Um provavelmente daria no túnel, outro deveria ir por trás da montanha.

Agora era a vez de Gregar falar. Não lhe animava sair andando por aí sem os cavalos, afinal, era um ótimo modo de locomoção, contudo, sentia-se mais a vontade se esgueirando pela floresta pois poderia salvar sua própria pele... Mesmo aquela floresta tão silenciosa não lhe sendo confortável. Que porra escrota. Enquanto isso, Gregar esperava uma resposta. Neil sacou sua adaga e logo que passou do lado do seu cavalo, cortou a garganta num movimento veloz e limpo, tomando a frente do grupo e seguindo para a direção indicada que era a inversa a do túnel. Estava agoniado e com pressa e ficar parado ali não ajudava. Então sua resposta tinha sido dada.

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Mensagem por Knock Sáb Jul 04, 2015 3:49 pm

Haviamos partido mais uma vez... A espada não me “respondera”; ri comigo mesmo. Como poderia um orc dominar magia ou entende-la?! Grande ilusão. Mas eu era assim, eu era eu. Eu sou um orc. Enquanto cavalgava, olhava as minhas mãos, meus braços, meus músculos. Sentia as minhas presas “Engraçado, parece que crescem mais a cada dia”. Minha mão soltara a espada e ela me fizera o mesmo. Eu só tinha sorte de ter sido bem criado e treinado com muitos artifícios que poderiam ser muito úteis em batalhas e à finalidade de cumprir missões; uma reflexão quebrada pela aparição de um grupo de mulheres.

Rapidamente Chagas se transformou a fim de evitar ser reconhecido, entretanto quando reconheceu o rosto de uma mulher e voltou ao normal, então foi ter uma conversa com ela e lá ficarão por um tempo... nem longo nem curto. Vi tristeza, ódio, revolta, tristeza. Entendi tudo. Homens, vila, problemas com orcs, mineração. Montanha. Entendi tudo.

O elfo tosco foi ter com a mulher, deu uma flor gay e mais um discurso que não dei muita atenção até a parte na qual citou algum ritual necromante envolvendo os orcs... Bem, nisso concordei em silêncio, silêncio no qual eu permanecia... Com olhos semi abertos a fim de recuperar energia e descansar mais um pouco... Concordei em muitos pontos... Talvez a mulher precisasse de um pouco de luz. Ainda que tosca. Ainda que... “falsa”, talvez eu estivesse errado, ou só de um outro lado da moeda. A verdade é que eu queria informações e aquela cena toda, pouco me comovia, embora eu não fosse sádico a fim de me alegrar com aquilo, mas também não lutaria por elas, nem tomaria as dores delas, como Chagas parecia começar a tomar.

Eles prosseguiram, logo, fui atrás. Eu não falei nada, não me defendi, nem procurei mostrar que eu era diferente... Um daqueles momentos que eu parecia um orc... tolo... como os outros, mas sem falar nada, como se eu não entendesse nada; respirando calmamente, pensando calmamente, pensando calmamente. Mesmo sem olhar, pude perceber o ódio. Esperava que elas não tentassem me atacar. Eu já podia fazer muito do caminho na minha mente, pelo menos, eu pensava assim.

Entramos na mata silenciosa. “Que saco” pensei... cavalgamos silenciosamente até chegarmos a uma bifurcação no rastro dos orcs, foi onde o Chagas soltou a “pérola” de que aquele rastro não seriam  causados por orcs, então falei... “Chagas, tu já erraste uma vez, para de colocar o emocional à frente, vamos nos preparar para o pior. Não são orcs; são dragões; demônios. São cavaleiros bem treinados pelo exército de tákaras” Falei isso afirmando hipoteticamente a fim de preparar o grupo para o pior; esperar tudo o quanto pudesse acontecer, continuei, falando moderadamente, lógico “Fiquem atentos... já estamos batalhando. Agora a questão é psicológica. Proponho que façamos uma trilha terciária, ou seja, nem pelo meio, nem pelo lado por essa outra trilha. Pode ser qualquer coisa, já que Chagas acha que não foi nenhum dos irmãos de Targo, então pode ser que o grupo esteja envolvido em algo de maiores proporções que a disputa pela herança entre os irmãos, como se estivessem juntando partes de artefatos mágicos ou mesmo para fazer uma emboscada, mas... se fosse assim... seria tão evidente?! Hm... Bem, acho que se fizermos outra trilha, pelo outro lado, sem perdermos de vista o rastro do meio, então podemos ter uma vantagem... uma surpresa talvez ou pelo menos ter a possibilidade de vermos o inimigo por primeiro.”

Desci do cavalo, me despedi. “Acho que podemos mandar um cavalo pelo menos pelo rastro do meio. Ele faria barulho e não notariam que nós não seguimos pelas trilhas. Essa é a minha ideia. Caso vocês não queiram ir, vou sozinho.”

Tirei o suor da testa, bebi mais água, verifiquei as armas. Eu estava pronto para prosseguir.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Jul 07, 2015 12:09 am

10.Ouçam as moscas

Sean tomou a dianteira por um instante e sugeriu um movimento astuto, como se estivesse escapando de uma perseguição. Gregar e Neil aprovaram. O trio avançou para o norte até o mato abrir caminho e revelar o lago. A ponte estava lá, fiel ao relato da senhora. Se seguissem por ali, se cruzassem a ponte e andassem por mais um tempo, dariam de frente com o túnel dos mineradores. Mas não. Não iriam por ali.

Para Sean bastava deixar as montarias ali. Para Gregar a coisa precisava ser mais expressiva ─ com a lança matou o próprio cavalo, e em seguida foi a vez de Guloso, com um certo olhar de desespero para Sean, tombar. Neil cuidou do seu antes que Gregar tivesse a chance. Relincharam baixinho e agonizaram até a morte, ali, perto do lago.

Gregar lavou a lança. Na água, pensou ter visto outro reflexo que não fosse o seu. Um rosto comum, humano. Mas piscou e então lá estava a máscara tremeluzindo na face do lago. Impressão, apenas.

Então o trio refez seus passos até o fim da trilha ─ apressados, tentando recuperar o tempo perdido em ir até o lago ─ e de lá partiram para o nordeste, olhos nos rastros dos orcs. Ainda estava tudo muito quieto, para o desgosto de Neil.

Quieto e seco. Com moscas no ar. Nada novo. Estavam congelados no tempo? Não, não exatamente, pois se olhassem para a sombria montanha no horizonte confirmariam os primeiros raios de sol iluminando o topo. Mas o cenário em que estavam não mudava nunca: os passos dos orcs continuavam fieis, os arbustos meio afastados, a vegetação baixa pisada e amassada, nem um sequer desvio ou parada.

E então, não mais.

A primeira flecha foi em Gregar ─ e a segunda também.

Por que nele? Bom, Gregar era o único ali com uma arma visível. Parecia o alvo mais ameaçador, do tipo que você deve seguir a regra do “atira primeiro e pergunta depois”. Foi o que fizeram, orcs espertos.

Mas antes da emboscada: o trio veio caminhando, Sean ligeiramente a frente, seguido de perto por Gregar e um metro e meio depois deste vinha Neil. Então avistaram, quase no mesmo instante que sentiram o cheiro de podridão, algumas construções (casas, estábulos?) mais a frente, numa clareira. De lá subia o zumbido coletivo de moscas. De lá chegava o cheiro de morte avançada em dias.

Estavam indo pra lá (pois o rastro dos orcs parecia se perder por ali), faltando poucos metros a cruzar para deixar a mata fechada, quando o ataque aconteceu.

Sean não viu o ataque, mas ouviu ─ o assobio de uma flecha, um movimento na floresta. No silêncio que até então era enorme, qualquer som diferente do que eles faziam bastava para atrair a atenção.

Gregar também ouviu e instantaneamente sentiu duas pontadas nas costas, do lado esquerdo, na altura do ombro, varando sua armadura. A primeira quase lhe jogou para frente, a segunda consegui. Deu um passo forçado para manter o equilíbrio e a terra lhe enganou, o fazendo pisar em falso. Caiu.

Neil ouviu e viu as duas flechas chegando de trás (uma delas zunindo acima de sua cabeça, com a leve sugestão de que o arqueiro errou o alvo original... mas acertou o outro, hm). Ao menos um dos atiradores estava numa posição mais elevada, talvez sobre uma árvore ─ e, ou esse orc achou um ângulo mais aberto pra disparar a flecha tranquilamente, ou então ele era muito bom nisso, conseguindo fazer um disparo preciso entre os galhos e folhas que tanto fechavam aquela floresta.

E não deveriam estar longe visto que as flechas voaram retas, com uma boa dose de impacto. Talvez a menos de 10 metros atrás de Neil.

Mas como diabos se esconderam tão bem assim? Sem som nem nada?

Eram mesmo orcs?

Eram sim. O trio confirmou isso quando os outros dois inimigos apaeceram.  

Robustos, não altos e verdes ─ bem camuflados. Saíram do mato assim que as flechas acertaram Gregar. Um da esquerda, outro da direita. Machados em punho e, finalmente, rugidos na garganta. Um deles correu para um Gregar caído e alvejado, o machado sedento por terminar o serviço. O outro correu direto para um Neil que, talvez, somente talvez, seria o próximo alvo das setas.  

Pés grandes e adaptados, imunes a passos em falso ou escorregões. Estavam lutando em casa. E estiveram esperando por eles.

Sean? Bom, não o deixariam de fora só por ser o menor. Ele ouviu um movimento ao seu lado, talvez o quinto orc. E o seu instinto (ou ele, hm) mandou dizer: cuidado, sai daí!

Gregar foi o alvo inicial, mas no fim das contas eles partiram com tudo pra cima de todos. Não estavam muito a fim de conversa. Eram profissionais.

Agora, quem estava mesmo a fim de conversa era o homem se banhando no lago. Mas isso foi longe dali. Foi diante de Hayashi e Chagas.

E foi assim:

O trio deixou as mulheres, entrando na floresta. Nesse meio tempo, Chagas, tentando descontrair, se virou para Tenkai:

Como é que você faz aquele lance com flores? ─ Ele falou, meio baixo. ─ É um truque interessante. Sabe, uma vez conheci um cara que fazia o mesmo. Kurama, já ouviu falar? Ele tinha uma preferência por rosas. Nunca me ensinou o truque, maldito. É difícil?

O lance com flores, aliás, não tirou palavra de Tessa. Ela recebeu o presente, a promessa, e apenas olhou Tenkai de volta, sem falar nada. Bom, ao menos Chagas gostou.

Eu gostaria de tentar com a Tália, hm ─ ele disse. ─ Mas não sei... mulheres de hoje em dia parecem não gostar mais de flores...

Continuaram. Que discutissem isso depois, pois agora tinham de ver o caminho. Entraram na floresta e chegaram no local em que a trilha sumia e o rastro se dividia. E Tenkai apresentou alguns pontos interessantes. Chagas pareceu pensar a respeito. Orcs ressuscitados? Sim, ele pareceu pensar bem a respeito.

É uma possibilidade ─ disse. ─ Mas seja quem for, levou o que precisamos pegar. E aqui estamos nós. Sendo ou não um assunto de família, se precisar iremos agir ─ Tocou o cabo de uma das espadas ─ de forma energética.

Ho também comentou, meio repreendendo Chagas e sugerindo um caminho alternativo. Já Tenkai queria seguir a nordeste. Os cascos dos cavalos seguiam para o norte, mas talvez Tenkai tenha enxergado os rastros mais frescos a nordeste, o que lhe sugeriu que os outros três tinham ido por ali. Mas não dava para ter total certeza de quem eram. De repente outras pessoas passaram por ali. De repente Gregar, Neil e Sean estavam acompanhados com outras pessoas e se dividiram ali... Não sabia exatamente de quem eram os rastros, mas, sim, conseguia vê-los ─ pois pouco foi feito para ocultá-los, não estavam tão visíveis quanto um passo de orc, mas os sinais estavam lá.  

Que seja. Chagas olhou para o norte e decidiu o seguinte:

Senhores, não temos tempo. Vejo rastros para o norte e para o nordeste. O caminho mais rápido é o do norte, devemos ir por ele! Por mais que tenham ido para lá ─ apontou o nordeste ─, outros foram para o norte e estão mais perto de casa. E eu realmente não quero ter de escalar a montanha atrás deles. Se estão com a armadura, quero recuperá-la antes que entrem no túnel. E se realmente dividiram as peças entre os grupos, então vou pegar o grupo do norte e esperar, do outro lado, o outro grupo chegar. ─ Olhou para Ho: ─ Gostaria de tê-lo comigo lá, caso as coisas ficassem empolgantes. Mas não vou contrariá-lo. E nem você, elfo. Mas cuidado. Meu palpite é que você está indo direto para uma armadilha. ─ Ele olhou para Hayashi e nada falou, talvez por interpretar a decisão que ele tomara, de ficar com Chagas. Direcionou seu cavalo para o norte. Olhou para os outros dois e se despediu. ─ Nos vemos do outro lado da montanha. Só que quando vocês chegarem a festa vai ter terminado.  

E cavalgou, Hayashi logo ao lado.

Tenkai seguiu a nordeste e Ho marchou para leste (?), tentando ficar próximo dos rastros que iam para nordeste, meio que circulando o perímetro.

O que deu neles? ─ Chagas perguntou pra Hayashi, depois de um tempo. ─ Nas duas putas e na criança? Simplesmente resolveram ir na frente? Que bando de

Então viram os cavalos. Pescoços cortados, terra regada por seus sangues. Mortos, muito recentemente. As moscas ainda nem detectaram eles.  

Chagas avançou um pouco e desmontou. Se agachou perto dos animais, querendo ver os cortes. Já o cavalo de Hayashi se assustou um pouco com a visão e ficou impaciente, como se quisesse sair logo dali. O cavalo de Chagas ficou tranquilo.

Estavam onde a floresta deu trégua, onde um lago se formava a frente. E havia a ponte, num arco, alta, até o outro lado.

Só os cavalos? ─ disse Chagas, pensando alto.

E eu ─ disse o homem.

O cavalo de Hayashi relinchou com isso. Enquanto controlava o animal, ele olhou adiante, procurando de onde veio a voz. Do lago. Um homem, lá no meio, albino e com um ferimento que o dilacerou do ombro ao pescoço. Não dava pra saber se ele estava em pé, mas a água batia em suas clavículas ossudas. Apareceu do nada ou estivera lá desde sempre e os dois não o viram?

Estava longe, mas sua voz voo fácil até Chagas e Hayashi por causa do grande silêncio naquela floresta. Não havia som de animais nem nada. No máximo um chiado do vento nas folhas quando uma brisa misericordiosa resolvia aparecer. No mais, era silêncio absoluto e o homem falou alto o suficiente para ser bem percebido.

Chagas foi logo sacando uma espada.

Calma, irmandade ─ disse o homem, lá do meio do lago. ─ Calma aí. ─ Levantou as mãos, sinal de paz. ─ Ei, eu sou do vilarejo. Eu ando meio esquecido ultimamente. Mas sou do vilarejo.

Então ele se levantou. Estivera sentado ou ajoelhado ou dentro de um buraco. Estava sem roupas e agora a água batia em sua cintura ─ e um pouco acima, veja bem, havia um buraco. Um buraco vazio. Deveria ter um bucho lá, as tripas, tudo. Mas estava vazio. A pele ao redor rasgada, dilacerada. Ele não sangrava. E parecia bem. Disposto a conversar.

Não tenho me sentido bem ultimamente ─ ele disse, como se estivesse apenas com uma dor de cabeça. Por falar em cabeça, com o pescoço dilacerado daquele jeito, qualquer movimento brusco parecia bastar para romper os últimos músculos e tombar a cabeça. ─ Vocês viram os outros? Acho que me perdi dos outros... E encontrei esses cavalos aí... São seus...? Eh... quem são vocês mesmo?

Ou Chagas estava sem palavras ou estava dando a iniciativa para Hayashi.

Já Tenkai, que seguia a nordeste, cavalgando, parecia estar num ritmo mais lento do que a pé. Mas antes que decidisse mudar de estratégia, sua audição estendida lhe trouxe um som: um rugido, depois outro. Um rugido de guerra, de ataque. Estava longe e provavelmente vinha da direção que ele seguia.

Então seu cavalo ficou meio agitado. Por causa do rugido? Será que a montaria escutou?

Não, não era por causa do rugido: Tenkai olhou para trás, numa súbita sensação de estar sendo observado, e viu uma neblina.

Mesma coisa aconteceu com Ho, na sua rota alternativa. Em dado momento teve a impressão de sentir algo vindo da cimitarra. Apenas impressão. Mas isso o fez desviar a atenção do caminho por um tempo, e, com o canto dos olhos percebeu a neblina que vinha por trás.

Nos dois casos, a neblina não parecia se mover. Não parecia agora, que eles a viram.

Era uma neblina como qualquer outra, branca, na altura das árvores, digna de uma manhã fria com geada. Só que estava fazendo calor! E outra: eles não cruzaram a neblina durante suas respectivas caminhadas. De onde foi que ela veio?  

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Mensagem por Bluesday Ter Jul 07, 2015 6:56 am

Enquanto seguiam caminho, o sobrinho do contratante se interessou pela habilidade do elfo com as flores.

Na verdade não é bem flores que eu posso conjurar. E está longe de ser um truque — Tenkai ficou meio sem saber como responder. Parecia incerto do que dizer. Mas tentou explicar — Originalmente sou um elfo da floresta de terras distantes de Lodoss. Lá nossa conexão com a floresta sempre foi muito grande. E por isso eu consegui desenvolver este dom com a natureza. Dessa forma me sinto mais ligado ao meu povo que... — O guerreiro dava a entender pelo jeito que ele interrompia o que falava, que a civilização élfica da terra natal de Tenkai já não existia mais por algum motivo nada agradável — Bom. É uma habilidade sensacional. Se tivermos a oportunidade, espero lhe mostrar toda a extensão dessa minha conexão natural.

O elfo não fez mensura de como Chagas poderia adquirir tal habilidade. Era algo único assim dizendo. Talvez ele tivesse uma ligação com outras coisas. Mas a respeito de Tália, Tenkai já fez um comentário.

Sinceramente não sei o que você vê naquela garota. Admito que estou longe de ser um conselheiro amoroso, mas se ela não lhe da a mínima atenção, é porque ela talvez não mereça seu tempo. Quem sabe não há alguma jovem mais atenciosa e que você esteja ignorando, hu?

O dialogo estava de certa forma, bem promissor. Mas a única coisa que devia avançar ali, era a missão. Tenkai decidiu seguir pelo nordeste e encontrar os três idiotas que por alguma razão decidiram seguir sozinhos. Alguma merda iria dar e até mesmo o cavalo do elfo percebia isso, pois foi quando a caminhada estava ficando um tanto vagarosa demais, que o animal se agitava logo após o aventureiro ouvir rugidos. Parecia que uma batalha estava sendo travado. Entretanto, algo dizia ao elfo que aquilo talvez fosse mais um massacre que uma batalha.

No entanto, antes que o elfo pudesse tomar alguma atitude quanto aquilo, ele notava uma nevoa em suas costas. Ele voltou sua atenção a ela e estreitou os olhos.

" Desde quando isso está ai? Será que estamos em uma floresta encantada? "

Não tenho tempo para isso agora — Tenkai agitou as rédeas ao mesmo tempo que comandava seu cavalo — Vamos amigo. Mostre-me o significado da velocidade!

E se posicionava de forma que ao cavalgar com rapidez, o corpo dele cortasse o vento com mais facilidade, facilitando a locomoção do cavalo.

Em meio a corrida seguindo o rastro em direção ao local de onde vieram os rugidos, o guerreiro logo tratou de puxar seu arco e duas flechas, mantendo uma presa nos dentes e outras em sua mão. Sentia que quando encontrasse o desfecho da batalha, ele teria que agir rápido. E se encontrasse algo, já estaria pronto para retesar seu arco e disparar a primeira flecha em algum ponto desprotegido do corpo dos possíveis inimigos. Para logo em seguida alvejar outro alvo com a fecha que estava esperando ser lançada.

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Mensagem por Knock Sex Jul 10, 2015 7:03 pm

Eu estava decidido. Iria e ponto. Chagas ainda tentou me convencer, algo me balançou e me induziu a ir com Chagas, mas eu não ouvi, então acenei com a mão e parti, mas... eu estava enganado.

Andei por alguns minutos, ainda conseguia ver a trilha... O que me levara a fazer aquilo? Cada minuto que passava, eu continuava na minha decisão, mas com o tempo, percebi que não fazia sentido a minha permanência naquela trilha. Nesse instante me senti incomodado, a cimitarra parecera tremer em minha cintura, então por instinto virei para trás, então pude perceber uma densa névoa se aproximando lentamente... Névoa? Com aquele calor? Talvez fosse a porta do inferno, brinquei... satirizei na verdade, mas... nisso o temor tomou conta da minha mente, então decidi cortar à diagonal a fim de encontrar a trilha deixada pelos orcs e ir atrás de Chagas e os outros.

Eu esperava que não fosse tarde demais, mas seria pior se eu continuasse errando propositalmente, além disso, não sou uma criatura considerada pura pelos humanos, então se eu estivesse na boca do inferno, não seria tão problemático. Talvez eu encontrasse umas putas do tal do Flint e talvez eu pudesse chama-las para dançar com os nossos inimigos. Eu ria, ria, ria. Eu pensava “Não gosto de dançar com essas putas velhas”.

Meus pés se apressavam, a final de contas, eu não queria ficar imerso naquela... fumaça branca, nem deixar Chagas e os outros dançando sozinho com as outras vadias.


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Mensagem por Hummingbird Dom Jul 12, 2015 1:42 pm

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Sobre minha travessura? Os outros dois aceitaram sim! Aquilo estava ficando tão divertido. Só fiquei um pouco sentido quando o mascarado decidiu que os cavalos tinham de morrer. É, Guloso foi um bom amigo, pena que para aquela travessura dar certo, ele teria de morrer.

Sem mais... seguimos em frente, agora, a pé.

Eu estava empolgado. Embora olhasse pra todos os lados e não ouvisse sequer algum som ou animal por perto, aquela trilha ao lado dos outros dois estava ficando interessante. Pelo que entendi, estávamos seguindo os tais orcs. Isso, isso! Eles desviaram da trilha de antes e parte deles seguiram por aqui. Na minha cabeça eu estava sentindo alguma coisa estranha..não sei dizer. Parecia um aperto...um sinal de perigo. E então, num determinado momento, pensei ter ouvido alguma coisa. Foi tão sutil que, se não fosse pelo silêncio absoluto na mata, eu não teria notado. Parei a caminhada, apoiando minhas mãos nas alças da minha pequena mochila de viagem. Meus pertences estavam todos dentro dela. Ergui o rosto, de forma a derrubar o capuz e revelar meus olhos brilhantes de encontro ao verde da mata. Não encontrei nada. E então, outro barulho. O que diabos tava acontecendo?

— Hmmm...desde quando tem mais gente na brincadeira? - Murmurei, cheio de inocência. Era engraçado pensar que, em alguns momentos, longe da influência dele, eu tinha liberdade pra agir sem neuroses ou dores de cabeça. Pensei em virar para traz e perguntar pros outros dois sobre o que estava acontecendo, mas, aquela estranha sensação voltou a me atingir. Minha orelha começou a coçar como se pegasse fogo. Eu senti, juro que senti! Se eu ficasse ali mais um minuto...

Não!

— O que diab... - Tentei correr. O mais rápido que pudesse, ganhando espaço no terreno a frente e tentando contornar alguma das árvores que houvessem por ali, afim de me esconder atrás dela. A julgar pelo meu tamanho, e pela mata ser mais fechada que outrora, alguma coisa me fez acreditar que essa seria a melhor escolha de reação no momento. Mas afinal, do que eu estava correndo mesmo? Sequer tive tempo de olhar, aquela sensação de perigo me fez esquecer os detalhes. E, para o caso de conseguir esconder-me atrás de uma das árvores, era o momento de parar. Modéstia parte, no esconde-esconde não serei derrotado. Eu só não podia ser encontrado. Alguma coisa me fez acreditar que ritmando a respiração bem lentamente, me ajudaria a me sobressair na brincadeira. E então...

— Feche os olhos, pirralho. Você precisa se concentrar neles se quiser fazer alguma coisa... - Disse aquela voz. Quase como um sussurro.

Bem, ao menos meu ouvido parou de queimar. E eu resolvi seguir seu conselho. Fecharia os olhos então, assumindo a postura que por algum motivo eu imaginava ser essencial pra alguma coisa. Não sei dizer, talvez aquilo estivesse me fazendo sentir alguma "coisa" ou energia vindo daqueles que estavam do outro lado. Não só os dois do meu grupo, mas também, quem quer que apareceu depois. Incrível... eu parecia estar mergulhando em escuridão, ao mesmo tempo que conseguia ver a "luz" dentro deles. O que seria aquilo afinal?


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Mensagem por Hayashi Dom Jul 12, 2015 3:59 pm

Chagas começou uma conversa. Havia ficado encantado pelo "truque das flores" de Tenkai, os dois trocaram algumas palavas e o elfo entrou em um assunto que também me incomodava. Será que todo esse esforço que Chagas tinha para tentar algo a mais com Tália não estava lhe consumindo de mais? Bem, como Tenkia havia dito, ela não parecia dar atenção a ele. E todo esse esforço de Chagas poderia ser usado por outra pessoa. 

- Concordo com o Tenkai. Ela não parece dar bola para você... Não quero que você perca suas esperanças com ela, mas... É difícil. Dê uma olhada em volta, Seu Chagas. Quem sabe tenha alguma gatinha querendo o senhor e você não sabe. - E dei uma piscadela, depois de dar uma risadinha reconfortante. 

Continuamos a Cavalgar, chegamos onde o caminho se dividia. Tenkai argumentou, eu fiquei calado, Ho também disse alguma coisa, e eu na minha, apenas direcionei o cavalo para o lado de Chagas. Eu não sei o motivo, mas queria ir com Chagas. Acho que é por ele ser engraçado. As decisões foram tomadas, nós dois para o Norte, Tenkai para o Nordeste e Ho iria para um caminho alternativo. Chagas cavalgou, eu o segui. 

- Boa sorte, aos dois. - Desejei aos parceiros que iriam se separar de nós. 

Cavalgamos, depois de um tempo Chagas perguntou sobre o que havia dado na cabeça das "duas putas e da criança". E ele não havia terminado seu xingamento. Eu não sabia o motivo ainda, eu estava olhando para Chagas, e ele para a frente. Naturalmente, respondi.

- Não sei, mas eu não confio muito nas duas putas. - E olhei para a frente, vendo uma imagem um tanto perturbadora. 

Os cavalos do trio que havia partido. Todos mortos, com os pescoços cortados. 

- Porra! Aconteceu alguma merda aqui!

Eu estava prestes a descer do cavalo, um pouco assustado pela cena, quando Chagas perguntou algo que nem ouvi direito a respeito dos cavalos e logo uma voz marcou presença. 

Meu cavalo relinchou e eu quase cai, tentei acalmar o bicho enquanto procurava o dono da voz, até que vi uma figura no meio do lago, com um corte ridículo que dilacerava seu ombro ao seu pescoço. Era para ele estar morto, se não me engano. Era branco, parecia estar calmo. Será que ele não sabia que morreria? Ou já havia morrido? 

- Caralho o que aconteceu com o pescoço daquele cara?! - Foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca. 

O engraçado é que ele estava longe. Mas parecia que ele queria ser ouvido, por isso havia falado em bom tom. Chagas sacou sua espada. Então o homem falou que estava em paz, levantou os braços em sinal amistoso. E então se levantou, parecia que estava sentado na água do lago. Ao levantar notei que tinha um buraco causado por alguma coisa, mas esse buraco não sangrava e não tinha órgão nenhum lá dentro. Isso respondeu a pergunta que eu tinha feito pra mim mesmo. Ele deveria estar morto e não sabia. 

Chagas não falava nada. Quem sabe ele queria que eu respondesse a pergunta que o homem tinha feito. 

- Viajantes... e você não notou isso aí no meio não? Deve ser por isso que você não se sente bem. E você, o que está fazendo aqui? É bem suspeito sabia? E você viu como esses cavalos vieram parar aqui? Tinha mais alguém? Ou melhor, tinha alguém montados nos cavalos? 

Puxei com o dedo o laço da cordinha que prendia a espada as costas. Segurei pelo cabo, não estava ameaçando ninguém, foi apenas de garantia. 

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Mensagem por NR Sérpico Ter Jul 14, 2015 11:59 pm

11. Morte? Ora, é só um sentimento

“Isso aí no meio?”, disse Hayashi e o homem olhou. Parece que tinham apontado uma sujeira em sua roupa que antes ele não tinha visto, hm. Ficou atônito com a nova percepção. Ficou até um pouco pálido.

É. Acho que é por isso que não estou me sentindo... bem ─ disse, com a voz meio tremula apesar da ironia. ─ Eu ─ Agora ele parecia quase vivo, passando a língua nos lábios como se estivesse todo seco de tensão. Até começou a mover uma mão, buscando o “ferimento”, enquanto fazia uma careta de dor antecipada. Mas não chegou a tocar em nada e respirou fundo algumas vezes. ─ Eu realmente não estou bem. ─ Levantou os olhos para Chagas e Hayashi, como que para confirmar algo no semblante deles. Algo bem ruim, por sinal. ─ Eu estava apenas... eu estava aqui e... eu... eu não lembro como vim parar aqui. Que coisa, não?

Pois é. Ele olhou para os cavalos. Tinha mais alguém? Ele pareceu pensar muito antes de responder Hayashi.

Não. Quando cheguei... quando percebi... os cavalos já estavam aí, bem... er... mortos. ─ Então ele pareceu fazer o dois mais dois. ─ Ah santo Zaltar! Eu também estou morto! ─ Ele olhou para as próprias mãos pálidas erguidas ante a face. Agora ele parecia tremer bastante. Mas o lago mal se movia. ─ Eu estou morto, irmandade? Não, diga que não. Eu realmente... eu apenas me sinto... não posso estar morto!

Você me parece bem morto, irmandade. Exceto que fala bastante. ─ respondeu Chagas. Agora um pouco calmo. Guardou a espada. ─ Quem te beijou no cangote e no umbigo?

Eu não lembro. Lembro dos outros. Eu estava junto dos outros. É. Estávamos indo até o túnel ─ Ele se virou, apontando para a montanha ao longe. ─ Estávamos procurando alguém. Oh, droga. Os mineradores! Estávamos indo procurar eles! Já estávamos lá!

E...? ─ Chagas parecia realmente interessado. ─ O que houve? Holmes

Vimos o túnel ─ Agora ele estava lembrando, os olhos num brilho de insight. ─ Estava lacrado. Com tábuas. Por dentro. Alguém lacrou o túnel por dentro! Holmes... sim, Holmes. Muito inteligente. Disse que os minerados tinham se trancado. Era o que parecia... E tinha aquela maldita neblina, por todo lado... Íamos começar a entrar e então tudo ficou escuro, mas não por causa da neblina... Eu... ficou escuro, não vi mais nada... Eu estou mesmo morto?

Ele até parecia querer chorar. Colocou uma mão no peito, talvez querendo sentir o coração.

Eu... eu não me sinto morto, entendem... ─ Olhou para o lago. ─ Eu estava aqui, tomando um banho. Era isso. Colhendo ostras e pedrinhas verdes, verdes como os olhos da Cassandra, verdes como os orcs. A água está fria, se querem saber. Meu gato não gosta de água fria. O nome dele é Zap, bem sapeca. Um gato selvagem. Ele não gosta. Gosta é de milho. ─ O homem olhava aleatoriamente para os lados do lago, como se enxergasse algo lá. ─ Eles me chamam. Acho que é por isso que eu vim até aqui. Não foi para tomar banho, não. Tem uma irmandade bem aqui. Pena que a água é fria. Sim, eu tenho que lavar a cabeça por causa da coceira. Mas eu não me sinto. Não me sinto... Deixa eu ver aqui.

Então, desorientado como estava, mergulhou no lago para lavar a cabeça por causa da coceira. E não levantou mais. Já tinha cumprido o seu tempo.

Chagas:

Vish. Doido de morrer.

O cavalo de Hayashi relaxou. Chagas retornou até o seu, montou, e se dirigiu para a ponte. Cruzaram o lugar. As madeiras rangendo, mas suportando o peso deles. Ponte bem feita, talvez outra obra de anões. Ela fazia um arco, de modo que o centro era o ponto mais elevado. E de lá viram alguns totens em meio a floresta.

Postos de trabalho ─ disse Chagas. ─ Estamos indo para aquele lá. ─ ele apontou para um totem vermelho, a norte, praticamente seguindo reto a partir da ponte. ─ A entrada do túnel.

Hayashi, enquanto passava, deu uma pequena olhada para baixo, para o lago. Teve a impressão de ver carcaças lá, submergidas. Logo, não mais uma impressão: ele realmente viu partes de animais, como a cabeça de um lobo, o tronco de um provável gorila, alguns pássaros, um braço e duas pernas de gente e outras coisas indecifráveis. Não havia atividade de peixes ali. Não mais. Olhando de cima, o lago parecia ganhar o aspecto de podre que merecia, estagnado com tanta porcaria. Chagas também viu.

Melhor irmos depressa ─ disse, sério.

Terminaram de cruzar a ponte e cavalgaram o mais rápido que a floresta deixou. O rastro dos orcs estava lá, seguindo fielmente para o túnel. Depois de um tempo de cavalgada, a montanha já bem crescida diante deles, começaram a sentir o cheiro. E a ouvir as moscas. Logo se revelou diante deles uma matilha inteira. Mortos, dilacerados por, aparentemente, mordidas. Alguns deles tinham partes inteiras comidas. Outros foram apenas abatidos com selvageria. Não pareciam mortos a muito tempo.

O cavalo de Hayashi não gostou, de novo. Mas manteve a compostura. Chagas fez um chiado com a boca.

Hayashi, olhos abertos. Se notar uma neblina, por mais natural que ela pareça, apenas cavalgue. Cavalgue como se escapasse do fogo condenador. Não é brincadeira. Agora vejo. Essa floresta está assim... quieta... por causa d’O Animal. Os orcs não foram os únicos a retornar dos mortos... ─ Ele olhava para trás, para os lados. Não parecia disposto a explicar as coisas que dissera. ─ Droga. ─ Praguejou, e forçou o cavalo a frente. ─ O filha da puta tá matando a floresta inteira!

Continuaram. A floresta terminou. A montanha era o mundo que os olhos enxergavam. O totem estava lá, ao lado de algumas estruturas de madeira, como velhos estábulos e pequenas cabines para guardar coisas. Ao redor, corpos. Homens armados, alguns em cota de malha ─ todos, agora, em cota de moscas. Mortos a mordidas. Alguns com semblante de surpresa, outros serenos, como se dormissem quando aconteceu. O corpo daquele morto no lago estava lá, o pescoço rasgado, o tronco violado. Era um dos serenos. Provavelmente não sentiu a morte.

O rastro dos orcs seguia para o túnel ─ que estava lacrado com madeiras na horizontal, marteladas no batente da entrada, exatamente como o morto dissera. Bom, não tão exatamente assim: algumas madeiras foram removidas, provavelmente o suficiente para que alguém passasse saltando por cima. Resumindo: um metro da entrada, de baixo para cima, ainda estava lacrada e fornecendo cobertura.

Cobertura para os dois orcs que estavam lá, agachados sobre um joelho e com os arcos retesados. Dispararam. Chagas ia na frente e para ele foram as duas flechas. Uma pegou no cavalo, a outra errou o alvo.  

Ele começou a girar o cavalo, para que voltasse para a floresta onde não poderiam ser alvejados. Hayashi entendeu a ideia e já ia fazendo o mesmo. Mas quando ambos viraram e viram, lá, dentro da floresta, no caminho por onde passaram agorinha...

Viram a neblina.

É. Entre o martelo e a bigorna.

Do outro lado os dois orcs, verdes como as pedrinhas e os olhos de Cassandra, já iam preparando a segundo leva. Talvez mirassem em Hayashi agora.

Exatamente como fizeram com Neil. Ele realmente era o próximo alvo. Parado como ficou, foi até fácil. Sentiu as duas pontadas nas costas, lhe roubando subitamente o ar. Ao mesmo tempo, um dos orcs corria para ele. Se o desgraçado sorria ou apenas tinha dentes muito grandes, bem, era um mistério. Mas ele veio, veio contente, pois estava possesso do sentimento jubiloso de quem tira uma vida e sente prazer nisso.

O machado foi no peito, jogando Neil para trás, mais atordoado do que retalhado. Era uma arma pesada e cega, aquela.

Neil estava no chão quando a percepção voltou a funcionar. Luzes de fosfeno brilhavam nos seus olhos, como se a pancada tivesse sido na cabeça. Talvez tivesse batido com a cabeça no chão quando caiu, hm. Mas que seja diagnosticado depois. De alguma forma, caiu de lado, sobre um ombro, de modo que as flechas cravadas não afundaram mais. Estava tentando levantar, muito ciente que mais uma porrada e meia poderia ser definitivo.

O orc disse:

Eu posso mijar nesse aqui, Roz?

E Roz não respondeu pois estava terminando com Gregar. O machado de Roz subiu e desceu, um flash na floresta. Gregar até fez algum movimento, mas tornou a afundar no solo quando o machado entrou nas omoplatas. Graças aos deuses pela armadura de couro, que não deixou o machado ir mais fundo. Graças aos deuses por Roz ser vesgo e errar o golpe por alguns centímetros, pois na verdade o alvo era pescoço, onde, se acertasse, poderia decepar de lá a cabeça mascarada do mercenário.

Um pé pisou na cabeça de Gregar, meio que para mantê-lo quieto enquanto o machado é removido do meio da carne e do couro pegajoso. Um puxão, dois puxões e o machado saiu. O pé não. Ficou lá pra ajudar na pontaria e pra manter Gregar no chão.

Fica quieto aí ─ advertiu o orc. E então a sentença que antecede a lâmina: ─ Vai ser só uma picadinha.

Mas essa picadinha estava longe em grau, número e gênero daquela feita pra colher os sangues.

Já Sean se mexeu pra valer. E um vulto metálico brilhou no canto do olho. E ele ouviu um “ei!”, que parecia um lamento de quem erra o alvo. Fosse o que fosse, ficou pra trás, pois o menino se mandou, correndo pra qualquer lugar, se esquivando das árvores. Milagrosamente não tropeçou nem nada, mesmo quando aumentou a velocidade ao notar que estava sendo perseguido. Correu, como se escapasse do fogo da condenação! E correu... por quanto tempo? Não sabia dizer, mas se viu, de repente, parado, escorado num carvalho igual ao que esvaziara a bexiga no início disso tudo. As raízes saltadas para fora da terra e tão altas quanto ele serviram para escondê-lo.

Então se concentrou. A respiração foi voltando ao normal junto com baque do coração. A habilidade estava pronta. E quase no mesmo instante, viu um orc alto e com espada passando direto, indo para lá, procurando por alguém. Dentro do seu alcance e razoavelmente desprevenido...

Desprevenido... Não dá para dizer que Tenkai estava desprevenido. Mas ele deu as costas para a neblina e seguiu cavalgando. Isso não foi certo. Pois então a neblina terminou de o envolver e os seus ossos doeram no mesmo instante. Era como ter artrite em dias de chuva. Uma irritação por causa daquela atmosfera anormal, onde o calor da manhã não penetrava.

Ele tentava manter o cavalo rápido, mas este, agora cego por causa da neblina, meteu um casco onde não deveria e tropeçou com a perna quebrada. Caiu relinchando de dor e de medo, agitado mais com a neblina do que com a fratura. Pois não era o som de “batalha” que o tinha atiçado antes. Não mesmo.

Tenkai, na queda, conseguiu se desvencilhar rápido o suficiente para não ser esmagado pela própria montaria. Rolou de lado e quando olhou para o cavalo, ele estava lá num instante e no outro não mais. A neblina agora cobria tudo. Um metro a sua frente era o limite de sua visão. Mas ele sabia que o cavalo ainda estava lá, logo ali, caído e relinchando. Ainda o escutava. E o escutou gritar, escutou a mordida, o som molhado, espalhafatoso, como o de alguém muito esfomeado mordendo com vontade um volume considerável de macarrão com molho. Os relinchos foram ficando fracos.

Alguma coisa estava bem ali, a uma metro e meio de distância, matando o seu cavalo.

E Ho... bela sátira. Chagas teria concordado. “Talvez fosse a porta do inferno”, é, ele teria gostado, e teria falado pra correr daquilo, como se fosse a droga do fogo condenatório.

Ho não tentou seguir adiante, mas cortou a floresta noutra direção, prevendo que cedo ou tarde passaria pelo rastro a nordeste, por onde Tenkai fora. Cortou por ali, a neblina o envolvendo. Aos poucos deixou de sentir o calor da manhã. Seus ossos doeram. E a cimitarra pulsou uma vez.

Pulsou uma segunda vez quando ele escutou um som.

Não, não era o som de um relinchar de cavalo que ecoou não muito longe de onde estava.

Era um rosnado. Ele sentiu mais do que escutou. Um rosnado preso na garganta de alguma coisa ali, a sua frente. Talvez a dois metros dele. Não enxergava. Era tudo branco, embaçado. Mas ele sentia.

A coisa estava parada, esperando, atenta, curiosa. O rosnado não era de todo hostil. Mas até gatos domésticos rosnam um rosnado suave quando estão diante de comida.

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Mensagem por Hummingbird Sex Jul 17, 2015 8:47 pm

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Ufa! Que sorte não? Não! Acho que a palavra não foi sorte. Ele me deu um empurrãozinho e eu com consegui fugir até não muito longe, o suficiente pra encontrar um pequeno esconderijo entre as raízes saltadas de uma grande árvore. Agachado ali em baixo, senti aquela sensação de perigo desaparecer, e em seu lugar, uma estranha visão...como se tudo ficasse escuro como quando estou de olhos fechados. No entanto, eu era capaz de ver..de sentir. Um estranho brilho, mais parecia fogo. Abri os olhos e, ainda sentindo a mesma coisa, agora pude ver um grandalhão passando correndo por ali por traz. Estava seguindo meio desgovernado é isso? Mas o que mais me chamou atenção foi aquele brilho, uma chama dentro dele... eu sentia que era capaz de puxá-la. Ou melhor, que eu deveria puxá-la!

— Vamos, vá em frente criança. Você sabe como fazer, já fez isso antes... - Murmurou em deboche. Parecia mais estar me desafiando, ora essa!

Mas, por algum motivo, imaginei que não seria suficiente simplesmente puxar aquela chama do grandalhão. Veja bem, ele descobriria meu esconderijo muito facilmente se eu o fizesse, então..como proceder? Uma pedra? Isso, quero dizer...uma pedra! Ou um galho qualquer, qualquer objeto minimamente atrativo. Tentaria fazer o mínimo de movimentação possível, segurando um sorriso travesso no rosto, para apanhar algum objeto que estivesse a meu alcance no chão ao redor das raízes. Em caso de sucesso, tentaria arremessar o objeto pra outra direção, de preferência se conseguisse, alguma em que o grandalhão não passou e que fosse contrária a minha. Era tudo um tiro de sorte? Não importa, senti que era esse o momento. Chamando atenção do grandalhão com aquele barulho incomum, aproveitaria da distração pra tentar usar minha habilidade e puxar aquela chama que eu era capaz de ver dentro dele. Faria esforço pra manipular ela a distância, trazendo-a até mim, mesmo que disforme. Naquele momento eu só conseguia pensar em como seria engraçado se ele perdesse aquela força bruta que parecia ter? Não era interessante?

— Você pode fazer isso, é só querer... - Outra vez, seus murmúrios. Desta vez, senti que era verdade. Tentei seguir seu conselho. Queria a todo custo puxar parte da força escondida na ira do grandalhão junto da chama que eu manipulava.

Concluindo minha travessura então, as ideias não paravam de surgir na minha mente; pelo que me lembro ainda sou capaz de usar essa energia em alguém. Será que um daqueles dois - Neil ou Gregar - não ia gostar de usá-la? Pena que não sei onde eles estão. A julgar pela distância, não consegui senti-los por perto...

— Você pode me ajudar? - Pensei, inocente.

— Não seja ridículo, garoto. Ou quer que eu rasgue sua pele e tome seu corpo? - Retrucou.

E naquilo o silêncio. Tudo ocorria em pensamento, é claro...

— Você pode ficar com o resto da energia vital dele...mas eu preciso da sua ajuda por que não sei combater... - Quando eu digo que sobrevivi alguns anos naquela floresta maldita, não foi por minhas habilidades não. Quem me auxiliava no combate era ele. Pelo menos era isso que eu entendia por aqueles reflexos tão aguçados em momentos oportunos. Estou vivo agora por conta disso, não?

E de alguma forma, a oferta pareceu tentadora. Por diversão é claro. Admito que era difícil negociar alguma coisa com ele, mas quando eu sinto que aquela dor de cabeça se foi e uma certeza me invade a mente, considero como um sim. Desta forma, se possível, puxaria minha Adaga da mochila e sem mais delongas, correria na direção do tal grandalhão. Tentaria fazer da mesma maneira que antes; usar da vegetação ao meu favor. Era esse o instinto do qual mencionei outrora, me parecia mais certo fazer dessa forma. E num ziguezague confuso, faria de tudo pra chegar nas pernas do grandalhão e cortá-las com minha arma num avanço que eu julgasse ser mais certeiro no momento. Era difícil concluir alguma coisa no calor do momento, então ataquei acreditando no instinto, admito. Seguido do ataque, voltaria a correr pela mata tentando encontrar outro esconderijo para repousar pós ataque...

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Mensagem por Knock Sex Jul 17, 2015 11:14 pm

Eu havia corrido a fim de encontrar a trilha que Chagas seguira e afim de fugir da névoa maldita, mas as coisas não saíram como eu havia planejado. Corri. Corri. Entretanto, quando dei por mim, a névoa já tinha me agarrado.

Me senti perdido; senti meus ombros e algumas partes do meu corpo arderem, senti a respiração mais forte. Mãos transpirarem frio. Senti-me quente dentro da armadura. Arfei. Abri a boca. Senti... medo.

Vi a trilha e a segui. Segui em ritmo menos acelerado, quase que tateando; tocando as árvores, tendo cuidado para não cair. Calor. Frio. Eu estava quente por fora e gélido por dentro. Odiei. Fazia cara feia. Queria sair dali. Queria derrubar a maldita floresta. Mataria todos por um pouco de brisa em meus cabelos e um grande porco assado à minha frente... e por quê não um pouco de hidromel... achava que era esse o nome... alguma coisa com mel no final... Talvez Mel devesse se chamar alguma das putas do honorável senhor Flerte. "KKK", sorri baixo. O silêncio me corroia. Até meu sorriso pareceu histerismo.

Um bom humor logo quebrado por algo que parecia um relinchar de um cavalo, será que era chagas?! Mas ao me aproximar mais um passo, o relinchar virava um estranho rosnar, o qual era calmo, ameaçador, mas o qual ainda não me atacaria. Parei; senti meus olhos arregalarem. A cimitarra gritou do jeito dela; a agarrei e a desembainhei. Minha doce sangue suga.

Parecia um rosnar felídeo, cujo dono continuava a me observar. Bicho estranho, imaginei. Fui logo pensando "Bípede? Quadrúpede? Garras! Presas!". Montei um monstro em minha cabeça, entretanto já poderia prever onde ele atacaria. Onde eu com raiva diante de uma presa e com fome atacaria?! Pescoço.

Hesitei em pegar a espada longa, pois julguei não haver tempo. Eu estava no descampado; em meio a floresta. Pensei em fugir, mas eu sabia que não adiantaria. Eu teria de ficar ali e aguentar o tranco com o demônio.

Olhei a cimitarra; não sabia se eu teria energia o suficiente para utiliza-la muitas vezes, então pensei... uma voz gritou em mim... "Vou morrer"... então relaxei... fitei o que não podia ver, agarrei a cimitarra e pensei: Talvez nos separaremos aqui. Me dê a luz do dia. Não quero descansar nessa noite.

Fiquei em posição de ataque. Eu previa que o ser viria por cima, me atingindo com as garras na tentativa de morder o meu pescoço e me destrair, então com a cimitarra em punho, dei um passo para a frente com uma das pernas e depois fiz o ataque de cima para baixo com a espada em direção ao ser desconhecido, esperando que ela mais uma vez me salvasse, ou pelo menos me desse o prazer de ferir mortalmente aquele que se apresentava na amigável, como meu inimigo.


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Mensagem por Bluesday Dom Jul 19, 2015 11:22 pm

" Posso pressentir o perigo e o caos. "

Foram essas as palavras que viajaram na mente do elfo após ser envolvido pela neblina e cair de seu cavalo pelo infeliz acidente.

" Essa neblina parece estar viva. Enquanto se observa ela, nada acontece, mas quando algo lhe distrai ou ignora a mesma, ela não lhe da escapatória. "

O elfo imaginava suposições referente a neblina. Podia estar certo ou completamente equivocado. Porém seu raciocínio foi interrompido por ruídos. Vindo do cavalo. Algo estava ali e pelo jeito estava se alimentando do pobre animal. Tenkai sentia que estava completamente sozinho. Precisava abrir caminho de alguma forma, mas antes dar um jeito na criatura.

" Farei isso rápido! "

O guerreiro ainda tinha que se encontrar com seus aliados. E por esse motivo não tinha muito tempo a perder. Então se posicionou de frente a onde vinha o barulho, ficando em uma excelente base e puxou sua espada rapidamente. Levou sua lâmina bem para trás e concentrou sua energia mais poderosa para fluir perfeitamente em seu corpo.

Seus olhos ganhavam mais vida e a íris se tornava da cor dourada. Ele em um movimento tão rápido que não se dava para acompanhar com os olhos. Ao menos não direito. E assim que executou este movimento, ele movia sua seu braço junto e como se o elfo estivesse cortando o vendo, ele com a espada disparava uma rajada poderosa em direção a criatura que se alimentava do cavalo. Assim que fez seu movimento, o elfo citou apenas duas palavras.

Esplendor... DOURADO!



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Mensagem por Gregar Ter Jul 21, 2015 12:08 pm

Estava certo. Sabia que o caminho que escolhia era perfeito para encontrar os orcs. Sabia disso, mas não tinha como prever que seriam tão furtivos. Em toda minha experiência com orcs, eles eram burros. Adorava gente assim, simples e direta, honestos com seus desejos de destruição e massacre, a maior parte dos orcs era assim. Até gostava de orcs, claro que isso era antes de entrar naquela floresta. Eu mesmo pouco ligava para combate honrado, não me importava em atacar oponente qualquer pelas costas, ou surpreende-los com qualquer coisa que fosse. Claro que tudo era diferente quando era eu quem recebia flechadas as costas,d uas delas ainda por cima. Sabia que graças a Kenna não doía tanto, mas ainda as sentia, ferro e madeira perfurando minhas costas, atravessando carne e explodindo em sangue.
 
Antes que percebesse estava no chão, atordoado pelo impacto. Os músculos estavam rígidos, estranhos em sua maior parte, mas não tinha tempo para simplesmente me preparar, outra criatura se punha contra mim. Um orc legítimo dessa vez. Vinha gritando e balançando seu machado de um lado para o outro, atingia-me. Diretamente em minhas costas, sentia o machado rasgando carne e atravessando o couro da armadura. Sentia o sangue escorrendo para fora do corpo, poderia pensar que eram litros, mas não tinha como medir, não em tal momento. Estranhamente estava calmo, era claro o que teria de fazer. Sentia com calma os puxões do machado, ele saia de meu corpo, ria comigo mesmo quando percebia o que tinha de ser feito. Estava para ser morto é verdade, a escolha era clara. Mataria antes de morrer. 

Em uma rajada única explodiria a energia gélida. Uma forma que culminava em uma lança que iria surgir imediatamente ao meu lado, erguendo-se contra o orc de modo a empala-lo, era um simples projétil a uma distancia minúscula. Perguntava-me se ele seria rápido o bastante para se esquivar daquilo. Não importava, não necessariamente. Sentia a energia se descontrolando dentro de mim, as mãos cresciam enquanto chifres brotavam e forçavam a máscara para fora de meu rosto. Detestava a sensação da possessão, mas a força que ela concretizava era inegável. Sorria por dentro, ensandecido pela própria energia caótica que fluía da fusão das almas, ao menos tinha meus alvos, os orcs.

Guiava-me com instintos. Lembrava-me das flechas, perigo, os machados também. Abater o que puder ser visto. Rugia para os céus, então corria para contra o primeiro orc que visse. A lança em punho, arma que atirava contra a primeira criatura que visse. Simples e direto, em um movimento de arremesso não cessado pela corrida, ainda tinha a magia comigo. No único caso de errar ou da lança não bastar, atiraria uma dupla de pequenos flocos contra meu alvo, antes de eu mesmo saltar sobre ele, e ataca-los com as garras. De cima a baixo, cortando sua face com as mãos ossudas. Não poderia parar nesse momento, continuaria caçando, buscando cada qual dos orcs, principalmente os arqueiros, me escondendo atrás das árvores, me movendo de um lado para outro em busca deles. 

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Mensagem por NR Sérpico Sex Jul 24, 2015 10:24 pm

12. Suvenir

Houve luz. Ho puxou a cimitarra e desejou ver, desejou a luz. A cimitarra compreendeu e cobrou o preço. Energia correu do seu braço, fazendo brilhar a esmeralda no cabo da arma, que vibrou, emanando subitamente luz clara. Um pequeno pedaço do sol, ali, nas mãos de Ho. Ele pôde ouvir um novo som, um ronronar esquisito, em resposta àquela luz toda. E viu. Viu o que talvez sua mente já vinha desenhando. Viu uma espécie de lobo. Grande, um pouco menor que um cavalo. Um lobo atroz, cinzento, tal como a neblina que agora recuava. Sua pelagem estava toda arrepiada. Ele, em posição de ataque. Mas recuando, junto com a neblina. Confuso. Cego.

Então a luz se intensificou e a neblina sumiu. Ho enxergava novamente e seus ossos não doíam mais.

Então a luz se apagou. O lobo voltou a ver. E saltou, um vulto cinza no ar. Rápido, embora o tamanho. E Ho movimentou a cimitarra, outro vulto cinza. O bicho chegou perto, as garras negras raspando em Ho, o bafo, o rosnar interno de surpresa e raiva por ser impedido pelo contragolpe. Ho cortou, e precisou de força para atirar o animal para o lado, tirá-lo de sua reta. O animal se chocou numa árvore, e parou. Fez um som, como se sentisse dor. Mas não pelo golpe da cimitarra. Foi ferido, verdade. Mas a dor parecia vir de outra coisa. O próprio Ho sabia não ter cortado tão fundo para ganhar um choro daquele em resposta.

O choro veio no instante que o outro fora atingido. Pois Tenkai não estava para brincadeira. Invocou sua própria luz em forma de destruição. Um pouco antes do ataque, a neblina se dissipou subitamente (obra de Ho) e ele pôde ver o alvo. Mesma coisa: um lobo atroz, cinzento, mas com o rosto todo vermelho de sangue de cavalo. O bicho ergueu o focinho, dentes amostra, para Tenkai, como a querer satisfação de como a neblina fora embora, mas não teve tempo de rosnar ou saltar para cima do elfo. O Esplendor Dourado voo sobre ele, quase a queima roupa, o engolindo por completo. O raio abriu uma trilha na floresta, comendo parte da terra e das árvores. A floresta não estava mais em silêncio. Após o golpe, Tenkai visualizou restos brilhosos no lugar do lobo. Como uma poeira mágica, que logo deixou de brilhar e se tornou cinzas na terra. Morreu e nem sentiu.

O outro sentiu e Ho aproveitou a chance. Ao mesmo tempo que um raio passava à alguns metros de onde estava, ele golpeava de baixo para cima, pegando facilmente o lobo semiparalisado. Um golpe sujo, que abriu a cabeça do animal que se tornou poeira antes mesmo de tombar. A poeira brilhava e, um instante depois, não mais.    

Ambos se viram através da nova trilha na mata. Não havia mais neblina em parte alguma.

Mentira. Ainda havia sim. Lá, com Hayashi. O cavalo girou para acompanhar Chagas, mas estava indeciso e com medo. A neblina parecia o amedrontar muito. Mais do que a flecha que o pegou no flanco e o fez empinar um pouco ─ o que serviu para que a outra flecha passasse zunindo perto de Hayashi, sem atingi-lo. Por pouco.

Chagas também não sabia ao certo o que fazer. Então girou de novo, saindo da floresta, e indo para a caverna. Os orcs não acreditaram no movimento, se atrapalharam com a nova flecha, dispararam tarde demais: Chagas e sua Torre Negra atropelaram as madeiras e os orcs logo atrás. Ele entrou no túnel, abrindo passagem com ignorância.

Hayashi ficou. Num instante enxergava o túnel, num instante presenciou o movimento de Chagas lá pra dentro, atropelando os orcs e ignorando a chance de levar flechas. Viu tudo isso. E de repente não viu mais nada, apenas a neblina. Rápida, a safada. Mas não tão rápida quanto a criatura nela escondida. Saltou, um peso enorme se chocando contra Hayashi e o tirando da sela. Seu cavalo relinchando, indo pra longe. Hayashi agora rolando no chão, sem ar. Parou de rolar, tentou se erguer e algo veio para cima dele. Não enxergava, mas sentia. Sentia a presença d’O Animal. E sentiu os seus dentes entrando, bem acima do cotovelo esquerdo. Seja o que for, tinha uma mandíbula enorme, pegando do braço até o ombro. E a mordida era paralisante ─ Hayashi sentiu um choque correr pelo seu corpo, que o impediu de se erguer por completo, ficando sob um joelho.

Na escuridão branca, mas perto como estava, conseguiu interpretar que aquilo era um lobo atroz.

A criatura fez força, os dentes entrando e coçando o osso do braço. Daqui a pouco, se o bicho desse um puxão, um sacolejo... É, ele queria arrancar um pedaço de Hayashi. Um suvenir, para deixar no fundo do lago mais tarde.  

E por falar em suvenir, ou melhor, manias estranhas:

Hein, Roz? Posso? Acho que ele não vai ligar. Estará morrendo mesmo, igual o soldado da tumba.

Mas Roz não respondeu, pois ainda estava terminando com Gregar. Tinha de ter certeza da pontaria. Ensaiou uma vez. Sorriu, mas Gregar não viu. E quando Roz estava pronto, uma lança de gelo apareceu do nada, bem a sua frente, o empalando. Gregar ouviu o que deveria ser um “Huh!”. O pé saiu de cima de sua cabeça e ele viu o orc segurando a lança de gelo que atravessara seu corpo, engasgado de susto e dor, dando passos para trás.

Hein, Roz? ─ este ainda estava contente em assistir Neil se levantar. Nem percebeu o que acontecia com Roz, logo atrás de si. ─ Faz parecer que eles se mijaram antes de ir pro outro lado. ─ E riu, idiota.

Gregar se levantou, dor dizendo para ele ficar quieto, mas assim não daria pra matar, e se não matasse, morreria, certo? Por aí. Então se levantou, transformado.

E foi quando todos escutaram o som de algo abrindo caminho pela floresta, e viram um feixe de luz ao longe (Tenkai mandando lembranças) que deve ter bastado para distrair os dois orcs arqueiros por um segundo. Então Gregar se mexeu e duas flechas voaram para onde ele estivera. O possuído correu com a lança pronta e empalou de novo o orc chamado Roz. Este o encarou com um olhar vesgo. E duas vezes mais vesgo por causa da raiva. Três vezes, se contabilizarmos a dor. Gregar o golpeou, agora com as garras. Roz tentou se afastar, viu que não ia dar tempo, ergueu um braço pra se defender, ganhando rasgos no ante braço.  

Mok! ─ ele disse, os dentes pintados de sangue. ─ Mok, seu puto! Aqui!  

E Mok girou nos calcanhares, esquecendo Neil. Viu Roz subjugado por Gregar e rugiu, correndo até o possuído com o machado a balançar. Gregar tentou se afastar, tentou puxar a lança de volta, mas Roz a segurou. Então o machado de Mok desceu e Gregar deu passo para o lado, se esquivando a tempo. Mok era forte ─ rapidamente removeu a arma da terra e já foi preparando novo golpe, querendo acertar Gregar mas, principalmente, o empurrar pra longe de Roz.

Gregar podia puxar de volta a lança, mas aí talvez não seria tão rápido pra evitar o machado de Mok. E ficar perto dos dois orcs fornecia uma certa cobertura dos arqueiros, que não iriam disparar, por medo de fogo amigo. Bom, talvez não disparassem.

Na verdade não iam disparar, pois já tinham deixado suas posições. O ataque de Tenkai, lá atrás, denunciou mais inimigos para enfrentar, o que significava reagrupar, criar novas vantagens. Não iam ficar ali para enfrentar o time inteiro deles. Confiavam em suas capacidades, mas, bem, Roz estava bem ferido e o terceiro orc corporal sumira, indo atrás da criança. Poderiam estar em desvantagem numérica, dependendo de quantos estavam chegando.

Então deixaram os seus postos e de repente estavam perto de Neil ─ que, agora sim, viu luzes de fosfeno explodirem em seu campo de visão por causa da pancada na nuca, dada por um dos arqueiros. O outro se abaixou e o pegou, o ergueu até o ombro. E começou a correr, carregando Neil.

Gregar estava ocupado, mas teve a impressão de ter visto os dois arqueiros pegando Neil e correndo com ele, meio circulando a região, ambos querendo passar por Gregar, para chegar na clareira logo a frente, onde as moscas cantavam e havia cheiro de podridão.

Enquanto isso, Sean repensou sua ação. Pegou uma pedra, jogou pra lá. O orc girou a cabeça, os olhos apertados. Seguiu naquela direção, farejando. Farejando! Ele sentia que Sean estava por ali. Mas não sabia onde exatamente. Foi pra lá, remexeu nos arbustos, impaciente. Sean vendo tudo, quase que se divertindo. Exceto pelo diálogo interno, nada divertido, hm. Mas o dialogo veio só depois dele usar a habilidade. Puxou a força do inimigo, que de repente perdeu o equilíbrio e se apoio numa árvore. Ele não estava bem. Deixou cair a espada velha. Levou a mão ao rosto. Enfermo, infectado? Olhou para os lados, querendo uma resposta visível. E viu Sean já sobre si, com uma adaga na mão.

Sean, o coração forte no peito, esteve perto de um total golpe surpresa quando o orc o viu. Mas tudo bem: ser descoberto só lhe conferiu mais desespero no golpe, que rasgou o orc atrás de um joelho. O inimigo gritou antes mesmo da perfuração. Gritou depois também. E caiu, pesado, desorientado. Quando caiu, pareceu recobrar os sentidos. Mas não a força. Suas mãos se ergueram para tentar pegar Sean, que recuou imediatamente.

Seu... ─ ele arfou, entre dentes, arranhado o ar.

Depois começou a esticar a mão em busca da espada, que tinha caído ali perto. Então, quando recuava pra se esconder novamente, Sean ouviu um som na mata (vulgo Tenkai), e soube que mais coisas aconteciam pra lá. O orc:

Volte aqui! ─ bradou o orc, mas... estava um tanto quanto sereno. Embora dissesse coisas como... ─ Seu covarde! Volte aqui agora mesmo! ─ ...ele não parecia tão furioso assim.

Afinal, parte de sua raiva também fora sugada. E ele tentava se levantar. Aos poucos, tentava se acostumar com o que tinha lhe acontecido.

E o cavalo de Tenkai também. Incrivelmente, o animal ainda suspirava. Mas talvez, não por muito tempo... Ho se aproximou; não estava longe, afinal. E então ouviram um novo rugido (Mok, indo pra cima de Gregar) por ali. Os outros estavam perto. E estavam em combate.

E Ho não deixou de perceber, novamente, que a pedra verde no cabo da cimitarra se tornara ainda mais opaca. E ganhara uma rachadura.

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Mensagem por Hayashi Dom Jul 26, 2015 11:57 am

Tinha algo mordendo meu braço, algo grande, feroz, sentia seu bafo quente, qualquer balanço e lá ia metade do meu braço. Estava desesperado, com medo e tentando segurar um grito. Eu não queria ser alimento daquela coisa, e principalmente: não queria terminar sendo um daqueles pedaços de gente dentro daquele lago.
 
Foi tudo tão rápido que me esqueci de dizer o que tinha acontecido até aqui. Foi assim:
 
Que papo de louco. – Disse para chagas quando voltamos para nosso caminho. O corpo daquele homem com um buracão estava no lago, seu tempo havia esgotado. Quem sabe ele só estava morrendo. Conversamos pouco, nos focamos mais na trilha, seguimos e seguimos até uma emboscada. O túnel estava aparentemente bloqueado, porém duas flechas saíram de lá, dois Orcs sorrateiros estavam servindo de sentinelas, por pouco as flechas não acertou Chagas, a outra apenas acertou o cavalo.
 
Estávamos prestes a voltar para a floresta, mas a neblina estava lá, Chagas não sabia o que fazer, eu também não. Ele correu para cima dos orcs e atropelou, quebrando a madeira que tampava passagem, mas depois eu não vi mais nada. Quando dei por mim estava dentro da neblina, mas a neblina não foi tão rápida quanto o filho da puta que estava escondido nela.
 
Levei um baque, caí no chão, rolei e depois que tentei levantar que veio a desgraça maior: os dentes daquela cria de satanás estavam nos ossos do meu braço. Forte, tentei , mas não consegui segurar o grito, gritei com tudo, tentando expulsar a dor e pedir socorro, com uma pitada de pânico e desespero.
 
Mas se eu ficasse ali por mais alguns segundos, ele iria arrancá-lo. A mordida havia me paralisado, não consegui levantar mais do que o joelho, mas por sorte eu tinha minha amiga lá, a espada num nó frouxo. Com o dedo do braço que estava livre, arranquei pela pontinha do barbante a espada, que escorregou das minhas costas e eu agarrei seu cabo, que pela posição que estava, se localizava um pouco na lateral do ombro livre da mordida.
 
Apoiei os pés o no chão e saltei para trás, usei a minha técnica de impulso, Dash, para tentar me desvencilhar do bicho da seguinte maneira: estava num lugar cheio de coisas para se bater, se eu tivesse sorte, uma árvore ou uma rocha, se eu tivesse azar, não iria atingir nada, e meu braço iria para o beleleu.
 
Mas um homem desesperado não pensa direito no que faz.
 
Caso atingisse uma rocha ou qualquer outra coisa sólida que desse algum dano ao lobo ou que fizesse ele soltar meu braço antes que fosse arrancado, iria girar com a espada, tentando fazer um corte em qualquer parte que pudesse ser cortada daquela coisa, passando a espada na transversal, qualquer dano causado a ele iria me ajudar, se eu tivesse atingido ele em algum lugar, possivelmente estaríamos frente a frente já que supostamente ele iria soltar meu braço e eu iria girar para encará-lo. Ou tentar, pelo menos.
 
Caso isso tudo não acontecesse, iria dizer adeus ao meu braço, mas tentaria cortá-lo com a espada já solta pelas ações anteriores, afinal eu teria que me defender de alguma forma.

Não havia nem tempo de ter xingado Chagas por ter me deixado. Mas que grande filho da puta.


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Última edição por Hayashi em Seg Jul 27, 2015 2:54 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Hummingbird Dom Jul 26, 2015 2:51 pm

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E eu preciso dizer; a sensação de cruzar minha adaga com a pele truculenta daquele orc foi indescritível. Me senti tão eufórico, feliz, ao mesmo tempo estranho, maledicente...cruel? Hmm, o mais engraçado é que eu estava gostando de tudo isso. Era uma sensação muito parecida com a de quando estamos com sede e bebemos água, ou quando estamos com fome de alguma coisa em específico e comemos justamente aquilo; o prazer da recompensa, da conquista, não sei dizer, entende? No fim das contas, o que importa é que mesmo depois desse ataque, consegui recuar pela mata, não muito longe de onde o Orc estava. E, mesmo ali, posso jurar que ouvi um barulho no mínimo curioso vindo de uma das direções... será que os outros estavam por lá? Minha intuição me dizia isso, o que era ainda mais engraçado já que, na maior parte das vezes, essa intuição é dele e não minha. Que seja.

— Muito bem, pequeno corvo. Foi uma ótima escolha denegrir os movimentos daquela besta. Agora, basta um golpe fatal e tudo estará acabado. - Mencionou ele, cheio de malícia no seu sussurro. Minha orelha coçou, tentei não me ater muito a esse detalhe. Desta vez, no entanto, não senti dor de cabeça. Estava sentindo desejo, queria mais, queria retalhar aquele Orc com minha adaga, não consigo explicar isso estava tomando conta de mim até que...

Fechei os olhos.

Segurei a respiração, pudia sentir novamente aquela visão ampla do local, energias... era isso! Tinha alguma coisa me perturbando por ali, era um vestígio peculiar, não sei explicar...eu tinha impressão de ser de algum dos meus colegas. Acredito que poderia ser de um dos meus colegas do grupo, veio da direção daquele barulho. O plano estava traçado; matar o Orc e seguir naquela direção. Repare que em nenhum momento cogitei se era capaz ou sequer duvidei das minhas capacidades. Estava preenchido pela sensação de cortar a carne fresca daquela criatura...

Sairia da mata então, vindo na sua direção. Desta vez, não faria esforço para ocultar minha presença, caminhava tranquilamente. Meus olhos, já não mais ocultos no capuz, encaravam-no com fome. Refletia no meu olhar o desejo; eu quero matar, eu quero cortar cada parte da sua pele e abrir você no meio. Senti quase como uma anestesia em meu corpo, nada mais iria me satisfazer tanto como acabar com aquele Orc. E então, ficaria muito atento aos movimentos dele; por algum motivo julguei a criatura como mais lenta e debilitada devido ao corte em sua perna. Certamente eu me achava capaz de desviar dos seus movimentos e, em caso de necessidade, parar algum deles com a minha mão desarmada, visto que nossa força provavelmente se equiparava na situação de agora. Ou não, quem sabe? O fato é que a minha intenção era simples; tentar desarmá-lo nessa série de contra-ataques. Se ele viesse com um ataque na vertical, desviaria por algum lado e na mesma hora daria-lhe um corte no pulso com minha adaga. Em caso de um ataque horizontal, rolaria por baixo de suas pernas, tentando subir em suas costas e desferir uma série de facadas ali. E, independente de um ou outro movimento, o golpe fatal seria dedicado na cabeça; faria o possível pra lhe acertar uma estocada bem no meio dos miolos com minha Adaga. Esperava que isso fosse o suficiente pra lhe arrebatar, e se não fosse, ao menos satisfaria meu desejo, hmm?

[ ... ]

E supondo que a batalha contra o Orc termine com a minha vitória, não perderia tempo ali. Meus planos iam mais longe, e bem, não eram só meus. Lembram-se quando disse que o Demônio só concordou em me ajudar porque queria se divertir com aqueles outros dois? Bem, posso dizer que ele estava enlouquecendo pra saber de onde vinham aqueles traços de energia que tanto me incomodavam. Então tentaria correr. Correr inicialmente na direção em que ouvi aquele barulho, acho que vinha do Oeste de onde eu estava. A medida que ganhasse a mata, tentaria manter a concentração pra ter alguma outra pista daquela energia tão familiar e só então entender de quem se tratava. E é claro; independente de quem fosse, eu não tomaria total proximidade. Manteria-me numa distância favorável, ao menos o suficiente pra que eu pudesse evocar aquela "chama" que retirei do Orc outrora? Manipularia-a para então ser capaz de infundir no dono dessa energia tão familiar; e veja bem, independente de quem fosse.

— Hihihihi - Um sorriso travesso escondia-se no meu rosto, por baixo do capuz, enquanto eu fazia mais essa traquinagem.


Off escreveu:Veja bem, eu me precipitei um pouco em avançar contra o Orc porque pressupus que; se eu consegui sugar a energia dele com facilidade é porque seu vigor não é dos melhores, logo, acredito que um golpe em seus miolos fosse suficiente. Eu também usei muito de "possibilidade" pra tentar encontrar o amigo Gregar, já que ele transformado é o que emana uma forte corrente de energia que mais chama atenção do meu garotinho, ou melhor, do subconsciente dele, então foi o que usei como base pra ir atrás do Greg e tentar usar minha habilidade nele. Claro que, assumindo as possibilidades de não encontrá-lo e acabar usando a habilidade em outro.


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Mensagem por LK Neil Blaze Dom Jul 26, 2015 6:01 pm

Aquilo não era diversão. Não devia estar ali. O que era aquilo? Sangue? Mais uma marca? Aquilo tinha sido uma armadilha. Armadilha. Pura idiotice. Lembra de Baltazar? Algumas memórias voltaram e fizeram Neil arregalar os olhos. Quem era aquele cara que estava na sua frente e que porra estava acontecendo? Reconstruiu a cena com dificuldade. Ele sabia que não podia ter ficado parado. Ficar parado em ambiente de emboscada é um erro. Tem que despistar, movimentar, ser esguio. Ser o caos. Imprevisível. Provavelmente iria ser mais um prisioneiro... Ah, não. Prisioneiro o caralho. Lembrou-se do que foi feito com os guardas. Aquilo estava errado. Não podia acabar assim, não podia ser daquela forma. Ele não estava se divertindo daquela forma e nem fugir ele conseguia. Só lhe restava jogar com as cartas que tinha e certamente não tinha um bom jogo em sua mão. Mesmo assim, um jogador experiente consegue fazer uso de suas cartas.

Estava prestes a estender a mão e tocar no Orc quando ele sumiu dali. Onde o desgraçado tinha ido? Sean? O homem mascarado? Estariam lutando? Isso era o que menos importava. Tinha que salvar sua pele. Sua vida era mais importante. As costas e o peito doíam. Tentou tocar e a visão ficou turva ao ver sangue. Sorriu nervoso. Muito nervoso. Podia jurar que estava tremendo, mas ainda assim aquilo era sangue. Fazia muito tempo desde que não via seu sangue jorrar. Era nostálgico. E muito assustador. Aquela vida... Porque ele ainda continuava fazendo aquelas merdas? Suas costas doíam. Sim, as flechas. Tentou fazer uma mapa geográfico do local, mas obviamente aquilo falhou. Em parte porque ainda estava confuso com toda aquela situação. Em outra parte porque fora atingido na nuca subitamente e tudo aquilo que tinha conseguido construir foi por água abaixo.

Não tinha tanta força pra sorrir agora e a única coisa que passava na sua mente era poder ficar livre daquela merda de local. Quantos Orcs eram? Um? Dois? Não importava, se tivesse dois, teria que lidar primeiramente com um. Neil podia ser fraco, mas considerava inteligência uma força importante. Esperou por volta de cinco minutos, onde pôde recobrar um pouco de consciência e olhar ao seu redor, contabilizando o número de inimigos. Em seguida, ergueu a mão e tocou em qualquer parte do corpo do Orc onde pudesse ter contato com sua pele. O anel em seu dedo na mão direita ficou negro e ao toque, Neil colocou uma marca no Orc que o carregava, a Marca de Força, ativando-a na mesma hora.

Obviamente aquele Orc iria diminuir o ritmo dos passos. Caso algum outro se aproximasse, Neil iria tentar toca-lo e colocar a Marca de Velocidade. Dali em diante, não tinha o que fazer. Poderia atrasar aqueles malditos por um tempo, mas tinha que fazer seus esforços e sair dali. Contudo, não poderia simplesmente andar por um terreno que não conhecia e pra isso ele tinha um trilha: Os passos dos Orcs. Já tinha visto como aqueles filhos da puta pisavam forte e esse poderia ser seu caminho de volta para o local de onde fora tirado. Talvez voltando pudesse conseguir reencontrar os outros e achar ajudar. Além do que, se eles estavam se movendo subitamente de suas posições, era porque algo deu errado e se reagrupar, não significa voltar para a mesma posição.

Caso Neil conseguisse retornar, poderia ter uma chance de sobrevivência.

Ou não. Ou ele poderia terminar de morrer.
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Mensagem por Bluesday Dom Ago 02, 2015 8:33 pm

A luz dourada ia abrindo caminho e a neblina ia sumindo. Parecia que de alguma forma o Esplendor Dourado havia se manifestado de forma tão poderosa, que até mesmo a neblina era afetada. Mas talvez poderia ser outra coisa que Tenkai não fazia ideia. Porém mesmo sem saber, acabou colaborando com alguma distração para a sorte de seus companheiros.

Bom, a seguir a cena que viu foi seu cavalo. Estava em um estado deplorável. O elfo se aproximou com sua espada e se abaixou próximo a cara do animal.

Perdoe-me amigo. Não pude lhe proteger. Ao menos farei com que reencontre seus antigos amigos novamente em um lugar melhor que este.

E com um movimento ágil, o guerreiro cortou a sua garganta no ponto mais vital para o cavalo. Desse jeito seu espírito deixaria este mundo de forma rápida e indolor. Tenkai tomou essa decisão, pois embora tivesse habilidades únicas para cura, ele não poderia de fato salvar o bichano. Afinal seus ferimentos iam além do normal.

O elfo em seguida fechou os olhos do cavalo e repousou sua cabeça de forma gentil na grama. Se levantou de cabeça baixa e em silêncio. Ficou observando o companheiro caído por alguns instantes e logo em seguida voltou seus olhos para frente de forma determinada.

" Vidas inocentes por causa de alguns pedaços de armadura. Inaceitável! "

Tenkai a seguir guardou sua espada e pegou seu arco. Novamente estava com as mesmas duas flechas de antes. Logo se direcionou para o caminho que havia escutado algo e avançou depressa. Era possível que alguém do grupo estivesse em apuros. E se de fato encontrasse alguém em batalha, Tenkai com uma das flechas em mãos, iria ajustar no arco, retesar o mesmo e miraria no inimigo que parecesse estar em uma situação mais vantajosa contra um dos companheiros. Consideraria a floresta para ter uma visão limpa e clara para que sua flecha fosse arremessada sem que ficasse presa a alguma árvore ou algo similar.

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Mensagem por Gregar Dom Ago 02, 2015 11:04 pm

Lambia os lábios sentindo a textura de sangue pelos dedos. Quente, úmido e escarlate, uma mistura que apenas estimulava ainda mais o frenesi. Queria corta-lo, atravessa-lo mais e mais com as lanças, vendo seu corpo se reduzir a uma polpa vermelha que fede a ferro. Havia sido atacado, pisoteado e cortado, mas não odiava aquela criatura, não tinha como sentir nada além daquele único desejo, tão simples e belo quanto qualquer desejo verdadeiro pode ser. Desejava a sobrevivência, a morte de todos que levantassem suas armas em minha direção. O adocicado sabor de ser o único a me manter vivo enquanto todos jaziam mortos e frios, não tinha muito mais me movendo, além disso, disso e da dor.
 
O corpo latejava horrivelmente, as pontadas de flecha como correntes me arrastando contra o solo, a cabeça como se tivesse sido partida ao meio por uma espada cega, doía o bastante para desejar manter-me quieto. Oculto em algum canto escuro, completamente perdido dentro de minha própria consciência, algo bem parecido com o que acontecia durante os primeiros momentos da possessão. Por anos havia sido aterrorizante, mas com o medo é possível se acostumar, mas não com a dor, nunca com a dor que parece pronta para rasgar sua carne e quebrar seus ossos. Era isso que faria, rasgaria os ossos daquela criatura, não por um desejo, apenas pelo instinto. Ouvia outro se aproximar, era verde e desajeitado com seu machado. Tentava me mover, estava preso pela lança, ele atacava e eu mantinha-me longe, mas estava pronto para continuar a rajada. Ele estava bem perto, o sorriso diabólico adornava meu rosto, ambos estavam em alcance perfeito.
 
Não desejaria retirar a lança da ferida do orc, pelo contrario a apertaria ainda mais forte, atravessaria carne e mais carne. Ainda usaria a magia, o poder de criar gelo do nada,meu alvo outro porém, giraria com o corpo de Roz em direção a Mok, como que criasse um escudo entre mim e a criatura, então atacaria. Criaria outra lança de gelo puro e massivo, mais um projétil que viria contra os alvos, miraria para as costas de Mok e atiraria como se o ataque viesse por suas costas, empalando a ele e a Roz. Uma pena o orc ser forte, me irritava com a resistência, usaria um pouco mais de força para lidar com ele.Com as recém obtidas presas, avançaria contra seu pescoço, aproveitando para cravar um pouco mais a lança contra a criatura, morderia, cravaria os dentes em seu pescoço e giraria, viraria com todo seu peso contra seu colega, uma barreira perfeita adoraria perfura-lo, adoraria matar a ambos.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Ago 03, 2015 12:28 am

13. Nossa morte está atrasada

Arriscado. Saltar pra trás daquele jeito, num impulso potencializado por sua habilidade... que coisa arriscada! Fez. E deu com as costas em alguma coisa. Nem se importou em saber o que era. O momento não permitia. O resultado da ação foi dentes afiados rasgando mais fundo um braço que, do nada, escapou de uma mandíbula. Hayashi perdeu o ar com o choque, mas puxou a espada das costas numa velocidade recorde.

Sentado como estava, mal conseguiria se mover, mal conseguiria aplicar um bom golpe horizontal. Então apenas levantou a arma a frente do corpo. Reflexo. O sentimento de que a criatura o seguia. E era verdade. Tão perto de arrancar um membro de Hayashi, o bicho foi atrás, inconformado, querendo mais, querendo ser especialmente brutal com aquela presa astuta. Saltou para cima dele, sem brincadeiras agora, sem essa de parte por parte: o animal ia cair sobre Hayashi e lhe dar um definitivo beijo no pescoço.

Só não conseguiu por causa da lâmina no meio do caminho. Hayashi sentiu o peso da criatura começando na ponta da espada e descendo até o cabo. O pelo da criatura roçou na sua mão, no seu punho. No impulso louco dela, acabou se empalando até onde dava.

Mas quem disse que estava morta? Contrariava a morte, ainda bufando, respirando na cara de Hayashi que quase podia ver os olhos da fera em meio a neblina. Ela rosnava, seus dentes batiam. E batiam, e batiam, cada vez mais perto de Hayashi, que ainda estava segurando firme a espada, pesada com o corpo do inimigo que tentava avançar, morder, matar, dilacerar, mesmo que também fosse empalado pelo braço esticado de Hayashi. A criatura da neblina não estava de toda suspensa: suas patas traseiras tocavam o solo. Mas o que deveria ser o seu peito estava trespassado, as patas arranhando enquanto a cabeça dava botes. Seu peso, cedo ou tarde, faria o braço de Hayashi fraquejar e então a distância entre eles ficaria perigosamente mais curta e seria a hora do beijo.

A posição em que estava ─ sentado de costas para alguma coisa ─ era ruim e o seu braço esquerdo... bom, ele ainda funcionava, mas não 100%.

Ao longe, teve a impressão de ouvir sons de briga. Talvez Chagas noutra festa, agora com os orcs na entrada do túnel. Mas quem se importa?

No momento, era cada um por si. Ou quase.

Outro cara que estava numa má posição era o orc, um que ainda não fora apresentado e portanto não tem nome nessa estória. Uma perna cortada por uma criança! Como que ele ─ logo ele, que estava ali pra tocaiar e foi tocaiado! ─ pôde deixar isso acontecer?

Volte aqui seu pedaço de ─ dizia ele. Agora estava de pé, mancando e com a espada na mão. A espada abaixada. Talvez pesada demais.

E Sean voltou... querendo ter certeza. Certeza do que sentiu quando deu o primeiro golpe. Ou será que já tinha completa certeza de que gostara daquilo? Era dele mesmo esse sentimento? Talvez passasse isso a limpo agora.

Avançou, todo esguio. O orc respondeu com estocadas, com golpes horizontais. Tentava ficar furioso, mas não conseguia. Mas ao menos prezava por um ritmo de golpes que, na cabeça dele, deveria ser intimidador. Para Sean, nem tanto. Se esquivou da primeira sequência. Sssuis, sssuis. Fácil. De novo. Sssuis e então sssuis. Este raspando. Raspando mesmo, em seu peito, cortando um pouco da frente da blusa e... a alça da bolsa, que caiu.

Tink ─ fez a bolsa quando caiu, o som abafado do frasco se chocando com o solo. O frasco! Se abaixar, pegar a bolsa, rápido! Mas então, sssuis, sssuis, lhe fazendo recuar um pouco. O desgraçado estava ficando forte de novo? Outra estocada, Sean esquivou, um olho na espada outro na bolsa. Tinha pensado em rolar, mas aquele orc não era tão alto, talvez não conseguisse passar por entre as pernas dele... Então um golpe vertical veio ─ finalmente! Sean se jogou para o lado e sua adaga cintilou. O orc resmungou de dor, a espada lhe deixou os dedos. Pareceu não acreditar que fora ferido não uma, mas duas vezes. Quando pensou em reagir, foi derrotado. Sean puxou de volta a adaga cravada na garganta dele. As mãos do menino estavam sujas de sangue escuro.

Sangue! Foi até a bolsa, abriu, meteu a mão lá e... sentiu o frio reconfortante do frasco intacto. Atrás dele, o orc caia de joelhos, olhos arregalados, fazia um som estranho com a garganta. Sean teria de remendar a alça da bolsa, hm. Agora, atrás dele, o orc morria. Sean teria de levar a bolsa numa mão, por enquanto. O orc olhou envolta, procurando seu algoz, mas não conseguia girar o pescoço, infeliz. Sean sentiu uma presença lá longe e se mandou pra lá. O orc sem nome tombou e saiu da estória.

Sean correu. Os outros orcs ─ arqueiros, até! ─ deveriam estar causando problemas. Foi o que Sean percebeu ao ver Neil sendo carregado e Gregar engajado em combate corporal com dois deles. E era ele, Gregar, que o atraíra de volta. O frenesi de um possuído chamou por Sean, que ainda estava com toda aquela força e fúria do orc morto... o que ele fez com essa energia contida? Olhou para a energia flutuando perto de si, olhou para Gregar. Parecia uma coisa feita para a outra! Ou então era apenas um tipo de brincadeira inusitada.

Resumindo: jogou a energia roubada do orc em Gregar.

E que tipo de coisa poderia resultar disso? Quer dizer, Gregar, já num frenesi de combate, subitamente recebendo uma bomba extra de fúria e força de um dos seres que conspira contra sua vida?

Aparentemente, não mudou nada. As sensações, bem, talvez nada de especial, ou talvez um profundo choque interno, talvez uma tentativa de rejeitar aquela invasão. Se houve essa tentativa, certamente não dera certo. Agora Gregar só enxergava o vermelho. E nesse novo mundo, ele tinha que matar. Que ninguém ficasse perto dele nesse momento! Caso contrário: óbito.

E dois orcs estavam perto dele nesse momento.

Gregar fez força demais para conseguir (talvez graças ao acréscimo de força, cortesia de Sean) movimentar Roz daquele jeito: não puxou a lança, o que fez foi colocar Roz na linha de ataque de Mok, e este se viu obrigado a frear o machado.

E Gregar não parou aí. Rapidamente invocou mais uma lança de gelo, a jogou contra um Roz já duas vezes empalado. Essa lança entrou, mas não o suficiente para sair do outro lado e pegar Mok também. Mas o serviço parecia bem feito: Roz começou a perder o equilíbrio. Só pra ter certeza, Gregar atacou com as garras, cortando Roz por traz, na altura do pescoço. Roz fez um som estranho com a garganta, algo que Sean escutou pela segunda vez em menos de dois minutos.

Mok, então. Furioso, agora. Tentou tirar o Roz moribundo do caminho, mas Gregar dançou de lado, perfurando mais a lança, mantendo Roz entre eles. Então Roz fez um esforço final para sair do meio: pela frente, pegou as duas lanças (uma das de gelo e a do Gregar), e removeu ambas num movimento imprudente que sem dúvida terminou de lhe matar, mas ao menos tirou o domínio de Gregar sobre ele.

Agora sim, caminho livre. Mok rugiu. Como que tudo aquilo aconteceu? Estavam ganhando ainda agora! Como que isso ac ─ vulp! E Mok rugiu de novo, agora com dor por causa de uma flecha disparada em suas costas. Caiu de joelhos, subitamente sem movimentos da cintura pra baixo.

Uma flecha do elfo, que chegava ao longe. Achou um ângulo e mirou onde não poderia errar: no corpanzil do inimigo. Mas quando eles iniciaram aquela dança, Tenkai segurou o disparo e esperou o momento. Se errasse, acertaria Gregar. Então esperou. E teve sucesso.

Mok estava derrotado, arfando, de joelhos no chão. Ainda ergueu o machado, caso Gregar avançasse. E Roz expirava.

Ho se aproximou do que parecia ser o final daquela luta. Tenkai também chegou um pouco mais perto. Sean também. Mas não muito... Gregar parecia um tanto fora de si.

E Neil. Durante esses acontecimentos, os dois arqueiros que corriam pra longe ─ Neil sobre o ombro de um deles ─ nem olharam para trás. Neil, para eles, estava atordoado demais até para falar algo. Então o que o carregava nem percebeu o uso sutil da habilidade. Mas, sim, diminuiu o passo quando, do nada, sentiu Neil ficar mais pesado.

Ajuda aqui Uro ─ ele disse e Uro, o outro arqueiro, se aproximou.

Dividiram o peso de Neil, que agora tocou em Uro, que, de repente, não estava acompanhando o passo da corrida do camarada.

Anda Uro ─ reclamou o outro. ─ Quebrou uma unha é?

Cala a boca, Bal. É você quem não aguenta ele sozinho.  

Passaram pela região razoavelmente aberta onde havia algumas construções de madeira. Neil viu com o canto de olho, notando também alguns corpos humanos ali, mortos a dias pelo jeito. Mas não viu direito.  

Entraram de novo na mata. Os sons de luta ficaram para trás.

Uro perguntou:

Tem certeza que ela vai querer ele? ─ falavam de Neil.

Não é ele ─ respondeu Bal. ─ Pode ser qualquer um deles. Calhou de ser esse o sortudo. Vamos, por aqui.

Neil notou que já estavam diante da montanha. Aparentemente, iam começar a subi-la, por uma ladeira íngreme. Talvez tivessem uma passagem em algum ponto mais elevado, que os levariam para o outro lado.

Enfim... Neil tinha plantado sua magia nos dois, que não desconfiaram. Eles estavam levando Neil no meio: seu braço direito sobre o ombro de Bal, o esquerdo sobre Uro. Os pés de Neil arrastavam no chão, por ser um pouco mais alto que os orcs. Se iria sair dali? Retornar para os camaradas? Bem... então como faria isso?

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Mensagem por Knock Seg Ago 03, 2015 9:58 am

Conforme eu pedira, a cimitarra me respondera. Luz, entretanto não somente luz... era como se uma parte do sol estivesse em minha mão.

Eu estava ali com aquela estrela gélida na mão. A névoa se dissipara; meus ossos pararam de doer e vi o animal a minha frente, o qual parecia muito com um hellhound. Entretanto esse era diferente, pois diferentemente de outros, não "falara" comigo. Com a luz, ficava rosnando... talvez dor. Cheguei a pensar que a cimitarra havia me levado ao seio de Zalthar, tamanho sentimento que eu e o lobo sentimos; eu pelo conforto e ele pelo temor.

Em vez de atacar, fiquei parado... olhando; admirando o que talvez nenhum outro orc poderia "fazer", onde nenhum outro chegara perto: magia.

A magia da cimitarra acabara e o lobo avançara quase como havia previsto. Nos debatemos, soquei. Sentia o hálito podre da bocarra que queria meu pescoço e outras partes do meu corpo, entretanto uma outra luz parou com aquela briga de bêbados. Cortando a floresta. Dourada. Devastadora; era o elfo encerrando uma luta contra alguém. O lobo que lutara comigo ficara imóvel e finalizei a luta com um corte forte e sujo. Entretanto depois do golpe, o hellhound se transformara em poeira dourada... eu explicara como sendo magia.

Mas no que estaríamos enfiados?! Fiquei perplexo. Conseguir ver o elfo estranho de longe e o segui. Meus passos fortes escondiam a fragilidade dos pensamentos que se erguiam em minha mente. Minha face gélida escondia o tremor do que estava pensando.

Vi a pedra na cimitarra... agora estava pálida e trincada... cria que logo quebraria, talvez restando apenas um "pedido"- eu já estava ao lado de Tenkai... Acho que esse era o nome do elfo- então um gosto feito féo tomou conta da minha boca e um enorme desgosto, do meu coração. Eu não sabia como usar a magia da espada e não poderia deixá-la "morrer". Bem... ela já havia pertencido a alguém daquela tumba  e estava ótima quando a usei, então eu só poderia estar fazendo bobagem ao usa-la, então vi no elfo uma esperança de que ele saberia como reverter aquela situação e a usaria de forma mais formidável que eu.

Andamos mais enquanto eu pensava e chegamos ao encontrode dois do grupo, o que era mascarado e o mais jovem, ambos estavam estranhos, mas eu não consegui definir o que era, mas falei com o elfo.

"Hey, elfo. Essa cimitarra é mágica, ou algo do tipo... Bem, em troca de alguma energia sua, ela faz aparentemente qualquer coisa, mas eu só sei isso. Antes a pedra que estava no cabo, reluzia e era tão verde quanto uma preciosa esmeralda,agora está fosca e quase quebrada. Acho que tô fazendo merda e vi que sabes dessas coisas, então fica com ela-- nesse instante ofereci a cimitarra-- vê se dá para fazer algo que a recupere e use-a com sabedoria. Caso ela quebre, quando a usares, eu gostaria de ficar com a lâmina."

Virei para onde os outros estavam e vi os corpos dos orcs e suas armas, revirei os corpos caídos, procurando pistas de algum contratante, algum papel escrito, alguma tatuagem padrão nos dois, marcas nas armas, talvez uma sacola de dinheiro com alguma marca, uma bolsa carregada por algum deles, então vi um machado jogado no chão, o peguei... Há tempos não pegava em um desses, creio na verdade que nunca pegara em um, o qual talvez fora feito por um dos mortos, busquei sentir o peso e como lutar com um e continuei carregando; fui até o pequeno, que parecia menos estranho e perguntei onde estava o esquisitão assassino e se ele sabia de Chagas e Hayashi que não estavam lá, então dei a ideia para que os dois esperassem ali, a fim de descansarem; falei para o elfo ir atrás do esquisitão e eu voltaria pelo caminho do meio a fim de encontrar os outros dois que poderiam estar precisando de ajuda.

Então disse a todos para ter cuidado e segui da forma mais rápida que eu podia, de forma cautelosa, ao encontro deles.

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Mensagem por Hummingbird Sex Ago 07, 2015 11:35 pm

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Foi tão legal acertar aquele grandalhão com minha faquinha, eu não sei explicar, um sorriso insistia em se formar no meu rosto toda vez que eu lembrava da sensação. Acho que perdi a cabeça naquela hora. Quando me dei conta, eu tinha feito muito mais do que um simples corte. Eu enfiei a adaga em sua garganta, fiz o sangue jorrar, até ele cair no chão. Sim, sim, eu fiz isso não fiz? E eu gostei! Me senti tão entusiasmado, foi incrível.

Mas eu não podia perder o foco! Quase quebrei o frasco no meio disso tudo. Ao menos sentir o toque gélido do vidro intacto foi reconfortante. Ainda assim, não chegava aos pés da sensação que me invadiu quando matei aquele Orc. Muito menos de quando completei minha travessura em jogar aquela energia para o enlouquecido ali. Era um dos meus companheiros não era? Só não consigo lembrar o nome agora...

Enfim. Outra coisa me chamou mais atenção no meio disso tudo; foi quando vi o outro - Neil - ser levado por mais dois orcs! Estavam caminhando rumo aquela clareira que vimos antes, estou certo?

— Uh-Uh! Olha lá! Tem mais dois grandalhões levando aquele encrenqueiro! - Entusiasmado, pensei.

— Você não quer brincar mais? Vá em frente... - Ele não perdia uma oportunidade sequer. Queria ver sangue, desgraça, e tudo que há de pior.

Se bem que...há mesmo alguma coisa de pior nisso tudo? Por um momento me passaram estes pensamentos mas, eu estava tão entusiasmado, que eu não absorvi direito nem raciocinei. Aquele sorriso voltou a insistir, dor de cabeça não existia mais. Meu sangue estava quente, eu estava ansioso, alguma coisa dentro de mim gritava pra que eu corresse na mesma direção que aqueles orcs e então brincasse um pouco mais, como fiz com o outro. Mas espera, eu não vou conseguir me divertir se estiver com esse frasco bobo. Droga!

— Livre-se logo dessa porcaria, fedelho! - Esbravejou em minha mente.

Eu não hesitei. Do ponto em que eu estava também era capaz de ver aquele outro encapuzado preto, que também era do nosso grupo. Ele parecia ser o mais perceptivo de todos nós, lembro até que foi ele que viu tudo acontecer na tumba mesmo de longe. Estava decidido. Arrumei o frasco bem arrumadinho dentro da mochila. Com a alça rasgada acho que eu era capaz de fazer um nó na borda da mochila, não? Se o fizesse, ou não, a sequência era única; tentar jogar o frasco na direção do encapuzado - Bluesday - ou mesmo que fosse capaz da bolsa lhe chamar atenção para que ele a pegasse onde quer que fosse parar, eu sei lá, ele não é tão misterioso? Que mostre suas habilidades então.

Era minha chance!

Com a provável distração - ou não, pouco importa - estava livre somente empunhando minha adaga no punho direito e meu cantil d'água na cintura, tentaria correr fazendo caminho pela mata. Não queria chamar muita atenção, muito menos daquele outro demônio ali. Minha única intenção era seguir aqueles dois Orcs que levaram meu outro companheiro. Acredito que eles não me notariam seguindo-os, afinal, essa é a única parte boa de ser tão pequeno... eu acho né.


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Mensagem por Gregar Dom Ago 09, 2015 11:50 am

Se parasse para pensar por um único instante, perceberia como tudo aquilo era claramente hilário. Uma hora estava eu preparado para fazer todo o necessário para sobreviver, noutra não era só isso que buscava. Acabaria tornando tudo isso em uma conversa sobre "se" caso continuasse agindo dessa forma, se eu não tivesse aceitado a possessão, se tivesse reagido mais cedo, não me agradava nem um pouco pensar em tantas complicações é verdade, mas se bem que no momento duvidava que poderia pensar em qualquer coisa. Urrava uma vez em confusão, mal estava conseguindo distinguir o que estava bem a minha frente. Algo como orcs eu acreditava, apesar de no momento não me lembrar de exatamente o que era um orc, estava em confusão não em insanidade, não até sentir uma leve pontada em meu peito.
 
Era claramente mais sutil do que as flechas que haviam sido disparadas, mas esbanjava ainda mais sede de sangue. Queimava, era como uma dor horrível a partir do peito. Algo que escalava por todo o corpo, então apagava. Não desmaiava, era como se não estivesse mais ali, me sentia leve, os braços e pernas não respondiam mesmo que os sentisse, mas o pior era o que via. Um mar escarlate, repleto de vultos e figuras disformes, não gostava deles. Mata-los parecia a melhor atitude para ocasião. Sorria, um sorriso doente e repleto de malicia. Cortava, girava e congelava. Ria quando o vulto fazia aqueles sons engraçados, era hilário ver aquele vulto, uma figura que se debatia na ponta de lanças, gostava daquilo.
 

Gostava muito daquilo, mas aquele brinquedo logo quebrava. Segurava as lanças e as removia de sua figura. Caia no chão, inerte. O outro vulto vinha contra mim, mas esse também caia, urrava, mas ainda vivia. Encarava-o de baixo a cima com estranheza. Estava morrendo também? Por que os brinquedos quebravam tão rápido? Tinha a lança em mãos e rodearia o moribundo, ele tinha um machado e me encarava. Era engraçado vê-lo assim. Sorria, mas a lança parecia desajeitada. Sabia o que fazer. Dando um passo para trás faria mira, e atiraria, dispararia aquela lança como um projétil contra o do machado, machados machucavam. Atiraria a lança e saltaria para cima dele, em um mar de presas e garras, cortaria e cortaria, me manteria por sobre ele, divertindo-me enquanto cortava e cortava. Cada pedaço daquele vulto cortaria, arrancaria sua carne em nacos.

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Mensagem por Hayashi Dom Ago 09, 2015 11:35 pm

Tinha dado certo. Graças a Deus eu bati em alguma coisa dura que fez aquele bicho feio soltar meu braço, me virei, rápido e retirei minha espada. Porém eu estava fraco o suficiente para não conseguir levantar a espada para realizar um corte.

Sofri em silencio por não atingir aquela criatura. Mas eu levantei meu braço, firme, eu não poderia deixar aquele bicho pensar que estava com a guarda baixa e que poderia me pegar sem receber nada em troca.

Mas ele veio mesmo assim.

Pulou, grotesco em cima de mim, mas parou na espada, que atravessou seu corpo, ja iria contar vitoria mas percebi que o bicho ainda estava vivo, e seu corpo escorregava enquanto ele tentaria me abocanhar e me arranhar com aquelas garras afiadas.

Mas resisti até não aguentar mais, e quando eu não aguentei mais, saltei novamente, utilizando a minha habilidade Dash para fazer um corte de baixo pra cima no bicho, com minha espada dentro dele, para partir o bicho no meio e matar o atroz, definitivamente.


Última edição por Hayashi em Seg Ago 10, 2015 12:08 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Bluesday Seg Ago 10, 2015 2:11 am

Respirou fundo e prendeu o ar em seus pulmões e zap! A corda era solta pelos dedos do elfo e a flecha era empurrada com uma velocidade impressionante. Nada estava em seu caminho, a não ser o seu alvo. Tenkai havia feito questão de estar bem posicionado para nadar impedir seu disparo. O resultado não podia ser outro. A flecha encontrou seu alvo e o fez cair diante o companheiro do grupo.

Alvo eliminado e o guerreiro de cabelos brancos pretendia avançar. Porém antes que desse mais do que cinco passos, o elfo foi abordado pelo orc aliado. Ele se aproximava e mostrava uma cimitarra. Comentava sobre seus detalhes e aonde conseguiu. Dizia que ela era mágica, mas que parecia estar perdendo seu poder ou coisa assim. Em outras palavras. A espada estava morrendo.

Compreendo. De-me aqui. Verei o que posso fazer.

E assim Ho fez, lhe entregando a arma e logo depois virando as costas após mencionar sua decisão de caminho a fazer.

Eu pretendia seguir pelo caminho que aqueles orc's estranhos foram. Não impedirei de ir dar um reforço para Chagas e o outro rapaz. Era meu desejo que o fizesse antes mesmo deles seguirem por aquele caminho.

Tenkai agora estava sozinho com a arma. Segurava com as duas mãos por baixo da mesma. Uma pelo cabo e a outra mão na lâmina. Olhou diretamente para seu formato e deu uma olhada breve para a direção que os orc's seguiram.

" Preciso ser breve. "

E se concentrou fechando os olhos. Deixava sua energia transbordar e envolver a cimitarra. Não sabia bem o que poderia acontecer, mas esperava ter uma resposta rápida. Se sua tentativa fosse falha, não pensaria duas vezes em abandonar essa ideia por hora e seguir rumo no encalço dos inimigos.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Ago 12, 2015 8:58 pm

14. Através de sangue e sujeira e ossos

Ele até poderia ter ganância por posses, por ouro ─ mas era naquele ato sanguinário que qualquer um poderia dizer que a ganância suprema daquele sujeito chamado Gregar é o sangue alheio.

Não conseguiu desarmar o orc com um arremesso de lança ─ o inimigo segurava firme a arma, e ainda tinha esperanças de nocautear alguém com ela. Gregar deixou pra lá ─ partiu pra cima; com machado ou não, dane-se, nem estava vendo. Caiu sobre o orc, querendo uma garganta, mas retalhando a clavícula esquerda apenas. O orc deve ter lhe acertado nas costelas com um golpe horizontal, mas Gregar só queria saber do seu próximo golpe, no braço, desarmando Mok. O ataque seguinte retalhou o peito dele. Mok rugiu em resposta, alucinado. Depois fez um movimento com o braço e de repente Gregar estava caído, Mok sobre ele, as mãos em sua cabeça, querendo batê-las no solo até estourar. O mundo de Gregar tremeu algumas vezes, mas ele subiu as garras, juntas, perfurando, gritando de volta. O orc gorfou sangue, batizando o possuído, que rasgou mais, fazendo Mok perder as forças, fazendo Mok lhe soltar e levar as mãos ao peito pra tentar impedir aquela separação que Gregar fazia. Vã tentativa, pois Gregar explodiu em força, e a luz do dia passou por Mok, pelo rombo no peito que o fez gritar e morrer numa sequência de espasmos torturantes, o que não foi suficiente para um Gregar que continuou, os pulsos entrando, tocando os ossos da caixa, e então mais força, força vulgar, constante, crescente, Gregar gritando e abrindo o orc sob si em duas partes, fazendo coisas gelatinosas cair de dentro do morto. Segurou ambos Mok com cada mão, olhando nos olhos vazios e arregalados do orc mijão, e depois jogando as partes para a natureza.  

Ah!

Sim, um espectador diria que essa é a verdadeira ganância daquele diabo chamado Gregar. Ele arfava, e poderia ficar ali, no chão, descansando por mais ou menos mil anos, mas resolveu se levantar, agora todo vestido de grama, terra, saliva, intestino e sangue escuro. Fora o suor ─ pois o calor maldito só aumentava.

Descansar? De que jeito? Ele queria mais!

Fim do espetáculo, olhou ao redor, buscando inimigos-aliados, querendo mais briga se tivesse alguém vendendo a preço de atacado. Mas para sua decepção, estava completamente só. O único som que escutava era o agito das moscas, ali na clareira.

Por que estava só? Bom, os outros, além de não chegarem perto, nem se dignaram a ficar pra ver o final. A verdade é que Neil fora levado, orcs ainda vagavam por aí e Gregar parecia estar muito a vontade de modo que todos seguiram algum caminho enquanto ele rasgava e gritava e rasgava mais.

Ho, antes de ir, checou o orc que Gregar tinha deixado de lado (vulgo morto). Além de pegar o machado do inimigo, verificou se encontrava alguma coisa em meio os trapos e fiapos de couro que serviam de roupa no defunto. Enquanto Gregar desarmava e retalhava, Ho encontrava um cinturão de couro verde escuro. Era a única coisa que o orc tinha de anormal. O cinturão tinha pedras cinzentas e opacas grudadas. Poderia valer alguma coisa, ou até mesmo fazer alguma coisa. De qualquer forma, levou consigo. Depois pensou em ir até Sean mas este já estava saindo das vistas.

Pois enquanto Gregar tinha a cabeça batida no chão por duas mãos de orc, ali, logo ao lado, Sean jogava sua bolsa com o sangue de Targo, esperando que Tenkai o pegasse. Depois o menino se mandou pelo mato, atrás dos orcs fujões.

Tenkai também iria naquela direção, mas antes pegou a bolsa de Sean ─ que tinha caído entre alguns galhos baixos, perto de onde estava ─ e depois pegou a cimitarra que Ho ofereceu. A arma fez sua mão coçar, só. A pedra preciosa em seu cabo não demonstrou nada. Mesmo Tenkai fluindo energia para ver o que acontecia, a arma não respondeu de nenhuma forma. O elfo a guardou. E então correu para tentar achar Neil, ignorando o momento em que Gregar multiplicava o orc.

Ao passo que Ho retornou pelo caminho, em busca de Chagas e Hayashi.  

E Gregar agora estava só. O frenesi diminuiu, mas ele ainda pulsava de fúria estrangeira. Apenas escutou a movimentação, alguém voltando (Ho) e alguém indo em frente (Sean depois Tenkai). Aparentemente, Gregar teria de gastar sua fúria numa corrida, para um dos lados... Quem dera ter mais um inimigo pra molestar. Quem sabe um que chegaria camuflado numa neblina suspeita... mas não. No momento essa consciência coletiva e lupina estava em outro lugar.

Estava sobre Hayashi. Este, já quase incapaz de manter a espada firme no lugar. Então se mexeu como pôde pra acertar os pés no chão e usar de novo sua habilidade. Foi rápido. O movimento acelerado pra cima, praticamente um salto, fez com que ele sentisse a espada abrindo caminho e se livrando do peso do animal.

Quando tocou o chão, a neblina estava mais fraca. Quando se virou para ver o inimigo viu um lobo atroz partido ao meio e se tornando, aos poucos, cinzas. Hayashi olhou para si mesmo esperando ver sangue de lobo nas roupas, mas não havia nada. Aquela criatura não chegou a sangrar, perfurada e cortada daquele jeito.

O único sangue era do seu próprio braço. Talvez uma daquelas ervas do Chagas ajudasse a melhorar o ferimento. Por falar em Chagas, ele olhou para a entrada do túnel e não viu ninguém e não ouviu nada. A luta lá deveria ter terminado também.  

Foi nesse momento que Ho apareceu. Recuara pelo caminho da trilha secundária, seguira pela outra, passara pelos cavalos mortos repletos de moscas, passara pela ponte sobre o lago macabro e escutara alguns sons, o que lhe fez apertar o passo direto para a... neblina, mais a frente. Mas conforme foi chegando a neblina foi sumindo, o que era ótimo. Por todo esse caminho ele se sentiu mal... uma dor de cabeça, nada profundo, mas um pouco irritante. Sua mão involuntariamente buscou pela cimitarra, atrás de alivio ─ pois, ele sabia, se apenas tocasse a arma já se sentiria melhor, se sentiria mais ─, porém não a encontrou e imediatamente sentiu saudades. Como fora capaz de largar ela, de deixa-la? A dor pareceu se intensificar um pouco.  

Então viu Hayashi olhando para o túnel e se distraiu com outras coisas que não era si mesmo, de modo que a dor se foi.

O que mais Ho viu: na frente do túnel havia corpos mordidos, com pedaços faltando. Todos homens, alguns deles jovens. Mortos, talvez a um ou dois dias. Ali por perto também tinha algumas estruturas de madeira, coisas como barracas e um estábulo vazio.  

Hayashi percebeu Ho. Silêncio. E vagamente escutaram algo: batidas abafadas, vindas do túnel. Era de tempo em tempo, sem ritmo nem nada.

Os dois podiam ir até a boca do túnel e entrar. Chagas tinha ido por ali, afinal... Ou podiam circular a montanha para alcançar o outro lado.  

Neil circulava a montanha. Não por vontade própria, mas circulava. Agora estava completamente lúcido, apenas fingindo um desmaio. E a dor era irritante ─ as flechas nas costas pareciam ir mais fundo a cada nova passada de Uro e Bal, que subiam por um caminho íngreme. Logo o caminho ficou razoavelmente plano e Neil sentiu o banho de sol da manhã. Não tinha uma brisa se quer.

Calor da porra ─ disse Bal.

Continuaram, Neil arrastando os pés nas pedras. Estavam seguindo por uma trilha sinuosa agora; a direita deles, queda livre de 30 metros e contando. Não era mais tão íngreme, mas subia levemente. A montanha toda deveria alcançar 80 metros.

Melhor do que o frio ─ disse Uro.

Porra nenhuma ─ Bal balançou um pouco, mandando mensagens dolorosas para as costas de Neil. ─ Calor é melhor. Mas esse calor tá errado. Profano. E cala a boca, andamos mais depressa se ficarmos quietos.

Foi você quem começou.

Cala a boca ─ Bal já estava arfando ruidosamente. Por que Neil era tão pesado?

Bom, essas ultimas falas Tenkai foi capaz de escutar ─ afinal já estava na cola dos orcs. Sean estava junto. Se encontraram no pé da montanha depois de seguir o rastro dos orcs e então começaram a subir pelo caminho íngreme. Agora estavam perto, estavam vendo: os dois orcs, arcos nas costas e machadinhas presas na cintura, levando Neil desmaiado, entre eles.

Sean e Tenkai estavam à mais ou menos 15 metros dos orcs. Daquela distância, ainda estavam seguros. Talvez se arriscassem uma aproximação os orcs captassem ─ o chão era cheio de pedrinhas, um pisão descuidado poderia fazer uma pedra chocar em outra e cair pela borda do precipício, fazendo barulho e entregando os dois. Então tinham de se aproximar com cuidado ou não se aproximar ou se aproximarem rápido demais ou bolarem outra coisa. E se tentassem algo... bom, o caminho era o suficiente para quatro pessoas andarem lado a lado... mas mesmo assim, se tentassem algo e, por acaso, não desse certo... Hm. A queda a direita era de 35 metros e contando...

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Mensagem por Knock Qui Ago 13, 2015 2:44 pm

Deixei a minha querida sanguessuga nas mãos do elfo estranho, depois fui revirar o corpo que o outro cara da minha equipe não estava destroçando... Lógico que fui com receio de ser atacado e até com a mão na espada a fim de me proteger, caso alguma coisa acontecesse com a cabeça daquele indivíduo possuído. Tive, creio que, temor ao mexer no corpo caído de um dos meus “primos”... Ele era um orc, entretanto de outra cor... acho que seria conveniente chama-lo de primo... Enfim... Era a primeira vez que eu via um exemplar da minha espécie... abatido.

O amargor daquela cena acrescentava-se ao da anterior: minha despedida da cimitarra, a qual eu não sabia se seria longa ou curta, mas eu torcia para que ela continuasse... “vivendo”, por mais que não fosse em minhas mãos... “inábeis”. Eu revirava, procurava detalhes de um contratante, alguma possível pista; uma luz naquela névoa que me cobria o entendimento, a qual me impedia de enxergar o quão profundo seria aquela situação, entretanto não encontrei nada. Bem, pelo menos nada que fosse segundo o aspecto que eu procurava, mas algo me chamara a atenção: Um cinto de couro verde com algumas pedras opacas; meus olhos brilharam e minha mão agarrou aquele item, o qual poderia ter ou não valor. Eu só sabia de uma coisa: Pegar coisas de falecidos estava se tornando um mau hábito cada vez mais rotineiro em minha vida, entretanto eu não me envergonhara; não sei o por quê, mas eu não me envergonhara; talvez um mau lado oportunista do meu caráter.

Dei minha opinião do que achava correto fazer, então voltei pelo caminho atrás dos outros dois integrantes... Ainda fazia calor, ainda estava abafado, ainda havia moscas, porém dessa vez eu não estava entediado. Ainda via o rosto do meu primo sem expressão alguma, ainda via o outro dilacerando o corpo de um outro... Minha mente passava as imagens, enquanto os meus olhos capturavam novas... Eu ainda via minha mão direita recolher o machado, o qual também não carregava nenhuma informação... Talvez até tivera sido feito à mão; também via o caminho traçado pelos inimigos. Eu caminhava.

Caminhei até chegar em uma ponte, mas ao “pé” da ponte, vi uns cavalos abatidos; uma cena pior ainda... Eram os cavalos nos quais os três que haviam partido na minha frente tinham ido...  reconheci por causa do pequeno. Cortes nas gargantas. Procurei ver se haviam deixado as bolsas nos cavalos, tentando encontrar coisas úteis, tais como água, comida ou qualquer outra coisa, após isso, passei a mão sombriamente nas crinas e segui pela ponte, na qual me deparei novamente com algo que me fizera e fazia novamente minhas mãos transpirarem e a meus olhos arregalarem: a névoa.

Respirei, empunhei direito o machado e adentrei novamente à escuridão. Senti novamente a dor de cabeça, nos ossos, após alguns passos, minha mão fora involuntariamente à cintura, tentando a cimitarra, mas estava vazia. Respirei mais uma vez e prossegui, entretanto, a névoa fora desaparecendo... “Creio que derrotaram o hellhound. Isso é um bom sinal”, pensei, mas não consegui relaxar e o braço que portava o machado não baixara a guarda, até que a névoa se foi e vi um dos meus companheiros ao chão.

Ele estava bem... ou pelo menos ainda vivo, mas não enxergara Chagas... porém ainda via homens dilacerados, talvez fossem os corpos dos mineradores sumidos, ou dos que foram enviados a fim de busca-los, ou os dois grupos. Ou seja, mais moscas, mais morte: uma festa da qual Chagas com certeza não perderia a oportunidade de brindar... talvez tivesse sumido por lá onde os corpos estavam... Um túnel... O túnel que daria acesso ao outro lado da montanha.

Raciocinara antes de prosseguir. Fui ao encontro do outro integrante da equipe e perguntei “Você está bem?” Ofereci a mão a fim de faze-lo levantar, então fui até a boca do túnel. Vi os corpos mais de perto e tentei entender o que havia acontecido a eles, pelo menos se haviam sido mortos por “hellhounds mágicos” ou por machadadas dos nossos inimigos e confesso que procurei e quis pegar mais algumas coisas que achara importante, mas tendo algum temor para não profanar os mortos, muito embora eles já não houvessem tido uma morte... “sacra”. Eu queria encontrar alguma lamparina... talvez tocha, algo para iluminar o caminho... “Ah, cimitarra” mais uma vez lamentava em minha mente... era como se parte de mim não estivesse mais lá... era como se eu retrocedesse e agora fosse “menos”. Olhei minha mão direita e lá estava o machado. Lá estava o que eu era; do que eu não poderia fugir: de mim.

Virei para o meu novo colega de equipe e falei “Meu nome é Ho. Perdão, mas esqueci o seu nome”... Respirei, vendo o caminho por havia chegado e as coisas ao redor, então disse “Eu vou entrar atrás de Chagas. Ele deve ter ido à festa sozinho. Você vem?!” Se eu tivesse algo útil a ele, como água, ervas medicinais ou comida, daria a ele, caso contrário, pediria perdão e entraria mais uma vez na escuridão, fazendo do machado, uma proteção superficial sobre o meu peitoral e parte da cabeça, me encurvando ligeiramente. Depois pegaria a espada longa com a mão esquerda e colocaria à minha frente a fim de me orientar e proteger também, assim como ter o infortúnio e a sorte de contra atacar um inimigo. Infortúnio por achar um e sorte por conseguir defender e contra atacar. Ri em minha mente por causa daquele pensamento. Pelo menos não fazia tanto calor.

Esperava que Chagas estivesse bem e inteiro e que os outros integrantes da equipe tivessem êxito em suas decisões; êxito que ajudasse a nossa equipe.

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Mensagem por Hummingbird Qui Ago 13, 2015 5:31 pm

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Essa não! O encapuzado estranho!

— Tsc! Você me achou. - Cochichei, assim que nos encontramos no pé da montanha. Tive de resmungar baixinho afinal os orcs não estavam muito longe.

Notei também que o encapuzado encontrou a mochila que o deixei. Nossa, como ele é rápido não? Além de pegar a mochila, conseguiu me alcançar em tão pouco tempo... isso me deixou um pouco preocupado. Como posso competir com ele?

— Vamos atrás deles. - Puxei meu capuz, encobrindo a cabeça, e então tomei a frente no rastro daqueles orcs, seguindo-os montanha acima.

[ ... ]

Não tive intenção de falar sobre o grupo ter se separado, ou sobre qualquer outras coisas relacionadas. Aliás, não podíamos correr risco de entregar nossa localização; que graça teria a brincadeira se perdêssemos logo no começo? E veja bem, a julgar pela altura da queda a direita, não haveria segunda chance pra qualquer um que cometesse deslizes. Admito que isso me fez abrir um sorriso debochado no canto dos lábios. Chega a ser engraçado pensar que uma vida pode acabar assim; de um segundo para o outro. Senti uma imensa satisfação me preencher o corpo quando deixei esse pensamento fluir, afinal, ele adorava esse tipo de coisa.

Enfim, chegamos num ponto da subida em que os Orcs estavam um pouco mais a frente ainda carregando aquele encrenqueiro do nosso grupo. Os grandalhões estavam andando de um jeito engraçado, estavam bêbados ou o quê? Tentei entender o motivo, mas não achei explicação. Enfim, não queria deixar minha presença tão marcante então se possível, optaria por me esconder atrás de rochas, ou qualquer outra posição confortável. Aliás, eu não conseguia ouvir nada do que aqueles orcs estavam falando, mas eles pareciam resmungar alguma coisa, não sei dizer.

— Hmmmm, que tal jogarmos a moeda? - Falou ele em minha mente.

— UH! Eu quero! Aposto que o da direita vai cair primeiro. - Pensei, entusiasmado.

— Tolo... os dois vão morrer aqui, ou você já esqueceu do encapuzado aí? - Senti um certo deboche em suas palavras. Estava me subestimando...

— É claro que não esqueci! Eu só disse quem vai cair primeiro, e aliás, você não fez sua aposta! -

— De fato. Vou ser um pouco mais ousado então, aposto que o encrenqueiro vai cair primeiro, huhuhu..- E ali o diálogo mental se encerrou.

O sorriso em meu rosto se alargou ainda mais, tal como meus olhos, por baixo do capuz, brilharam com a ideia de um pequeno plano. Supondo que o encapuzado tivesse mais recursos do que eu pra vencer os dois orcs com facilidade, imaginei que eu podia servir de isca. Sendo assim, no que eu pudesse fazer pra compartilhar essa ideia com o encapuzado, sem chamar atenção dos orcs, eu o faria. Ficando claro ou não que o plano era me fazer de isca, eu tomaria a frente da situação no momento que eu julgasse oportuno, correndo um pouco mais na frente e pisando nas tais pedrinhas com certa diversão.

— Hahahaha! Olhem só, toda vez que a gente pisa, elas estalam como se fossem ossos quebrando, hahahaha! - Referia-me as pedrinhas. Sorria largamente, fazendo um certo barulho. Arriscaria chutar algumas pedrinhas para a queda livre a direita, ouvindo-as rolar montanha abaixo. Fingiria um tombo depois do chute, e apesar da queda, continuaria rindo. Tudo para formar uma das cenas mais inusitadas para o tipo de situação em que estávamos. Precisava atrair toda atenção deles para o que eu estava fazendo, afinal.

Para o caso da distração ter algum desfalque, ou não, eu não hesitaria em usar da minha adaga presa na cintura para me defender ou até contra-atacar. Ficaria também um pouco atento ao nosso companheiro que, apesar de tudo, estava nas mãos dos orcs e talvez acabasse escorregando e caindo, como o demônio suspeitou. Para tal, eu faria o possível para segurá-lo em caso de ocorrer. Já a batalha em si, deixaria para o encapuzado que, cá pra nós, parecia bem mais hábil pra esse serviço.

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Mensagem por Bluesday Sex Ago 14, 2015 7:48 pm

Nada aconteceu com a cimitarra e assim o elfo correu em frente. Não demorou e encontrou a criança do grupo. Tenkai ainda não conseguia engolir aquela pobre alma em algo assim. Sua alma certamente seria corrompida pelas maldades que veria no decorrer da missão.

Os dois foram no encalço dos orc's. Depois de um tempo de perseguição furtiva, chegaram a um desfiladeiro ou coisa parecida. Era uma região perigosa no fim das contas. Um passo em falso e poderia ser o último que daria. Neste momento Tenkai conseguia ouvir a conversa de ambos. Pareciam irritados com a temperatura daquele dia. Isso era bom, eles perdiam pouco da concentração que tinham e dava brechas para uma emboscada.

Naquela situação o elfo já sabia o que fazer. Eram dois, com um deles com o companheiro. Existia a possibilidade do orc que levava o corpo, cair no fundo da queda e levar Neil junto. Que tragedia seria, hum? Acho que não, mas o elfo não permitiria aquilo. Mas também não mudava de estrategia.

Puxou duas flechas e fez como antes, prendeu uma na boca e a outra ajustou no arco. Mas dessa vez ele tinha tempo e distancia suficiente para disparar uma flecha precisamente. Para ser eZATO, em direção a cabeça e pescoço do orc. Tenkai se posicionou, retesou o arco e mirou no orc que não segurava Neil. Analisou o vento no ambiente e prendeu a respiração. Compensaria o ângulo se o houvesse vento. Sem mais delongas, o elfo soltou a corda para que lançasse a flecha.

Sem nem mesmo ver se acertaria seu alvo, no instante que a flecha percorria o primeiro metro, Tenkai flexionava as pernas e concentrava força em suas panturrilhas. Saltava para cima já pegando a próxima flecha e ajustando no arco novamente. Seu plano era confundir o orc que segurava Neil. Veria um pirralho avançando e seu companheiro atingido. Talvez morto. Claro, se acertasse o primeiro disparo.

Enquanto no alto, o segundo orc talvez se viraria para ver o quem o atacou. Neste meio tempo o elfo já estaria chegando o ápice de seu pulo para o alto. Nesse instante o elfo seria ainda mais ágil e efetuaria o disparo da flecha contra alguma região sem armadura e que não fosse perto de Neil. Pretendia acertar na cocha ou região vital.

A sorte estava lançada. Era agora ou nunca. Quem sabe o pirralho finalizasse com a adaga que Tenkai desconhecia.

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Mensagem por Hayashi Ter Ago 18, 2015 9:16 pm

Por um instante eu senti paz, aquela brisa leve que recebi quando pulei, aquela calmaria de ter se livrado do peso do lobo em minha espada e a certeza que havia partido seu corpo no meio, navegava em meus pensamentos momentâneos que logo foram interrompidos em segundos fracionários pela gravidade. A maldita puxou meu corpo para baixo, contra o chão, deixei escapar um grito, mas não foi de dor nem de desespero, como no último, e sim de adrenalina e alegria por estar vivo. 

Mas como eu sabia que estava vivo? A dor da queda esclareceu essa dúvida.

Caí de costas, quase bati as costas da cabeça, acho que ralei a pele, mas qualquer machucadinho desse não era nada perto do estrago que os dentes do lobo fizeram no meu braço. E por falar em lobo, onde estava o desgraçado? Olhei em volta, pela neblina que se dissipava, vi o demônio partido ao meio e se tornando cinzas. De fato eu havia vencido, respirei aliviado, mas quando o sangue esfriou que a dor do braço veio incomodar ainda mais. E por sorte, me lembrei das ervas que havia pegado na bolsa do cavalo de Chagas, e por sinal ainda estavam comigo. 

Das cinzas vi outra figura, grande, musculosa, pigmentada pelo rubro. Familiar. Era o Orc do grupo, Ho. Me estendeu o braço e perguntou se eu estava bem, dei um grande sorriso, coisa que não fiz durante as últimas horas, e o respondi, agarrando seu braço e subindo:

- Estou vivo, haha! 
Procurei as ervas nos bolsos, junto com as possíveis ataduras e enrolei no meu braço machucado, fechando num nozinho leve, que passava por dentro da atadura já posta, tentando lacrar, não estava o melhor curativo, mas era o que tinha para fazer de primeiros socorros. Por enquanto, não iria utilizar esse braço, apoiei a espada no ombro, já de pé, para controlar o peso. 

- Meu nome é Hayashi. - E Sorri. - Agradeço a ajuda. Mas você tem um pouco d'água com você? Estou com sede.

Se tivesse, iria beber. 

- Acho uma boa ideia ir lá, vamos lá. Vê se não desmorona esse lugar, grandalhão, meu braço tá meio ferrado aqui, hahaha.

Olhei para a frente e vi os corpos dos Orcs, Chagas fez um belo estrago, minha cabeça remexeu, em sinal de negação. Tinha achado um pouco exibido de mais. E depois ri, me lembrando vagamente das piadas que ele vazia. Comecei a andar em direção ao lugar, com a espada apontada para frente, eu não saberia oque encontraria, e procuraria me manter perto de Ho, do seu lado, eu estava mais fraco, quem sabe podia ficar debaixo da asa dele até me recuperar. Passos lentos e observava tudo, afinal todo cuidado era pouco.

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Mensagem por Gregar Qua Ago 19, 2015 11:20 am

Vermelho. Esse era meu mundo. Talvez por que meus olhos ardessem, talvez fosse à fúria que crescia dentro do peito, ou o sentimento gosmento e pegajoso que tinha no corpo todo, mas não era nada disso que me incomodava. Arfava, sentia sugestões de machucados por todo o corpo, mas estava quente demais para perceber algo sério. A minha frente sangue, era um liquido escuro repleto de pedaços de orc, parava para observar a cena por um único instante. Aquela criatura havia sido feia e agora estava mais feia ainda. Cortado e quebrado, esparramado no chão e em vários outros lugares. Tinha até mesmo um pouco de dó daquele orc, o que seria que havia acontecido com ele para que tivesse se tornado aquilo?
 
Lembrava-me, uma missão, um objetivo, caçar e abater. Orcs tinha ido à frente, carregavam algo importante com eles. Seriam eles que deveria buscar, estavam bem a frente. Sentia o corpo se levantar, as mãos estavam vazias e pegajosas, estranhamente leves. Lembrava-me, lança e machado, dois orcs dois machados e uma lança. O corpo se movia, buscava as armas, as usava para cortar, fatiar e desmembrar. Orcs a frente, pegaria as armas e correria, avançaria. Eu tinha de...para-los? Atacar or...humanos, humanos nos perseguindo. Caçar eles, viram o que aconteceu na tumba.

Era confuso. Sentia como se tivesse que ficar parado, como se um grupo viesse em nossa direção, como se nos caçasse. Eles eram perigosos, precisavam ser parados, precisávamos nos preparar para mata-los, mas eram os orcs que estavam mortos. Os orcs estavam mortos? Não, mais orcs à frente, deviam ter mais deles a frente. Carregavam o que buscava, um ar...arte...artefato. Armadura. Eles tinham pegado a armadura, precisava pegá-la de volta. Lembro que tinha sangue, não o que me cobria e nem o que batia no peito, tinha mais sangue, outro sangue, de velho. Correria para frente, tinha mais gente lá, sabia disso, tinha visto isso. Machado iria na mão direita, lança na esquerda, correria para terminar aquilo, muitos orcs na frente, precisava matar os orcs.

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Mensagem por LK Neil Blaze Qua Ago 19, 2015 11:16 pm

Caçar. Caçar é algo interessante. É saber como você tem que operar contra um ser vivo inteligente e que vive no próprio habitat. Todavia, caçar é, acima de tudo, saber ter paciência. Dor e dor. Mais dor. As flechas incomodavam. O tempo já estava quase acabando. Tic. Tac. Mais uma vez. Aquele maldito relógio incessante na sua cabeça. Seus olhos encaravam o chão enquanto subia a Montanha

O sorriso. Depois de tanto tempo, exibiu aquele sorriso insano mais uma vez. O da esquerda estava com a Marca de Força. O da direita com a Marca da Velocidade. Ou era ao contrário? Não importava.... Não importava mais. Com paciência, sua consciência tinha sido recobrada. Um não estaria com força suficiente e o outro não teria velocidade suficiente para reagir. Existia ali uma boa porcentagem de chance de finalmente conseguir acabar com toda aquela palhaçada.

Subitamente fincou o pé no chão para frear o movimento dos Orcs. Recolheu os braços e sabia que aquilo ia doer, mas tentou ignorar o movimento. Ele não precisava ser rápido, só precisava ser preciso. Empurrou ambos os Orcs para o lado, afastando-o de si e virou-se para o que estava mais perto da perigosa lateral da Montanha - e ele sabia que isso ia doer novamente por causa das flechas - e deu um chute com todas as suas forças, visando-o mandá-lo para o inferno. Se tivesse sucesso, tinha sido um a menos. Caso não, bem, ele tinha ganhado tempo para recuar e começa a correr pelo caminho inverso. A sua única chance de sobrevivência era com seu grupo e subir a Montanha não era nem de longe a melhor probabilidade de encontrá-los.

A dor nas costas era constante, mas seu medo e covardia eram bem maiores. Nada faz a adrenalina de um homem explodir mais rápido do que o medo de perder a vida e Neil sabia exatamente do que essa afirmativa falava: obviamente dele.

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Mensagem por NR Sérpico Sex Ago 21, 2015 12:20 am

15. Deus

Antes de entrarem, algumas muitas considerações:

Hayashi buscou e encontrou alguma coisa consigo. Uma única folha e um resto de bandagem. Improvisou o curativo, bem justo no braço ferido, e sentiu um alívio na hora. Aquelas eram folhas especiais de alguma árvore especial, do tipo que deve deixar rico quem planta uma mudinha no quintal de casa. Ho fora ferido, lá atrás, na tumba, e se removesse as bandagens agora constaria que os seus ferimentos já estavam razoavelmente cicatrizados. Bem que Chagas poderia ter distribuído mais dessas para o grupo.

Depois Hayashi tomou um pouco da água do orc enquanto este observava os corpos. Foram mortos não por machados, mas por mordidas, provavelmente pegos pelo lobo atroz da neblina. Pegos de surpresa, dada algumas expressões serenas. Estavam mortos a mais de um dia e sem nada de valor por perto ─ talvez os orcs passaram e fizeram uma limpeza no que mais valia a pena. Os defuntos, alguns deles bem jovens, não deveriam ser os mineradores. Quer dizer, aqueles homens pareciam homens normais. Alguns até com bom porte físico. Mas a maioria não deveria passar de camponeses e adestradores e padeiros. Vestiam roupas comuns, alguns poucos com coletes de couro razoavelmente bem trabalhados, mas agora dilacerado por dentes que tinham o tamanho de um dedo médio (o braço esquerdo de Hayashi podia comprovar essa medida). Os mineradores, talvez, fossem um pouco mais parrudos e bronzeados.

Armas: viu um machado pequeno, um tridente partido e pedaços do que deveria ter sido uma arma de haste como uma alabarda, mas sem sinal da lâmina. O resto das armas daquele grupo improvisado provavelmente foi levado, assim como montarias (caso tivessem) e o conteúdo de três bolsas rasgadas jogadas por aí.

Ho e Hayashi se apresentaram de novo. E, agora sim, se dirigiram até a boca túnel para ver o que há.

Que bom que era dia, assim a luz entrava bem, de modo que eles conseguiram ver o corredor reto que descia um pouco, uma passagem para a esquerda, outra para direita e então a sugestão da sombra deles projetada na parede de uma curva ─ até onde a luz chegava [Vide o mapa para mais detalhes]. Depois disso, iriam manobrar na penumbra.  

A entrada estivera lacrada. Havia um batente de madeira em arco, onde madeiras foram pregadas na horizontal, subindo na altura de um metro, como uma tentativa de barricada, de realmente fechar a passagem. Chagas passou por ali com sua Torre Negra e arrebentou as tábuas, galopando como se fugisse do fogo condenatório, hm. Dois orcs se escondiam atrás daquelas tábuas no momento ─ e tinham ficado ali para atrasar os perseguidores, no caso Hayashi e Chagas. Bem, um dos orcs estava caído agora, logo na entrada, morto por um corte de espada que fez esguichar sangue até o alto do batente. Dois metros depois, havia um rastro de sangue no chão e uma mão de orc, decepada e ainda segurando um arco de caça com a corda partida. A aljava com 6 flechas também estava tombada, perto da mão. O próprio orc não estava ali, mas o sangue dele no chão deveria significar mais do que simplesmente ter ficado maneta.

Mas também havia sangue vermelho no chão. De Chagas? Ou do seu cavalo?

E nem sinal desse segundo orc ou de Chagas ou do cavalo.

Entraram e Ho tinha razão: ali dentro fazia menos calor. Esses primeiros metros do túnel revelavam que houve luta no solo. O lugar era espaçoso, alto (Ho não precisava se abaixar dessa vez), mas mesmo assim seria difícil a tarefa de lutar sob um cavalo, sem poder fazer muitas manobras, ainda mais com um cavalo enorme como o de Chagas. Então talvez Chagas foi pro chão, vontade própria ou não.

Continuaram, a respiração breve, olhos até onde a luz batia, olhos na terra quente de combate recente.

Mais sangue escuro. Por enquanto Chagas era um doador muquirana se comparado com os orcs. Essa última quantidade de sangue se arrastava pelo corredor, sumindo na penumbra. Aquilo poderia sugerir um terceiro orc na cena? Sim, poderia.

Nenhum som. Não, espera. Tinha algum som sim. Mais de um. E o cheiro, do tipo que Ho já tinha provado: miasma.

Terminaram de descer pelo corredor reto. Ho um pouco na frente, Hayashi vez ou outra olhando para trás, só para checar.

À direita deles, mais dois metros de corredor que terminavam em uma porta de madeira, baixa, mas larga. Ela estava fechada e lá de dentro eles tiveram a impressão de ouvir uma batida e um som de arranhar. Bem distante ─ como se fosse fraco ou então abafado pela porta caso esta fosse tão grossa quanto realmente parecia. De lá vinha o odor morto.

O corredor principal continuava até chegar noutro limiar, agora com saídas para esquerda e direita. Indo até lá, à direita, havia mais um pedaço de corredor e outra porta de madeira larga e baixa, lacrando algum outro cômodo (mas deste não parecia vir som algum, tampouco cheiro). Já à esquerda o corredor seguia para o grande escuro, onde a luz não chegava e nada podiam ver a menos que caminhassem naquela direção. De lá chegava um som fraco ─ ou distante ou abafado ─ de água. Algo quase imperceptível, notado apenas pelo extremo silêncio que eles faziam no momento.

E o corredor principal continuava, sinuoso, para sabe Zaltar onde. O rastro de sangue escuro ia nessa direção.

Mas chega de lugares fechados.

Em algum lugar ali perto e ao mesmo tempo longe:

Ouviu isso? ─ Bal, dando uma pausa pra respirar.

O que? Você imitando um porco? ─ E se Mok (nêmesis do Gregar) era vesgo, Uro deveria ser um pouco surdo pois realmente não escutou quando Sean chutou pedrinhas.

Não ─ Bal começou a olhar para trás ─ Estou falando de...

Então viu Sean, mas depois a ponta de uma flecha cresceu rápido demais no seu campo de visão de modo que ele perdeu Sean de vista e todas as luzes se apagaram subitamente.

Então Neil se moveu, os dentes trincados mantendo a dor presa do lado de dentro. A caminhada dos orcs já tinha cessado, Bal, à esquerda, soltou Neil de repente e Uro, à direita, estava se movendo também... só que não tão rápido. E a flechada ─ nesse exato momento! ─ na coxa lhe deixou confuso (de onde chegava todos aqueles ataques?) de modo que não foi rápido em fazer qualquer coisa contra Neil, que o chutou forte o suficiente. O orc levou o golpe no peito e recuou para o abismo, tentando recuperar o equilíbrio, seus pés na ponta e um murmúrio preso na garganta. Não conseguiu. Foi para baixo num ciclone de braços e pernas e flecha e pedrinhas e ossos quebrando e algumas raízes naturais da montanha e depois galhos e galhos e galhos e pof. 40 metros de rolamento e ele já poderia se considerar banquete de moscas.

E só então Bal ─ que estivera meio de pé, caindo em câmera lenta ─ tombou pesado graças a flecha no meio dos olhos.    

Tenkai não teve problemas em relação ao vento ─ pois não ventava. Dia seco, ar quente, parado.

E Sean ganhou a aposta, pois realmente o da direita caiu primeiro.

Estava tudo bem. Eles podiam parar um pouco agora, secar os seus cantis com longas e merecidas goladas de água. Podiam secar o suor da testa antes que caísse nos olhos. Podiam dar tapinhas nas costas uns dos outros (menos nas costas de Neil, por causa dos ferimentos), comemorando a desgraça alheia e o sucesso parcial da missão em ao menos continuarem vivos e no rastro de quem roubara a herança de Targo.

Podiam.

Mas Gregar chegou.

Veio correndo, atropelando a floresta. Apenas teve uma sugestão de que deveria subir a montanha pelo caminho íngreme e assim o fez, instinto puro. E chegou no trecho em questão.

O mesmo espectador de antes, se visse Gregar agora, pensaria “esse cara está frustrado!”. O espectador balançaria a cabeça, se sentindo na pele do possuído: “ele chegou no final do banquete!”

Sean estava mais perto e achou prudente se levantar do chão, por favor. Tenkai já tinha pousado e a qualquer momento mais uma flecha poderia saltar espontânea da aljava até sua mão e depois para o arco. E Neil estava mais recuado, o que podemos considerar “em segurança”.  

Gregar viu quando um dos orcs caiu e viu o outro tombando, alvejado. Seus inimigos, aqueles que ele deveria caçar, estavam mortos. Restara os companheiros daquela missão de infiltração e subtração. Então, agora sem os inimigos, ele podia relaxar? Não, não exatamente. Aquela fúria invasora ainda corria em suas veias, ainda lhe dava cede... Ele poderia lutar contra ela, tentar dobrá-la à sua vontade, mas porque faria isso se ela era tão acolhedora, tão quente, tão viva? Aquela fúria lhe dizia: “Gregar, você é deus!”.

Lhe dizia: “Você não precisa deles!”

E dizia: “Te deixaram!”

E sussurrava: “Você pode fazer tudo sozinho!”

E pulsava: “Você só precisa de você mesmo!”

E reiterava: “Você É!”

É claro que ele poderia tentar combater essas ideias deliciosas. Seria como dizer “não, obrigado” à um homem lhe oferecendo um copo de água no meio de um seco deserto. Mas ele poderia sim combater isso. É claro que Neil, Sean e/ou Tenkai também poderiam tentar, de algum modo, reverter aquele estado alterado de Gregar, se achassem que valesse à pena. Pois, sejamos francos, o cara está visivelmente fora de controle, pode comprometer o sucesso da missão, hm. Bom, se tentassem, o que fariam? Como se derrota a raiva?

mapa do túnel:

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Mensagem por Knock Sex Ago 21, 2015 3:04 pm

- Hayashi- Falei como alguém que tenta memorizar algo e sorri; dei a água que levava comigo, então, enquanto ele bebia verifiquei de perto os corpos que estavam lá... Não pareciam ser de mineradores, pois os portes físicos deles não indicavam os de trabalhadores, os quais usam muita força no cotidiano... Trajavam roupas normais; eram jovens; nada de valor e já mortos há algum tempo, talvez um dia, logo, antes dos nossos concorrentes e, pela marca das mordidas, cria que também haviam sido pegos de surpresa por um daqueles lobos da neblina... Talvez fossem um grupo formado para procurar os mineradores... Acho que ouvi algo do tipo, quando encontramos as mulheres, porém agora não importava quem eram, pois não eram mais.

Estranho. “Estranho” era o que eu pensava quando via tudo aquilo acontecendo, quando eu lembrava da forma como a qual o hellhound havia desaparecido... Eu sentia que ainda o/ os veríamos novamente.

- Sabe, também enfrentei um lobo desses na floresta, assim como o elfo- Dei a informação a Hayashi- Acho que é magia, pois quando o lobo morreu, ele desapareceu, como se se quebrasse em várias fagulhas luminosas; isso não é normal. Já enfrentei hellhounds e sei que eles sangram... A não ser que não sejam hellhounds- Eu continuava olhando; vi algumas armas quebradas, mas dessa vez, não levei nada

Após verificar os corpos, fomos em direção à entrada da montanha- O que será que os mineradores retiravam daqui? – Pensei alto; murmurei e entrei. O bom é que era dia e, mesmo eu não tendo encontrado uma lamparina, podíamos ver com clareza e até mesmo uma riqueza de detalhes, tanto na entrada, possivelmente arrombada por Chagas, na qual havia um orc, o qual estava morto... Chagas fora preciso e rápido, como se fugisse de algo; talvez da neblina. Mais a frente havia a mão decepada de um orc, a qual segurava um arco, cuja corda estava quebrada e ao lado, a aljava caída, ainda com seis flechas, além de muito sangue... Tanto sangue que acho que o Menino acerto bem mais que um golpe... O sangue formava um rastro, talvez esse orc ainda estivesse vivo ou, então caído mais a frente. Além do sangue escuro, tinha um mais claro, mas não soube distinguir se fora do cavalo ou de Chagas. Onde ele estaria.

Não conheço Chagas, mas aposto que ele prosseguiria até cumprir a missão inteira sozinho, se pudesse... Era como se eu conseguisse ver o sorriso insano daquele suicida... Por quê não esperou? - A festa estava boa!- murmurei em resposta à minha retórica que não transbordara os limites de minha boca.

Continuamos o caminho, no qual eu não precisava me abaixar, mas mesmo assim, eu tinha cuidado com a cabeça. Mais a frente o chão mais mexido; Chagas descera do cavalo e lutara no chão, creio que fora acertado por algo; o sangue seria dele, pois quando cavalos, embora pareçam, não são tão resistentes... se o cavalo fosse acertado, provavelmente ficaria caído ali ou mais a frente.

Mais sangue: revelava um novo inimigo. Um rasto que prolongava caverna a dentro. Chagas estava se mostrando ser melhor contra orcs do que era contra as armaduras... Continuamos descendo o corredor até que senti um cheiro... um odor... familiar. Era miasma. Novamente miasma. Como se eu descesse às profundezas dos sepulcros novamente; como se a morte mais uma vez me recebesse. Uma porta baixa à direita exalava o odor e eu podia ouvir um som baixo, como se alguém batesse; arranhasse... como se alguém quisesse sair... Mais à frente as opções aumentavam; havia a continuação do corredor, no qual o rastro de sangue permanecia, uma outra entrada, a qual o escuro começava a piorar, entretanto, de onde vinha um som fraco de água, mas confesso que cheguei a pensar em sangue... Além dessa, havia mais uma outra entrada bloqueada, mas dessa, eu não conseguia sentir algum odor, nem escutar nada.

Olhei para Hayashi e apontei para a porta de onde o miasmas saía. Pensei nos mineradores de verdade, talvez muitos tivessem morrido e só um ou outro tivesse resistido tanto tempo... Mesmo não fazendo parte da missão, eu queria salva-los. Embora eu duvidasse que Chagas estivesse ali. Talvez ele tivesse seguido o orc pelo corredor, mesmo que no escuro... Entretanto, dali em diante, eu não sabia qual caminho se usava para chegar ao outro lado... Talvez o seguir pelo corredor fizesse mais sentido naquele momento. Então falei a Hayashi em tom baixo:

-- Talvez os mineradores estejam atrás dessa porta- apontei ao lugar de onde o miasma vinha e continuei – Entretanto, creio que continuar pelo corredor seja a melhor coisa a se fazer agora. O que achas?

“Pelo menos está mais frio” era o que eu pensava, tentando me consolar. Mas a atenção não escapava.

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Mensagem por Hummingbird Qui Ago 27, 2015 2:57 pm

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E o pirralho comemorou.

O da direita caiu primeiro, despencou montanha a baixo como um fruto cai da árvore. Engraçado não? Mais seria se, assim como eu propus, o humano caísse junto. Humano este que não para de me surpreender, ele estava vivo afinal, e não suficiente ainda ajudou a derrubar um dos orcs. Será que o pirralho sabia que isso ia acontecer?

Bobagem. Esse tipo de questão é irrelevante, ainda mais considerando o restante dos fatos. Ao longo do que tudo foi acontecendo, eu sentia um certo incômodo, não sabia exatamente de onde vinha. Minhas limitações no corpo do garoto são como correntes e viseiras; não me permitem grande movimentação nem poder de observação. Mas eu sentia, estava por ali, como uma besta selvagem que quase nunca experimenta a liberdade. Dominada pela fúria, isso, eu quase posso sentir e compartilhar. Ouso dizer que anseio por isso também, pelo momento em que Sean perderá o controle, não parece bom?

[ ... ]

— Huhuhuhu... não quer que eu cuide disso? - Ele disse.

Por um instante pensei se ele não estava subestimando a situação. Depois dos orcs caírem da montanha, acredito eu que não fui o único a ficar surpreso com a aparição do nosso outro companheiro, aquele que fiz a travessura de presentar com um cavalo de Troia. Apesar da vontade inexplicada em querer sorrir, vi que não era o momento. Levantei-me, encobrindo meu rosto com o capuz. A princípio senti meu coração apertar, e por algum motivo em minha mente veio a ideia de adrenalina. Considerando onde estávamos, eu era o alvo mais fácil e pronto pra servir de terapia para toda aquela fúria. Um golpe e eu podia ser arremessado montanha abaixo. Como o tal orc..

— Ora ora, eu quase posso sentir o cheiro do medo. Pensei que você não tivesse medo de nada, pequeno corvo. - Debochou, em meus pensamentos.

Não havia mais tempo, todo meu corpo parecia me alertar de que eu precisava agir. Correr pra parede era uma boa ideia? Ficar longe da beirada parecia mesmo mais seguro. Minha mão, meus dedos...tremulavam. A outra mão, segurando a adaga, insistia em ser usada. Senti uma perturbação incomum, eu queria mesmo confrontá-lo? Era tudo muito estranho, aquela sede de loucura, inquietude, não sei... sussurrava nos meus ouvidos quase como um companheiro dele. Ambos tentavam me convencer de que atacar era o certo. A razão prevaleceu por um instante; a parede era mesmo segura. Se me fosse possível chegar até ela, estenderia a mão livre para tocar a pedra maciça da montanha. Deslizar meus dedos ali, mesmo que trêmulos, e sentir o calor que a pedra retribuía. Uma colisão entre mundos estava acontecendo dentro da minha cabeça, eu sei disso.

Mesmo parecendo distraído, meus sentidos estavam completamente eletrizados. Ansiava pelo uso de reflexos, caso houvesse necessidade, em contra-atacar ou esquivar. Nos pensamentos uma série de reflexões. Eu posso jurar que ouvi aqueles mesmos sussurros...estavam vindo da mente do outro possuído? Era sua fúria?

Mas a parede da montanha era tão quente, acolhedora, silenciosa.

Não haviam palavras que eu quisesse usar para expressar alguma coisa. Só o silêncio, reflexo de uma mente perturbada. E acompanhado tão somente desse silêncio é que eu seguiria montanha acima, tomando a frente dos demais...

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Mensagem por Bluesday Qui Ago 27, 2015 11:29 pm

Ziiiiiiiin!!

Vuuum!!!

As flechas voavam como pássaros livres e acertavam os alvos. Os coitados nem sabiam de onde vinham as flechas. Não demorou e um deles despencou ladeira abaixo. Menos um. O outro estava lá sem saber o que fazer. Tenkai pretendia finaliza-lo. Mas então... Menos dois. Foi um tanto engraçado o orc continuar vivo com uma flecha atravessada em sua cabeça.

Parecia que o caminho estava livre. No entanto... Hum... Os aventureiros estavam um tanto enganados. Um outro membro da comitiva aparecia. Seu aspecto físico e mental pareciam perturbados. O elfo podia sentir uma energia obscura vindo dele.

" Será um traidor? Espião talvez... "

Tenkai puxou sua flecha e mirou imediatamente de onde estava para o rapaz.

Se não for um inimigo. Sugiro que mantenha distância por hora. Caso contrário, serei forçado a disparar.

Era uma situação delicada para o possuído. Não havia meio termo ali, pois não tinha espaço para ele desviar e sua defesa seria receber a flecha por vontade própria. Tenkai não tinha intenções de matar o companheiro, então se ele avançasse, o elfo mudaria sua mira para a bota do rapaz e dispararia contra ela. O plano era impedir que viesse até ele e o garoto. Aquilo daria tempo para pegar outra flecha e manter a mira na outra bota. Se ele se libertasse, ficaria com a outra perna presa.

Se o plano não desse certo e ele atacasse o elfo. O mesmo trocaria de arma e usaria seu bastão, fazendo um golpe vertical para o lado contrário do desfiladeiro, forçando Greg a desviar ou defender, e neste instante o elfo giraria seu corpo para o lado da queda. O bastão estaria ao lado do rapaz. O corpo de Tenkai seria como uma base de uma alavanca para o bastão empurrar o traidor para o buraco.

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Mensagem por Hayashi Sex Ago 28, 2015 8:27 pm

Bebi um pouco d'água que Ho havia me dado, agradeci, os corpos não pareciam ser de mineradores. Eram jovens, podiam ter uma vida maravilhosa pela frente, era uma pena, principalmente para as vossas mães. Prestei atenção no papo de Ho sobre o lobo que eu havia felizmente derrotado de uma foram bem inusitada, parece que os parceiros também teriam enfrentado uma criatura dessas, era estranho, parecia que ele era um "ser" onipresente, mas eram apenas pensamentos que logo iriam se perder no meio de tantas coisas que estavam acontecendo. 

Entramos e pudemos ver as cenas de luta que Chagas havia participado. Sangue, uma mão de um Orc, marcas no chão, e mais sangue. Foi uma coisa nada bonita de se ver. Uma aljava e um arco por ali, de resto nada de mais, apenas essas marcas de uma batalha que se arrastou por ali. Avaliamos o terreno. Prosseguimos naquele caminho que era bem largo se for fazer uma comparação ao tamanho de Ho. Mais sangue, mais rastros, e então um odor morto. Aquela situação estava estranha o suficiente para me assustar. Estava tudo quieto, além do som de algum líquido escorrendo, porém naquele espaço podiam-se ouvir alguns sons de arranhões. Quem sabe alguem querendo sair de algum lugar, algumas batidas. Aquilo me chamou atenção. Ho me perguntou sobre o que eu achava, pensei um pouco e dei uma resposta. 

- Vamos checar para ver os mineradores estão lá. Vivos ou mortos. Para uma mãe, pior do que saber da morte de um filho, é não saber se ele está vivo ou morto. E também vai ser rápido. Se quiser, podemos checar todas as portas. -

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Mensagem por NR Sérpico Sáb Ago 29, 2015 12:10 am

16. Dentro da...

Checaram, ponderaram. E agora estavam diante da porta. O cheiro morto estava parado no ar e eles já estavam se acostumando. E enquanto aos sons: nada, apenas um súbito silêncio ─ como se, seja lá o que fosse que estivesse lá dentro, tivesse parado para escutar o que acontecia no corredor. Talvez estivesse até com o ouvido colado na porta.

Não tinham certeza, mas sentiam algo ali, do outro lado da madeira. Algo bem vivo. E quente. Bom, já estava meio calor então talvez esse último detalhe fosse apenas impressão. O túnel ainda era bem melhor do que lá fora, em relação a temperatura.

Mas calma, realmente estava mais quente ali, perto da port ─ pou: um baque, uma batida na porta. E depois outra. E então:

Barlow? ─ disse uma voz rouca ─ Barlow, é você?

E então outra voz:

Quem é aí? ─ uma voz grave, mas aparentemente desesperada, quebrando, o som não saindo direito ─ O que está acontecendo aí? Barlow? Eu já estou melhor, Barlow... Por favor, cara. Abre essa porta.

E uma terceira voz, essa mais jovem e estridente:

Barlow... Eu... eu... Nós já estamos bem!

E uma quarta:

Não aguentamos mais ficar aqui com essa coisa! ─ brava, raivosa, deu até mais duas batidas na porta, a fazendo tremer.

E deu para ouvir o som de arranhar. Não vinha da porta ─ talvez essa coisa que arranhava tinha por alvo as paredes ao lado da porta.

E estando Ho e Hayashi do lado de fora, não conseguiam espiar nenhuma brecha, nenhum canto em que pudessem olhar o outro lado. Bem, havia uma única exceção: havia uma fresta mínima entre a porta e o chão. E caso Ho ou Hayashi se abaixassem pra espiar, perceberiam a presença de luz dentro daquela sala. Luz fraca, mas constante (sem tremeluzir, como a chama numa tocha, por exemplo).  

Essa luz não ajudava a ver muito pela fresta. Mas se Ho ou Hayashi realmente se abaixassem para espiar por baixo veriam o que deveria ser dois pés metidos em botas do outro lado da porta. De fato, tinha alguém bem ali, com o ouvido colado na madeira, talvez.

A voz nervosa:

Não aguentamos mais, caralho! Você não pode nos deixar aqui! Tá me ouvindo? Eu sei que você está aí!

Jovem estridente:

Nós já estamos bem... ─ soluços de choro. ─ Estamos bem...

O rouco, num suspiro:

Estamos cansados.

A voz grave, quebrada:

Você precisa de nós para sair daqui! O Animal ainda está lá fora.

É ─ disse o raivoso, deu uma batida na porta. ─ Agora nós podemos com o Animal. Podemos vencer a neblina. Abre logo, Barlow. Abre logo ─ Batida e batida e arranhar na parede ─ Barlow! Abre!  

A fechadura da porta era um engenho curioso: havia uma manivela no centro da porta que deveria acionar trincos. Até aí tudo bem ─ bastava girar a manivela então, certo? Errado! A própria manivela tinha um compartimento, uma fissura onde deveria entrar uma chave para só então destravar a manivela afim de girá-la e pronto, liberdade! Segurança de primeira, aquela. O que será que guardavam ali dentro?

E porque demônios esse tal de Barlow trancou pessoas lá?

Bom, observando por baixo da porta... viram apenas uma pessoa parada do outro lado, rente a madeira. No entanto, ouviam claramente as quatro vozes (que não se interrompiam) como se estivessem todas bem ali, no mesmo lugar. Louco, né?

Não é o Barlow ─ disse o chorão.

Quem é? ─ perguntou o raivoso. ─ Quem está aí? Por favor, nos ajude!

Ao passo que lá fora, uma flecha estava sendo apontada para Gregar.

Tenkai não queria aquilo... mas parecia uma medida prudente.

Gregar nem estava vendo... mas então começou a enxergar novamente, enxergar cores. E que dores eram aquelas? Na droga do corpo inteiro! Passou a sentir o gosto de sangue na boca, forte, enjoativo. A cabeça estava quente. Os ombros pesados. O mundo balançou por um tempo mas ele recuperou o equilíbrio antes de cair. Recuperou o foco.

Tenkai percebeu isso e abaixou o arco.

Sean já estava bem recuado, passando até mesmo por Neil. Decidiu ir na frente. Gregar parecia melhor (questionável, hm) mas mesmo assim era bom manter distância do presenteado por fúria orc. Manteve-se perto da parede.

Tenkai guardou as armas e seguiu o menino, com um olho no caminho e outro em Gregar, que vinha atrás, mais ou menos ao lado de Neil.

Então a formação era: Sean, Tenkai e Gregar-Neil.

Caminharam, e agora já não subiam mais: o caminho parecia reto. Daqui a pouco deveria começar a descer novamente.

Silêncio. E então não mais:

Vocês são insistentes.

De onde? De onde?

Voltem agora ─ parecia vir de todos os lugares ou talvez apenas da cabeça de cada um deles. ─ Ou morrerão aí mesmo!

Voz de mulher, aliás.

Um pouco mais apresentável do que a que saiu através de uma cigarra, diante de Gregar, mil anos atrás.

Então algo pareceu reluzir na frente do sol. Como que um lençol, ondulando ao vento (que vento?!). Tinha o rosto de uma mulher, cabelos curtos, feições abstratas, cada um provavelmente viu um rosto diferente. Estava flutuando à cerca de 20 metros deles, acima do precipício.

E começou a modular um muxoxo. Como se cantasse pra dentro: Hmm, hmm, hmmhmm.

Ondulando ao vento... Agora sim! Sentiram uma brisa passando.

Hmm, hmm, hmmhmm.

A brisa virou um vento.

Vocês que sabem ─ cantou o lençol espectral.

E lá longe, algo tapou a quente luz do sol...

Era uma nuvem negra.
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Mensagem por Hummingbird Dom Ago 30, 2015 12:43 pm

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Andei distraído, parecia que esqueci de qualquer preocupação a medida que dava passos naquela subida que, de um súbito, pareceu tornar-se reta e mais fácil de andar. Senti certa melancolia, não sei dizer, não tinha mais ninguém pra brincar ali. Os outros estavam entretidos com a loucura do mascarado lá, o encrenqueiro estava ferido, os orcs caíram da montanha, tudo ficou chato de novo. Tsc.

E então aquela voz.

Ignorei, a princípio. Estava tão acostumado com a confusão mental devido as constantes perturbações de Ifrit que, sequer reparei que era uma voz feminina. Aliás, até resmunguei algo como; não estou afim, em resposta ao que ouvi, por mero instinto é claro. Pensei estar lidando com Ifrit. Isso até ouvir aquela risada diabólica dele invadindo meus pensamentos. Concomitante a risada, aquela voz outra vez. Arregalei os olhos. De onde vinha? Onde?

Olhei pra cima. Uma batida frenética tomou conta do meu subconsciente. De repente, o som do meu coração ficou extremamente alto nos meus pensamentos, quase como se ganhasse um ritmo acelerado, uma melodia macabra insistia em ganhar espaço no meu mais íntimo.

E lá estava, meus olhos rapidamente encontraram-na flutuando a beira do precipício. Dona daquela diversão inusitada, e também da surpresa que certamente saltou na expressão dos outros, eu não sei, não estava olhando pra saber. Eu estava encantado, aquela coisa, não sei nem se era mesmo uma mulher, simplesmente apareceu, bagunçou nossas mentes, envenenou nossa expectativa de chegar ao topo, aquilo se tornou quase uma caça ao tesouro. Ora, o que tinha mais pra frente que ela tanto queria nos privar de ver? Hmmmmmm, isso é empolgante!

— Uh-Uh! Vocês viram isso? - Num entusiasmo súbito, semicerrei os punhos de ansiedade enquanto dava uns pulinhos, comentando a respeito. Meus olhos rapidamente buscaram o resto do grupo, queria saber o que eles achavam disso tudo, mesmo já tendo tomado minha decisão. Sequer esperei, estava mesmo entusiasmado...

— Como disse o velho Chagas, o último a chegar é a puta do Flint. - E um sorriso confiante se formou em meu rosto.

Egocêntrico? Egoísta? Essas palavras até me vieram em mente. Mais precisamente, sussurros de Ifrit. Ele parecia comemorar, ou algo do tipo, não me importei. A única coisa importante ali era mover bem rápido as minhas pernas, correr rumo ao topo ou seja lá onde aquele caminho ia dar. Claro que, por algum motivo instintivo, procurei correr não muito perto da beirada. O meu capuz cedeu, revelando meu rosto e meus cabelos a balançar. Quando foi que começou a ventar? Não importa, Hahahahaha, será que vou chegar primeiro que os outros? Vou encontrar um baú cheio de moedinhas de ouro? Comida? Doces? Uhhhhhhh! Eu não consigo me conter!

" Corra, pirralho. Corra e esqueça deles, eles não vão ganhar, não olhe para traz, huhuhuh "


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Mensagem por Knock Sex Set 04, 2015 10:04 am

A porta, a qual exalava o odor, estava quente e lá havia alguém com certeza. Quando cheguei perto da porta, vozes se alvoroçaram no lugar e começaram a chamar por alguém chamado Barlow, como se esse homem houvesse os trancado naquele lugar. Pareciam ser quatro pessoas... Todos clamando para sair... desesperados, mas tinha algo que me intrigava: As vozes pareciam vir de um único ser. Quando olhei por debaixo da porta pude ver apenas um homem ali... Talvez não fosse um dos mineradores. Entretanto decidi me comunicar com eles

–Olá, meu nome é Ho e estou com um dos meus companheiros. Por favor acalmem-se. Eu quero tirar vocês daí, mas a porta necessita de uma chave, porém não a temos.

Eram em torno de quatro vozes. Uma rouca, uma nervosa, uma mais jovem estridente e uma mais grave meio quebrada. Tinha quase certeza de que se tratava de um único ser. Fiz alusão ao próprio espírito da floresta... Ou o espírito dos ventos... Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas fazia sentido... Tentei ver por alguma fresta, além daquela do chão, entretanto não havia nenhuma... Fato que poderia indicar que a porta era realmente grossa.

Por quê tranca-lo (s) alí? Talvez o tivessem enganado, mas como apenas orcs poderiam fazer aquilo?!
–Quem é Barlow? Por que ele o tranou aí? Como posso encontra-lo? Posso tentar derrubar a porta? Você ou vocês estão bem mesmo?
As perguntas fluíam. Eu queria entender a situação mesmo sabendo que poderia ser enganado também. Aquilo estava longe de ser minha missão, mas com certeza, eu não deixaria aquele ser sem auxílio... Além do mais, ele disse que poderia ser contra “O animal”, o qual também era nosso inimigo.
–Vou tentar abrir a porta à força. Sou um orc vermelho. Por favor não se espante, quando a porta abrir. –Falei para que pudessem entender.

Virei para Hayashi e perguntei se ele poderia abrir a porta mais fácil que eu com o machado, caso ele não pudesse, eu pediria a ele para procurar a chave em um dos corpos... Talvez houvéssemos passado sem perceber... E enquanto isso, eu tentaria abrir a porta à machadadas.
–O quê você é? –Respiro fundo; olhares ainda ao redor. Atenção redobrada. –Quem mais está aqui?

Também havia um som de arranhar, mas esse não vinha da mesma porta fétida... Era oriunda da porta ao lado “Mas que praga está acontecendo aqui?” Me perguntava mentalmente. “Tudo isso por causa de uma peça de armadura?! ; Quem está por trás disso tudo?”

Eu cria que os caras que estiveram aqui não eram mineradores... Estavam fazendo algo a mais... Algo mais perigoso... Algo me dizendo que estavam mexendo com coisas que não conheciam. As vozes diziam que podiam contra a neblina...
–O que é esse animal? Esses lobos?! O que é a neblina? Por favor respondam às minhas perguntas!

Virei para Hayashi e perguntei baixo –O que você acha?



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Mensagem por Bluesday Dom Set 06, 2015 3:39 pm

Aquele rapaz estava bem loucão. Talvez tivesse um demônio consumindo sua mente ou estava super chapado de alguma droga. Mas aparentemente ele não oferecia mais risco, porém ainda sim esse não seria motivo para não ficar de olho no sujeito. Uma recaia quem sabe e ele poderia atacar seus companheiros.

Seguiram em frente. Mas não muito longe. Após um silêncio confortante, uma voz se propagava no ar. Os olhos do elfo procuraram de onde vinha e lá estava... Ela? Flutuando. Certo. E de repente o vento soprou. Mas como? Estranho. Mas parecia que ele se agitava conforme aquele obstáculo queria.

" Uma elemental do ar? "

O vento começava a ficar mais forte. A nuvem cobria suas cabeças e o sol sumia. Era bem claro o que iria acontecer.

Parece que uma tempestade está por vir, hu? — Comentou ironicamente.

" Se vai ficar flutuando. Longe de minha espada. Terei que encurtar essa distância e criar um ambiente vantajoso para mim. "

Tenkai mostrava os dentes. Estava contente. Não tinha muitas oportunidades para realizar tal feito. O elfo de onde estava, se posicionou com as pernas flexionadas e com as mãos juntas com os dedos entrelaçados e concentrou sua energia com vontade. Todos podiam sentir o poder fluir e a energia ser liberada. Tenkai não fazia questão de ocultar isso.

Oh grande mãe natureza. Me conceda o seu auxílio. GÊNESIS DA FLORESTA!!! — Em seguida galhos começavam a sair por todo local da montanha aonde estavam — AHHHHHH!!

Os galhos iriam crescendo e virando troncos. Os galhos seguiriam conforme a vontade do conjurador e cobririam uma grande área. Logo se tornariam árvores enormes e envolveriam todos rapidamente, inclusive o ser flutuante. Tenkai lacraria todos dentro daquela floresta. Dessa forma o guerreiro teria por onde caminhar e se aproximar do inimigo. Fora que teria vantagem de terreno.

Se reagrupem e sigam em frente. A floresta irá se abrir e mostrar o caminho — Voltou sua atenção para o inimigo — Agora vão. Eu irei cuidar dessa aqui.

Agora era a hora da verdade. Tenkai desembainhava sua espada e encarava sua oponente. O elfo não teria muito tempo para encerrar com aquela batalha.


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Mensagem por LK Neil Blaze Dom Set 06, 2015 10:57 pm

Não existia sorriso no seu rosto. As coisas foram rápidas demais e a dor em suas costas era lacerante. Tinha que tirar aquelas flechas dali e não sabia como, contudo, aquele chute foi algo libertador. Literalmente falando. Contudo, o Orc ao seu lado também tinha ido daquela pra uma melhor. Neil se virou e rapidamente estendeu aos mãos pro céu em rendição, pensando ter sido emboscado, mesmo fazendo uma careta por causa da dor nas costas. Contudo, não foi bem isso que aconteceu ali. Logo que viu Sean, reconheceu que estavam em segurança e se permitiu dar aquele sorriso insano que sempre lhe acompanhava. Aquilo era uma vitória. Adorava vitórias, porque Neil sempre estava em desvantagem. Sua condição física nunca foi ótima. Sabia que era rápido, mas não era nada além disso, simplesmente nada.

Contudo, quando viu o antigo líder do grupo se aproximando, seu sorriso cínico e insano se transformou num sorriso nervoso. Que merda era aquela afinal? Podia sentir o suor cair por seu rosto. Óbvio que era medo. Neil nunca fora um homem que se prezasse por lutar e ser corajoso. Se sobreviveu por muito tempo, foi porque sabia evitar batalhas que não conseguira ganhar e pouco lhe importava se lhe taxavam de covarde. Sua vida valia demais para ser perdida por causas inúteis. Simplesmente não moveu um músculo. Procurou sua adaga mentalmente, mas certamente ela não estava mais consigo. O que faria, afinal, se nem mesmo ia lutar?

Todavia, os ventos pareciam estar ao seu favor. O maldito tinha se acalmado e tudo tinha voltado ao normal. Ao menos parecia, até a aquela maldita voz vir do nada e intimidar a todos com aquela maldita luz. Neil não sabia se queria continuar. Não tinha vontade de ir adiante. Sua vida era preciosa demais e ele não era um dos lutadores mais habilidosos que existiam naquele local. Mas então, mais uma vez, que escolha tinha? Seu sangue estava nas mãos daquele velho maldito e ele simplesmente tinha sido colocado contra a parede. As coisas não estavam sendo tão fáceis quanto parecia e ter se separado do grupo agora também não tinha sido a melhor das ideias. O problema de Neil não era ganância. Não queria dinheiro. Queria caos. Queria observar de perto tudo dar errado, mas não queria estar envolvido na bagunça.

No fim, não deu um passo sequer. Se todo o grupo fosse, ele também iria, não tinha escolha, mas se somente um ficasse, ele também ficaria. Enquanto todos tomavam sua decisão, Neil começou a tenta tirar as flechas da sua costa. Sabia que ia doer pra caralho, mas já tinha passado por coisas piores na vida.

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Mensagem por Gregar Seg Set 07, 2015 10:56 am

Não tinha plena certeza de como tudo havia acontecido apenas uma finura de memórias, as mesmas que me acostumava a tentar decifrar. Incomodo e dolorido, tanto quanto era aquilo que sentia por todo o corpo. Como eu havia sido quebrado a tal ponto? Os pensamentos me falhavam, falhavam assim como as pernas teimavam em fazer. Não tinha base alguma naquela situação, nem isso e muito menos alguma paciência. Estava exausto, me sentindo enjoado pelo gosto de ferro do sangue que tinha na boca. Sentia-me completamente horrível na forma em que eu estava, mesmo que ela fosse claramente mais confortável que o corpo original, as feridas eram incomodas, latejavam em todo meu corpo como se uma orquestra.

- Abaixe o maldito arco Elfo, não possuo paciência para brincadeira no momento.

Xingava com a voz arrastava, ferida pelo cansaço e pelo orgulho. Paro o inferno com a história do sangue, decidia que merecia algo além do combinado, fosse um trecho da armadura ou algo a mais, obteria meus prêmios eu mesmo, tudo com uma alegria silenciosa e sinistra. Era sobre meus prêmios que pensava enquanto andava, caminhava acima junto daquele grupo quebrado, todos andávamos quando aquela maldição voltou a aparecer. Reconhecia a voz, parecia que tinha ouvido-a a anos atrás, uma cigarra falante em minha cabeça. Sorria em amargura vendo aquela figura feita de delírios flutuando sobre nossas cabeças, gargalharia se não estivesse cansado a tal ponto.

Não tinha verdadeiro amor por aquela cena, nem por ela nem pelo que o Elfo tentava fazer. Pouco ligava para aquilo tudo, apenas usava a lança como um apoio para me mover em frente. Até onde me importava os dois poderiam se matar naquela arena verde, vendo contra madeira. Que ambos tombassem, um a menos para me caçar, um a menos para dividir os prêmios. Passaria ignorando aquela cena, tinha um objetivo claro em mente, uma recompensa que tomaria para mim. Avançar era o caminho, uma reta pelo circulo de folhas que era criado.

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Mensagem por NR Sérpico Sex Set 11, 2015 5:34 pm

17. ...tempestade

Sean correu. Era bom em corridas, o menino. Nem ficou pra ver o que acontecia. Apenas sentiu o tremor do solo e escutou o som de rochas quebrando e quebrando de novo. E escutou o vento. De repente o mundo ficou escuro, o sol completamente tapado, o céu roncando com hostilidade. E então viu o brilho branco, que veio de trás de si, do alto, para logo em seguida escutar o trovão reverberando no mundo. E escutou a chicotada de um relâmpago, mas não olhou para trás. Continuou, aparentemente só ─ ninguém o acompanhara. Estavam mortos? Não olhou! Escutou outra chicotada, e outra, uma chuva de relâmpagos, o mundo escuro ficando branco vez sim vez não. Escutou rochas caindo, desmoronamento. Sim, estavam mortos. Então apenas continuou, vencendo o vento que chiava em seus ouvidos e fazia lacrimejar os olhos.

Correr contra o vento lhe cansou ─ os pulmões já estavam inchados e inflamados. Lá atrás, ainda escutava alguma coisa, mais desmoronamentos, mas tudo muito distante agora. O caminho? Bem, ele se bifurcava: havia uma descida, sinuosa e apertada, que provavelmente daria para o outro lado da montanha; e havia uma subida larga e íngreme com restos de estatuas e altares quebrados, espalhados pelo caminho. Ele subiu ─ pois esse era o caminho que deveria dar no reduto dos orcs, no topo ou quase no topo da montanha. Subiu num ritmo constante, e logo percebeu que, um pouco a frente, o caminho ficaria plano novamente. Então foi apenas até ali, agachado e lento, para ver o que tinha além. Ficou recuperando o fôlego enquanto via.

Enquanto via a Herança.

E enquanto Sean corria a nuvem veio para cima dos outros três. O vento apertava suas roupas contra o corpo. E chiava muito, de modo que Gregar e Neil quase não escutaram as recomendações de Tenkai ─ que fez um milagre.

Da rocha bruta daquela montanha seca, raízes surgiram. Demoraram um pouco, fazendo grande tremor na região, mas enfim brotaram, cresceram, criaram cobertura.

Então os raios caíram. O primeiro acertou o galho mais alto, o incendiando instantaneamente, chama azul. O segundo relâmpago buscou Gregar, que estava mais a frente, passando, querendo se mandar dali ─ mas o disparo foi barrado por meia dúzia de galhos que explodiram, lascados, em brasas incandescentes azuis.

Vocês não irão passar ─ salmodiou o lençol.

Mas Gregar passou. Por pouco. Um raio estourou acima de sua cabeça, bem acima, longe do alcance dos galhos. Foi um disparo inteligente, visando rocha, visando desmoronamento. Gregar nem olhou para cima, pois teve certeza que se fizesse isso seria soterrado. Então apenas se atirou para frente enquanto o mundo atrás de si tremia e rugia e quebrava. Aí sim, se permitiu um olhar: e viu que o caminho atrás de si fora bloqueado numa bagunça de rochas e galhos. Agora ele estava fora do alcance da técnica de Tenkai, sem proteção... poderia seguir em frente ou voltar para... ajudar? Não, melhor seguir em frente, certo? Foi o que fez, antes que o lençol insistisse com ele.

O lençol não o seguiu. Focou sua atenção em Tenkai e Neil. Este último aproveitou a cobertura dos galhos e removeu as flechas. Só não sentiu mais dor por causa da situação em que estava, com uma tempestade estourando ao seu redor e lhe distraindo a mente caótica. Só agora veio água, água pesada, água ácida, fazendo os galhos estalarem e amolecerem, soltando fumaça a cada nova gota. Neil não avançara como Sean ou Gregar pois percebera que o elfo havia ficado. Então ficou também. E viu quando o caminho fora soterrado, pedras travando a passagem graças a um trovão que perseguia Gregar.

E ficou mais um tempo escondido, olhando entre frestas, as duas flechas nas mãos. Era tentador a ideia de voltar, de ir embora. Aquele desafio estava crescendo muito, a missão estava muito além do que fora proposto inicialmente. Então era tentador apenas desistir. Talvez Targo devolvesse o sangue, numa boa... Pois aquilo tudo talvez não valesse a vida de Neil, que atualmente precisava respirar, precisava pensar. E dentro da tempestade, como estava, era difícil fazer... qualquer coisa.

Talvez o lençol entendeu isso e sugeriu:

Volte ─ como se falasse diretamente com o insano.  

Até daria para passar pela região soterrada. O problema era a exposição: naquele trecho os galhos foram amassados e quebrados, alguém poderia passar por cima, escalar o pequeno acumulo de rochas e pular para o outro lado do caminho. Mas nesse tempo estaria aberto à chuva e aos relâmpagos. Perigoso.

Mas ficar ali também era ruim. A floresta não ofereceria proteção eternamente e, pior, a moça espectral poderia lançar outro raio, no caminho de volta, travando ida e vinda... Talvez por isso ela reiterou:

Voltem agora!

Mas que garantia tinham? Resolvem voltar, certo, e de repente shazam! Raio neles! Não dava para confiar num lençol.

O que fazer, então?

Tenkai sacou a espada. Ia peitar a coisa. No corporal seria complicado, pois teria de deixar a cobertura. Claro, andava protegido, de armadura, de modo que poderia resistir algumas gotas ácidas. Ia lutar, mas ainda não tinha definido exatamente como.

Ao menos em relação aos relâmpagos, puderam discernir algo: um de cada vez, nunca em diferentes alvos. Um golpe fora num galho, os outros dois contra Gregar, enquanto que nada caia sobre Tenkai e Neil. A chuva era em área, mas talvez não tão em área assim ─ pois então acabaria invocando a chuva para cima de si mesma, seja lá onde ela estava naquela montanha. A menos que estivesse sobre cobertura, então assim, sim. Mas a impressão era que a chuva banhava apenas a vida de Neil e de Tenkai e não ia muito mais longe.

Difícil.

Espada em punho... mas não era a sua própria espada que deveria ser sacada... Tenkai simplesmente sentia que deveria usar a outra, a cimitarra, aquela que lhe foi emprestada por Ho... A arma estava em sua cintura, pulsando, dizendo: sou eu.

Enquanto isso Ho não economizava no questionário.

Depois de se apresentar, houve um breve silêncio e depois batidas na porta. A voz jovem gritou:

Nos liberte!

Esperança! Não era Barlow! Era um estranho piedoso!

Nos liberte! ─ suspirou, chorando. Era um pedido verdadeiro.

O rouco respondeu, pausadamente:

Barlow é nosso amigo, da vila. Somos mineradores da pedreira do outro lado da montanha. Ele nos trancou aqui depois que...

Ele nos trancou aqui porque estava com medo ─ cortou o raivoso. ─ Vou te explicar, cara. É o seguinte: nós estávamos presos no túnel. De um lado orcs, do outro o bicho da neblina. Tínhamos de fazer alguma coisa para sair daqui.

Tínhamos que tentar ─ concordou o velho rouco.

Então pegamos o Minério Divino ─ o raivoso retomou. ─ No começo foi difícil, mas agora estamos bem. Podemos controlar. E podemos sair, combater o lobo.

Quanto ao que ele era, não houve resposta. Mas sobre quem mais estava ali, o rouco disse:

Nossos amigos mineradores. Eles estão... machucados.

E sobre o bicho na neblina, o de voz grave sussurrou:

É uma entidade da floresta... algo que não é desse mundo. A neblina é parte do mundo dela, dessa criatura. É algo que deveria estar morto. Assim como os orcs. ─ foi o discurso mais longo dele, antes que a voz quebrasse. ─ Mas agora podemos contra os orcs, contra o Animal da neblina.

E esperaram por Ho, que pegou o machado e atacou a porta. Pouco sucesso. Cinco golpes depois, percebeu que a fechadura não seria vencida daquele jeito.

Mas então houve um tremor no túnel inteiro (na montanha inteira, na verdade). O tremor durou alguns segundos, mas foi intenso ali embaixo, como se algo (raízes) estivesse abrindo passagem pela pedra na base da montanha. E esse tremor mexeu com o batente da porta de modo que Ho avaliou que, com um encontrão, teria sucesso no arrombamento. Quem estava do outro lado se afastou e então o orc se jogou contra a porta, que cedeu.

E então ele viu um único ser humanoide, gordo e gelatinoso e distorcido, com partes humanas em lugares errados. Das botas para baixo, normal, mas então um pé saia do joelho esquerdo, um cotovelo da coxa direita, logo ao lado de um coração pulsando, um rosto inteiro de um jovem brotava da virilha. No tórax havia uma boca e três mãos. No peito, o topo de um cabeça careca, ao lado de um olho, ao lado de outra mão, ao lado de outro nariz. Em um dos ombros, um braço esticado pra cima, que segurava uma picareta, que ficava se movimentando e arranhando o teto (que, naquela sala, era baixo). O braço que vinha depois desse ombro estava livre, normal, forte e bronzeado, com os dedos em movimento, querendo pegar, querendo pegar. O outro braço também parecia normal, exceto que tinha um rosto no lugar da mão. Um rosto raivoso que disse:

Muito obrigado... orc.  

Aquilo não soou legal. Quer dizer, não parecia um agradecimento muito legitimo. E, então, nas quatro vozes, o golem disse:

Me permita lhe dar um abraço de agradecimento ─ e veio se aproximando, passadas ligeiras.  

Na massa esquisita que deveria ser o pescoço do bicho uma luz brilhava, de dentro da pele. Uma pequena luz laranja que emanava um pequeno calor.

Ao redor, dentro da sala, havia gente morta, muito além de simplesmente "machucados". 4 corpos. Uma mesa caída e duas estantes estante quebrada, mesma coisa com as cadeiras. Amassos nas paredes, de pancada mesmo. E vários arranhões de picareta em tudo que é lugar.

Ele não parecia tão rápido, mas já estava num ponto em que seria impossível fechar a porta novamente e trancá-lo.

O olho no peito estava chorando ─ esperança! E um pedido verdadeiro...  

E Sean ainda observava quando Gregar chegou junto dele.

E o que eles viram além da Herança?

Viram Chagas, amarrado, de joelhos, perante um altar.

Um orc estava logo atrás dele, todo esperto e atento. O orc tinha as espadas de Chagas amarradas no tronco e parecia um tanto ferido, mas não tanto quanto o próprio Chagas que sangrava por sobre a corda que enrolava seu tronco, e arfava e resmungava, tentando falar, mas incapaz por causa da mordaça entre os dentes quebrados. E, Sean e Gregar perceberam, Chagas estava com uma mão faltando. Mutilado.

A armadura, toda ela, estava sob o altar, brilhando levemente. Era uma armadura negra, desbotada, mas que agora emanava luz branca.

O altar era na verdade um círculo de pedras compridas, postas de pé. No centro, havia uma dessas pedras deitadas como um leito ─ e a armadura repousava lá. Ao redor do leito, haviam corpos. Gente morta. Eram cinco. Gargantas cortadas, o sangue saindo e correndo e se espalhando por todo o interior daquele círculo de pedras. Uma das vítimas, uma mulher humana, ainda agonizava.  

Dentre os mortos: uma elfa, uma senhora humana, uma adolescente com traços draconianos, e uma jovem meio feral. Todas nuas e aparentemente bem maltratadas.

Então viram que além do círculo de pedras, saindo de uma caverna no outro extremo, outro orc avançava, faca em punho, faca pingando vermelho. Avançava com um bebê, uma menina, seguro numa mão. O bebê chorava, fraco, já cansado.

O orc chegou perto do círculo e esperou.

Esperou a humana terminar de morrer. Quando isso acontecesse, então a faca cortaria mais uma garganta para aquele ritual macabro.

E no outro lado do altar, no lado oposto de onde Chagas estava, havia uma mulher, cabelos curtos e vestido branco. Ela estava sentada, quase que na borda da montanha, pernas cruzadas, em lótus, em concentração. Em seu colo havia uma bola de vidro de luz roxa.

E ela parecia estar fazendo algo tipo: hmm, hmm, hmmhmm.

XP DE ATRASO:

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Mensagem por Hummingbird Seg Set 14, 2015 5:43 pm

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Muitas foram as coisas que vi. Parecia uma espécie de transe, sonho e realidade unidos num só, meus olhos sequer piscavam. Eu simplesmente estava em outro lugar, e ao mesmo tempo em lugar nenhum. Só fui acordar mesmo quando já estava no topo. Pensei nos companheiros que ficaram para traz mas a julgar pelos barulhos e gritos, certamente que o destino deles foi de encontro aos Orcs daquela aposta. Desta vez não houve risos, Ifrit estava quieto. Estranho?

Notei então que mais em frente haviam vozes, rapidamente me espreitei. No pouco tempo que tive para observá-los, reparei que o tio Chagas estava lá num canto, amarrado, mutilado, amordaçado. Ele gemia, certamente queria cuspir palavras contra os tais Orcs que haviam no lugar, por sinal eram dois deles, no total. Um estava em guarda atrás de Chagas. O outro, bem, estava mais pra lá, não importava tanto. Agora eu tenho que admitir, o que mais me chamou atenção mesmo foi a tal armadura. Era aquilo o motivo dessa missão? Era toda preta, desbotada, meio velha. Minha expressão era de indignação é claro, não julguei aquela armadura como algo de valor, e pra mim não era mesmo. Não muito longe dali, mais na beirada, tinha uma mulher, pernas cruzadas, lamuriando alguma coisa, certamente devia estar rezando pra não acabar morta. Se bem que... aquele vestido, não me é estranho?

E nisso, ele chegou.

Não me assustei, por algum motivo sua presença já não me incomodava. Era o mascarado do nosso grupo, aquele que antes estava enlouquecido.

— Ei, que bom que chegou. Aproveitou bem o presente? heheh. - Cochichei, fazendo menção daquela fúria exorbitante em que eu fui o agente catalizador, lá atrás, contra os orcs. Bem, talvez ele nem saiba que fui eu, e de qualquer forma, isso era irrelevante agora. Senti vontade de sorrir, largamente, e o fiz. Não precisava de explicação, isso vinha de dentro. Meus olhos se voltaram para o ambiente, ainda que eu não tivesse tomado alguma atitude concreta. Estava tentando me concentrar na energia dos que ali estavam presentes. A julgar pela distância, era uma tarefa difícil, minha intuição me dizia isso, mas por algum motivo achei prudente já preparar isso agora. Antes tarde do que nunca, dizia papai.

— Eu vou pegar a armadura. - Murmurei, enquanto respirava fundo, me preparando. — Vamos lá, acha que consegue matar todos eles antes de eu voltar aqui com aquela lata-velha? - As palavras saíram com certo deboche, talvez uma provocação com um pouco de confiança também. Afinal, eram 3 o total de inimigos. De uma forma ou de outra, eu precisava da ajuda do mascarado pra sair ileso dessa minha peripécia. Com sua resposta ou não, eu tentaria avançar, correndo na direção do altar de pedras. É claro que manteria o silêncio e se possível, alguma concentração. A julgar pelas minhas habilidades e meu instinto, talvez fosse capaz de correr até o altar sem que o Orc do outro lado me visse, já que haviam pedras enormes no caminho, acho que consigo usá-las a meu favor pra distrair sua visão. Depois de me aproximar, eu só precisava invadir o altar e roubar a Armadura, certo? Claro que, para o caso de instintivamente notar algum perigo no processo, recuaria da forma mais segura possível. Ifrit sussurrava em minha mente; " Mantenha a adaga no alcança das mãos, pirralho " quase como um prefácio de que, em emergências, eu a usaria para defesa própria. Esse tipo de situação sempre me deixa muito entusiasmado, meu coração batia rápido... mas eu só pensava em vencer;

Pegar a armadura antes que o mascarado - Gregar - acabe com os Orcs.


Off escreveu:Tio Sérpico, como não sei se minha nova habilidade pode ser usada na camp, eu fiz umas menções mais intuitivas mesmo. Para caso de poder usar, então fica a critério dos efeitos dela. Para caso de não poder usar, arrisco tudo no instinto mesmo.


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