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> Se quer dinheiro rápido, precisa ser rápido também! O Corcel Expresso está contratando aventureiros corajosos para fazer entregas perigosas. Por conta da demanda, os pagamentos aumentaram!

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 13, 2015 6:04 pm

Relembrando a primeira mensagem :

GREGAR
PV: 63%
PE: 100%

HAYASHI
PV: 64%
PE: 100%

HO
PV: 100%
PE: 100%

NEIL
PV: 64%
PE: 100%

SEAN
PV: 100%
PE: 100%

TENKAI
PV: 100%
PE: 100%


Padrão temporário de recuperação de vida e energia
Funciona assim: após um tempo de descanso, o personagem recupera certa quantia de de vida/energia + o seu valor em Vigor (número). Então, segundo a tabela logo aí abaixo, se eu descanso por 1 hora e tenho Vigor 4, recupero 54% de energia e 9% de vida. Essa é uma recuperação passiva, mas exige descanso, que é exatamente ficar parado, recuperando o fôlego, tirando uma soneca. Se o personagem está cavalgando, por exemplo, então ele não está descansando e não se recupera.

Recuperação de vida:
20 minutos: 5%
1 hora: 10%
5 horas: 25%
1 dia: 50%

Recuperação de energia:
1 minuto: 5%
5 minutos: 10%
20 minutos: 25%
1 hora: 50%
5 horas: 100%


APÊNDICE DE PERSONAGENS
Os velhos:
─ TERRO, o patriarca, morto aos 108 anos, servo do rei de Hilydrus, dono de terras e fortalezas na fronteira e entre os Ranchos,
─ TRENT, o filho mais velho, dono de uma vila de médio porte chamada Primavera Negra, ao norte de Algreen,
─ TARGO, o filho do meio, dono de parte do Rancho Eldest, contratante do grupo,
─ TERLO, o filho mais novo, recém dono da Torre Negra do pai, na fronteira com Takaras,

à serviço de TARGO:
─ CANÁRIO E BACURAU, jovens gêmeos.
─ TÁLIA
─ REELY
─ BATUQUE

outros:
─ CHAGAS, sobrinho de Targo, bem humorado e irritante.
─ HARGION CERBERUS, antigo cavaleiro de TERRO, morto e sepultado com o objetivo da missão.
─ TESSA, uma das mulheres do vilarejo.


Última edição por NR Sérpico em Qua Out 21, 2015 7:55 pm, editado 20 vez(es)
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Mensagem por Hayashi Qua maio 13, 2015 8:18 pm

Estávamos indo bem. Chagas foi questionado sobre estratégia e explicou o plano. Era um plano bom e na minha cabeça não tinha como dar errado. Estava feliz, Chagas era engraçado, me lembrou meu pai algumas vezes enquanto vivo. E isso me fez me lembrar da minha infância por alguns momentos, até minha melosidade ser interrompida por termos chegado em algum lugar. Desci do cavalo e descansei um pouco, a primeira parada fora para recuperar as energias gastas, inclusive as dos cavalos. Num rio dali de perto, enchi meu cantil e bebi, passei um pouco de água no cavalo também, vai que ele estava com muito calor? Eu não sabia direito o que estava fazendo, mas ainda sim o acariciei como se fosse meu. Continuamos. 

Quando dei por mim o céu já estava escurecendo, foram horas cansativas de viagem, pensei em desistir umas duas ou três vezes, mas me lembrei da espada que eu tanto sonhava e o pensamento logo ia embora. Uma noite boa, estávamos num bom ritmo e faltava poucas horas para seguir no objetivo de cada um. De vez em quando eu encarava o pessoal do grupo, os que mais me chamaram atenção foram os mais calados, o elfo e o cara da armadura. Pareciam pessoas experientes. 

- Ceuzão bonito. - Disse para mim mesmo, admirando as estrelas que se ganchavam junto com a lua no céu, que agora já estava preto. 

Chagas alertou algo para nós. Se algo desse errado, assobiaria. Guardei aquela informação para mim. Eu realmente estava querendo fazer algo de útil. Sabe, eu não sou um cara de ficar paradão. Prefiro me movimentar, ajudar o grupo. 

Paramos, num susto parei o cavalo. Ficamos ali, Tenkai foi com Chagas. Desmontei do cavalo, e por falar em cavalo, onde estava o de Chagas? Ele saiu dali, como quem soubesse o que está fazendo. Estranhei, alguma ordem? Observei e me situei no terreno. A gente se olhou por algum tempo, até que meu ouvido foi incomodado por um som de um pássaro. Ho contou o que tinha visto mais certo. Cavalo indo pro leste, alguma coisa tinha dado errado lá na tumba e um grupo de umas 10 pessoas que viraram para o leste? 

- O sinal. Leste. Eu fico aqui com os cavalos, vão, quando eles voltarem eu dou notícias e falo sobre essas marcas. Boa sorte. Trabalhem em equipe, todos nós queremos as recompensas. - Menti. Eu não ficaria parado ali nem pelo caralho. 

Assim que foram, demorei um pouquinho. Assim que tudo estaria calmo e eu não ouvia mais som de passados, iria até os cavalos, fazendo um migué com alguma fruta - caso encontrasse - ou na base do carinho mesmo, e arrastaria para os troncos ou tocos de árvores por perto do bosque, amarrando os cabrestos num nó forte. Laçando. Respirei um pouco e olhei para os lados.  

Eu estava ali. Sozinho, num lugar que não conhecia, a única visão que eu tinha era do lugar onde Chagas e Tenkai foram. Mas como eu disse, não iria ficar ali parado a toa. Procuraria algo. Assim como Ho observava, observei, procurando encontrar algo ou qualquer outro rastro de pessoas por ali. Caso demorasse muito e procurasse a toa, marcaria a localização dos cavalos na minha cabeça. Fui até o lugar onde Chagas e Tenkai sumiram, mas apenas observei de longe. Longe o bastante para apenas ver as manchas de sangue dos soldados no chão. Eu interpretei que foi Chagas e Tenkai que haviam feito aquilo, me arrependi por ter perdido toda a ação. Voltei para os cavalos, sentei em algum toco ou na grama mesmo. 
Eu os encarava, esperava ser encarado. De vez em quando ruía as unhas.  

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Mensagem por NR Sérpico Qui maio 14, 2015 2:37 pm

5. Miasma

De quando Ho falou sobre a paisagem, lá atrás, no rio: Chagas fez que não. Não tinha percebido nada. Mas a partir dali bem que ele ficou com a boca mais fechada e olhos mais abertos.

E quando o sinal veio, Ho alertou os camaradas. Havia mais um grupo na cena, se os rastros fossem corretos. A tumba era bem visada naquele fim de noite. Chagas já estava lá dentro quando Ho surgiu no limite do bosque. Passou por Tenkai e cumpriu os últimos metros até chegar na tumba. Antes de entrar, viu que os guardas estavam mortos na base de golpes cortantes e pesados, nada muito esclarecedor na luz noturna. Na fachada da casa de pedra, perto do símbolo religioso, dizia CASA DE LUZ. Logo abaixo vinha outras três inscrições em línguas que Ho não compreendeu. Também não entendeu o significado das inscrições nas laterais do portão. Na verdade, eram desenhos em padrões, como se fossem outra versão de números. Não se podia ler aquilo. Deveria ser coisa de quem entende de magia, de signos antigos.

Entrou. No salão principal, havia uma mesa redonda, cadeiras, esculturas angelicais, armaduras vazias paradas em sentido, estantes de livros com registros. Ho não conseguiu ver muito mais por falta de luz lá dentro. Duas escadas flanqueavam a sala, descendo para o primeiro subsolo. Ho ouviu um som do lado direito. Fsss. Mas não deveria ser o cara de chapéu. Era Chagas, provavelmente acendendo uma tocha. Luz subiu pela escada e foi sumindo aos poucos, conforme ele caminhava lá embaixo. Ho desceu, ouvindo o homem lançar xingamentos.

O ar não circulava. Os sons geravam ecos pequenos que pareciam vir com atraso. O teto era meio baixo (2m, mais ou menos) o que fazia Ho curvar-se um bocado. Não era o tipo de lugar que gente viva consegue ficar por muito tempo. Finalmente, alcançou Chagas, que se virou com a tocha.

Alguém chegou antes de nós. Isso que aconteceu de errado. ─ Ele estava com profunda raiva, frustrado ao extremo. Sua espada queria retaliação, caso desse sorte de encontrar algum inimigo por ali. ─ Preciso confirmar o que levaram.

Eles estavam no primeiro subsolo. A escada para o segundo ficava no meio dessa sala, que era bem mais ampla que o salão inicial, lá em cima. Diversas “gavetas” enfeitavam as paredes, onde provavelmente estariam os cadáveres daquele andar. Desceram para o segundo. Chagas ouviu novamente sobre os rastros.

Poderia ser qualquer coisa, droga. Deveríamos ter apertado o passo desde aquela hora, quando você notou algo. Eu não quis acreditar... Eu errei.

O segundo subsolo era uma sala ainda maior, com inúmeros esquifes deitados e enfileirados, com espaços entre eles formando corredores. Como um cemitério, mas num lugar fechado. Aqui Ho conseguia andar sem se curvar ─ o teto estava a generosos 3 metros longe do chão.

Miasma no ar. Chagas tossiu, Ho quase.

Deixaram túmulos abertos ─ reclamou Chagas.

E era verdade. Conforme caminhavam por um corredor de esquifes Ho via alguns abertos, exalando o odor cadavérico. Chagas parou diante de um, olhou o interior, chupou os dentes, inconformado.

É pra despistar... Vários mortos aqui tinham relíquias consigo. Eles profanaram várias tumbas pra fingir que foi um roubo geral, e não único... Espertos. Aqui.

Parou perto de outro esquife e iluminou a lápide na lateral. Dizia:

HARGION ARRY, O ETERNO GUARDIÃO, MAIS ALTO QUE A HONRA

E mais embaixo:

CHARBOROS, amorfo  

Chagas deitou a tocha, guardou a espada, subiu no degrau ante o esquife, que estava fechado, e forçou a tampa. Ho teve de ajudar, pois estava habilmente lacrado. Uma vez aberto, ele recolheu a tocha novamente e iluminou o interior do caixão de pedra. Estava vazio.  

Filhos da puta. Levaram tudo! Levaram até os ossos do eterno guardião! Filhos de uma puta!

Então o som de algo pesado caindo. Mas isso foi longe, de modo que eles nem sentiram tremor algum. Foi lá encima, na entrada. Houve silêncio depois disso. E então passos metálicos...  

Tenkai, lá no limite do bosque, 50 metros de distância da tumba, viu quando as inscrições ao lado do portão reluziram de leve. Algo as acionou. Houve o som de correntes e então um bloco de pedra ─ que veio, talvez, do arco da entrada, de cima, como um segundo portão de defesa, até então oculto e agora ativado ─ lacrou a passagem. Após isso, as inscrições se apagaram.

A tumba estava fechada.

Hayashi controlava os cavalos nesse exato momento. Escapou de dois coices e prendeu os bichos, que levaram um susto com o som. Foi até onde Tenkai estava, deixando Gregar para trás. Que ele ficasse com os cavalos. Então viu a tumba fechada e não viu Ho ou Chagas. Tenkai apenas observava. Um dos soldados lá embaixo se mexeu, como que tentando se aproximar da tumba, mas logo parou. Estava apenas meio vivo.

A leste, agora. Neil indo na frente. Uma olhada sob o ombro e ele viu Sean o seguindo. Apenas o menino.

Fácil pegar os rastros do cavalo. Era uma criatura grande e pesada, sulcava a terra do bosque como se fosse neve fofa. O animal tinha seguido reto por um tempo, e então desviou para a esquerda (norte) e começou a cavalgar rente a borda do bosque. Neil e Sean podiam ver agora a tumba em meio a campina que se estendia a esquerda deles. Enxergaram o mesmo que os outros, os soldados caídos, o portão da tumba aberto e Chagas cruzando o limiar com espada em punho.  

E então viram o cavalo. Ele estava com a cabeça baixa, perto de uma árvore, ainda dentro do bosque. Notou Neil e Sean, levantou a cabeça, olhos inteligentes. Deu um pequeno relincho, um chamado. Baixou a cabeça de novo. Agora os dois podiam ver que o cavalo estava lambendo um homem sentado contra uma árvore. Chegando mais perto, viram que o sujeito usava cota de malha (bem parecida com a dos soldados caídos perto da tumba), com a espada deitada de lado, sangrando na barriga, a armadura vencida por algo pesado e afiado. O tronco da árvore também estava melado, assim como o chão ao redor ─ indicando outro vazamento nas costas. Moribundo. O cavalo o lambia na face, como que tentando reanimá-lo. Conseguiu. O homem ergueu a cabeça, olhou o grupo, fraco demais para se assustar ou falar qualquer coisa inicialmente. Deu longas piscadas.

Tinha sinais de briga ao redor. Passos demais, saindo do mato, se detendo ali e depois ganhando a campina, talvez em direção à tumba. Por volta de 10 pessoas passaram por ali, mas provavelmente apenas duas brigaram com aquele homem. Ele cheirava a urina.

Orcs ─ sussurrou, como que delirando. ─ Da montanha... Avisem... Avisem meus amigos.

Não havia uma emboscada. Uma boa olhada ao redor bastava para saber. Neil podia relaxar um pouco quanto a isso.

Mas então escutaram o som, baque de pedra. Alguns pássaros levantaram voo, alarmados. Eles olharam para o lado, para a tumba lá na campina, e viram ela lacrada com uma rocha que não estava lá antes. O cavalo de Chagas também viu, de modo que galopou subitamente pra lá, saindo do mato a toda.

Avisem ─ tentou repetir o homem. Tossiu, seco. ─ Água... Um pouco de... E misericórdia. ─ Ele olhava para Neil, pois, na sua concepção, Sean era pequeno demais para fazer essas coisas. ─ Misericórdia... Eu já estou morto...

Talvez estivesse.

Tenkai e Hayashi viram o cavalo de Chagas aparecendo em seus campos de visão. O animal corria para a tumba. Até Gregar, no silêncio em que estava, captou o ritmo dos cascos desse mesmo cavalo.

E os passos metálicos... vinham de cima, talvez terminando de descer as escadarias do salão e chegando no primeiro subsolo.

Armadilha ─ disse Chagas, sacando a espada.

A chama na tocha reluziu um pouco ─ com a tumba fechada, logo se apagaria.

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Mensagem por Knock Sex maio 15, 2015 8:56 pm

Casa de Luz.

Chegando perto da tumba, vi Chagas adentrando ao recinto. Fiz conforme o que eu havia preconizado; vi os guardas... Os guardas... Aquela visão me fez lembrar de Rio Ligeiro, um soldado muito ágil, o qual me acompanhara na missão do exército. Pensei rápido e não consegui pensar em quais teriam sido os oponentes que teriam feito tamanho estrago àqueles "caras". Vi a inscrição "Casa de Luz"; umas outras frases estranhas, as quais não conseguia ler. Enfim, mais fatos curiosamente nebuloso, mas eu tinha de ir enfrente.

Entrei... Um local apertado na altura, escuro, entretanto pude ver alguns detalhes do local. Era bonito; decoração aparentemente bonita. Andei o mais rápido que pude para alcançar Chagas no primeiro andar e quando cheguei ao segundo, pude me levantar... resumindo... era um cemitério, mas tinha algo diferente.
Alguém chegou antes de nós. Isso que aconteceu de errado

Pude perceber que estava com raiva daquela situação... eu também estava, mas agora tínhamos que correr e eu não iria encher o saco por causa de "mi mi mis".

Coma tosse de Chagas, senti a garganta arder e quase tossi também... Os que estiveram antes de nós profanaram muitos túmulos, deixando com que o odor cadavérico se alastrasse no local
É pra despistar... Vários mortos aqui tinham relíquias consigo. Eles profanaram várias tumbas pra fingir que foi um roubo geral, e não único... Espertos. Aqui.

Acenei com a cabeça, mas não sei se ele viu, pois estávamos apressados. Fomos rápido em direção à gaveta alvo. Um traço de esperança surgiu quando vi que Menino precisava de minha ajudo, pois estava muito bem lacrada, mas quando abrimos
Filhos da puta. Levaram tudo! Levaram até os ossos do eterno guardião! Filhos de uma puta!
Haviam levado tudo. Tudo.

Ouvimos algo pesado cair lá fora... "Será que estamos presos?!" Pensei e tremi. Ouvimos passos metálicos que desciam ao nosso encontro. Acho que naquele silêncio, até os batimentos do meu coração podiam ser escutados. Lembrei da linda decoração, com as armaduras em sentido.

Chagas falou "Armadilha". Eu vi a determinação, ira e muito mais nele... não pude deixar de dizer
--Chagas, acho que são as armaduras lá de cima... Cuidado. Não quero o sobrinho de Targo, menos ainda um companheiro de batalha morto ao meu lado.--Respirei e continuei-- Olhe, eu trajo a armadura de Hilydrus, mude o tom da minha pele se puder, talvez esse possa ser um trunfo em nossas mãos. Vamos agir com cautela e com inteligência... Algum plano?!

A luz brilhava com menos intensidade, nosso tempo era pouco. Tínhamos de agir rapidamente e com o máximo de segurança possível. Minha respiração me traía, mas logo tratei de aquietar minh'alma. Respirei fundo, olhei para os lados; Chagas falara de relíquias, então presumi que tivessem armas lá; armas melhores que minhas duas espadas, então as procurei e caso encontrasse, iria deixa-las em posição, a fim de serem usadas, caso não pudessemos fazer um contato amigável. Eu procurava saber como me locomover naquele lugar, tentava decorar os espaçamentos... Me preparava para a batalha. Olhei para Chagas e disse com um riso:
--Vamos sair daqui e acabar com os merdas que chegaram antes de nós.

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Mensagem por Hayashi Sáb maio 16, 2015 2:35 pm

- Heeey! Cuidado com esse casco, caralho! - Gritei como se o cavalo me escutasse. Depois de reparar que eu não falava "cavalês", eu ri de mim mesmo. Fui sortudo, escapando de dois coices enquanto prendia os bichos, mas o pior nem era quase ser nocauteado por um ou dois cavalos, mas sim o motivo. Um som assustou os animais, e esse som vinha de lá, o vento trouxe o ruído de uma batida de algo sólido, olhei para Gregar e apontei para os cavalos, depois assenti a cabeça. Ele não teve reação alguma na hora, mas eu entendi que ele olharia os cavalos. Corri pelo bosque, e ao longe vi o cenário descrito, olhei a tumba e entendi o que foi que causou o som. 

Uma pedra vetava a entrada da tumba, Tenkai observava, não vi nem Ho nem Chagas, o cavalo do Menino vinha pelo leste, eu comecei a entender o que estava acontecendo. Um homem se mexeu um pouco, deve ter dado seu último suspirou e parou. Olhei para o cavalo, encarei Tenkai e vi o Cavalo a frente da tumba. Chagas estava lá dentro, junto com Ho. 

- Armadilha. - Disse para Tenkai: - Algo deve ter acionado esse mecanismo de defesa por lá por dentro. Eles devem ter aberto algo que não deviam... - Dei uma pequena batidinho no braço de Tenkai, num gesto amistoso, designando para me seguir: - Já sei. - Coloquei a mão sobre a pedra, dando algumas batidinhas só para verificar se era maciça mesmo: - Acho que dá para quebrar. - Dei outro soquinho na extremidade da pedra.

- Chagas, Ho?! Estão me ouvindo! - Tentava gritar por alguma parte que a pedra deixava passar um pouco de ar. O mínimo de som que pudesse passar por ali seria suficiente para tentar salvá-los: - Se isso for uma armadilha, vocês estão em perigo aí dentro! Cuidado! Se fecharam vocês aí dentro, algo deve aparecer! Acho que dá para quebrar se trabalharmos juntos! Parece dura, mas não é impossível! Estão ouvindo? - Caso não tivesse resposta, voltaria para Tenkai, pensativo. 

- Vamos quebrar, nós dois. Você parece bem forte, parceiro. Acho que damos conta. Mas não sei se a espada vai dar conta. Quer tentar?  Se não funcionar, valeu a tentativa. Vamos juntos. 

Caso ele concordasse, retiraria minha espada e usaria minha habilidade principal, Sintonia Elemental, para transformar sua lâmina em algo frígido, gelado, que aumentava um pouco a força do golpe, tomaria um pouco de distância, e esperaria ele se preparar também, correria tomando um impulso num salto modesto para golpear o topo da rocha, tomaria cuidado para não quebrar a lâmina da espada.  

Off: perdão pela postagem pequena, não tinha muito o que fazer.  H.E: http://www.lodossrpg.com/t332-h-e-hayashi

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Mensagem por Gregar Seg maio 18, 2015 1:18 pm

Mantinha-me no cavalo ainda em silencio. Aos meus olhos o trabalho parecia extremamente fácil, não importava realmente o que fosse ser decidido, precisaríamos apenas invadir o local, revirar alguns túmulos, e por fim encontrar os artefatos solicitados. Qual o problema que teriam guardas a porta? No pior cenário possível, nós apenas teríamos de remover aqueles homens antes de prosseguir com nosso objetivo. Não via nada muito complicado, tampouco qualquer razão para toda aquela agitação ou preocupação, mas eu era o único que me mantinha dessa forma. Ignorando o restante do grupo por um instante, não prestava nenhuma real atenção a nenhum deles em especial, apenas montava calmamente deixando pensamentos irem e virem, todos sendo compartilhados diretamente com Kenna. Era uma sensação estranha, a qual já tinha me acostumado, como se meu corpo físico estivesse lá, mas não minha mente completa.

Suas palavras realmente faziam seu trabalho em pesar em meu consciente. O trato seria simples, entregaria os artefatos em troca de pistas sobre um futuro exercito, ambos concordávamos que bêbados e desgarrados dariam um bom começo para nossos planejamentos. Nenhum de nós apreciava nenhum dos governos locais, um repleto de brilho, outro de escuridão, um meio termo não poderia existir em paz? Ao final, era sobre isso que o plano se resumia, a fundação de uma terceira potencia que rivalizasse ambos os reinos. Claro que precisaria de um bom contingente para isso, muito provável até mesmo iniciaria alguma guerra local, mas qual o problema em promover guerras? Mercenários lucram bem mais nelas do que em tempos de paz. Dito isso, vinha a segunda maior pergunta. Pagamentos sempre são equivalentes aos contratos, bêbados de tabernas podem ser encontrados a direita e a esquerda, artefatos dignos de exércitos? Isso é uma raridade muito bem apreciável. Caçávamos algo desconhecido, como poderíamos saber que o que roubaríamos não valia bem mais do que aquilo que iríamos receber? Claro que tinha toda a história com o sangue nos frascos, mas coisas sempre somem com a devida falta de cautela, não podia evitar sentir-me tentado.

Quando finalmente despertava de um mar de ideias mal formadas, me deparava apenas com a inconsistência. Havia sido deixado só com os cavalos, enquanto outros se mantinham procurando pistas e outras coisas qualquer. O que quer que tenha ocorrido no local fazia com que sentisse na espinha, nada bom para nós. Ouvia o som de cascos distantes e me aproximaria do local em que julgava ser a tumba. Ainda me manteria montado com a lança repousando ao lado do corpo, os outros cavalos estavam todos amarrados, não me importaria com eles mais do que me importava com aquelas árvores. De fato estava curioso sobre o que acontecia, então manteria um ritmo lento no avanço, observando ainda em silencio tudo aquilo que nos cercava, conhecia magia e procurava traços da mesma em qualquer local que pudesse presenciar, mas não era isso que realmente buscava, o que mais queria no momento era um caminho, um que resultasse em tomar os fracos de sangue daqueles a nossa volta, enquanto pegava a própria armadura em meus braços.

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Mensagem por Hummingbird Ter maio 19, 2015 1:08 pm

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— Ali!- Alertei, apontando na direção do cavalo.

Perseguimos o animal por pouco tempo. Acompanhei aquele cara durante o trajeto. Ele parecia pegar os rastros do cavalo com facilidade, tanto que nem precisamos nos apressar muito pra encontrar o animal. Tomei a frente então, atravessando os galhos e plantas que nos separavam da área onde o animal estava. Ele parecia tranquilo. Na verdade, estava frente outro homem. Este por sua vez estava muito ferido. — O que? - Surpreso, corri em sua direção, ajoelhando ao seu lado - se me fosse permitido -. O cheiro era muito forte, parecido com o meu xixi só que muito mais forte. A árvore também estava melada, mas eu não consegui identificar o que era. Estava preocupado demais com aquele homem. Afinal, o quê aconteceu? Mas os meus pensamentos logo ganharam uma resposta, dada pelo próprio Homem.

— Orcs? - Repeti, confuso.

Caso o outro tenha me seguido, viraria meu rosto em sua direção, tentando lhe passar num olhar o que seria apreensão. Afinal, estávamos pra lidar com um grupo de Orcs? Se bem me lembro o que são, eram criaturas feias, grandes e....espera aí! O grande Ho era um deles então?! Aquilo rendeu alguns devaneios de minha parte, afinal eu só fui me lembrar agora o que era um Orc. E então aquele barulho...

— Aaahh! - Levei um baita susto.

Era uma pedra? Ou o quê? Não sei, estrondou por todo lugar. Parecia ter vindo na direção da Tumba. Nossos companheiros podiam estar lá dentro, e as coisas só ficavam mais bagunçadas e estranhas. E então o homem voltou a gemer, provavelmente pela dor de seus ferimentos. Clamava por água e antes que ele terminasse de dizer o resto de suas palavras, puxei o meu cantil d'água para tentar lhe ofertar um pouco, se conseguisse beber é claro. Na sequência, voltava meu olhar para meu companheiro. Engraçado que até agora não lembro o nome dele...

— O que vamos fazer agora? - Indaguei, preocupado.— Talvez esses Orcs já estejam longe... - Abaixei a cabeça, meio cabisbaixo. Admito, estava completamente perdido, e pela primeira vez, não tive ajuda do demônio que reside em mim. Ótima hora pra ele me deixar em paz, tsc!

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Mensagem por LK Neil Blaze Ter maio 19, 2015 9:51 pm

Não gostava de coisas fáceis. O fácil era tentador demais, simples demais e irracional demais pra ser acreditado. Gregar não estava com eles. Aquilo incomodou um pouco o ladino, que precisou pensar em algum plano de fuga, onde obviamente iria abandonar Sean sozinho, afinal, tinha que cuidar de sua própria ele e não de um garoto que tinha acabado de entrar num grupo do qual ele não gostava de ninguém. Bom... Pelo menos na sua mente aquilo tudo fazia sentido. E caos um dia já teve sentido? Insanidade o teve? Neil, imerso naqueles pensamentos, não sabia responder.

Dobrou à esquerda.

Então era por ali que eles tinham ido? O cenário não era um dos melhores. Aqueles homens deitados no chão arrancaram um sorriso cínico. Como um ser humano podia ser tão fraco? Porque lutar? Porque não fugir e continuar com vida? Coragem e heroísmo tinham uma supervalorização que não vali a pena na mente de Neil. De qualquer forma, Chagas e Ho deveriam estar a caminho. O trabalho de Neil era outro: era observar.

E quando encontrou o cavalo, deu uma olhada ao redor. Um grupo tinha passado por ali e com bastante brutalidade. Um combate anterior tinha acontecido ali. Então existiam guardas patrulhando a área da floresta? Não ter tocado com um deles no caminho foi sorte ou Chagas sabia exatamente a rota que devíamos seguir? Além do mais, porque diabos aquele cavalo tinha andado sozinho até um local de combate sendo que nem seu dono aquele moribundo era? Estranho demais. O sorriso de Neil fugia do seu rosto, mas seus olhos estavam bem abertos, assim como seus ouvidos.

Aproximou-se do homem e o escutou falando, pedindo um pouco de água e misericórdia ao dizer que já estava morto. - Assim como todos os seus amigos. - Disse, seco. E virou-se subitamente com a sua faca para o pescoço de Sean, encurralando-o na árvore mais próxima. - Da próxima vez que você não controlar isso que você tem aí dentro, eu vou cortar sua garganta de orelha a orelha. - E então fez o corte... Aonde estava presa a pequena "garrafa" de couro com água. Pegou a mesma e levou até o homem, colocando em sua mão, mas impedindo que ele a levasse à boca. - Quero mais informações. Frases, memórias, sons. Tudo pode ajudar. Vocês patrulham a área da floresta? Foi atraído pra cá? Porque o cavalo veio até você? Quanto tempo faz que tudo isso aconteceu? - E esperou as respostas... Até ouvir aquele barulho.

Olhou da beirada de onde estava e viu o local fechado. Estavam presos? Como aquilo era possível? Manteve a calma. Não saiu de onde estava. Deixou o homem tomar goles de água após alguma resposta, antes de travar sua mão novamente. - Existe mais alguém. Essa manobra toda está inteligente demais pra ser executada por um bando de ogros burros. - Esperava conseguir algum esclarecimento daquele homem quase morto que pudesse clarear sua mente.

Conseguindo ou não essas respostas, já tinha um lugar em mente. Seguir ao Norte. Era dali que iria tirar toda a porra da resolução dos seus problemas.

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Mensagem por NR Sérpico Sex maio 22, 2015 5:16 pm

6. Morrer jovem

Não ouviu resposta ─ a pedra deveria tapar precisamente as brechas na entrada, de modo que a voz de Hayashi não entrava e qualquer outro som não saia. Voltou até Tenkai, falou com ele, e dali também não ganhou resposta alguma. Teria de agir só.

Correu, a espada gelada. Saltou para cima da entrada da tumba, um golpe pesado preparado. O choque foi grande, reverberou em todos os ossos de Hayashi (e talvez algumas estruturas da tumba). O resultado: uma fenda no topo da pedra com mais ou menos um palmo de profundidade. Nada que lhe permitisse ver o outro lado. A área ao redor ficou levemente congelada. Talvez ele precisasse de mais dois golpes como aquele para abrir um buraco e criar rachaduras a partir daquela fenda. Mas a saúde de sua espada não ficaria intacta.

Viu, aliás, mais detalhes nas inscrições: o nome CASA DE LUZ na fachada perto de um símbolo religioso e outras duas frases em outras duas línguas. Ao lado da entrada, caracteres estranhos, cada um do tamanho de uma mão.

Não vai funcionar... ─ disse alguém. Hayashi olhou ao redor para ver que era um dos soldados mortos que falava. Quer dizer, morrendo. Para Hayashi, até poderia funcionar sim. Mas o jovem soldado moribundo tinha outra solução ─ Você precisa... ler as frases em élfico e no idioma dos anões para... abrir a passagem.

Mesmo que nada. Até tinham um elfo no grupo. Mas sem alguém que dominasse a língua dos anões, não daria para fazer aquela pedra sumir da entrada. Talvez devesse continuar tentando com a força bruta.

Logo o cavalo de Chagas chegou, levantando grama nas suas pisadas nervosas. Ele relinchava loucamente perto da entrada. Chegou a bater com os cascos dianteiros na pedra. Deu uma volta na tumba. Estava quase insano, querendo entrar, querendo ir até Chagas.  

Não muito longe dali, Sean dava de beber ao moribundo. Este varou metade do cantil em dois goles desesperados. Sussurrou um obrigado. Mas seu rosto se transtornou com a notícia de que seus amigos estavam mortos.

Não... ─ lamentou ─ Quando? Quando foi? ─ Ele olhava para os lados, desorientado. Suor escorria de sua testa. Estava quase em um delírio.

A situação ali poderia ser essa: o homem foi atacado e deixado para morrer. Desmaiou no processo e despertou com o cavalo de Chagas o lambendo. Acordou pensando que tinha desmaiado apenas por alguns minutos... mas não, não fora por apenas alguns minutos.

Ele pareceu se dar conta dessa possibilidade. Era tarde demais para os seus colegas.

Alguns deles eram... jovens demais ─ resmungou. Seus olhos demoraram um bocado para focar de novo nos dois, mas ele conseguiu. Deve ter concluído algo a respeito de Sean e Neil. Então falou tudo conforme se lembrava: ─ Eu vim até aqui... achei ter visto alguma coisa. Comentei com os outros e eles... caçoaram. Vim sozinho. Quando estava pronto para ─ uma tosse, ele respirou algumas vezes ─ quando estava voltando, fui abordado... Foi tudo... muito rápido. Eram orcs. Os cinzas, da montanha ao norte. Eles estão... estão... quase extintos... quase não vemos mais eles. Foram exterminados em conflitos antigos. ─ Ele deu uma olhadela em Sean. Voltou para Neil: ─ Mas nem todos, pelo jeito. E esses aí estavam bem armados... e quietos, organizados... Vocês já viram um bando de orcs quietos? Eu nunca vi. Eles mal conversavam entre eles.

Ele fechou os olhos. Poderia estar morrendo, mas estava tentando lembrar. Conseguiu alguma coisa.

Sim... inteligente demais... existia alguém. Uma mulher. Ela ficou ao longe, mas eu a vi passar quando me deixaram aqui... Não consegui ver o rosto... mas era uma mulher, tenho certeza. Roupas escuras. Cabelos curtos, como os de um homem. Andava descalça. Ela... estava entre os orcs, mas os animais pareciam nem perceber ela como uma simples mulher. Acho que eles... eles a reverenciavam.

E ele ficou quieto. Já tinha dito tudo o que sabia e o que achava que sabia.

Quieto demais. Não precisou da misericórdia. A cabeça pendeu.

Ao longe, ouviram o choque do golpe de Hayashi. Bastava olhar na direção da tumba para vê-lo lá, de frente com a entrada. Estava tentando abrir passagem pela pedra. O cavalo de Chagas se aproximou e ficou rodeando o lugar, relinchando. Por um momento até pareceu pronto a atacar Hayashi, de tão eufórico que estava. De alguma forma, sabia que Chagas estava lá dentro, preso e em provável dificuldade. Era um cavalo bem sensitivo.

Lá dentro, aliás:

Eles lacraram a tumba do Guardião com algum alarme que acionou as... ─ Os passos estavam perto. Começaram a descer o andar do primeiro para o segundo subsolo. Chagas deu uma risada. Deixou a tocha sobre um esquife e sacou uma das espadas e o escudo.  ─ Camaradas de batalha morrem aos montes, Ho. Não fique surpreso se isso acontecer hoje. Meu único plano no momento é testar a resistência dos inimigos... Desculpe. Eu realmente não esperava por isso... E... Muito bem, grande orc, se divirta com seu disfarce.

Ho perdeu tamanho, junto com a armadura que trajava. A pele escureceu: agora ele parecia uma sombra vestindo uma armadura... ou uma armadura vazia. Poderia passar despercebido com aquele disfarce. Caminhou por aí, procurando algo. A única coisa exposta que achou foi uma lança sobre um esquife e, noutro túmulo, uma espada curvada (cimitarra) sobre um pequeno altar. A espada tinha uma linda esmeralda encravada no botão da arma e a joia pareceu reluzir, como que viva, chamando por Ho.

Até poderia ter outras coisas por aí, mas já não havia tempo para buscas. Chagas falava. Aparentemente, recuperara por completo o bom humor. Os primeiros pés apareceram nos degraus.

Uma boa luta da qual não sei se sairei vivo ─ ele riu com isso, subiu em cima de um túmulo, e esperou a horda, todo ansiedade. ─ Pois, que os deuses me livrem de ficar velho e doente como o tio Targo. Eu quero mesmo é morrer jovem!  

As armaduras apareceram. Três. Outras três estavam vindo logo atrás. Ho tentou se lembrar... sim, ao todo, eram oito armaduras lá em cima. No entanto, apenas seis estavam descendo até ali.

Mas eu gostaria de um disparo, uma flechada. ─ Chagas estava manuseando a espada. Ho percebeu que aquela arma que ele sacou não reluzia a chama da tocha... não era uma lâmina de ferro ou aço. ─ Morrer com uma flechada... como Borom’ir. Já ouviu falar no Borom’ir, Ho? Aquele do berrante branco! Que morte, que morte!

Ho estava posicionado mais à esquerda na imensa sala enquanto Chagas estava mais ao centro. Apenas duas armaduras poderiam andar lado a lado no “corredor” até ele. E demonstraram inteligência quando duas seguiram reto para pegar Chagas de frente, duas caminharam para a direita e outras duas para a esquerda ─ queriam cercá-lo. Chagas não pareceu se preocupar.  

Eram armaduras vazias e portavam alabardas comuns. Não tinham elmos. Marchavam, algo bem próximo de uma corrida, só que mais pesada e disciplinada. Nenhuma delas notou Ho. Ele teria uma vantagem inicial nesse combate.

Então lá fora, novamente. Gregar. Saiu do mundo dos pensamentos e cavalgou. Já estava vendo Tenkai na borda do bosque. Hayashi não estava com ele, nem Chagas nem Ho.

Tentou perceber algo, mas não achou nada no ar, nenhuma magia... Então o vulto de algo pequeno passou voando rente a cabeça de Gregar. Alçou um pouco e pousou num galho mais à frente. Era a cigarra ─ e Gregar sentiu uma centelha de magia vindo dela. O bicho girou, para ficar de frente com o possuído, que estava passando mais abaixo.

Numa voz de mulher, disse:

Quem são vocês, exatamente?

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Mensagem por Knock Sáb maio 23, 2015 4:23 pm

Eu ouvia Chagas falando aquelas coisas sobre morrer jovem. Eu achava aquilo loucura, mas talvez fosse uma maneira que ele achava de contornar o estresse da situação... ou não.

Fui perdendo tamanho, junto a armadura... minha pele foi escurecendo... Uma sensação que não quero mais sentir tão cedo... Sentir não ser da minha raça, mesmo por um instante, era bastante incômodo, mas eu tentaria usar aquilo ao nosso favor, já que eu parecia que eu sumia naquela sala... Menino falava e falava... As armaduras chegavam cada vez mais perto. Eu procurava as armas, mas só achei duas; uma lança e uma espada que parecia meio curvada.

Chagas continuava falando sobre morrer, mas eu não via aquele momento como bom para uma “boa” morte.

Por entre meu raciocínio e observações, as armaduras chegaram. Sem elmos; aparentemente comuns, mas a ordem com que se movimentavam com certeza dava um certo receio... pareciam inteligentes, mas eu duvidava dessa inteligência... talvez tivessem sido criadas como se as plantas da tumba e estratégias de luta fossem impregnadas nelas ou algo do tipo: magia. Eu desconfiava de magia.

Com a vantagem, pensei em sair dali e ir atrás de ajuda... tentei lembrar quantas armaduras eu havia visto... Na sala haviam seis... –Só seis?—pensei—Não... São oito.

Respirei fundo; as armaduras entravam na sala... Eu não poderia deixar Chagas ali, talvez ele morresse antes deu conseguir sair; a passagem estava bloqueada; ainda havia armaduras lá em cima (no primeiro andar), isso se fossem somente mais duas... Eu ficaria no escuro e não veria quase nada... Enfim descartei a hipótese de subir e tentar sair para buscar ajuda. Chagas morreria antes que eu chegasse lá fora e talvez eu também morresse. Além de que a morte do garoto naquele momento, certamente estragaria a missão por completo.

Olhei mais uma vez, as armaduras marchavam rápido, a fim de cercarem o Menino; não haviam me percebido... Eu estava a esquerda; Chagas parecia bem humorado com a possibilidades de bater em algumas armaduras e descontar a raiva que fervia o seu sangue, mas não tínhamos tempo, nem sorte para desperdiçar assim.

Olhei as armas novamente: uma lança e uma espada. Olhei novamente... fiquei um tanto incomodado em tirar aquela espada daquela cova, mas parecia ser algo a mais do que eu já tinha. Eu conseguia ver uma bela esmeralda reluzindo... parecia me chamar...

As armaduras cercavam Chagas, pude ver que era estreito demais e que só duas poderiam ocupar os espaços entre os túmulos, os quais formavam uns corredores; embainhei minhas espadas, peguei calmamente a lança que encontrara; olhei mais uma vez a espada, tentei olhar rapidamente alguma inscrição do túmulo. Reverenciei e pedi perdão e licença mais uma vez e pensei empunhando a espada “Bem, belezinha, me surpreenda”. Eu esperava que não me fizesse mal, caso contrário, certamente estaríamos perdidos.

Respirei com calma, esperava que Chagas ficasse atento aos meus movimentos; eu estava à esquerda dele, pensei em distração, mas as armaduras não eram vivas, fariam tudo segundo previamente “protocolado”, achei que não iriam se distrair ou mesmo ter piedade de Chagas.

Olhei tudo com a lança na mão esquerda e a espada na minha destra. Tentei ver alguma armadura, a fim de ataca-la como alvo principal ou alguma falha nas armaduras, as quais eu pudesse atacar e destrui-las com mais facilidade... Em todo caso, corri; atacaria as armaduras que estavam a direita de Chagas de uma vez só com a espada de forma latero-lateral, a fim de joga-las para trás, e com muita velocidade e força, após isso, atacaria as que estavam à frente de Chagas, jogando-as para o lado, esperando que Chagas atacasse as que estavam a esquerda dele. Isso tudo com a intensão de acabar com as armaduras e também para abrir caminho e corrermos.

Esperava que eu tivesse êxito e que Chagas não continuassem com esse drama suicida... parecia até aquele cara que aparecera insanamente no escritório de Targo... Pensando nisso... Como eles estariam? O que será que haviam encontrado? Será que estavam bem? Bem, só saindo rápido de lá para saber... e pensando nisso; acho que isso também me incentivava.

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Mensagem por Hummingbird Sáb maio 23, 2015 9:19 pm

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— Ora mas que...interessante. - Murmurou ele.

— Será que ele queria me intimidar? - Rebati.

— Não, acredito que não haveria motivo. Que tolice, intimidar uma criança? - Aquilo rendeu alguns risos do diabólico.

— Alguma ideia melhor? - Nada mais convincente me passava pela cabeça. Era uma situação que eu definitivamente não entendi muito bem.— Não tens nada a perder meu pequeno corvo. Teu amigo, huhuhuhu... - Interrompeu com risadas para enfatizar o deboche.— Como eu dizia, teu amigo pode ser útil. Interessa-me mais segui-lo e ver do que ele é capaz, ao ficar acompanhando esse pedaço de carne cheirando a urina. Por mil demônios, será que pode tapar o nariz? Tenha piedade de mim, ó, um pobre demônio...  - Completou.

Aquilo era pra ser sarcasmo? Eu não entendia muito bem disso, mas desta vez ficou muito evidente. — Tem razão, acho melhor segui-lo pra ver o que acontece. Ah, aliás, obrigado.- Agradeci.

— Não seja ridículo, criança. Eu só quero ver até onde ele aguenta sem te cortar. - Esbravejou.

E assim, deu-se por terminado o "nosso" diálogo mental.

[ ... ]

Tudo aconteceu, provavelmente, no intermédio de toda aquela conversa. E apesar de parecer distraído, por alguma razão eu consegui compreender ambas as informações. Seja da conclusão com o demônio, como também das palavras daquele soldado moribundo. Não digo que a situação anterior não me abalou. Quero dizer, acabaram de apontar uma faca pra mim, isso é no mínimo perigoso. Mas eu estava acostumado com isso. As vezes, até coisa pior. Pra falar a verdade, já fiquei frente a criaturas tão terríveis na floresta onde venho que, uma mera faca e ameaças verbais pareciam mais agradáveis. Então não quer dizer que não me afetou, só digo que, realmente, não sinto medo.

Enfim, não era preciso ficar perdido em devaneios pra concluir o óbvio. Os orcs passaram por ali, venceram esse soldado, e foram todos em grupo, provavelmente, pra tumba. Sequer fiquei atento nas informações da tal mulher mencionada, isso não me chamou atenção a princípio. E agora, com o fim das palavras do moribundo, retomei consciência. Tentaria apanhar o meu cantil d'água antes tomado pelo meu companheiro e usado pra abastecer o soldado. Se ainda tivesse alguma gota nele ou não, eu o guardaria. Aproveitei pra verificar se estava tudo bem com a tal garrafa de sangue que me foi entregue pelo Tio Targo. Andamos tanto, não faria mal dar uma checada não é?

— Certo! Err, se não se importa, posso segui-lo? Independente do caminho que escolher? - Indaguei, enquanto ajeitava minha mochila e minhas coisas. Apesar de tudo, não carregava rancor, medo ou sarcasmo nas palavras. Estava normal. — Se achar que vou ser um estorvo, é só me ignorar.- Sugeri como se já soubesse que ele diria algo em referência a minha idade, tamanho, impotência física, blá blá blá. Aquilo era tão repetitivo, difícil não se acostumar.

Aguardava por uma resposta positiva dele - Neil - pra decidir que caminho eu tomaria. Em caso de uma resposta positiva da parte dele, eu o seguiria. Em caso de uma resposta negativa, sendo assim, tomaria meu rumo de volta pelo mesmo caminho que usamos pra chegar aqui. Meu único objetivo restante seria voltar ao lugar onde estavam os cavalos pra encontrar o resto do grupo e então decidir o que fazer. Isso é claro, se eu fosse impedido de acompanhar aquele cara - Neil -, somente.

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Mensagem por Hayashi Qua maio 27, 2015 3:03 pm

Tenkai parece me ignorar, e infelizmente eu não tinha ouvido quaisquer resposta de dentro. Não tinha nenhuma brecha, nenhuma passagem de ar. Me distanciei um pouco, fui com tudo para cima da pedra com a lâmina frígida, saltei e atingi um golpe no centro dela, percebi que foi um baque pesado e bem forte até, fazendo meu corpo tremer e talvez balançar um pouco a estrutura da tumba, consegui fazer uma depressão de mais ou menos um palmo no topo da lâmina, mas não dava para ver o outro lado, não arrisquei gritar de novo. Parei na frente da pedra, pensando no que eu poderia fazer, até que dava para eu fazer aquilo mais vezes e até quebrar a pedra, mas minha espada poderia quebrar, e eu não iria arriscar mais uma espada por besteira. Chagas e Ho pareciam ser fortes, o que quer que esteja lá dentro além deles, eu apenas confiei que não iria acontecer nada ruim. 

Notei algo escrito na fachada.

─ Casa de Luz? Que merda é e... ─ E aí fui interrompido por um dos homens quase mortos. Eu sinceramente tomei um susto, achei que todos ali estavam mortos. A informação foi útil mas infelizmente ele era um homem prestes a morrer, a única coisa que eu podia fazer ela livrá-lo da sua dor.
Virei a espada de ponta cabeça e cravei no meio da cabeça do homem, se ele estivesse vestindo um elmo, seria no rosto mesmo.  

Vai me agradecer quando me ver no outro lado. 

Temos um elfo, mas não se tem um anão para fazer isso. A menos menos que alguém fale a língua dos anões.
Então o cavalo de Chagas chegou, em um galope forte, parecia querer a mesma coisa que eu, tirá-los de lá. Aquele cavalo parecia ser alguém muito ligado a Chagas, era bonito. Eu queria ter um mascote para levar nas viagens. 

Aí eu me lembrei de algo. Eu trabalho numa Taverna e seu dono e um Anão, vai que eu possa já ter visto algo relacionado a língua dele? Só precisava lembrar, quem sabe em seus registros de cobrança ou do próprio registo de vendas? Salários, etc. A língua dos Anões não deve ser tão difícil. Apenas olhei, se me lembrasse de algo iria tentar ver o que tal coisa significava ou até mesmo tentar pronunciar. 

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo lá dentro, eu estava preocupado mas não queria quebrar ela, foi um presente de alguém especial, não iria me desfazer dela por algo assim, mas em compensação, eram vidas. Deve existir alguém que consideram eles importantes, seria muita maldade deixá-los lá. Eu tentei acalmar o cavalo, ao menos. 

Calma, amiguinho... ─ Levaria a palma da minha mão no "ponto doce" do cavalo, acariciando e tentando passar calmaria para o bichinho. Aproveitaria para admirar ele, subi a palma para o pescoço e depois parti para um carinho no local que fica entre os olhos. ─ Vou tirar o Chagas de lá, acalme-se. 

Quem sabeu eu, com toda minha ingenuidade, já teria tomado um "gostar" por Chagas. Ele me parecia um homem de bem. E eu fiquei lá, acariciando o bicho, esquecendo do resto, e tomando cuidado para não tomar outros quase coices. 

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Mensagem por Bluesday Qui maio 28, 2015 5:06 am

Muita coisa havia acontecido e Tenkai nada fez. A conversa com Chagas não se teve um fim e logo descobriram que a tumba havia sido invadida. Os soldados do cemitério estavam caídos e o elfo ficou de longe olhando tudo. O sobrinho do contratante foi até a tumba com um dos integrantes da equipe. Entraram e estavam a sua própria sorte. Já o guerreiro ficou lá, apenas observando. Algo o incomodava. Uma sensação perturbadora que fazia sua concentração tomar proporções surreais, que o fez até mesmo ignorar um dos rapazes que fora falar com ele. Uma baita falta de educação, mas não foi por mal e nem de proposito.

Eis então que o cavalo surgia na tumba. Estava impaciente e algo o tirava a razão. Talvez Chagas havia encontrado o que não devia e com a tumba selada com aquela pedra, suas chances de fuga seriam nulas. Isso trouxe o elfo a si. Via o cavalo agoniado e querendo entrar na tumba a todo custo. Os sentidos de um animal são melhores do que os dos homens, elfos e demais raças. Tenkai como um guardião da natureza e um conjurador da floresta, via que precisava se mexer e que ficar de aguarda escondido não iria ajudar muito.

Caminhou. Passos ligeiros e imperceptíveis. Em poucos segundos estava logo atrás do rapaz que tentava acalmar o animal. Tenkai passava por ele de surpresa e ia para o lado do cavalo.

Perdoe por minha falta de sensatez. Estava perdido em pensamentos.

Então o elfo tocou o cavalo com sua mão esquerda de forma gentil e o olhava com convicção. Com aquele toque, Tenkai tentaria passar tranquilidade para o fiel animal de forma que apenas um ser com muita dedicação a natureza poderia ter. E sendo um animal, o cavalo de Chagas poderia sentir a energia natural que o guerreiro possuía em sua essência. Esperava que o coitado ficasse mais tranquilo e entendesse que ele iria ajudar seu dono.

Se o elfo conseguisse realizar este feito, voltaria seus olhos para a pedra que impedia a passagem da tumba e leria as inscrições marcadas na mesma em seu idioma natural de sua raça, sem saber o que aquilo poderia acontecer. Faria a leitura em tom de voz ambiente e depois questionaria o companheiro.

Então precisamos apenas se livrar dessa pedra?



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Mensagem por Gregar Sáb maio 30, 2015 10:49 am

De certa forma, estava entediado. Não me importava com a missão em si, pelo menos para mim, a recompensa era bem mais chamativa do que a aventura. Gostava de combates, e gostava de diversão, mas arriscar meu pescoço em nome de um desconhecido? Isso nunca fora de meu interesse, não abriria exceção alguma neste caso. Poderia parecer um completo idiota colocando tudo desta maneira, mas neste exato instante estava como um mercenário repleto de estranhos a meu redor. Todos haviam aceitado a missão por escolha própria, riscos seriam naturais, lidar com eles sem encontrar a morte não era um sobressalto, era apenas o esperado.  De uma forma direta, todos poderiam variar em talentos, mas uma coisa ao menos dividíamos, a cobiça pelas recompensas.

De longe podia ter alguma noção do que acontecia com o grupo, a maior parte dele era barulhenta o bastante pra permitir isso, mas não me juntava a eles. Procurava algo a mais, um detalhe que poderia ter se passado despercebido por todo o restante, eu buscava por magia. Rastros dela para ser mais especifico. Nunca havia sido especialmente bom em lidar com o arcano, nunca tive interesse o bastante pra falar a verdade, eu não ao menos. Kenna era um caso a parte, podia coloca-la como uma professora que não poderia recusar. Uma palestrante que parecia se recusar a deixar a ignorância cruzar seu caminho, nunca realmente pude entender como alguém poderia ser assim, mas ela simplesmente era. E era justamente essa curiosidade ensandecida, que me fazia tomar consciência de algo em especial. Odiava a ligação sentimental com todo meu ser. Tudo ficava turvo quando ela aparecia, não sabia onde eu terminava e o demônio começava, mas era por isso que enxergava algo a mais naquele inseto. Uma simples cigarra dotada de uma centelha de magia, um rastro fino, que fazia com que a reconhecesse como mais que um simples animal da floresta. Não é normal dos animais falarem.

- Comunicação através de animais? Interessante. Não eram minhas palavras, era Kenna falando. - Se aproxima através de magia, negando seu nome e quem é, mas deseja saber nosso propósito? A ordem de nossas apresentações está invertida. Dava um momento esperando outra resposta. - Caçadores, buscamos quem quer que tenha feito aquilo. Posso assumir que está envolvida então? Agora sim era eu quem falava, me referindo ao ataque realizado contra os guardas.

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Mensagem por LK Neil Blaze Dom maio 31, 2015 8:08 pm

Neil teria aberto um sorriso com aquela informação, mas não o fez. Odiava perigo. Odiava situações complicadas. De complicada já bastava sua existência naquele maldito inferno de mundo, mas agora não tinha como voltar atrás e desistir. Se duvidasse, Talia poderia estar sorrindo lambendo o sangue de Neil que tinha sido esguichado em sua face. Xingou baixinho quando o homem morreu e voltou-se para Sean. - Pode ter certeza que eu vou te ignorar, a não ser que essa coisa dentro de você me encha o saco. - E dito isso, começou a sair dali, mas não o podia fazer sem os outros. Sabia para onde deveria seguir se quisesse recuperar aquelas placas, mas não podia ir sozinho. E sim, considerava que estar com Sean era mesmo que merda. Voltou então, para o caminho. Tinha que achar alguém e claro, pegar o seu cavalo.

Quando enfim chegou no local, tirou o seu pangaré da árvore e com passos rápidos, foi arrastando para que pudessem chegar num terreno com menos obstáculo. E qual não foi sua surpresa ao dar de cara com Gregar naquele caminho? Abriu um sorriso e viu que ele falava com alguma coisa. Algum... Animal? Não entendia, mas parecia algo grotescamente incoerente visto que a voz não era a de um animal. Parecia a de um humano qualquer. Aproximou-se do garoto, mas sem encará-lo. Seus olhos estavam voltados para a criatura com um sorriso. - Hey! Desculpa atrapalhar sua transa com seu novo amiginho, mas temos de ir. Norte. Agora. - E seus olhos brilharam num tom vermelho, cheio de ânsia, de vontade.

Suficiente para Gregar saber que tinha mais a ser contado. Seu sorriso não estava debochado e sim nervoso. Se o idiota do garoto fosse bom o suficiente para notar os sinais de que Neil queria companhia para lhe contar mais informações que não poderiam ser ditas ali, certamente uma centelha de admiração viria por parte de Neil, que por sinal, não tinha mais tempo. Montou no cavalo e disse. - Vamos, não temos o dia todo. - E correu, esperando que Gregar estivesse logo atrás dele. Esperou, porém, que estivesse pareados na corrida, para lhe contar o que tinha descoberto.

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Mensagem por NR Sérpico Dom maio 31, 2015 10:06 pm

7. Enterrados em pedra

A cigarra apenas remexeu as asas como qualquer outra cigarra faria. Quem falava por ela não se achou na obrigação de responder ao possuído. Aquele diálogo era de pessoas que não estavam dispostas a ceder ou interpretar. Por isso nada saiu dele. Era apenas um... reconhecimento. Ela provavelmente sabia o propósito deles. Só não sabia quem eles eram. Ou melhor: em nome de quem estavam lá. Aparentemente o inimigo fizera uma jogada da qual nada conseguiu e demonstrou gratuitamente sua capacidade ─ a tal comunicação com animais, se Kenna estivesse certa.

Antes da centelha de magia estourar numa pequena chama roxa que durou dois segundos, consumindo a cigarra instantaneamente, ela disse o seguinte:

A corrida acabou e vocês perderam. Voltem ou fiquem aí esperando o povo do vilarejo checar os sons da tumba no meio da madrugada. ─ Nesse momento Neil se mostrou, e Sean também. Então, um pouco depois do que Neil dissera sobre ir para o norte, a cigarra queimou por completo.

Neil e Sean tinham retornado, pegado seus cavalos e agora deram com Gregar papeando com um inseto incendiário. Podiam conversar sobre isso no caminho, pois Neil queria ir com urgência. Sean ia junto, já tinha decidido. Este, aliás, checou se estava tudo bem. Sim, estava. O frasco continuava frio e intacto.

Para o norte, então.

Os orcs talvez tinham apenas uma hora de vantagem e estavam a pé.

Se eles apertassem a cavalgada, poderiam alcança-los e recuperar a herança de Targo.

Os três cavalgaram, saindo do bosque e avistando Hayashi e Tenkai e o cavalo de Chagas lá, de frente para tumba lacrada. Passaram. Olhos na relva, olhos nos rastros. Eles realmente podiam cavalgar despreocupados pelo campo ─ o rastro dos orcs era uma linha reta previsível.

O vilarejo logo se estendeu mais à frente. Vozes no ar, movimento. Pelo menos meia dúzia de pessoas estavam no horizonte. A trilha seguia até eles.

Elas.

Eram cinco mulheres, duas delas velhas senhoras. Estavam ao redor de uma carroça caída na qual os cavalos foram mortos por cortes pesados, e o cocheiro idem. Uma das mulheres parecia tentar reanimar o homem. Outra ergueu os olhos para os três que cavalgavam. Logo todas estavam olhando o grupo.

São os mineradores? Os soldados? ─ Uma delas perguntou quando os três chegaram mais perto.

Não ─ respondeu outra. ─ Os mineradores foram para o norte... Quem são vocês três?

Todas elas estavam armadas. Mas duas delas não pareciam muito a vontade com uma espada a tira colo. Pareciam mulheres normais, donas de casa, e não combatentes. Estavam assustadas ─ dava para ver isso em seus rostos. Mas estavam prontas para se defender, caso preciso.

Os rastros dos orcs passava por ali, mas não seguia para o vilarejo mais a frente. Desviava para a direção da floresta, no pé da montanha.

São do Rancho? ─ perguntou a mulher que deveria ser a “líder”. ─ Targo finalmente leu nossas cartas? E o que está acontecendo na tumba?

Perguntas demais. Eles podiam passar direto, evitando essa chateação. Elas não impediriam. Seguir rastros na floresta (aparentemente bem densa, fechada) seria mais complicado. Mas logo amanheceria e isso poderia ajudar um pouco.

Aos que ficaram:

Hayashi quase acalmou o cavalo de Chagas. Não que o animal o rejeitou, mas é que ele estava realmente perturbado com o seu dono enterrado dentro daquela fortaleza. Aceitou uma caricia, mas logo se afastou. Mesmo Tenkai, que deveria ter mais jeito com animais, não conseguiu muita coisa. Ao menos o animal parou de circular a tumba, ficando apenas ali por perto, encarando o lugar. Viram quando Gregar, Sean e Neil cavalgaram para o norte. Provavelmente descobriram algo e se foram, sem olhar pra trás. Que tivessem sorte então, hm.

Deixando o cavalo de lado, Tenkai leu as palavras em élfico. Diziam: "onde a caminhada termina". Na hora entendeu que era uma frase dividida em três idiomas:

CASA DE LUZ,
ONDE A CAMINHADA TERMINA

...

Restava apenas as últimas palavras para fechar a frase. Palavras no idioma dos anões, se o moribundo (agora morto por uma espada ainda gelada) falara a verdade.

Hayashi observou, a memória num esforço titânico. Já tinha visto algumas letras como aquelas através do seu patrão? Sim, já tinha visto alguma coisa. Se fechasse os olhos poderia começar a lembrar ─ ou então se enganar, a mente criando coisas pra suprir a falta de imagens claras por parte da memória. Confusão, esse negócio de memória. E, se por um acaso, ele tivesse visto algo no idioma estranho, será que era no mesmo dialeto cravado nessa tumba?

Identificou apenas duas letras. E e A. Estavam dispostas da seguinte forma, junto com uma possível interpretação:

E
* (Uma preposição? Talvez uma vogal?)
*E**A*** (Um verbo?)
***E*A

Ou seja:

CASA DE LUZ,
ONDE A CAMINHADA TERMINA
E * *E**A*** ***E*A

Bastava acertar as palavras para encerrar a magia que acionou o mecanismo de trava da tumba. Ele compartilhou a informação das letras com Tenkai, e agora os dois estavam diante de um pequeno jogo a ser resolvido. Só não sabiam se algo aconteceria caso errassem a frase pronunciada. Algo ruim, no caso. Até lá, Chagas e Ho permaneceriam enterrados em pedra.

Por enquanto esses dois estavam indo bem.  

Chagas já estava bloqueando golpes quando Ho fez seu primeiro movimento. Antes pensara e pensara, todas conclusões certas. Ficar e lutar parecia o caminho mais certo naquela ocasião. A falta de luz logo abraçaria os dois se não fossem rápidos. Aliás, a luz não alcançava a lápide de onde tirou a cimitarra. Não conseguiu ver inscrição alguma lá. Mas reverenciou mesmo assim e ficou surpreso com a leveza da arma.

A lança era comum. A cimitarra era especial. Sentiu quando parte de sua energia escorreu direto para mão que a empunhara ─ um preço. Uma luz fervilhou no botão do cabo, onde a esmeralda ficava.

Era uma lâmina, não teria tanto êxito contra as placas de ferro das armaduras, mas serviria para atrasá-las, jogá-las de lado. A força de Ho ajudaria nisso. Mas então deu um golpe e da lâmina saiu vento. Ia atacar uma, depois outra armadura. Mas a rajada invisível arrebatou as duas num golpe, atirando-as pra longe num giro de braços e pernas e rangidos. Ambas se estatelaram no chão, desmontando em alguns pontos. Não levantaram.

Chagas já tinha derrubado uma delas. Pegou a tocha e saltou para outro esquife, evitando uma alabarda nas pernas. Ho se voltou para outras duas ─ essas agora resolveram dedicar atenção ao orc. Com isso, o caminho de Chagas estava livre. Apenas uma armadura o perseguia enquanto outra tentava se levantar.

Vamos, Ho! Pra cima! ─ Chagas gritou, quase ofegante.

Ele saltou, golpeando, bloqueando. Tudo indicava que ia correr até a escada e subir a toda até a entrada. Ho não viu. Estava ocupado.

As armaduras atacavam em sincronia, roubando a iniciativa do orc e o fazendo recuar. Estavam num alcance calculado, bem cientes que o inimigo era grande, de longa envergadura. As alabardas dardejavam, indo e vindo como língua de cobra. Ho bloqueou tudo. Mas estava ficando difícil respirar com toda aquela queima de energia. Já as armaduras não tinham esse problema: continuavam atacando num mesmo ritmo disciplinado, apenas esperando o momento em que Ho fosse lento demais na hora de subir a cimitarra ou a lança para um novo bloqueio.

Mais energia escorreu para o braço de Ho, para a mão, para a cimitarra ─ que parecia colada em sua palma. A joia faiscou, alegre. E quando o orc a ergueu para um bloqueio que não chegaria a tempo, uma camada gelatinosa subiu da lamina, bloqueando o golpe inimigo num estouro que atirou a armadura para trás, caindo sentada de costas para um esquife, a alabarda voando pra longe junto com o braço que a segurava. Que raio de arma era aquela? Ho podia sentir prazer em empunhá-la! Uma tremenda besteira, mas a sensação era que só agora ─ ao encontrar tal arma ─ que ele se tornara um guerreiro completo. Mesmo com o cansaço pela falta de ar, Ho se sentia bem. Desde que tivesse aquela cimitarra consigo, ele sempre estaria bem...

Agora viu. Chagas enfrentava uma armadura, mas mantinha um olho em Ho, como que o esperando lá, perto da escada. A armadura derrubada já se levantava para se juntar ao combate contra Chagas. A que Ho derrubara tentava se levantar ─ lutaria mesmo sem a arma e sem o braço da arma. E por fim, a que estava de frente para Ho hesitou quando viu o que aconteceria se atacasse a camada gelatinosa ─ que ficou estagnada no ar, se desfazendo aos poucos. A armadura circulou aquilo e estava pronta para o segundo round com o orc.

Então Chagas deu uma risada nervosa, meio urrando ─ fora atingido. Algo caiu ─ a tocha! A luz começou a minguar. Tinham mais alguns instantes para ver o que faziam e então passariam a manobrar no escuro.

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Mensagem por Knock Sáb Jun 06, 2015 8:29 am

Eu havia ido para cima das armaduras e acertei as duas que havia tido com alvos primários... mas foi estranho.

Eu queria acabar com aquelas armaduras... Acho que de algum jeito, o qual não consigo explicar, a espada sentiu o meu desejo... e quando pulei para atacar, a pedra reluziu e fora como se uma porção de energia fosse tirada de mim. Não me senti tonto nem nada disso, mas fora bastante incômodo. Bem, pelo menos as armaduras haviam caído e não levantaram. Agora faltavam quatro; Chagas e eu dividiríamos.

Pulei para as minhas adversárias e as joguei para o lado, elas começaram a lutar comigo e fui para cima delas com uma fúria e desejo admiráveis, entretanto a estratégia ou o jeito como elas lutavam me deixava, logo me deixaram sem reação de ataque e aquilo foi me pressionando. Eu perdera Chagas de vista. O nervosismo caçava a minha alma e eu estava me entregando a ele como ovelha perante o seu algoz.

Para cima, Ho!

Um milhão de coisas passavam pela minha mente, mas as coisas continuavam a me sufocar; ataques, mais ataques, mais e mais ataques sincronizados, os quais roubavam minha possível iniciativa de ataque... Meu braço cansou... até então eu defendia todos os ataques e num ataque que percebi que não conseguiria defender, a espada mais uma vez se fez brilhar e mais uma porção de minha energia me fora tirada. Um material viscoso escorreu da espada e pegou os ataques, fazendo com que as armaduras se afastassem; uma caira ao chão e parecia que lá ficaria, mas a outra só perdera a espada e já se preparava para lutar.

Enquanto a outra se preparava para lutar mesmo sem a espada, Chagas urrava... havia sido atingido e deixara a toxa cair e pelo jeito a luz acabaria.

Eu sentia a boca secar e uma sensação mais incômoda ainda. Eu me sentia bem e mal portando aquela arma; um cavaleiro completo; um guerreiro admirável... mas lembrava da contradição do túmulo. Eu não era completo. Estava longe disso.

Eu via a armadura que reluzia à fraca luz da tocha; buscava Chagas ferido. Minha mão tremia, não baixando a guarda perante a armadura... Mas... Mas... Eu não estava mais tranquilo...

Eu lembrava de meu pai falando incessantemente que quando eu sentisse isso era para eu respirar fundo, pensar e buscar uma saída racional para os problemas que estavam à minha frente. De repente eu já estava granindo. Eu pensava em meu pai falando... mas já não havia volta.

Ódio. Ódio. Eu precisava fazer isso, por meu mestre, por mim, por Chagas, pelos outros... Minha boca mostrava meus enormes caninos... Eu via a Luz se apagando; o tempo passando; talvez os outros estivessem mortos com os inimigos lá fora... A espada me irritara. A pressão me irritava. Me sufocava. Urrei.

O ódio tomara conta de mim, então de repente todo a fúria natural de mim se unira a um ódio que já se acumulava há tempos. Urrei alto, forte e ameaçador. Alto o suficiente para que os mortos escutassem do outro lado. Olhei a espada com ódio, mas não a soltei. Senti meus músculos clamarem para serem usados de fato. Eu iria sair dali e seria agora.

Olhei com ódio os meus adversários e corri. Eu esmagaria todos. Chutes, socos. Eu estava "me lixando" para como derrubar-las. Eu derrubaria essas merdas. Isso era certo. Eu não pararia enquanto elas não estivessem destroçadas. Eu derrubaria a minha, depois derrubaria a adversária de Chagas, Depois eu correria escada acima, derrubaria as outras duas, depois eu sairia daquela tumba fétida; bateria no obstáculo que bloqueava a porta. Ainda não sabia como, mas sei que faria isso.

Eu não estava irracional, mas com certeza não estava tão racional a ponto de me prender à padrões e a ritmos... e creio que era isso o que estava me fazendo perder... Corri. Bati. Corri. Bati. Corri mais uma vez, Bateria, talvez eu as jogasse para o lado; correria, prosseguiria; massacraria, arrebentaria, exterminaria. A magia conheceria o nome Ho, pois naquela noite a magia sentiria dor. O metal o sofrimento; os mortos temeriam um vivo.

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Mensagem por Hummingbird Dom Jun 07, 2015 2:28 pm

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E como esperado de meu único companheiro nessa missão, a indiferença transbordava. Ao menos eu estava me acostumando, eu acho...

Seguindo-o, tomamos a trilha que nos guiava de volta para onde o grupo estava anteriormente. Lá, pegamos nossos cavalos, e cá pra nós, eu estava feliz de ter uma companhia mais amigável comigo. Desta vez me refiro ao Guloso, o pequeno cavalo que me carregou até agora. Abracei-o mas sem perder muito tempo. Ao que tudo indica, o outro estava com pressa. Foi o tempo de apanharmos os cavalos, presenciar um determinado evento com o resto do grupo e depois partir mais uma vez, rumo ao Norte. Eu estava um pouco distraído, como sempre. Sendo assim, não me ative aos detalhes, pelo menos não por agora.

Cavalgando rumo ao Norte, eu estava perdido em pensamentos. Para surpresa de alguns, não, eu não estava insatisfeito. Pelo contrário, estava muito feliz. Depois de tanto tempo vagando naquela floresta terrível, agora eu tinha a oportunidade de participar de alguma coisa legal, pelo menos era como eu enxergava. Eu estava aproveitando, isso é o que importa.

E então, acordei de meus pensamentos com um encontro inesperado em nosso caminho.

Ao que pude notar, eram um grupo de mulheres acompanhadas de uma carroça toda destruída, mais mortes e mais desordem. Puxa, esses orcs parecem ser incansáveis mesmo. Me pergunto como vamos lidar com eles, ou melhor, como EU vou lidar com isso? Engoli a seco esse pensamento até tomar a frente do grupo - e um pouco de coragem - pra falar com as moças.

Huhuhuh, curiosas demais pra um grupo recém atacado. Não deveriam ter mais cuidado com quem abordam? - Nem sempre eu tinha controle dos impulsos que o Demônio exercia sobre mim. Sendo assim, aquelas palavras foram dele, mas não digo que não compartilho da mesma linha de pensamento. Era uma coisa mútua.

— Vocês sabem alguma coisa sobre os Orcs? Pra onde foram ou se estavam acompanhados? - Indaguei, reduzindo a velocidade da cavalgada pra rondear o grupo das tais moças.

Mesmo se meus companheiros não fizessem a mesma parada pra falar com as moças, eu não desistiria. Só voltaria a segui-los depois de obter minhas respostas.

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Mensagem por Gregar Dom Jun 07, 2015 10:31 pm

Divertia-me com aquela cena. Falava com um inseto mágico, não podia fazer coisas do tipo todos os dias. Começaria um extenso debate sobre como aquilo parecia único em um ponto de vista deturpado, mas era interrompido por Neil e por uma chama. Sentia uma pontada de desapontamento vinda de Kenna, assim como uma curiosidade ascendente por causa do desafio. A corrida havia acabado? Sorria por detrás da mascará, saboreava as palavras ditas pela maga. Nem havia começado a correr ainda, como poderia perder? Sean e Neil estavam lá, tinham pressa para cavalgar para algum lugar, não sabia o que haviam descoberto, mas de fato aquele lugar me parecia perdido de uma vez por todas, não gostaria de buscar mais nas ruínas, tampouco tinha interesse por teias de aranha, além disso, achava sensato me afastar daquele local antes que Kenna desenvolvesse interesse pelas teias.

Cavalgava juntamente da dupla improvável, me aproximando de Neil esperando ficar a par dos acontecimentos. Saiamos do bosque, impulsionados pelos animais, caminhávamos pela trilha de orcs, esperava alcança-los, desejava isso dentro de mim, o combate.  De certa forma encontrava algo parecido, não que fossem orcs, era um grupo mais delicado, muito mais apresentável. Um quinteto de mulheres, armadas e próximas da morte. Elas faziam perguntas, muito mais perguntas do que qualquer um se sentiria a vontade para responder, não era como se pudéssemos simplesmente falar nossas identidades e em nome de quem caminhávamos. Por alegria do destino todas pareciam incrivelmente assustadas, quebra-las seria fácil, aproximava-me quando era o garoto que tomava a dianteira. Aquelas palavras ditas, me pareciam muito pesadas para uma simples criança fala-las.

- Nós caçamos. Parava o cava-lo próximo ao grupo e indicava os mortos com a ponta da lança. - Aqueles que fizeram aquilo. Aproximava-me ainda mais da mulher que se mostrava como líder, com a lança pronta para deslizar em retaliação qualquer. - Eles pensaram que seriam capazes de fugir, mas vão ter uma surpresa desagradável com nossa chegada, precisamos de armamento extra e informações. O que você nos oferece em troca da cabeça deles?

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Mensagem por Hayashi Ter Jun 09, 2015 3:47 pm

- Sim, precisamos ler aquilo ali. - E apontei para o amontoado de símbolos.
Eu estava lá, observando. De repente o elfo se desculpou comigo, dei um sorriso, aceitei a situação como algo normal. Afinal ele estava perdido em seus pensamentos, não iria culpá-lo por nada, ainda mais por ele não me dever explicações. Éramos adultos encarando uma situação ruim como adultos. E se perdoava ou não, estava exposto no sorriso. 

Voltando a situação da frase, o elfo parecia tentar decifrar o que estava lá, juntamente a mim, que lembrou de símbolos que o patrão usava em algum momento de seu trabalho. Identifiquei duas letras, A e E. Foi ruim ser apenas duas letras, mas melhor do que nada, poderia ser nenhuma, não tive tanta sorte. Quem sabe na próxima vez, compartilhei as informações com o elfo e ele me disse o que tinha lido. Agora só teríamos que encachar e resolver essa espécie de enigma que encontramos ali. Se conseguirmos a tempo, poderíamos ajudar de alguma forma quem estava lá dentro, que até agora eu não tinha qualquer outra informação a não ser que estavam presos lá. Eu tinha certeza que era uma armadilha, mas apenas queria ter a certeza de que estavam vivos.

E eu pedia a todos os Deuses que estivessem. 

Eu com toda minha emotividade e sensibilidade com a vida do próximo já tinha criado um pequeno laço com as piadas do Chagas ou a figura de Ho. 

Ou então podia ser apenas viadagem. Haha

Se bem que em meio ao navegar nas minhas idéias, havia pensado em algo até que fazia sentido. 

- Tenkai. Acho que tenho uma ideia do que se trata a frase. O que fazemos depois que caminhamos? Fazemos uma pausa para descansar não é mesmo? Aqui é uma tumba, faz todo sentido. A caminhada seria a vida, e o descanso seria a morte. - Gesticulava, esperava que ele entendesse meu raciocínio. - Perceba. - Me posicionei a frente da pedra, coloquei a mão em cima dela de apoio e li o que estava na frase abaixo de "Casa de Luz"

- Casa de Luz. Onde a caminhada termina e o descanso começa

E então eu torci para que acontecesse algo, para que a pedra se movesse ou algo parecido, até me distanciei, inseguro. Eu sinceramente queria que algo de bom acontecesse ali agora.

Se não acontecesse, iria ficar decepcionado, mas tentaria pensar em outra forma. 

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Mensagem por Bluesday Dom Jun 14, 2015 7:08 am

" Casa de luz. Onde a caminhada termina... "

O rapaz e Tenkai ficaram observando e tentando descobrir o que deveria ser a frase seguinte. A lógica era bem simples e o elfo imaginava que seria alguma relação com repouso ou com algo completamente diferente. Em duvido o guerreiro preferiu ficar quieto até pensar em algo. Porém seu companheiro parecia que já tinha algo em mente e compartilhou com o elfo.

De fato. Estava imaginando algo parecido, mas as palavras certas não vieram. Acredito que seja isso mesmo. Pronuncie elas e vejamos o que acontece. Caso contrário... — E deixou a curiosidade invadir a mente de Hayashi — Me pergunto se em qualquer idioma funcionará. Mas creio que sim. Não acho que os guardiões daqui tenham tanto conhecimento de outras línguas — Em seguida chamou a atenção do colega — Se abrir, eu irei na frente.

Sem mais o que fazer, o elfo esperou. Avançaria rapidamente adentrando na tumba, caso ela se abrisse e procuraria por Chagas e Ho.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Jun 15, 2015 12:02 am

8. Para baixo, Ho

Ho explodiu. Descartou a parte de si que calculava, vestindo de uma vez o manto da selvageria. Seu sangue se tornara puro ódio impaciente. Seu urro, ecoando potente pela tumba, lhe custou um precioso folego mas renovou a força do braço, o qual ergueu a lâmina e avançou.

A armadura, desprovida de emoções, avançou também. No fim da luz, Ho nem viu para onde a alabarda ia, nem chegou a sentir se fora ou não atingido pelo golpe inimigo. Mas teve uma certeza: o estalo ruidoso, o estilhaço sonoro, de quando pegou a armadura em cheio.

A cimitarra reluziu com o golpe, jogando a armadura longe, despedaçada. O instante mínimo de luz permitiu que ele visse a posição exata da outra, a sem braço, que marchava rápido demais na direção dele, talvez em busca de um encontrão. Ignorou ela, pois viu também a posição das outras, lá, próximas de um Chagas caído, ávidas por um golpe de misericórdia...

A lança voo. Simplesmente não pensou, apenas arremessou a arma num rugido novo, somando ecos com o rugido anterior que ainda vibrava por aí.

E ouviu o som: sim, acertou uma delas.

E então tomou o encontrão. Mas não caiu. Perdeu ar com o peso do ferro ambulante atirado contra o seu peito, recuando dois passos. A cimitarra subiu em resposta. Brilhou mais uma vez quando tocou a armadura, que incendiou num estalo, as chamas derretendo as juntas, a fazendo cair enquanto queimava.

Nova e forte luz. A arma parecia interpretar o que o hospedeiro precisava.

Ele viu Chagas girando no solo, uma armadura descendo a alabarda repetidas vezes, querendo morte. A outra ─ a atingida pela lança ─ estava se levantando.

Ho arfava. Os pulmões eram como bolas de fogo aquecendo seu peito. Sua visão começava a ficar turva. Dar um passo era como oscilar numa maldita corda bamba que aos poucos desfiava e o chão parecia estar a 100 metros abaixo de si. Se caísse da corda, se caísse por esses longos 100 metros, Ho não levantaria mais.  

Mas caminhou, destemido. De alguma forma, iniciou uma corrida, passando rápido pelas pedras da morte ao redor. Sua visão turva permitiu ver a armadura que se levantava erguer a lança e a arremessar. Ele viu o brilho da luz refletida no gume da arma que voava contra si, mas não viu onde a lança foi parar. Errara, provavelmente ─ pois ele não sentiu nada.

Mas ia cair, teve certeza. As bolas de fogo eram grandes demais agora. Então nas ultimas pernadas, num ultimo lampejo de fúria, saltou. E depois caiu. Uma longa queda.

Em cima da armadura. Pois que a maldita fosse para o abismo junto. Um pequeno consolo, pois falhara: Chagas ainda tentava escapar da última, provavelmente não duraria muito. Não ficaria velho como o tio Targo. Iria morrer jovem.

Ho foi para baixo. A fúria o abandonou. O escuro correu até ele.

Enquanto isso:

Se sabemos dos orcs? ─ A líder riu, com ironia. Não gostou de Sean. Não gostou como ele se adiantara, falando aquelas coisas. Estava tensa e nervosa demais. E armada e disposta. ─ Claro que sabemos dos orcs! ─ bradou.

Outra mulher, mais velha e ligeiramente mais calma, tomou a frente. Provavelmente queria evitar um confronto e estava vendo o quão vulnerável elas, mulheres, estavam, diante deles.

Olha ─ ela começou ─, chegamos aqui ainda agora. Somos do vilarejo. Ouvimos sons aqui... nossos maridos estão fora... por isso viemos nós... E encontramos Churum morto. ─ Ela fez um sinal para o homem que provavelmente guiava a carroça quando fora atacado. ─ Ele era do vilarejo. Saiu de madrugada. Queria chegar no Rancho de manhazinha, pobre homem... ─ Ela deu uma olhada para Sean, o respondendo melhor: ─ Não vimos eles. Mas sabemos que foram eles, orcs, da montanha. Sabemos por causa dos ferimentos.

Então ela explicou brevemente que o vilarejo já teve, em tempos passados, problemas com orcs, que desciam da montanha e sequestravam pessoas e gado. Quando encontravam gente demais, matavam, ou matavam quando achavam oportuno. O vilarejo cansou de encontrar moribundos com aqueles mesmos cortes à machado... Mas isso faz tempo. Houve uma campanha de extermínio e os orcs foram extintos. Uma ameaça esquecida desde então.

Mas eles voltaram ─ retomou a líder. ─ Esse já é o terceiro ataque nas últimas duas semanas. ─ Parecia um pouco mais calma. E sorriu nervosamente para Gregar, saboreando a ideia de “uma surpresa desagradável” para os animais que atacaram Churum. ─ Se eu pudesse, te ajudava com todos os armamentos da Ilha. Mas o que temos é pouco, insuficiente para nós mesmas... Mas informação é algo que podemos dar. ─ Ela apontou para a floresta lá na frente e a montanha logo atrás. ─ A antiga morada dos orcs ficava do outro lado da montanha. Eu soube que eles adoravam uma entidade em corpo de mulher, e foi do lado de lá da montanha que ergueram totens e altares em honra a essa tal “entidade”... Tudo foi destruído na campanha de extermínio, mas se eles voltaram, certamente voltaram para onde os antigos altares ficavam. ─ Ela olhou novamente para os três, foco no Gregar. ─ Eles não escalam a montanha desse lado. E não acho que eles irão dar a volta, pela a floresta... Digo, o jeito deles de passar para o outro lado sempre foi através de tuneis. Eles sempre cruzaram a montanha por baixo. Muitos desses tuneis foram selados. ─ E então ela parou. As outras mulheres pareceram segurar a respiração ao mesmo tempo. ─ Menos um. Um túnel de mineradores. Mineradores do nosso vilarejo... Eles... faz dois dias que eles partiram. Não voltaram. Um segundo grupo de homens armados foi ontem para lá, procurar por eles...

E eles também não voltaram ─ disse a mais jovem. Segurava a espada junto do peito. Talvez uma lembrança do jovem esposo sumido.

Nem se lembraram de perguntar novamente pelos soldados da tumba. E também não falaram mais. Estavam apreensivas com o desaparecimento dos maridos. Estavam completamente desamparadas. A líder recuperou a força, os olhos cintilando ira:

Esses orcs... Matem os desgraçados. Matem todos eles.

Enquanto isso:

Hayashi arriscou as palavras. Houve um brilho suave nas inscrições ao lado direito da entrada, como que em resposta. Logo se apagou. A tumba ficou em silêncio. Por um tempo, nada. Um longo e decepcionante nada. Então de súbito rugiu, correntes em sinfonia. A pedra se ergueu, rápida, num tremor instantâneo, sumindo dentro da engenharia exótica.

Deu certo. Diante de Hayashi e Tenkai a Casa onde a caminhada termina e o descanso começa estava aberta.

De dentro veio miasma, extremamente ávido por se misturar com o ar da madrugada. E um grito:

Ei! ─ Chagas? ─ Aqui!  

A primeira coisa que viram foram as duas armaduras vazias, sem elmo. Estavam de frente para entrada, com alabardas prontas, como que esperando por algo, como que petrificadas de súbito em meio um movimento. Uma luz suave, tal como nas inscrições da tumba, brilhava de dentro delas, visível por algumas frestas. Logo a luz se apagou. Elas permaneceram paradas.

O cavalo de Chagas se aproximou, as narinas abrindo e fechando.

Aqui! ─ Tosse. O cavalo reagiu a voz, relinchando e querendo entrar na tumba. ─ Como é bom ouvir esse som, parceiro! Chame o elfo! Chame alguém!

O som vinha de um lado do hall principal, vinha da escadaria da direita. Tenkai e Hayashi desceram, confirmando que era mesmo Chagas, se arrastando pelo primeiro subsolo, carregando um enorme fardo: Ho.

Ajudaram. Deixaram a tumba. Na luz do mundo dos vivos, Tenkai e Hayashi puderam confirmar que Chagas estava ferido, perna e tronco. Ho também, ombro e perna. Chagas deitou na relva, abrindo bem os braços. Riu.

Vocês perderam! ─ Arfou. Sugou muito, muito ar. ─ Ah, vocês perderam, seus antipáticos! Foi no mesmo nível de uma festança de casamento do Flint! O Ho aí se divertiu tanto a ponto da exaustão, coitado. Ah é... foi de morrer de tão bom! ─ O cavalo baixou a cara e começou a lamber seu rosto. ─ Desculpa amigo. Flint não aceita animais nas festas, daí te deixei aqui. Foi mal.  

Ho despertou, o ar voltando com tudo, a fúria também ─ um reflexo da última memória que o fez, num movimento automático, erguer a cimitarra para um contra golpe definitivo contra a armadura... mas não! Parou! Olhou de novo. Não era uma armadura, era Hayashi. Ele não estava mais na tumba. Chagas estava logo ali, rindo. Acabou.  

Uma parte.

Sem demora, Tenkai buscou os cavalos. Não teve dificuldades em conduzir os animais na pura empatia. Os outros três estavam longe, ou não. Tinham de correr, formar o grupo novamente. Uma armadilha fora deixada na tumba. Mais delas poderiam surgir no caminho. Precisavam reagrupar logo.

Chagas tentou levantar. Hayashi ajudou. O sobrinho de Targo meteu a mão numa bolsa levada pelo seu cavalo. Tirou algumas folhas de árvore, cumpridas e com cheiro forte. Tirou algumas bandagens.

Amigo, me ajuda aqui ─ pediu, pra Hayashi ─ e consigo uma participação de luxo numa futura festa do Flint, com as puta e tudo. Enquanto isso, por que não me contam o que eu e o Ho perdemos por aqui, hm?

Hayashi ajudou com os curativos. Chagas pegou mais folhas e bandagens, passou pra Tenkai que passou pra Ho. Os curativos foram feitos. Montaram e foram.

Ho enfim conseguiu soltar a cimitarra. Olhou bem para a esmeralda no botão. Lá, na tumba, ela pareceu bem brilhante, como nova. Agora, estava opaca, mais cinza do que verde, parecendo até suja. Guardou a arma.  

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Mensagem por LK Neil Blaze Qua Jun 17, 2015 12:07 am

Finalmente conseguiram partir dali. Neil se limitou a olhar para aqueles que estavam tentando entrar na tumba, não era seu real objetivo. Abriu um sorriso largo. E quem precisa deles? Do gurpo? Também e ninguém. Mas sua mente pensava: quem precisa deles? Do objetivos? Certamente não ele. Estava ali apenas para incitar confusões e saber como cada um se comportava e devia admitir que o grupo em que estava metido era o mais interessante, começando por Gregar que até agora era fechado. Sean só sabia irritá-lo, mas aquela besta dentro dele tinha certos limites que tornavam o garoto uma fonte de diversão para Neil.

O caminho seguiu tranquilo deixando o outro grupo para trás, contudo, algo mais a frente chamou a atenção dos três. Sean e Gregar decidiram parar e Neil também queria saber no que aquilo queria dar, afinal, poderia lhe divertir. E bem, ouvindo a conversa, realmente ganharam algumas informações interessantes antes de seguir caminho. E nada divertia mais Neil do que ver o sofrimento alheio, porque a raiva naquele momento não se aproximava de fúria e sim de um ponto de vulnerabilidade onde o ladino poderia machucar e cutucar até sangrar se bem quisesse. Adorava fazer com que os outros provassem um pouco da loucura com que ele já estava acostumado em seu dia-a-dia. - Uma entidade com corpo de mulher, hã? - Disse, olhando para Gregar com aquele sorriso doentio.

As respostas foram bem produtivas. Já sabíamos com o que estávamos lidando por alto, mas tudo aquilo ainda incomodava Neil. Organizados demais. Demais. Não é típico. O costume está errado. Era o que ele pensava. Subitamente desceu do cavalo e rodeou rapidamente as mulheres, parando naquela mais abalada e segurando seu rosto com força, mas sem brutalidade. Ela podia ver insanidade nos olhos de Neil e certamente saberia que ele seria capaz de fazer coisas absurdas. - Mortos. Estão mortos. Todos... Eles.

Depois de montar no cavalo novamente, Neil simplesmente sorriu para os outros dois e seguiu caminho para onde as mulheres indicaram, certamente ávido por saber como tu iria se desenrolar.


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Mensagem por Gregar Qua Jun 17, 2015 10:12 pm

Observava tudo àquilo com uma antecipação maciça. As mulheres pareciam indispostas, irritadas com tudo que acontecia ao redor delas, mas não era para elas que olhava. Encarava a situação de frente, com os olhos perdidos em uma possibilidade ainda distante. Podia sentir a lamina da arma esquentando pela leve probabilidade em encarar o grupo de orcs. Como de rotina não seria a morte que me alimentaria, não estava interessado em descobrir a cor de meu próprio sangue, o que realmente buscava com tudo que buscava enfrentar era mais simples, pessoal e elemental. Caçava um objetivo, uma razão pela qual me manter acordado e de pé. Acreditava com toda minha fibra que me manter em uma estrada tão próxima da morte, era a melhor maneira de saber mais sobre quem era. As coisas de valor só são percebidas quando perdidas, correto?
 

Sorria por detrás do metal gélido, adorava aquela situação. Adorava imensamente idiotas crentes, seguidores de entidades e de deuses, eram os mais fáceis de lidar com. Kenna própria gostava de manipular gente desse porte, assim como era ela quem mais se interessava pela entidade em forma de mulher, o que seria algo assim? Um demônio? Espírito da natureza? Tinha o ímpeto necessário para encontrar algo assim cara a cara. O gatuno também se interessava pela entidade. O rumo era perfeito, não me arrependia nem por um instante em ter abandonado o restante do grupo, era um mercenário que prestava serviços, não tinha laços de irmandade com nenhum dos outros, e o premio se mostrava muito tentador para ser simplesmente esquecido. Podia sempre entregar os artefatos ao nosso contratante, mas a sensação de que perdia algo era tão forte que amargava a boca. Pensaria em algo posteriormente, sempre o fazia, por hora apenas ouvia cada uma das palavras de Neil, todas caindo suavemente em meus ouvidos. Se eu achava demônios malignos? Nem tanto quanto observava aquele homem, começava a gostar da acidez e do veneno em cada uma das palavras insanas que ele proferia, era uma companhia agradável.
 

- Contenha suas palavras, não devemos afirmar nada que não tenhamos provas para sustentar. Censurava com diversão a Neil que se referia à morte. - De fato, eles nos caçam enquanto caçamos os outros, ainda assim, o que veem a sua frente são mercenários, nossos trabalhos possuem custos, que felizmente já foram pagos. Nada me alegraria mais do que arrancar a cabeça dos Orcs, e já nos pagaram com a informação que buscávamos, não vejo razão para não entregar a cabeça daquelas criaturas deploráveis em seu vilarejo, mas antes disso se preparem para cumprir seus papeis nisso, mostrem-nos onde fica o túnel.

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Mensagem por Hummingbird Qua Jun 17, 2015 11:55 pm

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E naquela breve parada que fizemos, ouvi o que tinha pra ser ouvido. Nada mais. Engraçado, tudo começou a ficar mais interessante desde que decidi seguir esses dois. Parecia ser a coisa certa, digo, me trazia essa sensação. Era como se uma parte de mim começasse a ficar mais forte, ganhar espaço, liberdade. Será que é isso? E então, acordei de meus pensamentos no decorrer das conversas...

— É uma pena não é? Morreu como se fosse só mais um qualquer, hehehehe.- Por algum motivo eu não conseguia segurar a rispidez nas palavras. Isso estava ficando cada vez mais forte. Será que é algo ruim? Eu acredito que não. Quero dizer, faz parte de mim agora.— Gostam de esconde-esconde? É só pensar que eles estão escondidos, mas que estão lá, e...- Num súbito, uma parada. Assumindo um olhar vago e profundo, fitei uma das moças ali presentes, como se lhe intimidasse a alma, ou pelo menos era esse o objetivo que eu almejava. — É bom que saibam brincar, afinal, agora terão que cuidar das crianças completamente sozinhas.- Incitei, encenando uma expressão tristonha. Aquilo era de cortar o coração não é? Que tenha crianças ou não, elas vão ter que se virar a partir de agora...

Enfim, isso não era da minha conta.

Eu não tinha muito o que dizer. Estava mesmo é interessado em brincar com esses tais Orcs. Se antes eu tinha uma dúvida de como enfrentá-los, agora eu tinha minha resposta; Pode ser divertido! Um sorriso insistiu em se formar no canto esquerdo da minha boca e aos poucos foi ganhando espaço em meu rosto. Era diferente de um sorriso infantil. Era repleto de deboche, de sarcasmo, de maldade. O que eu imaginei naquele momento? Acho melhor não compartilhar. O importante é estar animado pra isso. Montado em meu cavalo, então, só restava seguir os outros dois.

— Parece que vai ser divertido. Vamos, vamos! - Disse, agora, cheio de inocência.

Inocência? Era mesmo essa a palavra? Quem sabe... Eu só precisava acompanhá-los. Tudo passou a ficar divertido ao lado deles. Enquanto eu puder aproveitar, isso é tudo que preciso. E que comece a brincadeira...


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Mensagem por Knock Qui Jun 18, 2015 10:34 am

A luz apagara.

A Luz apagara?!

Após o bravejar de ódio, corri para cima da armadura, a qual não sentira nada com a minha “explosão”, embora eu tivesse sentido; tive de puxar muito ar, pois não me restara fôlego, mas posso ter certeza que embora eu arfasse, pela minha fúria parecia um respirar comum; minhas forças pareciam estar renovadas; puxei a cimitarra e avancei contra a minha incômoda adversária, a qual também investia suas mãos nuas contra mim. A luz apagara.

Mas onde a armadura estava? Com o levantar da lâmina, pude perceber que a havia jogado ao longe e que caíra estilhaçada não muito longe de mim. Eu não sentira nenhum golpe, então percebi que a espada havia  mais uma vez me ajudado.

Com a luz produzida pela queda da armadura, pude ver a armadura que havia caído sem o braço e os outros dois algozes de Chagas; mais ódio consumia o meu ser. Ignorei a que se lançava contra mim. Lancei a outra arma que estava em minha mão sem ter certeza de onde iria acertar, mas acertei uma das desgraçadas.

Tomei um encontrão, perdi o ar mais uma vez; mais ódio se apossava de mim. Quando a cimitarra tocou a inimiga, mais uma vez sugara uma parcela de energia de mim e fizera com que a armadura sem braço derretesse, o que produzia uma nova e forte; tudo muito rápido. Senti meus pulmões arderem ao tentar puxar ar, levei uma das mãos à minha frente. Vi uma armadura atacando o Menino, o qual se defendia como podia e a outra tentando se levantar.

Tentava respirar, entretanto meus pulmões ardiam cada vez mais. Dei o primeiro passo; ferozmente avancei, mas eu não me sentia mais apoiando meu corpo em meus pés; minha visão embassara, apagava e voltava. Sentia minha mão tremer e um suor gélido escorrer a minha face... Bem... eu sabia o que iria acontecer; eu sabia que iria cair; que eu iria falhar, mas corri.

Passei os túmulos correndo, enquanto via a lança ser atirada contra mim, mas não me atingindo; corri... Meus pulmões pareciam clamar para que aquilo tudo parasse e gritavam tão forte que não tive como deixar de acatar o pedido, o qual se tornara ordem. Num último esforço, saltei e caí. Caí em cima de uma das armaduras, a qual não tenho certeza de qual foi, mas lembro da sensação: como tomar um banho no mar gélido. Meus pulmões agradeceram. Minha mente e meu sangue esfriaram. Era frio e confortá...vel. Um escuro acolhedor.
A Luz se apagara?!

De súbito fui retirado do mar gélido; a armadura! Chagas! A missão!

Bravejei mais uma vez, apertei a cimitarra, agarrei a desgraçada e avan...cei. Ao abrir os olhos, vi que um garoto do grupo estava perto de mim. Arregalei os olhos, diminuí a velocidade... Senti o cheiro diferente, o clima mais ameno. Estávamos fora da tumba. Mas como?! Me perguntei brevemente, mas pude ver a tumba aberta, então entendi tudo; soltei o moleque então pedi e bebi água (muita água).

Lenvantei-me, vi o elfo. O Menino, o menino. Respirei. Fui à frente da tumba, vi as duas armaduras paradas, fiz cara feia e dei um pisão em cada uma delas.

Olhei para o cavalo, o acariciei, olhei a cimitarra, a qual estava meio opaca e sem vida, então agradeci, como se ela pudesse me ouvir, fiz um certo tipo de carinho como se ela pudesse sentir. Talvez ela pudesse. Até perguntei o nome dela como se ela tivesse um, então me apresentei formalmente, como se ela já não me conhecesse, mais, até, do que eu já a conhecia. Então fiz um convite para que ela participasse da minha jornada, então; somente então a larguei e gurdei-a junto a mim.

Eu respirava e “saboreava” da água. Ouvia o grupo, mas não falava nada. Montei ao cavalo.

“Vamos” falei e fui na direção que haviam falado.

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Mensagem por Bluesday Qua Jun 24, 2015 10:58 pm

A pedra finalmente se moveu. Um brilho para completar a magia. Bem clichê para algumas nações, mas um belo espetáculo de luzes. Em outro mundo daria uma bela noite em alguma balada alucinante.

E a dupla #partiu. Adentraram pela caverna. Tenkai foi na frente como havia avisado. Mas não precisaram se esforçar e nem nada disso. Logo encontraram os dois. Estavam bem. Quer dizer. Bem o bastante para se recuperarem até a próxima festa. Isso segundo Chagas.

Garanta então minha vaga em uma área especial na próxima, Chagas. Quem sabe um elfo de terras distantes possa ensinar uma nova dança para os nativos de Lodoss. Afinal, segundo amigos centauros de Endless, eu não me assemelho tanto com minha raça aqui nessas regiões — O guerreiro então se calou. Olhou para a direção que seus companheiros haviam seguido e tratou de dar ordens amigavelmente — Precisamos ir. Imediatamente. Não podemos dar ao luxo de se desfazer dos demais logo no começo. Vamos, irei reunir os cavalos.

O papo estava bom. Todos estavam se recuperando, mas o grupo precisava se reunir com o resto da comitiva. Tenkai tratou de reunir os cavalos e logo todos estavam montados e galopando rumo ao norte. Não demorou muito e logo estavam avistando um agrupamento de pessoas. O elfo conseguiu ver perfeitamente quem eram.

Mulheres! Parece que aconteceu algo — E Tenkai por instinto deu ordens ao cavalo para acelerar o galope para chegar mais rápido.

O elfo não tinha certeza. Mas com sorte os três ainda estariam por ali com aquelas fêmeas. Caso estivesse, perguntariam se estavam bem e logo faria um breve relatório bem resumido para os companheiros e esperaria pelas informações deles, para então poderem decidirem o que fariam com base em tudo que sabiam. No entanto, se não encontrassem eles por ali, perguntaria para elas — Vocês viram dois homens e uma criança por aqui? Eles são nossos companheiros — Se a resposta fosse sim — Para onde foram?

Agradeceria e seguiria em frente para tentar alcançar os demais. Passando então as informações que deviam e questionando o que eles descobriram.

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Mensagem por NR Sérpico Qui Jun 25, 2015 9:27 pm

9. Só um pouco mentiroso

Calor. Moscas no ar. E o sol mal começara a aparecer! O dia seria bom para os pescadores em Ruff e para aventureiros nos ermos, desgelando, de Calm.

Para Gregar, Neil e Sean seria um dia... suarento. Quase nenhum orvalho pingava das folhas. A qualidade do ar era média e deveria piorar conforme o correr das horas. Até lá talvez já teriam resolvido o trabalho.

Estavam floresta a dentro. Não esperaram por ninguém, pegaram ultimas informações, deram suas últimas palavras e cavalgaram. Logo, já estavam no mato. No começo havia uma trilha fácil, vegetação afastada. Os orcs certamente seguiram por ali, dado os rastros recentes. Minutos depois a trilha ficava menos evidente, carente de manutenção. A floresta pareceu crescer de volta, sufocando o caminho, reclamando para si os espaços.  

Os cavalos começaram a ter problemas. Isso reduziu um pouco a velocidade do trio. Mas se seguissem reto chegariam onde almejavam. Ao menos essa foi a informação final que receberam:

Há uma trilha, praticamente em linha reta. Basta seguir por ela e cedo ou tarde chegarão num grande lago. Há uma ponte, para cruzar o lago até o outro lado. Dali já é visível alguns totens que marcam postos de trabalho em meio a floresta. O totem vermelho é o mais próximo da montanha e fica logo de frente com o único túnel ativo.

Quem dissera isso, em resposta à Gregar, fora a mesma senhora que explicara todo o contexto histórico da região e dos orcs. Então agora eles estavam seguindo pela trilha, que acabara subitamente. Segundo a senhora, se seguissem em “linha reta”, dariam no rio.

Olharam o solo. Os orcs. Os rastros continuavam, sim, bem visíveis... Se não fossem criaturas pesadas, qualquer um poderia pensar que são rastros propositais... Mas esse não é o ponto do momento: o que fez o trio parar, atentando para o caminho, foi que o rastro se dividiu.

Ao que tudo indicava parte do grupo inimigo tinha seguido reto ─ norte, até a provável localização do túnel ─ e a outra parte dobrou levemente para a direita, nordeste. Que ardil era aquele? Uma mera distração? Agora sim Neil poderia se coçar de suspeitas quanto a uma emboscada.

Agora era decidir qual caminho seguir. Não tinha como perceber um rastro diferente das pisadas habituais dos orcs. Isto é, a tal mulher que acompanhava o grupo poderia estar indo tanto para o norte quanto para o nordeste. E também não tinham nenhuma sugestão de que a tal herança de Targo estava com um grupo só. Mas ao menos tinham quase certeza de que houve uma divisão exata do grupo: cinco orcs pra cá, cinco orcs pra lá.

E uma coisa que perceberam no ambiente, agora que pararam um pouco para analisar a terra: estranhamente, não notavam nenhuma atividade animal naquela floresta. Tudo bem que ainda faltava um pouco para amanhecer, mas deveria ter alguns pássaros, alguns bichos nos galhos, alguns insetos que não fossem apenas moscas... Estranho.

Ardil... foi mais ou menos o que plantaram, nas ultimas falas com as mulheres, naquelas “pequenas desinformações”... Neil pegar no rosto da moça fez algumas espadas se erguerem em resposta, alguns olhos endurecendo de súbito. E ninguém pareceu achar graça nas coisas que Sean disse ─ que aliás fez alguns olhos amolecerem de novo, com a perspectiva de luto. Elas deram as informações por que tinham um inimigo em comum, mas uma ou outra poderia torcer para que eles se matassem todos, orcs e esses grupos contratados, insanos e hostis. Não fariam falta a ninguém, ao contrário de seus respectivos maridos.  

O outro grupo, o outro trio mais Chagas. Sim. Estavam chegando agora.

Droga ─ disse Chagas e rapidamente mudou sua forma. Agora ele era um homem de cabelos curtos e negros, de baixa estatura e sem nenhuma arma visível, vestindo um robe marrom. Não podia arriscar que o reconhecessem, exatamente como no início da missão.

Tenkai cavalgou na frente. Notou que as mulheres estavam quase deixando o lugar. Notou que ao menos duas delas tinham os olhos vermelhos, bochechas manchadas por recentes caminhos de lágrimas. Duas delas estavam pegando o morto na carroça tombada, talvez para leva-lo até o vilarejo logo ali. Mas pararam para ver o elfo.

Uma delas tomou a frente, espada em punho.

Não vimos nada ─ respondeu, seca.

Não que ela não tenha gostado de Tenkai. Mas não parecia nada disposta a conversar com ele, e se a carapuça tivesse servido, que ele encontrasse seu rumo e tchau. Se ele insistisse, bem aí ela ─

Tessa? ─ Era Chagas, numa voz fina e diferente do habitual.

A mulher desviou o olhar de Tenkai para Chagas, Hayashi e Ho que chegavam mais atrás. Chagas voltou a forma normal, o cabelo loiro crescendo e as espadas aparecendo. Apeou, passando por Tenkai e indo até a mulher.

O que houve? ─ perguntou, na voz original.

Você está com esse bando de contratados? ─ Ela olhou de novo para o trio com certo desgosto. Deu meio passo para trás quando percebeu que Ho não era um homem alto, mas sim um orc alto. ─ Um orc!

Sim, Tessa, um orc. Sempre gostei das suas deduções precisas. ─ E riu, mas logo voltou a falar sério pois Tessa não riu com ele. ─ Ele está comigo. Eles todos. Foram contratados pelo Targo e

Targo leu nossas cartas? Aquele seu tio preguiçoso finalmente nos escutou e mandou vocês?

Chagas pareceu hesitar um pouco. Sorriu.

Sim ─ disse. ─ Targo nos mandou.

E o outro grupo?

Que gr

Dois homens, uma criança.

Ah. Sim. Estão conosco.

Tessa olhou para Tenkai, depois para Chagas de novo. Depois para Ho, desconfiada. Todas as mulheres pareciam desconfiadas, como se falassem com bandidos. Mas Chagas era um conhecido (ao menos de Tessa) e isso equilibrou a balança. Um pouco.

Para onde eles fo

Passaram por aqui faz alguns minutos. Foram para a floresta. Para o túnel... você sabe. E disseram que vocês... ─ E balançou a cabeça, se calando, de repente decidindo que não se importava tanto.

Chagas olhou para a carroça, para o cocheiro inerte.

Churum...?

Morto. Pelos orcs da montanha.

Chagas olhou para os camaradas. Olhou de novo para Tessa.

Holmes e os outros...?

Foram procurar os mineradores ontem e ainda não voltaram. ─ Ela se calou por um tempo. ─ Os orcs, Chagas. Acho que nunca foram extintos de verdade.

Vou ver se encontro eles... digo, Holmes e os outros... Tenho de ir. Se cuida.    

E o que aconteceu na tumba? ─ perguntou outra mulher, uma senhora.

Nada. ─ Ele respondeu e olhou para o grupo, já montando: ─ Vamos?

Chagas ─ chamou Tessa. Chagas olhou para trás. ─ Cuidado. Não só com os orcs.

Algum problema com a floresta?

Alguns mineradores, antes do sumiço, disseram que as neblinas voltaram.

Nesse calor?

Aquele tipo de neblina. Apenas... apenas tenha cuidado.

Então Chagas fez sinal para que se mandassem dali.

Os rastros estavam lá, as pisadas dos orcs e os cascos dos cavalos dos outros três. Seguiram, rumo à floresta. No caminho Chagas atualizou o grupo sobre o desaparecimento dos mineradores, dos túneis selados, do único túnel funcionando e dos prováveis inimigos daquela missão: orcs, que residiam naquela montanha no horizonte, colada com a floresta que estavam adentrando. Mas os orcs ficavam, antigamente, do outro lado da montanha.

Se são os mesmos orcs... irão cruzar a montanha por dentro, pelo único túnel que restou. ─ E o óbvio: ─ Provavelmente foram eles que pegaram a armadura e ativaram o feitiço de defesa da tumba para nós... o que é estranho... com todo respeito Ho, você é diferente e tal, mas não vejo como orcs possam mexer com magia desse jeito, e atuarem com tanta... precisão. E também não vejo tio Terlo nem meu pai contratando orcs para fazer esse serviço de subtração... ainda mais esses orcs. Não... Não devem ser orcs. Elas se enganaram.

O calor já estava crescendo, o que significava que seria um dia suarento para eles também. Moscas voavam. Tenkai, um tanto mais empático em relação a florestas, notou que aquela ali estava... diferente. Como se algo de ruim tivesse acontecido e deixado toda a região um tanto quanto... triste, ausente. Não era como um pântano, onde não há vida. Era mais como uma floresta doente, sob o julgo de algum mal...

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Mensagem por Hummingbird Dom Jun 28, 2015 12:09 am

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E no caminho...

— Tens certeza do que está fazendo, criança? - Ele parecia intrigado com minha decisão. Digo, acompanhar aqueles desconhecidos, acatar as decisões deles e tudo mais. Apenas fiquei em silêncio, eu não precisava responder, ele sabia o que eu pensava. — Huhuhuhu- Ainda assim ele riu. — E o pequeno corvo começa a dar seus primeiros voos. Vamos ver até onde você consegue chegar... - E com isso ele queria dizer que só precisava de uma brecha, para então, tomar o controle. É com isso que eu tenho de conviver todos os dias...


...


E bem que a senhora lá atrás falou de uma tal ponte, de uma tal trilha. Trilha essa que seguimos. Trilha essa que tinha as pegadas enormes e truculentas dos orcs. Trilha essa que era nosso único rastro deles, ou pelo menos, até este momento. Por algum motivo, que na minha percepção era obra dele, fiquei intrigado com a tal trilha dos orcs que, de uma hora pra outra, parecia se dividir. Não me ative aos detalhes, só fiquei mesmo muito intrigado e resolvi parar a cavalgada. Esperava que os outros também tivessem visto, senão, chamaria atenção deles para tal. E, independente do que conversassem, eu estaria alheio aos comentários. Pensava no restante do grupo; aqueles outros três. Será que estão bem? A floresta era tão calma e silenciosa que, a julgar pela ausência de qualquer som, imaginei que a situação lá atrás - na Tumba - tenha piorado. Foi então que um sorriso desonesto foi crescendo no meu rosto.

— Ei, ei, eu tive uma ideia!- Entusiasmado com o que imaginei, trotava com meu cavalinho até poucos passos adiante, o suficiente pra ver mais de perto a tal ponte e o rio/lago, seja lá o que for. Esperava que os outros dois me acompanhassem.— Podemos deixar nossos cavalos aqui e seguir no caminho do outro rastro! Pensem comigo. Assim, não deixaremos rastros. Ou melhor, deixaremos sim, bem ali.- Apontaria para o lago.

A ideia era muito simples; deixar os cavalos por ali, antes da ponte, enquanto tomaríamos o outro caminho, naquela inclinação da trilha à nordeste. Claro que nesse caso, seguiríamos a pé. A traquinagem estava em deixar uma falsa pista, eliminando nossos rastros. Era tudo uma brincadeira para mim, muito divertida por sinal.

— Vamos, vamos, por favor...? Vai ser divertido!- Insisti.

Pro caso de toparem a ideia, faria o tal plano bem como explicado e seguiria a pé rumo ao Nordeste, naquela trilha. Caso contrário, continuaria no cavalo e, mesmo um pouco relutante, acataria às ordens que qualquer outro do grupo demandasse.


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Mensagem por Hayashi Qui Jul 02, 2015 9:11 am

Tudo aconteceu tão rápido. As escrituras na casa pareciam reagir ao som da minha voz, a pedra havia saído da frente, eu e Tenkai entramos para procurar Chagas. Na minha cabeça tinha cumprido meu trabalho. Sem contar a parte que quase levei um safanão de Ho, que deve ter me confundido com uma daquelas armaduras que estavam o atacando. Eu ri, depois do susto, ninguém iria gostar de levar uma porrada de um Orc daqueles.

- Calma! Calma! Sou eu! Sou eu! - Meu grito desesperado para não levar um golpe foi mais ou menos assim. No final das contas eu ri.

Chagas tentou levantar, fui ajudá-lo por estar mais próximo, ele foi até seu cavalo tirando algumas folhas e bandagens, e pediu uma ajudinha minha para fazer os curativos. Eu estava sem fazer nada mesmo... Ajudei. Passaram algumas folhas para Tenkai, que tinha trazido os cavalos para nos reagruparmos, que passou para Ho. Ho precisava bastante desses curativos.

- Nada de mais. - Respondi a pergunta de Chagas: - Sem contar o desespero só que fiquei quando descobri que isso era uma armadilha - Falei num tom meio maternal, foi estranho até pra mim: - Mas te garanto: foi mais divertido lá dentro! Aqui só tivemos que descobrir umas palavrinhas. - E dei uma piscadela para Tenkai.

Depois de um descanso de um cinco minutos, fomos encontrar os outros. Tenkai na frente, Chagas e nós chegamos por trás. Tinha uma velhinha lá na frente, que estava de saída com algum corpo.

Chagas começou uma prosa. Parecia que aquele desgraçado conhecia todo mundo. Papo vai papo vem, descubro que o resto do grupo havia seguido por uma trilha atrás dos Orcs. Falaram sobre alguma Neblina, mas eu preferi olhar as coisas, quem sabe achar algum detalhe que ninguém havia percebido. Nas velhas, no cenário, no clima. Que estava quente. Haviam muitas coisas para se prestar atenção.

Quando dei por mim, já estava acompanhando Chagas para dentro da trilha.

A floresta estava quieta. Quieta de mais. Não havia nenhum animal, isso começava a incomodar quem é acostumado com o som dos pássaros. Nem mesmo insetos? Isso com certeza deve ser algo relacionado a neblina ou até mesmo ao clima quente.

Eu viajava em meus pensamentos. Melhor parar para prestar atenção nos assuntos do grupo.

Quer dizer que teríamos chegados a um impasse? Uma espécie de bifurcação. O grupo de supostos orcs haviam se dividido ali. Eu não estava com muita vontade de opinar ou argumentar para alguma decisão. Mas eu queria acompanhar Chagas, ele parecia deixar tudo mais agradável. Eu fiquei em silêncio, encarei todos, e passei o cavalo para o lado de Chagas. Acabei deixando alguma opinião exposta.

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Mensagem por Bluesday Qui Jul 02, 2015 7:00 pm

Assim que mencionou tais palavras, uma das mulheres tomou a frente com uma espada. Seus olhos apesar de demonstrar hostilidade, parecia que estava assustada. Tenkai olhou novamente para a carroça e os mortos. Ele entendia aquilo e sabia porque ela estava mentindo.

" Tudo bem. "

Ele pensou. Ia seguir seu caminho. Mas desistiu antes mesmo de começar a cavalgar novamente. A mulher avistou Chagas e logo os dois começaram a conversar. Em meio as palavras, a mulher acabava respondendo a primeira questão feita a ela, sobre dois homens e um pequenino. Papo vem e papo vai. E apenas drama e assuntos internos eram discutidos. Mas enfim acabava.

Chagas dava o sinal para o grupo continuar. Todos atendiam e colocavam seus cavalos para galopar. O cavalo do elfo trotou alguns metros. Uns quatro para ser exato, pois o elfo deu ordens para o animal que parasse. Tenkai olhava cabisbaixo. Parecia refletir sobre todo o ocorrido e principalmente em relação as mulheres. Sentia que precisava fazer algo. Tomado por cavalheirismo, o elfo desmontou de seu cavalo, enquanto os demais seguiam em frente.

O guerreiro então se aproximou de Tessa sem demonstrar qualquer hostilidade. Tentaria pegar em seu braço e ergue-lo amistosamente, deixando a palma da mulher virada para cima. Em seguida colocaria sua outra mão sobre a mão da mulher. Neste instante o elfo concentraria sua energia mágica. Um brilho azulado se faria e uma flor seria conjurada na palma da mão de Tessa. Porém uma flor um tanto exótica. Ao menos para as terras de Lodoss.

Flor:

Do meu lugar de origem, está flor sempre mostrou ter reações misteriosas. Quando alguém jura fazer algo e está se cumpri, a mesma solta um polem muito perfumado e que da uma sensação de paz e tranquilidade. Ela também tem um significado. Esperança. Então com está flor eu prometo fazer justiça a seus homens.

Em seguida o elfo soltava o braço da mulher e dava dois passos para trás vagarosamente. Mais nada precisava ser mencionado. Ela saberia quando a justiça fosse feita. O guerreiro se afastava com o olhar sério e determinado. Se virou e correu até seu cavalo, saltando assim que se aproximasse dele.

RÁ!!

Puxaria as rédeas com força a ponto de fazer o animal erguer as patas dianteiras e relinchar. Mas obviamente sem ferir a criatura. Queria apenas que o cavalo disparasse rapidamente para acompanhar seus companheiros. Logo que se uniu a eles novamente, o elfo escutou o que Chagas tinha a dizer. Era uma comparação um tanto meticulosa. Ele não conseguia suspeitar de ninguém.

Chagas... — Chamou sua atenção — Em toda minha vida vivi situações muito estranhas e perigosas. A chance de estarmos se metendo em algo que não tem relação com essa herança, são bem consideráveis. Se prestar atenção. Eles são orc's — Olhou para Ho — Com todo respeito. Não faço citações em especial a você. Mas... — Voltou a falar sobre os orc's — Orc's costumam ser liderados por alguém. E normalmente são seres de extremo poder ou sabedoria. Seja como for, existe alguém por trás disso e provavelmente não é ninguém das proximidades. Não consigo ver orc's obedecendo humanos comuns. Por mais que seus parentes tenham alguma autoridade por essas regiões, não vejo eles com moral para controlar orc's. Ainda mais do tipo raro como foi mencionado — Tenkai engoliu um pouco de saliva para umedecer a garganta e continuou — Pode parecer loucura para você. Mas já pensou na possibilidade de esses orc's terem sidos ressuscitados, pois até então eles estavam mortos. Um necromante poderia realizar tal feito.

Em meio a todo aquele assunto, o elfo teve a atenção voltada para a floresta. Parecia que sua essência havia sido roubada também. Pelo jeito ele teria que fazer algo a respeito daquilo. Era um elfo da floresta afinal.

Chagas. Irei seguir pelo caminho da floresta. Sinto algo de estranho acontecendo nela e preciso verificar. E pelos rastros dos inimigos, eles pode ter levado os artefatos roubados para diferenças direções para despistar os seus perseguidores. Vocês deveriam seguir pelo norte. Eu sei lidar bem com a floresta e tenho um ótimo cavalo comigo — Dava leves tapinhas no corpo do animal — E se eu não me engano. Aqueles três também seguiram pelo caminho da floresta. Não consigo aceitar ainda que aquela criança se meteu em algo tão perigoso. Talvez eles tenham problemas se eles realmente foram por este caminho — Tenkai olhou para todos ali reunidos e se despediu com um singelo — Boa sorte.

E seguiu rumo a floresta pelo caminho do nordeste. Iria rápido seguindo os rastros que veria na floresta. Afinal além de elfo da floresta, Tenkai era um excelente rastreador. Discernir qual caminho seguir pela trilha deixada, não seria problema.

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Mensagem por Gregar Qui Jul 02, 2015 8:20 pm

Sentia o rosto quente dentro do ferro, mas não retiraria a máscara, não por enquanto. Não possuía falta de confiança nos dois que me acompanhavam, ser cauteloso nunca havia sido forte meu, sabia disso e não tomaria isso como razão por me manter mascarado. Na realidade, a simples ideia de um cavaleiro mascarado me animava muito mais do que a cavalgada, um guerreiro digno de lendas antigas ou histórias infantis, gostava de como aquilo tudo soava. Além de me manter uma incógnita para todos os outros, poderia criar algo além, quem sabe, com um pouco de sorte voltasse com a cabeça dos Orcs em uma sacola, um pagamento prometido que seria nada além do necessário, precisava de recrutas no final das contas.
 

Se manter outros impressionados era minha razão, não seria sábio me distanciar do grupo, não no momento em que eu fazia. Não hesitaria em combater o bando armado, mas dentro de mim tinha que apenas eu seria combatente naquele grupo, teria problemas demais para apenas chamar atenção para mim, claro que poderia contar com uma generosidade crescente de Targo, três eram menos do que seis para presentear. Um acréscimo no valor do pagamento, ou quem sabe algo a mais sobre o que deveríamos caçar, o que me parecesse mais valioso. Claro que tinha cuidados a tomar, não apenas com aqueles que me cercavam, sentia que teria de ser principalmente cauteloso com os ajudantes de Targo, afinal aqueles pessoas também guardavam meu sangue. Tinha muito a pensar, mas me atinha ao caminho, não gostava do rumo que as coisas tomavam, e não me referia aos orcs. Não gostaria de adentrar a caverna as cegas, ela seria perfeita para emboscadas, algo que me parecia claro dados as pisadas profundas demais, ao desvio repentino no caminho, tudo fazia com que o que visse parecesse uma armadilha, não gostava disso. A criança se mostrava pronto para entregar uma ideia, gostava daquilo.
 

- Realmente é uma ideia interessante.  Diria descendo do cavalo e o segurando pelas rédeas. -Não me alegra entrar em cavernas as cegas. Mesmo que ela seja um atalho, algo que venho duvidando, é fácil prender alguém dentro de pedras, ou ataca-los a partir das sombras. A floresta parece mais segura e real, ir ao nordeste e deixar os cavalos, está decidido. Parava momentaneamente olhando a lamina da lança. - Entretanto, deixar os animais as soltas daria a certeza de traição, deixa-los ensanguentados entregaria a certeza de um ataque surpresa. Três golpes rápido e limpos, três mortes seguidas pelo arrastar de prisioneiros, e ainda teríamos uma carta para usar em qualquer caso. Falaria a espera de uma resposta enquanto esperaria para seguir ao norte, caso a maioria concordasse no abate assim como eu ou se os dois se permanecessem neutros executaria os animais, o faria com golpes diretos em seus pescoços, diretos e indolores, lavaria a lança no rio e então prosseguiria com o restante do grupo rumo ao nordeste.

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Mensagem por LK Neil Blaze Sex Jul 03, 2015 2:34 pm

Ignorou os olhares advindo daquelas moças. Castanhos? Verdes? Ódio e repulsa na verdade. Essa eram as coisas. Neil já estava acostumado, tinha recebido olhares assim desde que nascera. Parecia que já tinha descoberto que seu gênio seria totalmente diferente de tudo que já puderam presenciar. Quando acabou ali, montou em seu cavalo e seguiu adiante junto aos outros dois do grupo. E se tinha uma coisa que Neil aprendeu a desconfiar durante os anos, era silêncio. Silêncio é ouro. Mas também é sangue. É dor. É morte. Silêncio carregava consigo um significado mórbido e diferente. Silêncio apavorava e deixava Neil com os nervos a flor da pele, que o fazia dar aquele sorriso nervoso no canto dos lábios como dava agora, ao olhar freneticamente ao seu redor procurando qualquer que fosse o vestígio de uma cilada. Teriam aquelas mulheres se atrevido a enganá-lo?

De qualquer forma, seus olhos eram fixos nas pegadas dos Orcs. Fixos até o momento que elas dividiam. Mais um pouco à frente existia uma bifurcação e enquanto Sean ia dando sua ideia sobre os cavalos e como poderiam despistar o resto do grupo, Neil pensava onde estaria a pegada da mulher que fora mencionada mais cedo. Aquilo era estranho. Pensava se o guarda que tinha visto aquelas coisas não tinha delirado ao ver alguém. Contudo, nada mais era comum naquela grande merda de lugar e Neil tinha certeza disso. Por fim, decidiram parar e analisar a situação. Desceu do cavalo e olhou o rio que tinha logo a frente e os dois caminhos que deveriam escolher para percorrer. Um provavelmente daria no túnel, outro deveria ir por trás da montanha.

Agora era a vez de Gregar falar. Não lhe animava sair andando por aí sem os cavalos, afinal, era um ótimo modo de locomoção, contudo, sentia-se mais a vontade se esgueirando pela floresta pois poderia salvar sua própria pele... Mesmo aquela floresta tão silenciosa não lhe sendo confortável. Que porra escrota. Enquanto isso, Gregar esperava uma resposta. Neil sacou sua adaga e logo que passou do lado do seu cavalo, cortou a garganta num movimento veloz e limpo, tomando a frente do grupo e seguindo para a direção indicada que era a inversa a do túnel. Estava agoniado e com pressa e ficar parado ali não ajudava. Então sua resposta tinha sido dada.

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Mensagem por Knock Sáb Jul 04, 2015 3:49 pm

Haviamos partido mais uma vez... A espada não me “respondera”; ri comigo mesmo. Como poderia um orc dominar magia ou entende-la?! Grande ilusão. Mas eu era assim, eu era eu. Eu sou um orc. Enquanto cavalgava, olhava as minhas mãos, meus braços, meus músculos. Sentia as minhas presas “Engraçado, parece que crescem mais a cada dia”. Minha mão soltara a espada e ela me fizera o mesmo. Eu só tinha sorte de ter sido bem criado e treinado com muitos artifícios que poderiam ser muito úteis em batalhas e à finalidade de cumprir missões; uma reflexão quebrada pela aparição de um grupo de mulheres.

Rapidamente Chagas se transformou a fim de evitar ser reconhecido, entretanto quando reconheceu o rosto de uma mulher e voltou ao normal, então foi ter uma conversa com ela e lá ficarão por um tempo... nem longo nem curto. Vi tristeza, ódio, revolta, tristeza. Entendi tudo. Homens, vila, problemas com orcs, mineração. Montanha. Entendi tudo.

O elfo tosco foi ter com a mulher, deu uma flor gay e mais um discurso que não dei muita atenção até a parte na qual citou algum ritual necromante envolvendo os orcs... Bem, nisso concordei em silêncio, silêncio no qual eu permanecia... Com olhos semi abertos a fim de recuperar energia e descansar mais um pouco... Concordei em muitos pontos... Talvez a mulher precisasse de um pouco de luz. Ainda que tosca. Ainda que... “falsa”, talvez eu estivesse errado, ou só de um outro lado da moeda. A verdade é que eu queria informações e aquela cena toda, pouco me comovia, embora eu não fosse sádico a fim de me alegrar com aquilo, mas também não lutaria por elas, nem tomaria as dores delas, como Chagas parecia começar a tomar.

Eles prosseguiram, logo, fui atrás. Eu não falei nada, não me defendi, nem procurei mostrar que eu era diferente... Um daqueles momentos que eu parecia um orc... tolo... como os outros, mas sem falar nada, como se eu não entendesse nada; respirando calmamente, pensando calmamente, pensando calmamente. Mesmo sem olhar, pude perceber o ódio. Esperava que elas não tentassem me atacar. Eu já podia fazer muito do caminho na minha mente, pelo menos, eu pensava assim.

Entramos na mata silenciosa. “Que saco” pensei... cavalgamos silenciosamente até chegarmos a uma bifurcação no rastro dos orcs, foi onde o Chagas soltou a “pérola” de que aquele rastro não seriam  causados por orcs, então falei... “Chagas, tu já erraste uma vez, para de colocar o emocional à frente, vamos nos preparar para o pior. Não são orcs; são dragões; demônios. São cavaleiros bem treinados pelo exército de tákaras” Falei isso afirmando hipoteticamente a fim de preparar o grupo para o pior; esperar tudo o quanto pudesse acontecer, continuei, falando moderadamente, lógico “Fiquem atentos... já estamos batalhando. Agora a questão é psicológica. Proponho que façamos uma trilha terciária, ou seja, nem pelo meio, nem pelo lado por essa outra trilha. Pode ser qualquer coisa, já que Chagas acha que não foi nenhum dos irmãos de Targo, então pode ser que o grupo esteja envolvido em algo de maiores proporções que a disputa pela herança entre os irmãos, como se estivessem juntando partes de artefatos mágicos ou mesmo para fazer uma emboscada, mas... se fosse assim... seria tão evidente?! Hm... Bem, acho que se fizermos outra trilha, pelo outro lado, sem perdermos de vista o rastro do meio, então podemos ter uma vantagem... uma surpresa talvez ou pelo menos ter a possibilidade de vermos o inimigo por primeiro.”

Desci do cavalo, me despedi. “Acho que podemos mandar um cavalo pelo menos pelo rastro do meio. Ele faria barulho e não notariam que nós não seguimos pelas trilhas. Essa é a minha ideia. Caso vocês não queiram ir, vou sozinho.”

Tirei o suor da testa, bebi mais água, verifiquei as armas. Eu estava pronto para prosseguir.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Jul 07, 2015 12:09 am

10.Ouçam as moscas

Sean tomou a dianteira por um instante e sugeriu um movimento astuto, como se estivesse escapando de uma perseguição. Gregar e Neil aprovaram. O trio avançou para o norte até o mato abrir caminho e revelar o lago. A ponte estava lá, fiel ao relato da senhora. Se seguissem por ali, se cruzassem a ponte e andassem por mais um tempo, dariam de frente com o túnel dos mineradores. Mas não. Não iriam por ali.

Para Sean bastava deixar as montarias ali. Para Gregar a coisa precisava ser mais expressiva ─ com a lança matou o próprio cavalo, e em seguida foi a vez de Guloso, com um certo olhar de desespero para Sean, tombar. Neil cuidou do seu antes que Gregar tivesse a chance. Relincharam baixinho e agonizaram até a morte, ali, perto do lago.

Gregar lavou a lança. Na água, pensou ter visto outro reflexo que não fosse o seu. Um rosto comum, humano. Mas piscou e então lá estava a máscara tremeluzindo na face do lago. Impressão, apenas.

Então o trio refez seus passos até o fim da trilha ─ apressados, tentando recuperar o tempo perdido em ir até o lago ─ e de lá partiram para o nordeste, olhos nos rastros dos orcs. Ainda estava tudo muito quieto, para o desgosto de Neil.

Quieto e seco. Com moscas no ar. Nada novo. Estavam congelados no tempo? Não, não exatamente, pois se olhassem para a sombria montanha no horizonte confirmariam os primeiros raios de sol iluminando o topo. Mas o cenário em que estavam não mudava nunca: os passos dos orcs continuavam fieis, os arbustos meio afastados, a vegetação baixa pisada e amassada, nem um sequer desvio ou parada.

E então, não mais.

A primeira flecha foi em Gregar ─ e a segunda também.

Por que nele? Bom, Gregar era o único ali com uma arma visível. Parecia o alvo mais ameaçador, do tipo que você deve seguir a regra do “atira primeiro e pergunta depois”. Foi o que fizeram, orcs espertos.

Mas antes da emboscada: o trio veio caminhando, Sean ligeiramente a frente, seguido de perto por Gregar e um metro e meio depois deste vinha Neil. Então avistaram, quase no mesmo instante que sentiram o cheiro de podridão, algumas construções (casas, estábulos?) mais a frente, numa clareira. De lá subia o zumbido coletivo de moscas. De lá chegava o cheiro de morte avançada em dias.

Estavam indo pra lá (pois o rastro dos orcs parecia se perder por ali), faltando poucos metros a cruzar para deixar a mata fechada, quando o ataque aconteceu.

Sean não viu o ataque, mas ouviu ─ o assobio de uma flecha, um movimento na floresta. No silêncio que até então era enorme, qualquer som diferente do que eles faziam bastava para atrair a atenção.

Gregar também ouviu e instantaneamente sentiu duas pontadas nas costas, do lado esquerdo, na altura do ombro, varando sua armadura. A primeira quase lhe jogou para frente, a segunda consegui. Deu um passo forçado para manter o equilíbrio e a terra lhe enganou, o fazendo pisar em falso. Caiu.

Neil ouviu e viu as duas flechas chegando de trás (uma delas zunindo acima de sua cabeça, com a leve sugestão de que o arqueiro errou o alvo original... mas acertou o outro, hm). Ao menos um dos atiradores estava numa posição mais elevada, talvez sobre uma árvore ─ e, ou esse orc achou um ângulo mais aberto pra disparar a flecha tranquilamente, ou então ele era muito bom nisso, conseguindo fazer um disparo preciso entre os galhos e folhas que tanto fechavam aquela floresta.

E não deveriam estar longe visto que as flechas voaram retas, com uma boa dose de impacto. Talvez a menos de 10 metros atrás de Neil.

Mas como diabos se esconderam tão bem assim? Sem som nem nada?

Eram mesmo orcs?

Eram sim. O trio confirmou isso quando os outros dois inimigos apaeceram.  

Robustos, não altos e verdes ─ bem camuflados. Saíram do mato assim que as flechas acertaram Gregar. Um da esquerda, outro da direita. Machados em punho e, finalmente, rugidos na garganta. Um deles correu para um Gregar caído e alvejado, o machado sedento por terminar o serviço. O outro correu direto para um Neil que, talvez, somente talvez, seria o próximo alvo das setas.  

Pés grandes e adaptados, imunes a passos em falso ou escorregões. Estavam lutando em casa. E estiveram esperando por eles.

Sean? Bom, não o deixariam de fora só por ser o menor. Ele ouviu um movimento ao seu lado, talvez o quinto orc. E o seu instinto (ou ele, hm) mandou dizer: cuidado, sai daí!

Gregar foi o alvo inicial, mas no fim das contas eles partiram com tudo pra cima de todos. Não estavam muito a fim de conversa. Eram profissionais.

Agora, quem estava mesmo a fim de conversa era o homem se banhando no lago. Mas isso foi longe dali. Foi diante de Hayashi e Chagas.

E foi assim:

O trio deixou as mulheres, entrando na floresta. Nesse meio tempo, Chagas, tentando descontrair, se virou para Tenkai:

Como é que você faz aquele lance com flores? ─ Ele falou, meio baixo. ─ É um truque interessante. Sabe, uma vez conheci um cara que fazia o mesmo. Kurama, já ouviu falar? Ele tinha uma preferência por rosas. Nunca me ensinou o truque, maldito. É difícil?

O lance com flores, aliás, não tirou palavra de Tessa. Ela recebeu o presente, a promessa, e apenas olhou Tenkai de volta, sem falar nada. Bom, ao menos Chagas gostou.

Eu gostaria de tentar com a Tália, hm ─ ele disse. ─ Mas não sei... mulheres de hoje em dia parecem não gostar mais de flores...

Continuaram. Que discutissem isso depois, pois agora tinham de ver o caminho. Entraram na floresta e chegaram no local em que a trilha sumia e o rastro se dividia. E Tenkai apresentou alguns pontos interessantes. Chagas pareceu pensar a respeito. Orcs ressuscitados? Sim, ele pareceu pensar bem a respeito.

É uma possibilidade ─ disse. ─ Mas seja quem for, levou o que precisamos pegar. E aqui estamos nós. Sendo ou não um assunto de família, se precisar iremos agir ─ Tocou o cabo de uma das espadas ─ de forma energética.

Ho também comentou, meio repreendendo Chagas e sugerindo um caminho alternativo. Já Tenkai queria seguir a nordeste. Os cascos dos cavalos seguiam para o norte, mas talvez Tenkai tenha enxergado os rastros mais frescos a nordeste, o que lhe sugeriu que os outros três tinham ido por ali. Mas não dava para ter total certeza de quem eram. De repente outras pessoas passaram por ali. De repente Gregar, Neil e Sean estavam acompanhados com outras pessoas e se dividiram ali... Não sabia exatamente de quem eram os rastros, mas, sim, conseguia vê-los ─ pois pouco foi feito para ocultá-los, não estavam tão visíveis quanto um passo de orc, mas os sinais estavam lá.  

Que seja. Chagas olhou para o norte e decidiu o seguinte:

Senhores, não temos tempo. Vejo rastros para o norte e para o nordeste. O caminho mais rápido é o do norte, devemos ir por ele! Por mais que tenham ido para lá ─ apontou o nordeste ─, outros foram para o norte e estão mais perto de casa. E eu realmente não quero ter de escalar a montanha atrás deles. Se estão com a armadura, quero recuperá-la antes que entrem no túnel. E se realmente dividiram as peças entre os grupos, então vou pegar o grupo do norte e esperar, do outro lado, o outro grupo chegar. ─ Olhou para Ho: ─ Gostaria de tê-lo comigo lá, caso as coisas ficassem empolgantes. Mas não vou contrariá-lo. E nem você, elfo. Mas cuidado. Meu palpite é que você está indo direto para uma armadilha. ─ Ele olhou para Hayashi e nada falou, talvez por interpretar a decisão que ele tomara, de ficar com Chagas. Direcionou seu cavalo para o norte. Olhou para os outros dois e se despediu. ─ Nos vemos do outro lado da montanha. Só que quando vocês chegarem a festa vai ter terminado.  

E cavalgou, Hayashi logo ao lado.

Tenkai seguiu a nordeste e Ho marchou para leste (?), tentando ficar próximo dos rastros que iam para nordeste, meio que circulando o perímetro.

O que deu neles? ─ Chagas perguntou pra Hayashi, depois de um tempo. ─ Nas duas putas e na criança? Simplesmente resolveram ir na frente? Que bando de

Então viram os cavalos. Pescoços cortados, terra regada por seus sangues. Mortos, muito recentemente. As moscas ainda nem detectaram eles.  

Chagas avançou um pouco e desmontou. Se agachou perto dos animais, querendo ver os cortes. Já o cavalo de Hayashi se assustou um pouco com a visão e ficou impaciente, como se quisesse sair logo dali. O cavalo de Chagas ficou tranquilo.

Estavam onde a floresta deu trégua, onde um lago se formava a frente. E havia a ponte, num arco, alta, até o outro lado.

Só os cavalos? ─ disse Chagas, pensando alto.

E eu ─ disse o homem.

O cavalo de Hayashi relinchou com isso. Enquanto controlava o animal, ele olhou adiante, procurando de onde veio a voz. Do lago. Um homem, lá no meio, albino e com um ferimento que o dilacerou do ombro ao pescoço. Não dava pra saber se ele estava em pé, mas a água batia em suas clavículas ossudas. Apareceu do nada ou estivera lá desde sempre e os dois não o viram?

Estava longe, mas sua voz voo fácil até Chagas e Hayashi por causa do grande silêncio naquela floresta. Não havia som de animais nem nada. No máximo um chiado do vento nas folhas quando uma brisa misericordiosa resolvia aparecer. No mais, era silêncio absoluto e o homem falou alto o suficiente para ser bem percebido.

Chagas foi logo sacando uma espada.

Calma, irmandade ─ disse o homem, lá do meio do lago. ─ Calma aí. ─ Levantou as mãos, sinal de paz. ─ Ei, eu sou do vilarejo. Eu ando meio esquecido ultimamente. Mas sou do vilarejo.

Então ele se levantou. Estivera sentado ou ajoelhado ou dentro de um buraco. Estava sem roupas e agora a água batia em sua cintura ─ e um pouco acima, veja bem, havia um buraco. Um buraco vazio. Deveria ter um bucho lá, as tripas, tudo. Mas estava vazio. A pele ao redor rasgada, dilacerada. Ele não sangrava. E parecia bem. Disposto a conversar.

Não tenho me sentido bem ultimamente ─ ele disse, como se estivesse apenas com uma dor de cabeça. Por falar em cabeça, com o pescoço dilacerado daquele jeito, qualquer movimento brusco parecia bastar para romper os últimos músculos e tombar a cabeça. ─ Vocês viram os outros? Acho que me perdi dos outros... E encontrei esses cavalos aí... São seus...? Eh... quem são vocês mesmo?

Ou Chagas estava sem palavras ou estava dando a iniciativa para Hayashi.

Já Tenkai, que seguia a nordeste, cavalgando, parecia estar num ritmo mais lento do que a pé. Mas antes que decidisse mudar de estratégia, sua audição estendida lhe trouxe um som: um rugido, depois outro. Um rugido de guerra, de ataque. Estava longe e provavelmente vinha da direção que ele seguia.

Então seu cavalo ficou meio agitado. Por causa do rugido? Será que a montaria escutou?

Não, não era por causa do rugido: Tenkai olhou para trás, numa súbita sensação de estar sendo observado, e viu uma neblina.

Mesma coisa aconteceu com Ho, na sua rota alternativa. Em dado momento teve a impressão de sentir algo vindo da cimitarra. Apenas impressão. Mas isso o fez desviar a atenção do caminho por um tempo, e, com o canto dos olhos percebeu a neblina que vinha por trás.

Nos dois casos, a neblina não parecia se mover. Não parecia agora, que eles a viram.

Era uma neblina como qualquer outra, branca, na altura das árvores, digna de uma manhã fria com geada. Só que estava fazendo calor! E outra: eles não cruzaram a neblina durante suas respectivas caminhadas. De onde foi que ela veio?  

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Mensagem por Bluesday Ter Jul 07, 2015 6:56 am

Enquanto seguiam caminho, o sobrinho do contratante se interessou pela habilidade do elfo com as flores.

Na verdade não é bem flores que eu posso conjurar. E está longe de ser um truque — Tenkai ficou meio sem saber como responder. Parecia incerto do que dizer. Mas tentou explicar — Originalmente sou um elfo da floresta de terras distantes de Lodoss. Lá nossa conexão com a floresta sempre foi muito grande. E por isso eu consegui desenvolver este dom com a natureza. Dessa forma me sinto mais ligado ao meu povo que... — O guerreiro dava a entender pelo jeito que ele interrompia o que falava, que a civilização élfica da terra natal de Tenkai já não existia mais por algum motivo nada agradável — Bom. É uma habilidade sensacional. Se tivermos a oportunidade, espero lhe mostrar toda a extensão dessa minha conexão natural.

O elfo não fez mensura de como Chagas poderia adquirir tal habilidade. Era algo único assim dizendo. Talvez ele tivesse uma ligação com outras coisas. Mas a respeito de Tália, Tenkai já fez um comentário.

Sinceramente não sei o que você vê naquela garota. Admito que estou longe de ser um conselheiro amoroso, mas se ela não lhe da a mínima atenção, é porque ela talvez não mereça seu tempo. Quem sabe não há alguma jovem mais atenciosa e que você esteja ignorando, hu?

O dialogo estava de certa forma, bem promissor. Mas a única coisa que devia avançar ali, era a missão. Tenkai decidiu seguir pelo nordeste e encontrar os três idiotas que por alguma razão decidiram seguir sozinhos. Alguma merda iria dar e até mesmo o cavalo do elfo percebia isso, pois foi quando a caminhada estava ficando um tanto vagarosa demais, que o animal se agitava logo após o aventureiro ouvir rugidos. Parecia que uma batalha estava sendo travado. Entretanto, algo dizia ao elfo que aquilo talvez fosse mais um massacre que uma batalha.

No entanto, antes que o elfo pudesse tomar alguma atitude quanto aquilo, ele notava uma nevoa em suas costas. Ele voltou sua atenção a ela e estreitou os olhos.

" Desde quando isso está ai? Será que estamos em uma floresta encantada? "

Não tenho tempo para isso agora — Tenkai agitou as rédeas ao mesmo tempo que comandava seu cavalo — Vamos amigo. Mostre-me o significado da velocidade!

E se posicionava de forma que ao cavalgar com rapidez, o corpo dele cortasse o vento com mais facilidade, facilitando a locomoção do cavalo.

Em meio a corrida seguindo o rastro em direção ao local de onde vieram os rugidos, o guerreiro logo tratou de puxar seu arco e duas flechas, mantendo uma presa nos dentes e outras em sua mão. Sentia que quando encontrasse o desfecho da batalha, ele teria que agir rápido. E se encontrasse algo, já estaria pronto para retesar seu arco e disparar a primeira flecha em algum ponto desprotegido do corpo dos possíveis inimigos. Para logo em seguida alvejar outro alvo com a fecha que estava esperando ser lançada.

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Mensagem por Knock Sex Jul 10, 2015 7:03 pm

Eu estava decidido. Iria e ponto. Chagas ainda tentou me convencer, algo me balançou e me induziu a ir com Chagas, mas eu não ouvi, então acenei com a mão e parti, mas... eu estava enganado.

Andei por alguns minutos, ainda conseguia ver a trilha... O que me levara a fazer aquilo? Cada minuto que passava, eu continuava na minha decisão, mas com o tempo, percebi que não fazia sentido a minha permanência naquela trilha. Nesse instante me senti incomodado, a cimitarra parecera tremer em minha cintura, então por instinto virei para trás, então pude perceber uma densa névoa se aproximando lentamente... Névoa? Com aquele calor? Talvez fosse a porta do inferno, brinquei... satirizei na verdade, mas... nisso o temor tomou conta da minha mente, então decidi cortar à diagonal a fim de encontrar a trilha deixada pelos orcs e ir atrás de Chagas e os outros.

Eu esperava que não fosse tarde demais, mas seria pior se eu continuasse errando propositalmente, além disso, não sou uma criatura considerada pura pelos humanos, então se eu estivesse na boca do inferno, não seria tão problemático. Talvez eu encontrasse umas putas do tal do Flint e talvez eu pudesse chama-las para dançar com os nossos inimigos. Eu ria, ria, ria. Eu pensava “Não gosto de dançar com essas putas velhas”.

Meus pés se apressavam, a final de contas, eu não queria ficar imerso naquela... fumaça branca, nem deixar Chagas e os outros dançando sozinho com as outras vadias.


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Mensagem por Hummingbird Dom Jul 12, 2015 1:42 pm

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Sobre minha travessura? Os outros dois aceitaram sim! Aquilo estava ficando tão divertido. Só fiquei um pouco sentido quando o mascarado decidiu que os cavalos tinham de morrer. É, Guloso foi um bom amigo, pena que para aquela travessura dar certo, ele teria de morrer.

Sem mais... seguimos em frente, agora, a pé.

Eu estava empolgado. Embora olhasse pra todos os lados e não ouvisse sequer algum som ou animal por perto, aquela trilha ao lado dos outros dois estava ficando interessante. Pelo que entendi, estávamos seguindo os tais orcs. Isso, isso! Eles desviaram da trilha de antes e parte deles seguiram por aqui. Na minha cabeça eu estava sentindo alguma coisa estranha..não sei dizer. Parecia um aperto...um sinal de perigo. E então, num determinado momento, pensei ter ouvido alguma coisa. Foi tão sutil que, se não fosse pelo silêncio absoluto na mata, eu não teria notado. Parei a caminhada, apoiando minhas mãos nas alças da minha pequena mochila de viagem. Meus pertences estavam todos dentro dela. Ergui o rosto, de forma a derrubar o capuz e revelar meus olhos brilhantes de encontro ao verde da mata. Não encontrei nada. E então, outro barulho. O que diabos tava acontecendo?

— Hmmm...desde quando tem mais gente na brincadeira? - Murmurei, cheio de inocência. Era engraçado pensar que, em alguns momentos, longe da influência dele, eu tinha liberdade pra agir sem neuroses ou dores de cabeça. Pensei em virar para traz e perguntar pros outros dois sobre o que estava acontecendo, mas, aquela estranha sensação voltou a me atingir. Minha orelha começou a coçar como se pegasse fogo. Eu senti, juro que senti! Se eu ficasse ali mais um minuto...

Não!

— O que diab... - Tentei correr. O mais rápido que pudesse, ganhando espaço no terreno a frente e tentando contornar alguma das árvores que houvessem por ali, afim de me esconder atrás dela. A julgar pelo meu tamanho, e pela mata ser mais fechada que outrora, alguma coisa me fez acreditar que essa seria a melhor escolha de reação no momento. Mas afinal, do que eu estava correndo mesmo? Sequer tive tempo de olhar, aquela sensação de perigo me fez esquecer os detalhes. E, para o caso de conseguir esconder-me atrás de uma das árvores, era o momento de parar. Modéstia parte, no esconde-esconde não serei derrotado. Eu só não podia ser encontrado. Alguma coisa me fez acreditar que ritmando a respiração bem lentamente, me ajudaria a me sobressair na brincadeira. E então...

— Feche os olhos, pirralho. Você precisa se concentrar neles se quiser fazer alguma coisa... - Disse aquela voz. Quase como um sussurro.

Bem, ao menos meu ouvido parou de queimar. E eu resolvi seguir seu conselho. Fecharia os olhos então, assumindo a postura que por algum motivo eu imaginava ser essencial pra alguma coisa. Não sei dizer, talvez aquilo estivesse me fazendo sentir alguma "coisa" ou energia vindo daqueles que estavam do outro lado. Não só os dois do meu grupo, mas também, quem quer que apareceu depois. Incrível... eu parecia estar mergulhando em escuridão, ao mesmo tempo que conseguia ver a "luz" dentro deles. O que seria aquilo afinal?


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Mensagem por Hayashi Dom Jul 12, 2015 3:59 pm

Chagas começou uma conversa. Havia ficado encantado pelo "truque das flores" de Tenkai, os dois trocaram algumas palavas e o elfo entrou em um assunto que também me incomodava. Será que todo esse esforço que Chagas tinha para tentar algo a mais com Tália não estava lhe consumindo de mais? Bem, como Tenkia havia dito, ela não parecia dar atenção a ele. E todo esse esforço de Chagas poderia ser usado por outra pessoa. 

- Concordo com o Tenkai. Ela não parece dar bola para você... Não quero que você perca suas esperanças com ela, mas... É difícil. Dê uma olhada em volta, Seu Chagas. Quem sabe tenha alguma gatinha querendo o senhor e você não sabe. - E dei uma piscadela, depois de dar uma risadinha reconfortante. 

Continuamos a Cavalgar, chegamos onde o caminho se dividia. Tenkai argumentou, eu fiquei calado, Ho também disse alguma coisa, e eu na minha, apenas direcionei o cavalo para o lado de Chagas. Eu não sei o motivo, mas queria ir com Chagas. Acho que é por ele ser engraçado. As decisões foram tomadas, nós dois para o Norte, Tenkai para o Nordeste e Ho iria para um caminho alternativo. Chagas cavalgou, eu o segui. 

- Boa sorte, aos dois. - Desejei aos parceiros que iriam se separar de nós. 

Cavalgamos, depois de um tempo Chagas perguntou sobre o que havia dado na cabeça das "duas putas e da criança". E ele não havia terminado seu xingamento. Eu não sabia o motivo ainda, eu estava olhando para Chagas, e ele para a frente. Naturalmente, respondi.

- Não sei, mas eu não confio muito nas duas putas. - E olhei para a frente, vendo uma imagem um tanto perturbadora. 

Os cavalos do trio que havia partido. Todos mortos, com os pescoços cortados. 

- Porra! Aconteceu alguma merda aqui!

Eu estava prestes a descer do cavalo, um pouco assustado pela cena, quando Chagas perguntou algo que nem ouvi direito a respeito dos cavalos e logo uma voz marcou presença. 

Meu cavalo relinchou e eu quase cai, tentei acalmar o bicho enquanto procurava o dono da voz, até que vi uma figura no meio do lago, com um corte ridículo que dilacerava seu ombro ao seu pescoço. Era para ele estar morto, se não me engano. Era branco, parecia estar calmo. Será que ele não sabia que morreria? Ou já havia morrido? 

- Caralho o que aconteceu com o pescoço daquele cara?! - Foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca. 

O engraçado é que ele estava longe. Mas parecia que ele queria ser ouvido, por isso havia falado em bom tom. Chagas sacou sua espada. Então o homem falou que estava em paz, levantou os braços em sinal amistoso. E então se levantou, parecia que estava sentado na água do lago. Ao levantar notei que tinha um buraco causado por alguma coisa, mas esse buraco não sangrava e não tinha órgão nenhum lá dentro. Isso respondeu a pergunta que eu tinha feito pra mim mesmo. Ele deveria estar morto e não sabia. 

Chagas não falava nada. Quem sabe ele queria que eu respondesse a pergunta que o homem tinha feito. 

- Viajantes... e você não notou isso aí no meio não? Deve ser por isso que você não se sente bem. E você, o que está fazendo aqui? É bem suspeito sabia? E você viu como esses cavalos vieram parar aqui? Tinha mais alguém? Ou melhor, tinha alguém montados nos cavalos? 

Puxei com o dedo o laço da cordinha que prendia a espada as costas. Segurei pelo cabo, não estava ameaçando ninguém, foi apenas de garantia. 

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Mensagem por NR Sérpico Ter Jul 14, 2015 11:59 pm

11. Morte? Ora, é só um sentimento

“Isso aí no meio?”, disse Hayashi e o homem olhou. Parece que tinham apontado uma sujeira em sua roupa que antes ele não tinha visto, hm. Ficou atônito com a nova percepção. Ficou até um pouco pálido.

É. Acho que é por isso que não estou me sentindo... bem ─ disse, com a voz meio tremula apesar da ironia. ─ Eu ─ Agora ele parecia quase vivo, passando a língua nos lábios como se estivesse todo seco de tensão. Até começou a mover uma mão, buscando o “ferimento”, enquanto fazia uma careta de dor antecipada. Mas não chegou a tocar em nada e respirou fundo algumas vezes. ─ Eu realmente não estou bem. ─ Levantou os olhos para Chagas e Hayashi, como que para confirmar algo no semblante deles. Algo bem ruim, por sinal. ─ Eu estava apenas... eu estava aqui e... eu... eu não lembro como vim parar aqui. Que coisa, não?

Pois é. Ele olhou para os cavalos. Tinha mais alguém? Ele pareceu pensar muito antes de responder Hayashi.

Não. Quando cheguei... quando percebi... os cavalos já estavam aí, bem... er... mortos. ─ Então ele pareceu fazer o dois mais dois. ─ Ah santo Zaltar! Eu também estou morto! ─ Ele olhou para as próprias mãos pálidas erguidas ante a face. Agora ele parecia tremer bastante. Mas o lago mal se movia. ─ Eu estou morto, irmandade? Não, diga que não. Eu realmente... eu apenas me sinto... não posso estar morto!

Você me parece bem morto, irmandade. Exceto que fala bastante. ─ respondeu Chagas. Agora um pouco calmo. Guardou a espada. ─ Quem te beijou no cangote e no umbigo?

Eu não lembro. Lembro dos outros. Eu estava junto dos outros. É. Estávamos indo até o túnel ─ Ele se virou, apontando para a montanha ao longe. ─ Estávamos procurando alguém. Oh, droga. Os mineradores! Estávamos indo procurar eles! Já estávamos lá!

E...? ─ Chagas parecia realmente interessado. ─ O que houve? Holmes

Vimos o túnel ─ Agora ele estava lembrando, os olhos num brilho de insight. ─ Estava lacrado. Com tábuas. Por dentro. Alguém lacrou o túnel por dentro! Holmes... sim, Holmes. Muito inteligente. Disse que os minerados tinham se trancado. Era o que parecia... E tinha aquela maldita neblina, por todo lado... Íamos começar a entrar e então tudo ficou escuro, mas não por causa da neblina... Eu... ficou escuro, não vi mais nada... Eu estou mesmo morto?

Ele até parecia querer chorar. Colocou uma mão no peito, talvez querendo sentir o coração.

Eu... eu não me sinto morto, entendem... ─ Olhou para o lago. ─ Eu estava aqui, tomando um banho. Era isso. Colhendo ostras e pedrinhas verdes, verdes como os olhos da Cassandra, verdes como os orcs. A água está fria, se querem saber. Meu gato não gosta de água fria. O nome dele é Zap, bem sapeca. Um gato selvagem. Ele não gosta. Gosta é de milho. ─ O homem olhava aleatoriamente para os lados do lago, como se enxergasse algo lá. ─ Eles me chamam. Acho que é por isso que eu vim até aqui. Não foi para tomar banho, não. Tem uma irmandade bem aqui. Pena que a água é fria. Sim, eu tenho que lavar a cabeça por causa da coceira. Mas eu não me sinto. Não me sinto... Deixa eu ver aqui.

Então, desorientado como estava, mergulhou no lago para lavar a cabeça por causa da coceira. E não levantou mais. Já tinha cumprido o seu tempo.

Chagas:

Vish. Doido de morrer.

O cavalo de Hayashi relaxou. Chagas retornou até o seu, montou, e se dirigiu para a ponte. Cruzaram o lugar. As madeiras rangendo, mas suportando o peso deles. Ponte bem feita, talvez outra obra de anões. Ela fazia um arco, de modo que o centro era o ponto mais elevado. E de lá viram alguns totens em meio a floresta.

Postos de trabalho ─ disse Chagas. ─ Estamos indo para aquele lá. ─ ele apontou para um totem vermelho, a norte, praticamente seguindo reto a partir da ponte. ─ A entrada do túnel.

Hayashi, enquanto passava, deu uma pequena olhada para baixo, para o lago. Teve a impressão de ver carcaças lá, submergidas. Logo, não mais uma impressão: ele realmente viu partes de animais, como a cabeça de um lobo, o tronco de um provável gorila, alguns pássaros, um braço e duas pernas de gente e outras coisas indecifráveis. Não havia atividade de peixes ali. Não mais. Olhando de cima, o lago parecia ganhar o aspecto de podre que merecia, estagnado com tanta porcaria. Chagas também viu.

Melhor irmos depressa ─ disse, sério.

Terminaram de cruzar a ponte e cavalgaram o mais rápido que a floresta deixou. O rastro dos orcs estava lá, seguindo fielmente para o túnel. Depois de um tempo de cavalgada, a montanha já bem crescida diante deles, começaram a sentir o cheiro. E a ouvir as moscas. Logo se revelou diante deles uma matilha inteira. Mortos, dilacerados por, aparentemente, mordidas. Alguns deles tinham partes inteiras comidas. Outros foram apenas abatidos com selvageria. Não pareciam mortos a muito tempo.

O cavalo de Hayashi não gostou, de novo. Mas manteve a compostura. Chagas fez um chiado com a boca.

Hayashi, olhos abertos. Se notar uma neblina, por mais natural que ela pareça, apenas cavalgue. Cavalgue como se escapasse do fogo condenador. Não é brincadeira. Agora vejo. Essa floresta está assim... quieta... por causa d’O Animal. Os orcs não foram os únicos a retornar dos mortos... ─ Ele olhava para trás, para os lados. Não parecia disposto a explicar as coisas que dissera. ─ Droga. ─ Praguejou, e forçou o cavalo a frente. ─ O filha da puta tá matando a floresta inteira!

Continuaram. A floresta terminou. A montanha era o mundo que os olhos enxergavam. O totem estava lá, ao lado de algumas estruturas de madeira, como velhos estábulos e pequenas cabines para guardar coisas. Ao redor, corpos. Homens armados, alguns em cota de malha ─ todos, agora, em cota de moscas. Mortos a mordidas. Alguns com semblante de surpresa, outros serenos, como se dormissem quando aconteceu. O corpo daquele morto no lago estava lá, o pescoço rasgado, o tronco violado. Era um dos serenos. Provavelmente não sentiu a morte.

O rastro dos orcs seguia para o túnel ─ que estava lacrado com madeiras na horizontal, marteladas no batente da entrada, exatamente como o morto dissera. Bom, não tão exatamente assim: algumas madeiras foram removidas, provavelmente o suficiente para que alguém passasse saltando por cima. Resumindo: um metro da entrada, de baixo para cima, ainda estava lacrada e fornecendo cobertura.

Cobertura para os dois orcs que estavam lá, agachados sobre um joelho e com os arcos retesados. Dispararam. Chagas ia na frente e para ele foram as duas flechas. Uma pegou no cavalo, a outra errou o alvo.  

Ele começou a girar o cavalo, para que voltasse para a floresta onde não poderiam ser alvejados. Hayashi entendeu a ideia e já ia fazendo o mesmo. Mas quando ambos viraram e viram, lá, dentro da floresta, no caminho por onde passaram agorinha...

Viram a neblina.

É. Entre o martelo e a bigorna.

Do outro lado os dois orcs, verdes como as pedrinhas e os olhos de Cassandra, já iam preparando a segundo leva. Talvez mirassem em Hayashi agora.

Exatamente como fizeram com Neil. Ele realmente era o próximo alvo. Parado como ficou, foi até fácil. Sentiu as duas pontadas nas costas, lhe roubando subitamente o ar. Ao mesmo tempo, um dos orcs corria para ele. Se o desgraçado sorria ou apenas tinha dentes muito grandes, bem, era um mistério. Mas ele veio, veio contente, pois estava possesso do sentimento jubiloso de quem tira uma vida e sente prazer nisso.

O machado foi no peito, jogando Neil para trás, mais atordoado do que retalhado. Era uma arma pesada e cega, aquela.

Neil estava no chão quando a percepção voltou a funcionar. Luzes de fosfeno brilhavam nos seus olhos, como se a pancada tivesse sido na cabeça. Talvez tivesse batido com a cabeça no chão quando caiu, hm. Mas que seja diagnosticado depois. De alguma forma, caiu de lado, sobre um ombro, de modo que as flechas cravadas não afundaram mais. Estava tentando levantar, muito ciente que mais uma porrada e meia poderia ser definitivo.

O orc disse:

Eu posso mijar nesse aqui, Roz?

E Roz não respondeu pois estava terminando com Gregar. O machado de Roz subiu e desceu, um flash na floresta. Gregar até fez algum movimento, mas tornou a afundar no solo quando o machado entrou nas omoplatas. Graças aos deuses pela armadura de couro, que não deixou o machado ir mais fundo. Graças aos deuses por Roz ser vesgo e errar o golpe por alguns centímetros, pois na verdade o alvo era pescoço, onde, se acertasse, poderia decepar de lá a cabeça mascarada do mercenário.

Um pé pisou na cabeça de Gregar, meio que para mantê-lo quieto enquanto o machado é removido do meio da carne e do couro pegajoso. Um puxão, dois puxões e o machado saiu. O pé não. Ficou lá pra ajudar na pontaria e pra manter Gregar no chão.

Fica quieto aí ─ advertiu o orc. E então a sentença que antecede a lâmina: ─ Vai ser só uma picadinha.

Mas essa picadinha estava longe em grau, número e gênero daquela feita pra colher os sangues.

Já Sean se mexeu pra valer. E um vulto metálico brilhou no canto do olho. E ele ouviu um “ei!”, que parecia um lamento de quem erra o alvo. Fosse o que fosse, ficou pra trás, pois o menino se mandou, correndo pra qualquer lugar, se esquivando das árvores. Milagrosamente não tropeçou nem nada, mesmo quando aumentou a velocidade ao notar que estava sendo perseguido. Correu, como se escapasse do fogo da condenação! E correu... por quanto tempo? Não sabia dizer, mas se viu, de repente, parado, escorado num carvalho igual ao que esvaziara a bexiga no início disso tudo. As raízes saltadas para fora da terra e tão altas quanto ele serviram para escondê-lo.

Então se concentrou. A respiração foi voltando ao normal junto com baque do coração. A habilidade estava pronta. E quase no mesmo instante, viu um orc alto e com espada passando direto, indo para lá, procurando por alguém. Dentro do seu alcance e razoavelmente desprevenido...

Desprevenido... Não dá para dizer que Tenkai estava desprevenido. Mas ele deu as costas para a neblina e seguiu cavalgando. Isso não foi certo. Pois então a neblina terminou de o envolver e os seus ossos doeram no mesmo instante. Era como ter artrite em dias de chuva. Uma irritação por causa daquela atmosfera anormal, onde o calor da manhã não penetrava.

Ele tentava manter o cavalo rápido, mas este, agora cego por causa da neblina, meteu um casco onde não deveria e tropeçou com a perna quebrada. Caiu relinchando de dor e de medo, agitado mais com a neblina do que com a fratura. Pois não era o som de “batalha” que o tinha atiçado antes. Não mesmo.

Tenkai, na queda, conseguiu se desvencilhar rápido o suficiente para não ser esmagado pela própria montaria. Rolou de lado e quando olhou para o cavalo, ele estava lá num instante e no outro não mais. A neblina agora cobria tudo. Um metro a sua frente era o limite de sua visão. Mas ele sabia que o cavalo ainda estava lá, logo ali, caído e relinchando. Ainda o escutava. E o escutou gritar, escutou a mordida, o som molhado, espalhafatoso, como o de alguém muito esfomeado mordendo com vontade um volume considerável de macarrão com molho. Os relinchos foram ficando fracos.

Alguma coisa estava bem ali, a uma metro e meio de distância, matando o seu cavalo.

E Ho... bela sátira. Chagas teria concordado. “Talvez fosse a porta do inferno”, é, ele teria gostado, e teria falado pra correr daquilo, como se fosse a droga do fogo condenatório.

Ho não tentou seguir adiante, mas cortou a floresta noutra direção, prevendo que cedo ou tarde passaria pelo rastro a nordeste, por onde Tenkai fora. Cortou por ali, a neblina o envolvendo. Aos poucos deixou de sentir o calor da manhã. Seus ossos doeram. E a cimitarra pulsou uma vez.

Pulsou uma segunda vez quando ele escutou um som.

Não, não era o som de um relinchar de cavalo que ecoou não muito longe de onde estava.

Era um rosnado. Ele sentiu mais do que escutou. Um rosnado preso na garganta de alguma coisa ali, a sua frente. Talvez a dois metros dele. Não enxergava. Era tudo branco, embaçado. Mas ele sentia.

A coisa estava parada, esperando, atenta, curiosa. O rosnado não era de todo hostil. Mas até gatos domésticos rosnam um rosnado suave quando estão diante de comida.

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 2 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Hummingbird Sex Jul 17, 2015 8:47 pm

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Ufa! Que sorte não? Não! Acho que a palavra não foi sorte. Ele me deu um empurrãozinho e eu com consegui fugir até não muito longe, o suficiente pra encontrar um pequeno esconderijo entre as raízes saltadas de uma grande árvore. Agachado ali em baixo, senti aquela sensação de perigo desaparecer, e em seu lugar, uma estranha visão...como se tudo ficasse escuro como quando estou de olhos fechados. No entanto, eu era capaz de ver..de sentir. Um estranho brilho, mais parecia fogo. Abri os olhos e, ainda sentindo a mesma coisa, agora pude ver um grandalhão passando correndo por ali por traz. Estava seguindo meio desgovernado é isso? Mas o que mais me chamou atenção foi aquele brilho, uma chama dentro dele... eu sentia que era capaz de puxá-la. Ou melhor, que eu deveria puxá-la!

— Vamos, vá em frente criança. Você sabe como fazer, já fez isso antes... - Murmurou em deboche. Parecia mais estar me desafiando, ora essa!

Mas, por algum motivo, imaginei que não seria suficiente simplesmente puxar aquela chama do grandalhão. Veja bem, ele descobriria meu esconderijo muito facilmente se eu o fizesse, então..como proceder? Uma pedra? Isso, quero dizer...uma pedra! Ou um galho qualquer, qualquer objeto minimamente atrativo. Tentaria fazer o mínimo de movimentação possível, segurando um sorriso travesso no rosto, para apanhar algum objeto que estivesse a meu alcance no chão ao redor das raízes. Em caso de sucesso, tentaria arremessar o objeto pra outra direção, de preferência se conseguisse, alguma em que o grandalhão não passou e que fosse contrária a minha. Era tudo um tiro de sorte? Não importa, senti que era esse o momento. Chamando atenção do grandalhão com aquele barulho incomum, aproveitaria da distração pra tentar usar minha habilidade e puxar aquela chama que eu era capaz de ver dentro dele. Faria esforço pra manipular ela a distância, trazendo-a até mim, mesmo que disforme. Naquele momento eu só conseguia pensar em como seria engraçado se ele perdesse aquela força bruta que parecia ter? Não era interessante?

— Você pode fazer isso, é só querer... - Outra vez, seus murmúrios. Desta vez, senti que era verdade. Tentei seguir seu conselho. Queria a todo custo puxar parte da força escondida na ira do grandalhão junto da chama que eu manipulava.

Concluindo minha travessura então, as ideias não paravam de surgir na minha mente; pelo que me lembro ainda sou capaz de usar essa energia em alguém. Será que um daqueles dois - Neil ou Gregar - não ia gostar de usá-la? Pena que não sei onde eles estão. A julgar pela distância, não consegui senti-los por perto...

— Você pode me ajudar? - Pensei, inocente.

— Não seja ridículo, garoto. Ou quer que eu rasgue sua pele e tome seu corpo? - Retrucou.

E naquilo o silêncio. Tudo ocorria em pensamento, é claro...

— Você pode ficar com o resto da energia vital dele...mas eu preciso da sua ajuda por que não sei combater... - Quando eu digo que sobrevivi alguns anos naquela floresta maldita, não foi por minhas habilidades não. Quem me auxiliava no combate era ele. Pelo menos era isso que eu entendia por aqueles reflexos tão aguçados em momentos oportunos. Estou vivo agora por conta disso, não?

E de alguma forma, a oferta pareceu tentadora. Por diversão é claro. Admito que era difícil negociar alguma coisa com ele, mas quando eu sinto que aquela dor de cabeça se foi e uma certeza me invade a mente, considero como um sim. Desta forma, se possível, puxaria minha Adaga da mochila e sem mais delongas, correria na direção do tal grandalhão. Tentaria fazer da mesma maneira que antes; usar da vegetação ao meu favor. Era esse o instinto do qual mencionei outrora, me parecia mais certo fazer dessa forma. E num ziguezague confuso, faria de tudo pra chegar nas pernas do grandalhão e cortá-las com minha arma num avanço que eu julgasse ser mais certeiro no momento. Era difícil concluir alguma coisa no calor do momento, então ataquei acreditando no instinto, admito. Seguido do ataque, voltaria a correr pela mata tentando encontrar outro esconderijo para repousar pós ataque...

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 2 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Knock Sex Jul 17, 2015 11:14 pm

Eu havia corrido a fim de encontrar a trilha que Chagas seguira e afim de fugir da névoa maldita, mas as coisas não saíram como eu havia planejado. Corri. Corri. Entretanto, quando dei por mim, a névoa já tinha me agarrado.

Me senti perdido; senti meus ombros e algumas partes do meu corpo arderem, senti a respiração mais forte. Mãos transpirarem frio. Senti-me quente dentro da armadura. Arfei. Abri a boca. Senti... medo.

Vi a trilha e a segui. Segui em ritmo menos acelerado, quase que tateando; tocando as árvores, tendo cuidado para não cair. Calor. Frio. Eu estava quente por fora e gélido por dentro. Odiei. Fazia cara feia. Queria sair dali. Queria derrubar a maldita floresta. Mataria todos por um pouco de brisa em meus cabelos e um grande porco assado à minha frente... e por quê não um pouco de hidromel... achava que era esse o nome... alguma coisa com mel no final... Talvez Mel devesse se chamar alguma das putas do honorável senhor Flerte. "KKK", sorri baixo. O silêncio me corroia. Até meu sorriso pareceu histerismo.

Um bom humor logo quebrado por algo que parecia um relinchar de um cavalo, será que era chagas?! Mas ao me aproximar mais um passo, o relinchar virava um estranho rosnar, o qual era calmo, ameaçador, mas o qual ainda não me atacaria. Parei; senti meus olhos arregalarem. A cimitarra gritou do jeito dela; a agarrei e a desembainhei. Minha doce sangue suga.

Parecia um rosnar felídeo, cujo dono continuava a me observar. Bicho estranho, imaginei. Fui logo pensando "Bípede? Quadrúpede? Garras! Presas!". Montei um monstro em minha cabeça, entretanto já poderia prever onde ele atacaria. Onde eu com raiva diante de uma presa e com fome atacaria?! Pescoço.

Hesitei em pegar a espada longa, pois julguei não haver tempo. Eu estava no descampado; em meio a floresta. Pensei em fugir, mas eu sabia que não adiantaria. Eu teria de ficar ali e aguentar o tranco com o demônio.

Olhei a cimitarra; não sabia se eu teria energia o suficiente para utiliza-la muitas vezes, então pensei... uma voz gritou em mim... "Vou morrer"... então relaxei... fitei o que não podia ver, agarrei a cimitarra e pensei: Talvez nos separaremos aqui. Me dê a luz do dia. Não quero descansar nessa noite.

Fiquei em posição de ataque. Eu previa que o ser viria por cima, me atingindo com as garras na tentativa de morder o meu pescoço e me destrair, então com a cimitarra em punho, dei um passo para a frente com uma das pernas e depois fiz o ataque de cima para baixo com a espada em direção ao ser desconhecido, esperando que ela mais uma vez me salvasse, ou pelo menos me desse o prazer de ferir mortalmente aquele que se apresentava na amigável, como meu inimigo.


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Mensagem por Bluesday Dom Jul 19, 2015 11:22 pm

" Posso pressentir o perigo e o caos. "

Foram essas as palavras que viajaram na mente do elfo após ser envolvido pela neblina e cair de seu cavalo pelo infeliz acidente.

" Essa neblina parece estar viva. Enquanto se observa ela, nada acontece, mas quando algo lhe distrai ou ignora a mesma, ela não lhe da escapatória. "

O elfo imaginava suposições referente a neblina. Podia estar certo ou completamente equivocado. Porém seu raciocínio foi interrompido por ruídos. Vindo do cavalo. Algo estava ali e pelo jeito estava se alimentando do pobre animal. Tenkai sentia que estava completamente sozinho. Precisava abrir caminho de alguma forma, mas antes dar um jeito na criatura.

" Farei isso rápido! "

O guerreiro ainda tinha que se encontrar com seus aliados. E por esse motivo não tinha muito tempo a perder. Então se posicionou de frente a onde vinha o barulho, ficando em uma excelente base e puxou sua espada rapidamente. Levou sua lâmina bem para trás e concentrou sua energia mais poderosa para fluir perfeitamente em seu corpo.

Seus olhos ganhavam mais vida e a íris se tornava da cor dourada. Ele em um movimento tão rápido que não se dava para acompanhar com os olhos. Ao menos não direito. E assim que executou este movimento, ele movia sua seu braço junto e como se o elfo estivesse cortando o vendo, ele com a espada disparava uma rajada poderosa em direção a criatura que se alimentava do cavalo. Assim que fez seu movimento, o elfo citou apenas duas palavras.

Esplendor... DOURADO!



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Mensagem por Gregar Ter Jul 21, 2015 12:08 pm

Estava certo. Sabia que o caminho que escolhia era perfeito para encontrar os orcs. Sabia disso, mas não tinha como prever que seriam tão furtivos. Em toda minha experiência com orcs, eles eram burros. Adorava gente assim, simples e direta, honestos com seus desejos de destruição e massacre, a maior parte dos orcs era assim. Até gostava de orcs, claro que isso era antes de entrar naquela floresta. Eu mesmo pouco ligava para combate honrado, não me importava em atacar oponente qualquer pelas costas, ou surpreende-los com qualquer coisa que fosse. Claro que tudo era diferente quando era eu quem recebia flechadas as costas,d uas delas ainda por cima. Sabia que graças a Kenna não doía tanto, mas ainda as sentia, ferro e madeira perfurando minhas costas, atravessando carne e explodindo em sangue.
 
Antes que percebesse estava no chão, atordoado pelo impacto. Os músculos estavam rígidos, estranhos em sua maior parte, mas não tinha tempo para simplesmente me preparar, outra criatura se punha contra mim. Um orc legítimo dessa vez. Vinha gritando e balançando seu machado de um lado para o outro, atingia-me. Diretamente em minhas costas, sentia o machado rasgando carne e atravessando o couro da armadura. Sentia o sangue escorrendo para fora do corpo, poderia pensar que eram litros, mas não tinha como medir, não em tal momento. Estranhamente estava calmo, era claro o que teria de fazer. Sentia com calma os puxões do machado, ele saia de meu corpo, ria comigo mesmo quando percebia o que tinha de ser feito. Estava para ser morto é verdade, a escolha era clara. Mataria antes de morrer. 

Em uma rajada única explodiria a energia gélida. Uma forma que culminava em uma lança que iria surgir imediatamente ao meu lado, erguendo-se contra o orc de modo a empala-lo, era um simples projétil a uma distancia minúscula. Perguntava-me se ele seria rápido o bastante para se esquivar daquilo. Não importava, não necessariamente. Sentia a energia se descontrolando dentro de mim, as mãos cresciam enquanto chifres brotavam e forçavam a máscara para fora de meu rosto. Detestava a sensação da possessão, mas a força que ela concretizava era inegável. Sorria por dentro, ensandecido pela própria energia caótica que fluía da fusão das almas, ao menos tinha meus alvos, os orcs.

Guiava-me com instintos. Lembrava-me das flechas, perigo, os machados também. Abater o que puder ser visto. Rugia para os céus, então corria para contra o primeiro orc que visse. A lança em punho, arma que atirava contra a primeira criatura que visse. Simples e direto, em um movimento de arremesso não cessado pela corrida, ainda tinha a magia comigo. No único caso de errar ou da lança não bastar, atiraria uma dupla de pequenos flocos contra meu alvo, antes de eu mesmo saltar sobre ele, e ataca-los com as garras. De cima a baixo, cortando sua face com as mãos ossudas. Não poderia parar nesse momento, continuaria caçando, buscando cada qual dos orcs, principalmente os arqueiros, me escondendo atrás das árvores, me movendo de um lado para outro em busca deles. 

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Mensagem por NR Sérpico Sex Jul 24, 2015 10:24 pm

12. Suvenir

Houve luz. Ho puxou a cimitarra e desejou ver, desejou a luz. A cimitarra compreendeu e cobrou o preço. Energia correu do seu braço, fazendo brilhar a esmeralda no cabo da arma, que vibrou, emanando subitamente luz clara. Um pequeno pedaço do sol, ali, nas mãos de Ho. Ele pôde ouvir um novo som, um ronronar esquisito, em resposta àquela luz toda. E viu. Viu o que talvez sua mente já vinha desenhando. Viu uma espécie de lobo. Grande, um pouco menor que um cavalo. Um lobo atroz, cinzento, tal como a neblina que agora recuava. Sua pelagem estava toda arrepiada. Ele, em posição de ataque. Mas recuando, junto com a neblina. Confuso. Cego.

Então a luz se intensificou e a neblina sumiu. Ho enxergava novamente e seus ossos não doíam mais.

Então a luz se apagou. O lobo voltou a ver. E saltou, um vulto cinza no ar. Rápido, embora o tamanho. E Ho movimentou a cimitarra, outro vulto cinza. O bicho chegou perto, as garras negras raspando em Ho, o bafo, o rosnar interno de surpresa e raiva por ser impedido pelo contragolpe. Ho cortou, e precisou de força para atirar o animal para o lado, tirá-lo de sua reta. O animal se chocou numa árvore, e parou. Fez um som, como se sentisse dor. Mas não pelo golpe da cimitarra. Foi ferido, verdade. Mas a dor parecia vir de outra coisa. O próprio Ho sabia não ter cortado tão fundo para ganhar um choro daquele em resposta.

O choro veio no instante que o outro fora atingido. Pois Tenkai não estava para brincadeira. Invocou sua própria luz em forma de destruição. Um pouco antes do ataque, a neblina se dissipou subitamente (obra de Ho) e ele pôde ver o alvo. Mesma coisa: um lobo atroz, cinzento, mas com o rosto todo vermelho de sangue de cavalo. O bicho ergueu o focinho, dentes amostra, para Tenkai, como a querer satisfação de como a neblina fora embora, mas não teve tempo de rosnar ou saltar para cima do elfo. O Esplendor Dourado voo sobre ele, quase a queima roupa, o engolindo por completo. O raio abriu uma trilha na floresta, comendo parte da terra e das árvores. A floresta não estava mais em silêncio. Após o golpe, Tenkai visualizou restos brilhosos no lugar do lobo. Como uma poeira mágica, que logo deixou de brilhar e se tornou cinzas na terra. Morreu e nem sentiu.

O outro sentiu e Ho aproveitou a chance. Ao mesmo tempo que um raio passava à alguns metros de onde estava, ele golpeava de baixo para cima, pegando facilmente o lobo semiparalisado. Um golpe sujo, que abriu a cabeça do animal que se tornou poeira antes mesmo de tombar. A poeira brilhava e, um instante depois, não mais.    

Ambos se viram através da nova trilha na mata. Não havia mais neblina em parte alguma.

Mentira. Ainda havia sim. Lá, com Hayashi. O cavalo girou para acompanhar Chagas, mas estava indeciso e com medo. A neblina parecia o amedrontar muito. Mais do que a flecha que o pegou no flanco e o fez empinar um pouco ─ o que serviu para que a outra flecha passasse zunindo perto de Hayashi, sem atingi-lo. Por pouco.

Chagas também não sabia ao certo o que fazer. Então girou de novo, saindo da floresta, e indo para a caverna. Os orcs não acreditaram no movimento, se atrapalharam com a nova flecha, dispararam tarde demais: Chagas e sua Torre Negra atropelaram as madeiras e os orcs logo atrás. Ele entrou no túnel, abrindo passagem com ignorância.

Hayashi ficou. Num instante enxergava o túnel, num instante presenciou o movimento de Chagas lá pra dentro, atropelando os orcs e ignorando a chance de levar flechas. Viu tudo isso. E de repente não viu mais nada, apenas a neblina. Rápida, a safada. Mas não tão rápida quanto a criatura nela escondida. Saltou, um peso enorme se chocando contra Hayashi e o tirando da sela. Seu cavalo relinchando, indo pra longe. Hayashi agora rolando no chão, sem ar. Parou de rolar, tentou se erguer e algo veio para cima dele. Não enxergava, mas sentia. Sentia a presença d’O Animal. E sentiu os seus dentes entrando, bem acima do cotovelo esquerdo. Seja o que for, tinha uma mandíbula enorme, pegando do braço até o ombro. E a mordida era paralisante ─ Hayashi sentiu um choque correr pelo seu corpo, que o impediu de se erguer por completo, ficando sob um joelho.

Na escuridão branca, mas perto como estava, conseguiu interpretar que aquilo era um lobo atroz.

A criatura fez força, os dentes entrando e coçando o osso do braço. Daqui a pouco, se o bicho desse um puxão, um sacolejo... É, ele queria arrancar um pedaço de Hayashi. Um suvenir, para deixar no fundo do lago mais tarde.  

E por falar em suvenir, ou melhor, manias estranhas:

Hein, Roz? Posso? Acho que ele não vai ligar. Estará morrendo mesmo, igual o soldado da tumba.

Mas Roz não respondeu, pois ainda estava terminando com Gregar. Tinha de ter certeza da pontaria. Ensaiou uma vez. Sorriu, mas Gregar não viu. E quando Roz estava pronto, uma lança de gelo apareceu do nada, bem a sua frente, o empalando. Gregar ouviu o que deveria ser um “Huh!”. O pé saiu de cima de sua cabeça e ele viu o orc segurando a lança de gelo que atravessara seu corpo, engasgado de susto e dor, dando passos para trás.

Hein, Roz? ─ este ainda estava contente em assistir Neil se levantar. Nem percebeu o que acontecia com Roz, logo atrás de si. ─ Faz parecer que eles se mijaram antes de ir pro outro lado. ─ E riu, idiota.

Gregar se levantou, dor dizendo para ele ficar quieto, mas assim não daria pra matar, e se não matasse, morreria, certo? Por aí. Então se levantou, transformado.

E foi quando todos escutaram o som de algo abrindo caminho pela floresta, e viram um feixe de luz ao longe (Tenkai mandando lembranças) que deve ter bastado para distrair os dois orcs arqueiros por um segundo. Então Gregar se mexeu e duas flechas voaram para onde ele estivera. O possuído correu com a lança pronta e empalou de novo o orc chamado Roz. Este o encarou com um olhar vesgo. E duas vezes mais vesgo por causa da raiva. Três vezes, se contabilizarmos a dor. Gregar o golpeou, agora com as garras. Roz tentou se afastar, viu que não ia dar tempo, ergueu um braço pra se defender, ganhando rasgos no ante braço.  

Mok! ─ ele disse, os dentes pintados de sangue. ─ Mok, seu puto! Aqui!  

E Mok girou nos calcanhares, esquecendo Neil. Viu Roz subjugado por Gregar e rugiu, correndo até o possuído com o machado a balançar. Gregar tentou se afastar, tentou puxar a lança de volta, mas Roz a segurou. Então o machado de Mok desceu e Gregar deu passo para o lado, se esquivando a tempo. Mok era forte ─ rapidamente removeu a arma da terra e já foi preparando novo golpe, querendo acertar Gregar mas, principalmente, o empurrar pra longe de Roz.

Gregar podia puxar de volta a lança, mas aí talvez não seria tão rápido pra evitar o machado de Mok. E ficar perto dos dois orcs fornecia uma certa cobertura dos arqueiros, que não iriam disparar, por medo de fogo amigo. Bom, talvez não disparassem.

Na verdade não iam disparar, pois já tinham deixado suas posições. O ataque de Tenkai, lá atrás, denunciou mais inimigos para enfrentar, o que significava reagrupar, criar novas vantagens. Não iam ficar ali para enfrentar o time inteiro deles. Confiavam em suas capacidades, mas, bem, Roz estava bem ferido e o terceiro orc corporal sumira, indo atrás da criança. Poderiam estar em desvantagem numérica, dependendo de quantos estavam chegando.

Então deixaram os seus postos e de repente estavam perto de Neil ─ que, agora sim, viu luzes de fosfeno explodirem em seu campo de visão por causa da pancada na nuca, dada por um dos arqueiros. O outro se abaixou e o pegou, o ergueu até o ombro. E começou a correr, carregando Neil.

Gregar estava ocupado, mas teve a impressão de ter visto os dois arqueiros pegando Neil e correndo com ele, meio circulando a região, ambos querendo passar por Gregar, para chegar na clareira logo a frente, onde as moscas cantavam e havia cheiro de podridão.

Enquanto isso, Sean repensou sua ação. Pegou uma pedra, jogou pra lá. O orc girou a cabeça, os olhos apertados. Seguiu naquela direção, farejando. Farejando! Ele sentia que Sean estava por ali. Mas não sabia onde exatamente. Foi pra lá, remexeu nos arbustos, impaciente. Sean vendo tudo, quase que se divertindo. Exceto pelo diálogo interno, nada divertido, hm. Mas o dialogo veio só depois dele usar a habilidade. Puxou a força do inimigo, que de repente perdeu o equilíbrio e se apoio numa árvore. Ele não estava bem. Deixou cair a espada velha. Levou a mão ao rosto. Enfermo, infectado? Olhou para os lados, querendo uma resposta visível. E viu Sean já sobre si, com uma adaga na mão.

Sean, o coração forte no peito, esteve perto de um total golpe surpresa quando o orc o viu. Mas tudo bem: ser descoberto só lhe conferiu mais desespero no golpe, que rasgou o orc atrás de um joelho. O inimigo gritou antes mesmo da perfuração. Gritou depois também. E caiu, pesado, desorientado. Quando caiu, pareceu recobrar os sentidos. Mas não a força. Suas mãos se ergueram para tentar pegar Sean, que recuou imediatamente.

Seu... ─ ele arfou, entre dentes, arranhado o ar.

Depois começou a esticar a mão em busca da espada, que tinha caído ali perto. Então, quando recuava pra se esconder novamente, Sean ouviu um som na mata (vulgo Tenkai), e soube que mais coisas aconteciam pra lá. O orc:

Volte aqui! ─ bradou o orc, mas... estava um tanto quanto sereno. Embora dissesse coisas como... ─ Seu covarde! Volte aqui agora mesmo! ─ ...ele não parecia tão furioso assim.

Afinal, parte de sua raiva também fora sugada. E ele tentava se levantar. Aos poucos, tentava se acostumar com o que tinha lhe acontecido.

E o cavalo de Tenkai também. Incrivelmente, o animal ainda suspirava. Mas talvez, não por muito tempo... Ho se aproximou; não estava longe, afinal. E então ouviram um novo rugido (Mok, indo pra cima de Gregar) por ali. Os outros estavam perto. E estavam em combate.

E Ho não deixou de perceber, novamente, que a pedra verde no cabo da cimitarra se tornara ainda mais opaca. E ganhara uma rachadura.

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[Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças  - Página 2 Empty Re: [Clássica] Herança, amor, ganância e outras doenças

Mensagem por Hayashi Dom Jul 26, 2015 11:57 am

Tinha algo mordendo meu braço, algo grande, feroz, sentia seu bafo quente, qualquer balanço e lá ia metade do meu braço. Estava desesperado, com medo e tentando segurar um grito. Eu não queria ser alimento daquela coisa, e principalmente: não queria terminar sendo um daqueles pedaços de gente dentro daquele lago.
 
Foi tudo tão rápido que me esqueci de dizer o que tinha acontecido até aqui. Foi assim:
 
Que papo de louco. – Disse para chagas quando voltamos para nosso caminho. O corpo daquele homem com um buracão estava no lago, seu tempo havia esgotado. Quem sabe ele só estava morrendo. Conversamos pouco, nos focamos mais na trilha, seguimos e seguimos até uma emboscada. O túnel estava aparentemente bloqueado, porém duas flechas saíram de lá, dois Orcs sorrateiros estavam servindo de sentinelas, por pouco as flechas não acertou Chagas, a outra apenas acertou o cavalo.
 
Estávamos prestes a voltar para a floresta, mas a neblina estava lá, Chagas não sabia o que fazer, eu também não. Ele correu para cima dos orcs e atropelou, quebrando a madeira que tampava passagem, mas depois eu não vi mais nada. Quando dei por mim estava dentro da neblina, mas a neblina não foi tão rápida quanto o filho da puta que estava escondido nela.
 
Levei um baque, caí no chão, rolei e depois que tentei levantar que veio a desgraça maior: os dentes daquela cria de satanás estavam nos ossos do meu braço. Forte, tentei , mas não consegui segurar o grito, gritei com tudo, tentando expulsar a dor e pedir socorro, com uma pitada de pânico e desespero.
 
Mas se eu ficasse ali por mais alguns segundos, ele iria arrancá-lo. A mordida havia me paralisado, não consegui levantar mais do que o joelho, mas por sorte eu tinha minha amiga lá, a espada num nó frouxo. Com o dedo do braço que estava livre, arranquei pela pontinha do barbante a espada, que escorregou das minhas costas e eu agarrei seu cabo, que pela posição que estava, se localizava um pouco na lateral do ombro livre da mordida.
 
Apoiei os pés o no chão e saltei para trás, usei a minha técnica de impulso, Dash, para tentar me desvencilhar do bicho da seguinte maneira: estava num lugar cheio de coisas para se bater, se eu tivesse sorte, uma árvore ou uma rocha, se eu tivesse azar, não iria atingir nada, e meu braço iria para o beleleu.
 
Mas um homem desesperado não pensa direito no que faz.
 
Caso atingisse uma rocha ou qualquer outra coisa sólida que desse algum dano ao lobo ou que fizesse ele soltar meu braço antes que fosse arrancado, iria girar com a espada, tentando fazer um corte em qualquer parte que pudesse ser cortada daquela coisa, passando a espada na transversal, qualquer dano causado a ele iria me ajudar, se eu tivesse atingido ele em algum lugar, possivelmente estaríamos frente a frente já que supostamente ele iria soltar meu braço e eu iria girar para encará-lo. Ou tentar, pelo menos.
 
Caso isso tudo não acontecesse, iria dizer adeus ao meu braço, mas tentaria cortá-lo com a espada já solta pelas ações anteriores, afinal eu teria que me defender de alguma forma.

Não havia nem tempo de ter xingado Chagas por ter me deixado. Mas que grande filho da puta.


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Última edição por Hayashi em Seg Jul 27, 2015 2:54 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Hummingbird Dom Jul 26, 2015 2:51 pm

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E eu preciso dizer; a sensação de cruzar minha adaga com a pele truculenta daquele orc foi indescritível. Me senti tão eufórico, feliz, ao mesmo tempo estranho, maledicente...cruel? Hmm, o mais engraçado é que eu estava gostando de tudo isso. Era uma sensação muito parecida com a de quando estamos com sede e bebemos água, ou quando estamos com fome de alguma coisa em específico e comemos justamente aquilo; o prazer da recompensa, da conquista, não sei dizer, entende? No fim das contas, o que importa é que mesmo depois desse ataque, consegui recuar pela mata, não muito longe de onde o Orc estava. E, mesmo ali, posso jurar que ouvi um barulho no mínimo curioso vindo de uma das direções... será que os outros estavam por lá? Minha intuição me dizia isso, o que era ainda mais engraçado já que, na maior parte das vezes, essa intuição é dele e não minha. Que seja.

— Muito bem, pequeno corvo. Foi uma ótima escolha denegrir os movimentos daquela besta. Agora, basta um golpe fatal e tudo estará acabado. - Mencionou ele, cheio de malícia no seu sussurro. Minha orelha coçou, tentei não me ater muito a esse detalhe. Desta vez, no entanto, não senti dor de cabeça. Estava sentindo desejo, queria mais, queria retalhar aquele Orc com minha adaga, não consigo explicar isso estava tomando conta de mim até que...

Fechei os olhos.

Segurei a respiração, pudia sentir novamente aquela visão ampla do local, energias... era isso! Tinha alguma coisa me perturbando por ali, era um vestígio peculiar, não sei explicar...eu tinha impressão de ser de algum dos meus colegas. Acredito que poderia ser de um dos meus colegas do grupo, veio da direção daquele barulho. O plano estava traçado; matar o Orc e seguir naquela direção. Repare que em nenhum momento cogitei se era capaz ou sequer duvidei das minhas capacidades. Estava preenchido pela sensação de cortar a carne fresca daquela criatura...

Sairia da mata então, vindo na sua direção. Desta vez, não faria esforço para ocultar minha presença, caminhava tranquilamente. Meus olhos, já não mais ocultos no capuz, encaravam-no com fome. Refletia no meu olhar o desejo; eu quero matar, eu quero cortar cada parte da sua pele e abrir você no meio. Senti quase como uma anestesia em meu corpo, nada mais iria me satisfazer tanto como acabar com aquele Orc. E então, ficaria muito atento aos movimentos dele; por algum motivo julguei a criatura como mais lenta e debilitada devido ao corte em sua perna. Certamente eu me achava capaz de desviar dos seus movimentos e, em caso de necessidade, parar algum deles com a minha mão desarmada, visto que nossa força provavelmente se equiparava na situação de agora. Ou não, quem sabe? O fato é que a minha intenção era simples; tentar desarmá-lo nessa série de contra-ataques. Se ele viesse com um ataque na vertical, desviaria por algum lado e na mesma hora daria-lhe um corte no pulso com minha adaga. Em caso de um ataque horizontal, rolaria por baixo de suas pernas, tentando subir em suas costas e desferir uma série de facadas ali. E, independente de um ou outro movimento, o golpe fatal seria dedicado na cabeça; faria o possível pra lhe acertar uma estocada bem no meio dos miolos com minha Adaga. Esperava que isso fosse o suficiente pra lhe arrebatar, e se não fosse, ao menos satisfaria meu desejo, hmm?

[ ... ]

E supondo que a batalha contra o Orc termine com a minha vitória, não perderia tempo ali. Meus planos iam mais longe, e bem, não eram só meus. Lembram-se quando disse que o Demônio só concordou em me ajudar porque queria se divertir com aqueles outros dois? Bem, posso dizer que ele estava enlouquecendo pra saber de onde vinham aqueles traços de energia que tanto me incomodavam. Então tentaria correr. Correr inicialmente na direção em que ouvi aquele barulho, acho que vinha do Oeste de onde eu estava. A medida que ganhasse a mata, tentaria manter a concentração pra ter alguma outra pista daquela energia tão familiar e só então entender de quem se tratava. E é claro; independente de quem fosse, eu não tomaria total proximidade. Manteria-me numa distância favorável, ao menos o suficiente pra que eu pudesse evocar aquela "chama" que retirei do Orc outrora? Manipularia-a para então ser capaz de infundir no dono dessa energia tão familiar; e veja bem, independente de quem fosse.

— Hihihihi - Um sorriso travesso escondia-se no meu rosto, por baixo do capuz, enquanto eu fazia mais essa traquinagem.


Off escreveu:Veja bem, eu me precipitei um pouco em avançar contra o Orc porque pressupus que; se eu consegui sugar a energia dele com facilidade é porque seu vigor não é dos melhores, logo, acredito que um golpe em seus miolos fosse suficiente. Eu também usei muito de "possibilidade" pra tentar encontrar o amigo Gregar, já que ele transformado é o que emana uma forte corrente de energia que mais chama atenção do meu garotinho, ou melhor, do subconsciente dele, então foi o que usei como base pra ir atrás do Greg e tentar usar minha habilidade nele. Claro que, assumindo as possibilidades de não encontrá-lo e acabar usando a habilidade em outro.


Habilidade:



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Mensagem por LK Neil Blaze Dom Jul 26, 2015 6:01 pm

Aquilo não era diversão. Não devia estar ali. O que era aquilo? Sangue? Mais uma marca? Aquilo tinha sido uma armadilha. Armadilha. Pura idiotice. Lembra de Baltazar? Algumas memórias voltaram e fizeram Neil arregalar os olhos. Quem era aquele cara que estava na sua frente e que porra estava acontecendo? Reconstruiu a cena com dificuldade. Ele sabia que não podia ter ficado parado. Ficar parado em ambiente de emboscada é um erro. Tem que despistar, movimentar, ser esguio. Ser o caos. Imprevisível. Provavelmente iria ser mais um prisioneiro... Ah, não. Prisioneiro o caralho. Lembrou-se do que foi feito com os guardas. Aquilo estava errado. Não podia acabar assim, não podia ser daquela forma. Ele não estava se divertindo daquela forma e nem fugir ele conseguia. Só lhe restava jogar com as cartas que tinha e certamente não tinha um bom jogo em sua mão. Mesmo assim, um jogador experiente consegue fazer uso de suas cartas.

Estava prestes a estender a mão e tocar no Orc quando ele sumiu dali. Onde o desgraçado tinha ido? Sean? O homem mascarado? Estariam lutando? Isso era o que menos importava. Tinha que salvar sua pele. Sua vida era mais importante. As costas e o peito doíam. Tentou tocar e a visão ficou turva ao ver sangue. Sorriu nervoso. Muito nervoso. Podia jurar que estava tremendo, mas ainda assim aquilo era sangue. Fazia muito tempo desde que não via seu sangue jorrar. Era nostálgico. E muito assustador. Aquela vida... Porque ele ainda continuava fazendo aquelas merdas? Suas costas doíam. Sim, as flechas. Tentou fazer uma mapa geográfico do local, mas obviamente aquilo falhou. Em parte porque ainda estava confuso com toda aquela situação. Em outra parte porque fora atingido na nuca subitamente e tudo aquilo que tinha conseguido construir foi por água abaixo.

Não tinha tanta força pra sorrir agora e a única coisa que passava na sua mente era poder ficar livre daquela merda de local. Quantos Orcs eram? Um? Dois? Não importava, se tivesse dois, teria que lidar primeiramente com um. Neil podia ser fraco, mas considerava inteligência uma força importante. Esperou por volta de cinco minutos, onde pôde recobrar um pouco de consciência e olhar ao seu redor, contabilizando o número de inimigos. Em seguida, ergueu a mão e tocou em qualquer parte do corpo do Orc onde pudesse ter contato com sua pele. O anel em seu dedo na mão direita ficou negro e ao toque, Neil colocou uma marca no Orc que o carregava, a Marca de Força, ativando-a na mesma hora.

Obviamente aquele Orc iria diminuir o ritmo dos passos. Caso algum outro se aproximasse, Neil iria tentar toca-lo e colocar a Marca de Velocidade. Dali em diante, não tinha o que fazer. Poderia atrasar aqueles malditos por um tempo, mas tinha que fazer seus esforços e sair dali. Contudo, não poderia simplesmente andar por um terreno que não conhecia e pra isso ele tinha um trilha: Os passos dos Orcs. Já tinha visto como aqueles filhos da puta pisavam forte e esse poderia ser seu caminho de volta para o local de onde fora tirado. Talvez voltando pudesse conseguir reencontrar os outros e achar ajudar. Além do que, se eles estavam se movendo subitamente de suas posições, era porque algo deu errado e se reagrupar, não significa voltar para a mesma posição.

Caso Neil conseguisse retornar, poderia ter uma chance de sobrevivência.

Ou não. Ou ele poderia terminar de morrer.
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Mensagem por Bluesday Dom Ago 02, 2015 8:33 pm

A luz dourada ia abrindo caminho e a neblina ia sumindo. Parecia que de alguma forma o Esplendor Dourado havia se manifestado de forma tão poderosa, que até mesmo a neblina era afetada. Mas talvez poderia ser outra coisa que Tenkai não fazia ideia. Porém mesmo sem saber, acabou colaborando com alguma distração para a sorte de seus companheiros.

Bom, a seguir a cena que viu foi seu cavalo. Estava em um estado deplorável. O elfo se aproximou com sua espada e se abaixou próximo a cara do animal.

Perdoe-me amigo. Não pude lhe proteger. Ao menos farei com que reencontre seus antigos amigos novamente em um lugar melhor que este.

E com um movimento ágil, o guerreiro cortou a sua garganta no ponto mais vital para o cavalo. Desse jeito seu espírito deixaria este mundo de forma rápida e indolor. Tenkai tomou essa decisão, pois embora tivesse habilidades únicas para cura, ele não poderia de fato salvar o bichano. Afinal seus ferimentos iam além do normal.

O elfo em seguida fechou os olhos do cavalo e repousou sua cabeça de forma gentil na grama. Se levantou de cabeça baixa e em silêncio. Ficou observando o companheiro caído por alguns instantes e logo em seguida voltou seus olhos para frente de forma determinada.

" Vidas inocentes por causa de alguns pedaços de armadura. Inaceitável! "

Tenkai a seguir guardou sua espada e pegou seu arco. Novamente estava com as mesmas duas flechas de antes. Logo se direcionou para o caminho que havia escutado algo e avançou depressa. Era possível que alguém do grupo estivesse em apuros. E se de fato encontrasse alguém em batalha, Tenkai com uma das flechas em mãos, iria ajustar no arco, retesar o mesmo e miraria no inimigo que parecesse estar em uma situação mais vantajosa contra um dos companheiros. Consideraria a floresta para ter uma visão limpa e clara para que sua flecha fosse arremessada sem que ficasse presa a alguma árvore ou algo similar.

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Mensagem por Gregar Dom Ago 02, 2015 11:04 pm

Lambia os lábios sentindo a textura de sangue pelos dedos. Quente, úmido e escarlate, uma mistura que apenas estimulava ainda mais o frenesi. Queria corta-lo, atravessa-lo mais e mais com as lanças, vendo seu corpo se reduzir a uma polpa vermelha que fede a ferro. Havia sido atacado, pisoteado e cortado, mas não odiava aquela criatura, não tinha como sentir nada além daquele único desejo, tão simples e belo quanto qualquer desejo verdadeiro pode ser. Desejava a sobrevivência, a morte de todos que levantassem suas armas em minha direção. O adocicado sabor de ser o único a me manter vivo enquanto todos jaziam mortos e frios, não tinha muito mais me movendo, além disso, disso e da dor.
 
O corpo latejava horrivelmente, as pontadas de flecha como correntes me arrastando contra o solo, a cabeça como se tivesse sido partida ao meio por uma espada cega, doía o bastante para desejar manter-me quieto. Oculto em algum canto escuro, completamente perdido dentro de minha própria consciência, algo bem parecido com o que acontecia durante os primeiros momentos da possessão. Por anos havia sido aterrorizante, mas com o medo é possível se acostumar, mas não com a dor, nunca com a dor que parece pronta para rasgar sua carne e quebrar seus ossos. Era isso que faria, rasgaria os ossos daquela criatura, não por um desejo, apenas pelo instinto. Ouvia outro se aproximar, era verde e desajeitado com seu machado. Tentava me mover, estava preso pela lança, ele atacava e eu mantinha-me longe, mas estava pronto para continuar a rajada. Ele estava bem perto, o sorriso diabólico adornava meu rosto, ambos estavam em alcance perfeito.
 
Não desejaria retirar a lança da ferida do orc, pelo contrario a apertaria ainda mais forte, atravessaria carne e mais carne. Ainda usaria a magia, o poder de criar gelo do nada,meu alvo outro porém, giraria com o corpo de Roz em direção a Mok, como que criasse um escudo entre mim e a criatura, então atacaria. Criaria outra lança de gelo puro e massivo, mais um projétil que viria contra os alvos, miraria para as costas de Mok e atiraria como se o ataque viesse por suas costas, empalando a ele e a Roz. Uma pena o orc ser forte, me irritava com a resistência, usaria um pouco mais de força para lidar com ele.Com as recém obtidas presas, avançaria contra seu pescoço, aproveitando para cravar um pouco mais a lança contra a criatura, morderia, cravaria os dentes em seu pescoço e giraria, viraria com todo seu peso contra seu colega, uma barreira perfeita adoraria perfura-lo, adoraria matar a ambos.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Ago 03, 2015 12:28 am

13. Nossa morte está atrasada

Arriscado. Saltar pra trás daquele jeito, num impulso potencializado por sua habilidade... que coisa arriscada! Fez. E deu com as costas em alguma coisa. Nem se importou em saber o que era. O momento não permitia. O resultado da ação foi dentes afiados rasgando mais fundo um braço que, do nada, escapou de uma mandíbula. Hayashi perdeu o ar com o choque, mas puxou a espada das costas numa velocidade recorde.

Sentado como estava, mal conseguiria se mover, mal conseguiria aplicar um bom golpe horizontal. Então apenas levantou a arma a frente do corpo. Reflexo. O sentimento de que a criatura o seguia. E era verdade. Tão perto de arrancar um membro de Hayashi, o bicho foi atrás, inconformado, querendo mais, querendo ser especialmente brutal com aquela presa astuta. Saltou para cima dele, sem brincadeiras agora, sem essa de parte por parte: o animal ia cair sobre Hayashi e lhe dar um definitivo beijo no pescoço.

Só não conseguiu por causa da lâmina no meio do caminho. Hayashi sentiu o peso da criatura começando na ponta da espada e descendo até o cabo. O pelo da criatura roçou na sua mão, no seu punho. No impulso louco dela, acabou se empalando até onde dava.

Mas quem disse que estava morta? Contrariava a morte, ainda bufando, respirando na cara de Hayashi que quase podia ver os olhos da fera em meio a neblina. Ela rosnava, seus dentes batiam. E batiam, e batiam, cada vez mais perto de Hayashi, que ainda estava segurando firme a espada, pesada com o corpo do inimigo que tentava avançar, morder, matar, dilacerar, mesmo que também fosse empalado pelo braço esticado de Hayashi. A criatura da neblina não estava de toda suspensa: suas patas traseiras tocavam o solo. Mas o que deveria ser o seu peito estava trespassado, as patas arranhando enquanto a cabeça dava botes. Seu peso, cedo ou tarde, faria o braço de Hayashi fraquejar e então a distância entre eles ficaria perigosamente mais curta e seria a hora do beijo.

A posição em que estava ─ sentado de costas para alguma coisa ─ era ruim e o seu braço esquerdo... bom, ele ainda funcionava, mas não 100%.

Ao longe, teve a impressão de ouvir sons de briga. Talvez Chagas noutra festa, agora com os orcs na entrada do túnel. Mas quem se importa?

No momento, era cada um por si. Ou quase.

Outro cara que estava numa má posição era o orc, um que ainda não fora apresentado e portanto não tem nome nessa estória. Uma perna cortada por uma criança! Como que ele ─ logo ele, que estava ali pra tocaiar e foi tocaiado! ─ pôde deixar isso acontecer?

Volte aqui seu pedaço de ─ dizia ele. Agora estava de pé, mancando e com a espada na mão. A espada abaixada. Talvez pesada demais.

E Sean voltou... querendo ter certeza. Certeza do que sentiu quando deu o primeiro golpe. Ou será que já tinha completa certeza de que gostara daquilo? Era dele mesmo esse sentimento? Talvez passasse isso a limpo agora.

Avançou, todo esguio. O orc respondeu com estocadas, com golpes horizontais. Tentava ficar furioso, mas não conseguia. Mas ao menos prezava por um ritmo de golpes que, na cabeça dele, deveria ser intimidador. Para Sean, nem tanto. Se esquivou da primeira sequência. Sssuis, sssuis. Fácil. De novo. Sssuis e então sssuis. Este raspando. Raspando mesmo, em seu peito, cortando um pouco da frente da blusa e... a alça da bolsa, que caiu.

Tink ─ fez a bolsa quando caiu, o som abafado do frasco se chocando com o solo. O frasco! Se abaixar, pegar a bolsa, rápido! Mas então, sssuis, sssuis, lhe fazendo recuar um pouco. O desgraçado estava ficando forte de novo? Outra estocada, Sean esquivou, um olho na espada outro na bolsa. Tinha pensado em rolar, mas aquele orc não era tão alto, talvez não conseguisse passar por entre as pernas dele... Então um golpe vertical veio ─ finalmente! Sean se jogou para o lado e sua adaga cintilou. O orc resmungou de dor, a espada lhe deixou os dedos. Pareceu não acreditar que fora ferido não uma, mas duas vezes. Quando pensou em reagir, foi derrotado. Sean puxou de volta a adaga cravada na garganta dele. As mãos do menino estavam sujas de sangue escuro.

Sangue! Foi até a bolsa, abriu, meteu a mão lá e... sentiu o frio reconfortante do frasco intacto. Atrás dele, o orc caia de joelhos, olhos arregalados, fazia um som estranho com a garganta. Sean teria de remendar a alça da bolsa, hm. Agora, atrás dele, o orc morria. Sean teria de levar a bolsa numa mão, por enquanto. O orc olhou envolta, procurando seu algoz, mas não conseguia girar o pescoço, infeliz. Sean sentiu uma presença lá longe e se mandou pra lá. O orc sem nome tombou e saiu da estória.

Sean correu. Os outros orcs ─ arqueiros, até! ─ deveriam estar causando problemas. Foi o que Sean percebeu ao ver Neil sendo carregado e Gregar engajado em combate corporal com dois deles. E era ele, Gregar, que o atraíra de volta. O frenesi de um possuído chamou por Sean, que ainda estava com toda aquela força e fúria do orc morto... o que ele fez com essa energia contida? Olhou para a energia flutuando perto de si, olhou para Gregar. Parecia uma coisa feita para a outra! Ou então era apenas um tipo de brincadeira inusitada.

Resumindo: jogou a energia roubada do orc em Gregar.

E que tipo de coisa poderia resultar disso? Quer dizer, Gregar, já num frenesi de combate, subitamente recebendo uma bomba extra de fúria e força de um dos seres que conspira contra sua vida?

Aparentemente, não mudou nada. As sensações, bem, talvez nada de especial, ou talvez um profundo choque interno, talvez uma tentativa de rejeitar aquela invasão. Se houve essa tentativa, certamente não dera certo. Agora Gregar só enxergava o vermelho. E nesse novo mundo, ele tinha que matar. Que ninguém ficasse perto dele nesse momento! Caso contrário: óbito.

E dois orcs estavam perto dele nesse momento.

Gregar fez força demais para conseguir (talvez graças ao acréscimo de força, cortesia de Sean) movimentar Roz daquele jeito: não puxou a lança, o que fez foi colocar Roz na linha de ataque de Mok, e este se viu obrigado a frear o machado.

E Gregar não parou aí. Rapidamente invocou mais uma lança de gelo, a jogou contra um Roz já duas vezes empalado. Essa lança entrou, mas não o suficiente para sair do outro lado e pegar Mok também. Mas o serviço parecia bem feito: Roz começou a perder o equilíbrio. Só pra ter certeza, Gregar atacou com as garras, cortando Roz por traz, na altura do pescoço. Roz fez um som estranho com a garganta, algo que Sean escutou pela segunda vez em menos de dois minutos.

Mok, então. Furioso, agora. Tentou tirar o Roz moribundo do caminho, mas Gregar dançou de lado, perfurando mais a lança, mantendo Roz entre eles. Então Roz fez um esforço final para sair do meio: pela frente, pegou as duas lanças (uma das de gelo e a do Gregar), e removeu ambas num movimento imprudente que sem dúvida terminou de lhe matar, mas ao menos tirou o domínio de Gregar sobre ele.

Agora sim, caminho livre. Mok rugiu. Como que tudo aquilo aconteceu? Estavam ganhando ainda agora! Como que isso ac ─ vulp! E Mok rugiu de novo, agora com dor por causa de uma flecha disparada em suas costas. Caiu de joelhos, subitamente sem movimentos da cintura pra baixo.

Uma flecha do elfo, que chegava ao longe. Achou um ângulo e mirou onde não poderia errar: no corpanzil do inimigo. Mas quando eles iniciaram aquela dança, Tenkai segurou o disparo e esperou o momento. Se errasse, acertaria Gregar. Então esperou. E teve sucesso.

Mok estava derrotado, arfando, de joelhos no chão. Ainda ergueu o machado, caso Gregar avançasse. E Roz expirava.

Ho se aproximou do que parecia ser o final daquela luta. Tenkai também chegou um pouco mais perto. Sean também. Mas não muito... Gregar parecia um tanto fora de si.

E Neil. Durante esses acontecimentos, os dois arqueiros que corriam pra longe ─ Neil sobre o ombro de um deles ─ nem olharam para trás. Neil, para eles, estava atordoado demais até para falar algo. Então o que o carregava nem percebeu o uso sutil da habilidade. Mas, sim, diminuiu o passo quando, do nada, sentiu Neil ficar mais pesado.

Ajuda aqui Uro ─ ele disse e Uro, o outro arqueiro, se aproximou.

Dividiram o peso de Neil, que agora tocou em Uro, que, de repente, não estava acompanhando o passo da corrida do camarada.

Anda Uro ─ reclamou o outro. ─ Quebrou uma unha é?

Cala a boca, Bal. É você quem não aguenta ele sozinho.  

Passaram pela região razoavelmente aberta onde havia algumas construções de madeira. Neil viu com o canto de olho, notando também alguns corpos humanos ali, mortos a dias pelo jeito. Mas não viu direito.  

Entraram de novo na mata. Os sons de luta ficaram para trás.

Uro perguntou:

Tem certeza que ela vai querer ele? ─ falavam de Neil.

Não é ele ─ respondeu Bal. ─ Pode ser qualquer um deles. Calhou de ser esse o sortudo. Vamos, por aqui.

Neil notou que já estavam diante da montanha. Aparentemente, iam começar a subi-la, por uma ladeira íngreme. Talvez tivessem uma passagem em algum ponto mais elevado, que os levariam para o outro lado.

Enfim... Neil tinha plantado sua magia nos dois, que não desconfiaram. Eles estavam levando Neil no meio: seu braço direito sobre o ombro de Bal, o esquerdo sobre Uro. Os pés de Neil arrastavam no chão, por ser um pouco mais alto que os orcs. Se iria sair dali? Retornar para os camaradas? Bem... então como faria isso?

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