>Dizem as más línguas que o anão Rookar, que fica no Porto Rangestaca, está procurando por mercenários corajosos - ou loucos - que estejam afim de sujar as mãos com trabalhos "irregulares". Paga-se bem.
> Há rumores sobre movimentações estranhas próximas aos Rochedos Tempestuosos. Alguns dizem que lá fica a Gruta dos Ladrões, lar de uma ordem secreta. Palavra de goblin!
> Se quer dinheiro rápido, precisa ser rápido também! O Corcel Expresso está contratando aventureiros corajosos para fazer entregas perigosas. Por conta da demanda, os pagamentos aumentaram!
> Honra e glória! Abre-se a nova temporada da Arena de Calm! Guerreiros e bravos de toda a ilha reúnem-se para este evento acirrado. Façam suas apostas ou tente sua sorte em um dos eventos mais intensos de toda ilha!
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[Ficha] Analia Lethril
2 participantes
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[Ficha] Analia Lethril
Nome: Analia Lethril
Idade: 25
Sexo: Feminino
Altura: 1.67m
Raça: Elfa
Lodians (L$): 0
Nível: 1
Exp: 0/1000
Aparência: Ana é uma jovem de estatura mediana, um pouco abaixo da media para sua raça, tendo cerca de 1.67m. Seu corpo é esguio e de porte mais atlético, mas não perdendo a sensualidade e beleza femininas. Seus cabelos são médios, até a altura dos ombros, negros e levemente ondulados. Ana costuma usar roupas fechadas, deixando pouquíssimas partes de seu corpo a mostra, e além de tudo isto, está SEMPRE com uma mascara no rosto, cobrindo toda sua face, deixando a vista apenas seu olho esquerdo. Sua pele é branca e quase sem imperfeições, com exceção da região do tórax e o rosto. Sua forma mais peculiar de se vestir é devido às muitas cicatrizes que possui, que se concentram na área do peito e o rosto. Devido a um acidente em sua adolescência, ela ganhou uma série de cicatrizes nessas áreas de seu corpo, e acabou por ficar traumatizada com sua aparência, fazendo de tudo para esconde-la. A cicatriz em seu rosto começa do lado direito da testa, passa por seu olho direito, que também foi afetado e perdeu completamente a cor da íris, ficando completamente branco. Desce até a bochecha se abrindo mais, como uma raiz de uma planta.
Personalidade: Ana é uma elfa de gênio forte, teimosa, determinada. É o tipo de pessoa que sabe o que quer da vida e corre atrás com unhas e dentes. Não desiste fácil das coisas e se agarra aos seus objetivos com todas as forças. A elfa é dotada também de um grande conhecimento estratégico, podendo traçar planos elaborados em poucos segundos de analise. Seu raciocínio lógico também é bastante afiado, e ela é capaz de analisar qualquer situação e retirar conclusões com bastante precisão a partir das provas apresentadas.
Quando se trata de interação social, Ana age de forma mais fechada. Ela não gosta de estar com pessoas, é muito insegura quando se encontra perto de desconhecidos e odeia trabalhar em grupo. Tudo isto devido ao seu trauma e ao que aconteceu ao seu rosto. Muito bem educada por seus pais, tem o refinamento e a beleza de uma dama, mas usa muito pouco desses dotes, pois evita ao máximo estar na presença de desconhecidos. Quando a interação social é inevitável, ela torna-se uma pessoa muito séria, as vezes tímida, dependendo do rumo da conversa, mas na maioria das vezes, trata todos com gentileza, a não ser que mereçam o contrario.
Em batalha, Ana prioriza a logica não gosta de agir de forma impulsiva, mas consegue improvisar se for necessário. Não sente remorso em ter de matar seus inimigos, mas jamais tiraria uma vida inocente sem ter algum motivo extremamente forte para isto, e quando o fazem na sua frente, ela costuma querer fazer justiça pelas próprias mãos.
Terra Natal: Floresta Endless – Daer’Ven
Atributos:
Força: E
Energia: F
Agilidade: D
Destreza: D
Vigor: E
Pontos usados: 14
Pontos restantes: 0
Habilidades Especiais:
H.E
Itens:
Mochila:
5 adagas de arremesso com sua runa desenhada em alto relevo.
Cantil com agua
Muda de roupas
Capa de viagem
Mascara Encantada (permite que ela veja mesmo que não haja uma abertura para o lado direito).
História:
Idade: 25
Sexo: Feminino
Altura: 1.67m
Raça: Elfa
Lodians (L$): 0
Nível: 1
Exp: 0/1000
Aparência: Ana é uma jovem de estatura mediana, um pouco abaixo da media para sua raça, tendo cerca de 1.67m. Seu corpo é esguio e de porte mais atlético, mas não perdendo a sensualidade e beleza femininas. Seus cabelos são médios, até a altura dos ombros, negros e levemente ondulados. Ana costuma usar roupas fechadas, deixando pouquíssimas partes de seu corpo a mostra, e além de tudo isto, está SEMPRE com uma mascara no rosto, cobrindo toda sua face, deixando a vista apenas seu olho esquerdo. Sua pele é branca e quase sem imperfeições, com exceção da região do tórax e o rosto. Sua forma mais peculiar de se vestir é devido às muitas cicatrizes que possui, que se concentram na área do peito e o rosto. Devido a um acidente em sua adolescência, ela ganhou uma série de cicatrizes nessas áreas de seu corpo, e acabou por ficar traumatizada com sua aparência, fazendo de tudo para esconde-la. A cicatriz em seu rosto começa do lado direito da testa, passa por seu olho direito, que também foi afetado e perdeu completamente a cor da íris, ficando completamente branco. Desce até a bochecha se abrindo mais, como uma raiz de uma planta.
Personalidade: Ana é uma elfa de gênio forte, teimosa, determinada. É o tipo de pessoa que sabe o que quer da vida e corre atrás com unhas e dentes. Não desiste fácil das coisas e se agarra aos seus objetivos com todas as forças. A elfa é dotada também de um grande conhecimento estratégico, podendo traçar planos elaborados em poucos segundos de analise. Seu raciocínio lógico também é bastante afiado, e ela é capaz de analisar qualquer situação e retirar conclusões com bastante precisão a partir das provas apresentadas.
Quando se trata de interação social, Ana age de forma mais fechada. Ela não gosta de estar com pessoas, é muito insegura quando se encontra perto de desconhecidos e odeia trabalhar em grupo. Tudo isto devido ao seu trauma e ao que aconteceu ao seu rosto. Muito bem educada por seus pais, tem o refinamento e a beleza de uma dama, mas usa muito pouco desses dotes, pois evita ao máximo estar na presença de desconhecidos. Quando a interação social é inevitável, ela torna-se uma pessoa muito séria, as vezes tímida, dependendo do rumo da conversa, mas na maioria das vezes, trata todos com gentileza, a não ser que mereçam o contrario.
Em batalha, Ana prioriza a logica não gosta de agir de forma impulsiva, mas consegue improvisar se for necessário. Não sente remorso em ter de matar seus inimigos, mas jamais tiraria uma vida inocente sem ter algum motivo extremamente forte para isto, e quando o fazem na sua frente, ela costuma querer fazer justiça pelas próprias mãos.
Terra Natal: Floresta Endless – Daer’Ven
Atributos:
Força: E
Energia: F
Agilidade: D
Destreza: D
Vigor: E
Pontos usados: 14
Pontos restantes: 0
Habilidades Especiais:
H.E
Itens:
Mochila:
5 adagas de arremesso com sua runa desenhada em alto relevo.
Cantil com agua
Muda de roupas
Capa de viagem
Mascara Encantada (permite que ela veja mesmo que não haja uma abertura para o lado direito).
História:
- Spoiler:
- Nasci e fui criada na cidade de Daer’Ven, no âmago da Floresta Endless. Criada para ser uma dama, optei desde cedo pelo caminho e as artes da guerra. Nunca tive interesse pela nobreza ou qualquer tipo de status, a não ser a gloria de poder ser aclamada como heroína algum dia em minha vida. Gostava de ouvir historias sobre homens e mulheres lendários, que realizaram feitos fantásticos e tornaram-se as lendas que as crianças e adultos ouvem nas musicas dos bardos. Meu sonho era me tornar uma dessas, uma heroína, uma lenda. E foi a partir daí que comecei a treinar e buscar mais e mais força para concretizar meus objetivos. A primeira coisa que fiz foi me alistar no exercito de Daer’Ven, em plenos meus 15 anos de idade. Lá eu recebi treinamento físico e também psicológico, para aguentar as consequências que a guerra pode trazer à vida das pessoas. Para os que dizem que é fácil ser um soldado, estão muito enganados, foram longos anos sendo treinada, muitas das vezes pensei em desistir, achei que não aguentaria. Fui humilhada, chamada de fraca e incapaz. Mas no fim, minha recompensa chegou quando fui promovida para patrulheira da floresta. Aos 18, eu comecei em meu novo posto, e meu trabalho, apesar de não ser tão prestigiado como os dos demais soldados, ainda assim era de extrema importância para a cidade. Os patrulheiros da floresta são os responsáveis por patrulhar os arredores da cidade à procura de intrusos e possíveis ameaças, e nosso trabalho era eliminar tais ameaças, ou caso não fosse possível, avisar ao exercito da cidade para que lidassem com isto. Mas vida em Daer’Ven era muito pacifica, pois própria floresta tratava de expulsar os intrusos dali, o que tornava minha tarefa algo um pouco mais tediante do que deveria ser.
Um certo dia, resolvi que patrulharia um pouco mais além, sairia um pouco mais dos limites da cidade em busca de alguma aventura. Comecei minha caminhada logo pela manhã, e aos poucos fui me afastando de meu lar. A paisagem em si era deslumbrante, um misto de mistério com uma beleza natural que fascinava. A floresta era bem densa na área onde ficava a cidade, e os poucos raios de sol que penetravam pelas folhagens tornavam aquele lugar um espetáculo de luzes e cores impressionante. Eu estava fascinada, tanto que não percebi que já estava longe demais da cidade, mais até do que deveria. Passei por montes de rocha, grutas e pequenas lagoas de aguas cristalinas, mas nada, nada que viesse a seguir poderia me preparar para aquela visão. Sem querer, acabei chegando num penhasco, e dali, conseguia ver a imensidão que era Endless, e passei a entender o porque dela receber tal nome. Eu fiquei deslumbrada com a situação, a paisagem era tão linda e hipnotizante, que mal percebi que estava correndo um grande perigo.
Um som de um estalo atrás de mim me acordou de volta para a realidade, mas era um pouco tarde, pois o perigo já estava praticamente em cima de mim. Um enorme urso cinzento vinha em minha direção, estava a pouco mais de um metro, e assim que me virei, ele se pôs sobre as duas patas e deu seu rugido. Eu congelei de medo, nunca havia lidado com algo assim, ele deveria ter o dobro da minha alura, e sua pata tinha força suficiente para me partir em dois. Ficamos nos encarando por cerca de segundos, mas é como diziam os soldados mais experientes, os inimigos sentem o cheiro do medo, e o usam contra você. O urso percebeu que eu estava assustado e se moveu, ele veio em minha direção e levantou sua pata esquerda. Era o fim. Eu iria morrer ali mesmo, graças a uma imprudência minha. Eu estava na beira do penhasco, não tinha para onde correr, e meu corpo travado de medo, tudo que eu poderia fazer era... “Pule!” Gritou algo em minha mente. A cena se desenrolou em câmera lenta. Minha razão dizia que eu iria morrer, que não tinha mais jeito, que era o fim. Meu corpo se recusava a mover-se, mas meu coração me obrigava a tentar. O que fazer? Ou melhor? O que um herói faria? “Um herói não morreria para algo tão medíocre como um urso da floresta. Você quer se tornar uma heroína? Vença seus medos. Pule!” E ele deu o golpe final, no mesmo instante que meu corpo resolveu responder aos meus comandos. Infelizmente, toda aquela espera havia sido letal para mim, pois mesmo conseguindo pular para trás, o golpe do urso me atingiu de raspão, rasgando meu rosto e parte do meu peito. A dor foi excruciante e eu sentia meu olho direito queimando em brasa. Eu cai por poucos segundos apenas, pois o penhasco era inclinado para frente, como um enorme barranco de mais de 20 metros. Por conta disso, a queda acabou não sendo fatal, mas ainda assim me machucou bastante. Eu rolei os 20 metros do barrando até parar num arbusto, já dentro da floresta novamente. Meu corpo doía como nunca, e meu rosto ardia como se tivesse sido queimado com metal incandescente. Meu olho direito não abria, e eu sabia porque, eu havia ficado cega daquele olho permanentemente. O sangue escorria de forma preocupante pelo rosto e o peito, e eu comecei a pensar que, se a queda e o urso não haviam me matado, eu morreria pela perda de tanto sangue.
Eu estava muito longe de casa, não sabia nem ao menos dizer onde estava. Tudo indicava que eu morreria ali mesmo, naquela floresta. Mas eu me recusei a aceitar aquilo como verdade. Eu lutei para ficar de pé novamente, lutei contra a fraqueza que insistia em assolar meu corpo e lutei por minha vida. A primeira coisa foi encontrar um rio ou um lago, onde eu pudesse lavar minhas feridas e cuidar delas. Feito isto, eu consegui afastar, pelo menos um pouco, o perigo da morte de perto de mim. Mas eu tinha plena consciência de que só isso não seria suficiente. E que eu precisava encontrar o caminho de volta a Daer’Ven. Caminhando pela floresta por horas, a noite chegou, e a logo a fome veio junto. Era hora de conseguir algum alimento. Usei o arco e flecha para abater um animal qualquer, e peguei galhos e folhas secas para improvisar uma fogueira. Com isto, eu tinha minha janta garantida e talvez minha refeição de amanhã. A noite chegou rápido aquele dia, era como se as horas conspirassem contra mim, testando minha coragem e resistência para ver se eu era realmente digna de me tornar a heroína que tanto sonhava. Mas eu não me daria por vencida, pelo menos não enquanto eu tivesse forças para sobreviver. Após ter feito minha refeição, fiz uma tocha improvisada e apaguei a fogueira, escondi os restos da caça para não atrair nenhum outro perigo indesejado até mim, e então segui em frente com a caminhada pela noite.
Eu agora estava muito mais atenta aos meus arredores, todo e qualquer som servia de alerta para me fazer puxar uma flecha e preparar meu arco. A floresta durante a noite era o completo oposto do que era de dia. Um lugar sombrio, perigoso e repleto de sombras. O cansaço já açoitava meu corpo e eu ansiava por ter mais alguns momentos de descanso, mas a dor latejante em meu rosto me lembrava que eu não tinha aquele privilegio. Eu caminhei por horas, incessantemente, até que finalmente cedi ao cansaço e me sentei na copa de uma arvore. Estava exausta, e a dor me impedia de sequer pensar no que fazer. Eu não podia parar ali no meio da mata, pois logo um animal feroz me encontraria e terminaria o serviço que o urso não fez, mas também não aguentava mais caminhar. Seria aquele meu fim, então? Era o meu limite? Era só isso que eu podia fazer? A vida como guerreira era muito mais dolorosa do que imaginava. Em meus sonhos, eu só enxergava o lado, o prestigio, a fama, mas não imaginava que para alcançar tudo isto, muitos sacrifícios eram necessários. Passei a mão sobre meu olho direito, e chorei. Minhas lágrimas corriam pelo rosto, e o som do meu choro ecoava mata a dentro. Até mesmo as corujas pararam para ouvir meus lamentos e praguejos, mas foi aí que minha sorte começou a mudar. Um outro ser, que não um animal da floresta também ouviu meu lamento, e respondeu. Era um humano. Ele surgiu em meio aos arbustos, surpreso ao me ver ele se aproximou. – Minha querida, o que aconteceu? Porque choras? Seu rosto... – Eu virei a cara para esconder as feridas, e tentei me levantar de novo, mas foi em vão, ainda não tinha forças para tal.
- Acalme-se, jovem. Não vim machuca-la, estou aqui para ajuda-la. Sou amigo dos elfos, e quero lhe ajudar, ou então você morrerá aqui. – Ele olhou para os lados, como se procurasse por algo ou alguém, então me dei conta que estávamos no meio da floresta densa, onde qualquer animal poderia ouvir meus prantos e me atacar facilmente, uma presa fácil, sem resistência. O homem me ajudou a levantar e me carregou em seu ombro até uma pequena clareira. La havia um acampamento improvisado, e no centro uma fogueira grande. Havia cerca de 10 barracas, todas feitas com remendos de peles. As próprias roupas daquele homem eram de remendos, e agora, sob a iluminação daquela grande fogueira eu podia notar melhor os detalhes. Ele era um homem de meia idade, cerca de 30 anos, forte e de pele morena. Ele vestia roupas feitas igualmente de peles e com cortes e formatos diferentes dos que estava acostumada a ver em meu lar. Na fogueira, um grupo de outras cinco pessoas se esquentavam e conversavam, e assim que nos viram chegando, correram para acudir. Todos eles humanos, pareciam um pouco preocupados, mas não hesitaram em me ajudar. Trataram de meus ferimentos, fizeram curativos e me deram um leito para descansar.
Sem forças para me manter acordada, eu assumi que já estava segura, e finalmente cedi ao cansaço, dormindo assim que fui deixada sozinha na tenda. Logo pela manhã eu despertei, já me sentia muito melhor, a dor havia diminuído bastante apesar de ainda estar presente, apenas para me lembrar que eu estava viva. Já havia até mesmo aceitado o fato de que estava cega do olho direito, quando um dos homens do acampamento chegou. – Quem é você, jovem elfa? Como veio parar tão longe e como se machucou dessa forma?
- Me chamo Analia. Vim de Daer’Ven, e me perdi na floresta enquanto... Caçava. – Meu orgulho me impediu de dizer a verdade. Mas isso também não faria muita diferença. – Durante minha caminhada, eu me deparei com um urso cinzento, ele me atacou mas eu sobrevive.
- Entendo... Sinto muito por seu olho minha jovem. Mas infelizmente não pude fazer mais que isso, somos apenas nômades da floresta, apesar de termos o conhecimento das ervas da floresta e do poder da natureza, nosso poder é limitado.
- Não precisa lamentar. A culpa foi minha, eu mereci isto, foi o preço que paguei por minha imprudência em me afastar demais da cidade. Eu é quem devo me sentir culpada.
- Podemos lhe levar até seu lar, conhecemos os elfos. Nos ensinaram muito sobre a floresta e sobre as ervas, e de vez em quando, trocamos algumas coisas na cidade para sobrevivermos.
Eu aceitei de prontidão, e após cerca de um dia de caminhada, eu estava de volta à cidade. Quando me apresentei, os superiores ficaram chocados com minha historia. Além de ter quebrado uma das regras da patrulha da floresta, havia ficado deficiente de minha visão, e tudo isso acabou por me fazer ser expulsa do exercito, o que me fez sentir uma vergonha imensa de mim mesma e de minha nova aparência. Mais alguns anos se passaram, e eu já havia me acostumado à minha nova condição, porem, eu agora andava sempre mascarada, para esconder as cicatrizes e meu olho deformado. Havia virado uma caçadora e vendia minha caça para sobreviver. Mas dentro de mim, eu sentia que aquela não era a vida que eu queria, sentia que a chama da aventura ainda ardia, e mesmo após ter passado por tantas dificuldades, e depois de ter pago um preço tão alto, eu ainda queria me tornar uma aventureira. Comecei a buscar por conta própria, meios de me tornar uma aventureira, e foi nessa época que conheci uma druida chamada Chantall. A mulher inteiramente dedicada a cuidar da natureza, mas tinha um certo distúrbio mental muito interessante. Ela conversava com as arvores e as plantas, e isso fazia dela uma mulher muito solitária e excêntrica. Mas seus dons para magia e para a cura eram conhecidos em toda Daer’Ven e muitas pessoas a procuravam quando precisavam de uma cura milagrosa. Eu pensei então, será que ela poderia me ajudar a recuperar minha visão? Então eu a procurei, e para minha surpresa, ela aceitou o desafio. Disse que seria difícil, e que mesmo recuperando minha visão, as sequelas físicas do acontecido ainda permaneceriam. Mas eu não me importei, um aventureiro também era feito de cicatrizes, e assim comecei minha nova jornada para recuperar a visão de meu olho dilacerado.
A jornada foi longa, passei por inúmeros perigos, buscando os ingredientes para o tal ritual que a elfa precisava, mas em todos eu obtive êxito. E em meio a essa jornada, eu finalmente entendi o significado de ser um aventureiro. Ser aventureiro não era somente ser conhecido, enfrentar monstros e bestas, e sair vitorioso. Ser um aventureiro era correr atrás de um objetivo, e lutar contra tudo e todos, atravessar obstáculos em busca de seu objetivo. E no fim daquela longa jornada, eu obtive minha vitória. Meu olho continuou branco, como se eu ainda fosse cega, mas o ritual fora um sucesso, e eu enxergava novamente. Era um verdadeiro milagre, tanto que me emocionei por um momento e deixei as lágrimas rolarem, mas aquilo não era tudo, a elfa também entregou para mim uma mascara diferente. Era completamente branca e lisa, e tinha a abertura apenas para o olho esquerdo. Me questionei sobre aquilo, pois agora eu conseguia enxergar com os dois olhos novamente, mas quando coloquei a mascara percebi que se tratava de algo mágico. Mesmo sem a abertura para o olho direito, a mascara me possibilitava enxergar através dela, sem que eu precisasse mostrar meu olho ainda deformado. Agradeci à elfa da forma que pude, e depois parti em busca de novas aventuras. Mas dessa vez não dentro da floresta, parti para novos horizontes, e sai de Endless. Um novo capitulo em minha vida estava iniciando e eu estava ansiosa para ver os frutos dessa minha nova aventura.
Depois que saí de Endless, fui para Hilydrus, aquela que era a capital do reino dos humanos ali na ilha, e lá eu conheci inúmeras coisas novas. Mas a vida fora da floresta era ainda mais difícil que dentro dela. Assim como os elfos contavam, os humanos eram conhecidos por serem um povo de pouca visão, muito preconceituosos e davam muito pouca importância às mulheres. Fora um pouco mais difícil do que imaginava conseguir um serviço por lá, e o exercito certamente recusaria uma elfa mascarada. Minha única opção foi a de me tornar uma mercenária, e com isto vivi minha vida fazendo serviços para os outros, viajando de canto em canto e aceitando os mais diversos tipos de missões. Por conta disso, me tornei uma pessoa bem mais fechada, e pouco comunicativa, mas ainda assim mantinha meus ideais.
Durante uma missão, fui incumbida de escoltar um mago pelas estradas desde Hilydrus até Calm. Nosso grupo era composto por mim, um guerreiro e um arqueiro, ambos humanos. Mas durante o caminho, um grupo de sequestradores nos atacou, eram cerca de 10 homens muito bem armados, e durante a luta, o arqueiro e o guerreiro foram mortos. Apesar de terem tido baixas, os sequestradores ainda estavam em maior numero, eram 6 contra apenas eu e o mago, mas o homem parecia ter uma carta na manga. Quando estávamos cercados, prestes a sermos mortos, o homem tocou meu ombro e então tudo escureceu. Quando acordei novamente, estava levemente enjoada e tonta, mas estava dentro de uma casa. Sentia frio, e quando olhei para janela vi neve caindo. Eu fiquei muito confusa, mas então o mago, que estava sentado na poltrona à minha frente me explicou o que havia acontecido. Ele havia nos teleportado para longe. Direto para Calm.
- Se tinha tal poder, por que não o fez assim que fomos atacados, poderia ter salvo os demais também...
- Não. Infelizmente existe um limite, minha jovem. Não poderia levar todos, apenas um de vocês, então aguardei para ver quem seria aquele que sobreviveria e continuaria a me defender até o fim. É duro ouvir isso, eu sei, mas é a vida de um mercenário, você já deve estar acostumada. Não é? – Ele olhou para mim de forma estranha, como se tentasse olhar através de mim e quisesse decifrar meus pensamentos. Eu apenas concordei com ele e fiquei em meu lugar pensativa. Mas então o homem anunciou que partiria, pois nossa missão já havia terminado, ele deixou sobre a mesinha um saco de moedas, e foi direto para saída.
- Espere... Eu não quero seu dinheiro, eu quero outra coisa em troca...
- O que quer, jovem?
- Quero ser como você... Quero aprender essa sua técnica.
- Hahahaha! Impossível, você jamais conseguiria domina-la. E mesmo que o fizesse, não seria tão perfeita como eu.
- Está duvidando de mim? Eu fui a sobrevivente, esqueceu? Não duvide de minhas capacidades até ter me visto em ação.
- Você é uma jovem bem determinada. Diferente da maioria. Desde que te vi na capital eu percebi isso. Mas fiquei intrigado... Por que se esconder atrás desta mascara? O que há por trás disso?
- Não posso mostra-lo... É algo muito íntimo.
- Façamos um trato então. Eu prometo lhe ensinar minha técnica, mas quero saber o que há por trás dessa mascara, o que acha?
- Sem chance... Não farei isto.
- Então, adeus.
O homem então partiu e me deixou lá no quarto, com um saco de moedas, e uma dezena de duvidas na mente. Durante muitos anos, usei aquela mascara para esconder minha aparência, minha deformação, e nunca, ninguém jamais havia demonstrado interesse real em saber como eu era. Aquele mago tinha algo diferente, sua forma de agir, de pensar, tudo nele era diferente. Ele não era um simples humano comum. Sua habilidade também era prova viva disso. Ele poderia ter se teleportado direto de Hilydrus para cá, mas porque chamar um grupo de mercenários para escolta-lo? Em minha cabeça nada daquilo fazia sentido. As duvidas iam me consumindo, até que chegou num ponto que não aguentei e corri atrás dele. O homem já estava na rua, ele andava em meio a geada, não tinha um rumo definido, ia devagar pela neve quando eu o puxei pelo ombro, mas ele não pareceu muito surpreso com a atitude.
- Por que quer tanto saber quem sou? Isso fará alguma diferença para você?
- Jovem. Já vi e vivi muitas coisas neste mundo, e até em outros mundos. Não há nada nesta vida que possa me causar espanto, ou me surpreender. Mas a curiosidade é uma característica inerente ao ser humano. Quando a vi pela primeira vez, fiquei imaginando, o que pode haver de errado com esta elfa, para que uma jovem de um corpo tão belo queira se esconder por trás de uma mascara?
- Eu... – Eu fiquei sem resposta. Essa era a primeira vez que alguém se importava comigo, e era um humano, a mesma raça que eu aprendi a ignorar, e ele agora estava tentando me fazer entender meus próprios temores. Eu olhei para os lados e percebi que estávamos sozinhos na rua, então devagar, ainda receosa eu tirei a mascara e revelei minha face a ele. O homem não pareceu se surpreender, ele me olhou seriamente, direto nos olhos, e era como se eu pudesse sentir sua alma. Ele era um jovem de cerca de 20 anos, seus cabelos negros e rebeldes, mas eu nem ao menos sabia seu nome. Coloquei a mascara de volta e baixei a cabeça, ainda imaginando o que ele deveria estar pensando de mim.
- Você é uma jovem bela, não deveria ter vergonha de si mesma. Mesmo que seu rosto já não seja mais o mesmo, sua beleza interior se mantém a mesma. E um dia, pode ter certeza, você encontrará alguém que ignore suas marcas e enxergue esse interior.
- Obrigada, eu agradeço suas palavras...
- Pois bem, acho que encontrei minha segunda aprendiz. Trato é trato, e como você me mostrou seu rosto, cumprirei meu lado na promessa e tentarei lhe ensinar minha técnica. Mas não pense que será fácil, e não posso garantir que você vá conseguir.
- Você disse “segunda aprendiz”? Há mais alguém?
- Sim, há um outro jovem promissor, assim como você, ele tem uma personalidade única, e um talento sem igual para magia, ensinarei a vocês dois um de meus talentos antes de partir deste mundo novamente... – Ele falava coisas esquisitas, partir deste mundo? Ele morreria? Mas ele me parecia tão jovem, tão saudável. Achei aquilo muito estranho, mas não questionei. Passado aquele dia, o mago me levou até fora de Calm, uma casa toda feita em toras de madeira maciça, provavelmente a cabana de um lenhador. La eu vi o outro rapaz, era tão jovem quanto o mago, e parecia muito ansioso pela volta dele. Quando chegamos, ele logo começou com as lições básicas. O mago teve bastante facilidade em aprender a controlar sua energia, mas para mim? Fora uma tarefa bem árdua. Meses se passaram e eu tive muito pouco avanço, enquanto que o outro aprendiz já estava quase no final do treinamento. Eu comecei a sentir que realmente aquela técnica era demais para mim, e eu deveria ter pedido algo diferente a ele. Mas agora que eu já havia chegado ali, eu não o decepcionaria. Se o mago havia aceitado me ensinar, era porque ele acreditava que eu poderia aprender.
Os meses se passaram, e eu me dediquei com toda minha vontade aquele treinamento, e comecei a finalmente fazer progressos. Já tinha controle sobre minha energia, mesmo que mais fraca que a deles dois, mas eu tinha o controle. Mas ainda havia um empecilho. Eu não era uma maga, não havia nascido com talento para magia e minha energia espiritual era mais fraca. Portanto meu teleporte era extremamente ineficaz, eu conseguia me mover não mais do que 5m com a habilidade, e mesmo que eu me esforçasse muito, não conseguia mais que isso.
- Seu problema, Ana. É que você precisa estar conectada, de alguma forma, com a energia no ponto de destino. Caso contrario, você simplesmente não pode acessa-lo. Porem sua energia é fraca, e não consegue chegar ao seu destino, por isso você não consegue chegar mais longe que isto... Infelizmente, esse é o seu limite, não há mais nada que eu possa fazer por você, creio que o treino de vocês dois termine aqui.
Eu me decepcionei com aquilo, mas a culpa não era dele, era minha. Somente minha. Eu era fraca e não tinha energia suficiente para chegar onde queria. Minha energia simplesmente não chegava ao ponto de destino, e por isso eu não conseguia ir mais longe. Mais alguns dias se passaram e nós deixamos o mago. Eu e o aprendiz decidimos andar juntos daquele dia em diante, mas eu sentia uma vergonha imensa de mim mesma, tanto pelo fato de ter fracassado em aprender a técnica, como pelo fato de não ter nem ao menos conhecido bem o meu mestre. Um belo dia, enquanto eu caçava pela tundra, eu resolvi treinar mais um pouco, resolvi tentar novamente usar o teleporte. Resolvi usar uma distancia mais curta, 10 metros, um pouco além do que eu havia conseguido quando treinava com o mago. Eu tentei, por oras eu fiquei lá, na neve, sozinha. E nada. Nenhum progresso. Cansada de tanto usar minha energia em vão, eu deitei na neve e fiquei observando o céu. Já era quase fim de tarde e o sol estava prestes a começar sua longa descida pelo horizonte. Foi então que tive uma ideia.
- Espere... Ele disse que para chegar ao meu destino, preciso que minha energia deve se conectar com o local. E seu eu deixar minha energia guardada no local...? – Era uma ideia. Ao invés de tentar enviar minha energia para o local de destino, eu deixaria uma marca minha e assim, poderia acessar este local da mesma forma como o mago fazia. Me levantei novamente, determinada a ter sucesso naquele ultimo teste, eu coloquei minha mão sobre uma rocha qualquer que encontrei e fiz com que minha energia repousasse ali. Depois me afastei cerca de 20 metros do lugar, bem mais do que nos últimos testes e então me concentrei. Eu conseguia sentir a minha marca, ela estava lá, pulsando e me chamando, eu podia senti-la, podia vê-la, podia quase toca-la. Então eu fechei os olhos, apertei os punhos e fui. E lá estava eu, sobre a pedra, eu havia realmente atravessado os 20 metros e chegado à minha marca. Eu fiquei feliz, fiquei eufórica, fiquei exausta. Eu desmaiei. Quando acordei novamente, estava na pousada de novo, e o aprendiz estava cuidando de mim. Eu contei para ele a novidade, e ele me ajudou a aperfeiçoar ainda mais a nova técnica que havia criado. Ao invés de me teleportar direto para uma localidade, eu precisava deixar uma marca e então me deslocar até ela. Mas isso era de longe uma grande desvantagem, pois a marca não se movia, e caso não houvesse nenhuma marca, eu não poderia usar a técnica. Então eu e o aprendiz fizemos um ritual, e com a ajuda dele, criei uma runa carregada da minha magia, e sempre que eu colocava a mão sobre algum lugar, essa runa era desenhada e carregava minha energia. Essa runa era resistente o suficiente para ficar semanas, talvez meses gravada sobre a superfície. O aprendiz me deu também a ideia de usar a marca em objetos arremessáveis, assim eu poderia “jogar” minha marca à distancia. Comprei então um conjunto de 5 adagas de arremesso, e talhei no metal delas a marca da minha runa, carregando com a minha energia, assim elas nunca mais se apagariam, e eu teria sempre 5 pontos de teleporte distintos para usar. Depois de treinado bastante a minha nova técnica, nós partimos novamente em busca de novas aventuras, mas dessa vez, eu tinha um objetivo. Eu precisava me tornar mais forte, poderosa o suficiente para ser reconhecida e ter o respeito dos demais, mesmo que escondida sob minha mascara.
Blackflash- Pontos de Medalhas : 0
Mensagens : 38
Re: [Ficha] Analia Lethril
Ficha de personagem da equipe. Aprovado! Sabe o que fazer =)
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