Calabouços

@NT Shirou

Preso naquela pequena cela, tinha a sensação de estar lá a meses, dificilmente sabia quando era dia ou noite, acompanhado somente pela quantidade de guardas que circulavam no corredor. Diferente de prisões comuns, não havia confusões, o que o fez pensar que aqueles homens presos não passavam de civis, provavelmente presos injustamente como Adler.

As rotinas eram sempre as mesmas, porém algo incomum aconteceu, uma gritaria nos corredores acordou o rapaz, pode se ver um rapaz magro sendo carregado por dois soldados vindo ao longe de forma turva, o mesmo gritava — Seus bastardos! Vocês por acaso sabem quem eu sou!? Nunca vi tamanha vergonha nesse exército... Soldados agredindo àqueles que deviam proteger, e ainda prendendo um homem que não tinha nada a ver com a situação!? Realmente... Vocês não passam de uma sombra comparados ao que eram antigamente! — Não demorou muito para que um dos soldados perdesse a paciência com o mesmo, resultando em um forte soco na barriga. Adler apenas observou o homem de joelhos e então se virou para deitar novamente, quando pode ouvir — Merda... E pra variar todas as celas estão lotadas... Ah, tive uma ideia! —

Então ambos os soldados carregaram o homem até a cela em que o garoto permanecia, e jogou o mesmo lá dentro, com um sádico sorriso no rosto disse — Eu sei que é contra as regras, mas ninguém além de nós passa por aqui mesmo! Com sorte, esses dois ai vão se matar por comida e espaço daqui a alguns dias, dai nosso problema de lotação vai ter acabado! — Uma situação estranha, havia se passado, e o garoto apenas observava, o rapaz gemia de dor ao chão e os guardas sorriam de forma sádica enquanto caminhavam para longe dali. Pouco tempo depois, o magricela abriu um enorme sorriso no rosto enquanto dizia — Essa doeu, fora o problema que foi para te achar... Mas enfim garoto, vamos aos negócios?

— Com toda certeza, mas antes, como você dizia aqueles guardas... quem é você? E porque está aqui ? — Adler permanecia desconfiado pela estranha atitude do homem a sua frente, ficou apenas calado encarando o homem enquanto permanecia sentado no canto da cela.

@Adler

Peculiarmente, a reação que o homem esperava ao se encontrar com Adler era bem diferente do que aconteceu. Quando chegou a cela, achou que o rapaz iria estranhar as suas palavras ou até ficar acuado pelo seu comportamento suspeito. Contudo, o modo que aceitou as suas palavras e as rebateu com perguntas fora bem interessante, o que fez surgir um largo sorriso em seu rosto. — Bem rapaz, quem sou eu ou o motivo de eu ter vindo parar aqui não faz diferença nenhuma para você, então não se importe. Na verdade, em vim aqui para.... — Abaixou o tom de voz, completando. — ...Te tirar daqui. — Disse, com um sorriso ainda mais largo no rosto, conforme se recuperava dos golpes de alguns minutos e se levantava, indo até o canto mais afastado da cela e fazendo um sinal para que o garoto o seguisse, tomando cuidado para não ser visto por nenhum dos guardas que faziam rondas constantes. — Escute aqui... Se lembra da confusão que arrumou há alguns dias? Então, um dos nossos reparou aquilo e gostou da forma que você encarou aquele oficial medíocre. Além disso, ele é conhecido por ter um bom olho, e disse que você poderia ser bem útil a nossa causa. —

A voz daquele homem agora estava séria e até um pouco tensa. O jeito despreocupado e rebelde que apresentou até aquele momento havia sumido, como se fosse apenas uma máscara para não atrair atenção indesejada. — Você não é o único que está preso aqui por causa de alguma regra estúpida ou porque simplesmente se encontrou com algum oficial de mau-humor. Para falar a verdade, a maioria dos que estão presos nessa masmorra deveriam estar livres. Devido ao apoio daquele Rei bastardo, o exército acha que a única pessoa na qual eles devem responder é a "Vossa Alteza", então eles maltratam e oprimem os cidadãos da capital pois acham que são "intocáveis". E, para piorar, até as regiões que são afastadas de Hilydrus estão começando a sofrer certa pressão. Não duvido que mais tarde esses malditos vão querer até mandar nos demônios de Takaras! — Era possível perceber o ódio e o desgosto na voz daquele homem. Provavelmente, no passado, ele sofreu injustiças iguais ou até piores do que Adler, ou quem sabe essas injustiças não atingiram somente ele, mas quem era também era próximo. De qualquer forma, após alguns segundos calado, como se tentasse suprir a própria raiva, o homem respirou fundo, voltando a sorrir e olhar para o rapaz, falando baixo para que nenhum outro prisioneiro ou guarda pudesse ouvi-los.

— Entretanto, ainda estamos fracos para salvar aqueles que merecerem e derrubar esse tirano, por isso, precisamos de gente como você. Resumindo, o trato é o seguinte: Eu tiro nós dois daqui, mas quando sairmos você irá fazer parte do nosso "grupo". Agora meu rapaz, isso tudo é o máximo que eu posso te falar agora. Se você aceitar o nosso "trato" e cumprir com a sua palavra, quando sairmos desse buraco irei revelar ainda mais coisas para você. Ah, e mais uma coisa: Acredite... Se você se unir a nós, a liberdade não será o único bem que vais conseguir. —

Assim que Adler falou com o rapaz, este expressou um largo sorrido, levando as suspeita do garoto ainda mais adiante, certamente aquele não era uma pessoa a qual o rei chamaria a um café, certamente o magricela a sua frente tramava algo, mas ele simplesmente ignorou, estava feliz de poder dar o fora daquele buraco. O Homem então continuou e respondeu Adler preferindo não se apresentar, se ergueu e foi se recuperando enquanto começou a dizer.

— Bem rapaz, quem sou eu ou o motivo de eu ter vindo parar aqui não faz diferença nenhuma para você, então não se importe. Na verdade, em vim aqui para — Ele então abaixou o tom e sussurrou — Te tirar daqui. — Ele então caminhou para o canto da cela, indicando para que Adler o seguisse, este por sua vez apenas foi sem fazer objeções.— Escute aqui... Se lembra da confusão que arrumou há alguns dias? Então, um dos nossos reparou aquilo e gostou da forma que você encarou aquele oficial medíocre. Além disso, ele é conhecido por ter um bom olho, e disse que você poderia ser bem útil a nossa causa. —

— Como diabos poderia esquecer ? é por causa daquela palhaçada que estou aqui.[/colors] De um tom despreocupado e fanfarrão, o rapaz a sua frente passou a ser sério, continuando

— Você não é o único que está preso aqui por causa de alguma regra estúpida ou porque simplesmente se encontrou com algum oficial de mau-humor. Para falar a verdade, a maioria dos que estão presos nessa masmorra deveriam estar livres. Devido ao apoio daquele Rei bastardo, o exército acha que a única pessoa na qual eles devem responder é a "Vossa Alteza", então eles maltratam e oprimem os cidadãos da capital pois acham que são "intocáveis". E, para piorar, até as regiões que são afastadas de Hilydrus estão começando a sofrer certa pressão. Não duvido que mais tarde esses malditos vão querer até mandar nos demônios de Takaras! —

Era obvio a raiva que o homem a sua frente sentia, este ficou calado por algum tempo, respirou fundo e voltou a sorrir para o moleque continuou de forma baixa — Entretanto, ainda estamos fracos para salvar aqueles que merecerem e derrubar esse tirano, por isso, precisamos de gente como você. Resumindo, o trato é o seguinte: Eu tiro nós dois daqui, mas quando sairmos você irá fazer parte do nosso "grupo". Agora meu rapaz, isso tudo é o máximo que eu posso te falar agora. Se você aceitar o nosso "trato" e cumprir com a sua palavra, quando sairmos desse buraco irei revelar ainda mais coisas para você. Ah, e mais uma coisa: Acredite... Se você se unir a nós, a liberdade não será o único bem que vais conseguir. —

Adler simplesmente olhou em volta, a atmosfera o jogava pra baixo naturalmente, ele simplesmente soltou o ar com mais força e resmungou — Fazer o que né ? Aceito.

@Adler

Ao ouvir as palavras do garoto, o homem sorriu e fez um breve sinal de "ok" para ele. Estava contente pelo fato de que havia conseguido recrutar outra pessoa com potencial para a sua causa, que a cada dia parecia mais difícil com as constantes investidas do exército. Então, quando terminou de falar se dirigiu até o que seria a "cama" da sela, deitando-se ali e virando de costa para Adler, como se já estivesse indo dormir. — Bem meu jovem, eu vou descansar um pouco já que passei por poucas e boas para chegar aqui. Além disso, o plano vai começar à noite, que é o melhor horário para fugirmos. Agora a prisão está cheia de guardas e, mesmo se passarmos por todos eles, com certeza quando perceberem vão acionar as patrulhas da cidade, então teremos vários batalhões atrás de nós. Por isso, conserve as suas forças... Você vai precisar delas. — E assim, apagou.

As horas seguintes custaram a passar, talvez pela ansiedade de finalmente sair daquele buraco e voltar a liberdade. Contudo, Adler precisava ter cuidado, pois a partir do momento que aceitou fazer parte daquele grupo ele já havia "assinado" um termo de compromisso, e tentar fugir dele poderia não ser uma boa ideia. Por fim, após horas e horas de espera, o homem finalmente acordou, se espreguiçou e começou a andar em direção as grades da cela, já remexendo o bolso a procura de algo. — E então garoto... Vamos? —