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Montanhas da Neve Eterna

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Mensagem por ADM GabZ Sáb Fev 22, 2014 4:14 pm

Montanhas da Neve Eterna 16ae5kq


As majestosas e imponentes Montanhas da Neve Eterna são tão antigas quanto o próprio tempo. Lar de lobos, alces e diversas outras criaturas, o lugar é desafiador tanto para seus moradores quanto para quem ousa se aventurar pela área. As imensas montanhas de gelo são conhecidas por esse nome pois, em toda sua extensão colossal, jamais para de nevar, tornando aquele local um verdadeiro ninho de mistérios. É comum ouvir lendas sobre o lugar, indo desde tesouros escondidos até magníficas criaturas que preferem viver esquecidas em meio ao frio congelante. Apesar do lugar parecer deserto, ele é repleto de vida onde menos se espera, e até hoje não se sabe exatamente quais criaturas vivem aqui, muito menos quantas.

Até hoje não se sabe ao certo a altura total da maior das montanhas. Seu terreno é escorregadio, totalmente irregular e com muita neve, rocha e gelo. Algumas trilhas acabam resistindo ao tempo e à neve incessante, formadas através dos anos por mercadores em cavalos bretões que bravamente atravessam as montanhas. Em busca de peles, carnes e outras especiarias, muitos homens encaram ventos cortantes para conseguir comida à mesa. As bases das montanhas e seus arredores são repletos de pinheiros resistentes e outras árvores valentes que mostram-se fortes perante ao frio. Ervas e outras plantas menores também desafiam as montanhas, servindo de abrigo para pequenos mamíferos como lebres e raposas. Muitas das montanhas podem esconder passagens e cavernas profundas, a maioria delas jamais exploradas em sã consciência. A grande maioria das criaturas que habitam a área têm a cor branca, facilitando sua camuflagem por entre a neve, algo naturalmente adquirido pelo tempo. Graças a isso é fácil ouvir histórias sobre criaturas albinas como dragões, wyverns e até mesmo minotauros.

Reza a lenda que as Montanhas da Neve Eterna foram encantadas por um mago poderoso de tempos esquecidos. Para impressionar sua noiva, o mago fazia com que nevasse a qualquer momento sobre as montanhas, uma visão magnífica que encantava a mulher. Certa vez ele ousou levá-la ao topo da montanha mais alta, apenas para perdê-la em meio a uma avalanche monstruosa. Por mais poderoso que fosse, o mago não foi capaz de combater a fúria tempestuosa da natureza que tragou sua amada. Ela ficou congelada em meio à neve, mortalmente ferida, mas o tempo havia se parado para seu corpo. O mago decidiu esconder a noiva congelada em uma das inúmeras cavernas do lugar, e para ter certeza de que sempre permaneceria congelada, enfeitiçou todas aquelas montanhas para que jamais a neve deixasse de cair. Jurou que voltaria ainda mais poderoso para que pudesse retirá-la de seu túmulo congelado e devolvê-la seu tempo e sua vida. Logo, é dito que o dia em que parar de Nevar na Montanha, será o dia em que o mago retornou para salvar sua princesa.


Última edição por ADM GabZ em Sáb Jul 15, 2017 7:10 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Anônimo Ter Jun 24, 2014 3:42 pm

"Algo me diz que isso aqui não é uma cidade." - Pensou levando sua mão direita ao queixo.

Esse foi o primeiro pensamento de Nyx assim que chegou em uma parte relativamente alta da montanha. A algumas horas atrás havia conversado com alguns homens pelas estradas e eles haviam indicado um caminho para ele, esse caminho acabou dando onde estava no momento: As montanhas da neve eterna. Levando suas mãos à cabeça percebeu a estupidez que havia cometido, com certeza aqueles homens estavam querendo zombar da cara dele, talvez a direção que tivessem dado até mesmo fosse uma ironia que ele não havia percebido, afinal, o jeito desleixado do possuído fazia com que ele não ligasse muito para raciocinar em momentos que não devesse.

Abaixando-se começou a pensar. Já estava muito alto para sair dali e algo lhe dizia que as montanhas não iriam fornecer nenhuma solução para seu pequeno probleminha da máscara, então resolveu que apenas iria aproveitar o momento. Como não sabia nada sobre aquela montanha também assumiu que a neve logo iria parar, então apenas precisava fazer o que qualquer um faria: procurar um abrigo. Foi o que fez, abaixando um pouco seu chapéu para proteger boa parte de seu rosto daquela neve que caía incessavelmente, Nyx começou a andar pela montanha, subindo cada vez mais, procurando algum tipo de abrigo: Barracas de aventureiros, cavernas, árvores grandes que não deixassem a neve tocar o chão, enfim, qualquer coisa serviria.

Para falar a verdade, o objetivo de Nyx havia mudado com os últimos meses. Ele não tinha mais a mínima vontade de encontrar soluções para descobrir o que era aquilo que havia se instalado em seu rosto quando era um recém-nascido. Porém, logo imaginou que o motivo disso era a própria máscara que tentava afastar seus pensamentos para que pudesse se proteger, então seu objetivo mudou completamente: Iria ficar o mais forte possível, dominar magias da mente e se certificar de que a máscara não tivesse mais qualquer influência sobre seu pensamento. Afinal, mesmo odiando a ideia de que a máscara pudesse estar influenciando em seu comportamento tinha que admitir: Sem ela ele seria um fracote. O ideal seria mantê-la em seu corpo, porém sob seu total controle. E esse era seu novo objetivo.


OFF: Preferi começar com uma aventura onde o personagem procurava uma cidade pra conseguir algum dinheiro e acabou se perdendo. Acho que desse modo fica mais condizente com o que realmente aconteceria com alguém que não conhece nada do mundo e aceita direções de estranhos.

P.S. Como sou novo no fórum e não estou familiarizado com esse modelo de postagem não sabia se tinha que/podia postar aqui direto. Caso eu tenha feito algo errado me desculpe. :<

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Mensagem por NR Darkar Seg Jul 07, 2014 11:03 am

@Nyx

Muito longe para voltar e mais perto do que imaginava da onde quisesse chegar. Nyx já nem ligava para o cansaço das pernas que acentuavam a cada passo em que dava, e por finalmente perceber o caminho em que tomara tinha sido errôneo o suficiente para ao menos lhe presentear com uma bela visão no alto da montanha: Um mar de neblina sendo banhado por uma garoa de uma fina neve mostrada com um sol meio tímido entre as nuvens e outros picos de montanhas um pouco ao longe surgindo em meio a aquele mar.

Nyx estava certo sobre a neve, diferente da maior parte do caminho em que percorreu, a neve diminuía sua intensidade, mas o frio só aumentava conforme subia. Enquanto buscava um local como abrigo, percebeu que o tempo ficava cada vez mais estranho, horas se fechava como se fosse cair uma grande tempestade; horas abria como se o sol fosse derreter a neve de todo aquele local. Era estranho, mas nada que alterasse no clima de fato. Sem encontrar nada como abrigo, continuo sua caminhada e perante ela encontrara vários corpos espalhados. Quanto mais subia, mas corpos apareciam, mas agora se encontrava espadas encravadas nos peitos e cabeças deles, outros sem o braço, alguns até fincados nas paredes da montanha. Ao subir mais um pouco, via uma fileira lateral de lanças, portando em suas pontas crânios de vários formatos e muitos deles já quebrados em alguma parte. Andou mais um pouco e finalmente chegou a algum lugar.

Ao fundo, um céu negro com alguns raios passeando entre as nuvens, uma forte nevasca vermelha surgira do nada, a sua frente uma ponte caindo aos pedaços, com alguns corpos pendurados nela, trazendo ao seu final um grande monumento arquitetônico semelhante a um castelo ou templo. Esse monumento nada nele se destacava, nenhuma estatua em representação ao símbolo de família, somente um ambiente e imagem tenebrosa que transpassaria aos despreparados.
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Mensagem por Anônimo Sáb Jul 12, 2014 4:43 pm

Ao chegar no alto da montanha a visão que vislumbrava era magnífica, apesar disso, nada tocava o coração do possuído que apenas usava seus olhos para procurar alguma caverna ou coisa do tipo ao invés de apreciar a vista. De qualquer modo havia notado que o frio continuava subindo apesar da intensidade da neve diminuir, apesar de nunca cessar. Mas mais estranho que isso, a neve parecia cair de forma irregular: horas de forma mais intensa e horas de forma menos intensa, o que fazia ter uma ideia de que talvez aquela montanha não fosse tão comum assim. Afinal, o que era considerado comum naquele continente? Sua própria existência era uma prova de que não tinha nada de comum em Lodoss.

Enquanto procurava por um abrigo apenas atestou o que já havia notado anteriormente, a neve era bastante irregular. Em um momento estava completamente tranquilo enquanto outro poderia ser facilmente engolido por uma nevasca. Para sua sorte ainda não havia sido atingido por nada tão violento, portanto precisaria aproveitá-la para encontrar um refúgio o mais rápido possível. Porém logo ele se dava conta de algo alarmante, quanto mais andava mais corpos mutilados ele encontrava. A primeira vista aquilo parecia trabalho de uma fera perigosa que parecia rondar a montanha. Porém, conforme andava mais o padrão mudava de forma estranha, agora haviam cabeças penduradas em lanças, seriam nativos?

De qualquer forma não tinha como voltar, então seguiu em frente até se dar conta que chegou em um local macabro. Aquela visão lhe deixou bastante apreensivo, mais apreensivo do que encontrar a fera que ele estava esperando encontrar. Era como se tivesse encontrado um altar sangrento, sinceramente lhe parecia bastante com magia negra. Ele não podia ignorar que precisava entrar naquele lugar, mas a própria ponte para adentrar lá parecia bastante desgastada, de qualquer forma, pôs-se a andar com todo o cuidado em cima dela. Iria ficar esperto para qualquer parte despencando, caso isso acontecesse saltaria com leveza para o lado contrário, preferencialmente seguindo em frente.

Caso conseguisse passar, examinaria o tal templo. Tocaria nele, ouviria por entre suas paredes e tiraria a neve da base da frente do templo para ver se havia algo escrito no chão. Caso nada disso lhe apresentasse nada mais bizarro do que o que havia visto anteriormente, tentaria entrar no local.

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Mensagem por NR Darkar Dom Jul 20, 2014 11:45 pm

@Anonimo

Em meio a coragem que poucos teriam começou a andar em frente em direção ao templo, tomando o cuidado que qualquer um teria ao tentar atravessar a ponte. Durante a maior parte do percurso ela não aparentou perigo, nem o vento apareceu para balança-la e força-la a cair nem nada do tipo, chegando a fazer pessoas tolas a acreditar que tudo estava bem e seguir sem o mesmo cuidado que antes, esse não era o caso de Nyx.

Podendo contar cinco tabuas a sua frente para chegar odo outro lado da ponte, uma ventania repentina apareceu, batendo com força na ponte e no ser que nela estava. Nyx podia sentir força do vento, ao primeiro toque dele havia sido tão forte, que parecia estar carregado com alguma poeira para fazer tal impacto em suas vestias.


off: post pequeno, mas é pra testar uma nova forma de narração. Espero que goste ^^.
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Mensagem por Anônimo Sáb Jul 26, 2014 2:01 pm

Assim que avistou aquela grande obra do outro lado da ponte Nyx se prontificou em atravessar a ponte e adentrar o local, visto que era o único refúgio que poderia encontrar de futuras tempestades mais fortes que aquela que se abatia no momento. Durante o percurso por cima da ponte foi bastante cauteloso, caso algo se soltasse pularia para o lado contrário imediatamente, porém, felizmente durante boa parte do caminho a estrutura da ponte parecia bastante sólida apesar de gasta.

De qualquer modo, quando estava chegando no final de seu percurso o possuído sentiu algo diferente. Logo uma rajada de vento se abateu sobre ele e a ponte, era quase como se estivesse sendo diretamente atacado por alguém (ou algo). Rapidamente contou quantas tábuas precisaria correr para sair daquela situação nem um pouco favorável, quando viu que faltava somente cinco sabia que era muito mais simples ir para frente do que voltar todo o caminho que já havia feito.

Foi o que fez. Abaixando seu corpo para aumentar o atrito com a ponte e não deixar-se levar pelo vento, ainda se segurando em sua estrutura para ajudar no equilíbrio, Nyx deu um salto baixo para frente esticando sua perna o máximo possível. Faria isso repetidamente até conseguir sair da ponte e chegar em seu destino, caso contrário, se ficasse na ponte ou não conseguisse sair da mesma provavelmente morreria. Se por acaso conseguisse sair da ponte olharia ao seu redor para ver se conseguia avistar algo na direção em que o vento havia soprado com tanta força.


Sem problemas!

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Mensagem por NR Darkar Dom Ago 03, 2014 3:43 pm

@Anonimo

Mantendo ainda a calma e o cuidado, decidiu prosseguir adiante. Depois de ter conseguido dar dois passos a frente, na terceira tabua que pisara, não sentira que a mesma estava muito frágil, quebrando no momento do toque com o pé de Nyx. Desequilibrado afundou rapidamente e com a ajuda da ventania, forçou as tabuas ainda mais, fazendo com que caísse no abismo logo abaixo.

Caiu durante um longo tempo até não perceber mais a profundidade do local, que escureceu rapidamente, nem os mais adaptados a escuridão conseguiam ver naquele breu todo. A queda demorara tanto que nem notou o momento que dormira durante a queda. Não notara o fim do abismo, o que era estranho. Não sentiu dor. Não sentiu impacto algum e simplesmente não havia sentido nada lhe perfurar, o que tornava as coisas ainda mais estranhas. Quando voltou a ter consciência das coisas a sua volta, encontrava-se ainda de olhos fechados, sentindo estar deitado em algo macio, mas macio que qualquer cama que já deitara e essa era a unica coisa estranha que podia sentir, pois o clima ainda era o mesmo.

Quando finalmente se levantou, a sua volta, nuvens entre brancas e rosas e um caminho feito por elas, tanto para frente quanto para trás.
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Mensagem por Reddo Qui Nov 06, 2014 7:36 pm

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#01 - Retorno
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Cinco. Dez. Quinze anos. Assim como Reddo, o tempo não parecia afetar aquele lugar. Aquele clima extremo continuava, sem a menor alteração, demonstrando o motivo pelo qual aquelas montanhas recebiam esse nome. A trilha que percorria, que durante a infância ousou atravessá-la apenas algumas vezes, também parecia imaculada, com exceção de alguns vestígios de animais e mercadores que ainda não haviam cobertos pela neve. A vegetação estava intacta, como se aquele pedaço do mundo tivesse sido esquecido pelo homem. Seu rosto estava coberto pelo seu grosso capuz de couro, permitindo que apenas a sua boca e algumas mechas de seu cabelo vermelho pudessem ser vistos. Dava passos vagarosos, sem pressa. Devido a sua maldição, o frio não lhe afetava muito e além disso ele também era imune a dor. Logo, mesmo da mais severa tempestade, ele conseguiria manter uma postura serena, independe de saber o quão problemática aquilo poderia ser. Levou a mão a um de seus bolsos e de lá tirou um pequeno pacote. Ali, pegou um pedaço velho de papel - que encontrou abandonado durante a sua última estadia em uma taverna - e desse pacote tirou um pouco de seu conteúdo - ervas trituradas -, colocando-as no papel e o enrolando. Fez aparecer uma pequena chama em seu indicador, aproximando o objeto da boca e então, finalmente, dando uma tragada.

A fumaça perfumada que entrou em seus pulmões logo fez seu corpo inteiro relaxar, fazendo-o esquecer por completo o frio que assolava a região. Aquela mistura de ervas era o único dos costumes que Reddo trouxe de seu vilarejo. As ervas, todas medicinais, permitiam aos moradores aguentar as tempestades enquanto realizavam as suas tarefas, além de permiti-los relaxar em suas casas após um árduo dia de trabalho. Aquele homem não precisava mais disso, só que ele sentia que aquela seria a sua única ligação com o que fora no passado, impedindo-o de largar esse vício. Graças a isso, ele precisava retornar periodicamente a Calm em busca dessas ervas, que eram nativas da região. Eram viagens cansativas e longas, mas que ele ainda sim insistia em realizá-las... E esta, era uma delas.

Ao alcançar uma clareira, olhou para o alto e percebeu que as gigantescas montanhas estavam se aproximando. Seu objetivo era chegar ao pé delas, onde essas ervas cresciam. Assim, poderia recolhê-las e sair logo da região, antes que algum conhecido pudesse vê-lo. Ou pior, antes que pudesse recordar ainda mais de sua antiga vida.
– Saudades desse lugar... Azralon? –


Última edição por Reddo em Dom Nov 09, 2014 6:09 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por GM Zato Dom Nov 09, 2014 5:34 pm

Reddo parecia tranquilo, fumava com naturalidade e sentia com prazer a pressão baixar aos poucos entre cada tragada. Era relaxante, assim como o frio da montanha da neve eterna. Aquelas que o possuido não tinha muito problema em considerar um lar. De alguma forma distorcida ainda era, não? Mas até na terra do frio onde tudo parece imóvel como gelo e nem o tempo parece passar, as coisas não são perfeitamente estaticas. Após alguns minutos ali sentiu um estranho aperto no peito.

Ele sabia o que era aquilo. Não, não eram as ervas, era seu demônio interior reagindo a algo. Azralon parecia estranhamente quieto a ponto de ignorar as perguntas de seu recipiente. Não era de doer, apenas um estranho incomodo, de algum modo perturbador. Forçou o garoto a tossir seu trago e olhar para baixo durante alguns segundos.

-Com licença senhor, senhor, você está bem?-

Um doce e serena voz lhe tocou os ouvidos. Era uma voz aguda porém não impactante, muito pelo contrario. Serena e mais relaxante até do que seu conjunto de ervas. Sentiu um suave toque em seu ombro, claramente alguém forçava ele virar seu corpo. Se deparou então com a menina que o fitou durante alguns bons segundos. De cabelos confusamente ruivos e rosados ela parecia não ser afetada pelo frio do mesmo modo que ele. Trajava na realidade muito pouco, alguns tecidos presos a cintura com marcas de chamas, uma calça preta e faixas lhe protegiam os fartos seios. Tinha manoplas metálicas então era relativamente fácil crer que aquela garota era na realidade uma guerreira.

Ao sentir o toque da mão o aperto no peito sumiu e Reddo sentiu de algum modo Azralon reclamar, talvez fosse sinergia após tanto tempo juntos ou telepaticamente o demônio realmente estivesse bufando. Dividir o corpo com outra criatura era algo complicado principalmente da forma que os dois ali o faziam, uma questão de sobrevivência mutua.

-Posso saber ou que faz aqui em meio as montanhas?-
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Mensagem por Reddo Dom Nov 09, 2014 7:00 pm

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#02 - Encontro Indesejado
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A relação entre Reddo e Azralon não era algo negativo como a de muitos outros possuídos, nem boa o suficiente para serem considerados parceiros ou camaradas. Eles apenas aceitavam o fato de estarem juntos e, se não fosse por aquilo, ambos teriam encontrado o seu fim anos atrás. Por isso, o demônio raramente interferia ou conversava com o humano, preferindo ser apenas um observador. Contudo, principalmente em momentos de necessidade, ele quebrava essa rígida postura e tentava auxiliar Reddo e, em últimas instância, tomava o controle. E este, pelo que parecia, era um destes momentos. A poucos quilômetros de seu objetivo, o homem subitamente sentiu um aperto em seu peito, fazendo-o levar a mão até ele. Por mais que aquela sensação fosse indolor - afinal, ele era incapaz de senti-la -, ainda sim o perturbava bastante. Para que Azralon estivesse inquieto, era sinal de que algum problema logo iria surgir. E ele apareceu.

De repente, uma doce voz chegou aos ouvidos do rapaz. Antes que ele pudesse reagir, sentiu um toque em seu ombro. Ele poderia usar os poderes de Azralon para atacar ou fugir, mas como não houve malícia naquele primeiro contato, Reddo não quis arriscar. Caso fosse um simples aldeão ou viajante, tais métodos poderiam assustá-lo e causar ainda mais problemas. Ao se virar, notou uma bela mulher à sua frente, mas ao analisá-la imediatamente reforçou a sua guarda. Somente olhando para as suas roupas era óbvio que ela não era um simples aldeão, ou melhor, pouquíssimos humanos conseguiriam suportar um clima tão extremo tão pouco vestidos. Além disso, as manoplas que ela usava constatavam o óbvio: Ela era uma guerreira. Além disso, a irritação de Azralon e o fato dela se aproximar sem que jovem percebesse o deixavam ainda mais alarmado. Ela deveria ser, sem dúvidas, mais forte do que ele. Sem esboçar nenhuma reação que ela pudesse considerar suspeita, Reddo tirou o cigarro da boca e a encarou com um pequeno e vazio sorriso.
– Nada demais. Sou apenas um antigo aldeão que voltou para sustentar seu vício. – Guiou seus olhos até o cigarro em sua mão, deixando visível para a mulher. Após responder, tentou prosseguir com seu caminho. Ele sempre tentava evitar o máximo de contato possível e, principalmente nessa situação, tal postura era ainda mais necessária. – Caso esta seja a sua primeira vez aqui, é melhor ficar atenta. Essas montanhas costumam ser bastante traiçoeiras, principalmente devido a vegetação e o seu clima extremo. –

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Mensagem por Cordelia Seg Dez 29, 2014 3:06 am

-Ah claro, entendo perfeitamente.-

Esboçou um sorriso de canto do rosto novamente. Parecia frágil e delicada, mas claramente era uma maga. Pessoa normal alguma seria capaz de aguentar o frio das montanhas sem roupas como aquela mulher fazia. Bom, Reddo não tinha problemas com isso, mas havia uma explicação lógica para tal. Ele se levantou e começou a andar buscando evitar o máximo de contato possível, quando sentiu o toque em seu ombro novamente e suas pernas travaram por uma fração de segundo, era como se algo o impedisse de andar.

-Por favor, fique atrás de mim esta bem?-

Novamente aquela sensação. O aperto no peito voltou e sentiu um raio passar por sua cabeça naquele exato instante, foi como um choque térmico. Era seu demônio interior avisando o perigo novamente, ele podia ter certeza.

-Lobos de cristal, evite o chão.-

A garota pulou dois metros para frente em um único salto sem mostrar nenhuma dificuldade, de certo ela não era normal. O trajeto que ela fez no ar estranhamente foi coberto por flocos que neve que se uniam e criavam micro cristais de gelo e esses se juntavam e formavam pedaços cada vez maiores. Ali em frente aos olhos de Reddo formou-se um canino de gelo. Uma bela cena deveras, por algum motivo pareceu levar um bom tempo, mas foram apenas algums segundos. O tempo entre um piscar de olhos e outro. Então o possuído pode perceber a sensaçãode aperto e desconforto desaparecendo. O animal estava de costas entre ele e a garota e rosnava ferozmente.

O lobo era branco e azul com algumas marcas tribais espalhadas por seu corpo que parecia ser todo feito de gelo cristalino. Era uma criatura bela, mas era mais do que óbvio que não amigável. Seus dentes tão brancos quanto as estacas de gelo que compunham cada membro de seu ser pareciam pequenas estalactites tão perfurantes quanto qualquer espada. A garota? Ela parecia séria, seus cabelos ruivos caiam devagar sobre seu rosto e seu semblante era calmo e observador. manteve-se imóvel enquanto o animal corria em sua direção.
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Mensagem por Elsa Ter Out 06, 2015 10:57 pm

Já havia perdido a noção do tempo em que estava montada em Morrigan, sim havia nomeado o Worg dado a mim por Cobernick, parecia ser muito melhor do que simplesmente dizer ‘Worg’ ou o havia feito puramente para tentar ignorar a incessante cavalgada, embora naquela altura da situação sentisse certa afeição com a criação de gelo. O sopro do vento havia mudado também, do silencioso e de certa maneira aconchegante a quaisquer pessoas para uma rajada quase estridente que percorria as árvores cobertas de neve como gritos de desespero a aqueles que nunca haviam presenciado tal animosidade, o frio que tocava minha pele era uma boa recordação do lar e o som do vento não me causava espanto, apenas elevava meus sentidos acerca dos perigos que ele poderia esconder. – Devemos estar perto agora. – avisava a Evellyn enquanto meus cabelos esvoaçavam sem uma forma definida, uma vez que o forte vento havia desfeito a trança que fizera durante o amanhecer.

Havia sugerido a Eve dar um nome a seu Worg, não queria me sentir deslocada ali, apesar de temer que a jovem raposa se sentisse daquela forma também, ela era bem mais tímida do que eu no aspecto social. Os passos de Morrigan aos poucos deixavam de apresentar a firmeza inicial para darem lugar as passadas mais abafadas pela grossa neve que cobria o caminho, mesmo assim ela não perdia a velocidade o que era de fato incrível. – Sente-se bem Eve? – perguntava com a delicadeza que conseguia manter naquele momento. – Me pergunto como iremos encontrar esse shaman... – a dúvida pairava sobre a mente, enquanto percorria pela imensidão branca, já avistando por entre as copas das árvores a grandiosidade das montanhas.

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Mensagem por Evellyn Ter Out 20, 2015 6:26 pm

Já fazia um bom tempo que estávamos cavalgando na direção indicada e a cada vez que sentia que estávamos mais próximas, também sentia meu corpo congelar, mas por que diabos tínhamos que ir para um local tão gélido? Elsa, diferente de mim, parecia bem conformada, como se estivesse em casa. Me sentia bem por ela, mas o frio ainda era incomodo para mim. Esfregaria as mãos sempre que possível e logo em seguida tentaria soprar um hálito morno sobre elas. A capa que eu estava usando conseguia me proteger do frio mas por conta do vento forte não conseguia me aquecer como estava antes. Esperava que chegássemos logo. Com a sugestão dada pela Elsa para nós nomearmos nossos Worgs chamaria o meu de Ginger. Com isso, tive uma certa preocupação com Ginger já que estávamos correndo por muito tempo com certeza ele estaria cansado.

Só estou com um pouco de frio, mas, sem problemas! — não queria que ela se sentisse preocupada — E você?

Olhei para o céu enquanto cavalgava em Ginger, percebia sua tonalidade havia mudado muito desde que saímos da Academia e isso indicava que o tanto de tempo que estávamos nessa aventura. Quanto tempo à mais demoraríamos para achar ele? Cobernick apenas havia dito que ele ficava nas Montanhas da Neve Eterna - onde estamos agora - mas não havia sinal deles. Bem, irei continuar até encontrar-lo.

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Mensagem por ADM GabZ Qua Nov 04, 2015 11:53 am

Spoiler:

Já estavam cavalgando a algumas horas. Os worgs seguiam incansáveis, mesmo com o sol agora alto mas tímido por detrás das nuvens. Campos vastos de neve era tudo que Elsa e Evellyn conseguiam ver no começo, mas logo perceberam um cenário muito mais rico do que esperavam: magníficas formações rochosas, a pedra escura destacando-se contra a neve branca, suaves ondulações de neve, as montanhas majestosas ao fundo. Alguns arbustos corajosos e árvores valentes resistiam em conjunto aqui ou ali, algumas vezes formando bosques distantes, outras apenas indicando que ali ainda tinha vida. Chegaram até a avistar manadas de um animal que nunca viram, pareciam bois enormes e muito peludos, com chifres majestosos e perigosos. Continuando seu caminho as alunas atravessaram rios congelados, ravinas e até mesmo uma costa íngreme que os Worgs escalaram com maestria. Era como desbravar um mundo totalmente desconhecido e incrivelmente belo.

Enfim os Worgs pararam no topo de uma formação rochosa. Abaixo, entre duas montanhas menores, uma fortaleza do tamanho de uma pequena cidade. Mas não como as que se via em histórias, com tudo cercado com muros de pedra enormes. As formações das rochas faziam isso por eles, de forma que era apenas possível entrar no lugar pela frente. Ali, altas estacas de madeira cercavam a entrada. Mas da altura aonde as alunas estavam conseguiam ver adiante: várias construções de pedra e madeira, pareciam rústicas e agressivas, como se brutos morassem por ali. Era fácil ver ossadas de animais enormes — talvez dos animais que viram antes — enfeitando as casas e as paredes do forte. Na entrada do lugar, duas bandeiras azuis marcavam o símbolo do Clã: os Lobos Gélidos.

Spoiler:

Quanto mais olhavam, mais Elsa e Evellyn notavam coisas que as preocupava. Esperavam humanos ou elfos habitando o lugar — pelo nome, esperavam até mesmo ferais. Mas o que viam eram orcs. Todos eles. Nos portões haviam dois guerreiros de pele avermelhada, usando armaduras de peles, mas com braços e peito expostos. O frio não parecia incomodá-los. Como se isso não bastasse, parecia incrivelmente comum a presença de Worgs dentro do forte. Inúmeros worgs brancos, de diversos tamanhos, vagavam pelo lugar. Acompanhavam os orcs, ajudavam em tarefas e até faziam guarda. Era estranho. As alunas lembravam de orcs como seres brutos e monstruosos, mas ali podiam ver todos vivendo em harmonia, organizados, convivendo ao lado de worgs, os seres mais leais e puros da Montanha. Ter a lealdade destes animais significa enorme respeito.

Enfim os worgs de gelo começaram a se aproximar do forte, levando consigo duas garotas ligeiramente temerosas. Afinal, se quisessem, aqueles orcs poderiam matá-las com incrível facilidade. Apenas as lanças dos guardas eram mais grossas que o braço de Evellyn. Pareciam fazer um estrago enorme.

As duas avançaram até que seus worgs pararam bem em frente aos guardas. Eles olharam os worgs de gelo com atenção, mas não pareciam alarmados.

— Ko’ra gnar toru, kek. — Falou um dos orcs em uma língua que nenhuma das duas conhecia.

— Ho — Respondeu o segundo. Ele foi até o portão de madeira e bateu forte três vezes. Falou algo para um terceiro orc que apareceu acima do portão e este, em seguida, sumiu.

Não demorou para que os portões se abrissem. Agora as alunas podiam ver mais nitidamente o lugar, mas o que chamava mais atenção era o orc que vinha na direção delas: corpulento, sua presença inspirava respeito e usava como elmo um crânio de worg. Era acompanhado de dois guerreiros.

Spoiler:

— Enviadas de Cobernick, aposto. — Falou o orc, sua voz firme e o olhar rapidamente analisando as duas. — Aquele velho nem deve ter falado de mim. Sou Durotan, líder dos Lobos Gélidos. Agora me digam porquê ele enviou vocês duas.

Ele cruzou os braços, erguendo o queixo ligeiramente. Dois worgs olhavam atentos de longe, orelhas erguidas, como se esperassem para ver o que aconteceria.

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Mensagem por Elsa Sex Nov 06, 2015 7:57 pm

As horas pareciam correr a uma velocidade demasiadamente reduzida, ou talvez estivesse totalmente errada sobre tal constatação, a neve incessante junto do vento forte fazia-me pensar mais do que observar o que estava ao meu redor. Com o sol sob nossas costas um pisar mais forte de Morrigan, a Worg em que eu cavalgava trouxe-me a realidade novamente. Observei o chão a princípio antes de contemplar o horizonte. Os traços em cinza e negro surgiam para meus olhos azuis, revelando algo novo, além de quaisquer descrições feitas em livros ou manuscritos. A magnitude daquelas montanhas servia para me fazer lembrar o quão insignificante éramos em meio a tudo aquilo, as ondulações que brotavam a nossa visão e por debaixo das patas de gelo dos lobos alternava o ritmo daquela cavalgada, ora sentindo o passo amortecido, ora o som de pisar em algo firme de fato. A vegetação que corajosamente se mantinha ali era um sinal de que há vida mesmo nos locais mais hostis, manchas verdes em meio a um mar de branco, cinza e azul que ressoava com o vento, outrora em uma selvagem melodia, agora me dava alento para continuar a seguir.

Os rios congelados e as belas ravinas, tudo parecia ser tão irreal, difícil imaginar que eram obras do acaso e do tempo, mas se parasse para refletir, perceberia que seria igualmente improvável ser obra de qualquer ser vivo. Tocava gentilmente Morrigan com os calcanhares, incitando-a a mover-se um pouco mais rápido, sentia-me subitamente animada com tanta beleza. Colocava-me a frente de Eve, mas sem tomar muita distância da jovem. – Lindo não? – falava, maravilhada. Ao alcançar a costa íngreme, éramos surpreendidas pela destreza sem igual de nossas montarias que pareciam ignorar a adversidade e escalar o obstáculo sem grandes problemas. – Isuh’ly, Isuh’ly Morrigan! – massageava a nuca de Morrigan ao término da subida, elogiando-a com um “Muito bem” o esforço feito por ela.

Ao término daquilo, as feras de gelo pararam no topo da encosta. Observava a frente, onde pude vislumbrar por entre montanhas menores uma fortaleza colossal. Incitei a Worg a mover-se mais para frente enquanto vislumbrava a construção singular. Livre de muralhas, sob a proteção da natureza que literalmente a cercava, as montanhas pareciam mãos que se fechavam, protegendo algo de extremo valor. – Quanto mais cavalgamos, mais surpresas aparecem. – não questionava, afirmava a Eve. – Vamos seguir em frente! – voltava a por Morrigan em movimento enquanto observava com mais atenção o local para onde nos dirigíamos. Havia apenas uma entrada e está estava cercada de estacas de madeira, o mesmo material que também surgia em abundância em parte das construções locais, juntamente de pedras e ossadas de animais em uma formação rústica, quase intimidadora. Temia inicialmente estar seguindo para um local hostil, mas as bandeiras que tremulavam na entrada desfaziam tal pensamento, podia não me recordar de praticamente nada sobre aquele clã, mas seu símbolo era inconfundível.

É...chegamos. – aquelas palavras que deveriam ser de alívio tornava-se de preocupação ao momento em que observávamos ao redor. Orcs, todos eles, de pele avermelhada, armadura e fortes, extremamente fortes. – Se isso for um engano, tem como ficar pior? – me questionava em silêncio absoluto, enquanto o tempo se encarregava de me mostrar em extrema rapidez que sim. Worgs de todos os tamanhos andavam calmamente por ali, desfazendo em conjunto com tudo o que vira ideias solidificadas por anos de ignorância. – Orcs em sociedade? Confere! Convivendo com Worgs, confere! Pensar três vezes antes de falar algo, pois eles podem me rasgar ao meio como uma boneca de pano? Hmm é...complicado. – pensava conforme Morrigan e Ginger se aproximavam do portão, levando a mim e Evellyn.

Dois Orcs guardavam o portão e pouco pareciam se alarmar com os Worgs de gelo, trocaram palavras à medida que eu revirava os olhos em descontentamento, eles falavam em um idioma que eu desconhecia e isso me indignava não os entender era mais angustiante do que os temer e a sensação de incompreensão era para mim, pior que a dor física. – “Ko’ra gnar toru, kek”, “Ho”.- Repetia as palavras na mente, tentando fixar a pronúncia exata. Se Cobernick tivesse nos enviando para lá, certamente haveria alguém capaz de se comunicar conosco, o que até o momento não parecia ser algo possível. Até que os portões se abriram, trazendo consigo um novo Orc, aparentemente a liderança local. Pensei se tratar do shaman até que ele se apresentou devidamente.

Durotan fazia sua apresentação no idioma comum de Lodoss, o que era por si só um alívio tremendo. No entanto, parecia desconhecer a origem de nossa vinda e aquilo me indignou. – É sério, eu realmente vou precisar conversar ter uma conversa séria com Cobernick sobre esse hábito dele de não avisar nada a ninguém, ele nem sabe sobre a nossa vinda! – gesticulava com Evellyn, ignorando o líder do clã em um primeiro momento, mas logo voltando minha atenção a ele. – Sim, ele não nos avisou sobre você, mas pelo menos fico feliz de saber que não somos as únicas a sofrer disso. – dizia de forma simpática. – Sou Elsa V. Frost e ela é minha amiga Evellyn... – deixava o silêncio percorrer o ambiente, aguardando que Eve pelo menos completasse o resto de seu nome. – Cobernick nos enviou para treinarmos com Gro’mah, o Shaman de seu clã eu suponho. – tentava disfarçar ainda o impacto de tantas surpresas ao mesmo tempo. Ficava calada logo em seguida, aguardando uma resposta, mas temendo que notassem que estávamos levemente desconfortáveis ali, decidi abrir o jogo. – Éeer bem se você conhece Cobernick sabe que ele nos disse muito pouca coisa sobre vocês, por isso eu realmente tenho de admitir que estou surpresa pelo fato de vocês serem Orcs, sério de onde eu vim não há um de vocês, assim como muitas outras raças que habitam Lodoss, então é...bem, muito prazer? – lançava um sorriso amarelo, enquanto já lamentava qualquer reação adversa. – Merda! Porque eu não fiquei de boca fechada?


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Mensagem por Evellyn Qui Nov 19, 2015 2:51 pm

As vastas partes brancas logo iam se completando com as magnificas formações de rochas cinzentas e assim também fez o firmamento, que fora aos poucos escondendo sua grande bola de fogo. E mesmo naquela friagem haviam alguns bosques que demonstravam estarem intensamente vivas sem se importarem muito com isso, ao contrário de mim que praticamente tremia enquanto segurava na capa de Elsa e no Worg que cavalgava sem cessar desde nossa partida da Academia. Sentia minhas gotas de suor saírem friamente, como se aos poucos eu pegasse uma gripe. Não, não iria ser tão fraca a ponto de deixar isso me abater. Seguraria firme em Ginger tentando sem me importar com o vento que indelicadamente empurrava meus cabelos juntos com seu movimento.

Chamada pela atenção de Elsa após passarmos por perto de rios congelados que ali, completavam a paisagem totalmente gélida. Meu feitio para locais não é para esses tipos - pelo fato de meu elemento ser totalmente o oposto -, mas tinha que concordar que isso era belo. Algo incrivelmente de duvidar que a própria natureza sem as mãos humanas pudessem fazer isso. Até que isso fora de acalmando com a nossa chegada no topo de uma rocha, no qual nos permitia ter a visão de uma fortaleza no meio da abertura de duas montanhas, algo tão surreal quanto em um conto de livros mas... Belo.

Eu nunca vi algo desse tipo... — diria fascinada, com o brilho em meu olhar — Nem ao menos se quer imaginar...

Concordando com ela para que seguíssemos em frente, ou mais especificadamente, até o local que achamos tão incrível no meio das montanhas. Estava com esse pensamento em mente até quando resolvi voltar meu olhar ao local, onde me mantive assustada com as diversidades estranhas que estavam lá; vários ossos de animais estavam por ali, como enfeite. Engoli seco, preocupada. Esperasse que pelo menos não acontecesse algo ruim tanto comigo, Elsa e nossos Worgs no momento. Mas até que tive minha preocupação aliviada ao olhar duas bandeiras em qual ambas mantinham destaque do símbolo de seu clã, era o imaginava.

Ao contrário também, não haviam quaisquer seres humanos por ali ou muito menos uma raça que provavelmente poderia viver, como ferais mas, eram Orcs. Além de intimidadores pela aparência e seu local de habitação, suas armas eram incrivelmente longas e grossas. Esperava não ter algum desentendimento com eles ou então, morreria em menos de poucos segundos. Logo, eles pareceram falar uma espécie de língua que eu não conhecia, mas sabia que era sobre nós, pois nos olhavam fixamente. Os portões se abriram e por trás dele se mantinha provavelmente o Orc líder deles, era notável isso pelo fato de sua presença ser poderosa e respeitosa. E também, era o mesmo que Cobernick havia nos falado - sem muitas informações - antes de nós partimos e chegarmos aqui. Elsa começou a falar primeiramente, estava muito animada ao contrário de mim, que mantive meu olhar fixo ao chão por intimidade perante a frente de alguém tão forte.

E-Evellyn Haaide Clair... — completaria após a apresentação de Elsa.

Seguraria firme em Ginger por medo, não saberia o que ele nos responderia ou se apenas iria nos receber. Não que tivesse uma impressão errada dele mas... Estava um pouco insegura.

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Mensagem por ADM GabZ Qui Nov 26, 2015 1:10 pm

O silêncio imperou por alguns momentos, mas de repente Durotan riu. Foi uma risada curta e rouca, mas o suficiente para acalmar os nervos.

— Aquele mago cretino. — Falou o orc, logo voltando à expressão de sempre. — Se ele mandou vocês treinarem com Gro'mah, que assim seja. Devemos muito a ele. E não há prova melhor da palavra de vocês do que estes espíritos que trazem.

Ele bateu o punho fechado no peito em respeito às visitantes. Em seguida, pediu que o seguissem. Durotan caminhou para dentro da fortaleza, Evellyn e Elsa seguindo logo atrás. Os portões da fortaleza se fecharam pesadamente após passarem, dando uma sensação de conforto e, ao mesmo tempo, medo.

Ali de dentro podiam ver melhor daquela sociedade. Os orcs ali tinham a pele de cor avermelhada, alguns marrons, outros raros eram verdes. Mas todos eles passavam longe da imagem comum destes seres. Eles andavam eretos como humanos, vestiam-se com trajes de couro, ossos, ferro e adornos e alguns cobriam parte do rosto com crânio de worgs. Mas não era só de orcs que vivia o clã: Evellyn e Elsa logo notaram várias orquisas, suas fêmeas, imponentes e com uma beleza selvagem. Elas também se vestiam com peças de armadura, também eram guerreiras.

Spoiler:

Ali todos lutavam para defender seu lar. Exceto as crianças, claro. Era raro, mas podiam ver algumas crianças orcs aqui e ali: pequenas, como jovens humanos, mas já ajudavam nas tarefas do clã. E worgs. Dezenas deles, de vários tamanhos, mas todos eram brancos ou cinza. Era de se esperar, afinal estavam no extremo norte e qualquer outra cor os tornaria péssimos caçadores. Haviam worgs médios que acompanhavam seus mestres em lutas e caçadas, mas também haviam os enormes que serviam de montaria. Eram, inclusive, maiores que os worgs de gelo. Eram usados para a guerra e precisavam desse tamanho para carregarem orcs tão poderosos. Por onde Evellyn e Elsa passavam atraíam olhares, alguns de respeito, outros de desconfiança, mas nenhum de raiva ou algo similar. Elas eram levadas em direção a uma escavação na rocha de uma das montanhas, criando assim um largo abrigo aberto. Ali havia uma grande pedra em formato de presa, o símbolo do clã pintado com uma tinta azul. À sua frente um orc meditava de costas para os visitantes: usava vestes pesadas, mas era fácil notar pela sua cabeça a presença de cabelos brancos. Ele percebeu a aproximação do grupo e se levantou, virando-se. Ele se apoiava em um cajado rústico, mas também trazia uma espada curta embainhada em seu cinto.

Spoiler:

Era um orc velho, porém seu corpo ainda era forte, sua pele esverdeada já castigada pelo tempo. Além dos cabelos brancos e postura firme, outra coisa chamava atenção: a venda em seus olhos. Gro'mah era um xamã cego.

— Aka'Magosh. — O xamã cumprimentou Durotan. Ele falava devagar, como se cada palavra fosse difícil de ser prnunciada.

— Aka'Magosh. — Respondeu.

— Durotan, porque os lo'gosh de Cobernick trouxeram estas fêmeas humanas?

— Vieram treinar com você. Pelo jeito o velho precisa da ajuda de alguém ainda mais velho.

— Que seja. — Claramente ele não gostava de ser chamado de velho. — Agora vá, Draka estava te procurando.

— Zug-zug — Confirmou com a cabeça. Ele então virou-se para as duas garotas. — Se precisarem de algo, me avisem. Vocês estão sob nossa proteção enquanto estiverem aqui.

E se distanciou. Um worg o seguiu obedientemente.

Gro'mah agora estava apenas parado, "olhando" para as duas novatas. Elas mesmas não tinham certeza do que falar, mas ele parecia especialmente interessado em ouvir o que tinham a dizer.

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Mensagem por Elsa Sex Dez 04, 2015 8:41 pm

Durante aqueles breves segundos de silêncio, tive receio de que fosse mal interpretada por Durotan. Se Cobernick havia nos enviado para cá, certamente ele era conhecido deles, tinha medo de que minhas brincadeiras, por mais que fossem verdades em sua essência, fossem vistas como desrespeito. As dúvidas só foram sanadas e os ânimos recompostos pelas palavras ditas pelo líder do clã. Uma resposta tão atípica de minhas expectativas que me vi sorrindo com o “Mago Cretino” dito por ele, porém a descontração acabava rapidamente. Já havia tido uma prova de que não tínhamos com o que nos preocupar e como tal era hora de voltar ao objetivismo, Gro’mah era o que nos interessava.

As palavras leves de Dutoran já me fugiam a memória, o tom firme e respeitoso que empregava naquele momento fazia o ocorrido de alguns segundos soar como algo completamente impensável vindo de tamanha e imponente figura. Morrigan permanecia imóvel como uma estátua, a imobilidade da mesma só fora quebrada com meu toque, próximo a nuca. Tudo em razão das palavras do Orc, que pelo que pude entender referiu-se aos Worgs de gelo, como os espíritos que trazíamos e que os mesmos eram uma prova de que dizíamos a verdade.

Observei Evellyn de soslaio, mesma com a certeza de ver o tal xamã, muitas outras coisas surgiam a minha mente como em questionamentos, procurava na jovem ao meu lado algum vislumbre de que talvez tivesse tendo as mesmas perguntas que eu, apesar de sua timidez. – O que Cobernick fez para ter tanta gratidão? – a curiosidade atiçava a língua em uma sedenta busca pela informação, mas contive o ímpeto. – Tudo a seu tempo, não há porque por o carro a frente dos bois. – pensava enquanto observava o líder dos Orcs bater no peito em sinal de respeito e como tal o fiz a minha maneira pousando a mão sobre o busto e reclinando levemente a cabeça, como em uma saudação. Até aquele instante não precisava me preocupar com gafes, era uma leiga naquela cultura, mas aproveitaria a estadia para mudar isso, a começar pelo idioma.

Esporeava Morrigan com os calcanhares, fazendo-a andar conforme os portões da fortaleza se fechavam preguiçosamente a nossas costas. O medo era presente e isso não podia negar mesmo que quisesse, mas a sensação de conforto e alento fazia um paradoxo bem peculiar de sentimentos, uma experiência única de fato. Uma vez no interior do local o vislumbre e o choque daquela realidade moldavam novamente minha percepção e pelos Deuses, como aquilo era bom de ver.

Isso me faz ter vontade de corrigir muitos livros da biblioteca de Phyllian. – pensava em meio a um sorriso carregado de certa zombaria. A criação pelos elfos da neve nunca fora algo do que reclamar, mas sempre tive a noção de que nem tudo o que lia nos livros da maior biblioteca deles era de fato uma realidade imutável e absoluta, via agora que tinha razão. Orcs em sociedade, organizados quase que utópicos por assim dizer. Com suas peles em tons predominantemente avermelhadas, mas com exceções para o tão comum verde ou o também peculiar marrom. Das coisas que havia lido, uma delas parecia não mudar, suas origens guerreiras, isso não parecia sair deles nem por um segundo e estava claramente visível na forma em que se vestiam. Couro, ossos, ferro em sua grande maioria e isso se aplicava surpreendentemente as mulheres, as orquisas eram um prato cheio a minha curiosidade, nas descrições que tinha, elas pouco se diferenciavam dos orcs, mas agora vê-las em carne e osso, era algo surreal.

Selvageria e elegância em perfeita harmonia. – pensava com admiração, havia tantas mulheres além daquelas montanhas que se aceitavam submissas aos homens e estes em várias vezes pareciam vê-las como algo inferior e descartável. Aqui, as orquisas andavam como iguais e pareciam tão ou mais imponentes que alguns dos machos, e talvez por isso gostasse da determinação que transmitiam. – Certamente vou gostar delas. – brincava comigo mesma, com total certeza da afirmação feita.

Crianças andavam pelo local, em menor número que os adultos, mas ainda sim estavam presentes em um número razoável, todas ajudavam nas tarefas locais, assim como os Worgs, que diferentemente, havia aos montes, alguns tão grandes quanto Morrigan, mas nenhum deles hostil para aqueles ao redor. Da mesma forma podia falar dos olhares lançados a mim e Eve, todos eram livres de qualquer asco ou desaprovação o máximo que podíamos sentir era a desconfiança de alguns deles enquanto que para outros, nosso presença nem era suficiente para despertar interesse.

Seguimos Durotan até um grande espaço escavado no interior da montanha. Uma vez lá dentro pude notar inicialmente a presença de uma grande rocha esculpida que ostentava o símbolo do clã em tinta azul, dando vida ao monólito em forma de presa, mas fora logo depois que algo mais importante prendeu minha atenção. Um orc meditava de costas para todos ali, mas ao notar nossa aproximação se levantou com o auxílio de um cajado, virando-se a medida que se erguia. A espada embainhada na cintura tornou-se detalhe em comparação ao porte físico daquele que buscávamos. Gro’mah apesar dos cabelos brancos e manchas pela pele ainda era forte, tanto quanto um homem comum e sadio, sua postura não parecia ter se curvado ao tempo e principalmente o fato de estar vendado. – Cego... – aquilo reverberou pela mente, tão sem sentido que logo se tornou silêncio. Resumi minhas ações a ouvir e tentar compreender em vão a conversa dele com Durotan, assim como desmontar de Morrigan, permanecendo ao lado da Worg de gelo.

Ver Durotan agir de maneira tão respeitosa mostrava a real importância daquele orc, meu silêncio só veio a ser quebrado para responder ao líder do clã. – Obrigado Durotan e da mesma forma, se precisar de algo nos avise. - sorri gentilmente para ele, antes de voltar a fixar o olhar em Gro’mah. Vi-me subitamente sem palavras, apenas o silêncio imperava após a saída de Durotan e temia que assim ficasse se não tomasse a iniciativa. – Olá, sou Elsa V. Frost, aluna de Cobernick...não, isso ele já sabe. – avaliava o que poderia falar, mas nada parecia bom. Observei Evellyn novamente, buscando nela alguma ideia do que dizer. Mas algo só veio após alguns segundos, quando decidi me abster da segurança que tinha ao lado de Morrigan para dar alguns passos a frente.

Meu nome é Elsa V. Frost, das Terras Gélidas, Cobernick nos enviou, pois alegou que precisávamos dominar nossas magias fora do ambiente da Academia e por isso precisaríamos dos seus ensinamentos. Eu tive receio de vir, tive medo quando cheguei e ainda sentia um pouco dele até vê-lo, a sensação parou e nunca pensei sentir a mesma sensação que tive quando vi Cobernick, de que podia confiar naquele que estou olhando e conversando. Vim, pois quero me aprimorar, vim, pois preciso de ajuda. – olhei para Evellyn, lhe estendendo a mão para que não se sentisse tímida ali e soubesse que estava ali também para apoiá-la. – Nós precisamos de sua ajuda. - Decidi optar pela verdade, não apenas das palavras, mas na realidade que sentia na alma.

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Mensagem por ADM GabZ Sáb Mar 05, 2016 11:41 am

[Exatamente 85 dias de atraso. Evellyn foi removida da aventura. São 12 semanas, 600 pontos de experiência]

As palavras de Elsa pareciam não ter tido efeito sobre Gro'mah. O velho orc apenas continuava parado e em silêncio. Por ele ter os olhos vendados, era difícil discernir qualquer expressão. Um silêncio breve se formou após a garota terminar de falar, pois esperava que Evellyn respondesse. Estranhou a demora na resposta, e quando Elsa olhou para a amiga, surpreendeu-se ao vê-la desmaiando, caindo para o lado. Ela ainda estava montada no worg, seria uma queda e tanto na pedra fria.

 No entanto, em um instante um pilar de terra ergueu-se ao lado de Evellyn, evitando que ela caísse. A base do pilar era firme como pedra, mas o topo era de terra fofa para que a garota não se ferisse. Aos poucos o pilar foi se desfazendo de forma que Evellyn fosse gentilmente deitada ao chão. Só então Elsa pôde notar que Gro'mah fazia movimentos com as mãos durante o processo, as baixando assim que a garota estava segura. O worg dela pareceu preocupado, farejando-a enquanto ela dormia. O orc se aproximou, agachando-se e apoiando um joelho no chão. Ele levou sua mão à testa da garota, mas não a tocou. Parecia apenas sentir sua energia.

— Lak'tuk... — Sussurrou para si mesmo. Não parecia um feitiço, apenas um pensamento pessoal. Ele se levantou e virou seu rosto para Elsa. — Sua amiga sofre de fadiga arcana. Alguns de vocês não suportam ficar muito tempo próximo a um local de grande poder. Você, no entanto, parece que nem percebe a energia.

Na verdade Elsa sentia. Desde que havia entrado no domínio dos Lobos Gélidos, uma sensação estranha tomava conta dela. Até então ela achava que era apenas a emoção de ver orcs civilizados e totalmente diferente do que ela imaginava, mas estando ali naquele solo sagrado ela pôde prestar mais atenção. As palavras do shaman a fizeram se concentrar nisso. Era como se ela estivesse na Academia de Magia, sentia seus sentidos potencializados, mas era uma forma diferente. Se fosse descrever em forma física, era como se na Academia a energia fluísse como água, mas ali ela fluísse como fumaça: sem direção definida, suave, espiralando aqui e ali. Elsa sentiu uma harmonia entre os elementos e a carne.

— Sua amiga não pode ficar aqui. — Concluiu o orc. — Durotan pode enviar encarregados para levá-la de volta a Cobernick. Se ela continuar por aqui, poderá nunca mais conseguir usar magia. Mas a decisão é sua. Se ficar, irei treiná-la em respeito ao mago. Mas se quiser partir com sua amiga, as portas estão abertas. Você não é nossa prisioneira.

Gro'mah andou de volta até a rocha em formato de presa. Ele esperou ali a decisão de Elsa. Só então a garota notou um detalhe interessante daquela escavação: as paredes estavam cobertas de marcas de mão. Era como se dezenas de orcs tivessem molhado sua mão com tinta e tocado a parede com a palma. Eram marcas que, Elsa pôde sentir, tinha de fato grande poder. Não sabia o que significava aquelas marcas, mas era fácil notar que não eram do mesmo orc: algumas mãos eram enormes, outras mais delicadas, talvez de orquisas, enquanto muitas tinham falhas que entregavam possíveis marcas de batalha, como a falta de um dedo ou uma falha na palma. Também haviam marcas de patas de worgs, algumas maiores que a cabeça de Elsa.

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Mensagem por Elsa Sex maio 13, 2016 3:28 pm

O silêncio havia reinado logo após minha resposta a Gro’mah, o ancião permanecia em completo silêncio e tudo o que pude imaginar era de que, talvez, estivesse aguardando a resposta de Eve. Sabia da certa timidez da garota, mas nem isso me fazia supor que ela ficaria completamente em silêncio até demais para meu gosto. Olhei para o lado e pude vê-la desmaiando, só não caindo no chão graças a magia do velho orc. – Eve?! – não pude conter aquela surpresa desagradável, caminhei até próximo dela e de sua worg de gelo, como se pudesse de alguma forma acordá-la. Mas em poucos instantes, saberia que isso não seria possível.

O xamã ajoelhou-se perto de nós para verificar o estado de minha amiga e sussurrou algo em seu idioma, algo que não sabia dizer ser uma palavra mágica ou uma lamúria. Quando dirigiu as palavras para mim, senti-me norteada com elas, incapaz de responder ou reagir da maneira que gostaria, limitando-me a observá-lo por breves segundos. – Fadiga arcana? – era difícil repetir aquelas palavras, minha voz estava carregada, entregando de bandeja meu desequilíbrio com aquilo. No entanto, mesmo envolta de tantas coisas para raciocinar, havia algo nas palavras do Orc que me faziam refletir. – Não percebi? – a incredulidade, de forma irônica me fez controlar os pensamentos, para que pudesse voltar a pensar com clareza. - Eu deveria ter sentido isso? – a dúvida, fez-me entrar em um estado de concentração, onde pude enfim notar o que ele dizia a respeito.

A energia fluía livre e inconstante, bem diferente do que na academia de magia, mesmo que no fundo elas proporcionassem a mesma coisa. Antes era como se meu corpo estivesse envolto de uma aura, agora era como se ele fosse invadido por ela e isso apesar de estranho era bom quando me permite sentir a energia do lugar. – Este lugar tem muito poder. É assustador e lindo. – o riso escapava pelos lábios, antes do veredito do ancião. Uma escolha difícil havia sido posta em meus ombros, alias não era de fato tão complicada como parecia. Pensava no melhor para a jovem e isso me fez tomar a decisão de forma rápida. – Se é assim, então ela deve voltar. – concordava. – E sim, não sou prisioneira de vocês e nem por um momento desde que cheguei aqui, eu tive está dúvida. Eu sou livre para fazer o que quiser. – retrucava as últimas palavras, antes de dar a Eve um beijo sob a testa. – Você irá se recuperar e voltará para treinar. Até lá, irei me esforçar por nós duas. – sussurrava a maga de fogo, antes de me levantar e seguir até perto de Gro-mah.

As paredes da escavação que serviam de fundo onde ele ficava, eram a sua própria maneira, majestosas. Uma espécie de santuário onde Orcs e Wargs contemplavam ou reverenciavam algo. – E o que eu quero é ficar aqui e aprender. – sentava-me sob o chão, observando o xamã. – Mas com todo respeito, quero que me treine pelo que sou e não em respeito a quem me mandou. Você também não é obrigado a me treinar só porque sou aluna de Cobernick.


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