[Ficha] Hotah Sakima

Nascido no interior de Takaras, foi criado em um grupo nômade de ferais felinos, ensinado desde pequeno a caçar, foi treinado ao extremo, se tornando um exímio caçador, assim como qualquer um lá presente.

A hierarquia no grupo se dava por suas caças, quanto mais feroz e poderosa fosse a besta abatida, maior seria seu posto e influência, Hotah sabia disso e desde sempre caçou as melhores presas.

Certo dia a tribo durante uma viagem, encontrou uma criatura estranha, humanoide, de pelugem branca e três olhos

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, tal monstro parecia fácil de ser abatido, e um arqueiro arremessou sua flecha precisamente no coração do monstro, que não parecia ter sido afetado, retirando a flecha de seu peito, correu em direção ao grupo.
Os mais novos e velhos ficavam no meio, enquanto os guerreiros nas extremidades, então mesmo que fosse um inimigo formidável, não teria chance alguma de ferir alguém, mais três flechas foram arremessadas em seu corpo, e sua investida não diminuiu, um dos Ferais mais poderosos tomou a frente, com seu imenso escudo de aço indo em direção do monstro, que com um murro esmagou o escudo como se fosse de plástico e derrubou o Felino, com um braço quebrado e uma grande ferida graças a pancada do escudo em sua cabeça.
Todos ficaram perplexos com aquilo, até mesmo uma rocha já havia sido desviada por aquele gato, rapidamente mais uma rajada de flechas, agora oito, foram em direção ao monstro, que se virou ao grupo e iniciou outro ataque.
Três ferais o encararam, todos com armas e escudos em mãos, enquanto Hotah simplesmente correu para longe.
O animal deu um golpe em horizontal com seu braço, jogando os três para trás, logo investiram, tentando fincar-lhe a espada, o primeiro foi pego pela outra mão e sua cabeça foi destruída, o segundo fincou-lhe a espada no estômago, porém não conseguiu retirar a lâmina a tempo, e acabou por ser arremessado para longe com um murro, o último deu um corte lateral na perna da criatura e se afastou.
Os melhores guerreiros da tribo estavam sendo aniquilados por um golpe, e mais uma rajada de flechas atingiu o monstro, doze agora, que não pareciam fazer efeito.
O seu couro era resistente demais, seu terceiro olho lhe dava uma visão avantajada, já que nunca recebia flechadas fatais, bloqueando com seu braço, o último Feral na linha de frente apenas recuava quando repentinamente um vulto branco saltou, era Hotah, enfiando sua espada grossa e curta no pescoço do inimigo, atravessando-lhe, um breve alívio criou a brecha para o feral da frente ser agarrado e esmagado, quebrando seu tórax, o monstro ainda estava vivo.
O grupo nesse momento se dispersou, iniciando uma fuga, se nem mesmo uma espada atravessada em sua barriga e garganta o impediam, nada faria, o monstro deu um giro golpeando Hotah, que se atirou para trás desviando e caindo na neve, viu ele então que o terceiro olho da criatura se movia rapidamente para todos os lados, e decidiu focar seu próximo ataque lá.
Pegou um punhado de neve do chão e arremessou na face do monstro, que como sempre protegeu seu rosto com o braço, ele então deu um chute duplo na perna da criatura, fazendo-a cair e com a sua mão esquerda enfiou a garra no terceiro olho, então uma fumaça começou a se esvair e o corpo do seu inimigo começou a rachar, com outro chute tocou o corpo dele longe e se afastou ainda no chão, não o suficiente para escapar de uma explosão de trevas que esvaiu da criatura.
- Necromancia... murmurou, após erguer-se, sua respiração estava ofegante, via o corpo de seus ''irmãos'' no chão, a tribo havia fugido e o corpo do monstro se desintegrou a ponto de não restar troféu.
- Nenhum ganho nessa presa... disse irritado, percebendo que na realidade, só houve uma perda; Sua espada.

Iniciou uma perseguição a tribo após enterrar honravelmente seus companheiros, tentando achar seu grupo, e ao chegar no ponto onde deveriam estar, encontrou apenas cadáveres.
Em meio aos corpos caídos, havia um homem decrépito com um cajado

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, rodeado por mais duas daquelas criaturas, com diversas feridas igual o que Hotah havia derrotado, mas ainda em pé. Aqueles, entretanto, possuíam uma pelugem diferente, marrom

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, estes o lembravam de um gorila, e entendeu com o que lutava - Um tipo de troll.
Ferozes, fortes e mortais, porém não havia um terceiro olho nestas criaturas. Um troll nunca seria domado, o necromante havia criado cadáveres comandados, não importa o quão feridos ficassem, só cairiam se a magia fosse destruída... ou cancelada.
Se escondeu atrás de uma árvore, com os dentes rangendo de raiva por ver toda sua família morta, contudo manteve a calma, a caça ainda não havia acabado. Sua pelugem branca se mesclava na neve rasa, seus passos silenciosos auxiliavam sua aproximação, seu alvo era o necromante, um golpe derrotaria os três oponentes, uma falha e o caçador viraria a caça.

Seu coração devia se acalmar, bater lento. Sua respiração devia ser lenta, baixa. Seus movimentos fluídos e silenciosos, contudo vendo os corpos mortos em volta, sendo desrespeitosamente, não conseguia se controlar, seu coração acelerava mais e mais, dando-lhe sangue para um combate, sua respiração ficava mais prolongada, dando-lhe ar para ter forças, seus movimentos eram rápidos e fortes, e a cada passo sentia que seria avistado, quando percebeu que o necromante virou em sua direção, mas nada avistou.
Sem exitar, deu mais alguns passos, agachou-se e deu um salto em sua direção, nesse momento o necromante parecia ter notado que algo estava lá, porém era tarde demais, a garra atravessou o peito decrépito do homem e o rasgou até sua garganta, uma pele fraca e sem resistência, com sua mão direita pegou o crânio do homem e ao cair no chão em cima dele, pressionou no chão, aumentando o impacto e quebrando o crânio.
Os outros dois trolls simplesmente caíram, sem efeitos colaterais, e o necromante se despedaçou em farelos ao vento.
- E a caça termina... Uma vitória para Hotah, uma derrota para seu povo. Agora estava sozinho, sabia o que deveria fazer; O de sempre, caçar, porém seus sentimentos pela perda no momento superaram sua couraça de aço, enchendo seus pulmões, soltou um urro longo e alto, demonstrando sua frustração e dor da perda, e após um funeral a todos.
Enquanto perambulava até a cidade mais próxima, seu pensamento se voltava as sensações no embate final; Seria aquilo apenas a adrenalina sobrecarregando sua mente? Ou ele realmente... havia se mesclado com a neve, por algum motivo?

Em meio a diversos trabalhos de mercenário, acabou encontrando uma meia-demônio sendo perseguida por um grupo de caçadores, que se vangloriavam ao cercar ela, como se fossem grandes guerreiros pegando um coelho.
Pensou ele, seguindo caminho, mas eles gritaram para Hotah algo que mudou a situação "Nem tente se meter caçadorzinho de recompensas, essa aqui é nossa!"
Hotah parou, virando-se e encarando o grupo "Não há uma presa que Hotah Sakima não possa clamar"
Aquilo era imprudente, desnecessário e imprevisível, com apenas algumas palavras e uma situação fora do comum foi o suficiente para irritar o felino a ponto de engajar em combate, o feral se moveu rapidamente para fora da estrada, indo entre as árvores e desaparecendo, em outro instante, um dos três caçadores estava com a garganta rasgada, e o felino atrás dele, em um movimento rápido, o segundo foi abatido com a garra cravada em seu estômago e o punho direito estrangulando o homem, o terceiro com sua besta disparou uma flecha no braço de Hotah, um grunhido de dor escapou enquanto ele jogava o corpo do homem ao chão e perseguia o último em pé, num veloz movimento sua garra despedaçou a besta do homem, deixando-o desarmado, o mesmo caiu no chão, implorando por sua vida, rapidamente foi calado com sua garganta aberta.
Hotah então se virou, fitando a meia-demônio, sua visão começou a ficar turva e seus músculos relaxaram, em um balanço repentino piscou, e quando abriu os olhos enxergava o céu escuro de Takaras, seus pensamentos estavam confusos, porém não conseguia compreender porque estava vendo o céu, e então, tudo ficou escuro.

Hotah acabou por ser envenenado naquela flechada, e a meia-demônio salvou sua vida, talvez por gratidão ou esperando proteção. O gato achou irônico, que sua próxima fala logo antes de desmaiar seria "Agora eu vou clamar a caça de verdade."
Por qualquer motivo que seja que levou a mulher a o socorrer, o Feral sabia que devia sua vida para tal mulher, e decidiu não a matar, contudo não esperava que desse acontecimento surgisse uma relação.