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Mensagem por NR Sérpico Qua Nov 25, 2015 11:42 pm

Relembrando a primeira mensagem :


BALLTIER
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PE: 100%
Itens:
Detalhes:


BONES
PV: ?%
PE: ?%
Itens:
Detalhes:


HO
PV: 100%
PE: 100%
Itens:
Detalhes:


SEAN
PV: ?%
PE: ?%
Itens:
Detalhes:


SOLLRAC
PV: 100%
PE: 100%
Itens:
Detalhes:


Recuperação de energia
Funciona assim: após um tempo de descanso, o personagem recupera certa quantia de energia + o seu valor em Vigor. Então, segundo a tabela logo aí abaixo, se eu descanso por 1 hora e tenho Vigor 4, recupero 54% de energia. Essa é uma recuperação passiva, mas exige descanso, que é exatamente ficar parado, recuperando o fôlego, tirando uma soneca. Se o personagem está cavalgando, por exemplo, então ele não está descansando e não se recupera.
1 minuto: 5%
5 minutos: 10%
20 minutos: 25%
1 hora: 50%
5 horas: 100%

Recuperação de vida
Recuperação espontânea sem necessidade de descanso. Referente à dano físico, no corpo.
1 minuto: Inconsciência
5 minutos: 25%
20 minutos: 50%
1 hora: 100%
5 horas: Ressurreição


Última edição por NR Sérpico em Seg maio 08, 2017 1:18 pm, editado 50 vez(es) (Motivo da edição : ue atua de forma clandestina no submundo)
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Mensagem por Bones Sex Jun 24, 2016 9:38 pm

— Mas você tem certeza que ela... morreu? Sabe se não era um... — um... embuste? De alguém...


Aquelas palavras vieram com um certo frio na espinha, não pelo o que elas diziam, mas pela lembrança que ela evocava, trazendo consigo um sentimento de aflição e angustia muito grandes, um desconforto e sofrimento pois essa parte sua memória não era tão falha, ou pelo menos parecia não ser.

- Lamento decepciona-lo, mas lembro-me bem de ter preparado eu mesmo seu corpo para ser enterrada, até por que não gostaria que pessoas comuns encontrassem qualquer vestígio de necromancia nela... Antes de me tornar o que sou fui poderoso, mas partes essenciais do conhecimento esta fragmentado e boa parte desse poder uso agora mesmo, pra me manter de pé e conversando com vocês, por isso não sou ainda de muita serventia na ação... ou acha que é fácil ser essa caveira sorridente? hehehhe

O começo de seu dialogo foi um tanto melancolico, mas procurou logo mudar o tom da conversa, ate mesmo tirando sarro. Foi então que Aurélio foi tirando os livros e fazendo breves apresentações, fazendo os olhos de Bones brilharem, literalmente, interessado neles, ficando ate em dúvida de qual começar, não dando importância para o calor do local.


— Podemos parar um pouco... temos tempo — Esse aqui é guia moderno e resumido dessa região do submundo.  

— Eu tenho um aqui que é um compêndio das criaturas que vivem nessa parte do mundo — “Ecos da criação — volume 3”.


- Maldito seja Vax por não ter nos apresentado antes ou termos tido tempo!!! Que tesouros vocês guarda ai !!! Me empresta, deve ter algo sobre esse terreno aqui nesse aqui...

Disse ele ávido pelo conhecimento que poderia ter, afinal, parecia descrever bem a situação deles e quem sabe assim começar a antecipar um pouco o que poderia vir a acontecer com o grupo. Mas por mais que estivesse naquele clima da conversa, não podia deixar de notar algo diferente na paisagem. Era um homem, ou pelo menos aparentava ser um. Mesmo olhando os livros, sem levantar a cabeça, Bones fala um pouco alto, para seus colegas ouvirem.

- Ho, Solak, o que vocês acham daquele nosso amigo lá adiante? Parece amigo ou inimigo?

E continuou foleando os livros, queria achar algo sobre aquele terreno incandecente, alguma informação ou alerta talvez, e imediatamente passaria para o grupo qualquer informação relevante.

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Mensagem por Hummingbird Sex Jun 24, 2016 9:52 pm

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— Olha! É a bola da dona Bruxa! — Aleguei, assim que meus olhos foram de encontro à esfera em cima da mesa. Corri em sua direção, até que o sorriso em meu rosto se desfez quando olhando mais de perto, notei que aquela não era exatamente a bola que eu roubei da dona bruxa. — Ahh...não, não parece ser do mesmo tamanho. — Falei com nítido descontentamento. Não cheguei a tocá-la, apenas passei a mão perto, como se tentasse ter certeza de suas dimensões, e comparando-a com a esfera de que eu falava.

Meus olhos então saltaram da esfera para as demais coisas na mesa. A iluminação era boa ali dentro, apesar de ser uma espécie de ruína de algum lugar grande. Primeiro vi a cuia de ferro, depois alguns papéis, nada de interessante, NÃO! Olha ali, uma maquete! Que coisa mais linda?

Mas os meus pensamentos foram interrompidos por sua voz.

— Mamãe! — Aleguei, sorridente em revê-la. Quase que por instinto tentei abraça-la mas ainda no caminho lembrei-me da outra tentativa outrora e então desisti, com uma expressão de estar envergonhado. — Desculpe. — Murmurei, cruzando os braços nas costas.

— Ah! Eu e o Cyrus lutamos contra uns cãezinhos bem grandões! Aí eles tentaram me morder, mas eu escapei porque eu sou muito veloz! E aí apareceram mais cães.. — Entusiasmado com a história, comecei a gesticular e a reproduzir as cenas de esquivas, como uma criança travessa. — Aí eles ficaram todos juntos, daí eu falei pro Cyrus botar fogo e BOOM! O mundo afundou naquela imensidão quente! Hahah! — Terminei abrindo os braços pra cima, como se reproduzisse as chamas caindo. Depois com um largo sorriso fiquei aguardando pelos comentários de mamãe. E quando pensei em me vangloriar por ter sobrevivido ao fogo, diferente daqueles cães malvados, uma voz apareceu e cortou nossa conversa.

A primeira coisa que pensei foi; será que o Ifrit também pode trocar de voz?

Mas não, não era ele. Rapidamente notei, ao longo da conversa, que a voz vinha da bola de vidro na mesa. Estupefato, ignorei os comentários de mamãe e corri em sua direção, tentando entender o que era aquilo. Parecia ser uma velha...

— Eu quero sim! Quero mamãe de volta! Mas.. — De repente, uma súbita olhadela meio apreensivo, e continuei; — A senhora ta bem? Como você foi parar aí dentro, tia? — Indaguei, curioso.

— Se você me contar, eu posso te dar uma das minhas moedinhas! Hahah! — Afastei-me enquanto tirava as moedinhas do bolso e as segurava na mão dando um rodopio alegre. — Se bem que.. como é que elas não queimaram no fogo? Isso é bem esquisito. — Completei.

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Mensagem por Kaede Sáb Jun 25, 2016 4:00 am

Seguindo o nosso caminho, Aurélio estava falando sobre o calor da região ser um tipo de alucinógeno.

_ É real ... Mas pode, sim, provocar...ilusões ... o vapor, mas não há base comprovada para essa afirmação... como estamos de passagem, não vai dar tempo de “sofrermos” com o calor_ Foi o que eu pude ouvir da distancia que caminha .
Para mim estava tranquilo, até que comecei a escutar alguém me chamando...

_Sollrac_

Era uma voz feminina e estava em um tom fraco e distante. Olhei para os lados, mas não pude ver ninguém além de meus companheiros.

_Será que...? Ah, não. O senhor Aurélio falou que o calor não afetaria de maneira tão rápida assim. Então...?_ Parei os meu passos e ouvi mais uma vez.

_Soll... pode me ouvir?_ A voz parecia vir dentro de minha mente, logo respondi em pensamento também para ver se teria algum resultado.

_Sim, não muito bem, mas posso te ouvir._ Era estranho, mas como estou em um mundo estranho. Como proceder? Decidi responder sem problemas a voz, fiquei intrigado, pois não sabia se seria quem eu achava que fosse.

Enquanto respondia mentalmente, voltei a caminhar e a olhar para os lados de maneira mais atenta, foi quando uma rocha me chamou a atenção. Nela estava um desenho de um coração riscado com as iniciais “S&M”, então me aproximei e a toquei.
Me lembrei do inicio de minha infância, minha primeira amizade fora da família, minha adolescência, meu primeiro amor, meu primeiro beijo... várias lembranças de Melanie me vieram em mente.

Balancei a cabeça tentando despertar algo, foi estranho, pois quando eu estava na antessala da morte tentei me lembrar do que tinha acontecido e minha cabeça doía, mas dessa vez não e as lembranças vieram de repente. Será que estou pelo sofrendo os efeitos alucinógenos do calor?

_Mel... é você?_ Falei mentalmente na esperança de uma resposta quando a voz me chamou mais uma vez, e avistei meu grupo um pouco mais a frente e fui até eles.
Aurélio estava tirando uns livros de sua sacola, peguei o que estava em suas mãos: “Ecos da criação – Volume 3” e lhe falei. _Senhor Aurélio, tem como os vivos entrarem em contato conosco?_

Ouvi a sua resposta e lhe expliquei o que me ocorreu, se fosse mesmo Melanie, acredito que ela estava fazendo contato através de algum xamã ou algo assim, já que ela é bastante ligada a natureza e os centauros de sua tribo provavelmente teriam um xamã.
Logo Bones e Ho chamaram a atenção indicando um corpo que estava a frente deitado. O que seria tudo isso?

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Mensagem por Pacificador Sáb Jun 25, 2016 6:41 pm

- Obrigado. - Observou o desenho dela por um longo tempo, olhava chama, poderia apontar, mas provavelmente ela iria contar para alguém, mas em seguida fez assim mesmo. - Chama.- Então ficou quieto, até ela falar novamente.

Raizel a olhou ponderando se devia dar razão ao que queria, sentou e cruzou as pernas. Olhou para Skarla e disse. - Se é oque quer, pode ir. Mas vou tentar fugir assim que você me perder de vista. - Fechou os olhos e esperou que ela não fosse embora. Se ela simplesmente parasse para olhar para o homúnculo iria perceber que ele estava com as sobrancelhas franzido, mal humorado ou achando engraçada a situação, talvez ambos. Provavelmente não queria ficar sozinho.

Depois disso ele deixou a mente divagar. Primeiro pensou em Joe, qual o motivo dele ser o único a ser morto pela criatura. Ela supostamente havia destruído a morsa, um navio gigantesco, por que não derrotou todas as pessoas do grupo de Esa? Esa era uma mulher ou um homem? Havia mais alguém sobrevivido ao naufrágio? Franziu o nariz e voltou a pensar na criatura. Estava dormindo quando eles chegaram?


Abriu os olhos esperando encontrar Skarla o observando. Outro tópico em sua mente que queria entender; os Veitie. Eles são naturais, talvez um pouco animalesco dependendo da ocasião, mas não cruéis. Torturarão Morgan, mas ele havia atacado primeiro. Ergueu a mão esquerda a frente. – O que você ver? – Perguntou.  Era sua mão com a  cor diferente, metalizada, ultimamente estava mais prateada do que metalizada. Talvez a mudança na dieta pensou.

Mas e para ela, ele era um filho da tempestade, poderoso e milagreiro da tribo, se fosse simples assim a resposta, ela já sabia.
- Veitie. Predador da caverna. Grande Pai. Skarla a Aprendiz de? – Parou e virou olhando para a entrada da cabana. Escutou a resposta dela e perguntou algo que seria muito importante ao enfrentar a criatura. – Podemos ver o responsável pelo altar em que cheguei? -

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Mensagem por NR Sérpico Sáb Jun 25, 2016 11:59 pm

24. Carne e sangue

Quando terminou de meditar e abriu os olhos, Skarla ainda estava por perto. A moça parecia na defensiva, atenta ao que Balltier faria, a fogueira totalmente esquecida ao lado dela. Ela provavelmente estava querendo saber por que ele fugiria. Logo ele, que estavam esperando há um bom tempo. Mas ficou quieta, abrindo e fechando a boca, ensaiando o que falar, conforme Balltier pensava alto. Aí:

— Aprendiz de... curandeira — ela disse, com a voz fraca e olhando para o chão, para os desenhos na terra. Quando olhou de novo para o homúnculo, foi para responder sobre o altar. No início ela pareceu confusa sobre qual altar... Mas logo entendeu: — Foi... foi o nosso sacerdote. Ele quem erigiu as pérolas, numa pirâmide. Ele fez outras, pela ilha...

Parece que falar deixou ela mais confiante. Respirou fundo e virou a mesa do assunto:

— Por que você fugiria? — e se Balltier reparasse bem nela, encontraria um par de olhos mel bem abertos e corajosos, além de punhos fechados sobre o colo.

***

Sollrac tocou a pedra e... era real. Sentiu o baixo relevo das marcações, como se as letras tivessem sido escritas ainda agora. E quando respondeu mentalmente, recebeu de volta a voz dela falando:

Sim, sou eu...

Agora ele quase podia sentir o hálito dela, como se Melaine estivesse falando junto ao seu rosto. Sollrac avançou até Aurélio e pegou um dos livros — o que fez Aurélio estranhar o súbito interesse do meio dragão. A pergunta deste, aliás, estampou alguma duvida no rosto de Aurélio, subitamente roubado do seu momento de apresentar os livros para outro, sobre mortos e vivos.  

— Sim... — ele disse, meio hesitante. — Há meios dos vivos se comunicarem com os mortos. Por quê?

Mas logo teve sua atenção de novo desviada, dessa vez com a pergunta do Ho. Só aí que Aurélio viu o homem no caminho. O jovem arquivista não disse nada, apenas recuou alguns passos — puro instinto. Aurélio não parecia capaz de dar ordens, ou mesmo sugerir como agir diante daquela situação.

Mas afinal, poderia ser apenas alguém precisando de ajuda, certo?

Bones folheava o livro da região. Não demorou muito para encontrar a parte sobre o Campo Gineceu, pois parecia ser o trecho mais extenso do livro. Dentro da guia, buscou pelo vale onde estavam. Seus olhos batiam rápidos nas letras, buscando palavras chaves como vale, lava, calor, coisas assim. Não havia intertítulos que separassem os parágrafos e apresentassem um novo assunto dentro da região. Não. O texto era um bloco sólido, cansativo. Mas Bones logo chegaria lá.

Enquanto isso, o homem caído no caminho pareceu tossir uma, duas vezes. Meio acordado, meio desacordado.

Aurélio disse o óbvio:

— Acho que ele precisa de ajuda.

Mas não se moveu pra ir ajudar o sujeito.

E na cabeça de Sollrac, a voz de Melaine disse:

Soll... eu irei lhe tirar daí — A voz foi ficando fraca, baixa. — Apenas... espere. Fique bem... — E expirou por completo.  

Menina ousada. Eu estava torcendo por ela, ah, sim.

***

Lyra checou que Sean não tinha nenhuma mordida e apenas acenou, aliviada, para a história contada. Disse:

— Você é mais corajoso do que deveria — e isso pareceu uma mensagem subliminar vaga demais para ser compreendida. Ou então foi apenas um elogio. — Que bom que está bem.

Ele estava era queimado, algumas partes do corpo borbulhando que nem água fervente. Mas logo ia sarar, ele meio que sentia essa certeza. A única coisa que parecia indisposta a se recuperar era o cabelo, todo chamuscado — se ele passasse a mão na cabeça, vários fios despedaçados viriam entre os dedos, até que sobrasse apenas um terço de cabelo sobre a cachola.

Agora, quando ele falou com a velha, de como ela foi parar lá dentro da bola de vidro, uma grande gargalhada espontânea explodiu no ambiente e Sean viu a imagem de dentro da bola rindo e jogando a cabeça para trás.

— Eu não estou aqui dentro menino bobo! — disse a velha, quando parou de rir. — Que menino engraçado o seu, Lyra. É a tua carne e o teu sangue, mas ainda bem que você não o criou! — Ela riu mais um pouco, gostando do momento. Aí explicou: — Eu estou em outro lugar, vendo vocês através de outra bola dessas! Agora sobre as moedas, guarde para você. Vai precisar, para que volte.

Lyra pegou um tapete pequeno do chão. A velha disse imediatamente:

Ah, o que foi? Não gosta de ouvir umas verdades?

Aí Lyra nem respondeu, apenas jogou o tapete na mesa, sobre a bola de vidro, a cobrindo por completo. A voz da velha não tornou a ressoar depois disso.

Mas espera... como ela, Lyra, pegou no tapete?

Eu não estava lá, e acho que nem poderia, por causa dela, mas sei de um fenômeno sobrenatural do tipo. Coisas se movendo sozinhas em quartos sinistros de casas abandonadas. Então, sobre tal ótica, o tapete se moveu sozinho? Curioso.
 
Lyra se aproximou de Sean e se agachou sobre um joelho para ficar abaixo da linha dos olhos do menino. Disse:

— Essas duas moedas podem comprar uma saída daqui, de volta para onde você veio — A mão dela pareceu querer se mover, talvez tocar o ombro dele ou o lado do braço. Mas ela parou o movimento antes de começar. Talvez também estivesse sofrendo com a falta de calor pelo contato. — Tudo que você precisa fazer é ir até um dos portos... Mas antes, Sean, filho, queria que você me ajudasse a voltar também.

Então ela olhou firme nos olhos dele. Ao menos esse tipo de contato ela ainda poderia ter.

E aí se afastou, foi para perto da mesa e assumiu uma postura mais dura, e um tom de voz mais firme. Contou:

— Eu estou morta e meu corpo está na Lodoss, numa ilha menor na região de Takaras. Mas, antes de morrer, consegui expulsar parte de mim, da minha alma, para cá, onde poderia trabalhar em como voltar à vida. O problema é que aqueles que me enterraram, também me selaram, e postaram um guardião na minha tumba, de modo que todos os meus esforços... todos que consegui contatar para que tentassem... — Ela balançou a cabeça numa negativa. — Nada deu certo.

E ficou um tempo em silêncio, apenas olhando para ele.

— A última pessoa que tinha algum poder para tanto, para me ajudar... ela morreu antes que conseguisse ir até minha tumba. E você... eu não pensava em contatá-lo. Mas quando senti que estava aqui... Foi como uma resposta. Minha última e talvez melhor chance. Isso porque você é do meu sangue. Apenas alguém do meu sangue pode romper o selo ou me fazer despertar.

Lá fora o completo silêncio reinava. Ali dentro, o archote estalava as vezes, a chama dançando.

Então ela caminhou pelo salão, até uma porta nos fundos que Sean nem tinha percebido antes. Indicou para que o menino fosse até lá. A outra sala depois da porta também estava iluminada, só que vazia, e a única coisa que se tinha para ver ali era um imenso círculo desenhado no chão. O círculo era entrecortado por outras formas geométricas, triângulos, retângulos, além de outros círculos, de vários tamanhos. Algumas letras esquisitas e números apareciam ao redor de algumas formas. Em alguns ângulos de triângulos, havia cuias metálicas com líquidos dentro.

Fora isso, num canto da sala, havia uma escada que descia, oculta em escuridão. Um cheiro ruim vinha de lá junto com uma fraca corrente de ar. No lado oposto, uma escada subia, iluminada com archotes junto aos corrimões.

— É um portal — disse Lyra, sobre o círculo — para minha alma voltar ao corpo. Tenho quase tudo — Ela apontou para as cuias e os respectivos elementos contidos nelas. — Só me resta duas coisas. — Então ela olhou para Sean. — A fácil é uma gota do seu sangue. A difícil — Ela desviou o olhar para a escada no canto da sala. A que descia. — é algo que está onde não posso ir. Embaixo dessa cidade morta. Você teria que — Tornou a olhá-lo, com calma no rosto intangível. — ir lá pegar pra mim...

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Mensagem por Knock Dom Jun 26, 2016 2:21 pm

Bem, estranhei a reação de Aurélio, mas depois pensei e relacionei a natureza dele... não me importei. Bones estava lendo, o outro viciado na pedra. Os dois entorpecidos...

Não quis ir até o homem, mas fui. Cutuquei o rapaz com a extremidade da arma tentando acorda -lo e chamando --Ei, Eu! Acorde!-- Fiquei lá até o cabra acordar.

Olhei para o grupo. Porquê Aurélio queria parar? Não parecia nem cansado... estranho. Sempre achava as coisas estranhas. Fiquei mais vigilante é pensando mais alto perguntei-- que lugar é esse?.


>Off: perdão o post pequeno. <

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Mensagem por Bones Sex Jul 01, 2016 12:16 am

As palavras daquele livro eram exatamente como tudo naquele lugar do pós morte: difícil. O texto não apresentava uma fluidez ou organização, era algo bruto, compacto e de difícil localização, qualquer informação era sofrida de ser obtida e exigia uma atenção mais detalhista e focada, pois do jeito que estava não seria difícil se perder naquele rochedo de letras.

- Aurélio, não sei se vão me permitir, mas se quando acabarmos tudo isso e realmente forem me mandar de volta, antes disso vocês podem me dar uns dias com esses livros? Porque a raiva que estou em lê-lo agora é suficiente para que eu fique um pouco mais só pra reescreve-lo da forma certa! Rapaz, num é atoa que estamos no pós vida, só tendo a eternidade mesmo pra poder ler algo sólido assim hehehe
Tentou brincar com ele sem tirar o rosto do livro para não se perder, fazendo um comentário verdadeiro pois o conhecimento era válido e reescreve-lo garantiria que se lembraria ainda mais dos detalhes, mesmo que adiasse por alguns dias sua volta. O que eram alguns dias perto de todos os anos que já havia vivido assim?

Quanto aos outros, Bones percebeu que Ho havia se afastado em direção ao homem e Solak ainda estava por perto, então poderia realmente se focar na leitura sem problemas.

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Mensagem por Hummingbird Sáb Jul 02, 2016 9:00 am

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Logo, minha fixação em descobrir como a mais velha estava fazendo aquele truque com a bola de vidro, se foi. Minha atenção se voltou para mamãe, meus olhos para o círculo no chão, e assim saltando entre uma e o outro, como que tentando assimilar a informação. Ela falou bastante, me deixou um pouco confuso. Eram muitas perguntas que retumbavam na minha mente tal como a dança sutil dos archotes nas paredes.

E então veio o cheiro ruim.

— Tscchh! — Seguido de um espirro de minha parte. Assoei o nariz com o que restou das mangas de meu macacão queimado. Foi só aí que notei meus cabelos caindo - resultado da brincadeira com Cyrus -. Confesso que num primeiro momento eu ficaria triste. Oras, eu gosto dos meus cabelos bem onde estão! É desesperador imaginar que não estão mais lá, assim do nada. Mas então, a situação me fez ter uma memória reconfortante. Lembrei da aventura com o tio Chagas. Lembrei da bola de vidro da dona bruxa que, supostamente, também deveria me fazer perder os cabelos. E então instintivamente, o medo ficou para traz seguido de minhas palavras;

— Precisou de uma rajada de fogo de dragão pra esses cabelos caírem... — Engatei enquanto tentava ajeitar o resto dos cabelos ainda na cabeça. — Afinal a bola de vidro da dona bruxa não era tão poderosa quanto Cyrus. — E eu confesso que não esperava que Lyra entendesse. Foi mais como um devaneio que saiu em alto e bom som. Palavras ao vento, esquecidas logo depois da missão que nas palavras de mamãe, me veio como um pedido desesperado. E como filho, oras, era minha grande chance de fazer o que mamãe pede! De ser um bom menino! Aí não deu outra, quando vi já estava com aquele sorrisão largo no rosto.

— Sim! Eu posso ir lá buscar pra você, mamãe! — Entusiasmado, acabei deixando de lado as lembranças confortantes e agora só pensava em ser o bom filho que a casa torna. — Mas preciso que você me conte; o que é que eu tenho que pegar pra senhora? — Completei, enquanto fechava os punhos guardando as moedas na mão direita.

Os meus olhos então fixaram-se nos dela, como se só minha capacidade de acreditar que ela estava ali já fosse o suficiente para fazê-la viver. Pelo menos pra mim.

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Mensagem por Pacificador Sáb Jul 02, 2016 6:42 pm

- Entendo. - Demorou alguns segundos a mais para responder, observou os olhos da garota como se esperasse alguma resposta. Apos poucos segundos o garoto desviou o olhar, não sentia ou até mesmo conseguia entender seus sentimentos, pelo menos acreditava que não era nada romântico.

- Não quero ficar sozinho. - Continuou ali encarando o desenho esperando alguma reação dela então continuou. - Estava brincando, então esqueça sobre isso. - Olhou uma ultima vez para ela. - Podemos ver Sagno? Ele estava quase morto quando o encontrei, estava falando até em reencontrar a Laura... - Esperou pela resposta então complementou. - Espere. É melhor eu contar para você sobre o que estava pensando... É segredo, pelo menos por enquanto.- Ergueu o mindinho esperando que aquilo fosse suficiente para se desculpar pela parte da fuga.


Então revelou sobre a criatura para ela, pelo menos o que acreditava ser a principal fonte de poder dela; tempestade eletrica. - A arvore na qual me puxou, acredito que podemos usar contra o guardião... Mas acho que é muito sagrada para algo assim né? - Então finalmente se levantou e tentou sair da tenda em busca de Sagno.

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[Comum] Considere-se morto - Página 4 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Kaede Dom Jul 03, 2016 10:00 am

_Ao tocar a pedra pude sentir o baixo relevo da inscrição que estava marcada e que parecia ter sido feito a pouco tempo...

_Sim, sou eu..._ Era a voz de Melanie que respondia em minha mente, parecia que ela estava bem próxima, pois tive a sensação de seu rosto estar junto ao do meu..._

Foi essa a minha resposta dada para o senhor Aurélio, assim que ele tinha terminado de falar “Por quê?”, e logo nossa atenção foi desviada por Ho que estava com duvidas sobre o que fazer com um corpo que estava no nosso caminho.
O nosso “guia” não respondeu nada, parecia estar assustado e apenas recuou alguns passos, enquanto Bones continuava a folhear os livros em busca de algo.
O corpo do homem que estava deitado no chão deu sinal de vida com suas toses... Acho que isso fez com que Ho se aproximasse do cara e o começou a cutucar, tentando o acordar.

Bones falou algo e nem percebi se era comigo ou com Aurélio, e mesmo com o jovem arquivista tendo recuado um pouco, ele falou que o homem no chão parecia precisar de ajuda. Logo olhei para Ho e o homem deitado e novamente olhei para Aurélio falando.

_O senhor o conhece, ou sabe quem pode ser?_

Nisso mais uma vez a voz de Melanie veio em minha mente, dessa vez diminuindo aos poucos, como se a nossa conexão estivesse terminando. _Soll... eu irei lhe tirar daí...Apenas... espere. Fique bem..._ Nesse pequeno espaço de tempo lhe respondi...

_Melanie, eu não estou sozinho aqui... Estamos em busca de um chave..._

Não sei se falei em voz alta ou se falei mentalmente, pois queria que ela ouvisse minhas palavras antes de nossa conexão expirar por completo.
Como tudo isso parecia ter terminado e ainda com o livro em mãos, aguardei a resposta do arquivista sobre minha pergunta, caso o homem fosse amigo, eu iria me aproximar de Ho, caso contrario iria permanecer alí, junto de Aurélio esperando que falasse mais sobre a conexão que tive agora pouco.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Jul 04, 2016 10:24 pm

25. Jack, o homem caído

Isso porque o “Estradas de ferro enferrujam?” era um guia moderno — imagina a versão clássica daquele tomo! Mas Bones achou um trecho dizendo que rios de fogo correm abaixo do solo, rente, e explodem ocasionalmente num dado local, região central do Campo Gineceu. Tal atividade, com o tempo, ocasionou inúmeras mudanças no relevo local. A lava sofria períodos de estiagem, simplesmente secando e deixando de fluir e sumindo — e quando isso acontecia, tuneis eram formados abaixo do solo. Você poderia perfurar o chão em quase qualquer ponto, que daria em algum caminho de lava logo abaixo dos seus pés. Terremotos também eram comuns, as vezes gerando deslizamentos desses tuneis e alterando de novo a geografia local. Depois a lava brotava novamente, abrindo novos caminhos pelos lençóis.

E toda a lava, não importa onde brotavam, sempre convergiam para um mesmo ponto. Uma espécie de gruta, onde forte atividade magnética pulsa de forma constante. Segundo o livro, nada se sabe sobre tal atividade magnética, sua razão, seu móvel. E não afeta apenas a lava — metais são intensamente sugados, de modo que a gruta é repleta de itens de tal consistência.

Os rios de lava se derramam num misterioso buraco dentro da gruta. No livro, havia a sugestão do buraco ser uma Queda.

Tudo isso, claro, escrito de forma prolixa. No mais, o livro confirmava o que Aurélio já tinha dito sobre o calor e suas possíveis consequências, sugerindo que talvez não seja o calor, mas sim o ar, algo no ar. A provável fumaça e/ou vapor, do contato da lava com as rochas, poderia ser o fator nocivo daquele ambiente. Nocivo a longo prazo.

E aí Bones sentiu  o chão sólido ficar macio sob seus pés ossudos dentro dos sapatos de pano.

Sollrac também sentiu, um instante depois, quando o solo ficou mais macio, sendo perceptível a mudança mesmo através das grossas botas que o meio dragão calçava.

Ho não sentiu isso pois estava sendo atacado pelo homem caído, e estava mais distante do grupo.

Foi assim: enquanto Bones lia, e Sollrac tentava uma resposta final para a voz em sua cabeça (sem receber nada de volta, Melaine desaparecendo), Ho se aproximou do sujeito deitado, aparente moribundo.

A verdade é que foi um truque barato de estrada. Um membro do bando tomba no caminho, se finge de derrotado, e aí pronto: armadilha. O sujeito caído fez direitinho.

E do jeito que estava caído, todos tinham visão só de suas costas. De modo que quando Sollrac perguntou se Aurélio conhecia o fulano, o jovem apenas fez que não.

Aí o chão amaciou, perdendo consistência.

Mas antes Ho tocou o cara com a picareta. Estava razoavelmente distante, boa envergadura que tinha. De modo que quando Jack se virou com a faca de lâmina negra em mãos, Ho teve reflexo para escapar, pisando para trás. Se estivesse mais perto, a queima roupa, talvez seria pego pelo golpe. E aí, o mais correto seria contra atacar, da parte de Ho. Ao passo que o inimigo já estava levantando, ágil, pronto para alguma coisa.

Mas o sujeito parou. Ho parou também.

Jack.

Ho ainda se lembrava dele?

Estava diferente: uma queimadura arrebatara o lado direito de sua face, da altura da orelha até o topo da cabeça. Ele perdera o olho direito, a orelha, os cabelos. Sua bochecha ficara repuxada para cima, fazendo parecer que Jack estava sempre sorrindo.

— Você... — ele disse. — Não

Ele não ia mais atacar Ho com aquela faca. A outra mão se ergueu, como tentando sinalizar.

Não! — disse Jack, para os lados, não para Ho.

Ho viu quatro sujeitos encapuzados surgindo de trás de uma pedra, à direita do caminho onde estavam. E viu três surgindo de trás de outro pedregulho, à esquerda do caminho. Um desses, gesticulava com as mãos e uma camada de poeira parecia rodear seus dedos rápidos.  

Aí Jack disse para Ho:

Saia daqui!

Pelo menos ele pareceu reconhecer Ho. Não se sabe como. Anos tinham se passado desde a última vez que ele vira Ho, a última vez que vira algo quando estava vivo. Ho era outro naquela época, mais jovem. Mas Jack reconheceu aquele Ho nesse que tentara apunhalar, ainda agora.

Mas o alerta não tinha como dar certo — a coisa toda já estava em curso no momento que Ho se aproximou.

Os quatro homens corriam pra cima de Ho — era o maior do grupo, a aparente ameaça mais forte, que deveria ser abatida logo de início. Um deles corria na frente, dois deles vinham logo atrás, lado a lado, e o quarto, mais recuado e quase oculto pelos companheiros, vinha mais atrás, fechando a cruz.

Pois, apesar do truque barato de estrada, aqueles caras tinham tática.

Os outros três se aproximavam, mas não diretamente contra Ho. Seus olhos estavam no restante do grupo.

O solo sob os pés dos três amolecia, parecia querer virar lama, mas não estava de todo molhada... A área de efeito ia crescendo a partir deles, se espalhando. Se olhassem para o chão, notariam apenas uma mudança de cor, a rocha ficando mais clara, mas ainda prezando a textura visual de algo sólido.

Ia acontecer algo esquisito no segundo seguinte, bem ali onde eles estavam pisando.

***

Então Skarla fez que sim, podiam ir ver Sagno. E depois escutou atentamente o segredo, como se estivesse para aprender um conhecimento novo e importante para sua vida.

Ela pareceu assustada conforme Balltier contava sobre o bicho.

— As asas... — ela sussurrou, com superstição, olhando para o chão, para os desenhos das ilhas. Depois, sobre a árvore, ela disse: — Bom, era um Carvalho Ferro, uma das maiores árvores da ilha. Temos só três delas... Acho que ela foi parcialmente distraída pelo relâm... por você... Mas é possível sim recuperar algum galho dela. Um que ainda esteja bom. Posso pedir para alguém buscar.

Dali, foram ver o contramestre do Morsa.

Cruzaram a clareira, passando por outras várias tendas. Balltier viu ao longe que Pedreira ainda dormia no tronco... mas ele pareceu dar uma tossida de leve.

Quando entraram na tenda certa, Balltier viu Sagno sentado sobre um amontoado de peles no chão, comendo o que deveria ser uma sopa de legumes e batata num prato pequeno de argila. Ao lado dele tinha uma mulher, talvez um ciclo mais velha que Skarla e um tanto quanto parecida com a aprendiz — com as mesmas marcas tribais numa das bochechas.  

— Ele quer conversar com este homem — disse Skarla.

A outra mulher se levantou para sair. Sagno disse para ela, com a boca cheia:

— Obrigado, Sharon.

E ela saiu, e Skarla saiu atrás dela, deixando os dois.

Sagno ergueu uma sobrancelha e deu um meio sorriso.  

— Acho que minha vida é sua agora, certo rapaz?

O tronco dele estava enfaixado com folhas, assim como a perna. Ele tinha os movimentos lentos, mas parecia bem lúcido e, melhor ainda, lembrando de tudo. Aí ele sussurrou, como um confidente:

— O que eles querem com você? — e aí balançou a cabeça e refez a pergunta: — Ou melhor, quem é você? Sempre ouvi que essas tribos locais" não se dão bem com visitantes... E no entanto, eu estou com a barriga cheia e a ferida tratada, por sua causa.

Ao passo que, do lado de fora as duas moças conversavam e Balltier captou a outra mulher, Sharon, dizer algo como “a velha está vindo”.

— Para quê?  Ela nunca vem! — foi a voz de Skarla, num misto de surpresa e indignação.

— Como "para quê?" — disse a outra. — Para ver ele, claro.  

E as duas ficaram em silêncio do lado de fora.

***

Sean viu duas aranhas logo nos primeiros passos. Aranhas grandes, do tamanho de cavalos.

Viu primeiro as fileiras de olhos vermelhos refletidos no fogo do lampião que carregava. Depois, no passo seguinte, viu o corpo cabeludo e gordo delas. Elas recuaram — exatamente como Lyra disse, desde que ele mantivesse o lampião aceso. A intuição de Sean dizia que as aranhas poderiam, sim, oferecer certo perigo. Intenções malignas emanavam de leve daqueles olhos aracnídeos que fugiam da luz, hm.

E as teias de aranha no teto pareciam ter uma consistência sólida. Até mesmo reluziam de leve à luz do lampião.

As bichas afastadas ainda faziam sons. Era como se quisessem que Sean soubesse da presença delas. E não dava para saber se longe ou perto, pois, logo notou, o lugar gerava ecos com facilidade.

Caminhou reto pelo túnel, ignorando a entrada a direita, e depois ignorando a da esquerda. Nesta última, teve a impressão de ouvir um chiado de chuva, fraco, mas constante, vindo de por ali. Passou reto. Segundo a maquete, deveria virar na próxima esquerda e depois esquerda de novo. Vencer mais um túnel e pronto, estaria no laboratório.

Pois Lyra queria silício.

Ela dissera:

— Preciso que você pegue um frasco pequeno neste local.

Ela já tinha voltado para a sala, e conduzira Sean a olhar a maquete. O ponto marcado, num canto, era o que ela apontava agora.

— É um laboratório. O único local que espero encontrar silício. Só preciso disse, Sean, para terminar a transmutação do portal de passagem. Silício. O último ingrediente.

Então ela apontou onde Sean sairia, naquela maquete, se descesse pela escada que tinha naquela fortaleza meio quebrada em que estavam. Estava bem perto do ponto marcado, o que praticamente não exigiu nada de memorização por parte de Sean. Algumas viradas e já estaria no local. Lyra disse que todos os frascos do local estariam nomeados, de modo que era só procurar e bater o olho em algo escrito “silício”.

Nesse meio tempo Lyra sumiu e voltou, assim, num piscar. Voltou segurando um lampião à óleo, aceso.

— Vai precisar disso. Mesmo que enxergue no escuro... Isso vai manter as aranhas longe. Esse óleo vai durar por uma hora, talvez um pouco menos. Mais que suficiente, Sean, querido. Mas não o largue. Se qualquer coisa apagar essa luz, você terá problemas. E eu, ou Cyrus, não poderemos entrar lá pra te ajudar. — Daí ela pareceu hesitar um pouco, ponderando o que acabara de falar. — Tem certeza de que pode fazer isso?

Foi.

Na ponta da escada, ela ainda disse para Sean prestar atenção onde pisa, e, caso a porta do laboratório esteja fechada, que ele abra com calma e cuidado.

— Talvez haja armadilhas ainda funcionais — ela disse, meio reticente.

Daí Sean desceu pela escada. Sentia o cheiro ruim que era difícil de identificar vindo direto em seu nariz. Mas continuou. A escada, num dos degraus, tinha uma porta de madeira. Ele abriu e passou. Mais uns dois degraus e sentiu como se tivesse atravessado alguma coisa — algo próximo do que sentiu quando saiu da Redoma do Rei junto com o grupo, mil anos atrás.

Agora ele estava no subsolo. Terminou a descida da escada, andou reto um pouco, viu as aranhas, seguiu pelo corredor, desviou de pisos quebrados e pedaços e teto caído e teias de aranha baixas. E agora estava de frente para o corredor que daria no tal laboratório. Na escuridão do local, o lampião a óleo era como um farol. Mas mesmo assim não dava para ver, da ponta, o final do corredor, onde estaria a porta, fechada ou aberta, do cômodo em que precisava achar o último ingrediente.

Mas aquele corredor... totens enfileirados a direita e a esquerda davam um visual diferente para o caminho. Pareciam ser feitos de madeira, pintados com algo fosco.

Ao longe Sean ainda escutava o que deveria ser as pernas das aranhas em movimento pelo teto. E o mais próximo que conseguiu interpretar do cheiro ao seu redor era uma mistura de merda com carniça. Chato.

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Mensagem por Hummingbird Qua Jul 13, 2016 4:23 pm

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Porque é que eu tenho a impressão de que já vi uma aranha dessas antes?

Enfim.

Mamãe disse que eu precisava encontrar o tal Silício. E eu realmente achando que ela precisava de algo difícil de encontrar, um chifre de alguma criatura agressiva, veneno de alguma coisa, uma perna de dragão talvez? Ah! Não! Caso contrário Cyrus seria perneta. É, talvez o tal do silício esteja de bom tamanho.

E fui andando e pensando nessas coisas até chegar no tal subsolo. A primeira sensação que tive foi estranhamente familiar. — Igual lá na floresta com a menina bonitinha! — Falei, cheio de mim. E logo depois reflexivamente tapei a boca, como quem não sabe se deveria ter falado tão alto. Eu preciso controlar esses meus impulsos, desde que encontrei a mamãe tenho me sentido tão esquisito. Preciso me concentrar!

Virar naquela direção, passar pelas tais portas, passar pelo lugar com som de chuva, espera, chuva? Não, não é aqui! Seguir em frente, virar de novo, e pronto, lá estava o corredor! Mamãe falou pra tomar cuidado e pra ver se a porta estava aberta, mas, dali não dava pra ver quase nada direito.

— Está muito escuro! — E segurei firme o lampião, com medo de que ele caísse e eu ficasse sem minha única luz. Estendi um pouco a mão, tentando iluminar só um pouquinho na frente, ainda que não fosse possível ver muita coisa além dos tais totens espalhados de ambos os lados. — Hmmmm! Nananina-não! Não vou cair nessa! Isso tá com cara de armadilha! — Aleguei como que concordado com meu próprio instinto que dizia; sai dessa!

Mas, ainda assim, eu precisava passar. Então, como eu faria?

— Já sei! — E imediatamente buscaria por alguma pedrinha, ou qualquer coisa ali atrás que eu pudesse pegar e que não fosse muito pesada nem grande. Em caso de encontrar, usaria ela para jogar ali no corredor e ver o que acontece. Se não encontrasse, jogaria o meu estojinho com aquelas plantinhas de cheiro estranho, acho que eram ervas, assim que o tio Mic chamou né? Bom, um ou outro, tinha que acontecer alguma coisa. E eu ficaria atento! Não queria correr o risco de ser atingido ou pego de surpresa por alguma coisa. No mais, ficaria concentrado, observando o que acontece.

E pro caso de nada perigoso acontecer, e de eu ter certeza que talvez eu pudesse passar, ficaria me concentrando mais um pouco pra ver se eu conseguia levitar de novo como fiz quando encontrei com Cyrus. Se eu conseguisse, passaria pelo corredor levitando até o outro lado da porta. Eu não desceria até abrir a porta antes.

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Mensagem por Knock Ter Jul 19, 2016 8:23 pm

Então, indo contra minha força de vontade oposta àquilo, fiz o que tinha de fazer: ir lá cutucar o homem... Não sei se fora o movimento ligeiro dos ombros ou de algum grupamentos dos músculos costais que denúnciou o ataque, acrescidos à distância proporcionada pela picareta, mas consegui esquivar pulando para trás já me posicionando em pé de ataque com a base na defensiva, mas aí parei.

Parei, pois não pude crer naquilo que meus olhos contemplavam. Ele estava lá. Na minha frente... Diferente... Com o rosto deformado e vários detalhes diferentes, os quais poderia me levar a diminuir em muito o esplendor do que um dia meu mestre fora, mas aquele ataque, aquela velocidade e a garra talvez continuassem as mesmas, talvez até tivesse crescido no tempo que passou do outro lado... Talvez aquelas fossem cicatrizes de nossa última luta, porém, não senti dor.

Senti algo, que quando paro para pensar em sentimentos, pouco percebo... Seja por ingratidão ou remorso, dor ou rancor... Percebi... alegria. Alegria de ver meu grande tutor sem o qual nada do que havia me tornado teria começado. Sem o qual talvez eu nunca tivesse tido a ideia, mesmo que por impluso, de ter me alistado e galgado espaços no exército de Hilydrus.

Alegria. Me dei ao infortúnio de relaxar e ficar surdo por breves instantes que talvez me fizessem falta em um futuro. Mas só conseguia sorrir... Pensando agora, creio que tal situação nunca havia acontecido comigo... Será que era isso o que chamavam de “porre”?! Então eu estava porre. Só conseguia sorrir depois dos segundos nos quais ficara boqueaberto, tanto que nem respondi, somente ria.

Ele gritou para os grupos pararem de atacar, mas já era tarde demais e o grupo se dividira para me atacar e atacar aos meus companheiros. Ou talvez ele fosse o menor dali –coisa que não seria muito difícil, pois ele mesmo admitia a realidade de suas limitações e que poderia haver outros muito mais habilidosos que ele. Os vi de relance emboscando o grupo e outra parte do grupo correndo até mim.

Em situações normais, nas quais eu me visse totalmente cercado, sei que teria usado o apito e após isso tentaria dissimular aquela linda soberana. Eu sabia que essa era a melhor opção para o grupo. Se eu estivesse menos em mim e mais assustado, talvez eu pegasse Jack e saísse correndo na forma de algum animal veloz ou que voasse, mas nessa ocasião... essa era diferente.

Não peço a compreenção... Só relato o que aconteceu... eu não estava em mim. Fui tomado por uma alegria tão incontrolável quando minha ira adormecida. Via a reação de Jack me dizendo para fugir. Aqueles caras eram perigosos, mas só consegui virar de costas para Jack girando a picareta na mão, como um sinal meu de quando estávamos vivos, cumprindo quase todo e qualquer tipo de missão, sinalizando que era eu mesmo, resgatando gestos há muito perdidos; girei a picareta, gargalhando como quando os meus amigos bebiam demasiadamente após uma missão de sucesso.

Endureci minha pele, como exoesqueleto de algum crustáceo resistente. Confesso que só pensei em lutar e acabei nem pensando no que me transformar... Só sei que queria endurecer e corri a corrida mais rápida, pois os algozes estavam próximos a mim. Só conseguia gargalhar. Não consigo imaginar a expressão macabra que poderia estar fazendo ou mesmo se era uma careta idiota... Se eu tivesse analisando a situação de fora talvez eu pensasse “Que gigante louco”, pois sim, eu estava louco, pois não estava em mim.

“Perdão, senhora”, pensaria depois de tudo me referindo a sabedoria, pois aquilo eu não aconselharia.

Girei o corpo, me despedindo de meu antigo mestre, girando a picareta na mão, dei o impulso com os grupamentos de músculos necessários para realizar o pequeno feito da forma mais eficaz possível; enfrentaria os cinco de uma vez. Se usassem espadas, não bloquearia o ataque diretamente com o exoesqueleto, mas sim, usaria o artifício para desviar os ataques e mudar a direção de cada um deles, aproveitando os próprios movimentos dos adversários contra eles mesmos. Poderia tentar com isso também usar um contra o outro em seus ataques, se possível fosse. Como uma dança, tentaria guia-los para o próprio fim e desespero.

Eles estavam encapuzados, então, como eu não poderia ver a forma de ataque, me preparei para ataques, como magias ofensivas, as quais, eu preconizava que iam em linha reta, assim como flechas. Usar um dos inimigos como escudo, se possível; se tentassem me cercar, eu não perderia o controle para eles, me dando ao luxo de ficar parado no meio, logo, eu tentaria controlar a situação que sirgisse, me impondo; impondo a presença e a força. Se fosse desarmado, eles sentiriam o refinamento e o peso dos meus punhos, os quais tentaria acertar em pontos estratégicos.

Eu não queria perder nenhum ataque, então faria de tudo para economizar movimentos, sendo o mais objetivo possivel, buscando neutraliza-los, seja por acertar algum ponto no qual o sistema nervoso central, o qual ficaria desorientado, como o queixo; quebrando a coluna ou as pernas. Ou mata-los de uma vez (Ou algo similar... já que...hm).

Mas como faria isso tudo tão elaborado com tamanha explosão de emoções raras em mim?! Também não sei explicar. Só sei que me sentia leve e capaz. Era como se eu flutuasse. Eu gargalhava inocentemente e sei que a gargalhada iria aumentar mais se eu tivesse os corpos dos meus inimigos debaixo dos meus pés. Sei dizer que lembrei dos dias bons com o meu mestre, lembrei dos conselhos e dos aprimoramentos que o exército me proporcionou em vários aspectos. Havia aprendido fazendo e refletindo sobre cada missão e no exército havia fortificado as bases e estava trilhando novos caminhos.

As gargalhadas fortes ecoariam por aquele lugar. A dança começaria. Nem mais calor eu sentia do lado de fora, pois nem se comparava com o que estava acontecendo dentro de mim.





> Off: Gm, estou usando diretamente a H.E 2, mas não estou trocando de atributos da força para resistência, nesse caso é só uma questão interpretativa que fica ao seu critério como sucederá. Lembrando que a H.E 1 – da cura – está ativa costantemente. Você pode usa-la se necessário no seu post, para que haja maior dinâmica da luta, mas se achar melhor, podemos ir passo a passo e vou citando o “começo” da H.E1. Curti muito o post. Seja bem vindo de volta ^^ <  

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Mensagem por NR Sérpico Qua Jul 20, 2016 10:08 pm

26. Gatilho

Conforme pensava alto, sons eram feitos ao longe (ou perto, vai saber). Por um momento Sean teve a impressão que os sons aumentaram de frequência, como se mais aranhas estivessem se amontoando, talvez não em uma única direção. Só impressão.

Achou uma pedra que deu pra fechar na mão, pedaço do teto, ou da parede. Jogou. A pedra voo normalmente, quicou normalmente, e tudo continuou numa boa, como se não houvesse nada preocupante, Sean sendo apenas cauteloso demais.

Aí foi levitando, passou pelo primeiro par de totens e... nada aconteceu. Agora, mais dentro do corredor, via que as paredes eram azulejadas numa cor escura, talvez azul, com argamassas cinzas. Tudo fosco, mas brilhando de leve ao refletir a luz do lampião. Continuou, passando pelo segundo par de totens, e nada aconteceu. O chão, notou, era sem falhas, sem escoriações, apenas raspado em alguns pontos centrais, como se uma grande vassoura tivesse esfregado muito aqui e ali. Também era azulejado, cada azulejo do tamanho de um pé.

Era sem falhas... mas manchado em alguns pontos. Difícil saber, mas eu acho que era sangue seco e centenário, hm.

No terceiro totem ele já conseguia ver o bastante para sacar que a porta de folha dupla não estava aberta. No quinto par de totem, teve certeza de que a entrada estava realmente fechada, sem frestas nem nada.

Atrás de si, escutou as pernas ligeiras das aranhas enormes. Mas se olhasse para trás, não veria elas — vai ver estavam na entrada do corredor, onde era seguro.

Chegou. Diante da porta, manteve a levitação. Fechada. Apesar de ser de folha dupla, a porta de madeira tinha apenas uma maçaneta redonda. Escutou, observou. Tudo aparentemente certo. Tocou o aço frio e girou, a maçaneta indo até o final.

Click.

Como um gatilho, do lado de lá da porta ainda fechada. Aí, quase que imediatamente Sean sentiu que a porta queria se abrir, como se houvesse uma força inata e automática do lado de lá pronta para recepcionar o visitante.

Era só soltar a maçaneta que a porta abriria. Certeza.

***

Numa confusão de emoções que deixou a “senhora” meio de lado, Ho aceitou o desafio com euforia na gargalhada e nostalgia na mente. Não esperou por eles — foi em frente com a picareta pronta. Só faltou música. Na partitura, o nome escrito era Isara... Devaneios. Foco no agora.

No agora, as pernas de Bones, Sollrac e Aurélio afundaram até as canelas. Acontece que o chão amoleceu ao ponto de se tornar algo próximo de lama, coisa movediça mesmo. E eles estavam afundando rapidamente, as pernas quase que já imóveis. Pra piorar, dentre os três caras que vinham vagarosamente na direção deles, um tinha chamas recém conjuradas nas mãos. Ele juntou as mãos e uma bola de fogo surgiu — certamente um presente definitivo para o trio preso, pra daqui a pouco. Um daqueles sujeitos deveria estar controlando o solo. E o terceiro... bem, ainda não era clara sua ação na cena — se ele estava fazendo algo, não dava pra saber.

De volta ao Ho: seu pronto golpe giratório foi uma surpresa, acertando dois deles, o que vinha a frente e o da direita.

Ao menos foi essa a certeza, de ter acertado os dois, mas viu apenas o da direita da formação de cruz cair de lado com o golpe pesado.

O primeiro da fila atravessou a picareta veloz, como se ele fosse um fantasma desgraçado, intangível. E depois, em sua corrida sem freio, atravessou o próprio Ho: pulou pra cima do meio orc, como se fosse atacar, mas passou por dentro de Ho, saindo do outro lado. Tudo que Ho sentiu foi um arrepio, que durou menos da metade de um segundo. Não tinha tempo para impressões, tinha de manter o olho na espada que o último da fila invocou do nada, e nas mãos aberta daquele da esquerda. O que fariam?

O da espada, claro, saltou para um golpe. Ho ergueu a picareta e bloqueou o golpe no ar, descobrindo que o fulano era forte, fazendo os músculos de Ho trabalharem pra sustentar e repelir o atacante, que recuou alguns metros com a repulsa do meio orc, pousando com os joelhos flexionados.

Menos da metade de um segundo depois e o da esquerda fez alguma coisa: Ho sentiu como se uma rede pegasse suas pernas.

A dificuldade ali era lutar contra os quatro ao mesmo tempo. Você não conseguia dedicar tempo o bastante para cada um, e também recebia pouca informação, apenas relances, do que cada um poderia fazer.

A rede puxou e Ho viu o mundo sair do lugar. De repente, estava caído e isso foi horrível. Sentia-se cercado, o da rede invisível em algum lugar à sua esquerda, o da espada à frente dos seus pés, e o intangível atrás de si.

Tinha certeza apenas de que o quarto, o da direita na formação, aquele que acertara com a picareta, não estava de pé. Pelo menos não ainda.

Jack também parecia surpreso demais pra agir, ainda naquele período de letargia de quem está confuso e assimilando muita coisa ao mesmo tempo. Mas aliás, o que ele poderia fazer?

Alguém disse:

— Mantém ele no chão!

Ho teve a vaga impressão de que era o último da formação que dissera isso, o da espada.

Tudo isso em dois segundos e mais um pouco.

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[Comum] Considere-se morto - Página 4 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Hummingbird Ter Jul 26, 2016 2:17 pm

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— Ué? — Murmurei, com certo descontentamento.

Confesso; esperava algo mais grandioso. Algo como aranhas bem grandonas e famintas saindo das paredes pra me atacar, flechas ou algo assim. Não sei, era só um palpite mesmo. Mas não aconteceu nada com a pedrinha que eu joguei, assim como também não aconteceu nada comigo. Atravessei o corredor sem dificuldades, flutuando, é claro.

Do outro lado, deparei-me com aquela tal porta. Mamãe advertiu, se estivesse fechada, que eu a abrisse devagar. Pensei; talvez esse seja o gatilho então? Admito, eu estava ficando muito pensativo desde que conheci a menina bonita na floresta. Não sei, parece que fiquei mais alerta? Ou talvez seja esse silêncio todo na minha cabeça que me deixa menos distraído. Olhei pra traz uma última vez antes de abrir a porta e, com auxílio do lampião, fiz menção de ver se ainda haviam aranhas por lá. Pelo barulho parece que estavam na entrada do corredor. Será que se eu abrir essa porta elas vão vir correndo me pegar? Vai mesmo abrir? Por mais que a sensação de que a porta fosse abrir sozinha assim que girei a maçaneta, minha mente ficou encoberta de dúvidas. Mil coisas podiam acontecer...

— Ainda bem que eu já morri, hahaha! — Num súbito de coragem, apenas soltei a maçaneta, dando-lhe um empurrãozinho leve pra que a porta se abrisse. Se ela estivesse tão velha a ponto de emperrar, eu ajudaria a abrir. Sem medo. Apenas queria entrar e ver o que tinha lá dentro. Ainda levitando, é claro. Lampião aceso, sempre brilhando atrás a mando de afastar as tais aranhonas.

E antes de entrar...

— Er... Alô? Tem alguém aí? — Indaguei, um pouco tímido enquanto entrava.

O primeiro objetivo era entrar e fechar a porta logo em seguida. Depois, explorar o ambiente.


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[Comum] Considere-se morto - Página 4 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Knock Qua Jul 27, 2016 8:06 pm

Fiz o movimento nada complexo e fui logo acertando um dos inimigos, o qual caíra e ficara inativo por um tempo, o que foi bom, mas que eu não sentira direito. Ainda no movimento de rotação atingi  um outro que estava intangível, logo, não pude acerta-lo... Ele parecia um fantasma –até passou por mim, o que não foi nada agradável –Mas continuei a investida, chegando naquele que era o último, o qual possuia uma espada e com sua força conseguiu se opor de certa maneira a minha foça, porém não pude medir o quão habilidoso era com o instrumento, pois trocamos apenas uns golpes.

Lutar com os quatro que eu pensava que fossem cinco não era fácil, pois havia muita informação e muita velocidade... Não, na verdade porque eu ainda era fraco e precisava crescer. Com isso, eu ria tolamente do meu infortúnio?! Não... Eu sorria para o caminho que minha mente vislumbrava. Foi aí que senti um puxão nas minhas pernas; meu mundo virou, eu virei e gritei –KRL! –Pois fora completamente insano, mas por algum motivo eu ainda sorria... não gargalhava mais, porquê... Não consigo explicar... Fora tudo muito rápido. Nessa hora eu já estava ao chão, mas sentia meus sentidos ainda se adaptando... Talvez como quando estamos em terra firme depois de muitos dias ao mar. Quem me visse de fora, talvez pudesse ver um cara parado ao chão, mas eu nem sentia o chão... que não estava tão quente quanto eu imaginava... como se tudo se mexesse ao meu redor.

Porém essa sensação também não durou muito. Logo, ouvia o que o cara com a espada queria que o “mago” continuasse fazendo, que era me deixar no chão. Eu estava cercado. Talvez a espada estivesse apontada para a minha nuca; o fantasma de um lado, o cara logo mais jogado ainda desacordado e o mago me prendendo... mesmo que eu não tivesse sentido nada além... da sensação estranha quando o fantasma passou por mim... talvez essa fosse a função dele ali naquele grupo... ou então ele fosse o líder... quem sabe.

Eu estava em uma situação complicada... Meus amigos deviam estar presos... Eu não podia ver nada deitado daquele jeito naquele terreno... Mortos já estávamos “fufufuh”... O que fazer?! Eles estavam me dando uma brecha?!

Primeiramente tentei me mover, sentir o que poderia mexer... para fazer algo. Eu ainda sorria na minha cabeça... Acho que estava um pouco empolgado; um pouco surpreso... Ainda faltava algo para eu querer arrancar as cabeças daqueles caras –Não que eu não pudesse fazer, ou que eu não fosse –Mas eu também não sabia da intenção deles. Hm.

Bem, se eu sentisse conseguiria mexer braços e pernas com pouco esforço, de uma forma abrupta e rápida, eu chutaria as pernas do espadachim atras de mim e depois iria até o mago e lhe socaria o rosto, correndo logo em seguida ao encontro dos companheiros de missão.

Caso eu sentisse que conseguiria mexer somente os braços, sendo que as pernas exigiriam um esforço absurdo para me livrar das amarras, então eu com a mão esquerda chamaria a atenção do inimigo  com um movimento largo e daria um impulso com a outra mão, afim de me virar e socar quem eu pudesse –Sim, um golpe cego, tentando a sorte.

Se eu não pudesse de forma alguma me mexer, eu apelaria a, até então falha, diplomacia, transformando os ossos e músculos do meu pescoço aos de uma coruja, assim poderia virar meu pescoço em 180 graus, olhando o inimigo e aproveitando para olhar a conjuntura dos fatos ao meu redor, então eu falaria algo como:
–Admirável trabalho em equipe, assim como possuis boa empunhadura. Sou Ho. Gostaria de saber quais as vossas intenções quanto a mim e ao grupo que fora atacado.
Seria um elogio sincero, pois realmente admirei. O resto tomaria somente como tentativa de fazer notória a importância daqueles seres, não como bajulação, mas sendo honesto em minhas afirmativas. Táticas de como influenciar as pessoas, essas seriam as ferramentas, caso fosse necessário.

Eu realmente estava sem ideia do que fazer. “Força bruta ou intelecto?” Talvez os dois... Era nisso que eu apostava também, embora não parecesse. Eu pensava mais em ter decorado o mapa. Esperava ter gravado tudo e no momento eu me regozijava de não ter os planos descobertos pela soberana... Lógico que eu pensava em outras coisas que não tinhas nenhuma relação com o que estava acontecendo, mas minha atenção estava em buscar uma resolução para aquilo.


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Mensagem por Bones Qui Jul 28, 2016 9:05 pm

Sua fome insaciavel por conhecimento o absorvia de forma até mesmo nociva, pois só foi perceber o chão amolecendo sob seus pés quando ja era praticamente tarde, nem sentiu a conjuração de magia bem debaixo do seu nariz. Seria o fato de estar no reino da Morte ou apenas desatenção? Que seja, estava mais preocupado com o que estava acontecendo.

Primeiro ponto, o ar do local era nocivo, poderia causar alucinações e gerar todo tipo de problemas. Segundo ponto, estavam em um terreno que amolecia e lentamente afundavam, o que não era uma opção pois pelo que leu nos livros, poderiam acabar em meio a lava ou caindo em um dos inúmeros tuneis, atrapalhando seu prazo de viagem. Terceiro ponto, o grupo estava sendo atacado, provavelmente um conjurador daquele efeito de área, um conjurador de bolas de fogo, um desafiando Ho e outro que preparava algo mas ainda não sabia exatamente o que, mas sentia que algo iria acontecer.

- Me digam uma coisa: Que tal se evitássemos esse combate e sairmos ilesos? Seria um problema se eu usasse minha magia e acabasse explodindo um dos rios de lava, não concordam? Quero dizer, existem coisas piores do que a morte, uma delas é passar a eternidade derretendo num rio de lava ou preso na rocha... Dou a vocês 5 segundos para decidirem.

Disse ele de forma direta, arrogante e seria, sacando a espada relâmpago. Fazia ideia de que aquela arma usou suas próprias forças como "combustível" para o efeito, então em seu estado atual não seria um golpe tão poderoso, mas garantiria que acertaria pelo menos um, o que conjurava a magia sob seus pés.

- Cinco... - E ele começou a contagem, começando a concentrar suas energias.

{off: ainda to no aguardo de avaliarem minha HE, num tenho muitas opções a não ser apelar huahuauhahua xD]

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Mensagem por Kaede Sáb Jul 30, 2016 1:13 am

Quando me dei conta do que estava ocorrendo em volta, parecia ser tarde demais para um combate. O grupo estava atolado por uma espécie de lama que outrora não estava ali, “talvez convocação magica de uns dos ladrões de estrada, ou então alucinações do local...” exceto Ho que estava encarando o restante.

A única coisa que procurei fazer foi movimentar as minhas pernas de maneira que pudesse sair do local da lama antes do ataque de algum deles. Um parecia estar conjurando um tipo de fogo o outro parecia ser o tal que amoleceu o ambiente criando o tipo de lama em que atolamos e quanto ao outro, bem... sei lá qual era a dele. Aos poucos fui me movimentando como podia para trás procurando sair da lama.

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Mensagem por Pacificador Sáb Jul 30, 2016 7:48 pm

O ultimo vestígio de desconfiança evaporou-se lentamente de seus pensamentos, consequentemente seus olhos brilharam com o avanço de dialogo com Skarla. Ao mesmo tempo soltou uma breve risada genuína, não era ruim. Apenas agora ele parava para notar que a garota detinha um rosto encantador, embora sua expressão ao ouvir sobre a criatura lembrava Balltier uma seriedade cômica, que ele automaticamente atribuía a Sarah. - Tudo bem, conto com você. - Levantou e limpou a poeira do robe, apos um breve meneio de cabeça decidiu seguir Skarla até Sagno.


Ele olhou tudo com uma curiosidade explicita, não conseguia esconder como achava interessante os Veitie, embora não sabia se era o fato deles ainda estarem 'vivos' ou por serem exímios caçadores no mundo dos mortos; olhou ao longe a figura de Morgan, demorou para mudar o olhar, mas ainda caminhava. Por um longo momento pensou em seguir até ele, foi então que notou a tossida, franziu o cenho com tal reação. Suspeitava em que ele estivesse acordado, ou estava com medo de sofrer mais? Não sabia o que Morgan havia passado, nem mesmo entendia o motivo de ser ignorado sobre ele... Voltou sua atenção para as costa de Skarla, tinha de começar a se preparar, talvez pedreira poderia esperar...

Ele entrou na tenda olhando ao redor, até ostentou um olhar firme para a mulher que cuidava de Sagno, pelo menos achava que deveria manter a aparência. Ao sair ele olhou sobre os ombros se certificando que estavam apenas eles ali, voltou sua atenção a Sagno. - Se você se sente em divida, eu aceito. - Balltier não escondeu seu ponto de vista: Sagno havia sobrevivido pela interversão dos veitie, embora fosse pela influencia do Homúnculo, ele não estava tão confiante nisso.

Então observou e ouviu o contra-mestre se aproximou do homem facilitando a conversa para ambos, não queria que outros ouvissem, pelo menos apenas o que queria expor. - Sou o filho de tempestade. - Comentou calmamente, embora não abaixasse a voz, fez um momice com os lábios tentando deixar a situação menos tensa. -Preciso de orientação... A ilha na qual Esa foi, era a ilha chama? E... Ao redor da ilha, parecia que tudo estava calmo, quase como fosse o centro da tempestade... - Lançou suas suspeita para o homem, ao menos parecia que conseguiria conversar normalmente sem se preocupar com seu estado de saúde.

- Acho que fui afetado pela mesma coisa que todos, sabe o ouro esta chamando todos ao redor, pelo menos para mim é mais simples entender os pormenores, talvez por ainda ser fresco. - Era uma piada, mas ele não sabia contar de maneira correta, mas, isso não era tudo também. Era um teste para o Sagno, estava tentando entender o quanto que ele se lembrava da conversa na floresta.

Ele lançou o olhar mais uma vez por cima dos ombros prestando atenção na conversa de Skarla com Sharon, parecia que seria testado novamente. - Morgan... - Começou a falar, então se deteve, voltou o olhar para Sagno. - Eu não consigo ficar quieto sobre... - Balançou os braços ao redor abrangendo o mundo ao redor em um sinal de mimica. O fato era que não conseguia definir quem já estava morto e quem ainda estava vivo. - Então vou precisar de orientação sobre isso, e se existe algum tipo de temor pelos 'mortos'.-


Ao final disso comentou já se levantando. - Joe tinha família, não tinha? Sei que todos vocês tem alguém...Mas foi cruel a maneira que ele morreu... ninguém merece pagar com a vida por causa da ambição dos outros, mesmo ele também sendo ambicioso não merecia... - Mesmo sendo muito novo para compreender todos o pormenores pode deduzir que Sagno era fiel a Esa, pelo menos não iria comentar sobre o encontro com o guardião do Trianguli e o espirito de Joe, pelo menos não para Sagno...

- Melhoras Sagno, não desista da vida, eu sei como é morrer. - Piscou para ele, se virou deixando o Homem se recuperar, além de Morgan ele era o segundo que sabia que Balltier era um morto 'especial'

Seguiu para fora da tenda procurando por Skarla, ele tinha tantas coisas para perguntar, tantas coisas para aprender. - Quem quer me ver?- Olhou para Sharon, não deixando as garotas responderem sua própria pergunta agradeceu. - Obrigado por cuidar dele... Não deixe ele se esforça, tudo bem? - Balltier parou e lembrou sobre os sacrifício, talvez ele havia entendido errado as palavras do Grande Pai, esperava que fosse animais comuns e não viajantes perdidos. Sentiu um frio na espinha e voltou a olhar para Skarla, soltou um breve sorriso nervoso e proferiu seriamente. - Vamos encontra-la. Eu quero me encontrar com 'Ela'. - Então caminhou, mal sabia que caminho era para tomar, então apos alguns passos esperou por Skarla para guia-lo.
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Mensagem por NR Sérpico Dom Ago 07, 2016 5:12 pm

27. Eu

Sean, Sollrac e Bones — acordaram numa sala pequena e escura e quadrada, com grades de barras grossas e diagonais no lugar de uma das paredes. Parecia uma cadeia. Do outro lado das grades fechadas havia um lampião aceso, meio rachado e com a luz tremeluzindo e perigando apagar daqui a pouco. Estava tombado no chão. Sua luz limitada servia apenas para iluminar a frente da cela e o seu interior, de modo que os três conseguiam se enxergar.

E também dava pra ver a silhueta de um homem um pouco mais afastado, mais tocado pelas sombras daquele não-lugar do que pela luz do lampião.

Não dava pra ver as feições do sujeito muito bem, mas ele parecia ter cabelos compridos. Estava com as mãos nos bolsos da calça larga e não usava camisa. Havia algum desenho esquisito em seu peito, um desenho circular que a luz do lampião era insuficiente para dar mais detalhes.

O homem abriu a boca e seus dentes brancos refletiram a luz do lampião quando ele disse:

— seria muito duro de acreditar se eu afirmasse ser a consciência coletiva de vocês?

Sollrac sentia calor, sentia a pele quente como se estivesse debaixo do sol por muito tempo. Mas não via nada de errado com o corpo, não via queimaduras. Sua última memória antes de ir parar ali, era de tentar sair do meio de um chão amolecido, e então... fogo por todo lado.

Bones notou que alguns de seus ossos estavam enegrecidos, como que queimados... E a palma de sua mão direita estava fortemente manchada de ferrugem, como se tivesse segurado firmemente e recentemente alguma empunhadura de uma certa espada muito, mas muito enferrujada... E sentia-se ligado, como se uma energia elétrica fluísse ao seu redor. Sua última memória antes de ir parar ali, era de sacar a espada e então... brilho forte, e fogo por todo lado.

Sean não sentia nada... mas tinha um rombo do tamanho de uma mão no peito, dando visão para as costas. Dava para ver através do menino! Sua última memória antes de ir parar ali, era de abrir a porta do laboratório no corredor sinistro, e então... algo pontudo voo de dentro da sala, diretamente contra ele.

Mas todos ficariam bem.

E estavam vestidos com suas roupas normais, aquelas de quando ainda estavam em Lodoss.

O homem bonito e simpático e camarada do lado de lá da cela, disse:

— então, pensem que sou a consciência coletiva de vocês. e seria muito melhor pra mim se vocês ficassem juntos, e não separados. não que eu esteja exigindo algo de vocês, não é isso. Mas pensem nisso daqui pra frente.

Sean já tinha escutado aquele homem falar. Sim: foi quando desmaiou, lá na frente da casa do Mic, fazendo loucuras com suas habilidades. Desmaiou e escutou aquele mesmo timbre de voz falando em sua cabeça, falando que quando a casa fica vazia, logo é ocupada novamente.

— nesse momento — disse o bem apessoado — vocês estão passando maus bocados. vocês dois, Bones e Sollrac, foram atingidos e provavelmente serão levados... acho que sei para onde. vão trocar vocês, hm. mas isso não é de todo ruim, veja bem. se forem para onde acho que vão, poderão encontrar o menino Sean antes que o fogo do lampião se apague — a cabeça dele pareceu baixar na direção do lampião caído e rachado, com a chama tremeluzindo — e aí impedir as aranhas de jantarem... aquele mecanismo te pegou de jeito, Sean. sorte que o lampião não quebrou quando caiu.

Ele levantou a cabeça e olhou para os lados, como se estivesse escutando alguma coisa.

— Ho está lutando. em desvantagem numérica. acho que não vai durar muito. talvez se junte a vocês daqui a pouco... — Aí ficou quieto, novamente concentrado. — e a última vez que tive notícias do Balltier... bem, ele estava de férias numa ilha tropical. acredite, o menino ainda “vive”. e está razoavelmente perto de uma das peças. Assim como Sean, de certo modo. você deve ter visto alguma luz, né, Sean?

Aí ele resolveu se sentar no chão. Cruzou as pernas. Mais próximo da luz, seu cabelo ganhou alguma cor: vermelho dos ruivos. O desenho no peito se revelou como um círculo tribal. Seu rosto ainda era parcialmente oculto.

Ele ficou quieto. E parecia sorrir por causa de alguma piada interna.

Não era deboche. É que eu estava de bom humor mesmo.

***

Ho descobriu que podia mover os braços, mas que as pernas estavam pesadas e, quando tentou movê-las, sentiu um aperto paralisante, como se houvesse duas mãos enormes e invisíveis lhe apertando os joelhos.

Então sem papo: fez logo o movimento que seu corpo exigiu, se impulsionando, tentando se aproveitar de sua envergadura para acertar alguém. O mais próximo... difícil dizer qual era. Teve de arriscar por instinto: aquele que o derrubara, sim, ele parecia o mais próximo.

Seu soco voo naquela direção, desgovernado pela brutalidade. O golpe não fora exatamente previsível, mas o fulano das mãos abertas previu mesmo assim e se afastou um passo, deixando que o punho de Ho passasse a um dedo de distância de seu queixo fino. Foi aí que Ho percebeu se tratar de uma mulher debaixo daquele capuz.

E por um momento o aperto em suas pernas afrouxou. O suficiente para Ho se manter em pé e se virar a tempo de aparar outro golpe de espada do líder. Quase a queima roupa. Fez Ho se mover lentamente para trás e depois sentir pontadas nas costas...

Pontadas. Era obra do fantasma, aquele que atravessara Ho na primeira rodada da briga. Ho não teve tempo de olhar sobre o ombro, mas sentiu que o sujeito intangível estava próximo, atrás de si... e depois começou a sentir o braço direito adormecer e cair completamente no sono, subitamente imóvel.

O espadachim fez um movimento preciso com a grande espada — de repente, a picareta voo longe, caindo na terra quente mais pra lá. Desarmado.

O próximo movimento da espada abriria passagem na garganta de Ho, ou ao menos tentaria, mas Jack disse:

— Eu conheço ele!

A espada parou perto. Ho sentiu o cheiro da lâmina: óleo, algum tipo de óleo exalando dela.

Suas pernas voltaram a ficar apertadas, mas não houve nenhum movimento da ventríloqua para que o meio orc fosse ao chão novamente. Ele estava apenas meio contido.

Ali perto, metros ao lado, houve uma explosão de chamas seguida de um brilho de relâmpago. No céu, o ribombar de um trovão ecoou — o que foi curioso, já que não havia nuvem alguma.

Houve fumaça, e se Ho olhasse naquela direção, saberia que era onde seus companheiros estavam ainda agora. A fumaça lhe impediu de ver o que havia acontecido com o grupo. Mas já dava para ter uma pista de que não foi bom.

— Conheço ele — repetiu Jack, agora mais calmo. Estava ao lado do espadachim e lhe tocou o ombro. — Deixa eu conversar com ele.

A espada ainda estava perto da garganta de Ho.

Jack disse:

— Precisamos apenas de dois deles, Dran.

Dois segundos hesitantes, e então a espada se afastou lentamente.

O espadachim, Dran, se afastou, sem palavra. Foi para onde estava o restante do seu bando, para a fumaça onde deveria estar também Bones, Sollrac e Aurélio.

O intangível o acompanhou. A ventríloqua ficou no mesmo lugar — e Ho sentia que poderia andar, mas ainda como se houvesse um peso.

E o outro cara, caído ao receber o primeiro golpe de Ho, finalmente se levantou do chão, ficando sentado. O capuz caiu da cabeça dele, revelando um orc de pele rosada e borbulhante, com várias cicatrizes e sem boca. No lugar da boca, havia uma tira de couro costurada à pele. Ele apenas ficou sentado, olhando para Ho.

— Você precisa ir — disse Jack. — Apenas vá. Corra.

A ventríloqua de olho. O orc também.

Lá onde seu grupo estava, ouviu um deles dizer:

— O desgraçado do ghoul acertou o Santo com um relâmpago. Não sobrou nada.

— Vocês foram lentos demais — disse algum outro, o espadachim ou o intangível, em tom de advertência.

— Podemos ir? — Perguntou um terceiro, voz de criança. — Vamos levar esses três?

A fumaça foi se dissipando aos poucos, o bastante para permitir que Ho, ao olhar naquela direção, visse Aurélio, Bones e Sollrac caídos no chão e desacordados. Seus corpos estavam parcialmente afundados no solo.

Aí viu o espadachim dizendo, com a cabeça voltada para Ho e Jack:

— Acabou aí?

Jack fez que sim e falou para Ho:

— Sinto muito. Apenas vá embora.

***

Sagno escutou a apresentação de Balltier, como um Filho da Tempestade, e sua cara virou a paisagem dos que não sabem o significado das coisas. Mas sobre o resto, ele podia ajudar.

— Sim — ele confirmou. — A ilha era a Chama. O ouro estava lá. E... bem, agora que você falou... sim, parecia calmo quando chegamos lá perto. Sem...

De repente cortado por um rugido de trovão no céu próximo. Parecia que uma nova chuva estava às portas.

— ... sem tempestades.

E novamente Sagno não entendeu algumas falas de Balltier. Sobre o chamado ao redor da ilha.

— Esa era muito sensitivo ... eu poderia dizer que ele apenas teve um sonho... Mas, de fato, havia algo de errado naquele lugar. — Ele deu de ombros, como se não tivesse certeza do que se lembrava. Já tinha dito essas coisas quando delirava, após o naufrago. Agora, sóbrio, talvez estivesse repensando o sobrenatural em torno da história do ouro, que manipulou o capitão Esa e, depois, gerou a destruição do Morsa de uma forma indireta.

Sobre Joe, Sagno ficou um tempo quieto, com os olhos fechados.

— Todos tínhamos família. Ou alguém... alguém especial, que devemos ajudar. — Então abriu os olhos, sentindo que deveria explicar algo novo para seu salvador: — Somos seres vivos, amaldiçoados e presos nessa terra de mortos. Nossos serviços são uma forma de ajudar quem amamos... Nossas buscas por esses mares, transportes... Nossas famílias recebiam nossos salários. É a única coisa que nos restou: ajudar quem amamos daqui, do outro lado.

Isso explicava porque ele e sua tripulação eram gente viva. Já a tribo Veitie ainda permanecia um mistério. Eles também pareciam vivos, gente comum, só que no mundo errado. Totalmente habituados ao mundo errado. Confuso.

Então Balltier deixou a tenda e Sagno se despediu com amizade. Ele não iria desistir, já que o Filho da Tempestade dissera para não o fizesse.

E do lado de fora, a multidão se concentrava na clareira. Dessa vez, não por causa de Balltier, que nem precisaria caminhar até ela, seja quem for ela, seja onde ela estivesse.

Já estava ali.

— É a Vigilante dos Portais — disse Skarla, explicando e olhando para a multidão que também parecia aguardar. — Vaina, é o nome dela. Ela deve... deve ter visto você...

Dois homens fortes caminhavam pela floresta ao longe, em direção a clareira dos Veitie. Carregavam uma liteira fechada. Lá de dentro parecia ecoar o som fraco de um sino pequeno.

Os Veitie aguardavam em silêncio. Não se curvaram nem nada.

Os dois homens pararam a marcha antes de entrar na clareira. Aquilo pareceu... estranho. Eles baixaram a liteira e o sino parou de tocar. Rapidamente, um dos homens foi até a clareira e anunciou:

— Ela deseja ver o visitante — seco.

Quase todas as cabeças se voltaram na direção de Balltier, e depois para o Grande Pai, que, agora, estava sentado em sua cadeira no centro da clareira. De lá, ele olhou para Balltier e depois para o homem:

— E se ele não quiser ver ela?

Soou calmo, mas não como se ele estivesse falando com um amigo. Aqueles homens e a senhora dentro da liteira pareciam não ser muito bem-vindos ali. Mas no mínimo eram respeitados. Um pouco.

Balltier, claro, queria ver ela. Os Veitie olharam para ele, o Grande Pai olhou para ele e o homem também, como se esperassem dele a decisão. Skarla pareceu tensa ao sussurrar:

— Não precisa ir, se não quiser.

Ele foi.

O homem caminhou ao seu lado e quando chegaram na liteira, a porta baixa se abriu. Havia uma cortina fina depois da porta e apenas uma mão ossuda despontou para fora, sinalizando que ele podia entrar. O homem acenou com a cabeça para Balltier, como a dizer “entre”.

Entrou. Teve de se abaixar um pouco para passar pela porta, mas ao menos lá dentro tinha espaço o suficiente para duas pessoas.

Era uma senhora de cabelos platinados, um olho normal, castanho, o outro completamente cinza. Estava sentada, pernas cruzadas, o que a tornava pequena e até mesmo de aparência frágil. No seu colo havia uma bola pequena de vidro escuro. A sua frente, uma pequena chama num cálice largo. Ela sinalizou para que Balltier se sentasse também, de frente com ela. O chão da liteira era forrado de peles macias.

Até então, pareceu uma senhora séria, mas quando abriu a boca, seu tom foi descontraído e de deboche.

— Não é ele — ela disse, meio que pra si, com um meio sorriso. — Que pena. Acho que estou velha mesmo! — Riu. — Podia apostar que era o meio dragão. Mas tudo bem. Você veio com ele para cá, não é? Com o meio dragão chamado Sollrac. E com o outro menino, filho da Lyra... Sean, isso! Sean. Veio para cá com eles dois, certo?

Ao seu lado direito havia um sino pequeno. Ao seu lado esquerdo, uma flauta de ferro.

xp de atraso:


Spoiler:
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Mensagem por Knock Seg Ago 08, 2016 9:15 pm

Eu conseguia mexer os braços, mas as pernas pareciam travadas como se alguém as segurasse... Agoniante, mas eu ainda conseguia mover os braços, então tentei fazer algo como os ilusionistas que não usam magia fazem, que é distrair o público com um movimento largo e fazer o truque acontecer do outro lado, mas acho que não tive lá muito êxito.

Minha situação era complicada e eu sabia disso... Mas... Eu simplesmentte não conseguia ficar ali deitado esperando o tempo passar e fiz mesmo sem saber direito as posições dos inimigos... Acho que talvez por um pequeno momento de exitação, eu tenha entregado o movimento ou os caras eram bons demais... Acho que eles eram realmente muito bons.

Meu golpe quase acertou o “mago” que prendia as minhas pernas, o que serviu para distração, afrouxando minhas pernas, mas não serviu de muita coisa. Fui brevemente imobilizado, um debater de movimentos que acabou comigo ajoelhado com o pescoço quase transpassado por uma espada. Se não fosse meu antigo mestre ali... Eu podia sentir o cheiro daquilo... Tanto da lâmina, quanto da situação. Tudo fora tão rápido quanto a explosão que ocorrera onde outra parte do grupo estava... tinha dado errado... eu não estava “dando conta” de quatro... Decepcionante... frustrante.

“Sorri agora, p*ha” Eu pensava isso direcionado a mim, mas na verdade eu estava era com raiva... Muita raiva... A ira ascende de muitas formas, muitas vezes escondendo o real sentimento por traz dela... E esse era um dos casos. Eu sentia minhas pernas trêmulas, meu coração acelerava e queria subir à boca me fazendo urrar... Minhas pernas não me respondiam, mas meus olhos ardiam.

Sob a orientação de Jack levantei-me, cocei os olhos e falei rapidamente:
–O senhor disse que precisam somente de dois... será que eu poderia pegar um deles? –Apontei para Aurélio se fosse possível apontar com nitidez daquela distância –Será que o senhor pode me ajudar com isso também?

Eu estava pensando em algo, mas tinha algo que eu julgava maior. Ali todos estavam fazendo as coisas para o seu interesse, talvez fizessem a mesma coisa, seja pelos seus interesses ou pela missão. O pensamento que vinha a mim era a missão, mas talvez algo em mim quisesse mesmo alguma coisa em troca junto com o benefício de retornar à vida... mas sinceramente... o que estava na minha mente era aquela cara que Aurélio havia feito quando conversávamos sobre achar o trianguli e ter fé na equipe.

Se não me fosse concedido a bondade de ter o pedido concedido, então eu diria para me levarem junto com o grupo sem oferecer resistência, mas ainda assim atento a tudo, dizendo:
–Então pode me levar com eles. Não oferecerei resistência alguma –Mas eu ainda lembrava de alguém que me fazia sorrir do infortúnio... Algo relacionado a putas. Só sei que sorria lá no fundo.




Off: Perdão o post curto~

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Mensagem por Hummingbird Qui Ago 11, 2016 9:25 am

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Quando chegamos naquele lugar - sim, chegamos. O amigo Bones e o grande Soll também estavam lá! - senti um certo conforto em revê-los. Aquilo involuntariamente me fez sorrir, mas o sorriso não durou muito, nem o entusiasmo. Rapidamente foi tirado de mim quando, aquele homem que eu já conhecia só não lembrava direito de onde, explicou que fomos atingidos. Então eu pensei;

Mas nós já não estávamos mortos?

Pensei em perguntar também como é que funciona tudo isso mas, o homem foi rápido colocando novos adendos mediante a situação. Deixou implícito que nós faríamos uma espécie de viagem, não entendi direito. E parece que durante essa viagem, ou Bones ou Soll poderiam acabar me encontrando, talvez até me ajudando! — Aranhas malvadas.. tsc! — Pestanejei, insatisfeito com minha situação. Bem que mamãe avisou. Aliás, foi aí que aquilo vazio no meu peito tornou-se ainda maior, figuradamente. Como mamãe deve estar agora?

— Ela sabe que estou aqui!? Sabe o que aconteceu? — Indaguei num súbito, meio apreensivo. Eu simplesmente não queria decepcioná-la. Ela precisava tanto daquele tal silício pra poder voltar junto comigo... eu não podia ter falhado. Isso me deixou um pouco triste, mas não apagou todo meu entusiasmo que permaneceu aceso, mesmo frágil, igual àquele lampião.

— Ei! Eu me lembro de você! Foi você que conversou comigo lá na barraca do tio Mic né? Quando eu desmaiei! — Aleguei dono de uma expressão contente. Ao menos uma coisa eu ainda sabia nisso tudo, e isso me tranquiliza. — Agora... o que eu devo fazer? — Perguntei aos meus amigos Bones e Soll, com olhos marejados e uma voz manhosa.

Eu realmente precisava de ajuda agora.


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[Comum] Considere-se morto - Página 4 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por NR Sérpico Seg Ago 15, 2016 8:39 pm

28. Nós

Balltier não falou nada.

— Tudo bem então — disse a velha. — É do tipo tímido? O contrário do Sean.

Ela riu um pouco e passou uma das mãos ossudas sobre o fogo no cálice. Subiu uma fumaça branca, em ondas grossas. Balltier tossiu quando aquilo, involuntariamente, entrou no seu peito através da respiração.

Tossiu de novo.

— Apenas relaxe — disse a velha, que parecia ser duas pessoas e então três.

Balltier estava indo em outra de suas viagens, já estava ficando acostumado até. O ambiente parecia dançar, uma cortina colorida caia em câmera lenta no fundo do cenário, que já não era o interior de uma liteira.  

Mas o mais esquisito foi a Vigilante dos Portais tirar um dos olhos, aquele cinzento, com a mão esquerda, enquanto que com a mão direita segurou Balltier pelo pulso esquerdo, não com força, apenas o bastante para virar a mão do homúnculo para cima como se ela fosse...

— Ler sua mão. Apenas relaxe.

Aí a mão esquerda dela pousou sobre a mão aberta de Balltier, e ele sentiu o olho gelado em sua palma. Parecia algo vivo, se remexendo e aos poucos entrando em sua pele. Mas não sentia dor. Esquisito.

Seguiu o conselho dela: relaxou. Fechou os olhos.

Quando elas abriram novamente, Balltier estava com os outros:

***

Mas antes de Balltier aparecer na cela esquisita, Ho apareceu.

Mas antes de Ho aparecer, o homem conversou assim:

— eu te falei algumas coisas, sim — ele disse, sobre o episódio em que Sean desmaiou. — é a melhor forma de diálogo... quando estão inconsciente... bom, não dá pra dizer que foi uma conversa, menino da casa vazia. agora sim, dá pra gente conversar de verdade. e... você falava da sua mãe? quer minha opinião? você não precisa de uma mãe! nunca precisou. mãe, pai, nem mesmo aquele demônio que te matou... não precisa de ninguém. olha só para você: quanto tem já, dez anos? bah, já é bem crescidinho pra ficar correndo atrás da mamãe. deixe os mortos com os mortos. é a ordem natural das coisas, causa e feito: ela te deixou uma vez, é hora da retribuição. é isso que você deve fazer, Sean — Pausa. — aí ó, não falei? o Ho chegou!

De repente Ho também estava na cela ao lado de Sean, Bones e Sollrac.

O homem do outro lado da cela, perto de um lampião meio quebrado e de luz fraca, aquele que Ho viu imediatamente assim que foi trazido para aquele lugar, disse:

— pense nisso como um sonho compartilhado. sabia que muitos animais possuem essa capacidade? principalmente aqueles que hibernam por muito tempo.

Era um homem muito inteligente, veja só.

Modéstia parte, claro.

A última memória que o meio orc tinha era de ter se “rendido”. Iriam levar seus colegas e ele não queria simplesmente sair andando, como lhe fora pedido por Jack. Lembrava de ter se oferecido para ir junto, seja lá o que isso poderia significar. Eles precisavam de apenas dois, disseram. Quando pediu por Aurélio, recebeu apenas um silêncio, lembrava bem disso.

No momento, sentia uma dor atrás dos olhos.

E o que mais lembrava? Ah, sim, a parte em que se oferecia pra ir junto... o grupo inimigo pareceu se entreolhar, houve algumas trocas de gestos sutis, um aceno aqui, um sinal ali, e de repente um dos sujeitos que atacara Sollrac, Bones e Aurélio gesticulou contra Ho e as luzes se apagaram... Ho se lembrava vagamente de um início de dor na cabeça e então... despertou na cela, como se estivesse dormindo esse tempo todo.

Aí sim: Balltier apareceu. A cela ficou mais ou menos apertada — cabia exatamente os cinco ali dentro.

O homem pareceu surpreso, o bastante para ficar quieto por um tempo.

— como se juntou a nós Ballty? — ele falou, parecendo sorrir. — posso te chamar de Ballty? não, calma! você não veio sozinho!

Balltier não tinha o controle sobre o braço esquerdo, que se estendeu a frente, a palma aberta.

Bones, Ho, Sean e Sollrac viram que tinha um olho na palma da mão do homúnculo. Era branco, com pupila cinza, e dardejava frenético para todos os lados, como o olho de um corvo, observando tudo naquele estranho lugar.

VELHA ENXERIDA! — disse o homem num rompante que fez todo o corredor tremer... e fez todos sentirem dor de cabeça.

Ele se levantando rapidamente e... sumiu.

Odeio bruxas. Mania delas de penetrar onde não devem, nos espaços dos outros.

A mão aberta de Balltier se moveu,o olho dando uma última checada no ambiente e nos presentes, dedicando por ultimo um olhar à Sean... Aí o olho se fechou e Balltier recuperou o controle do braço. Se olhasse para a palma da mão, veria apenas uma cicatriz, parecida com um olho fechado, em carne viva, mas indolor. Muito esquisito.

O lugar era tão silencioso que eles podiam ouvir as respirações uns dos outros. Menos a de Bones, claro.

Assim como Bones, Sean e Sollrac, Balltier e Ho estavam vestidos com suas roupas em vida. Ao menos eram parecidas.

Logo Balltier despertaria, assim como Ho. Mas naquele instante, estavam juntos outra vez. Naquele não-lugar.

E que não cometessem o crime de planejar intrigas na minha ausência!

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[Comum] Considere-se morto - Página 4 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Knock Ter Ago 16, 2016 5:09 pm

Eles se olharam, fizeram sinais... Talvez incrédulos com a decisão... ou talvez qualquer outra coisa que não me importasse naquele momento... é... pensando por um lado, talvez eu não fosse capaz de realizar aquilo sozinho, já que haviam convocado um grupo... é... tinha um gosto amargo.

Depois olhei para o lado e mais um cara irritante com aquele lance de mãos e “pá cá pá”, caí. Eu estava cansado mesmo. Pelo menos talvez eu pudesse descansar, mas poha... porquê o cara tinha de fazer algo que doesse?! Eu iria tranquilamente... talvez fosse para não saber onde iríamos, mas, cara... dor não é tão legal em todas as horas... Dor é até bom, mas aquela era chata... doia os olhos.

Acordei mais rápido do que imaginei, lá estava todo o grupo, em uma cela apertada, feita de barras de algum metal, mas eu não sentia nada especial saindo dali, então as julguei como normais, mas eu tinha grande chance de estar errado... Estava meio escuro , somente uma lamparina meio boa iluminava parte do ambiente e na penumbra estava um senhor escondido que me fazia lembrar do juiz... talvez fosse da mesma família ou meus olhos doiam mesmo... Eu não entendi direito e nem tentei entender... só quis aproveitar o descanso.

Depois “Balty” o morto que não havia morrido apareceu... fiquei feliz, mas estava cansado, ainda pensando no cheiro da espada e no olhar daquele orc rosa que tinha a boca fechada com couro... Eu não gostava de prisões... Nunca havia feito algo que merecesse uma... a menos se fosse a de Tákaras... é... matei sem querer vários de lá, mas as coisas não funcionam bem assim em Tákaras... a menos que o cara seja O cão (suahsuahs)... Mas se fosse parar para pensar, sempre estamos presos a algo, seja a vida ou a morte, a ilusão do karma, o azar ou à mercê de mendigar a sorte... Quê?! Haushasuha, deve ser o cansaço.

E quando Balty chegou as coisas ficaram estranhas e um olho apareceu, coisa de bruxa, e o cara grandão ficou irritado e saiu falando uma frase que arrepiou a espinha e Sean estava lá também e eu disse

–Sean, cadê o dente de dragão que me deves?!

Lógico que ele não entenderia, mas eu queria dar uns cascudos nele. “sipoha”. Aas coisas estavam confusas, sentei e esperei o grande voltar pra dizer o que queria.

Cotoco. Até.

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Mensagem por Hummingbird Sáb Ago 20, 2016 2:30 pm

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Quanto à meu pedido de instrução? Não houve resposta. Soll e Bones pareciam compenetrados demais em outra coisa, olhar distante, mudos.

Ali eu senti medo. Medo de estar sozinho de novo. Um medo irracional, eu não consigo explicar! Por que eu sempre sinto isso? Sempre da mesma forma?

Mordi o lábio inferior. Pálpebras fechadas escondiam olhos marejados, uma vontade muito forte de me entregar ao choro, ao vazio.

"Garoto da casca vazia" — Foi do que ele me chamou. E não foi só. Falou mais. Falou coisas que só me fizeram sentido graças ao que Ho havia me ditado lá atrás, antes de sairmos em busca do tal Trianguli. Palavras de sabedoria, não é? Assoei o nariz então, esfreguei os olhos e engoli um soluço pigarrento, fazendo esforço pro barulho não me entregar. Eu não vou chorar, não vou! Não vou!

E num piscar de olhos, Ho estava lá. Balltier também. Uma coisa estranha aconteceu com o amigo Ball, tive a impressão de ver um rosto conhecido naquela breve interação que tivemos, mas devido à tontura eu não consegui explicar. O grandão Ho então fez piada sobre o dente de dragão de Cyrus. É verdade! A última vez que nos vimos, Cyrus estava me levando embora, mesmo depois dele tentar me ajudar. Estava me sentindo um bobo...

— Hah-hahah... um dente de dragão? Eu consegui mais que isso, olha só! — Abri um sorriso bobo enquanto inclinava a cabeça e mostrava alguns cabelos ainda faltando. — Eu sobrevivi ao fogo de dragão! E eu vou te contar, o cheiro não é nada legal lá dentro... — Cochichei o final, esbanjando um alívio que só pude sentir graça àquelas palavras do homem sem nome.

— Me desculpa grandão Ho. Aquela hora...eu precisava ir com ele. Lembra do que você me disse lá atrás, ainda nas celas? Sobre tomar as rédeas? — Fiz menção àquela conversa que a essa altura já parecia tão distante quanto outra vida. — Então, eu acho que é isso! Fui atrás da minha mãe e eu a encontrei. — Então, se pudesse, explicaria como foi nosso breve encontro mas sem dar muitos detalhes nem amolar muito. Só queria deixar Ho ciente do motivo pelo qual fui parar ali, foi indo atrás do tal Silício pra ajudar ela a reviver. Mas que agora, dentro da minha cabeça, eu estava confuso.

— Ah! Eu também conheci uma velha muito engraçada que ficava escondida numa bola de vidro, parecida com aquela da dona bruxa, você se lembra? — Comentei a esmo, como que por mero descuido. — Mas...eu ainda estou confuso. Se já estamos mortos, e morremos de novo, porque viemos pra cá? — Desviei do assunto, expondo minha dúvida com certa inocência.


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Mensagem por NR Sérpico Sáb Ago 27, 2016 3:19 pm

29. Mortos sonham que estão mortos?

Esse foi um momento nebuloso na história. Eu fui meio que afastado, por não prever o movimento ousado da bruxa velha através do menino Balltier. Não que eu a temesse, ela não é mais ameaça para mim do que Lyra, mas era bom ficar inativo por um tempo. De modo que não peguei muito o que aconteceu a seguir. Claro, depois tive acesso a essas informações através, principalmente, de Ho. Mas alguns detalhes são questionáveis.

Foi assim:

***


O corredor tremeu, ruindo. Todos foram soterrados, o sonho quebrado. E aí acordaram.

***

Balltier de volta à liteira da Vigilante dos Portais. Não havia olho algum em sua mão. Bom.

A velha deu sugestões grosseiras de que, do nada, sabia tudo que o homúnculo sabia:

Isso foi interessante — ela disse. —, esse sonho compartilhado. Mas vamos falar do que realmente interessa: como planeja pegar o tal ouro? Planeja usar os Veitie a seu favor?

***

Quando Ho acordou, escutou alguém falando:

— Vou ver o que foi aquilo, Jack.

— Vai lá — era a voz de Jack, mais ou menos perto de Ho.

Numa espiada ligeira, o meio orc se viu na entrada de uma caverna. Estava deitado de lado com os pulsos amarrados pra trás. Não muito longe de si percebeu a mochila que Sollrac carregava, toda queimada. Aurélio também estava ali, desacordado, recostado, provavelmente com as mãos igualmente atadas atrás do corpo.

Também no chão tinha o chapéu queimado do Bones, um livro queimado do Aurélio e papéis um tanto quanto queimados, papeis entregues por Mic — as plantas do subterrâneo da Velha Carcosa e o mapa daquela região.

Se Ho olhasse para fora da caverna, veria Jack na entrada olhando numa direção qualquer, acompanhando os passos de alguém indo para o norte. E veria, mais à nordeste, no fundo do cenário, uma cidade sombria, com neblina pairando somente ao redor dela.

Ho não se lembrava com certeza se era dia ou noite quando fora desmaiado. Mas no momento raios tímidos de alguns luminares celestes começavam a clarear o submundo.

***

Quando Sean acordou viu um olho piscando acima de sua cabeça. O olho se afastou, um pouco assustado.

Sean sentia uma dor aguda no peito. E sentia sede. Sabia que a sede era coisa de sua mente, como dissera o juiz Russelo. Mas então sua mente deveria estar louca pois sentia que se não bebesse nada definharia em instantes.

— Bebe aqui — disse o olho, que Sean aos poucos identificou como um ser pequeno, com 1 metro e meio de altura e um único olho na cara vermelha. Havia escamas vermelhas visíveis no pescoço e nos braços do sujeito. Ele usava uma regata velha e uma calça curta apertada, algo provavelmente feito para uma criança.

Ele oferecia um odre de alguma coisa. Cheirava igual àquela bebida que Sean provou no salão de Targo, mil vidas atrás.

Sean enxergava o coiso por causa dos dois archotes acesos no laboratório... julgou ser um laboratório. Tinha muitas coisas esquisitas ali, frascos, aparatos, serpentes translúcidas suspensas transportando líquidos escuros e claros. Mesas apinhadas de papeis. Havia um cheiro de enxofre no ar e uma fornalha num canto, com pinças, martelos.

Sean sentia a roupa recém ganha meio úmida. No lusco fusco, diria que tinha sangue na região do peito, ao redor do rombo na camisa... mas tinha alguma outra coisa também.

Diferente do sonho, seu peito estava ali, no lugar, sem buracos. Mas a pele — num espaço circular do tamanho de um palmo — estava meio rosada, como se Sean tivesse coçado muito ali.

— Pensei que era um dos demônios. Desculpa, menino. — a voz do ciclope miniatura era fina como a de uma criança.

Sean estava deitado no chão de pedra, muito parecido com o chão do corredor onde levitava, instantes atrás. Instantes atrás? Não dava para saber ao certo. Olhando ao redor, Sean viu a porta fechada. Atrás da porta tinha um mecanismo complexo que conectava a maçaneta à um arpão em riste. O arpão, à luz dos archotes, parecia com a ponta molhada de vermelho.

— Mas não se preocupe, reconstrui você... E acho que sei quem você é. Sim — ele apurou o único olho na direção de Sean —, agora que está acordado... sim... sonhei com você! É você que veio enfrentar o guardião, não é?

As coisas iam tão rápido que talvez fosse bom Sean dar um gole mesmo.

***

Bones e Sollrac acordaram e se deram conta que estavam no lombo de alguma montaria peluda e comprida. Estavam com as mãos amarradas atrás do corpo.

Bones se sentia cansado, como alguém que dormiu demais e ainda assim deseja dormir por mais algumas horas.

Sollrac tinha a mesma sensação do sonho de ainda agora, como se a pele tivesse absorvido calor demais muito recentemente. Mas não se sentia necessariamente ruim. Na verdade, se sentia... mais capaz. Seu coração batia forte.

Uma espiada ligeira revelaria que eles estavam sendo escoltados por um grupo de encapuzados. Um exercício de memória revelaria que esse grupo era o mesmo que os emboscaram no vale há... bom, não dava pra saber há quanto tempo. Não se lembravam se era dia quando foram rendidos. Mas agora o céu clareava aos poucos.

E estavam indo na direção de uma cidade esquisita, toda cheia de neblina.

Ninguém percebeu que eles despertaram.

A montaria era uma espécie de hiena tamanho família, e só carregava os dois. Um dos encapuzados puxava o bicho pelas rédeas.

— O dragão vai ser um problema? — um dos encapuzados perguntou. — Estamos sem o Santo agora.

— É só não mexer com o dragão que ele não mexe com a agente — garantiu outra pessoa do bando.

Então pararam. Tinham chegado ao portão da cidade.

— Vocês estão em Carcosa, agora — anunciou uma voz hostil, além do portão. Não era possível ver quem falara.

— Não haja como se não se lembrasse de nós — disse alguém do bando. O que deveria ser o líder. — Trouxemos o tributo, um meio dragão e um ghoul. Agora nos deixe entrar.

Alguém uma vez perguntou qual era a moeda do submundo e a resposta foi que não existia moeda.

As coisas eram feitas na base do escambo...

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Mensagem por Kaede Seg Ago 29, 2016 10:32 am

Outrora em uma luta com ladrões do deserto, onde o chão começou a ceder, depois em uma cela com meus companheiros e um desconhecido dizendo ser um tipo de sonho compartilhado e que ele era a consciência de grupo...

_Foi bem estranho..._ Eu pensei.

Por um lado foi bom ver que todos estavam bem, ao menos não sei se isso foi um delírio meu, ou se foi realidade. Horas atrás até a voz de Melanie conversando comigo eu escutei e...
Balancei a cabeça negativamente e percebi que tinha despertado. Estava com as mãos amarradas e preso junto de Bones e sendo levado em um bicho peludo, que galopava de forma estranha. Devo ter despertado por causa do balaço que ele fazia enquanto galopava...
Não demorou muito e percebi que um grupo de encapuzados estava fazendo escolta. Seriam eles, aqueles caras que atacaram o grupo antes?

_Bah..._ Pensei outra vez, agora decidi ficar quieto por enquanto e somente observar o aonde isso iria dar, mas eu não iria ficar de mãos atadas. De maneira bem delicada tentei manipular minha habilidade de lançar fogo pelas mãos para aquecer e queimar somente a corda e por enquanto deixar os caras da escolta fazerem o jogo deles.
Algum tempo depois, escutei um deles perguntar se o dragão seria problema. Gargalhei mentalmente e mentalmente respondi.

_Idiota! Todo dragão é um problema! _

E só depois lembrei que no inicio da busca pelo tal trianguli, o grupo enfrentou um dragão... e putz, não seria legal topar com um dragão novamente.
Quando percebi já estávamos próximos de um portão e alguém anunciou que estávamos em Carcosa.

_Não haja como se não se lembrasse de nós _ disse alguém do bando. O que deveria ser o líder.

_Trouxemos o tributo, um meio dragão e um ghoul. Agora nos deixe entrar._

_Então era isso? Eu e Bones estávamos para ser tributos para sabe-se lá o que?! Não mesmo! Então eles acham que sou um meio dragão? Se um dragão é um problema, um meio dragão é metade de um problema, e eles terão que enfrentar!_ Pensei novamente, mas não queria prejudicar Bones e nem sabia o que se passava em sua mente.

Caso Bones não tivesse desperto e a manipulação do fogo tivesse queimado as cordas que prendíamos, iria discretamente o cutucar para ver a sua reação, caso contrario iria esperar mais um pouco para ver onde isso iria dar, pois eles falaram em um dragão.
Se Carcosa for território de algum dragão...bem um problema e meio eles iriam ter...

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Mensagem por Hummingbird Seg Ago 29, 2016 10:01 pm

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De repente acordei, cheio de perguntas sem resposta. Diferente das outras vezes, minha cabeça não doeu desta vez, senti só uma sensação engraçada como se aquele vazio antes no meu peito por onde passava vento, estivesse agora preenchido por algo. Senti uma coceira engraçada naquela região, mas eu me contive. Na verdade, simplesmente me distraí voltando a olhar pro lugar em que estava.

— Que? — Indaguei, intrigado. Estava de volta na sala, aquela que parecia ser o tal laboratório onde eu ia entrar.

Ouvi as palavras do anão-vermelho-de-um-olho-só enquanto coçava um pouco a cabeça, esforçando-me para entender o quê diabos estava acontecendo. Meus cabelos ainda estavam ali, mesmo que na falta de alguns, mas estavam ali. Suspirei, deixando um riso aliviado escapar. Lembrança das aventuras ao lado de Cyrus, o dragão.

— Então... Eu me chamo Sean! Coff.. — Senti a garganta seca. Senti sede, tanta sede que eu posso jurar que se não aceitasse aquela bebida oferecida pelo tal anão, eu acabaria morrendo engasgado com a própria sede. Sem hesitar aceitei. O cheiro era forte e o gosto parecia lembrar-me de uma outra vida, aquela vivida com o grande Ho, o amigo Blues, o encrenqueiro Neil e o mascarado Gregar. Havia mais alguém naquela aventura? Não me lembro, mas o gosto era de nostalgia. E depois de beber o suficiente, sorri.

— Obrigado...err...como é mesmo seu nome? — Perguntei, ainda saboreando o frescor na garganta. Meus olhos saltaram por todo ambiente, analisando melhor o local e reparando que sim, aquilo era mesmo um laboratório. Instintivamente procurei pelo tal Silício, não que realmente fosse uma estratégia pensada. Na verdade era mais uma coisa que estava gravada na minha cabeça sabe? Fui dormir pensando nisso e acordei agora, como de surpresa, com isso gravado. E foi ainda nessa procura que avistei o tal arpão com um líquido vermelho na ponta. Senti um arrepio, percorreu meu corpo até o tal buraco que antes havia em meu peito. Minha mão livre deslizou por dentro da roupa, passando por ali como que pra ter certeza do que foi que aconteceu. Concluí então que foi aquilo que me atingiu?

— Se você sabe quem eu sou, sabe que estou aqui atrás do tal Silício não é amiguinho? — Meus olhos voltaram a fitar o anão-vermelho, buscando por contato ocular direto em seu único olho. Eu não tinha motivos pra guardar raiva de qualquer coisa, afinal, se ele me ajudou então não fez por mal naquilo do arpão né? — Preciso dele para ajudar minha mamãe! Eu ficaria muito feliz se você puder me ajudar... assim posso voltar logo para meus amigos. Eles ainda estão perdidos lá fora... — Comentei, divagando num olhar reflexivo como que tentando adivinhar se eles estariam bem?


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Mensagem por Knock Seg Set 05, 2016 7:17 pm

Quando contestei Sean, ele respondeu rindo, essa vadia, Olhei pra ele puto e disse “ Cara, não é brincadeira não... Quando voltar lá, quero uns dentes de dragão! Não despreza a pele não. Pode pegar pra mim que eu aceito”

Depois disso nem sei o que aconteceu, só sei que acordei amarrado... Não entendi o que aconteceu direito... Acho que fora um tipo de sonho... É... Já que eu tinha pensado muito no cara que morreu, em Sean e na vontade de ter o dente de dragão... Hm... Não fizera diferença, eu acho... Só sabia que eu tinha de cortas as cabeças das bruxas (HASUHASUHAs)

Aí acordei, tudo estranho... E meu tutor estava lá, então, vi as coisas dos outros meio chamuscadas e até mesmo as anotações do pintor. Espero que eu tenha decorado tudo... E Jack estava lá... Eu nçao sabia se eu ficava feliz ou puto ou os dois, só sei que o chamei “ Jack, o que djabos está acontecendo por aqui?”

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Mensagem por NR Sérpico Seg Set 05, 2016 8:52 pm

30. Perfeitos estranhos

Jack se virou.

— Calma — ele se aproximou e até mesmo se agachou — Ainda estamos... decidindo. Mas acho que convenço eles a deixar você livre...

Ele deu uma olhada por cima do ombro, para a saída por onde a pessoa que estava com ele poderia retornar a qualquer momento. Depois olhou de volta para Ho.

— Desculpa. Mas já tivemos problemas demais com estranhos. Mesmo eu falando que conheci você, mesmo assim eles preferem manter você amarrado... mas vai dar tudo certo.

Ele parecia meio nervoso. Olhou de novo sobre o ombro. Depois olhou para os pertences do grupo de Ho.

— Vocês não estavam simplesmente cruzando o campo. Vocês estavam vindo exatamente pra cá, não é? Pra Velha Carcosa. O que vocês iam fazer lá? E aquele cara ali — ele apontou para Aurélio. — É da Antessala da Morte, não é? O que vocês estão fazendo com um sujeito desses? Aliás, o que aconteceu com você Ho? Nosso melhor especialista de almas disse que você é uma alma duradoura aguardando julgamento. Não está nem vivo e nem morto, como se isso pudesse fazer algum sentido — E riu um pouco, pra descontrair. Mas suas cicatrizes não deixavam traços de graça em seu semblante. — Que inferno, Ho! Você é um completo mistério para nós, acredite...  

Esse era o momento que Ho deveria decidir se Jack era ou não de confiança. Como ele mesmo disse, conhecera, no passado, Ho, e o mesmo servia para o meio orc, que conhecera, lá longe noutra época, Jack. Hoje, talvez fossem completos desconhecidos um do outro. Perfeitos estranhos.

***

— Eu sou o Dufreine, e eu mesmo inventei o meu nome! — ele realmente pareceu orgulhoso desse feito. — Mas já que está dentro do meu laboratório, pode me chamar de Duf.

Então Sean falou do silício e Duf fez que sim com a cabeça. Sua expressão era de compreensão, como se entendesse totalmente as causas de Sean.

— Acho que ainda tenho algo aqui... — Ele se afastou, pegou uma cadeira e a deixou perto de uma estante, depois pegou um banquinho e pôs sobre a cadeira, depois subiu na cadeira e subiu no banquinho e ficou na altura exata para alcançar a última prateleira da estante. — Deve estar aqui.

Ele começou a fuçar entre vários frascos pequenos, os tirando do caminho para pegar o tal silício, que deveria estar mais atrás. Mas aí ele parou e se voltou para Sean e toda aquela compreensão de antes pareceu ter sumido dele quando disse:

— Mas você não vai enfrentar o guardião? — o olhar dele se perdeu na direção da porta. — As vezes tenho vontade de sair... mas o guardião está lá fora e acabo não saindo... Ele é uma pessoa triste, muito triste... E eu não saio por causa dele. Sei que ele ainda está lá, hm. — Então quando o momento de pensamento alto se foi, ele olhou de novo para Sean, um olhar agudo: — Você não vai enfrentar ele?

O tom era como se não enfrentar o guardião fosse o cúmulo dos absurdos. Duf simplesmente parou de procurar pelo silício pra ouvir a importante resposta que Sean deveria lhe dar, hm.  

***

Sollrac estava raciocinando rápido, os olhos fechados, na maciota. Cutucou Bones, mas não ganhou resposta alguma. Talvez o ghoul ainda estivesse dormindo. Então o meio dragão estava temporariamente só na missão de sobreviver a... ao que iria acontecer à seguir.

Foi cuidadoso na invocação das chamas. Na verdade, focou mais em gerar calor, algo sutil, mas que bastou para enfraquecer a corda sem que isso pudesse ser notado. Quando quisesse, poderia se libertar.

Ao seu redor, as aconteciam.

O bicho hostil do lado de lá do portão retrucou:

— O seu tom é mal. Você não tem autoridade alguma aqui. Mas por cortesia, e em honra do trato, deixarei que viva e caminhe por Carcosa.

O “deixarei que viva” foi curioso: já não estavam todos mortos? Vai ver foi força de expressão.

O portão se abriu num ranger de dobras metálicas. Sollrac pôde até mesmo sentir o cheiro do ferro velho, o odor simplesmente se soltando do portão conforme ele se abria.  

— Sigam até o final da rua — anunciou o porteiro, agora com uma voz menos hostil. — E deixem o tributo nas portas do castelo amarelo. Nenhum mal sucederá a vocês, mas quando a noite chegar, melhor que deixem a cidade...

— Mas foram dois que lhe trouxemos e ainda assim temos só até de noite?! — perguntou um membro dos salteadores, indignado com o prazo que dois tributos foi capaz de comprar.

Outro membro disse, passando por cima da questão:

— Obrigado.

— Sejam bem-vindos — a voz do porteiro pareceu sorrir.

O bando entrou na cidade. Imediatamente Sollrac sentiu uma densidade no ar, como se a atmosfera fosse um tanto quanto parada, como o mormaço das praias de Ruff. O que era bem esquisito pois a luz do dia mal parecia penetrar no local, por causa da neblina. O clima era ameno, meio frio, como dentro de um porão subterrâneo.

O som do portão se fechando veio logo a seguir e Sollrac e Bones continuaram em movimento, pra longe do portão, em linha reta. O grupo não conversou e pareceram apressados. Logo pararam. Uma espiadela revelou a Sollrac que ele estava diante de um castelo cinzento.

— Amarelo, ele disse — falou alguém do bando. Uma mulher.

— Talvez tenha sido, há uns dois mil ciclos atrás — disse o líder. — Vamos.

Alguém com mãos calejadas pegou Sollrac e o deixou no chão, às portas do castelo, que imediatamente se abriu. Sollrac, deitado na pedra fria da calçada, sentiu cheiro de miasma sair de dentro do lugar.

Na sequência, Bones foi deixado ao lado de Sollrac, no chão.

Da escuridão interior do castelo apareceu alguém vestido em roupas amarelas desbotadas. Sollrac conseguiu apenas espiar isso, as roupas, longas, como se fosse um vestido comprido. O homem, ou mulher, ou seja lá o que era, não disse palavra nenhuma, mas o grupo de bandoleiros se retirou como se tivessem recebido algum aceno de cabeça ou sinal de mão.

Então: passos. Aquele que vestia amarelo deu passos, parando ao lado de Sollrac. Provavelmente o próximo movimento da pessoa seria recolher o meio dragão do chão.
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[Comum] Considere-se morto - Página 4 Empty Re: [Comum] Considere-se morto

Mensagem por Hummingbird Qua Set 07, 2016 8:28 pm

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Dufreine era seu nome, apesar de preferir ser chamado somente por...

— Duf. — Murmurei, catatônico. Meus olhos divagaram na imensidão. Eu pensava; não me lembro de ter conhecido alguém com esse nome em toda minha vida.

Pisquei algumas vezes, recobrando consciência. Me dei conta de que lá estava o amiguinho vermelho em cima de um banquinho meio bambo, apoiado em cima duma cadeira. Lá de cima ele mexeu em alguns frascos, coisa que me deixou bastante aliviado. Já pensou se ele fosse uma pessoa ruim? Digo, depois de tudo que passei, chegar até aqui e ainda ter de convencê-lo a me ajudar? Ufa!

Mas então ele falou de novo sobre o tal Guardião. Confesso que até então eu pensava que isso era só uma expressão, eu não entendi direito quando ouvi a primeira vez. Demorei pra perceber que, sim, se tratava de uma figura real. Num primeiro momento pensei nas grandes aranhas lá fora. Elas não tinham muita cara de guardião, não sei, pra mim elas parecem mais umas bestas selvagens com fome e com medo da luz. Então eu descarto a possibilidade; elas não eram o guardião.

— Poxa! Se ele é uma pessoa triste, talvez tudo que ele precise é de um pouco de companhia! — Aleguei cheio de mim. Um largo sorriso, característico, voltou a brilhar em meu rosto. Tentei me levantar e então caminharia pelo laboratório, tomando todo cuidado pra não esbarrar em nada nem ativar nenhuma outra armadilha. Eu não queria correr o risco de ser surpreendido de novo, então pra todo caso, iria bem devagar.

— Vamos, vamos! Assim como você passa muito tempo sozinho aqui, o tal Guardião passa muito tempo sozinho lá fora! Por que não fazemos as pazes? — Indaguei, como se realmente aquilo fosse muito simples.

E não é?

As pessoas ficam mais tristes quando estão sozinhas. Com alguém pra dividir fica mais fácil, eles podem até brincar juntos pra melhorar, eu não sei. Eu só não gosto de ver as pessoas tristes por estarem sozinhas, porque eu sei bem como é se sentir assim.

— Eu também ficaria triste se tivesse de viver com aquelas aranhas malvadas lá fora. Talvez ele só precise de ajuda... — Murmurei, propondo-me a ajudar.

Enfrentar o guardião não, confrontá-lo apenas. Talvez ele não precise ser derrotado, apenas precise de companhia. Para todos os casos, eu estava me propondo sim a ir, desde que o amigo Duf me dissesse por onde e me respondesse minhas perguntas, é claro. E em seguida, se não restasse mais nada de muito importante, eu me disponibilizaria para ir até o tal Guardião.


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Mensagem por Knock Sex Set 09, 2016 10:30 am

Perante a minha indagação, Jack prontamente fora tentar me acalmar. O que achei estranho... Quando vivo, ele certamente me repreenderia por ter falado daquela maneira. Olhei tudo ao redor, os pertences, os mapas, o desespero e agitação dele que eram mais evidentes que os que ele dizia que eu estava sentindo.

Foi difícil pra mim... Para eu olhar na cara dele e ver aquele olhar vazio por cima de mim e por cima do ombro dele. Ele não me via, entende?! E aos poucos eu ouvia um tambor batendo dentro de mim... Ele tocava chamando alguém que eu escondia; um lado meu que eu pouco mostrava, mesmo estando sempre presente: Ira.

Pensar “Jack, o que fizeram contigo?” era o que eu fazia e cada vez que eu repetia, mais o tambor tocava. Levei a mão direita à face, fingindo tirar remela dos olhos, mas a verdade é que eu queria segurar as lágrimas que poderiam aflorar com aquele vulcão ainda não adormecido em mim e respondi, sem mostrar uma mentira, como se tivesse saído de uma ressaca por causa do golpe antes recebido:
--Jack, só sirvo para carregar peso. O que fazíamos andando por aqui eu não sei... Mas acho que não era importante. Tanto faz. Não tem nada de bonito por aqui. Nem entendi o que disse sobre esse lance de vivo ou morto. Só sei que se tô aqui é porque vivo não tô.

Aproveitando o fato da decadência dele, aproveitaria para usar desse artifício de parecer tolo como se eu também tivesse decaído durante a miha vida, “carregar peso”; “tanto faz”; “tô”; “lance”, essas eram as palavras chave para induzi-los a pensar que eu estava falando a verdade. Já que Jack provavelmente não tinha noção do tempo que tinha se passado na terra por causa da confusão que era o submundo... É... acho que só isso bastaria. E complementei apontando a Aurélio:
--Eu só queria andar com esse cara porque ele é legal e eu não queria que ele se machucasse também.

Na minha opinião, com esse complemento, acho que outras versões de que eu poderia estar mentindo, estavam seladas... hm... é... sabe, eu não estava mentindo por completo... acho que tinha até muita verdade. O sentimento que eu sentia era capaz de tapar essas brechas de mentiras... sim. Sim, Jack era só um fantasma. Aquele era o adeus mais difícil, por mais que eu o continuasse vendo ali e talvez andasse como preso do grupo, ao lado dele. Minh’alma não o reconhecia mais.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Set 14, 2016 10:25 pm

31. Gente triste

Sean caminhou um pouco, as pernas funcionando normalmente. Lá do alto, Duf fez que não:

— Ele não é muito bom com companhias... Elas todas morrem ou ficam tristes. E aí ele fica mais triste... Não — E fez que não de novo. — Fazer as pazes é muito complicado! Alguém precisa ir enfrentar ele, isso sim! Acho que é o único jeito dele parar de ser triste.

Ou triste tinha um outro significado para Duf, ou o vinho estava fazendo efeito e na verdade Sean não escutava direito. Mas como o menino caminhava numa boa, talvez o vinho não estivesse tapando seus ouvidos. Duf tornou a mexer em meio os frascos, falando:

— Eu posso mostrar onde ele fica e você vai ver com os próprios olhos. Mas você tem que ser esperto: ele tem uma espada grande. O Domador de Cães, por exemplo, não foi esperto quando veio aqui embaixo. E o Rei de Amarelo também. Saíram daqui tristes.

Daí Duf saltou lá de cima. Na sua mão vermelha havia um frasco transparente com pedrinhas pequenas escuras do lado de dentro, como se fosse um punhado de sal grosso.

Sean viu de relance alguns papeis, um deles com um desenho exatamente igual ao da maquete que Lyra havia lhe mostrado. Em meio os papeis, viu uma bússola exótica, belamente manufaturada em prata, que não apontava para o norte: seu ponteiro rebelde ficava dançando entre o norte e o oeste.

— Então vamos fazer assim — disse Duf, sem entregar o silício. — Te levo lá, você conversa com ele, vê se ele aceita ir embora... aí te dou isso aqui — e chacoalhou o frasco com o ingrediente final para a ressurreição de Lyra. Ele fuçou numa caixa embaixo da mesa e pegou um lampião. Tinha um recipiente no lampião com uma terra preta, e Duf, depois de guardar o silício num bolso da calça,  pegou duas pedrinhas, riscou elas, gerou faísca, e a terra acendeu. A pequena explosão iluminou a sala e no fim o lampião estava pegando firme. — Vamos?

Daí ele foi até a porta, que abriu com cuidado. Olhou para Sean, esperando que ele passasse primeiro, pra depois ele sair e fechar a porta de seu projeto de laboratório.

No chão à frente da porta, do lado de fora, estava o lampião que Sean esteve usando antes de... desmaiar. Ele estava apenas apagado, caído, com o vidro trincado e com o recipiente onde ficava o óleo provavelmente quebrando.

No corredor houve o som de patas se afastando rapidamente.

***

Jack observou Ho, talvez pela primeira vez inteiramente focado no que acontecia dentro da caverna.

— Carregar peso? — o rosto dele se contraiu um pouco, decepcionado. Mas ele não insistiu. Fez foi suspirar. A mentira deu certo. Não havia traços de dúvida em Jack. — O que foi que aconteceu com a gente, hm? — Pareceu mais um pensamento alto do que uma pergunta.

O espírito daquele homem estava fraco e distraído — e talvez por isso ele nem foi capaz de reagir a Vax, que surgiu logo acima dele. Deu início a peleja, Jack por baixo, desvantagem acentuada. Vax aplicava golpes rápidos e sua ideia para finalizar foi agarrar a garganta de Jack, já com o rosto em sangue e agora sufocando, sufocando... até que as mãos de Jack subiram, encontraram os olhos de Vax e os dedos apertaram. Os dois gritavam.  

Ho estava com as mãos fortemente amarradas às costas, enquanto a luta acontecia logo ao seu lado.

E lá fora: explosão. Um golpe sonoro, seco, fez a caverna tremer e poeira levantar, agitada.

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Mensagem por Knock Qui Set 15, 2016 9:55 am

Não pense que mentir para alguém muito considerado por mim; que fora, por muitas vezes, o motivo de eu não ter desistido dos treinos e não ter esmorecido perante a exclusão social dos humanos e dos orcs puros. Desde o dia que meus passos seguiram diferentes dos do meu antigo tutor, nada fora fácil. Então não pense que fora fácil mentir ali, mas eu tinha de fazer.

A mentira dera certo e um pensamento alto saiu da boca de Jack, mas poderia ser algo como tentativa para saber se eu mentia, então respondi com uma cara de bobo, como se não houvesse entendido, como se “carregar peso” fosse o natural caminho por onde eu seguiria.

De repente Vax surgiu lutando contra Jack... Lutando... Nunca pensei que ele faria isso, visto que mesmo no pedágio da história, ele se afastou, então eu tinha duas teorias, a primeira que ele estava ali de corpo real e também por isso demorara e realmente estava ali para ajudar, mas a segunda que martelava na minha cabeça, como se fosse possível, era a de que algum espiritualista do grupo estava na minha cabeça sondando meus pensamentos a fim de fazer com que em alguma situação, eu mostrasse as respostas...

Eu poderia tentar me transformar em fogo e me desvenciliar daquilo que me prendia... Porquê Vax estava logo aqui? Por causa de Aurélio?! Na minha cabeça, a segunda teoria fazia mais sentindo, mesmo que eu sentisse e visse e ouvisse tudo ao meu redor como se fossem reais, então agi como retrato fiel das minhas palavras.

Era difícil me conter, mas pelo menos aquela explosão de sentimentos era útil para me fazer agir e, em alguns momentos até acreditar naquilo que eu falava, mesmo porque fora uma dualidade muito presente nos meus dias enquanto vivo.

Então quando eles começaram a lutar e Jack estranhamente estava perdendo, enfiou os dedos nos olhos de Vax, fechei os olhos e gritei como criança quando vê o pai e a mãe brigarem (não que eles fossem ok?! Ehueh), mais uma encenação que eu continuaria a fazer até que eu sentisse que seria seguro eu sair das sombras.

Quando ouvi o barulho, uma voz soou na minha cabeça, mas não foi ninguém além da minha imaginação, dizendo: Dragão.

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Mensagem por Hummingbird Dom Set 18, 2016 3:15 pm

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— O Rei de Amarelo? — Por que isso me soa estranhamente familiar? E a palavra ficou nos meus lábios por mais algum tempo, como se repetindo eu fosse capaz de lembrar o motivo da estranha nostalgia. Mas não lembrei, então acabei me entregando; deixei pra lá.

Duf então disse que me levaria lá. Eu não retruquei nem hesitei. Apenas segui no caminho indicado, bom, pelo menos até chegar na porta. Lá, encontramos o tal lampião que eu trazia antes, agora quebrado e sem utilidade. O som das aranhas malvadas se distanciando na escuridão também chamou minha atenção.

Engoli a seco.

— Err...será que não podemos descansar um pouco antes de ir? Estou exausto, tudo que fiz pra chegar aqui me deixou sem energias, não sei se vou conseguir enfrentar o guardião assim... — Falei, olhando para as minhas mãos como se sentisse falta de algo. Depois olhando para Duf, tentando convencê-lo.

— Ou você tem algo aí que pode me ajudar? Eu só preciso de um pouquinho de energia, senão não posso usar meus poderes, amiguinho. — Expliquei, fitando-o com inocência.

Depois era esperar pra ver a reação dele né. Em caso de não for possível um descanso ou mesmo alguma coisa pra me ajudar, eu seguiria até o guardião. Não deixaria um amigo na mão, ainda mais sendo ele Duf, que me salvou momentos atrás.

Ps: A exp que foi dada uns dois posts atrás, já podemos adicionar ou não?

Obs:

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Mensagem por NR Sérpico Sex Set 23, 2016 12:18 am

32. Viagem na ponta do...?

— Descansar? — Duf ficou pensativo. — Tá.

A concordância minou sua empolgação. Ele fechou a porta novamente e mexeu em alguns gatilhos no estranho mecanismo atrás dela. Deixou o lampião sobre a mesa. E, sem nenhum motivo aparente, preferiu não ficar com o silício no bolso, deixando o vidrinho de volta na estante, agora num setor mais baixo, ao seu alcance.  

— Talvez eu tenha algo que possa te fazer... sabe, se sentir melhor. Deixa eu ver...

Ele saiu olhando pelas estantes.

Então tudo tremeu, o laboratório todo. Frascos tilintaram, bamboleando. Só não caíram pois o temor foi breve. Um reflexo. Veio do mundo acima, longe. Depois, apenas silêncio.

Duf piscava o olho, intrigado o bastante para esquecer de procurar alguma coisa que pudesse ajudar Sean. Agora parecia procurar outra coisa, nas caixas embaixo da mesa. De repente parou tudo e lá de baixo encarou Sean.

— Tem mais gente com você? — E tornou a procurar. Falou sozinho: — Acho que hoje funciona, será?

De uma caixa, desenterrou um tabuleiro redondo. No centro do tabuleiro, havia um cone aparentemente preso, com rodinhas, de modo que o cone poderia desfilar pelo tabuleiro. Aquilo parecia um brinquedo que não deu certo.

Duf o pôs no chão. Estralou os dedos e ficou parado, como se agora já não dependesse dele...

Não aconteceu nada. A boca de Dufraine dobrou pra baixo.

— Vou achar alguma coisa pra você — disse, se lembrando da busca anterior. Se voltou para estante, chateado.

O tabuleiro brilhou.

— Essa coisa funciona só quando quer — disse Duf, rabugento, se referindo ao tabuleiro. — É com ele que eu costumava ver o mundo lá fora.

O brilho do tabuleiro se resumiu no cone, então no interior do cone. A luz subia como um farol, uma marca redonda e brilhante estampada no teto.

— Sempre quando acontecia alguma coisa lá em cima, eu espiava. Via tudinho. Era legal.

O brilho diminuiu, se ajustou.

— Eu acho que era de alguém importante, da cidade. — Duf ainda procurava coisas, sem perceber a ação do tabuleiro. — Deveria servir para ver a cidade como um todo. É. Acho que era para isso. Deveria ser bom pra achar gente triste, correndo pelas ruas.

Se Sean espiasse, descobriria que aquele cone no tabuleiro tinha a função de luneta — o que era muito maluco de se considerar: a vista que tinha no fim do cone era do alto, bem alto, como se olhasse do céu. E lá de cima ele via a cidade e a neblina sobre a cidade. Se tentasse mover o cone com rodinhas, o deslocando pelo tabuleiro, acabaria vendo os cantos da cidade, e um pouco além dela. Parecia estar amanhecendo.

— Acho que algo estimula. Aí ela liga, sozinha. Sei lá. — Duf subiu na cadeira, no banquinho sob a cadeira. Garantiu: — Se não estiver aqui, é porque acabou.

E caso Sean movesse o cone/luneta, pelo tabuleiro/cenário-lá-fora, veria fumaça, fogo, pra fora da cidade, não muito longe. E caso apurasse a vista naquela direção, a engenhoca entenderia que ele queria ver mais de perto, de modo que a imagem faria um voo rasante, concedendo visão precisa e aí ele veria o rosto dela.

Os cabelos curtos eram os mesmos, mas dessa vez não usava um vestido branco, mas sim um macacão laranja, bolso no peito esquerdo, bolsos nos lados da calça, sapatos de pano. Sean não lembrava bem a cor dos olhos, nem conseguia discernir naquela fumaça. E talvez, muito talvez, Sean tenha identificado uma cicatriz no pescoço, bem onde a lâmina de Chagas passou, decapitando ela num momento tolo de hesitação, enquanto encarava Sean...

***

Então Ho gritou. Desconfiado de tudo, permaneceu no personagem. Seu grito serviu pra alguma coisa, mas talvez a explosão tenha sido a verdadeira arma pra separar aqueles dois.

Jack jogou Vax de lado. Vax caiu, cambaleou, levantando, os olhos fechados, vazados, sangue em seu rosto. Jack não se preocupava com o estranho, nem com Ho ou Aurélio. Seu rosto estava voltado para fora da caverna, para a explosão. Ele se arrastou pra lá, até se levantar e começar a correr naquela direção, fumaça e fogo, mais ou menos onde alguém tinha ido, quando Ho despertava, instantes atrás.

Não havia sinal de asas batendo, como naquela noite, noutra caverna.

Vax, que da última vez se espatifou no chão numa queda horrível, agora regenerado, perguntou para Ho:

— O que eles fizeram com os outros?

O grupo estava quebrado, e Vax estava ali para lembrar que o tempo não espera, corre. Ele tateou até Ho e cortou as cordas com as unhas.

— Vamos, Ho. De pé. — Ele abriu um dos olhos. — Isso é uma corrida! As peças no tabuleiro... é tudo uma maldita corrida. Sua vida está em jogo aqui! Quanto mais rápido conseguir, mais cedo volta pra casa!

Ele estava exaltado, obviamente. Caminhou até Aurélio, checando o arquivista.

Enquanto isso, lá fora, Jack tinha parado a caminhada. Em meio o fogo naquela terra árida, havia uma mulher. Eles estavam próximos.

Amanhecia lentamente.

Vax bradou:

— A gente vai entrar! Nós três. E vamos pegar o Triagulli.

Vax desamarrou Aurélio e o jogou sobre um ombro. Então começou a sair da caverna, e dali rumaria a passos largos e duros até os portões da Velha Carcosa.

Spoiler:


Última edição por NR Sérpico em Dom Out 02, 2016 1:15 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Hummingbird Dom Set 25, 2016 12:37 am

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Duf aceitou minha proposta e então ficou decidido; vamos descansar. Não sem antes, é claro, rearmar aquela engenhoca que tinha atrás da porta. Provavelmente foi a mesma engenhoca que me acertou quando abri a porta, mas eu ainda estou um pouco confuso quanto a isso, então preferi não me aprofundar nos detalhes, só achei...curioso.

De repente, brilhou.

— Aqui em baixo estou sozinho. Mamãe estava comigo, mas eu acho que ela está em outro lugar agora, eu senti isso quando passei pela porta do porão. A mesma sensação engraçada de quando saímos da floresta, sabe, eu e meu grupo, horas atrás. — Comentei conforme ia inclinando a cabeça meio de lado e observava o tal objeto que mais parecia um brinquedo, começando a se ativar aparentemente sozinho e brilhando. Curioso, ele parecia mostrar uma espécie de réplica da cidade — aqui é uma cidade? — e suas extremidades. Duf pareceu não perceber, estava muito empenhado em sua busca por algum elixir da vida ou poção misteriosa que certamente me faria sentir melhor. Tipo aquela bebida que entreguei ao senhor Mic, anos luz atrás.

Pensei em chamar sua atenção, mas, interrompê-lo ali parecia impossível. Ele falava sem parar como um gatilho ativado. Também não é pra menos, ele vive aqui sozinho há tanto tempo, deve ser chato falar sozinho né?

Meu braço direito, que ergueu-se em falso para chamar atenção do amigo vermelho agora baixava involuntariamente enquanto eu reparava de canto de olho que o tal cone em cima do brinquedo lá mostrava alguma coisa peculiar. Deixei-me levar pela curiosidade, me aproximei, espiei...

— AAAA! — Um grito. — É a Dona Bruxa! — Aleguei, olhando ao redor assustado. Então foi ela a responsável pelos tremores? Olha, eu realmente espero que não seja. Tenho certeza de que ela não ficou nada feliz com o presente que eu, Gregar e o Tio Chagas demos pra ela. Da pra ver, olha lá, perdeu todo o charme que tinha! A cicatriz no pescoço ficou muito evidente. Será que adianta pedir desculpa? Olhei para Duf como que esperando resposta e só então percebi que não havia falado nada, só pensado.

— Nós matamos essa moça! Aquela ali que apareceu na imagem! — Apontava, empolgado. Levantei-me num súbito, tentando me aproximar de Duf e chamar por sua atenção; que esqueça o tal do elixir! — Se ela souber que estou aqui, você vai ficar em perigo, amigo Duf. — Expliquei, pensativo. — A menos que...ESPERA AÍ! — De repente, cheio de mim, estufei o peito como que tendo uma ideia.

— O tal do Guardião tem alguma preferência ou uma bruxinha poderia ser uma boa companhia pra ele? — A ideia me parecia boa. Assim resolvemos dois problemas de uma vez só! Realmente a mocinha da floresta tinha razão, quando fazemos as contas certas tudo parece ficar tão mais fácil?

— Vamos, vamos! Não podemos mais esperar, eu tenho certeza de que ela está atrás de mim! Vamos até o guardião e assim eles vão acabar se encontrando mais hora menos hora! — Puxaria Duf pela mão, tentando apressá-lo. Sem esquecer é claro do tal Silício e do Lampião.

Spoiler:



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Mensagem por NR Sérpico Dom Out 02, 2016 2:22 pm

33. Passos

Duf parou de procurar, talvez tenha encontrado. Depois se virou assustado. Sean não devia gritar assim, do nada. As pessoas morrem do coração por causa dessas coisas. Mas Duf parecia tudo menos prestes a morrer de susto. Seu olho ficou tão aberto que ameaçava cair da cara. Ele saltou do banquinho na cadeira e veio ver o tabuleiro esquisito. Massageava as mãos como se tivesse dores nas articulações dos dedos, pura euforia contida.

— Deixa eu ver! — e meteu a cara no cone, observando a tal Dona Bruxa. — Nossa! Tem gente lá fora! De verdade! — De repente desviou ao escutar que ficaria em perigo, olhou para Sean, perguntas prontas atrás dos dentes, mas Sean falou do guardião e aí Duf levantou num salto — Será? Será que ela vai querer vim enfrentar ele? — Olhou de novo no cone. — Acho que ela vai ficar triste...

Mas Sean, com aquela empolgação, o convenceu e Duf, antes de apanhar as coisas, passou um vidrinho com um líquido roxo para o colega.

— Acho que é o único que eu tenho, vai te deixar como que descansado, mas tem um problema — Ele olhou sério para Sean. — Depois de um tempo, dá sono.

Aí tornou a apanhar o silício, meteu no bolso, pegou o lampião e desarmou a armadilha, abriu a porta e foi lado a lado com Sean depois de fechá-la. Em determinada parte do corredor cercado de totens, professor Dufreine assumiu a frente e ensinou, com o dedo em riste:

— Não sei como chegou até a porta, sabe, quando veio até aqui... mas é importante que pise exatamente onde eu pisar, certo?

Ele saiu andando, um pouco devagar, mas com segurança. Sean pisou onde ele pisava e os dois deixaram o corredor tranquilamente.

Por aí, aranhas caminhavam no teto, se afastando da luz do lampião.

Então Duf foi para o norte e Sean também, os passos ecoando. O fedor se fez presente, nenhuma corrente de ar pra limpar o ambiente. Duf nem se quer entortou o nariz. Passaram pelo corredor de onde Sean veio, seguindo mais para o norte. Patas atrás — ou do lado? Dobraram a primeira a direita, uma câmara de paredes roídas, soltando pedaços, vários deles no chão. Depois, três vias: oeste, norte, nordeste — Duf foi para direita, nordeste. E aí Sean sentiu alguma coisa, comichão no peito onde foi ferido, algum efeito colateral de leve.

Não, calma. Não era só a comichão. Sentia como se estivesse sendo... observado? Não, quase, mais ou menos. Sentia uma presença, mas era difícil de decidir se era algo bom ou ruim. Sua intuição parecia mais instiga-lo a continuar do que alertá-lo da natureza da coisa oculta na cena, em algum lugar ali...

— Perto — disse Duf. — Estamos perto agora. Ele fica numa salinha pequena.

Dobraram a esquina, deram com uma porta.

Eu não estava lá e você já sabe disso. Não quero ser repetitivo, desculpa, mas é necessário reiterar: não era para ele fazer isso sozinho. Não era.

A porta, pedra bruta que simplesmente não tinha trinca alguma, abriu. Abriu, assim, só ao chegar perto. Rolou para o lado. E de dentro veio algo próximo de uma corrente de ar, bateu neles como um beijo quente.

Nessa antessala o mais interessante não era o teto — vazado, um túnel para o alto que dobrava para um lado em determinada altura, com trechos reflexivos, espelhos mesmo, colados na pedra escavada —, não era a lareira de fogo azul da qual vinha alguma luz — mas não a principal do ambiente — , não era o cheiro de ferro nem mesmo o chão branco e liso, como se fosse um lago congelado, não era também o trono onde o homem estava sentado com sua espada no colo, olhos fechados, meio que dormindo, talvez uma estátua.

O mais interessante era o altar, antes do trono, no centro da sala, de onde flutuava um pedaço grande de ouro, meio triangular, emitindo luz pulsante, brilhando, chamando por Sean, chamando desde que chegou na cidade, chamando...

E o homem abre os olhos. Da entrada, é difícil ver como ele é, exatamente. A luz do Triangulli meio que ofusca tudo o mais. Mas os olhos, sim, Sean conseguiu ver que os olhos abriram. E a boca também:

— Eu vejo que animal você é e você é um corvo. — A voz era séria, grave, mas ele falava baixo. Encarava Sean. — Veio me enfrentar, corvo? Quer o ouro que guardo? Se sim, dê um passo à frente. Se não, dê dois passos para trás.

Duf estava ali, mas parecia que não estar, de tão quieto e paralisado.

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Mensagem por Hummingbird Dom Out 02, 2016 8:32 pm

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Eu realmente gostei do amigo Dufreine. Não sei dizer qual a idade dele, se ele é mais velho ou mais novo que eu, ou sequer sei o que ele é. O que sei é que eu gostei mesmo dele, sempre cheio de palavras, sempre pronto pra falar, eu gosto disso. Ele tem um entusiasmo que me deixa alegre!

Vimos a Dona Bruxa através do brinquedo e ela não parecia nada contente caminhando lá na superfície. Duf, sempre cheio de perguntas, hesitou sobre o meu palpite mas no fim acabou aceitando. Deixamos a sala e eu ganhei um vidrinho com um líquido roxo e um alerta; depois de um tempo pode ser que ele me dê sono. Bom, na atual situação, eu não tinha muita escolha, sabe? Eu estava indo de frente para o guardião, sabe-se-lá que tipo de pessoa ele é, se vou precisar me defender ou não. Enfim. Eu tomei o líquido.

Depois saímos.

— A-há! Eu sabia! Sabia! — Aleguei, ainda durante o percurso. — Eu sabia que aquele corredor era cheio de armadilhas, tava na cara! — Vangloriava-me de minha descoberta, depois de passarmos pelo corredor e Dufreine explicar que, um passo em falso e alguma coisa de ruim podia acontecer. Eu senti isso, aquela hora quando cheguei aqui. Quando foi mesmo?

O fato é que logo passamos. Depois veio uma infinidade de corredores, caminhos, aranhas malvadas pra todo o lado e um silêncio constrangedor que vez ou outra era cortado pelo amigo Duf e suas exclamações a respeito de estarmos perto, perto, sempre perto, nunca perto o suficiente. Me distraí por um momento. Não sei dizer com exatidão quando foi, mas... quando numa dessas esquinas entre um corredor e outro, senti como se não estivesse sozinho. Foi esquisito, vinha do meu peito. E eu confesso, isso me deixou um pouco triste. Calma, calma! Não é triste do jeito que o amigo Duf diz, se é que realmente eu entendo que tipo de tristeza ele fala. No caso, eu fiquei assustado. Estava tão acostumado com uma segunda presença em mim quando estava vivo, que, agora, essa sensação me trouxe nostalgia e também saudades. Ah, como eu sentia sua falta, e eu arrisco dizer mais até do que de minha mãe ou de meu pai.

— Eu sinto falta da gente... — Murmurei no caminho.

Em seguida, esbarrei em Dufreine, alarmado. Parece que finalmente chegamos, então logo chacoalhei a cabeça e deixei esse pensamento de lado. A tal porta se abriu sozinha como se fosse um convite explícito para entrar. Olhei ao redor, o salão não era muito grande ou talvez fosse só minha impressão por estar um pouco escuro demais. Tinha uma luz estranha lá no meio, era uma fogueira? Não sei dizer, afinal, o que mais me chamou atenção além disso foram os olhos daquele que parecia ser um homem, sentado, ali mais pro fundo. Ele me encarou de uma forma esquisita, mesmo distante eu sabia; ele estava vendo alguma coisa muito além.

Duf ficou quieto.

O homem falou. Chamou-me por Corvo, e aquilo me desarmou de imediato sem necessidade de qualquer arma. Ele me pegou de surpresa, eu não soube ao certo como reagir, mas ele permaneceu aguardando por uma resposta minha. Engoli a seco, pensativo. Minhas mãos, inquietas, buscaram conforto uma na outra dedilhando-a. Pensei, pensei... e nada da Dona Bruxa até então. Será que ela vai demorar? Desse jeito a conta não vai dar certo! Espera aí...

— Quero propor sim um desafio... — Dono de um olhar intrigante e um sorriso cheio de mim, fitei-o nos olhos. — Um desafio de Adivinhação! — Minha resposta não foi sim, nem não, logo nem um passo para trás nem para frente. — Um por vez! E o amigo Duf pode me ajudar, porque eu sou criança. Quem errar primeiro, perde o ouro para o outro. Aceita meus termos? — Completei, colocando as cartas na mesa.

Nunca foi especificado que eu deveria efetivamente entrar em combate com o tal Guardião, mas que deveria confrontá-lo. Ali estava o meu desafio então. Para caso do Guardião aceitar os meus termos, ele tinha o direito de começar propondo uma adivinhação pra mim. Um jogo do "o que é o que é". E se eu ganhar eu vou agradecer muito àquela menina bonitinha da Floresta, ela me ensinou muita coisa pra um único encontro!

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Mensagem por Knock Sáb Out 08, 2016 9:28 pm

Houve grande barulho, mas não bater de asas... era algo diferente. Os dois se separaram no chão e depois do grito teatral, eu soube finalmente que não se tratava de uma ilusão ou algo do tipo... Sim... eu viajo nessas ondas de magia... Para ver como levo a sério esse lance de missões... às vezes viajo demais.

Vaz veio até mim no intuito de me animar a seguir para o local onde a missão enfim teria seu objetivo mais próximo... eu ri por dentro mesmo fazendo cara de bobão, pois a ideia de que eu tinha construído uma alegoria que conseguia enganar alguém com uma aura daquelas foi... espetacular. Mas lógico que tinha o momento, a briga anterior dele... tudo poderia ter diminuido a concentração dele... Só estou citando isso porque realmente fora importante para mim... divertido.

Então me levantei após vaz ter cortado as cordas com as unhas e disse “Yeah”; ele disse para eu correr, procurei rápido o mapa e o colar com o apito, então corri dando de costas àquele que eu não recohecia mais... grande pesar, mas eu não tinha tempo para esperar... falando em tempo... eu achava que faltava muito pouco... vários fenômenos acontecendo me fieram perder a noção de tempo... que eu estava construindo pelo menos... Aurélio estava seguro, então corri dando um salto e me transformando em um grande felino que me fizesse ficar mais rápido. Se Vax aproveitasse e fosse de carona, eu não me incomodaria.

Pulando, vi surgir uma mulher com roupas alaranjadas... Vaz gritou algo que não ouvi. Só cumpri a missão. Corri. Vi a mulher que tinha um ar de feiticeira e pensei em soar o apito, mas só corri. Se desse algo errado dessa vez eu o sompraria. Corri à direção apontada como Vax disse: Como se a minha vida dependesse disso. E de fato dependia. A minha e a de Aurélio e a do grupo inteiro que estava sumido.

Off: Gm, perdão o atraso~

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Mensagem por NR Sérpico Dom Out 16, 2016 2:26 pm

34. Que caia naturalmente

— Não, Sean. Você não vai conseguir — esse era Dufraine, cutucando Sean e sussurrando. E, veja bem, não se incluindo no desafio. — Ele vai te vencer. Desse jeito, ele vai te vencer. Talvez... talvez você fique triste.

Antes disso, Sean emborcou a poção. O líquido caiu no estômago e subiu para a cabeça numa onda congelante interna. Ele até trincou os dentes esperando a tontura que não veio. Ao invés disso, parecia até enxergar melhor, mesmo na penumbra do lampião de Duf. E era como se conseguisse escutar exatamente as passadas das 8 aranhas pelo complexo de túneis. Talvez até fosse capaz de apontar a direção delas, mesmo os sons ecoando em confusão pelos túneis. Os cheiros ruins, agora soube, eram fezes, mas nenhuma humana. Havia também o cheiro de carne em decomposição. Mas o mais forte, e era estranho não ter sentindo isso antes, captando no ar apenas após tomar a poção, era o cheiro de ferro, era como se em algum lugar tivessem catado uma enorme espada e a transformado numa fumaça se espalhando pelo local de forma contínua.

Esse lugar, descobriu, era a câmara do guardião. E o cheiro de ferro emanava da coisa dourada no altar, o ouro bruto triangular.

Fora essas coisas, Sean se sentia novo. A última coisa que imaginava era um efeito colateral de sono: simplesmente sentia que nunca mais dormiria, tamanha a disposição pulsando no seu sangue.

E isso talvez fosse bom para o raciocínio também. Vamos ver.

O sujeito, ainda sentado, terminou de escutar a proposta de Sean de forma impassível, como um mestre veterano já esperando a jogada do aluno novato, que na cena seria Sean. Falou:

— E se não sair vencedor desse desafio, se ambos errarmos ou acertarmos, será minha vez de propor um desafio.

E então entrou no jogo de uma vez:

— Fui falar com a bruxa, pois preciso de um feitiço dela. Ela exigiu como pagamento uma porção de água que caia naturalmente. Não chove há dias, e nem aprece que irá chover nos próximos. Então, o que faço para pegar água que caia naturalmente? Responda, corvo.

***

Vax aproveitou a carona. A imagem de Jack e da mulher foi diminuindo ao longe conforme eles se aproximavam da cidade enterrada em neblina. Ho não olhou mais para trás, foco na corrida. A imagem do portão fechado da cidade foi crescendo e crescendo e Vax disse:

— Apenas continue correndo.

A imagem de uma coisa surgiu no portão. Uma sombra de alguém alto.

— Vocês devem parar — alertou o sinistro porteiro num gutural fantasmagórico.

— Apenas continue correndo — reiterou Vax.

Ho continuou e de repente já não estava correndo em pedra bruta e do lado de fora da cidade, mas sim sobre um calçamento bem pavimentado e úmido como se tivesse garoado recentemente. Neblina por todo lado. O portão ficou para trás. Tinham teleportado para dentro.

Vax disse:

— Precisamos achar uma fortaleza grande, qualquer uma. Todas elas foram construídas acima de entradas para o subterrâneo. Por ali.

Ele apontou um caminho, Ho dobrou a esquerda, correndo por ruas antigas. Havia vários prédios e casas aparentemente vazias, abandonadas ao frio. Este frio, aliás, não chegava a ser algo ruim, era apenas um detalhe, uma atmosfera diferente de todo o restante do submundo, que, até o momento, tivera um clima ameno, seco.

O ar não circulava naquela cidade. Quando Ho soltava a respiração, subia uma nuvem de vapor. E tinha a neblina.

Aquela neblina fazia os ossos de Ho doerem um pouco. Como daquela vez... na floresta, atrás de um bando de orcs que roubaram a herança do velho Targo.

E daquela vez, se Ho puxasse pela memória, lembraria daqueles... cães.

Instantâneo, em paralelo com as memórias: um rosnado estendido ao longe. Um uivo, na sequência. A audição de Ho captou patas estalando contra o calçamento de ruas próximas. Estavam ali também, no submundo. E se fossem os mesmos, então estavam atrás de desforra, rastreando o cheiro daquele meio orc que, com uma cimitarra de golpes de luz, os trucidou facilmente.

Cinco deles, tinham o tamanho de garranos. Apareceram no caminho de Ho, surgidos da neblina a frente. Alguns tinham feridas abertas, mas pareciam não ligar para isso.

Vax, óbvio, viu os cães infernais, mas comentou outra coisa:

— Acho que vejo uma fortaleza grande, no fim da rua.

Ho não via o mesmo que o membro do júri, precisava avançar mais, rasgar a neblina, para poder ter um vislumbre melhor do horizonte e achar essa tal fortaleza que Vax, ferido dos olhos, disse ter avistado.

— Consegue passar por eles? — perguntou, agora sim se referindo aos cães.

As bestas começaram a correr contra Ho. Estavam em rota de colisão, menos de 30 metros os separando da selvageria.

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Mensagem por Hummingbird Seg Out 17, 2016 7:35 pm

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— Larga de ser medroso, Duf! Nós vamos jogar sim e vai ser divertido pra caramba! Como é que posso ficar triste? — Respondi para Duf, antes de iniciar o desafio. — Eu aceito, seu Guardião! Acho justo seus termos. —  E puxa, como eu estou animado! Parece que meu corpo tem energia de sobra pra correr esse labirinto aqui inteirinho! Espero que esse entusiasmo seja o suficiente para encorajar o amigo Duf. Afinal, o que pode haver demais num desafio de advinhas?

Sem mais delongas, não demorou para que o homem esquisito soltasse as palavras. Falou pausadamente como que pra eu não perder nenhum detalhe, ou aquilo era só coisa da minha cabeça? De repente tudo parecia tão mais fácil de compreender; cheiros, vozes, sensações. Será que isso é coisa da poção? Quando Duf me alertou sobre os efeitos eu imaginei alguma coisa menos...agitada.

Mas voltando ao desafio; que diabos ele queria saber sobre água que cai naturalmente? Senão chuva? Pensei em engatar uma resposta logo de uma vez, a primeira que veio na cabeça. No entanto, as palavras não saíram. Me calei, respirei, olhei para Duf. Uma última tentativa de esperar por um conselho, mas ele não parecia lá tão empolgado quanto eu com o desafio; o tempo todo colocando-se de fora da situação. Então tá né, dei de ombros.

— Eu faço xixi, oras! — Foi minha resposta, assim, imediata. — Ele cai naturalmente não é? Quando você precisa esvaziar, ele sai. Assim como a água, que sai das nuvens que estão cheias! Não é? — Completei. Eu estava animado, aquela pareceu fácil. Ou será que eu errei?

Esperei por uma resposta, ansioso.


(Considere essa parte apenas se eu acertei a charada)
[...]


Enquanto esperava por uma resposta, pensava na minha vez de mandar uma advinha para o Guardião. Na verdade, pensar é uma coisa engraçada; eu acredito que aquele moço consegue ver muita coisa além do que parece. E se Duf disse que eu ia perder é porque, com certeza, aquele Guardião sabia de muita coisa. Há quanto tempo ele está aqui? Eles devem saber muita coisa mesmo, mas não tudo.

Está certo, então eu só preciso fazer uma charada sem pensar duas vezes, mandar direto. Ta bom!

— Quem sou eu? — Indaguei, fechando os olhos.

Meu pensamento, de imediato, circundou a sala. Eu estava concentrado, precisava entender, primeiro, se havia alguma artimanha por traz dos poderes daquele guardião. A ideia era sentir sua energia, estabelecer algum contato com ela como na base da minha habilidade. Talvez eu consiga captar alguma coisa, ainda mais agora com os meus sentidos tão...esquisitos?

Aliás, que cheiro é esse heim Duf? Parece que você não toma banho já faz décadas! Argh!

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Mensagem por Knock Qua Out 19, 2016 12:04 am

Vax conseguiu pegar carona e corri como ele me mandara. Não sei como adquiri esse dom, mas eu era muito grato por poder fazer essas coisas. É muito bom; novas sensações, novas percepções dos espaços, tempo. Mesmo morto ainda é maravilhoso. Será que meus pais faziam isso também?! Eles devem ser incríveis. Não sei porque acabei pensando nisso enquanto corria.

Eu estava mais rápido e Jack ficava para trás e para trás. Não olhei, mas eu sabia e era como se eu olhasse, nunca o esqueceria, mas Jack já havia morrido. Enfim, no fim eu teria de encarar que era o fim... não; que o fim já havia sido há tempos e eu em minha estupidez remoí aquilo tudo por anos.

Eu corria pelo solo rochoso e estranhamente quente. Aurélio e Vax comigo. Eu não sentia nada esquisito com Vax ali de carona... achei isso estranho, mas continuei. No meio da estrada uma grande sombra se formou nos alertando de que era para nós não entrarmos ali. Sempre associei grandes sombras com seres pequenos, então não me assustei e continei.

Estávamos de frente para o portão, então de repente dentro das instalações do que acho que seria a velha mimosa... não... pera hahah. Era uma cidade velha, em ruínas, haviamos entrado por um portal. Fomos recebidos com uivos nada saudosos. Um clima que me lembrava de algum lugar, que me fez lembrar da antiga cimitarra que dançou comigo por algum tempo... ah, cara o que foi aquela maravilha?!

De repente dois Hellhounds a minha frente. Tinhamos de chegar ao fim da rua. Aqueles cães não eram os únicos ali. Se eu parasse para lutar com eles, era provável que outros chegariam, nos cercariam e nos impediriam de chegar. Vax me perguntou se eu poderia passar por eles, só continuei a correr. Eles vieram contra mim. O que eu faria? Esquivar. Eles eram cães. Eu teria de estar atento e agir no momento em que eles agissem... quase que como na situação com o dragão há... algum tempo atrás.

Eles iriam atacar de forma articulada; um por cima e outro por baixo ou um do lado e do outro; poderia existir um terceiro ou até mesmo já estarmos cercados, pois eu não conseguia ver com aquela neblina fria... Até meus ossos doíam um pouco... Isso incomodava um pouco, mas eu não queria usar outra parte da minha habilidade para não mostrar todas as cartas ali... Lógico que eu poderia usar as cartas e depois usar a cabeça para mover as peças, mas o elemento surpresa... faz o diferencial sim... sim.

Então só tentaria uma coisa mais elaborada se as coisas apertassem. Iria primeiramente diminuir a velocidade aproximadamente para a metade, depois quando eu percebesse o tipo de movimento que fariam, utilizaria os próprios movimentos deles para me esquivar, usando as patas para aproveitar os impulsos deles para desvia-los se fosse necessário; e além disso aumentaria a velocidade, assim, deixando-os confusos e só aproveitando as oportunidades ahuahauhha. Que covarde. Ahuahuah.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Out 24, 2016 8:33 pm

35. Algum Interlúdio rápido

Os rugidos soprados na marcha ecoaram pela cidade. As patas batendo no chão pareciam fazer a percussão de canção distante.

Eram cinco. O movimento deles pôde ser parcialmente compreendido instantes antes do choque: um deles vinha em ataque frontal, queria de fato atropelar Ho, um encontrão; outros dois abriam para os lados, tentariam cercar Ho nos instantes seguintes ao ataque do primeiro; e os últimos dois que vinham mais atrás estavam lá para impedir que Ho esquivasse do primeiro golpe e continuasse impune sua corrida rua abaixo.

Ho encarou a besta em meio a corrida e deslizou par ao lado assim que entendeu o momento do ataque, daí passou da velocidade média para alta de novo, evitando o encontro e deixando o agressor deslizando atrás de si.

Vax se segurava firme no lombo de Ho transmorfo, Aurélio chacoalhava, mas estava seguro também.

Agora os outros dois mais recuados apareceram na visão de Ho, e eles tinham olhos espertos o bastante para não deixar que Ho esquivasse da mesma forma.    

***

— Não — ele disse, simples. — Xixi pode cair naturalmente, mas não é água.

Duf se remexeu impaciente como se fosse o próximo na fila de uma execução por forca.

O homem deu uma resposta que poderia ter considerado certa:

— O que faço para pegar água que caía naturalmente? Procuro por uma cachoeira. Agora é a sua vez, corvo.

O ouro brilhou, como se acendesse um pouco mais, e depois retornou ao estado de luminosidade anterior. Era como se piscasse daquele jeito ocasionalmente, apenas para lembrar que é uma coisa viva, talvez até consciente. Quando brilhou, todo o túnel acima brilhou junto, como se a luz caminhasse por ele, dobrando pelas curvas, indo de espelho em espelho até a superfície, lá fora.

Duf, profundo, sobre a vez de Sean:

— Sean, cuidado agora.

E o guardião esperou, repousando uma mão na espada em seu colo.


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Mensagem por Hummingbird Ter Out 25, 2016 3:15 am

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— Uuuuuh! Essa passou perto! — Dei uma cotovelada em Duf, movido pelo entusiasmo. E o guardião prosseguiu falando, explicando qual seria a resposta adequada para sua adivinha. Uma cachoeira. Como é que não pensei nisso?

Meus olhos então saltaram novamente pelo ambiente, explorando-o. Sentia como se algo ali estivesse vibrando numa sintonia diferente, parecia haver algo mais. Uma sensação esquisita, eu não sei explicar. Então percebi o tal ouro, aquele no centro do salão. Parecia brilhar mais, intenso, eu arrisco dizer até vivo. Será que respira?

— Certo, certo, você me pegou nessa. Mas agora é minha vez! — Engatei, levando a mão direita até o queixo, reflexivo. Meus olhos contornavam o ambiente como que buscando por inspiração, e meus dedos tamborilavam em meu queixo em sinal de ansiedade. Duf e eu estávamos dependendo disso, apesar de tudo. Era divertido mas, também era perigoso. Eu sei, eu sei! Calma Duf, vamos sair dessa.

Fiz então um sinal como que pedindo um minuto. A regra era clara; Duf podia me ajudar, isso fazia parte dos termos, então decidi puxá-lo para perto numa espécie de meio-abraço enquanto me curvava um pouco, forçando-o a abaixar-se junto comigo para que eu pudesse cochichar um pouco.

— Prepare-se, Duf. — As palavras saltaram com certo cuidado. — Se ele acertar, vai acabar me propondo um combate e eu não sei como vai ser, mas o que sei é que esse ouro precisa sair daqui. Você acha que consegue tirá-lo daqui se isso acontecer? — Cochichei, no entanto, fiz um sinal para que Duf não me respondesse com palavras. Bastava um sim ou não com a cabeça. E...bem, não havia muito o que decidir; aquela era nossa única chance afinal.

— Certo! — Num súbito levantei, voltando a fitar o Guardião com um olhar travesso e um sorriso desinibido. — Aqui vai a minha charada; — Dono de um certo suspense, apontei para o guardião por alguns segundos até que as palavras voltassem a sair da minha boca.— Um pau de doze galhos, cada galho tem seu ninho, cada ninho tem seu ovo, cada ovo um passarinho. O que é? — Concluí.

Aproveitei o momento para colocar o meu plano em prática, independente de eventos externos. A ideia era me concentrar, aproveitando aquele gás que a poção do Duf me deu, tentaria encontrar vestígios das assinaturas de energia do Guardião, qualquer coisa. Eu precisava me conectar com ele, entendê-lo melhor, compreender o que o faz ser tão... enigmático? Aquela era minha única oportunidade.

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Mensagem por Knock Ter Out 25, 2016 12:58 pm

Acabou que não eram só dois hellhounds, eram cinco. Três correram para cima de mim, tomando a frente do ataque com agressividade, mas a minha estratégia deu certo. Os ataques foram mais articulados do que havia previsto somente com dois, mas consegui passar por eles com muita atenção ao tempo e esforço.

Havia passado pelos três e dois apareciam perante mim não muito distantes, eu julgava que não poderia diminuir a velocidade novamente já que havia três cães malditos atrás de mim, os quais não parariam de tentar me pegar somente porque havia passado por eles, então eu não poderia utilizar facilmente da minha estratégia inicial, por isso não a usaria.

Vax se segurava aos movimentos e eu não o sentia me atrapalhando, mesmo sentindo os dois.

Pensei em manter a velocidade, mas eu via que não era isso o que eu precisava fazer naquele momento e como eu queria evitar embates pelo menos antes do que eu julgava necessário (pode me chamar de procrastinador ahauhau), me transformei em um Hellhound, o qual eu não sabia quais atributos poderia me fazer usufruir, mas talvez pudesse confundir os cães com alguma situação.

Eu já havia visto vários tipos desses cães, uns com capacidades de se comunicar telepaticamente, como foi o caso do primeiro a perecer nas minhas mãos. Esses pareciam ser somente fortes, então como força não faria diferença, tentei me transformar na mesma “espécie” do primeiro que matei no intuito de exercer alguma função caso existisse uma hierarquia, como eu pensava que poderia existir.

Era uma aposta. Caso desse certo, eu pretendia passar por eles com uma certa autoridade, caso não desse, eu teria de voltar ao normal e tecer um embate para distrair enquanto eu visse um lugar para fugir. Era uma cidade abandonada e enquanto eu corria, varria as áreas com os olhos a fim de encontrar algo que eu pudesse utilizar como arma ou outro lugar para correr. Vax havia dito que qualquer predio grande poderia ter entrada para o subterrâneo, então aquele no final da rua não era necessariamente noss alvo. Caso ficasse eu visse que a situação só tenderia a piorar, eu mudaria todos os planos e estratégias de súbito, mesmo pensando que uma atitude assim poderia atrair mais cães... já que teoricamente estávamos nas áreas deles.

Atrai-los todos de uma vez e esmaga-los nas estruturas da cidade seria muito legal, mas eu não sabia se o contratante e eu teríamos tanto tempo para articular e executar o plano. Mas seguiria assim mesmo, passo a passo adequando as minhas reações às atitudes dos adversários e caso ficasse pior: fugir e procurar rotas alternativas; caso ficasse pior, usar o Aurelio como isca HAUASHAUSHAU zoeira, bem, caso ficasse pior tentar atrair a todos enquanto corro e vou preparando armadilhas ou algo do tipo, além de procurar uma arma ou algo para ser usado como arma.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Nov 02, 2016 12:18 pm

36. Cerco fechado

Sean ponderou por um tempo e depois jogou Duf contra a parede. Ao menos foi como Duf pareceu depois de ouvir Sean: encurralado. A boca dele tremeu e abriu sem soltar som. Ele desviou o olhar para o ouro e depois para o guardião e depois para Sean de novo. Ele parecia incerto, mas ao menos manteve o silêncio quando requisitado. Talvez estivesse pronto, sim.

Foco no guardião. O homem de feições duras e comuns apenas esperou, em nada alterado com o Sean de olhar travesso ou mesmo aquele suspense todo. Dada a advinha, o sujeito apenas apertou os olhos por um tempo, como se enxergasse algo à mais na cara de Sean, e então disse, seco:

— A resposta é: Uma árvore bem grande e exótica.

E aí ele ficou quieto por um tempo. Parecia satisfeito. Nem pareceu pensar na resposta, apenas disse aquilo. E seus dedos tamborilaram na lâmina da espada em seu colo. Satisfeitíssimo... com o que viria agora. Perguntou:

— Errei?

Sean pescou que aquele homem era um soldado, do tipo que adora gastar energia em demonstrações vigorosas de força. Ele parecia mais um lorde calmo e diplomático, sim, verdade. Mas escondia uma chama atrás daqueles olhos, uma velha chama querendo ser desencadeada. Ele olhava Sean com uma expectativa contida, as chamas do lado de lá tremeluzindo. Isso, essa chama contida, parecia crescer a cada minuto que Sean ficava na sala.

Como um eterno soldado, ele estava em vigília. Ele não cederia de seu cargo; guardar aquele ouro era o seu propósito, só daria para trás se fosse incapacitado por forças externas. E poderia ser apenas impressão de Sean — ou talvez alguma brincadeira daquele líquido antes ingerido em sua mente jovem —, mas até parecia que o guardião queria isso, queria ser incapacitado e, enfim, deposto de seu cargo.

Os dedos dele tamborilavam no aço. A respiração de Duf parecia travada. O ouro continuou flutuando, indiferente, talvez apenas um pouco menos luminoso. Patas de aranhas se aproximavam dali pelos túneis, muito cautelosamente e lentamente.

***

Quando tentou se transformar, algo aconteceu. Sentiu que não podia... por falta de energia. E além do mais, não teria como disfarçar Vax e Aurélio. Então acabou desacelerando, suas pernas voltando ao normal, assumindo um meio termo amorfo e depois tornando a ser as pernas da montaria que escolhera se transformar. Isso por alguns segundos, um tipo de curto em seu sistema. Tempo suficiente para que as bestas caíssem sobre Ho.

O primeiro encontrão jogou o meio orc alguns metros de lado e Aurélio acabou escapando da pegada de Vax, caindo com um baque seco no chão. Um segundo cão saltou e Vax ergueu as unhas em contragolpe — Ho nem pegou direito o que aconteceu, apenas sentiu Vax saindo de cima de si, rolando num redemoinho confuso com um dos cães.

E então, a mordida. Nas costas, num dos flancos, um palmo do pescoço. A dor abriu passagem pela carne e Ho se remexeu, tentando se livrar. Se livrou. E na sequência outro cão caiu sobre ele, outro encontrão, que lhe atirou no chão. Lhe cercaram, três deles.

Um estava com Vax, e o quinto, bem, Ho não conseguia ver onde ele estava.

Quanto ao ambiente, Tudo que Ho via — além da rua descendo até uma fortaleza carcomida — era um beco à esquerda e um grande salão à direita, um pouco mais a frente, com a janela aberta e estraçalhada.

Ao longe alguns ruídos ecoavam, se aproximando. E a neblina até parecia ficar mais densa. Ruim.

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Mensagem por Hummingbird Qui Nov 03, 2016 3:06 am

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O silêncio perdurou instantes depois da charada feita. Meus olhos a todo instante fixos no guardiao, recaindo sobre ele com uma ideia travessa de que sim ele poderia errar, e que sim, eu tinha chances. Notei a agitação de seus dedos em segurar a espada, senti como se ele realmente esperasse por alguma coisa simplesmente pelo prazer de revida-la, e eu nem sei de dizer se isso foi um traço de intuição ou não, só sei que foi o que eu compreendi.

E entre tantos sinais e achismos, finalmente veio algo que posso chamar de concreto. Ele falou. Rompeu o silêncio e com sua voz firme e eloquente, lançou a resposta.

Duf praticamente engasgado com o próprio nó de ansiedade na garganta. Os passos daquelas aranhas grandonas mais uma vez ecoaram ao fundo do corredor, e por fim, minha risada.

— Hahá! Te peguei! Hahahaha — foi uma risada inocente, não por menosprezar o erro de meu adversario mas sim por me vangloriar de que eu estava certo; foi divertido.  — A resposta certa é... Um ano. Foi uma metáfora entendeu? Meu papai me contou essa quando ajudamos um passarinho caído de um ninho onde haviam mais 6 filhotes, e olha...eu também demorei a entender viu? — expliquei, referindo-me a lembranças minhas enquanto passava a mao direita pelo cabelo, baguncando-o.

— Bem... até que foi divertido né? Ambos erramos, agora como combinado, é a sua vez de propor o seu desafio! Vá em frente grandão! — falei descontraído, até com uma certa intimidade que implica um começo de amizade. Joguei meus braços para traz e os cruzei atrás da nuca como que numa pose despreocupada. Mas então, veio um súbito de lembranca e eu tentei interromper o guardião com uma pergunta!

— Ah! Seu guardião, vi que voce tem bons olhos e também sabe bastante coisa, entao será que você pode nos dizer se consegue ver uma moça bem mau encarada, cicatriz no pescoço, um jeito de que quer vingança e não vai desistir, lá em cima na cidade? — indaguei com um sorriso bobo como que tentando convence-lo de meu pedido mesmo sabendo que era uma coisa bem...digamos inusitada.

Bem, eu não tinha que trata-lo como mau apenas por terem me dito que eu deveria enfrenta-lo. Amigos também travam combates de vez em quando não é?

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Mensagem por NR Sérpico Qui Nov 10, 2016 9:53 pm

37. Pronto?

O homem fez que sim, compreendendo o erro. Parecia calmo e, como antes, satisfeito.

Duf era o oposto nervoso da figura do guardião.

— Ele que vai propor... — disse o pequeno, incapaz de completar, o olho vidrado no guardião. — Já estou me sentindo triste, Sean.

O guardião se ergueu da grande cadeira. A espada, segura em sua canhota, tocou o chão com a ponta num arranhão estridente. Não parecia uma arma afiada, mas pesada. Uma espada longa antiga que poderia ser parte de uma mobília, um artigo de arte na parede de uma casa nobre, mas de aparência letal quando empunhada por aquele homem.

Ele respondeu:

— Não posso ver lá em cima. Só aqui embaixo. Então não sei de que mulher você está falando. Mas se ela descer aqui, ficarei sabendo. E estarei esperando. Muitos desejam vingança, e saem daqui sem desejar mais nada. — Vai ver ele pensou que a vingança da tal mulher era para ele, e não para Sean. — Mas agora, vamos resolver o que já começamos, corvo.  

Ele deu alguns passos até o centro da câmara, ficou ao lado do altar onde o ouro flutuava. Ergueu a espada na direção de Sean. Duf arfou e recuou.

— Vamos correr — disse Duf. A porta atrás deles estava aberta, muito convidativa à uma fuga. — Ele não vai vir atrás. Tem que ficar aqui e proteger essa coisa aí.

Engraçado, esse Duf. No começo parecia muito interessado em trazer Sean para que este enfrentasse o guardião que deixa os outros tristes. Agora parecia amedrontado, completamente dissuadido da missão.

O guardião replicou:

— Verdade. Não irei atrás e a porta será fechada para vocês. Mas se for correr, deve fazer isso agora. Se ficar, encare o meu desafio: julgamento por combate. Se me derrotar em combate significa que deus, Erek Supremo, lhe julgou digno do que eu guardo. Caso contrário, deve perecer.

Sean já estava morto. As palavras finais do guardião só fariam algum sentido se ele, o guardião, fosse capaz de oferecer algum outro tipo de morte. Ele lançou o desafio e agora esperava alguma ação de Sean. Quem sabe até mesmo a iniciativa no combate. Era um tempo que Sean poderia tentar argumentar, verdade. Mas já podia notar que o homem estava pronto, tenso, o joelho esquerdo talvez um pouco flexionado para ele ativar alguma manobra nos instantes seguintes.

— Está pronto?

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Mensagem por Hummingbird Sex Nov 11, 2016 4:57 pm

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— Espera! — alertei, puxando Duf pelo braço meio que tentando interrompê-lo de sua ideia de fuga. Eu sei que ele não fugiria e me deixaria para traz, ou pelo menos penso assim, mas o puxão foi intencional; eu precisava lembrá-lo do plano. — Não podemos ir embora! — falava cochichando, aproximando meu rosto do dele como se o Guardião não pudesse nos ouvir. — Preciso daquele ouro, esqueceu do nosso plano? — insisti.

Depois, sem esperar, voltei a falar em alto e bom som, agora para que o tal guardião também ouvisse.

— Não podemos ir embora assim, não seria justo! Ele aceitou o meu desafio sem hesitar, cumpriu sua palavra. Agora tenho de cumprir a minha... — expliquei, tentando clarear a situação. A verdade é que eu só precisava de tempo, desde o começo eu sabia disso. — E é por isso que estou preocupado seu Guardião. Na verdade, eu não sou o seu verdadeiro oponente. — lancei as palavras como um grande alerta; não ataque ainda!

— A moça de que lhe falei? Agora há pouco? — iniciei, referindo-me a dona Bruxa. — Foi ela que me mandou aqui, então isso faz dela seu verdadeiro oponente. Justamente porque você não pode vê-la, talvez ela só esteja esperando você se distrair comigo para que ela venha roubar o seu ouro! Isso não seria legal... — convidativo, incitei ao Guardião que pensasse nisso. Quero dizer, de fato não era mentira que vim até aqui por influência da dona Bruxa; sozinho eu nunca conseguiria derrotá-la e portanto eu fui coagido a vir até este lugar onde possivelmente encontraria um oponente a altura para ela. No fim tudo se encaixa e eu não precisei mentir, yay!

— Então... eu acho que seria justo realizar o desafio por combate com ela, a sua verdadeira oponente, não concorda Duf? — dei uma cotovelada amigável no amigo avermelhado, tentando tranquilizá-lo diante da situação.


(Considere essa parte abaixo apenas se o Guardião me atacar e cagar pra tudo que eu falei)


Um combate assim? De cara? É, eu não esperava isso. Ainda não tenho habilidade suficiente pra combate, e o seu Guardião deve ser dos bons então eu preciso ganhar tempo para que Duf roube o ouro. A ideia é; tirar a força do Guardião. Eu precisava puxar isso através da energia dele, baseado naquela força, aquela bravura em defender o ouro a qualquer custo... preciso enfraquecê-lo nesse ponto, assim talvez eu tenha mais chances de segura-lo.

Depois, me concentrar; lá se vai minha energia de novo! Precisava estar atento, reflexos à tona! Qualquer chance para esquiva era o que eu usaria como brecha, frequentemente. E puxa, aquela espada parece bem pesada, um acerto pode me quebrar inteiro... melhor manter distância, olhos bem abertos!

Aquela distração toda, evidentemente, serviria de brecha para o amigo Duf que, ganhando aquela mesma energia extraída do Guardião, teria valentia o suficiente para encarar o medo e enfim, pegar o ouro né?

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