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Mensagem por NR Sérpico Dom Nov 23, 2014 12:49 am

Relembrando a primeira mensagem :

STATUS
AGRO
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Mp: 100%

ELSA
Hp: 95%
Mp: 90%

REDDO
Hp: 80%
Mp: 60%

SABRINA
Hp: 100%
Mp: 52%
Itens adicionais: Faca e cuia dada por Circe, Kantele


APÊNDICE DE PERSONAGENS
Isso aqui é mais pra mim do que pra qualquer outro. Trata-se de uma lista com os personagens da campanha, seus nomes, alcunha (se tiver), cargo/ocupação (idem), e algum complemento. Conforme os personagens forem aparecendo (e conforme vocês forem descobrindo quem são eles), irei editando a lista.  

─ CIRCE, A velha senhora, ermitã que mantém a energia de Slao inativa,
─ SLAO, O homem escuro, preso à Lodoss,

─ MAX, pai de MIRIAN e DAVE,
─ MIRIAN, uma criança qualquer, irmã de DAVE,
─ DAVE, um rapaz razoavelmente corajoso, irmão de MIRIAN,

─ HORO, um ciclope bipolar,
─ CALI, uma jovem elegante e atraente, mora numa caverna,
─ CAMI, uma criança qualquer, distraída e sorridente,

─ DAN, um bandoleiro debochado,

─ JEZAL, um cavaleiro galante


Última edição por NR Sérpico em Qui Jul 02, 2015 11:58 pm, editado 21 vez(es)
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Mensagem por Elsa Qui Abr 02, 2015 2:13 am

Cami tratava de guiar-nos por Eala, a súbita presença da jovem que havia encontrado em Lodoss deixou-me desconfortável. Evitava parecer incomodada com a presença dela, mas seguia próximo da garota por todo o caminho. – Tem algo nessa mulher que simplesmente não me agrada. – poderia ser apenas um terrível equívoco sobre a índole da mais nova companhia de viagem, mas preferia não evitar correr riscos. Atravessávamos o Sena pelo caminho até chegarmos a uma bifurcação. Os caminhos que poderíamos seguir eram brevemente explicados pela jovem que parecia pender exclusivamente para um deles, tentada pela fome. – Ela está certa Cami, tempo não é exatamente nosso melhor aliado no momento. – respondia concordando com a mulher.
 

Não conhecemos bem o caminho, seria ótimo se pudesse nos guiar até a nascente. – daria um sorriso amável. – Quando retornarmos, prometo comermos um monte de tortas juntas, aposto que devem ser deliciosas mesmo. – estenderia a mão, aguardando a resposta de Cami, seguindo pelo caminho de vidro.


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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 06, 2015 3:17 pm

Elsa/Sabrina
Cami, no entanto, não tinha problemas com o tempo. Guiou aqueles estranhos até ali e lhe negaram uma torta, de modo que sua boca entortou um pouco e ela deu de ombros, de repente não se importando tanto assim. Sobre a cuia ser dos amigos de Sabrina, ela fez que não com a cabeça.

É do tio Horo ─ ela disse. ─ Estou a guardando pra ele. É um item mágico!

Mas Sabrina poderia apostar tudo que era sim a mesma cuia dada por Circe.

O serviço de Cami estava feito e não tinha exatamente nada que a prendesse ao grupo enviado por Circe. Então ela ─ totalmente imune ao sorriso da loira ─ respondeu à Elsa o seguinte:

Bastam seguir pelo Caminho. O rio estará junto de vocês pela maior parte do tempo. Em dado momento terão de deixar a estrada e entrar na floresta, por causa de um desvio do rio, que mergulha floresta a dentro.

Ela deu uma última olhada por aquele Caminho do Vidro e balançou a cabeça.

Não irei com vocês. Ainda mais de noite... Espíritos sussurram por esse Caminho. Não gosto deles, tia Elsa. ─ Ela virou a cabeça para o Caminho Comum, para as estalagens. ─ Vou esperá-los aqui, na Caminhos. Quando voltarem podem experimentar a torta deles.

Ela girou nos calcanhares e caminhou, exatamente como antes, na ponte de ferro, sem olhar para trás. A essa altura tanto a mulher da horta quanto o ferreiro notaram aquele pequeno grupo na ponta da estrada. O homem ainda martelava o ferro, como se realmente estivesse alheio. Mas a mulher olhava para eles, meio receptiva ou curiosa ou temerosa ─ difícil dizer ao certo naquela noite inicial que lhe camuflava as feições dada a distância. Cami ia direto pra ela, a cuia "do tio Horo" numa das mãos.


Reddo
Se despediu e subiu, chegando numa estrada remexida, os sinais de carruagens e cavalos ainda frescos. E uma pequena fenda, natural de um terremoto inesperado e recente, cortava metade da estrada. Ninguém por perto. De um lado a árvore, do outro o caminho indicado por Slao. Reddo seguiu.

Já era noite quando ele passou por uma encruzilhada, numa região mais florestal, outros três caminhos "seguindo para a árvore”, (digamos assim, por falta de uma orientação norte/sul). Slao disse que ele podia seguir em frente. Alias, a caminhada, sentir o vento e o cheiro de terra o ajudou a se distrair da memória de Cali.

Mais algumas horas até ele ver a silhueta de uma cidade no horizonte, um castelo, uma estrutura redonda que deveria ser uma arena, alguns prédios altos e o muro. Logo viu um portão, homens de armas o guarnecendo. Cinco deles, alabardas e armaduras completas. Viram Reddo. Slao, quieto, ausente. Os soldados deveriam estar conversando, mas quando o andarilho atingiu 50 metros de distância, eles se dedicaram a fitar o visitante num silêncio disciplinado. Quando faltava 20 passos, um deles abriu a boca:

Andarilho! O que procura?

Os cinco homens estavam olhando bem para a poeira de uma longa caminhada que enfeitava as roupas de Reddo, sozinho, vindo da estrada, chegando na noite.

Slao:

“Diga que é Bergond, o Poeta. Diga que está aí para lutar no Campeonato... Se possível diga algo com rimas. Deve bastar.”

Os homens esperavam uma palavra. Dois deles sorriam, quase amigavelmente. Os outros três, ─ o que falara, inclusive ─ estavam com os rostos duros. Slao fornecera uma ideia, uma sugestão de como passar pelos guardas usando outra identidade. Agora, se a ideia era válida, Reddo teria de concluir por si mesmo.

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Mensagem por Sassa Sex Abr 17, 2015 11:15 am

Não fosse pela falta de resposta por parte do casal que me acompanhava, poderia dizer com quase toda certeza, que aquela era a mesma cuia que carregávamos. Eu queria muito poder tira-la das mãos daquela garota, mas eu não podia, não ainda. – Rapaz, onde está a cuia que carregava? Precisamos dela para concluir nossa missão, senão ir até a nascente será em vão... – Me dirigi diretamente ao rapaz escuro, que eu não cansava de fitar com um olhar meio desconfiado. Aquele homem me parecia cada vez mais estranho, ainda mais após ter tido a visão de como ele tinha tantos traços semelhantes com Slao. Mas independente da resposta de Sigurd, eu arguiria também a garota, afinal, não era pecado querer saber um pouco mais sobre o que estava diante de nossos olhos. – Cami, você mencionou que essa cuia é mágica. Mas o que exatamente ela faz? Não consigo imaginar um objeto tão simples como esse sendo um objeto mágico. – Disse terminando a frase com uma risadinha sem jeito, para dar a entender que eu realmente não acreditava que aquele item poderia ter alguma propriedade mágica dentro de si.


[Post pequeno e objetivo, foi mal pelo atraso, esses dias foram tensos por causa da faculdade e tals.]

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Mensagem por Reddo Sáb Abr 18, 2015 2:37 am


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#11 - Andarilho
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Conforme o tempo passava e Reddo continuava a andar, a incômoda saudade e o arrependimento ficavam cada vez maiores. A mudança de ambiente estava fazendo bem para a sua cabeça, permitindo que ele pudesse se concentrar mais em seu objetivo. Após várias horas de viagem, ele finalmente pôde avistar o que parecia ser uma cidade. Pouco depois, chegou a ver também um portão, vigiado por cinco guardas que logo chamaram o rapaz. Mesmo a distância, Reddo podia vê-los com certa clareza. Caso eles tentassem algo, mesmo estando em maior número eles não pareciam ser fortes o suficiente para ameaçar o rapaz. A voz de Slao finalmente ecoou em sua cabeça, dando-lhe dicas para que pudesse passar. Contudo, após pensar durante alguns segundos era claro que não era uma boa ideia. O motivo? Ele simplesmente não sabia rimar. É claro que ele poderia tentar, mas alguém sem a mínima noção ou carisma para tal acabaria na verdade se tornando ainda mais suspeito. Por isso, após pensar em algumas mudanças, finalmente se pronunciou.

─Meu nome é Bergond. Assim como o senhor disse, sou apenas um andarilho. ─ Disse, curvando-se rapidamente. ─ Durante as minhas viagens, terminei por ouvir sobre um grande campeonato que acontecerá aqui, e gostaria de participar. Os senhores poderiam me ajudar? ─ Aproveitando a deixa do guarda, se apresentar como um viajante talvez fosse a melhor escolha. Decidiu utilizar o nome dado por Slao, pois o seu era claramente estranho aquelas terras. É claro, a sua aparência e vestimentas também, mas ele contava que a escuridão ocultasse alguns detalhes, fazendo com que ele passasse despercebido. Agora, só faltava esperar pela decisão dos guardas mas, caso a mesma não adiantasse, seus olhos circulavam rapidamente pelo muro em busca de alguma outra forma de entrar. Após chegar até ali - com todo o sacrifício que foi-, ele entraria naquela cidade de qualquer maneira, mesmo que precisasse derrubar aquele portão.

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Mensagem por NR Sérpico Sáb Abr 25, 2015 2:09 am

Reddo
Os cinco ouviram. Confabularam entre eles.

Bergond, claro!

Não, espera.

O que?

Bergond já passou. Hoje cedo.

O quê?

Passou nada...

Passou, Jof, passou. Não é mesmo Tony?

Cara, acho que passou sim.

Mas...

Ele passou. Poeta e tal. Fez até um floreio engraçado, chutando poeira. Parecia um macaco. Juro pela minha mãe, Cob.

Olharam para Reddo, mais intrigados do que suspeitos. Mas a suspeita estava lá sim, principalmente nos olhos do cara que jurou pela mãe e o outro que achava que Bergond tinha passado, o tal de Tony.

Cob, o mesmo que saldou Reddo assim que o viu, ponderou, assim como Jof. Mas foi o quinto guarda, quieto até então, que abriu a boca:

Se o Poeta já passou... quem relâmpagos é você?

Reddo poderia tentar argumentar, Cob e Jof talvez lhe desse o benefício da dúvida. Mas os outros teriam os ouvidos mais apertados, tão quanto suas mãos nos cabos das alabardas.

Estranho ter um pente fino assim para entrar numa cidade. Reddo não percebeu nenhum motivo pessoal naqueles homens ─ eles simplesmente abordariam qualquer um do mesmo jeito. Estavam trabalhando com seriedade dobrada naquela noite.

Slao, por sua vez, nada falou. E deixou a dúvida para Reddo: o enganara ou não sabia que o tal Poeta já havia passado?

Mas quem era Slao? E que lugar era aquele? Aqueles homens...?

Por que eles estavam caídos agora? Quem que queimou um deles, aquele que jurara pela mãe?

As mãos de Reddo estavam em chamas e ele tinha um corte pequeno no peito e uma perfuração no ombro.

Um dos homens ainda se movia, tentando se afastar.

No momento seguinte Reddo que estava movendo o homem. O arrastando, o tirando das vistas, o corpo do soldado inerte, quase frio. Havia silêncio. Ninguém nas proximidades do portão. Ele terminou de arrastar o homem, o escondendo entre rochas ali perto, onde já estavam os outros quatro.

Vozes em sua cabeça. Slao! Slao era o homem escuro! Então, junto com a memória, veio a dor de cabeça. Sangue escapando dos ferimentos, o chão correndo até ele. Estava caído, agora. Ali alguém o veria, sentiria falta dos guardas, haveria perguntas. Mas a cabeça estava pesada demais para sair do chão. Talvez ele pudesse ficar ali até o fim, descansando um bocado.  

Depois estava de pé, diante de um homem. Acabara de bater nas portas dos fundos da loja do sujeito. Loja de vidro artesanal. Slao lhe dissera, lhe direcionara. Sim, aquele homem era o contato de Slao, quem poderia ajudar Reddo. Um anão careca, com bigode.

Agora, estavam sentados em cadeiras, um de frente para o outro, uma mesinha de centro entre eles. Pareciam ter conversado... mas Reddo já não lembrava da conversa. Seu ombro estava enfaixado, seu peito idem. Velas iluminavam o lugar, que deveria ser uma dispensa, com caixas sobre caixas. Eles estavam no centro. Atrás do anão havia uma porta. Em suas mãos, duas maçanetas redondas e douradas, as quais manuseava prosaicamente.

Na mesinha de centro havia um copo com água, uma pílula azul e uma pílula vermelha.

O anão sorriu:

Já se esqueceu, não é?


Sabrina
Cami já estava quase na mulher, de modo que Sabrina teve de correr atrás dela para lançar as inquisições. A menina se virou, olhou Sabrina de volta, deu de ombros levantando a cuia e falou:

Não sei ao certo o que faz... mas vejo que faz alguma coisa. Posso ver isso. Nas coisas. ─ Ela também sorriu. ─ Não sei onde tio Horo encontrou isso, mas ele provavelmente vai ficar feliz em saber que esta cuia pode valer alguma coisa.

E aquilo pareceu o final da conversa. Da taverna, subiu o som de exaltação e coisas quebrando. Uma cadeira voo por uma janela. A mulher da horta correu pra ver. O homem martelando o ferro continuou martelando o ferro. De repente um sujeito irrompeu pela porta da taverna, surrado, rolando para a estrada. Mais som de briga. Homens saíram pela porta. Cami falou alguma coisa, que se confundiu nas vozes.

Antes: Sabrina não ganhou resposta de Agro. Ele parecia... absorto. Os olhos abertos pareciam voltados para dentro, enxergando os próprios pensamentos. Elsa não se manifestou, meio alheia também. Foi assim que Sabrina deixou os dois quando correu até a menina. E foi a última vez que se viram.

Agora: no momento seguinte Sabrina estava no meio de uma floresta, andando como se soubesse exatamente para onde ir. Ainda ouvia as vozes, que na verdade estavam dentro de sua cabeça.

Não era Slao.

Mas quem era Slao?

Slao era aquele que iria receber ela no lugar onde estava indo? Onde estava indo? Para o mesmo lugar que os outros? Onde estão os outros?

Som de água. As vozes se foram. A dor chegou, a cabeça pulsando. Foi breve. Um apoio na árvore, quatro respiros profundos, e passou.

Manchou a árvore, quando a tocou... Sob o luar, viu que a mão estava escura, maculada com algo já quase seco. Cheirava a sangue.

Não escutava som algum.

Estava longe, então. Por quanto tempo estivera andando por aquela mata escura?

Checou a bolsa e a cuia estava lá. Bom.

Nenhum som. Mesmo o do rio, de agora a pouco. Ausente.

Vento nas folhas, animais no ambiente, seus próprios passos na terra. Nada.

Só o silêncio. Perfeito silêncio. A ponto de constrange-la a também fazer silêncio.  

E tinha aquela sensação esmagadora de estar sendo observada.


Elsa
Cami, Agro e a moça de cabelos escuros estavam lá. E de repente, não mais. Nem a própria Elsa continuava lá. Só havia floresta.

Estava caída e se erguia aos poucos agora. A cabeça doía, mas era difícil dizer se por causa de uma pancada ou por causa da amnésia ou as duas coisas. O que acontecera?

Ergueu o rosto e viu água, viu o rio. Era noite, mas ela podia jurar que as águas eram... negras.

Algo se mexeu do outro lado do rio, na margem de lá. Só dava para ver uma silhueta, entre os arbustos, meio agachado, olhando para ela. Sabia que tinha sido visto, entregou sua posição de propósito. E arremessou uma pedra, que acertou Elsa no ombro. E então sussurrou:

Aqui não. Aqui não.

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Mensagem por Sassa Qui maio 07, 2015 9:01 am

Cami já se adiantava em direção a taverna, tanto que precisei correr um pouco para alcança-la. “Esta é a nossa cuia, tenho certeza!” Falou Alice após ouvir a resposta de Cami. Mas como tira-la das mãos daquela menina? Eu poderia facilmente usar violência para isto, mas provavelmente Elsa e Agro não concordariam com meus métodos. “E quem se importa com estes dois? Você pode mata-los a hora que quiser, inclusive, este era seu plano quando foi tentar conversar com Slao da primeira vez, não era?” Sim, realmente era meu plano. Mata-los. Eles não eram necessários, pelo menos não tinham sido até agora. Havia conseguido me virar sozinha desde quando fora transportada para cá, porque precisaria deles justo agora? As coisas começaram a ficar esquisitas. No mesmo momento que “deixei” a menina continuar, comecei a sentir algo esquisito em meu corpo. Era como se o mundo estivesse desacelerando a minha volta, e eu agora me sentia flutuando, as coisas se distorceram um pouco. Eu vi por ultimo, a confusão que se formava na taverna, vi a menina dando os primeiros passos em direção a taverna, ainda com a cuia nas mãos. A cuia. A cuia!

E de repente, tudo parou e eu acordei de novo. Estava no meio de uma floresta, andava sem saber por onde ia, mas ao mesmo tempo eu sabia exatamente que direção seguir. Escutava vozes em minha mente, mas não era Slao, tampouco Alice. Mas quem eles eram? Não importava, eu não os compreendia, e logo as vozes cessaram. Mas com ela veio o som de um rio, e então uma súbita dor, que me fez perder o equilíbrio e pausar a caminhada para respirar e me apoiar numa arvore. Respirei fundo algumas vezes, estava melhor, mas ainda confusa. Não lembrava de absolutamente nada que havia acontecido depois de ter falado com Cami. Eu não sabia por quanto tempo estava caminhando, nem onde estavam os outros, nem o que havia acontecido, nem nada. Eu me recompus, mas na arvore uma mancha escura se fez onde eu havia me segurado, e quando olhei minhas mãos, percebi que se tratava de sangue. Mas de quem? Eu não estava ferida. Eu fiquei encarando minhas mãos por um tempo, então me lembrei de algo importante. A cuia! Olhei em minha bolsa e ela estava lá, misteriosamente, mas e a adaga? Ela era meu meio de saída daquele lugar.

Encarei minhas mãos novamente, aquele sangue, e a cuia, e a ausência tanto da menina quanto dos outros dois só poderiam significar uma coisa. E o silencio se fez presente, apenas isso. Silencio total e profundo, como numa capela imaculada, meus olhos se arregalaram e um sorriso grande e insano se fez em meu rosto. Eu havia feito aquilo mesmo? Mesmo em um estado inconsciente? Alice não respondeu, talvez também tivesse sido afetada pela amnésia. E eu continuei caminhando, indo em direção a sabe-se lá onde, mas que eu sentia que estava indo na direção correta. Eu olhei em volta, queria saber onde estava, de onde viera o som do rio de antes, mas não consegui encontrar. Só o que eu sentia era uma sensação esquisita de estar sendo observada por alguém.

[Foi mal a demora, eu já tinha até pensado numa resposta desde o primeiro dia que li o post, mas eu esqueci completamente de vir postar. '-'
Sobre a adaga, ela estava comigo inicialmente, mas como vc não citou, deixei em aberto no post, sei lá o que houve enquanto ela estava inconsciente.]

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Mensagem por NR Sérpico Qua maio 13, 2015 12:20 pm

Sabrina
Continuou e de repente alcançou o rio. As águas eram silenciosas e ela teve certeza que estava no caminho certo. Poderia aproveitar para lavar as mãos, beber um pouco e depois seguir na direção contrária da corrida do rio. Erguendo os olhos naquela direção ela viu o objetivo final: a nascente, a rocha hexagonal numa clareira natural e circular, lá na frente, poucos minutos de caminhada, menos ainda se ela corresse. A lua refletia no rio silencioso ao seu lado, mas não era possível ver o mesmo brilho branco nas águas perto da rocha ─ pois aquelas eram águas negras, eram o nepente para sua mente.

E agora ela tinha certeza: não era só uma sensação, ela estava sendo observada. A floresta ocultava fisicamente o observador, e o silêncio antinatural do ambiente não declarava sua posição, mas tinha sim alguém ali. Havia uma presença.

Logo duas. Depois quatro.

Então um som: um passo, folhas caídas quebrando sobre o pé descalço de uma mulher com um robe escuro. A mulher apareceu do lado de lá da margem do rio, caminhando até onde o luar pudesse lhe tocar. E sob a luz, Sabrina viu uma mulher adulta, veterana, com uma mecha de cabelos brancos em meio os negros, longos e lisos.

A reconheceu, pois a tinha visto numa visão. Era aquela mulher que corria desesperada levando sua filha até um espaço em que água caía de uma rocha. Daquela rocha.

Ela falou:  

O que quer aqui? ─ Nem pareceu abrir a boca, mas o som chegou alto e claro até Sabrina.

Aliás, percebeu que as outras três presenças estavam atrás de si, desse lado da margem. Cochichavam ─ sussurros que Sabrina já tinha escutado, mas dentro de sua cabeça. Talvez estavam sussurrando alto demais a ponto de Sabrina captar a estranha forma de comunicação deles ─ mental e em outra língua. Não dava para saber se estavam perto ou longe. Era tentadora a vontade de olhar para trás e confirmar. Ao menos, as presenças pareciam não se mover e não exalavam de todo hostilidade. Talvez estivessem apenas assistindo, esperando atentamente a resposta de Sabrina.

Assim como a mãe de Circe esperava.

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Mensagem por Sassa Qui maio 14, 2015 12:20 pm

E o silencio se fez presente por poucos minutos, quando finalmente encontrei a margem do rio. Aquele era o local dito por Circe. Aguas negras e silenciosas que brotavam de uma rocha fendida estranha. A noite já estava meio avançada, a luz da lua refletida nas aguas e naquela clareira aberta em volta da nascente, era a única iluminação presente, mas o suficiente para conseguir distinguir ao menos por onde eu caminhava. O rio estava ao meu alcance, não havia mais obstáculos, visíveis ao menos, que me impedissem de chegar à nascente. Era meu objetivo, bem ali, a poucos passos de distancia, era só caminhar e pegar. Mas aquela sensação de quem alguém se aproximava se confirmou. Um vulto surgiu do outro lado da nascente, caminhava serena, estava descalça e trajava um longo robe escuro. A medida que ela se aproximava começava a notar mais ainda suas feições, e me impressionei ao perceber que conhecia aquela pessoa. Era a mãe de Circe, que agora me interrogava de uma forma que eu julguei ser inquiridora demais para uma mulher com o perfil dela.

- Quero apenas um gole das aguas desta nascente. – Respondi seca, mas ao mesmo tempo estava começando a ficar confusa e assustada com aquela situação. As vozes que havia escutado antes de acordar, agora se revelavam como presenças físicas. Eram três deles, e estavam atrás de mim, a uma distancia consideravelmente “segura”, mas ainda assim atrás. A curiosidade de virar-me e ver de quem se tratavam era enorme, mas eu me mantive firme, olhar fixo na mulher, enquanto os três espectadores, apenas observavam tudo de camarote. De quebra, u tirei, com as mãos um tanto tremulas, a cuia de dentro da bolsa, deixando-a a vista da mulher. Eu sabia que ela reconheceria o item assim que o visse, e então saberia o porque de eu estar ali, e quem m mandara até lá. – Se não se importar, tenho pouco tempo, não quero esperar mais por isso. – E comecei a caminhar lentamente em direção a nascente. Passos lentos, um de cada vez, e eu não pararia, a não ser que um dos três lá atrás fizesse algo, ou que a própria mãe de Circe o fizesse.

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Mensagem por Reddo Qua maio 20, 2015 8:55 am


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#12 - Sangue
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Pelo visto a sua ideia de fingir uma nova identidade não havia sido tão efetiva, porém não foi ao todo negativa. Mesmo que o tal poeta já tivesse passado, o andarilho poderia apenas ter o mesmo nome que ele, por simples... coincidência. Contudo, antes que Reddo pudesse falar qualquer coisa o súbito apagão voltou, e a partir dali apenas fragmentos restaram da sua memória.

Sua cabeça só voltou a funcionar mesmo quando ouviu a voz de alguém. Ele a levantou lentamente atrás da voz que o chamou, visualizando então um anão. Ele não lembrava direito quem era, mas algo dizia que deveria ser o contato de Slao; o motivo de estar ali. Sentia um pouco de dor em seu ombro, além de um leve desconforto em torno do peito. Ao olhar, viu que estava com algumas bandagens, levemente manchadas com seu sangue... Por que? Foi então que, nesse momento, os fragmentos de outrora bateram com força em sua mente. O sangue, as chamas, o desespero. Seus olhos se arregalaram e a sua consciência negava profundamente o que havia acontecido, mas os ferimentos que tinha comprovavam que ele havia, há algumas horas, matado todos os guardas que o abordaram.

Deixou as maçanetas que estavam em suas mãos caírem, levando as palmas até o seu rosto.
─ Azralon...! Mas que porra você...! ─ A sensação que tinha lembrava dos momentos em que ele era possuído, fora que não era improvável que o demônio tenha feito algo caso achasse necessário ou não quisesse correr riscos... No entanto, algo em Reddo parecia afirmar que, desta vez, não havia sido sua culpa. Elevou levemente a visão, visualizando a água e os comprimidos. Estaria ele sendo medicado...? Todas essas dúvidas pareciam chover em sua cabeça, mas havia uma pessoa que podia ajudá-lo.

─ Ei... ─ Disse, sem levantar o rosto. ─ Mas que merda... Aconteceu? ─
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Mensagem por NR Sérpico Qui maio 21, 2015 5:45 pm

Reddo
No momento ─ respondeu o anão ─ o mais importante é olhar para o futuro. Esqueça o que aconteceu ─ de repente notou o trocadilho, sorriu sem jeito, seguiu em frente: ─ Agora é hora de pensarmos no que irá acontecer.

Houve um barulho ao longe, como que em outro cômodo, ao lado ou acima daquela dispensa onde estavam. Duas batidas.

O anão ignorou isso.

Eu sou um mercador qualquer. Sigo rigidamente a lei da troca equivalente. ─ E deu de ombros, como se desdenhasse da própria conduta. ─ O que quero dizer é que posso ajudá-lo se você me ajudar. O que tenho para você? ─ Ele apontou para a mesa. ─ Uma cura para sua mente e ─ Saiu da cadeira e foi até as maçanetas, as recolhendo do chão. ─ sua passagem de volta. Mas... o que você tem para mim? Se veio em nome de Slao, é certo que tem algo para mim.

Começou a andar pela sala, ronronando como um gato.

Serei mais direto. Tem duas coisas que você poderia me oferecer em troca dos favores. Uma delas é a sua juventude. Me dê 42 anos de sua vida e te direi qual medicamento tomar, o azul ou o vermelho. E te darei a maçaneta certa que abrirá uma porta para sua casa... O processo é rápido e indolor, eu vou recuperar o alcance dos olhos e outras coisas, e você irá se sentir mais... experiente.  

Outras batidas. Três. Mais fortes, quase que irritadas. O anão fez silêncio por um tempo, mas logo retomou.

A outra coisa é você me trazer um pouco de cabelo... élfico.

Estranho. O anão explicou, mais ou menos:

Não temos muitos elfos aqui na Eala. Quando um aparece, ah... ─ Ele massageou as mãos ─ É uma chance de ouro... No caso eu o levaria até o local onde este elfo se encontra e você daria um jeito de cortar alguns fios.  

Um mercador com ambições exóticas, aquele.

Ele ergueu uma maçaneta. Houve um estalo e o item ficou no ar. Uma porta se materializou aos poucos, com batente e tudo. Tinha até uma pequena portinhola para visualizar o outro lado. O anão abriu a portinhola e Reddo enxergou por ali os arredores do que deveria ser a cidade de Paramet. Era noite e algumas pessoas mascaradas passavam ao longe.

Isso é uma amostra, para você ter certeza de que posso levá-lo para casa. Se cruzar esta porta, chegará lá. Parece até que está rolando uma festa ali... E então, o que vai ser? Juventude ou cabelos?

Enquanto o anão falava, Reddo teve um pequeno lapso de memória. Enxergou o anão, junto com uma mulher negra e alta, cabelos escuros num moicano, um anel pregado entre as narinas. Ele, Reddo, estava deitado, sendo tratado pelo anão. Mas a mulher estava lá para outra coisa. Ela movia os braços e do peito de Reddo uma porção de chamas subiu como uma aura, como um espírito sendo retirado. Só um pouco. E a mulher comprimiu essas chamas espectrais, as tornando uma bola que cabia numa mão. Uma bola preta e quente, o qual ela segurou sem queimar a palma. Depois de um tempo, guardou a bola e se mexeu pra longe do campo de visão de Reddo.

O anão disse (ou pareceu ter dito):

Só isso?

Ao passo que a mulher deve ter dito:

Segundo Slao, as chamas dele são antigas, muito antigas. Isso daqui é mais do que o suficiente para acordar a ave.

E, agora, com essa lembrança, ele sentiu um latejar na cabeça. Nada pesado como as dores de antes. O demônio? Bem, ele ainda estava dentro de Reddo. Mas parte de Azralon estava, agora, em outro lugar...

O anão esperava.  


Sabrina
Tão simples ─ Sabrina só mostrou a cuia. Bastou para tirar alguma expressão daquela mulher. Uma expressão de surpresa a ponto de uma mão subir involuntariamente até o peito e as pernas parecerem perder substancia, ela se inclinando um pouco para o lado como se fosse cair.

E Sabrina começou a caminhar, indiferente. Não tinha que responder a ninguém ali. Mas aqueles seres certamente não gostariam de ser ignorados. Também estavam lá por um motivo. Sabrina teve a impressão de ouvir, em sua mente, as palavras “guardiões”, “intrusa”, “ousada”, “fraquejando” e “cisne” ─ tudo num sotaque quadrado. E então...

Branco. De novo. Estava ficando pior.

E na sequencia Sabrina estava caminhando novamente. A mulher ao seu lado.

Quando voltar ─ ela disse ─, se voltar, por favor, não conte que me viu aqui. Ela pensa que estou morta... Quero que as coisas continuem assim.

Sabrina ainda sentia as presenças, mas elas estavam mais recuadas. A sensação apenas retornou a mera impressão de estar "sendo observada".

Estavam indo para a nascente. Em algum ponto, a água começava a clarear e correr rio a fora, mas onde estavam agora, já perto da nascente, a água era negra como Slao. A lua não podia se espelhar ali.

A mulher:

Não é a água. Circe pensa que é a água. Pensa que é a cuia. Fiz ela pensar assim... mas não é. É um dos Primeiros que a curou e que pode curar você. É o Cisne.

Chegaram. Uma área naturalmente circular abrigava as águas antes que elas corressem num rio. Saiam de uma grande pedra hexagonal que deveria ter três metros tanto de altura e largura, quanto de espessura. Metade da rocha estava sobre as águas. Ela não era rachada, como na visão de Circe. Se a água saia da pedra, então era um movimento submerso. Não uma pequena cachoeira como na visão.  

E havia outra rocha ao lado. Triangular, precisa demais para ser um acidente da natureza. Mesma altura e largura e espessura da hexagonal. Essa sim tinha uma fenda larga no centro ─ fazia a rocha parecer uma tenda, uma caverna. E lá de dentro um cisne saiu.  

Veio deslizando pelas águas, causando inveja ao branco da lua. Seus olhos eram pontinhos escuros e seu bico era negro e longo. As águas pareciam ficar mais claras ao redor dele. Ele parou de nadar. Estava olhando para a mãe de Circe e ficou assim por um tempo. Ela também estava extremamente imóvel ao lado de Sabrina... Estavam se comunicando. Então a mulher respirou.

Vou deixá-los. ─ E entrou na floresta.

O cisne olhou Sabrina ─ que na hora soube que o animal era uma entidade. Ou algo bem perto disso. As pessoas sabem quando estão diante de algo grande. Aquele era o caso.

Ele falou. Na mente dela. Rápido demais, um jorro de palavras quase estrangeiras para a compreensão.  

oquepodeofereceremtrocadacuradasuamente?
vocêmedariasuacoragem?
suajuventude?
suaraiva?
suavontade?
oquetempramimcriaturasecundária?
senãotivernadaentãonãopodereiajudá-la.


Duas vozes, na verdade.

A segunda era de Slao. Parecia gritar. Incompreensível demais.

...não acredite! Você se tornará uma... assim como... então... agora! Mate-o! Ele... é... imortal, apesar da...

A voz de Slao estava distante demais para saber se o desespero em era verdadeiro...  

O cisne estava cerca de 15 metros de Sabrina, mais ou menos no centro da área circular de águas negras.

Ele quem curava ─ não a água, não a cuia. Sabrina teve a impressão de entender a história, de entender que a mãe de Circe foi até lá, conseguiu a cura para a filha, mas pagou um tipo de preço... e quanto a Circe... foi curada, mas a lembrança dos fatos fora alterada.

Sabrina também poderia se ver livre da intromissão de Slao. Poderia se ver livre dos sustos de amnésia antes de alguma sequela permanente... Mas um preço era exigido. Um preço além do material. O Cisne nada faria com dinheiro ou bens. Ele queria qualidades, peças da alma, sentimentos. Um preço alto a se pagar. Um caminho fechado demais...

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Mensagem por Sassa Sex Jun 05, 2015 10:31 am

A mulher enfim pareceu reagir quando mostrei a cuia, o que eu esperava aconteceu, ela reconheceu o objeto e emocionou-se ao lembrar-se do passado. Se aquilo era algo bom ou não? Estava indiferente, pois a mulher não havia mostrado hostilidade alguma em suas reações. Contudo, os seres atrás de mim pareciam não contentes em serem ignorados, muito menos com minha presença ali, pois falavam em suas vozes esquisitas coisas como intrusa, ousada, entre outras coisas, que soltas, não faziam sentido algum para mim. Mas antes de chegar ao leito do rio, outro branco. Estava piorando ainda mais, e as coisas estavam ficando difíceis. Quando acordei, estava ao lado da mulher, estávamos caminhando em direção à nascente, o rio ali já era tão negro que a lua não se espelhava mais nele, e ele se misturava à escuridão como se fosse uma massa negra em movimento.

- Nunca tive a intenção de dizer nada, meu único propósito aqui é conseguir me ver livre deste problema e voltar à minha vida normal em Lodoss. - Eu poderia completar a frase dizendo que provavelmente a filha dela já estaria morta quando eu chegasse de volta à ilha, mas esta também não era minha tarefa. Não estava ali para promover encontros familiares, tampouco levar mensagens de um lado a outro.

- E quem seria esse tal Cisne? - Perguntei em vão, pois ela não respondeu. Chegamos a uma área da nascente onde a agua ficava parada antes de escorrer rio afora. E dentro do lago, uma pedra hexagonal de cerca de três metros estava, mas não como na visão, não era rachada, e tampouco via-se a pequena corrente de agua saindo desta. “Memorias alteradas, talvez? Interessante. O povo deste lugar realmente sabe fazer uma algazarra na mente das pessoas...” Talvez um dia eu usasse as ideias aprendidas aqui para criar algo próprio, mas por enquanto, só queria ter minhas próprias memorias de volta.

Ao lado da rocha hexagonal uma outra rocha igualmente estranha, não natural. Em forma de triângulo com uma fenda no centro. De dentro desta foi que surgiu o tal cisne. Ele era uma criatura imponente, sua presença era capaz de impressionar, uma criatura majestosa, talvez divina, e então entendi um pouco mais daquele lugar, ou pensava que estava entendendo. A mulher então nos deixou a sós, e quando o fez, o cisne se comunicou. Suas palavras eram quase incompreensíveis, tanto que fiz uma careta, quase virando o rosto, como se alguém gritasse bem no pé do ouvido. Mas consegui entender a mensagem, ele não queria bens materiais, ele queria uma de minhas virtudes, mas isso eu não daria a ele, de forma alguma.

Mas havia outra coisa também, era Slao. Ele parecia desesperado, como se tentasse me dar um aviso, e realmente, apesar de entrecortada, sua mensagem também foi compreendida. E agora eu estava num impasse. O que fazer? Decidi seguir com meu plano original.

- Minha raiva? Não, a raiva é o que me motiva a muitas coisas. Juventude? Nem pensar. Vontade? Não, ela me move, me faz sentir viva. - E uma a uma fui explicando as coisas que ele me pedia e o porque não as entregaria de bom grado. Mas então o que eu poderia oferecer? - Nada. Não vou lhe dar nada... - E eu comecei a me aproximar da nascente, o poder dentro de mim crescendo, eu estava me preparando para uma luta de grandes proporções, mas não seria eu quem iria começa-la. Meu único objetivo, como havia dito antes... Era encher a cuia com a agua da nascente e toma-la. “A mulher já disse que não é a cuia...” Falou Alice. “A mulher pode mentir. Cami disse que esta cuia tinha alguma propriedade mágica, e eu não vou descansar até esgotar todas as possibilidades. Então fique preparada, pois se essa coisa nos atacar, eu vou revidar com tudo que tenho.” E assim fosse, eu iria usar a telecinese para atacar, jogando-o longe com uma onda de choque poderosa. Não tinha tempo para analisar o espaço em volta a procura de alguma possível arma, então teria que ser na base do ataque direto.



<Apenas se for necessário. Vou usar a H.E Telecinese para dar um encontrão no Cisne. Energia Rank S, -12% por uma ação isolada de grande porte.>

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Mensagem por NR Sérpico Qui Jun 11, 2015 10:49 pm

Então não. Não podia dar as coisas que o Cisne gostaria de ter. Além das virtudes humanas, ele certamente não enxergava nada que Sabrina pudesse tributar em troca do que viera buscar. E já que não havia equivalência nessa troca, não tinha um acordo entre eles.

Sem acordo, ambos podiam passar da fase diplomática.

Sobre o que Sabrina disse por último, que nada daria, o Cisne ressoou:

nissovocêseengana
criaturasecundária


Sabrina não chegou a interpretar exatamente o que ele faria quando se empertigou e abriu as asas num movimento longo perfeito demais, com o desenho das penas aparecendo e água se revoltando ao redor. Seu instinto simplesmente não lhe deu tempo para entender a ação alheia. Com um pensamento, repeliu o Cisne antes que ele pudesse fazer qualquer coisa ─ seja lá qual fosse.

Ele não grasnou como um animal normalmente faria ao ser atirado daquele jeito. E nada de sua linguagem ecoou na mente de Sabrina numa resposta ao ataque. Como que puxado por uma corda invisível, voo para trás, saindo do leito d’água e entrando fundo na mata, encontrando no caminho alguns galhos baixos, arbustos altos e por fim uma arvore forte o suficiente para não ceder ao peso acelerado do Cisne, parando o movimento num ruidoso baque. Sabrina apenas ouviu ele se distanciando durante todo esse processo. Ouviu pássaros voando da mata, assustados com o súbito reboliço. E depois não ouviu mais nada.

Não. Não era o mesmo silêncio de antes, aquele sobrenatural onde tudo ao redor emudeceu enquanto sentia as presenças esquisitas lhe observando.

Era um silêncio natural, não opressor. Era um silêncio em que ela podia escutar o sussurro do vento em algumas folhas, a água correndo e até mesmo o zumbido de algum inseto. As coisas não estavam mais limitadas apenas a sua percepção mental. Os outros sentidos ─ se é que foram bloqueados ─ estavam agora trabalhando com clareza: ela sentia, mesmo através do calçado, que aquele chão era formado por pedrinhas pequenas; sentia o cheiro de fruta madura no ar; sentia a umidade na pele, entrando pela respiração.  

O fato de não ouvir mais nada era que o Cisne... não se mexeu, não fez som, não se levantou de pronto para um revide. Deveria estar atordoado demais com o golpe. Simples assim.

Então o caminho estava livre. A água negra ainda se remexia um pouco, mas agora fazia um som, como qualquer outro rio faria. A cura? Talvez. Um longo caminho ─ teleportada para outra ilha, horas de cavalgada e caminhada floresta adentro por um tal de Caminho do Vidro, tudo para chegar ali. Era o fim.

Quase.

Pois, por que diabos as águas insistiam em ficar tumultuosas se o Cisne nem estava mais ali para agitá-las?

Logo ela viu uma mão descarnada, fiapos de músculos sobre os ossos. Essa mão apareceu no meio da nascente, ao lado da outra e da outra que se levantou depois, assim como as omoplatas que por um instante pareceram ser de uma caveira qualquer mas ainda havia pele ali, meio esticada e fina a ponto do desenho das costas ser fácil de interpretar naquele luar, quase tão fácil quanto o topo da cabeça careca de um homem que surgiu logo depois.

Sabrina escutou um grito abafado:

O que você fez? ─ e viu a mãe de Circe saindo da floresta e circulando a nascente por terra, pra longe de Sabrina, provavelmente querendo ir até o Cisne.

As presenças estavam todas lá, de volta, já no cangote de Sabrina, indignadas, querendo vingança. Estavam tão perto e irradiando tanta fúria, que Sabrina se sentiu paralisada por um momento. Sentiu um calafrio nas costas que a fez se empertigar. Paradoxalmente, sua cabeça estava quente, as orelhas em chamas. Ficou um tempo sem respirar, exatamente como se estivesse nos instantes finais de um pesadelo, no tenso momento que vem antes do despertar num susto febril. E foi Alicia quem tratou de se mostrar presente, como um anticorpo, impedindo a possessão, não permitindo uma terceira mente no mesmo corpo.

Instantaneamente Sabrina deixou de sentir o calafrio ─ mas o calor ficou. Agora podia respirar. E também podia se mexer, mas logo se sentiu... pesada. As pernas pesavam, os braços também. Ela olhou. Eram as quatro presenças.

Tiveram de se materializar para agarrar Sabrina daquele jeito. Mas não pareciam de todo sólidos ─ eram meio translúcidos e distorcidos e tremeluziam à luz da lua. Olhar para aqueles gnomos era como enxergar através de um vidro molhado. Eram pequenos, 30 centímetros talvez. Não deveriam pesar mais que uma folha, e, no entanto, Sabrina sentia ter uma criança de 10 anos agarrada em cada membro.

Eles não contavam com a falha da possessão. Ao menos iriam retardá-la enquanto os outros terminavam com ela...

No caso os que saiam da nascente, que terminaram de se erguer nesse meio tempo. Em vida, deveriam ter sido dois elfos esguios, magrelos, muito parecidos um com o outro e três homens robustos, um deles barbado, outro careca. Agora, mortos nas águas escuras, eles eram carcaças pálidas levemente inchadas, com os olhos claros bem abertos. Completamente de pé, a água batia um pouco acima da cintura deles. Logo começaram a caminhar, saindo do centro, indo até a borda, até Sabrina. Não vestiam nada, não portavam nada ─ mas os elfos tinham unhas ameaçadoras.

Estavam chegando. Não pareciam rápidos. Ou então não tinham pressa alguma.

Ainda não havia sinal do Cisne, o que era bom. As mãos de Sabrina já estavam bem ocupadas.

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Mensagem por Sassa Sex Jun 12, 2015 9:36 am

As coisas estavam ficando cada vez mais interessantes naquele ponto. Quando disse que não entregaria nada que o cisne estava me pedindo, ele fez e falou algo, que entendi como uma ação em protesto ao que eu havia dito. Mas não dei tempo a ele que completasse sua ação, pois antes que algo realmente partisse do animal, simplesmente o repeli com toda a força que pude, jogando-o floresta a dentro. E o resultado? Fenomenal. Não só o Cisne estava fora de ação, como também o bloqueio, que talvez partisse dele, havia sumido.

Agora eu sentia tudo com mais clareza, via tudo, ouvia tudo. Por alguns instantes, parecia que nem estava mais no mesmo lugar, a mesma floresta, a mesma nascente. Seja quem for essa criatura, seu poder estava afetando meus sentidos, assim como eu gostava de fazer com minhas vitimas. Entretanto, as coisas não ficaram daquela forma por muito tempo, pois meu ataque súbito à criatura tratou de irritar as outras 4 presenças anteriores, assim como a mãe de Circe não parecia nada contente com minha atitude.

O que aconteceu a seguir, foi uma sequencia de eventos os quais eu demoraria bastante para entender mais tarde, pois a medida que os 4 seres vinham para tomar sua vingança, eu perdia pouco a pouco a consciência. Uma possessão? Eles estavam tentando tomar o meu corpo, talvez matar meu espírito e deixar meu corpo vazio, ali na floresta para morrer. Não sabia ao certo qual seu objetivo. Ainda enquanto estava acordada, pude ver emergindo das aguas negras 5 corpos de mortos vivos, seus corpos eram esqueletos com alguns fios de músculos cobrindo-os, como se sua pele e carne houvessem se diluído há muito em meio às aguas.

Eles estavam tomando conta pouco a pouco do corpo. Eu já não conseguia me mover, nem respirar. A sensação de estar sendo oprimida para dentro de uma sala escura e vazia permanecia, como antigamente, quando Alice se manifestou pela primeira vez em meu corpo... Alice! “VOCÊS NÃO VÃO ENTRAR!” (YOU SHALL NOT PASS). Foi o grito que escutei em minha mente, reverberando por todo meu corpo, trazendo o calor de volta. Alice conseguiu impedir a possessão antes que estivesse completa, a bruxa jamais deixaria que tomassem seu lugar, uma vez que aquele agora não era mais meu corpo, era o nosso corpo.

“Eu assumo daqui...” E ela não me deu chance de continuar, já estava tomando a dianteira. E eu apenas fiquei observando, de longe, da minha caixinha, só que ali não era uma caixa vazia e escura. Era uma caixa quente e protegida, de onde eu podia ver tudo, de longe, como se estivesse sobrevoando a cena...

[Alice]

- Acham mesmo que vou permitir que invadam minha mente? TOLOS! - E sem a menor gentileza, puxei o braço esquerdo a frente, num movimento que se assemelhava ao de arremessar algo com violência. Tamanha fora a força empregada, que todo o tronco se virou junto, e não fora o corpo todo, me fazendo girar, apenas pelo fato de estar sendo segurada ainda nas pernas. E em seguida, se o gnomo se soltasse do lado esquerdo, faria o mesmo do lado direito. Pouco me importava com aqueles espíritos, ou seja lá o que fossem, meu maior problema eram os mortos vivos. Eles avançavam, devagar, mas vinham em minha direção.

Bati os punhos um contra o outro com força, e as luvas mágicas surgiram. Já que Sabrina havia escolhido aquele caminho, iria com ela até o fim, mas não sem antes levar as almas daqueles infelizes de volta ao abismo. Enquanto os zumbis ainda caminhavam para fora do lago, tratei de me livrar dos outros dois gnomos restantes, socando-os para que me soltassem, ou chutando eles para longe, caso fosse possível.


[AÇÃO FINALMENTE! *-*]

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Mensagem por NR Sérpico Ter Jun 23, 2015 11:47 pm

Alice, então. Estivera tranquila esse tempo todo... mas então gnomos atrevidos tentaram o que tentaram e isso pareceu irritar a bruxa. Bom pra Sabrina. Ruim para os gnomos.

Ou nem tão ruim assim.

Alice fez um movimento brusco, tentando se desvencilhar de um deles. Foi quando as criaturas se mostraram no mínimo atentas e astutas. Se soltaram todas ao mesmo tempo de Sabrina, numa decisão coletiva, a deixando desperdiçar a força no nada, no ar, o braço subitamente leve, o corpo todo subitamente de volta ao peso normal. Aquilo quase lhe tirou o equilíbrio e fez o ombro estalar. Nada demais. Alice não se abalou. Viu que as criaturinhas estavam prontas a grudar nela novamente e aprontou rápido as luvas, que surgiram magicamente. Conseguiu socar um deles ─ foi como golpear um saco com água, mesmo com a luva. O gnomo recebeu o golpe, mas não com todo o impacto que Alice teria aprovado. Mas aparentemente dera certo, pois, num estalo mudo, o gnomo sumiu.

Eles também não contavam com um item mágico daquele tipo.

Desistiriam? Não.

Dois colaram em suas pernas, de novo. E o terceiro pegou seu braço direito. Ela já ia levantar o punho esquerdo para acertar um deles quando seus reflexos disseram cuidado, mova-se!

Não o corpo inteiro. Não ia conseguir rápido o suficiente. Mas só bastava a cabeça, ela tinha quase certeza que era um golpe só e que vinha na altura da cabeça. Então se inclinou um pouco, como querendo evitar o voo rasante de um pássaro que na verdade era uma mão com unhas afiadas que, num vulto pálido, arrancou alguns fios de cabelos ao invés sangue e carne. Tudo dentro de dois segundos.

Alice piscou para o lado. Viu. Ao menos um dos elfos era rápido, já sobre ela. O desgraçado nem fez barulho ao sair do rio, passos leves demais. O golpe fora imprudente, ele passou com o braço acima de Alice, errando, guarda agora aberta. Mas então seu corpo foi se curvando, ele estava aproveitando o movimento para girar, agora uma única perna sustentando o peso do corpo ─ pois a outra ia subir num chute giratório.

Ela entendeu o movimento, mas não tinha certeza se o seu próprio corpo reagiria tão rápido quanto sua percepção. Ao menos tinha um braço livre.

Seus olhos estavam sobre a silhueta esguia do elfo bem a sua frente mas mesmo assim interpretou algo mais pra lá: pelo menos um dos homens mortos tinha terminado de deixar o rio... num salto.

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Mensagem por Sigurd Qua Jun 24, 2015 10:26 pm

"Arvores... Uma floresta? Afinal que raios de gosto estranho é esse? Sangue? Onde estou? - Ai... - O quê?!" Resmunguei ao tentar me levantar. Com a mão analisei meu tronco em busca de algum ferimento, pois havia vindo de lá a dor, mas o que encontrei foi apenas um curativo... Uma perfuração a julgar o ferimento.  Já estava cauterizada e limpa ao que parecia, mas ainda doía um bocado. Ela estava coberta por uma faixa simples e por baixo dela eu pude sentir uma pasta...  Talvez alguma mistura de ervas.

Com esforço e calma consegui me levantar. Ainda levaria alguns minutos para meu corpo acostumar-se com a circulação normal do sangue, mas conclui que ficaria bem.  Acho que eu havia ficado inconsciente por um bom tempo, mas o pior provavelmente já tinha passado, com certeza, e como eu havia me saído em relação a isso era uma incógnita. Na verdade não me lembrava de quase nada. Podia dizer que eu estava em uma missão, podia-me lembrar dos rostos e de uma garotinha em especial... Mas o resto era falho demais para ser considerado como uma lembrança. Olhei ao redor em busca de respostas e o que pude encontrar foram uma faca queimada e uma fogueira apagada: as ferramentas que auxiliaram em minha salvação, provavelmente... Tive que sorrir. A faca ainda poderia ser útil, então guardei.  

Por fim, precisava voltar aos meus objetivos: encontrar meus antigos “companheiros” de missão e dar continuidade ao nosso compromisso.  É claro que eu estava curioso e frustrado com tudo que estava acontecendo, não me julgue mal, mas saber lidar com situações difíceis separando totalmente minhas emoções de minhas obrigações era uma habilidade adquirida dos tempos de mercenário escravo.  Portanto, acredito que possa compreender o quão frio eu conseguia ser.

Logo, decidido a agir e com uma boa dose sorte, meu sonar me atentou a uma presença.  Aquele era um rastro de pista que eu não podia ignorar, então o segui.  Após alguns minutos de lenta caminhada, senti-me melhor em relação a minha ferida e quando encontrei o rio posso dizer que andava sem muito esforço.  Seguindo seu curso por mais um tempo, avistei sua nascente e a bagunça que lá se sucedia. Pude reconhecer a presença de um de meus companheiros – não o que eu gostaria, confesso, e tão pouco a presença que havia sentido – e um calafrio me pegou. Ainda eram vivas as palavras de Slao... Isso... Slao, também tinha um tal de Slao. Homem desprezível, de fato, mas não era hora para isso. A mulher parecia estar com problemas e mesmo ferido, talvez eu pudesse ser útil.

Com cautela e de modo sorrateiro, me aproximei deles em busca de uma passagem rasa, usando a vegetação para me ocultar.  A mulher não estava em uma situação muito boa, mas conclui que interferir ali, do modo deplorável que eu me encontrava, seria uma má ideia. Por isso apostei na surpresa e foquei nos adversários que ainda não haviam a alcançado. A proposito: não eram humanos, tão pouco estavam vivos... Acredite, eu averiguei.

Desse modo, quando me encontrei pronto para atacar, mirei na criatura que saltava do rio e corri em sua direção, totalmente no sacrifício, ignorando minha dor de todas as formas que possa imaginar. Minha ideia era surpreendê-lo em meio a vegetação a ponto de não deixa-lo com opções de defesa ou esquiva, fazendo-o recuar ou jogando-o de volta ao rio. Portanto, desferi um soco com todas as forças que pude reunir em direção ao seu crânio. O soco saíra do braço direito e projetei meu ombro o máximo que pude, potencializando ainda mais meu golpe – reconheço que as dores posteriores me fariam arrepender mais tarde, mas alguns segundos de pausa e uma careta dariam conta do recado, logo não hesitei. O objetivo era ser rápido e surpreendente fazendo a criatura recuar em primeira instancia e a partir dali eu pensaria nos meus próximos passos.



* Galera eu já conversei com o Serpico e segui a mp com as informações que ele me passou.
*Serpico, qualquer coisa entre em contato

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Força: D
Energia: D
Agilidade: D
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Viribus Sensitivis: pode sentir presenças que reproduzem calor (pelo ar), vibrações (pelo solo, água e até ar dependendo da situação), odor, som e energia. Não é possível identificar posições, mas caso sinta alguma presença conhecida é possível identifica-la. Sua percepção é automática sem necessidade de ativação.
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Mensagem por Sassa Qui Jul 02, 2015 9:40 am

As criaturinhas eram mais espertas do que eu imaginava, ou será que era outra coisa? Elas podiam falar na minha mente, quem iria impedi-los de ler também o que eu pensava? Eles podiam muito bem estar lendo meus pensamentos e prevendo meus movimentos. Mas logo descartei a possibilidade depois que o primeiro deles foi “destruído”, ou pensava eu que havia o feito, pois o gnomo fantasma havia sumido num estalo para não mais retornar, deixando apenas os outros 3 ali.

Mas eles eram insistentes, eles não queriam me deixar livre, e assim que eliminei o primeiro, os outros vieram para me agarrar e restringir meu corpo novamente. Era algo irritante, certamente, mas eu estava pronta para abater mais deles, agora com uma das mãos livres, era inevitável que eles fossem derrotados. Mas um sinal de alerta atiçou meus sentidos. Como um sexto sentido, senti que havia perigo a caminho, e num movimento quase instintivo, inclinei a cabeça, a tempo de ver o golpe do elfo zumbi passar rente a minha cabeça, arrancando alguns fios de cabelo.

“É rápido...” Foi só o que tive tempo de pensar, antes que ele, mesmo com a guarda aberta, iniciasse o giro para então emendar um novo golpe ao primeiro. Mas dessa vez eu podia ler seus movimentos, estava próximo, estava de guarda baixa, estava vulnerável. Virei a coluna o máximo que pude e estendi a mão até o corpo da criatura, quase tocando-o. E assim que estivesse em posição, faria com ele o mesmo que havia feito com o cisne, jogando-o o mais longe possível. Ainda de relance, pude ver também que mais um dos zumbis vinha num salto, provavelmente com força suficiente para pular de onde estava até minha cabeça, o que certamente era um problema. Contudo, eu não deixaria que isso acontecesse.

- Malditos medíocres, soltem-me! - E com a mão ainda livre, recuei ela do golpe anterior, para então socar a cabeça do gnomo que me segurava pelo braço. E assim que estivesse livre deste, faria o mesmo com os que me seguravam pelas pernas. Quando tivesse meu corpo livre para me mover novamente, trataria de esquivar do salto suicida do elfo zumbi.

<Vou usar a H.E Telecinese para dar um "soco" no zumbi ao meu lado. Energia Rank S, -12% por uma ação isolada de grande porte.>

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Mensagem por NR Sérpico Qui Jul 02, 2015 11:58 pm

Pedrinhas molhadas se moveram no ar, subindo junto com o pé, com o chute ─ que não chegou a ser efetuado completamente, pois Alice apenas pensou... e o elfo morto recuou para longe, a pele repuxada com o impacto invisível que o meteu violentamente dentro da floresta.

Rapidamente, ela foi se livrar do peso no braço. O gnomo até se soltou, mas não tão rápido. Outro estalo, então. Olhou para baixo, ameaça velada para os outros dois malditos medíocres. Os gnomos desistiram, flutuando para longe dela. Alice estava leve outra vez.

Gotículas da água do rio no ar... Ela olhou para cima, pois de lá vinha o próximo golpe.

E Agro apareceu. Ignorou o ferimento e aproveitou a chance de pegar um inimigo desprevenido. Saltou de onde estivera no mesmo momento que o homem morto saltara do rio negro. Este estava caindo feito chumbo, as mãos erguidas acima da cabeça, prontas para descerem pesadas contra Sabrina. Como estava, no meio de um movimento daqueles, o morto não tinha como prever o punho de Agro voando furtivo. O choque fez sua cabeça girar e mudar a trajetória de sua queda, de modo que Alice nem precisou se esquivar.

Quando o morto caiu, caiu todo torto, sobre um ombro, talvez fora de combate. E Agro pousou perto, razoavelmente bem equilibrado apesar da pontada de dor no tronco. A ferida (uma provável perfuração) fora cauterizada, verdade, mas andava pedindo por repouso e não combate. Provavelmente ficaria reclamando por mais um tempo, já que Agro lutaria mais... principalmente por causa do elfo, não o que Sabrina atirou longe, mas o outro, que já estava sobre Agro.

Não teria tempo para pensar nos próximos passos. A menos que esses passos fossem pra longe daqueles golpes rápidos. Sim, o elfo já estava bem à vontade. Dois piscares, um respirar curto, e Agro já sentia o peito ardendo e o lado direito do rosto dolorido. Mal teve tempo de entender o que aconteceu, mas foi o seguinte: o elfo veio num chute giratório, que estalou na face de Agro ─ que, de alguma forma sobrenatural não caiu nem nada, mas deu alguns passos para trás, recuperando o equilíbrio e tentando ver o oponente que estava meio oculto no borrão que era a visão de Agro naquele momento. Inconscientemente, recuava... e foi isso que evitou um corte mais fundo das unhas do elfo, vindas em seguida, na horizontal. O elfo avançava, colado com Agro. Suas mãos estavam abertas e esticadas e prontas para um combo cortante e perfurante.

Alice viu tudo isso e pensou que era o próprio Slao ali... mas não... era Agro mesmo, e agora em aparente desvantagem. Agro e o elfo lutavam a mais ou menos 5 metros dela.

E o outro homem terminara de sair da água. Caminhava até Alice... Caminhava, pesado. Vai ver esse era lento mesmo, se comparado com os outros. Lento e forte. Dos 4 mortos, aquele tinha o corpo mais conservado, os músculos, a pele. Assim que saiu da água, pareceu se curvar um pouco. Os punhos fechados ficaram à altura dos joelhos.

Já os gnomos estavam flutuando longe do alcance corpo a corpo de Alice. Suas cabeças pequenas e translucidas estavam voltadas para Agro.

Então ambos, Alice e Agro, sentiram o ambiente mudar. O silêncio de antes voltara. Para Agro, uma sensação nova: era literalmente um silêncio, fazendo sumir os sons na terra causados pela dança que fazia com o elfo, fazendo sumir os sons no mato ─ na direção em que Alice atirara um dos oponentes.

Era a presença que Agro vinha rastreando. Era o Cisne que Sabrina encontrara.

Ele ainda não estava ali. Mas já não estava atordoado e estava muito disposto a acertar as contas...

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Mensagem por Sigurd Seg Jul 13, 2015 2:03 pm

Au... – Foi o que eu consegui dizer antes de ser golpeado por alguém que mal consegui ver chegando. Saber exatamente o que aconteceu, eu não sabia, mas meu rosto e peito estavam doloridos o que me levava a conclusão de que o agressor era bem forte e rápido.  O elfo foi o primeiro adversário que me veio à cabeça, levando em consideração o quão forte era aquele que estava sobre a mulher. Todavia pouco tempo tive pra pensar, pois, recuando instintivamente, em meio à dificuldade que eu estava tendo pra entender o acontecido, o agressor já estava sobre mim novamente, feito um monstro borrado em minha visão turva. Logo, em um movimento mais instintivo ainda, me abaixei flexionando os joelhos, desembainhando a espada e emendando um golpe horizontal nos joelhos de meu adversário.  O primeiro golpe sairá da esquerda, onde a espada estava embainhada, pra direita onde emendarei um segundo golpe diagonal com a espada em direção seu pescoço ou, na pior das hipóteses, seu peito.

Sinceramente eu não havia pensado em estratégia nenhuma para aquilo, apenas um golpe conectado a outro por puro impulso. Todavia, fosse meu inconsciente ou não, a ideia do ataque seria atingir as partes baixas de meu adversário inutilizando-o e fazendo com que agache; com a transição de lado (esquerdo para o direito) conectarei o outro golpe em diagonal com o intuito de decapita-lo, mas ficaria grato se apenas o ferisse e o fizesse recuar. Um golpe simples, mas rápido e inusitado. Afinal, levando em consideração que eu estava lutando contra um zumbi, ou algo parecido com isso, era de se esperar que ele atacasse sem preocupar-se com possíveis aberturas o que me dava uma chance, mesmo contra toda aquela força e habilidade.

Por fim, funcionando ou não, eu recuaria o máximo que pudesse a fim de recuperar-me melhor. Sem muito tempo para prestar atenção nas coisas ao meu redor, deixei de lado a mulher e seus adversários e foquei no meu. Eu já estava tendo problemas de mais com aquele elfo maldito e não seria egoismo deixa-la com o resto, afinal, levando em conta sua energia  (cujo eu podia sentir) não teria muitas dificuldades em lidar. Todavia, foi nesse instante que algo mudou. Aquela presença novamente. Um silêncio pairou, conforme a presença ficava mais intensa, me isolando de tudo e de todos. Não podia ouvir mais nenhum som, como um vazio completo.  Um leve desespero me tomou... O que era aquilo? Ou melhor... Quem?

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Mensagem por NR Sérpico Seg Jul 20, 2015 11:30 pm

Agro recuou e se abaixou, dois golpes de garras raspando nele. A espada voo em resposta e a teoria estava certa: o elfo, em vida, poderia ter evitado a lâmina, ou ao menos evitado um dano agravado; morto como estava, não se preocupava com defesa alguma. A espada passou no meio da carne e o inimigo perdeu o equilíbrio, para logo em seguida perder parte do rosto: o segundo golpe, diagonal para cima, talhou do peito até orelha pontuda. Ele sangrou negro.

Mas continuou de pé. Melhor dizendo, recuperou o equilíbrio. E não seguiu Agro enquanto este recuava. O elfo apenas ficou... de pé. Parado. Mesma coisa com o que ia até Alice. Ela tinha quase certeza que o homem irromperia numa corrida pesada a fim de atropelá-la, ou algo bem próximo disso. Mas ele parou no meio. Ficou estático. O que Agro derrubou um instante atrás se levantou e permaneceu calmo. Os gnomos idem. Todos parados em reverência.

O Cisne chegara. Voando rasante. Pousou no lago, as asas abertas no limite da envergadura. Que a majestade ficasse para outros... aquela intrusa merecia a presença opressora de um ser antigo em seu covil. Estava ferido. Sim, estava. As penas remexidas, alguns pontos em vermelho aqui e ali. Mas não tão vermelho quanto os olhos, possessos. Agro soube que era esse animal o dono de uma poderosa presença. Podia sentir a energia dele: algo velho, como se o poder no Cisne tivesse sido liberado há muito tempo e hoje fosse apenas um reflexo ─ ainda que poderoso ─ do todo. Apenas uma aura, escoando.

Sua voz pulsou na cabeça dos dois intrusos. Agora mais legível.

HÁ ANOS QUE NÃO SEI O QUE É DOR, QUE NÃO SOU FERIDO POR MAL OU SER ALGUM! O ULTIMO QUE FEZ ISSO JAZ NO ESQUECIMEN

Ele se interrompeu ao ver Slao... não, Slao não. Agro.

VOCÊ! COMO VOLTOU? ─ As asas se fecharam um bocado enquanto ele se empertigou, o pescoço alongado esticado, como que para ver melhor, ver de cima. Embora falasse com Agro, Alicia também podia ouvir. Ou porque o Cisne queria, ou porque não tinha, no momento, pleno controle de área da sua telepatia, simplesmente falando com todos presentes ao mesmo tempo. ─ NÃO... NÃO É... A CARCAÇA, TALVEZ, MAS A MENTE... VOCÊ, ASSIM COMO ELA, VEIO AQUI EM BUSCA DA CURA PARA A MENTE, POSSO VER. MAS QUAL O SEU PARENTESCO COM SLAO, HOMEM? E ÉS CÚMPLICE DESTA MULHER AÍ AO LADO? RESPONDA!

Ele conseguia ver coisas nas mentes dos outros. Mas talvez não fosse assim tão preciso. Conseguia ver que os dois estavam ali em busca de uma cura (que ele não estava disposto a fornecer de graça). Talvez conseguisse ver outros pequenos detalhes de cada um. Mas pelo jeito não via o próprio Slao, o parasita das mentes. Não via o início daquilo tudo, um grupo mandado por uma ermitã da Eala deixada em Lodoss. Não via. Via a necessidade imediata deles, apenas. Em seu orgulho, enxergava dois intrusos sem respeito ao que é majestoso e belo e antigo. Em seu orgulho, via dois brutos sem conhecimento. Em seu orgulho, não os curaria coisa nenhuma. Os tornaria servos ─ mortos, se necessário, mas ainda assim servos que enfim aprenderiam onde é o lugar de uma criatura secundária diante de uma primária: prostrada, em reverência.

Tudo isso foi um breve vislumbre da maneira de pensar daquele ser, respingando na mente de Alicia e Agro naquele momento final.

A cura, onde estaria: Nele ou na água? Nele e na água?

A mente deles... o próprio ambiente, a atmosfera criada pelo Cisne, deveria ser capaz de manter as memórias, os elos, conectados (além de deixar Slao afastado). Mas, uma vez fora dali essa figura poderia ser diferente caso não estivessem curados. Eles lembravam muito bem o porquê de estarem ali. Lembravam das coisas mais fortes de suas respectivas vidas. Mas muitos detalhes estavam indo, se perdendo no ciclone da dúvida.

Pois, se você não lembra, será que realmente aconteceu?

Teria a memória ─ a mente ─ a capacidade de alterar a realidade assim, de forma tão prosaica? Um quadro colorido e perfeito e então nada mais além da dúvida se era realmente um quadro colorido e perfeito... Como lidar com isso? Qual é a constante capaz de situar a mente lhe dizendo ─ seja no passado, presente, ou futuro ─ que o quadro era e é e será, de fato, colorido e perfeito? O que, em todas as hipóteses de é ou não é, jamais muda? Estaria, na resposta para essa pergunta, uma possível cura ou uma total armadilha? O que, de fato, seria a cura para uma mente perturbada?

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Mensagem por Sigurd Sáb Jul 25, 2015 11:56 am

Verdade seja dita: eu nunca havia visto, antes, criatura mais magnifica e assustadora em toda minha vida. Não sei dizer ao certo o que senti naquele momento, mas era algo próximo do que se sente quando se encontra um Deus – não que eu já tivesse encontrado um, veja bem, mas podia ter certa noção: uma sensação nova, uma mistura de beleza e terror cujo qual eu não poderia explicar com palavras. Eu estava admirado por toda sua imponência e exuberância, mas também estava com medo, medo de sua ira. “Nunca subestimar a ira de um Deus” era uma lição que eu estava prestes a aprender, mas como pode imaginar... nunca é tão fácil quanto parece.

“Ele está falando comigo? Talvez eu esteja enganado, mas então por que me olha com tanta curiosidade e afinco? Slao? Mas que diabos esse cisne está falando?” Como já não bastasse todo o imbróglio em que eu me encontrava, agora também tinha certa semelhança com esse ser desprezível. Não dava pra ficar pior, mas provavelmente ficaria...

- Slao? Se eu estou aqui e agora é por esse maldito homem... Fui forçado a vir e quero ir embora! – Fitei seus olhos escarlates, dando ênfase a minha verdade. – Ela? – Fitei a mulher que viera comigo. – Não posso negar que eu tenha vindo com ela, mas a única coisa em que somos cúmplices é na busca da cura de nossa mente. Nada tenho a ver com suas decisões e atitudes... Seja lá o que ela tenha feito– Voltei a fitar seus olhos e então caminhei em direção ao cisne, lentamente dentro d’agua, adentrando-a até que meus joelhos ficassem cobertos. – Posso compreender o que está ocorrendo aqui, você é nossa salvação correto? Mas para isso... – Virei o rosto para os zumbis que antes nos enfrentavam. – Temos que nos tornar aquilo... Seus servos – Voltei os olhos para si. – Desculpe, mas não dá... Peça o que quiser, mas não para ficar aqui. Minha vida é na ilha de Lodoss.  Dê-me uma missão, se assim for, mas meu corpo e minha mente são meus! – Em sinal de respeito fiz um gesto como se entregasse minha espada, segurando-a com ambas as palmas e elevando-a até ele (indicava minha rendição). – Posso sentir seu magnifico poder Majestade, não sou cego... Não há chances para mim aqui, apenas a morte. Entretanto, não me entenda mal: a decisão é vossa, mas se assim desejar seguir pelo caminho da dor, aceitarei-lo com honra e morrerei em luta, tal como um verdadeiro soldado deve morrer.

Sejamos francos... que escolhas eu tinha? Não precisava ser muito gênio pra entender toda aquela situação: aquele era um Rei ou uma espécie de Deus do lugar e a julgar pelo seu poder (ou lasca dele), cujo eu podia sentir e horrorizar-me, talvez fosse a única e verdadeira salvação de nossa mente. Porém havia certo impasse naquilo tudo: a julgar pelas penas vermelhas, toda aquela bagunça e o modo como ele se dirigia a ela, a mulher talvez pudesse ter o atacado e assim criado toda aquela situação catastrófica. Eu não a conhecia muito bem ainda, mas o pouco que tive contato notei que não era uma mulher de muita paciência, tão pouco iria retrair-se a vontade de quem fosse, logo imagino que não houve acordo entre ambos e toda a confusão deu inicio.

De qualquer modo, não tinha muito a se fazer naquele momento a não ser tentar conduzir tudo à uma solução diplomática. Eu não sei como a mulher via toda aquela situação, mas eu via um fim trágico e não tão distante para nós. Estávamos em menor numero, lutando contra mortos-vivos e entidades imortais. Seria uma questão de tempo até acabarem conosco e, também, algo me dizia que Slao não era mais bem quisto por nós do que por aquele Cisne e isso podia ser uma saída para nossos problemas, por que não?  O inimigo do meu inimigo é meu amigo, afinal.
                                     


Serio que já vai acabar? Agora que encontramos o Cisne =/

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Mensagem por Sassa Ter Jul 28, 2015 9:54 am

Não fosse pelo fato de estar lutando contra aqueles zumbis, que mais pareciam guerreiros ainda vivos, teria me preocupado mais com a volta do Cisne. Contudo, seu retorno ao campo de batalha trouxe mais benefícios a mim, e ao meu ajudante, do que poderia imaginar. Assim que aquela presença opressora retornou, os zumbis e os gnomos pararam onde estavam, não que tivessem congelado no tempo, ou coisa parecida. Eles simplesmente saíram da posição de batalha, e se colocaram a ouvir e esperar pelo mestre.

Este que chegou voraz, num rasante, ele pousou no lago novamente, sua pose imponente, tentava transmitir medo. Assim como um animal menor usava de artimanhas para sobreviver ao seu predador. Não deixei de sorrir ao ver aquela cena. Ele estava ferido, e furioso, provavelmente havia perdido a chance de negociar com ele, mas isso também não me importava, não daria a ele nada do que ele queria.

Entretanto me surpreendi ao ver que ele não chegou para ser mais um oponente, pelo menos não em um combate direto. Ele ainda insistia em tentar nos persuadir somente com sua lábia. Aquela mesma ladainha de ser superior, e ser inferior. “Quem foi derrotado, ave maldita?” Perguntei-me mentalmente ao ouvi-lo novamente se referindo a nós como secundários. Pensei em contra-atacar novamente. Não queria deixa-lo falar, queria acabar com aquilo depressa. Quanto mais cedo aquela ave estivesse num espeto, mais cedo eu teria o que queria. Ou não. Ele citou o nome de Slao, parecia ter ódio dele. E novamente eu e aquele homem compartilhávamos de algo em comum, ambos havíamos ferido aquela ave, mas eu, diferente dele, não seria banida nem teria meu poder minado por uma velha eremita.

Agro iniciou a falar, sua postura logo demonstrava o porque de eu tê-lo abandonado na floresta e vindo sozinha para cá. Ele estava se submetendo ao Cisne, estava deixando que ele tomasse o controle das coisas, e isso me enfurecia ainda mais.

- Para um ser que se diz superior, sabes muito pouco sobre o que acontece debaixo de seu próprio bico, ave. - Falei num tom mais desafiador, queria confronta-lo de alguma forma. Fazer com que atacasse, e então me daria motivos para continuar e mata-lo. Queria ver até onde ia a extensão de seu poder, se ele era realmente um ser superior como dizia ser, ou somente um engodo escondido sob sua habilidade telepática.

- Não compartilho de nada com este homem, a não ser a vontade de ter minhas memórias recuperadas, e mesmo desprezo pelo homem chamado Slao. Contudo, não estou disposta a ceder nada em troca desta cura, a não ser mais um pouco mais de minha energia... - E independente do que fosse acontecer em seguida, eu preparei minha telecinese para ser usada novamente. Juntei as duas palmas num movimento rápido, entrelaçando os dedos, quase como num gesto de quem vai iniciar uma reza. Tentaria algo que nunca havia tentado antes, uma onda de choque, partida de mim, e atingindo a todos em volta, devastando a todos no campo.

"Tomarei desta agua, queira você ou não, ser secundário. Você é quem deve ter medo de mim. Minha mente é mais poderosa que a sua..."

<Vou usar a H.E Telecinese para varrer a área em volta, não sei se isso é possível, mas queria tentar potencializar a minha habilidade gastando o dobro da energia (ou mais). Energia Rank S, -24%, ou quanto você achar que é necessário para fazer o que eu quero, por uma ação isolada de grande porte.>

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Mensagem por NR Sérpico Dom Ago 02, 2015 5:08 pm

A diplomacia... Agro teve o seu momento, falou em sua defesa, apelou. O Cisne escutou, quieto, imóvel. Talvez estivesse realmente acreditando. Talvez considerasse coisas que Agro poderia oferecer em troca da cura. Estava meditando nisso. Seus olhos faiscaram com o “dê-me uma missão”. Agro pôde sentir: tinha dado certo. Em algum grau, seu discurso deu certo. Chamar o Cisne de magnifica criatura fez ela se empertigar um pouco ─ talvez a forma que o Cisne tinha de se curvar em saudação. O Cisne foi reconhecido como algo superior. É. A diplomacia funciona.

VOCÊ TEM SÁBIAS PALAVRAS. SUA POSTURA É A CORRETA. VOCÊ SERÁ CURADO.

Uma luz brilhou sobre Agro. Um pequeno globo. Rodeou ele. De baixo pra cima. Uma, duas vezes. Então a terceira. Analisando. Agro não sentiu nada em especial.

Então Alice, insubmissa e ríspida. O ser se empertigou novamente, agora com um pequeno murmúrio de reprovação. Quanto desrespeito! Não, não haveria impunidade pra ela.

INSISTE EM

Mas não concluiu. Alice não deixou.

O pequeno globo de luz ainda rodeava Agro quando o mundo saiu do lugar. Vertigem pura. O céu e a terra trocando de lugar rapidamente ─ ele estava girando no ar. E então floresta, galhos, arbustos correndo contra ele numa sequência maluca. A última coisa foi um carvalho velho que não cedeu ao seu deslocamento forçado, mas o abraçou com prazer, lhe deslocando um ombro. A luz sumira. E só então sentiu dor. O que aconteceu?

Sons na floresta. Os mortos voaram naquela noite. O Cisne saiu de vistas. As pedrinhas fugiram do chão. A água do rio espirrou para fora. Uma das rochas hexagonais se inclinou um pouco, num estrondo nada legal. Árvores estalaram e o ar correu pra todas as outras direções. Aquele era um local especial, um tipo de santuário, e, naquela noite, tremeu.

Alice aconteceu. Estava agora sobre um joelho, voltando ao normal. Chegou a levitar quando usou a habilidade daquele jeito. Aos poucos recuperou a coordenação e ergueu os olhos. Viu que estava só. Tinha vencido?

Não importava. Correu até a nascente. As águas negras oscilavam, doidas. A cuia! A pegou da bolsa e apanhou água ─ que ficou vermelha sob o item dado por Circe. Sorveu. Doce, um mel. Então bebeu mais. Revigorante.

Mortos saíram daquelas águas e no entanto ela parecia tão vigorosa, tão perfeita em saciar. Quase bebeu mais, mas não tinha tempo. O Cisne voara pra longe e era, agora, uma sombra recortando a luz da lua. E estava descendo, rasante. Gritou. Agora um som de verdade, vinda da garganta esguia do bicho.

Mas antes de ir... estava curada? Se sentia bem, verdade. Mas e aí? Bastava? Parece que só saberia ao sair da presença atmosférica daquela ave. Foi o que fez. Sacou a faca. O que tinha de fazer com ela mesmo? Lembrou na hora: cravá-la no chão. Um artefato confeccionado para isso. Teleporte misturado em sua manufatura. Uma vez cravada, a faca sumiu.

Luz, breve. Ao seu redor, no chão. Então ela sentiu como se algo lhe puxasse de volta...    

Para Lodoss.

Só você? ─ perguntou Circe. Nova. Os cabelos castanhos, quase vermelhos. Não estava mais velha, como no inicio daquele dia. ─ Os outros...?

E deixou quieto. Viu na mente dela a resposta. Ou talvez não precisou de tanto. Viu no rosto, nos olhos.

Alice estava de volta e era o que importava. Se lembrava de tudo. Cantos sujos e apagados de sua mente agora estavam limpos e acesos. Deu certo.

Reparou que ao lado de Circe, encostado numa das pedras do local, havia um jovem ruivo, aparentemente dormindo. A floresta ao redor ainda parecia destruída, morta. Mas em menor grau se comparado com antes. Circe se curvou levemente.

Você está livre ─ disse.

E com isso Alice podia se retirar, caminhar para fora de Allgreen, de volta para sua vida.

Já Agro, corria.

Saiu da floresta, indo de volta pra nascente. Quando chegou lá, ouviu o grito do Cisne descendo e depois viu Sabrina cravando uma faca no chão. Ela estava voltando, sem ele. Ele que entrara na cena se arriscando, pegando um inimigo dela desprevenido e tal. Pois é.

Por isso estava correndo agora. Correndo pra tentar alcançar Sabrina no meio daquela luz toda. Então ela sumiu e ele pulou na luz, na esperança de conseguir voltar também. E sentiu como se algo lhe puxasse de volta...

Para Lodoss? Não sabia. Sumiu na escuridão. Se perdeu em algum lugar, entre um teleporte e outro. Num não lugar. E lá, sua cabeça doeu. Fora da atmosfera do Cisne, sua mente gritou. Ele não foi saciado como Sabrina. Não foi revigorado. O nepente, o descanso, o remédio ─ não teve a chance de pegá-lo. O globo de luz do Cisne? Bem, era alguma coisa, uma magia rodeando ele, fazendo o diagnóstico. Ele tinha começado a ser curado por aquilo. Mas a telecinese alheia não permitiu o desfecho da magia do Cisne. O globo se dissipou e a mente de Agro fora apenas parcialmente curada. Slao foi expurgado de lá. Não o usaria mais como fonte de energia, comendo suas memórias. Mas meio que faltou fechar o buraco. Como numa cirurgia incompleta, assim era a mente de Agro agora.

Flutuou por um tempo. E depois caiu e depois acordou. Um sonho, só que não. Estava de volta. Mas não estava completo.

E Slao... não ficou chateado. Conseguiu, pelos outros dois, o restante de energia que precisava. Mesmo com a Noiva lá, em Lodoss, ele agora poderia lutar. Os grilhões estavam frouxos em seus pulsos.

E a Eala terminava seu ciclo, passando sobre a Lodoss e agora se distanciando no céu. Mas algo ainda viria de lá. Algo despertado pelas chamas antigas de um demônio, alter ego de Reddo. De lá ainda viria uma besta quase tão majestosa quanto o Cisne. Uma besta que também teria poder sobre a vida e a morte, mas de formas diferentes.

E Slao estava ansioso por isso.  

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