Ilha Norte

por **ADM GabZ** Seg Fev 24, 2014 1:17 pm

A Ilha Norte, também conhecida como Ilha das Jóias, não leva este nome por acaso. Repleta de formações rochosas, cavernas e montanhas pontudas cobertas de musgo, a ilha parece apenas um amontoado de pedras medonhas. Mas se você procurar bem, descobrirá que por debaixo desse manto verde existem metais e pedras preciosas de valor altíssimo. São difíceis de serem extraídas, principalmente as que se encontram em cavernas úmidas, mas vale a pena o esforço. A ilha já é basicamente dominada por um grupo de goblins chamados de Lasca-Rochas, especialistas em pedras preciosas e certamente uns dos melhores mercadores de Lodoss. Por terem sido eles que descobriram a riqueza da ilha, eles possuem passe livre para explorá-la, desde que jamais destrua o ambiente. Apesar de sua aparência, os goblins sabem negociar e, principalmente, sabem a melhor maneira de não perder um bom negócio. E neste caso é melhor deixar a ilha inteira. Graças a isso o processo de extração é manual e mais demorado, porém os lucros altos compensam o esforço.

Uma trilha segue por entre as formações rochosas até a divisa com a outra ilha, onde uma ponte de madeira une as duas, que são divididas por uma garganta nada amigável. Cair ali é morte certa, já que a água do mar passa ferozmente por entre as rochas, e talvez por isso as ilhas se separam cada vez mais com o passar dos anos.

É possível explorar a ilha ou mesmo buscar suas próprias riquezas, e os goblins podem até dar uma força — por um preço, claro. Negociar com eles é sempre vantajoso para as duas partes, já que goblins tem fama por serem comerciantes honestos e principalmente entendedores do assunto. Estas pequenas criaturas parecem gostar tanto do cheiro do dinheiro que fazem de tudo para tê-lo, e da forma mais justa possível.

por Kayan Sáb maio 03, 2014 11:07 pm

- 001 -

Acordei dolorido e com meu rosto enterrado na areia da praia. Abri meu olho direito ainda desorientado antes de me levantar. Meus joelhos ainda estavam encostados no chão quando tossi um pouco de água e areia. Me levantei para olhar ao redor e descobri que provavelmente me encontrava em uma ilha pela maneira que a orla transcrevia um circulo pequeno. Via algumas formações rochosas e provavelmente cavernas ao longe; alguns coqueiros também e vegetação rasteira. Mas nenhum sinal de seres vivos.

Por sorte eu ainda não estava com fome, mas não tinha praticamente nada comigo. Preciso encontrar alguém e descobrir aonde estou. Pensei enquanto verificava o que tinha vindo comigo para aquela praia. Infelizmente apenas uma mochila e uma das minhas adagas. A outra deve ter se perdido no mar. Por sorte posso conjurar uma se eu precisar.

Mas... se o barco havia afundado... isso queria dizer que a Cross ia pensar que todos estavam mortos, incluindo eu. Ou seja, eu não era mais um escravo, estava livre. Estava por minha conta e risco, sozinho e praticamente sem recursos, mas estava livre. Mas o que é ser livre? Acredito que é uma dúvida comum em se ter quando nunca se experimentou a liberdade. Mas eu precisava de um novo nome. Não seria mais apenas o Lobo Branco da Cross. Meu novo nome seria...

- Kayan - disse timidamente para mim mesmo. - Sim, Kayan. A partir de agora me chamo Kayan, o Lobo Branco - De fato decidi que manteria minha alcunha, mas agora ela não era mais o que eu era, e sim apenas uma parte de meu ser.

Comecei a andar pela praia, verificando o perímetro antes de me embrenhar pelo meio da ilha e ver o que eu encontrava. Estava cauteloso, pois não sabia o que poderia encontrar ali.

por NR Lima Limão Sex maio 09, 2014 10:08 am

AH! O sol! O brilho e o calor do astro que inspira e fortalece. Aquele parecia ser um dia lindo na orla da ilha norte, a brisa do mar estava refrescante, em contraste com o calor massivo do sol. O céu estava completamente limpo de nuvens, e uma revoada de garças saía do centro da ilha em direção ao sul. Atrás de Kayan, estava o mar, as ondas quebrando na areia e rochas e produzindo um chuvisco de respingos em cima do corpo do rapaz desacordado. Kayan acordou sentindo leves dores no corpo, sua boca estava cheia de areia, e seu corpo numa posição no mínimo cômica. Ele estava de bruços com a cara na areia, eu traseiro levantado e seus joelhos na areia úmida, como um caracol preparando para sua longa e arrastada viagem. Assim que acordou, o mestiço ficou de joelhos, sua expressão confusa, olhava para todos os lados a procura de sabe-se lá o que. Quando ele finalmente acordou para a realidade, percebeu que estava enfim livre, não tinha mais responsabilidades, não tinha mais que responder a ordens de ninguém, não tinha que abaixar a cabeça nem escutar aquilo que ele não queria. Era essa então a sensação da liberdade? Se fosse mesmo isso... Ele precisava experimentar mais! Kayan levantou-se, com seu novo nome, sua nova vida, pegou tudo que havia lhe sobrado e partiu rumo ao desconhecido. Ele caminhou pela orla da praia por um certo tempo, mas não achou nada além de pedras, conchas e areia.

- PARADO AI!!!!! – Uma voz estridente e incomum gritou de trás de Kayan. O jovem se assustou e virou-se rapidamente, a imagem que viu o surpreendeu um pouco, um pequeno goblin carregando uma enorme sacola nas costas vinha desajeitado em sua direção. – NÃO SE MOVA! – A expressão dele era de preocupação, mas ele não estava armado, tampouco conseguiria lutar na condição em que estava, e seu olhar, estranhamente estava focado em alguma coisa que não era Kayan, indicando que ele realmente não estava atrás do meio feral.

Goblin
<Hiho, Kayan! Seja bem vindo à minha área, espero que goste da aventura. ^^>

por Kayan Sex maio 09, 2014 7:48 pm

- 002 -

Andar na praia sem rumo era uma sensação boa e ao mesmo tempo nada divertida. Eu não gostava de ser um escravo, mas, para ser sincero, ao menos eu sempre sabia o que deveria fazer, uma vez que enquanto não estava "trabalhando" estava treinando. Naquele momento, porém, eu apenas caminhava sem saber ao certo o que me aguardava no futuro e se eu teria alimento no próximo dia. Eu sabia que poderia roubar se fosse necessário, mas até aquele momento eu não sabia se aquela ilha era habitada ou não.

E foi então que uma pequena e verde criatura chamara minha atenção. Eu sempre fui muito atento ao ambiente ao meu redor, mas talvez por não estar em uma situação de perigo eminente e devido aos últimos fatos, eu estava meio desatento e não percebi a aproximação do pequeno ser até que ele gritasse. A adaga "voou" da bainha para minha mão e por pouco eu não conjurei uma segunda para arremessa-la na testa daquele ser infeliz que me surpreendera. Realmente não seria nada legal se o primeiro ser que eu conhecesse após adquirir minha liberdade fosse assassinado por mim mesmo e acho que foi esse pensamento que fez minha mão ficar apenas segurando a adaga de maneira defensiva.

Passado o susto inicial eu consegui perceber que as palavras da pequena e desconhecida criatura de pele verde poderiam não ser para mim. Tentei localizar imediatamente o que ela via que a deixava tão alarmada. Reparei na direção em que seus olhos seguiam e procurei qualquer coisa incomum que poderia assusta-lo daquela maneira.

por NR Lima Limão Qua maio 14, 2014 2:53 pm

Kayan por muito pouco não tomou uma atitude da qual poderia se arrepender depois. Por algum motivo desconhecido, ou por simples distração, aquele pequenino ser havia aparecido sem que Kayan notasse sua presença logo de inicio. Com grande agilidade, o mestiço sacou sua adaga ao mesmo tempo que se pôs em posição defensiva, pronto para enfrentar qualquer ameaça à sua vida. Mas ao perceber que a criatura não lhe representava nenhum perigo real, ele procurou saber o que aquele ser verde e esquisito queria. Mesmo não parecendo hostil, o goblin havia chamado a atenção de Kayan, mas pelo que afinal? O meio feral olhou para os lados e não percebeu a presença de mais ninguém, então tentou seguir o olhar do pequenino, até se deparar com a areia da praia... Ele queria areia? O goblin vinha se aproximando a passos apressados e desajeitados, a sacola em suas costas contribuía para a falta de coordenação que o goblin tinha em sua corrida, até que após algum tempinho, ele finalmente alcançou Kayan.

Para a surpresa do jovem mestiço, o goblin passou direto por ele, vindo a parar 2 passos depois de onde Kayan estava. Girando seu torso, ele observou enquanto a criatura, tentava em uma cena cômica, pegar algo que estava na areia sem sucesso. O goblin obviamente não queria se agachar ali na areia com a quantidade de peso que carregava nas costas, certamente ele tombaria para trás e não mais levantaria a não ser que obtivesse ajuda. Mas seu corpo pequeno, e seus braços sendo puxados para trás pelas alças da bolsa, não o deixavam pegar aquilo que queria. Kayan não tinha a menor ideia do que fazer numa situação como aquela, se ajudava o goblin a pegar o objeto, se ria de sua impossibilidade, ou se simplesmente ignorava e continuava sua caminhada, até que o próprio goblin lhe dirigiu a palavra pedindo por ajuda. Ele parecia bem cansado agora olhando de perto, estava ofegante e falava com grandes pausas entre cada palavra. – Ei... Pode... Me dar... Uma ajudinha... Aqui? – O goblin falou travado na posição em que estava, enquanto olhava com uma expressão suplicante para o garoto.

por Kayan Qua maio 14, 2014 8:09 pm

- 003 -

Ver aquela cena certamente era deprimente. Como um ser poderia se prestar um serviço destes? Realmente é algo insensato carregar tanto peso a mais do que realmente podemos suportar. Ou talvez eu esteja sendo muito criterioso e este lugar é tão pacifico que ninguém deva esperar ameaças vindo do ambiente.

E então ele me fez aquela expressão de suplica e auto piedade. Na hora me lembrei de algumas de minhas vítimas do passado. Não era comum, mas muitas vezes a missão incluía amedrontar a vítima até que elas morressem com uma expressão de terror em suas faces; acredito que era pra intimidar o inimigo de nossos clientes. Mas às vezes eu não recebia um olhar de horror e sim um olhar de piedade e suplica. É claro que aquele caso não era tão extremista, mas o pequeno ser verde estava em uma situação aparentemente desesperadora.

Aproximei-me dele enquanto embainhava minha adaga novamente. Simplesmente puxei-o da frente do objeto pela alça da enorme mochila. Fui um pouco grosseiro, devo admitir, mas não foi intencional e sim por não estar muito acostumado a lidar com outras pessoas. Depois observei o objeto que ele tentava pegar para ver se não era nada perigoso. Assim que concluí minha breve analise peguei o item e o levantei em minha mão direita para verificar o que era - apenas por curiosidade. Entreguei-o ao pequeno ser.

- Aqui está, senhor Humanoide Verde.

Em meu rosto não haviam muitas emoções estampadas e eu também falava devagar, sem saber se aquele ser me entenderia. Mas eu queria muito que ele entendesse apenas para começar a me comunicar de verdade com um outro ser vivo pensante.

por NR Lima Limão Seg maio 26, 2014 10:00 pm

@ Kayan

Kayan observou aquele serzinho esquisito a sua frente com certa frieza, sua indelicadeza porem fora completamente ignorada pelo pequeno, que apenas deu um gemido ao ser puxado para trás, não demonstrando nenhuma resistência perante os atos do mestiço. Kayan olhou por alguns segundos para o rosto do pequenino, enquanto se agachava para pegar o objeto, mas foi somente quando estendeu sua mão que percebeu enfim do que se tratava... Uma concha? Kayan ficou fitando a concha por alguns segundos antes de pega-la de fato, estava intrigado porque o pequeno faria tamanho esforço por algo tão sem valor. – Mu-Muito obrigado... Me chamo... Ghuniz... O Goblin Sucateiro! – Suas ultimas palavras vieram carregadas de um sentimento de orgulho, como se o titulo fosse lá grande coisa. O mestiço certamente já havia ouvido falar sobre goblins enquanto era um assassino, pois a fama que estes pequenos tinham de ótimos comerciantes agradavam não só os de bem, mas também aqueles que procuram lucro de formas menos licitas. – E você... Quem é rapazinho? – Ghuniz agora puxava assunto com Kayan enquanto tentava desfazer-se de sua parafernália. Após longos minutos, Ghuniz finalmente livrou-se da grande bolsa, pousando-a calmamente na areia e depois se sentando ao lado para analisar de perto sua nova quinquilharia. Sua aparência além de exótica, ainda contava com certos apetrechos pendurados, como por exemplo seu chapéu de couro marrom que possuía duas aberturas para as orelhas pontudas, e seus óculos que se assemelhavam muito a duas enormes lentes de vidro amarradas com um pano.

Ghuniz pegou a concha, pôs seus óculos no rosto e passou a analisa-la com todo cuidado e pericia de um joalheiro, mas ao mesmo tempo, tentava puxar assunto com Kayan, o desconhecido que o ajudara a encontrar seu “tesouro”. – Quer um pouco? – Ghuniz tirou de trás de sua bolsa uma garrafa de vidro verde escura cheia, não dava para ver o que tinha dentro, mas seu conteúdo parecia transparente, uma vez que não induzia nenhuma mudança na cor da garrafa em si quando estava contra o sol. – AH! Que belíssimo exemplar, que bom que consegui salva-la a tempo, por pouco não foi esmagada! – Kayan então entendeu porque todo aquele estardalhaço do inicio, era para impedir que ele pisasse na concha. Mas ainda não entrava em sua mente o que poderia haver de tão valioso naquele pedaço de um animal morto, além da pura estética.

por Kayan Qua maio 28, 2014 11:07 pm

- 004 -

Realmente fiquei decepcionado ao ver o que aquele serzinho verde se esforçava tanto para conseguir. Quando, então, ele falou seu nome e o que era fiquei ainda mais confuso, principalmente por causa do tom de voz que ele usava. Então puxei de minha memória o que era um goblin. Nunca vira um, de fato, mas já tinha ouvido falar deles. Aparentemente eram uma raça numerosa no mundo todo, não me era inesperado que também vivessem neste local desconhecido em que vim parar.

- Sou Lobo Branco... digo... Kayan, meu nome é Kayan - respondi para o goblin. Talvez eu leve algum tempo para me habituar com meu novo nome, mas em breve irei me acostumar.

Depois de analisar, como se fosse uma joia, a concha que peguei para ele, Ghunis ofereceu-me algum tipo de bebida. Era algo transparente, mas não sabia o que poderia ser, então declinei com um aceno de cabeça; nunca se sabe quando alguém pode tentar envenená-lo. Embora, agora que paro para pensar, percebo que dificilmente alguém teria algum motivo para querer me ver morto nesta ilha desconhecida na qual vim parar. De qualquer modo, o goblin tentava puxar assunto comigo, então resolvi respondê-lo.

- Ainda não entendi qual o seu interesse em um monte lixo desses. Nem tampouco nessa concha vazia e inútil.

por NR Lima Limão Ter Jun 03, 2014 11:05 pm

@ Kayan

O mestiço estava ainda desconfiado, tanto que não aceitou a bebida do goblin, que pareceu não se importar, retirando a rolha com a mão e dando uma bela golada. Ghuniz depositou a garrafa na areia e voltou-se para sua grande bolsa, onde abriu uma pequena abertura, tirou dela uma caixa de madeira velha e ali dentro guardou a concha que havia pego, mas sua expressão de felicidade logo mudou para o mais puro espanto, era como se tivesse visto um fantasma. – O que foi que você disse? – Momentos de apreensão se passaram, será que ele reconhecera Kayan por sua alcunha anterior? Como poderia ter ficado tão assustado. O feral logo ficou na defensiva, até que novamente o pequenino o surpreendeu. Com sua voz esganiçada, ele começou a gritar e reclamar da atitude de Kayan, e por incrível que pareça, o motivo era o mesmo pelo qual ele havia se encontrado com o rapaz, a tal concha. – COMO PODE CHAMAR MINHAS COISAS DE LIXO?! - Ele levantou-se rápido e ficou numa posição esquisita, como se quisesse ameaça-lo, mas obviamente suas atitudes e palavras tiravam completamente o credito do goblin. – Não consegue ver? Isto, meu rapaz, é o mais valioso dos tesouros que você encontrará em toda a Ilha Grumar. Você é igual aos outros, não tem o menor gosto para as coisas boas da vida... Ai ai, pelo visto jamais encontrarei que pense como eu... – E novamente a mudança de humor repentina, variando da raiva e indignação, para a tristeza. O goblin ficou cabisbaixo e sentou-se novamente na areia, e ali ele ficou encarando a caixa de madeira em suas mãos. Kayan ficou novamente sem saber o que fazer, diante de tal reação, era certo que o mestiço ficaria completamente confuso.

por Kayan Qui Jun 05, 2014 7:25 pm

- 005 -

Aquele pequeno goblin era uma criatura realmente estranha. e com mudanças repentinas de humor. Por um certo momento pareceu-me que ele ficou agressivo e tentou me intimidar. Para a sorte - ou azar - dele, não percebi nenhuma ameaça, caso contrario talvez eu não conseguisse refrear meus instintos e ele terminaria com uma adaga fincada no meio de sua feia testa.

- Grumar? O nome deste lugar é ilha Grumar?

Esperava sinceramente que o conceito de tesouro de Ghuniz fosse muito diferente do meu, caso contrario temo ter vindo parar em um local extremamente pobre. De qualquer maneira, ele pareceu ter ficado um pouco sentimental com o que eu disse. Talvez até um pouco triste. Sinceramente eu não sabia o que fazer naquele momento. Quando se vê alguém com medo, é só matar, mas e quando a pessoa está triste? Indiferentemente, prossegui com minhas indagações.

- Aonde posso encontrar algum traço de civilização neste lugar? Preciso encontrar alimento, água saudável e abrigo.

por NR Lima Limão Sex Jun 20, 2014 12:34 pm

- Esqueci que você não é daqui, tsc! Nós, goblins, nativos aqui da ilha sul a chamamos de Grumar, mas vocês de fora podem chama-la como desejarem. – Ele pegou novamente suas coisas, arrumou sua bolsa nas costas novamente e começou a andar novamente sem fazer menção de responder à segunda pergunta de Kayan. – Você não vem? Se demorar demais vou deixar você para trás! – O goblin falava com sua voz esganiçada, enquanto andava desajeitado e lento pela areia. Era praticamente impossível que o goblin carregando todo aquele peso e andando de forma tão desajeitada, pudesse deixar Kayan para trás, mas que escolha tinha o meio feral? Era seguir o pequenino, ou ficar e tentar a própria sorte na praia.

por Kayan Ter Jul 29, 2014 7:09 pm

- 006 -

Eu não tinha nenhuma outra escolha a não ser seguir aquele goblin. Mas o fiz em silêncio. Eu estava começando a criar uma certa antipatia por ele. Ele era extremamente orgulhoso ao que parecia e se orgulhava por algo que não era nem de perto algum motivo de se ter orgulho. De qualquer maneira ele era o único ser vivo que eu encontrei naquela ilha estranha na qual fui parar e tive que segui-lo para sabe-se lá que lugar intencionava me levar. No entanto eu o segui a uns bons dez metros de distância, pois não confiava nem um pouco nele.

E ele seguia de uma maneira lenta e desajeitada, caso fosse outra pessoa em meu lugar certamente teria perdido a paciência e se aborrecido. Certamente que aquela lentidão não me agradava nem um pouco, mas paciência era algo pela qual eu fora treinado para ter e acabei seguindo-o a seu próprio ritmo, sem avançar nem mais rápido, nem mais devagar.

por **NT Blues** Sex Ago 08, 2014 2:04 am

Com as primeiras impressões tomadas pelo Goblin, Kayan seguia a pequena criaturinha. Caminharam bastante sobre a areia e em seguida algumas pedras e formações rochosas. Após alguns minutos, doze para ser exato, começaram a subir um morro e adentrar em um local com mata mais fechada.

Nesse momento Kayan podia notar que logo ali perto tinha mais pedras, na qual seguiam reto até elas. O goblin se virou para Kayan e falou.

— Hey humano. Ali é aonde eu moro — Apontava com seu nariz comprido — Venha, vamos guardar essas coisas e ver o que tem pra jogar pra dentro.

Jogar pra dentro? Curioso. Os dois seguiam até as pedras, logo dava pra se notar um declive e ali era revelado a entrada de alguma caverna ou mina. O goblin ia saltitante na frente e jogava as coisas em algum canto, pegando seu item precioso e colocando estendida nas formações da rocha que fazia alguns buracos. Se Kayan fosse definir aquilo, era como se fosse a mesa de troféus do goblin.

A diante tinha um cesto, dentro dele podia se ver algumas moscas voando sobre mesmo. O goblin se aproximou e enfiou a mão lá e pegou dois peixes. Ambos estavam com cheiro podre e com as esmadas do mesmo um pouco negras. O goblin se aproximava do rapaz e oferecia o peixe maior.

— Tome. Vai se sentir melhor ao comer isso.

E assim ele deixava o peixe na mão do garoto. Enquanto isso o goblin segurando seu peixe com as duas mãos, dava uma bela abocanhada no peixe e gemia de satisfação.

— Ahhh, nada melhor que a comida com o sol no meio do dia. Mas então forasteiro. De onde é que tu vem? Como veio parar aqui e porque tava dormindo na praia?

O goblin falava enquanto comia, o som dos espinhos do peixe sendo triturados pelos grandes dentes do goblin, era bem audíveis e um tanto nojento.

por Kayan Dom Ago 24, 2014 1:38 pm

- 007 -

Assim que o goblin me entregou aquele peixe podre, eu o arremessei de volta para o local de onde ele foi tirado. Eu não estava com raiva, nojo, ou qualquer outro destes sentimentos, apenas sabia que não deveria comer aquela porcaria. Na verdade, chegava até a me sentir um pouco tolo ao pensar que alguém que coletasse lixo como se fosse algo importante teria algum alimento descente para oferecer.

- Primeiro, não sou um humano e não tenho intenção de lhe dizer de onde venho, goblin. E, em segundo lugar, não desejo sua hospitalidade, apenas um indicação de algum caminho para a civilização. Se não possuir ou não quiser revelar esta informação, então apenas me indique a direção de algum rio.

Talvez ele ficasse ofendido por minhas recusas e frieza na voz, mas eu estava cada vez menos propenso a ficar mais tempo na companhia daquele ser desprezível e o quanto antes deixasse aquela caverna malcheirosa melhor seria para mim. Se, no entanto, não recebesse nenhuma resposta ou algo diferente do que queria saber, não hesitaria em sair daquele lugar e rumar para a floresta, deixando aquele goblin ali em sua imundice.

por **NT Blues** Sáb Ago 30, 2014 8:39 pm

O Goblinzinho via seu alimento sendo jogado longe sem demonstrar nenhuma antipatia, apenas comentava — Sobra mais... — Ele seguiu até o peixe e o comeu também, estraçalhando os pequenos ossos do peixe enquanto ouvia o rapaz.

— Civilização? Rio? Informações? JiJiJiJiJi. Claro, claro, tem uma parte da ilha que tem uma vila de goblins. Você pode ir lá se quiser, basta seguir o rio até o ponto brilhante. Mas ir pro rio sozinho sem ser daqui é perigoso. Vamos, eu te mostro o caminho, já estava de partida pra lá mesmo... — A criaturinha ia até uma picareta pequena e um saco sujo, porém resistente que era originalmente usado para carregar batatas. Enquanto ele pegava as coisinhas dele e ia saindo de seu humilde lar, o goblin ia rindo e falando pra si mesmo — JiJiJi, o coitado nem sabe que é humano. JiJiJi

Kayan ouvia tudo muito bem, sutileza não era o forte do estranho verdinho.

— Hey humano, não vem? — E assim ele ia se distanciando.

por Kayan Sáb Ago 30, 2014 9:02 pm

- 008 -

Mesmo eu tendo dito o contrario, aquele tolo ainda pensava que eu era um humano. Pois bem, eu não perderia meu tempo tentando explicar para ele o que era um meio-feral. Era melhor deixar ele pensando que eu era um humano mesmo. Além disso ele não se sentiu insultado com minhas atitudes. Apesar de que minha intensão não era causar inimizade, eu já esperava que minhas atitudes causassem algum estranhamento entre nós, mas isso não ocorreu e aquele ser ainda intencionava me ajudar não só me fornecendo informações como também se oferecendo para ir para a tal vila comigo. Naquele exato momento comecei a desconfiar de uma armadinha e minha mão pousou discretamente no cabo da adaga embainhada.

Momentos depois raciocinei melhor e cogitei a possibilidade dele realmente querer apenas ajudar. Devo me atentar ao fato de que o mundo não é composto apenas de pessoas ruins e é bem possível que existam sociedades onde as pessoas se ajudassem sem pedir nada em troca; algo muito diferente do "mundo" que eu conheço. Apesar disso, minha desconfiança ainda não havia sumido completamente.

- Então vamos para esta tal vila. A propósito, ela tem algum nome? E este rio? Tem nome ou é pequeno demais para isso?

Talvez a pequena criatura tome minha atitude como tentativa de puxar conversa, mas, na realidade, apenas queria as informações. De qualquer maneira, enquanto caminhávamos, minha mão direita se manteve o tempo todo apoiado no cabo da adaga e, naquele momento, eu nem havia me dado conta disso ainda. Era algo natural para mim, quase como andar ou respirar. De qualquer maneira, segui o goblin, mantendo-me a uns dois metros atrás dele.

por **NT Blues** Qua Set 10, 2014 2:40 pm

Kayan divagava em opiniões a respeito do goblin e chegava a conclusão que ele não apresentava perigo nenhum. Seguindo então o pequeno animado com seus equipamentos de garimpeiro, rumaram para dentro da mata, que por sinal era bem vasta e que dificultava o avanço de Kayan. Por outro lado o goblin seguia com facilidade, pois sua estatura e conhecimento do local o tornava mais pratico.

— Vamos meninu. Não faça corpo mole JiJiJi.

Caminharam por mais meia hora, tendo que desviar de obstáculos como árvores baixas, moitas altas, caminhos estreitos, buracos. Mas enfim Kayan podia ouvir o som de água, talvez fosse uma cachoeira, mas aquilo indicava que o rio estava próximo.

— Falta pouco — Comentava o pequenino

Andaram mais uns cinco minutos e finalmente chegaram a frente do rio, saindo finalmente daquela mata fechada e ruim de caminhar. Mas sua recompensa pelo trajeto estava logo a sua frente, com uma bela e maravilhosa paisagem que só a mãe natureza podia proporcionar. Um rio que seguia entre duas colunas de rochas, com uma pequena cachoeira que abastecia este trecho do rio. Dava pra se ver muito pinheiros e ao longo destes pinheiros, dava pra se ver ao longe, muito longe a Montanha da Neve Eterna. Era uma visão espetacular.

— Bem, é aqui o rio. A vila do meu povo fica seguindo essa queda d'guá. Eu te levo lá se quiser, mas antes tenho algo a fazer. Você podia me ajudar, ai termino mais cedo e ainda te dou uma recompensa. O que vai ser?

oFF:

por Kayan Sáb Mar 28, 2015 4:25 pm

- 008 -

Ele não respondeu nenhuma de minhas perguntas, o que não era nenhuma surpresa. Apenas o segui e quando ouvi o barulho da água sabia que ele não estava mentindo. Quando chegamos ao rio eu fui diretamente até ele enquanto o goblin falava. Verifiquei que a água era saudável e doce e, então, lavei meu rosto e minha cabeça naquela água, para me refrescar. Aproveitei para beber um pouco e encher meu cantil com ela.

Ele havia me indicado o caminho da vila e não precisaria mais daquela criatura. Já estava quase recusando em ajuda-lo quando percebi que talvez precisasse de algum dinheiro para viver minha liberdade e resolvi verificar o que ele queria e o que tinha a me oferecer.

- De que tipo de recompensa estamos falando? - perguntei-lhe na esperança de que ele não me oferecesse algum tipo de lixo pela minha possível ajuda.

por **NT Blues** Sex Abr 03, 2015 8:25 pm

— JiJiJi... Do tipo que te faz brilhar os olhos — Em seguida o goblin retirou de algum lugar uma pepita pequena de ouro, que refletia a luz vinda do céu e fazia aquela pedrinha de ouro brilhar na face de Kayan — E ai humano... O que vai ser? Vai até a vila ou pretende receber um pagamento justo por um servicinho?

Info:

por Kayan Sáb Abr 04, 2015 1:21 pm

- 009 -

Aquilo me despertou um certo interesse. Aquela pequena pedra de ouro poderia não valer tanto, mas com certeza eu conseguiria algumas moedas por ela. Entretanto, tudo dependeria de que tipo de serviço ele teria para mim. E foi com essa dúvida em mente que eu voltei a conversar com o pequeno ser de pele esverdeada.

- Este ouro me interessa, mas tudo depende do que terei que fazer para conquistá-lo. Que tipo de ajuda você quer, goblin?

Então esperei sua resposta para poder tomar minha decisão.

OFF - Post curtinho também, pois não tinha muito o que descrever aqui.

por **NT Blues** Ter Abr 21, 2015 1:54 pm

— JiJiJi! Nada demais, apenas terá que me ajudar. Está vendo aquela pequena cachoeira ali? — Esperaria Kayan responder que sim — Pois então. Ali é a minha mina de ouro. Eu a descobri e a nomeei de Cortina de Água. Já escavei ela por muito tempo, porém tem muito ainda a se explorar. Se me ajudar a quebrar algumas pedras e avançar um pouco as áreas não explorada da caverna, receberá como prometido e lhe ajudarei com a vila. Pra isso você precisa de força humano, quebra pedras não é fácil — Por um momento ele se perdeu em pensamentos e parecia que teve uma ideia — Hey! Por acaso você sabe desenhar? Produzir um mapa? Eu pagaria a mais se conseguir mapear todo caminho que já explorei JiJiJi!

Info:

por Kayan Sex maio 01, 2015 10:50 am

- 010 -

De repente a proposta não me parecia tão interessante assim. A proposta da caverna escura não era o problema, pois a escuridão era uma velha companheira com a qual eu já estava acostumado. O problema maior eram as pedras. Eu tinha meu orgulho e não me sujeitaria à este trabalho braçal.

- Acho que terei que dispensar este trabalho. Não sei se você reparou, mas minha constituição não é de alguém com grande força física. Se fosse apenas para desenhar um mapa seria algo mais interessante.

Assim que terminei de falar, virei minhas costas para o goblin e rumei para a vila que ele havia me mostrado. Eu tinha quase certeza de que aquele ser era inofensivo, mas eu mantinha minha atenção para possíveis ataques. Inconscientemente minha mão estava pousada sobre o punho da adaga.

OFF - Minha intenção não é estragar sua aventura Blues, estou apenas interpretando meu personagem.

por **NT Blues** Ter maio 12, 2015 11:38 am

— Humano tonto. Não vá embora só porque não quer levantar umas pedrinhas. Eu levo poucas também. Mas eu preciso do mapa. Venha, vamos entrar nela. Verá que é uma caverna bem legal. Nela não se precisa de músculo de aço, apenas de inteligencia. Lhe pagarei pelo mapa como prometido.

E o goblin foi andando em direção a caverna. Esperava que o humano fizesse o mesmo. Caso contrário ele não faria mais nada e ia pro trabalho dele.

Info:

por Kayan Dom maio 17, 2015 4:34 pm

- 011 -

Para falar a verdade eu estava curioso para saber o que teria dentro daquela caverna. Realmente não pretendia levantar nenhuma pedra ou fazer qualquer tipo de trabalho braçal, mas dei de ombros enquanto o goblin seguia para a caverna e acabei seguindo-o.

Não sabia o que esperar da caverna, mas certamente desenharia aquele mapa, pois se ela fosse uma especie de labirinto não iria querer ficar perdido dentro dela.

- Certo, goblin, irei com você. Mas se pretende que eu desenhe o mapa precisarei de papel e tinta.

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