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Mensagem por ADM GabZ Seg Fev 24, 2014 1:47 pm

Relembrando a primeira mensagem :

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O centro da cidade de Takaras não é diferente do resto dela: obscuro e sombrio, lar de diversos seres malignos e criaturas variadas. Apesar de tudo o lugar não é absurdamente perigoso, a não ser que você incomode alguém. Orcs, trolls, necromantes, demônios, ghols e sacerdotes das trevas são comuns, mas também é fácil encontrar anões, humanos, goblins e até elfos. Corrompidos ou não, os habitantes e visitantes costumam ser sociáveis — algumas vezes até demais.

Neste centro existem diversas casas e algumas lojas de especiarias. Algumas vezes acontecem brigas um tanto feias, mas os corvos, abutres e estranhas criaturas necrófagas contribuem para livrar-se dos corpos em decomposição. O ar é pesado, talvez devido à cidade ser de fato amaldiçoada e jamais receber a luz do dia, estando coberta por grossas camadas de nuvens negras o tempo inteiro. No céu apenas a lua é vista, também nascida da maldição e iluminando fracamente todo este lugar. Certas pessoas ousam dizer que na verdade aquela lua é uma magia, um olho gigantesco que vê tudo para o rei de Takaras. Talvez seja verdade, uma vez que ele jamais é visto em público e mesmo assim governa aquelas terras.

Aqui também existe uma área onde os criminosos são julgados e mortos. Corpos enforcados ficam suspensos por semanas até que as aves carniceiras façam seu trabalho. Em um lugar daqueles, é difícil pensar o que leva alguém a ser enforcado.

Cuidado por onde anda. Muitos becos e vielas abrigam criaturas sem-teto, ou que apenas preferem o ar livre para se abrigar.


Última edição por ADM GabZ em Sáb Jul 15, 2017 7:22 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por NR Lima Limão Ter Jan 19, 2016 9:50 am

Enquanto Kayle parecia não estar nem aí para o fato de estar perdida, Bones já agia de forma um pouco mais sensata. Talvez o único dos dois mortos vivos que tinham um pouco de juízo, ele tentava inutilmente procurar por uma saída, uma pista que o levasse para fora dali, ou que ao menos ajudasse a garota a achar seu destino. Mas era difícil, na verdade, era praticamente impossível. Embrenhados em meio às arvores retorcidas e pútridas da Floresta da Tortura, envoltos por aquela cortina de névoa que mais parecia uma seda branca que lhes vendava os olhos. O clima só não estava ainda mais tenso, pois até então não houve sequer sinal de vida naquele lugar além dos grilos e os gemidos que ecoavam vez ou outra pelos troncos ocos.

A dupla bizarra continuou a peregrinar pela mata por mais meia hora, até que enfim um sinal diferente lhes apareceu. Mas diferente do que o lich desejava, aquela não era a saída, e sim o destino de Kayle. Aquela área da floresta parecia nem mesmo ser de Takaras, era como ter entrado em um outro mundo, uma nova terra diferente da terra amaldiçoada de antes. As arvores não estavam mais podres, seus troncos tinham vida, suas folhas estavam tenras e bem presas aos galhos e os arbustos grandes e esparsos davam lugar a centenas de flores que cobriam praticamente toda a área. Não fosse por um pequeno detalhe. Tudo, exceto os caules das plantas e os troncos e galhos das arvores eram vermelhos como sangue. Sim, as folhas das arvores, as pétalas das flores e até mesmo os arbustos eram de um vermelho ocre que lembrava o liquido ferroso que já não corria mais nas veias de ambos os dois.


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- Encontrei o lugar... Sabia que era esse o caminho. Hihihi

Falou ela entre um risinho bobo e inocente. Logo ela caminhou até um dos tapetes de flores e dali tirou algumas, com o cuidado de uma florista, ela tirou uma velha tesoura enferrujada da cesta e as cortava com todo o cuidado em seu bulbo, logo no fim do caule e onde começava a flor. Ela fez uma coleta minuciosa que levou pouco mais de vinte minutos até que então estava pronta para partir.

- Pronto, já tenho tudo que precisava, agora posso voltar ao templo. Espero não tê-lo cansado demais, senhor Bones. – Falou ela gentilmente o olhando direto nos olhos, e então, num gesto singelo de consideração, ela o entregou uma das flores. – Muito obrigada por me acompanhar até aqui, há muitos anos não ando sozinha por esta floresta. – Ela sorriu e então seguiu em frente, fazendo o caminho de volta para a estrada, indo para o templo enfim.

<Seu próximo post será aqui.>

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Mensagem por Nikk Dom Abr 03, 2016 2:19 am

Land revirava-se de um lado para outro, buscando uma posição confortável para sua cabeça no saco de lixo que usava como travesseiro. Alguns pequenos insetos esvoaçavam ao seu redor, atraídos pelo mau cheiro, e outros até mesmo ousavam acomodar-se no emaranhado de seu cabelo grande o suficiente para cobrir-lhe os olhos.
O chão era frio e duro, e a fina camiseta que o rapaz usava não era suficiente para proteger-lhe da suave brisa que soprava em sua direção através da única entrada do beco, mas ele estava acostumado: vivera assim por três quartos de sua vida e já lhe era tão natural quanto respirar.

Com uma de suas mãos, segurava firmemente seu medalhão aberto, sem tirá-lo do pescoço, e, embora não houvesse nem mesmo a luz da lua naquele canto escuro, ele encarava as figuras que sabiam que estavam ali, ainda que não conseguisse enxergá-las. Em um dos lados deveria estar seu pai e sua mãe - o rosto deles ainda era nítido em sua memória, mas a lembrança de quem eram já havia desaparecido há muito - e, no outro, aquela mulher bonita de pele clara e cabelos escuros que torturava sua mente.
Land passou a vida inteira tentando esquecê-la, mas agora, sabendo que já não podia mais fugir de seu passado, tentava apenas entender por que seu pai teria colocado aquela foto ali.

Perdido em suas reflexões, pensou ter sentido sua barriga roncar por um breve segundo, mas logo isso fugiu-lhe da cabeça - também era acostumado a longos períodos sem comer.
Havia outra preocupação em sua mente agora: um demônio estava a sua procura. Na realidade, o garoto não tinha como provar que estava sendo caçado nem que o tal demônio sequer estivesse em Takaras, mas só de imaginar aquilo os pelos de seus braços eriçavam de terror.
No entanto, estava ciente de que teria de se arriscar e sair de seu esconderijo em breve, afinal precisaria de comida e água. Talvez um banho.

- Eu devia sair daqui... - murmurou para si mesmo, enquanto sentia o sono discretamente vir buscá-lo para dormir.

Em seus sonhos, Land não se curvava a ninguém, não obedecia a ninguém, não se escondia de ninguém. Era dono de seu próprio nariz, era quem fazia o tal demônio fugir aterrorizado. Seu prato estava sempre farto, como o dos mais poderosos do reino onde vivia, e os banhos eram parte de sua rotina. Não se preocupava com nenhuma criança desamparada que deixara para morrer no deserto.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Abr 06, 2016 12:32 pm

Mas deveria. Deveria se preocupar... se preocupar com aquelas mãozinhas, era só um bebê, só um bebê. As mãozinhas, apertavam sua roupa, tentavam alcançar o rosto, pegar no nariz. Várias mãozinhas agora, todas de bebê, de todos os lados, lhe agarrando sem força, de repente com força, de repente com muita força, Land sufocando e depois caindo, pois foi aberto o buraco, uma queda longa ─ característico dos pesadelos.  

Acordou sobressaltado.  

Sonho ruim? ─ perguntou o homem quase ao seu lado. ─ Coisa chata, né?  

Apesar dos cabelos grisalhos, ele não deveria passar de 30 anos. Estava sentado ali perto, de costas para um latão transbordante de lixo, limpando com um pano sujo sua bota direita que, para Land, pareceu estar suja de sangue. O homem era pálido; rosto livre de barba e pescoço ossudo como que coberto de poeira branca. O pé descalço idem. Mas o resto do corpo ficava muito bem escondido no sobretudo escuro, as mãos metidas em luvas.  

Olha, eu tô aqui vendo você tentar dormir, meio que falando no sono, e quando é assim algumas pessoas ou despertam de vez, ou continuam tentando dormir, até pra tentar sonhar outra vez, mesmo se for um pesadelo. Eu acho que seria melhor você despertar de vez. Digo, tem uns caras atrás de você. Se te acharem dormindo...

Tom descontraído, mesmo com a face séria.

Land nunca vira o estranho por aquelas bandas.

Ele, aliás, se cansou de limpar. Calçou a bota. Continuou sentado, tranquilo, talvez pra demonstrar que não era uma ameaça. Parecia um homem normal que simplesmente entrou no beco pra limpar a bota, hm.
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Mensagem por Nikk Qua Abr 06, 2016 4:08 pm

Land acordou alarmado, com a respiração ofegante e o pulso acelerado, passando a mão inúmeras vezes pela testa tentando pentear o cabelo que caía sobre seus olhos. Provavelmente não chegaria mais perto de bebês por algum tempo.
Aliviado, verificou que o medalhão continuava pendurado em seu pescoço, e guardou-o dentro da camisa quando notou outra pessoa ali.

A princípio manteve a calma, apesar do coração ainda palpitante e do vislumbre que teve do sangue - estava em Takaras, afinal de contas. O que realmente o espantou foi ouvir a confirmação de suas suspeitas: Estavam realmente atrás dele.
Seus olhos, embora geralmente não expressassem muita vida, estavam arregalados, e ele notou que suava frio. Precisava sair dali. Precisava sair daquele reino.

Observou o homem com atenção: não parecia ter intenção de atacá-lo, até porque poderia tê-lo feito enquanto Land dormia. No entanto, algo na aparência do homem causava inquietação, e, para a infelicidade do rapaz, notou que sua única rota de fuga era a entrada do beco, já que as paredes eram altas e lisas demais para que ele escalasse. Prometeu a si mesmo que não dormiria mais em becos.

Land queria desaparecer dali; conseguira passar aproximadamente dois anos sem ser visto por quase ninguém, sempre escondendo-se, e o primeiro homem que lhe encontrava provavelmente tinha alguma ligação com Malyari.

- Quem está à minha procura? - conseguiu perguntar e sustentar a voz da maneira mais firme que podia, seu timbre rouco e grave, mas temendo profundamente a resposta.

Deixou suas mãos próximas aos sacos de lixo onde dormira, pronto para arremessá-los caso se sentisse ameaçado, e após tentar distrair o desconhecido, usaria 'desvanecer' para fugir. Não acreditava que conseguiria sair daquela situação conversando.

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Mensagem por NR Sérpico Qua Abr 06, 2016 8:15 pm

O homem permaneceu sentado.  

Honestamente, não sei ─ deu de ombros. ─ Mas acho que é alguém poderoso, influente, que quer muito encontrar você. ─ Ele começou a se levantar, vagarosamente. ─ Digo isso porque ouvi a conversa do Karro com um homem que dizia trabalhar para o Kotzen. Sabe quem são?  

Land não sabia quem era Kotzen. Mas Karro ele sabia ser um velho informante que frequenta o Armazém da Minnie ─ uma taverna visitada, dizem, por criminosos. Karro, então, é o sujeito bem relacionado e bem informado daquele ponto de encontro. Em sua juventude, fora um caçador de recompensas. Hoje, vende informações e paga informantes. Dizem que Karro tem um espião até na latrina do rei de Hilydrus. Mito, claro. Mas ao menos em Takaras o conhecimento de Karro tem envergadura inquestionável ─ nenhum corpo é desovado sem que o velho não saiba, nenhum ritual sinistro é feito sem que a notícia chegue em seus ouvidos antes. Não podia impedir as coisas de acontecer, pois não tinha influência alguma na região. Mas sempre sabia os onde, quem, como, quando e, as vezes, os porquês. Talvez fosse um vidente.  

Agora o branquelo estava de pé, meio que bloqueando a passagem do beco. Limpou as costas do sobretudo com palmadas ligeiras.  

Quando comecei a reparar na conversa, o capanga do Kotzen estava descrevendo a aparência de alguém, então o velho Karro disse que "sim, sim, conheço de vista um rapaz vagamente parecido com esse que você quer achar, quanto acredita que vale a informação das ruas onde ele foi visto por último e o que costuma fazer por lá?" Daí começaram a falar em dinheiro, o capanga dizendo que podia pagar um pouco agora e o resto depois que achasse o dito cujo, pois também tinha que se acertar com seus homens. Nesse momento eu olhei disfarçadamente na direção da conversa, sabe, eu estava um pouco perto, mas até então não tem problema porque tinha bastante gente lá. Olhei pra ver se o capanga tinha um grupo grande ao seu lado, mas só vi os dois, o velho e o homem de nariz quebrado e cicatriz na testa, o tal capanga. Então não sei se o grupo dele é duas pessoas ou dez, poderiam estar espalhados pela taverna ou mesmo lá fora, não sei. Só sei que devem ter fechado negócio, saí de lá antes... ─ Ele apertou os olhos na direção de Land. ─ E, bem, vendo agora, acho você bem parecido com a descrição que ouvi do capanga, o que significa que logo mais você pode ter problemas maiores do que sonhos ruins. Coisa chata, né?

E continuou parado lá, na entrada do beco.
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Mensagem por Nikk Qua Abr 06, 2016 9:22 pm

Os músculos de seu rosto relaxaram ao notar que o tão temido demônio ainda estava mais longe do que ele imaginara, porém seus ombros pareciam ficar cada vez mais tensos com o rumo daquela conversa.

Land absorveu tudo aquilo como nunca fizera antes, procurando guardar os detalhes essenciais; seu instinto de sobrevivência lhe diziam que era informação vital.

O branquelo insano que vivia repetindo sobre sonhos, as perseguições, a taverna, Karro, o homem de nariz quebrado e cicatriz na testa... Tudo parecia perturbador demais para Land.
Queria continuar a esconder-se, mas agora já não parecia tão fácil, e a única solução - ele estremeceu ao pensar nisso - seria encarar seus medos de frente.

Viu o homem se levantar, mas não conseguia enxergar a expressão em seu rosto devido à escuridão do beco, e sentiu seu estômago embrulhar ao vê-lo barrando a única saída dali.
"Isso realmente não é bom...", pensou.

O rapaz sabia que já era tarde demais para se fingir de desentendido a partir do momento em que demonstrara interesse no assunto, e agora apenas uma questão pairava sobre sua cabeça num tom ameaçador.

- O que você quer? - anunciou as palavras malditas hesitante, sem mover qualquer outro músculo do corpo, não querendo admitir nem para si mesmo que aquele louco o intimidava.

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Mensagem por NR Sérpico Sex Abr 08, 2016 1:48 pm

Mesmo na penumbra do beco, Land viu que o sujeito sorriu. Um sorriso modesto, cansado, do tipo que antecede declarações óbvias, mas sem deboche:

Eu quero te ajudar, claro.

Silêncio. O homem escondeu o sorriso. Talvez entendeu que sua resposta fora vaga demais. Respirou fundo.  

Não gosto do Kotzen, um mercenários desgraçado. E se alguém contratou ele e seus capangas pra achar você, bem, ajudar você seria pisar no calo do Kotzen, o que me parece bom negócio. Não que você precise de ajuda, veja bem. Nunca te vi antes, o que significa que você sabe ser furtivo, então Kotzen teria dificuldades pra te achar, mesmo com o que Karro deve ter dito, que talvez não seja muito, mas... olha, eu te achei, não foi? Entrei aqui sem querer, e te achei. Então eles podem te achar também...

Então ele recuou um pouco, abrindo passagem, indo dar uma espiada na rua. De costas para Land, ele filosofou:

O ruim de Takaras é que todos aqui são suspeitos. ─ Silêncio. E, dando uma olhadela ligeira por sobre o ombro, buscando os olhos de Land: ─ Neste lugar até um bebê pode ser uma ameaça, hm.  

Ele não viu nada na rua, então se voltou para Land. Mas permaneceu na ponta do beco e já não ficava no meio do caminho, estando agora encostado numa das paredes, um olho lá fora, outro em Land, esperando pra saber o que ele faria.    

Aquela era a ultima hora da madrugada, o céu nublado começava a ganhar alguma clareza, uma pintura desbotada que não passaria muito daquilo ao longo do dia. Na rua, no final dela, madeira, restos animais mortos e coisas descartáveis, todas amontoadas, ardiam em chamas, servindo de fonte de calor e iluminando parcialmente as imediações. Tudo quieto. Os que estavam acordados e em atividade, se retiravam agora por causa da promessa de luz do dia. E os que dormiam, seja de sono natural, de espancamento ou de muita bebida, estavam despertando para o que viria a seguir.  

Mas por enquanto, ninguém no mundo. Só aquele sujeito e Land.  

Em algum lugar, cachorros latiram.    

Então? Vai me deixar te ajudar?
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Mensagem por Nikk Sáb Abr 09, 2016 9:55 am

Land levantou-se, abandonando sua postura defensiva, e, mais uma vez, passou a mão no cabelo, tirando a franja da frente dos olhos. Depois disso colocou as mãos nos bolsos.

Observava o estranho pensativo. Será que o desgosto por alguém seria motivo o suficiente para querer ajudar um fugitivo?
Um calafrio percorreu sua espinha quando o outro mencionou bebês, e o garoto tentou ignorá-lo.

- Como você acha que pode me ajudar?
- Land abriu um sorriso bem discreto - Como você mesmo disse, eu sei ser furtivo. Posso até sair deste reino sem ser percebido, se eu quiser. - nunca havia pensado em sair do reino antes, mas chegou a um consenso consigo mesmo de que se roubasse uma boa quantia de dinheiro conseguiria pagar uma caravana para qualquer lugar longe dali. (Qualquer alternativa seria melhor que enfrentar Malyari) - Não acho que você tenha nada a me acrescentar.

Land ousadamente andou na direção ao homem, em direção à saída do beco. Ao passar em frente a ele, tentou ver seu rosto na escuridão; e saiu da viela, sendo inundado pelo cheiro de podre da rua e pela visão dos corpos enforcados em praça pública.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 11, 2016 7:12 pm

Land passou impune pelo homem. O rosto do outro, totalmente desconhecido para Land, não tinha nenhum traço anormal. Só a palidez, claro. Fora isso, um rosto comum, sem barba, sem marcas de varíola, talvez apenas com uma trilha de sujeira na testa, perto dos cabelos grisalhos, onde deve ter passado a mão pra secar um suor e sujado a cara. Sujeito normal. E não fez nada para impedir Land. Mas não escondeu a decepção ao ouvir o que o outro disse. Respondeu:

— Puxa, cara. De onde eu vim, quando alguém oferece ajuda o outro diz "obrigado". As vezes diz "muito obrigado".

Mas o estranho não parecia realmente chateado, talvez por não estar completamente disposto a desistir ─ seguiu Land, saindo da boca do beco. Estavam na rua. Ninguém por perto, só algumas aves carniceiras. E moscas.

— Eu posso levar você até uma pessoa — explicou, falando baixo e olhando para os lados, apreensivo. De repente olhou para o alto, buscando alguma coisa. — Sabe se essa noite foi de lua cheia? Nunca reparo muito no céu, hm. — Olhou de volta pra Land, acompanhando ele se fosse preciso, caso Land resolvesse ir caminhando. — Então, essa pessoa que eu ia dizendo, é uma senhora que pode te oferecer proteção, um abrigo melhor do que esse beco e quem sabe um trabalho com salário justo. Ela gosta de gente bem apessoada, assim, que nem você. Sei onde ela está agora, e ela vai te receber muito bem quando ver que é indicação do Eriom. Aliás — Ele estendeu a mão enluvada num cumprimento que se não fosse respondido não o deixaria bravo, ele apenas recolheria a mão de volta. Mas se Land aceitasse o cumprimento, sentiria um aperto de mão mais forte do que a aparência franzina do homem sugeria ser capaz de produzir. —, prazer, sou Eriom.

Muito provavelmente o tal Eriom ia ficar seguindo Land até convencê-lo de que este precisava de ajuda. Ou até que fosse completamente rejeitado.
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Mensagem por Nikk Qua Abr 13, 2016 1:37 pm

- Aqui em Takaras não é muito sensato aceitar ajuda dos outros. - Land respondeu impassível enquanto continuava a andar num ritmo lento, as mãos nos bolsos.

Olhou para o céu, quando o outro se mostrou preocupado com a lua, e continuou caminhando, virando algumas esquerdas e algumas direitas.

- Era crescente, mas será cheia em alguns dias. E não havia luar onde nós estávamos, não é confortável dormir sob a luz da lua. - respondeu com seu timbre rouco, mais sussurrando que falando, e passou a mão na testa para tirar a franja do lugar.

Ouvindo a proposta do outro, o rapaz parou e virou-se para ele. Estavam no mesmo lugar de onde haviam saído.

Land demorou alguns segundos para dar uma resposta, perdido em seus próprios pensamentos. Ganhar dinheiro seria uma boa ideia. Talvez, se juntasse o suficiente, poderia pagar a tal caravana para sair dali mais cedo do que esperava. E um lugar para dormir não seria má ideia também.

Com um suspiro que pareceu ferir seu orgulho, ele assentiu com a cabeça e estendeu a mão para apertar a do outro. Seu aperto de mão era firme, porém não tão forte quanto o de Eriom.

- Land - respondeu cuidadosamente, e achou apropriado omitir seu sobrenome. - Tudo bem, Eriom. Mas se você me entregar eu te caço até o inferno.

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Mensagem por NR Sérpico Qui Abr 14, 2016 8:57 pm

Eriom acenou um positivo.

— Justo — disse, apenas. E saiu andando na frente. — Fica ao norte daqui, não muito longe.  

A cada nova esquina, ele parava e expiava o movimento antes de continuar. Disse à Land que tinha boa memória e acreditava ter gravado bem os rostos no Armazém da Minnie, na ultima noite, de modo que se avistasse alguém que estivera por lá, alguém que poderia muito bem ser um capanga do tal Kotzen, ele, Eriom, evitaria topar com o sujeito, para exclusiva segurança de Land, obrigado e não tem de quê.  

— Não quero que pense que está em débito comigo, veja bem — foi dizendo ele, uma amostra do que deveria ser seu humor irônico. —, mas também não irei negar alguns presentes de gratidão, quando você receber o seu primeiro salário.  

Primeiros minutos da manhã e as ruas, em sua maioria, continuavam zeradas de gente. Alguns comerciantes começavam a abrir seus negócios e doidos deixavam tavernas com a cara vermelha, mas poucas pessoas realmente circulavam. Ninguém, naquela manhã, tinha um lugar pra ir? Algum assunto pra resolver?  

— Estranho — disse Eriom, pensando alto. Aliás, olhou de novo pro céu — Crescente, então?

Mais uma rua e o homem pálido resolveu largar mão da discrição ao ver um homem à frente de um estabelecimento pregando a porta no lugar com um martelo e pregos. Foi até o sujeito.  

— Amigo, está acontecendo alguma coisa?

O homem terminou de martelar um prego pra só então se virar.  

— Sempre está acontecendo alguma coisa — ele disse, mal humorado. — Agora, se você se refere ao —

— Tá meio vazio o centro, não? — cortou Eriom.  

— Tem gente nova na cidade, foi o que escutei ontem. Deu confusão pra lá — o homem apontou para o sul da cidade com o queixo quadrado. — pessoas morreram e um sujeito importante morreu também.  

— Quem?

— Não sei.  

— Então talvez não era tão importante assim.  

— Talvez.

O homem deu de ombros e se virou pra continuar martelando pregos na madeira.  

Eriom:

— Mas, amigo, por que as ruas estão vazias?

O homem martelou três pregos antes de se virar pra responder:

— É por causa do cara que chegou na cidade, como eu disse. Ouvi dizer que ele está determinado a assumir um pedaço de Takaras, e foi aí que gente importante morreu. — O homem fez um sinal para as ruas com o queixo quadrado: — Tá vazio assim porque um monte de desempregados e insatisfeitos amotinados foram ver se conseguiam algum trampo com esse chefão novato. Eu perdi o meu atendente. Muito ganancioso, aquele menino. Tomara que morra na entrevista de emprego. — E aí o homem maculou o chão de terra preta com um cuspe pesado de desgosto somado à catarro de fim de gripe.  

Ele já estava se virando para a porta novamente, mas Eriom tinha mais uma questão. Dessa vez o homem deixou claro que Eriom estava incomodando, deixou claro ao apertar a mandíbula com força, como se estivesse querendo moer castanhas, daquelas que exigem martelos. Seu queixo foi pra frente e pra trás.

O que Eriom perguntou foi:

— Sabe se o Kotzen e os homens dele estão trabalhando para esse "chefão novato"?    

Ao que o homem só disse:

— Quem é Kotzen?  

Eriom se afastou, esperando que Land viesse com ele. Caminharam por mais algumas ruas, o movimento aos poucos crescendo. Andavam na sombra. Ninguém reparava neles.  

Pombas bicavam o chão onde alguém deixou cair comida. Gatos perseguiam alguma coisa invisível, vinda do mundo dos gatos. Um ferreiro orc mergulhava uma lâmina grossa, incandescente, bem num balde de água fria, à frente de sua ferraria, fazendo subir vapor e chiado. No terceiro andar de uma estalagem, uma janela foi aberta às pressas para que uma mulher pudesse vomitar à tempo, um jorro amarelo com cheiro de álcool do século passado. E sobre os galhos de uma árvore descabelada, um macaco miúdo comia um pão surrupiado, ainda quente do forno e quase todo queimado.              

— Como você sabe que era lua crescente? — Eriom comentou de repente. — Quer dizer, se não havia luar lá perto do seu leito, como sabia? Ou você é um peregrino que admira o céu noturno e chegou recentemente na cidade ou então conhece algum lugar secreto dessa cidade que oferece vista satisfatória para o céu, hm. Ou então foi só um palpite.

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Mensagem por Nikk Sex Abr 15, 2016 10:05 pm

Land seguiu Eriom silenciosamente, as mãos nos bolsos, as franjas cobrindo seus olhos como se temesse ser reconhecido por alguém. Assim como o outro, prestava atenção por onde andavam e nas pessoas que estavam na rua, até que ouviu o comentário dele.

- Pensei que estivesse me ajudando por vontade própria, - deu uma risada desdenhosa - mas acho que posso te pagar uma bebida ou duas se essa coisa valer a pena mesmo.


As ruas vazias causavam-lhe um certo estranhamento, mas ele continuou com a postura firme, escondendo sua hesitação e insegurança e andando atrás daquele que mostrava o caminho.
Parou logo atrás do pele-de-sapo-albino quando este pediu informação a um homem, e ouviu atentamente à conversa enquanto tentava esconder o rosto sob o cabelo.

Quando ouviu sobre o "chefão novato", um arrepio percorreu sua espinha. Quis perguntar se essa pessoa tinha corpo de mulher e usava um batom sedutor, mas achou que um homem daquela prole não teria essa resposta, e além de tudo Land não queria chamar atenção.

Continuou seguindo Eriom pela cena macabra da Takaras deserta, e não pode evitar um singelo sorriso solitário quando o pele-de-sapo se dirigiu a ele novamente.

- Conto os dias e as noites desde que cheguei aqui. Mas, agora que perguntou, acho que posso ter errado a conta em cerca de dois ou três dias...

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Mensagem por NR Sérpico Seg Abr 18, 2016 10:04 pm

— Conta os dias? — Mas aí ele levantou as mãos, gesto de paz.. — Bom, cada um com suas manias, né?

Caminharam, só mais um tanto, até a rua abrir pra um projeto de praça com bancos de pedra e estruturas velhas de barracas, assim como um chafariz que nunca funcionou de verdade, prestando só pra empoçar água da chuva, que servia para alguns tomar banho ou matar a sede. Os animais gostavam.

Eriom apontou para o outro lado da praça, conforme iam pra lá.

— Ela fica ali.

Uma casa grande, deveria ter três andares. Mas parecia ser mais velha que Maylari, de tão desbotada e rachada. Mesmo assim figurava imponente no meio das outras construções ao redor da praça, algumas sendo comércio, outras casas menores e pequenas. Tudo quieto.

Exceto o estábulo, que ficava ali perto. Tinha relinchar de cavalos, marteladas de ferraduras e sons de água vindo de lá. Assim como algumas poucas vozes. Na porta, um menino com orelhas de raposa esfregava com esponja uma sela, ao seu lado, outras cinco selas sujas e encardidas esperando a vez.

Na casa: dois homens estavam nas escadinhas que ficavam de frente para a porta. E mesmo de longe, Land conseguiu ter uma vaga e involuntária leitura labial quando os homens avistaram ele e Eriom.

O recostado no corrimão disse algo como "não é o cara que tava ontem na Minnie?"

E outro, o sentado num dos degraus, virou o rosto pra falar, de modo que Land pegou só a palavra "chutes", quando o rosto dele tornou a fitar os que se aproximavam.

Eriom:

— Aqueles caras são os filhos dela. Ficam meio que de guarda — Eriom parou de caminhar e segurou Land pelo braço, para que ele parasse também. Sussurrou: — Eu não gosto muito deles. Nada pessoal, é só que, ah, como eu vou explicar, não bate, sabe?, o ambiente fica pequeno com nós três juntos. É, coisa chata... Então vai você lá, se apresenta e diz que quer falar com a mãe deles, a senhora Inga Jan Moritz, ou somente senhora Moritz. Fala que é recomendação do Eriom e tal. — Eriom deu olhada para o estábulo. — Vamos combinar assim, se eles exigirem que eu vá falar por você, é só me chamar. Vou ficar ali no estábulo vendo os corcéis que eles tem.

E aí Eriom soltou o braço de Land e nem esperou parecer ou comentário: saiu andando na direção do estábulo.

Land olhou de novo para a casa e os dois homens olhavam para ele, esperando... alguma coisa. Não conversavam entre eles e não olhavam para outra coisa que não fosse Land.

Eram dois homens de meia idade, lá pelos quarenta anos, com cabelos longos negros trançados em várias pequenas voltas e revoltas de cabelo. O recostado no corrimão tinha roupas largas de pano, num azul que hoje era preto, e um rosto expressivo e marcado pelos tantos sorrisos, testa vincada, caretas, que fez até hoje. O outro, sentado num degrau, parecia mais frio, sem muitas expressões marcadas pela idade, parte do cabelo impedindo uma visão exata do rosto, e estava apenas com uma calça larga que passava um pouco do joelho, peito e os ombros cabeludos amostra.

Os dois tinham o porte atlético que se espera encontrar em seguranças.

Land estava à mais ou menos vinte metros da casa.
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Mensagem por Nikk Dom Abr 24, 2016 11:13 pm

Land continuava seguindo o homem silenciosamente, se perguntando por que o outro estaria tão preocupado com a lua, quando o chafariz apareceu diante de seus olhos. Inconscientemente deu uma fungada embaixo do próprio braço, e não gostou muito do que encontrou. Sua pele estava dura, ressecada e fedia a suor, e seus cabelos embaraçados fediam a lixo, provavelmente pelo lugar onde havia dormido, e planejou em sua cabeça voltar ali mais tarde para um banho - não havia muitas pessoas nas ruas, de qualquer jeito.

Voltou à realidade quando Eriom chamou sua atenção para a enorme e velha casa, que deixou uma forte impressão na cabeça do garoto. Não prestou muita atenção aos arredores.
Viu ao longe os dois homens e, tendo entendido parte da conversa, pôs-se a pensar se era seu acompanhante quem eles queriam chutar e qual seria o motivo, preocupando-se por um momento com o porte físico da dupla, mas logo o pele-de-sapo interrompeu seus pensamentos mais uma vez.

Land era incapaz de entender a justificativa que recebeu. Como assim "não bate"? Nunca havia convivido com pessoas por tempo o suficiente pra entender o que aquilo significa. Mas o restante era fácil o suficiente; perguntar pela senhora Moritz, isso era simples.
Quando Eriom partiu para o estábulo, o rapaz andou em direção à casa, e estava na metade do caminho quando um pensamento lhe ocorreu.

"Aqueles dois também estavam na Minnie com Eriom...?"

Estava já perto demais dos dois para recuar agora, mas toda a sua confiança no acompanhante fora colocada em xeque.
Com seu timbre grave, falou alto o suficiente para que apenas aqueles dois parados ali pudessem ouvir.

- Posso falar com a senhora Moritz?

Land procurou esconder toda sua hesitação e insegurança atrás de uma postura firme e ereta, tomando o cuidado de não parecer muito imponente e acabar ofendendo a dupla, e propositalmente evitou o nome de Eriom e seu próprio.

Queria acreditar que o branquelo não faria isso com ele, não o entregaria assim, mas o rapaz não o conhecia e quanto mais pensava no assunto mais achava esquisito ele querer tanto ajudar alguém que nem conhecia. Por outro lado, ele poderia muito bem só ter se envolvido numa confusão - acontecia com Land o tempo todo - e de qualquer forma havia dito que estaria no estábulo se precisasse.

Se esforçando ao máximo para esconder a tensão que queria dominar seu rosto, Land decidiu que iria adiante com aquilo e que tentaria se expor o mínimo possível.

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Mensagem por NR Sérpico Sex Abr 29, 2016 6:47 pm

Aquele das expressões, recostado no corrimão, torceu a boca, franziu a testa, balançou a cabeça numa negativa e até deixou de ficar recostado, assumindo uma postura direita pra bradar:

— Falar, é? E quem garante que você não vai —

— Calma — disse o outro, sentado, sem se mover, falando com o irmão, óbvio, mas com os olhos em Land. — Calma, estamos bem. — Então para Land: — E se, por um acaso, a senhora que procura estiver ocupada? Você vai deixar um recado e ir embora? Ou vai esperar?

Havia uma janela no alto da casa, com vista para frente, no terceiro andar. Os vidros eram embaçados e com cortinas cinzentas do lado de lá.

O que estava de pé:

— Acho que a pergunta aqui é: quem é você? Acha que pode vim aqui e —

— Calma — cortou o outro, novamente.

— Obi, se você pedir calma de novo, não vai dar certo.

Obi respirou fundo.

— Bom, meu irmão tem razão. — Falava com Land. — Quem é você? E o que quer falar com a senhora Moritz?

Houve um movimento nas cortinas, o suficiente para chamar o olhar de Land, que viu um retrato embaçado e meio distorcido pelo vidro da janela. Um retrato de uma senhora com as maçãs do rosto rechonchudas, mechas grisalhas escorrendo pra fora de uma rede de cabelo, um colar reluzente cingindo o pescoço.

Ela olhava para Land. Mas não abriu a janela, nem se manifestou. Talvez esperasse escutar a mesma resposta que os dois na entrada queriam. Através do vidro, Land viu que os olhos da senhora se apertaram. Uma tentativa de ver mais longe, ver melhor. Ou então a expressão de quem tenta puxar pela memória alguma coisa, enquanto vê outra.

De dentro da casa não vinha som algum.

Ao longe, ainda se escutava o som do menino limpando com água e sabão, indiferente. Ele era, provavelmente, o único espectador daquela conversa, com a cabeça virada de lado, o ouvido em pé.

Quanto a Eriom: sumiu lá pra dentro do estábulo.
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Mensagem por Wesker Sáb maio 14, 2016 9:48 pm

–Há! Me pergunto se esses caras fediam mais quando estavam vivos...

Dizia aquilo para mim mesmo, como forma de ironizar e me divertir com a cena a minha frente. Corpos de diversas raças dependurados com cordas amarradas ao pescoço, um corvo bicava os olhos de um dos cadáveres mais recentes. Dava as costas para aquilo e continuava andando, observando a movimentação na cidade. Colocava a mão nos bolsos, vazios, mas eu ainda tinha esperanças de que talvez na sétima ou oitava vez que eu checasse algumas moedas de ouro apareceriam magicamente. Olhava novamente para os corpos, será que os mortos se importariam se eu apenas...

”Nãão... Melhor deixar que eles tenham algumas moedas para entregar ao barqueiro... E pagar alguém pra dar um banho neles.”

Entenda, não é frescura e nem nada do tipo. Mas não é fácil ter um olfato apurado e estar perto de corpos se decompondo. Será que ninguém contou pra essa gente que Sol demais faz mal? “Ou Lua... No caso” Pensava aquilo olhando para o céu. Logo em seguida checava os bolsos mais uma vez e, após uma bufada de desapontamento, seguia em frente. O fato é que eu precisava de dinheiro, e tinha uma cidade inteira ao meu redor pronta para me fornecer isto... Eu só precisava descobrir como.

”Talvez alguém em uma taverna possa me ajudar. Não há nada tão bom quanto bêbados em folia para se arrancar informações. E claro, posso me divertir um pouquinho também...

Tentaria então procurar por uma taverna, a que me parecesse mais barulhenta. Afinal todos sabem que as tavernas barulhentas são as melhores, cheias de bebidas, brigas e prostitutas. Cada um desses elementos apenas esperando para que o lobo mal aqui aproveite. Sorria, aquele seria um grande dia.

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Mensagem por Nikk Seg maio 16, 2016 6:39 pm

Land respirou fundo, e sua mente rapidamente procurou um método de contornar aquela situação.

- Joaquim Schoenbergehrlich, é o meu nome. Preciso de dinheiro, e me disseram que aqui eu poderia arranjar um trabalho. - respondeu em voz baixa, e olhou para cima, para a mulher atrás da janela embaçada - Algo me diz que a senhora Moritz não está ocupada demais para me receber.

Não tinha certeza se realmente queria ver a tal senhora, mas quando lembrou de suas opções percebeu que não poderia fazer muita coisa sozinho, e isso não era nem um pouco animador.
De qualquer forma, se fosse uma armadilha, ele cumpriria sua palavra e daria um jeito de espancar o pele-de-sapo.

Deu uma breve espiada ao redor, em busca de uma possível rota de fuga, e se perguntou se os dois o seguiriam caso fugisse; lutar estava fora de questão, aqueles dois eram visivelmente mais fortes que Land, mas o garoto achava que se conseguisse distraí-los seria o suficiente para sumir do mapa, como era antes de Eriom aparecer.

Em seguida voltou a encarar a dupla, do mais irritado para o mais sensato, a espera de uma resposta.

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Mensagem por NR Sérpico Qui maio 19, 2016 5:40 pm

@Nikk
O mais irritado sorriu ironicamente:

— Te disseram? E se eu te disser que o bordel da esquina também está precisando de meninos pra limpar os lençóis, você vai até lá?

O mais sensato se levantou de onde estava, começou a descer os degraus, lentamente. Foi dizendo:

— Joaquim, certo? Bom, a senhora Moritz é uma pessoa de fato ocupada. Ela tem muitos relacionamentos nessa cidade, relacionamentos que precisa nutrir.

Ele terminou de descer os degraus, estando agora à um pouco mais de um metro de Land, que já estudava correr dali ao menor sinal de hostilidade. Na janela lá em cima, a cortina tornou a se fechar. A senhora sumiu lá pra dentro.

— E geralmente as pessoas que procuram por ela, ou estão devendo ou estão... ou estão devendo. Uma visita aleatória, como a sua — ele esboçou um dar de ombros. —, bem, isso é raro de acontecer.

Olhos nos olhos. Land, com a experiência que tinha, sabia que o final da conversa não seria bom. Observou que o homem não carregava nenhuma arma, mas que suas unhas eram razoavelmente grandes.

— Então, Joaquim, acho que —

Interrompido. A porta da casa se abriu, rangendo. Esse que encarava Land, bem de perto, não se moveu. O outro, na escada, olhou para trás de si. Da porta surgiu uma criança, um menino. Ele disse com uma voz fina:

— Ela quer vê-lo.

Obi não se moveu, não fez reação alguma, apenas olhava Land, como que tentando ler seus pensamentos. Isso durou quatro segundos, aí ele deu passagem, para que Land entrasse. O outro sujeito fez o mesmo, se recostando novamente no corrimão. De repente, era como se tivessem lavado as mãos da situação. Se ela queria vê-lo, então fim de papo. Que ele entrasse.

Land subiu os degraus e o menino ficou de lado, segurando a porta até que Land cruzasse o limiar. Quando cruzou, e quando o menino fechou a porta, Land demorou um pouco para se adaptar à escuridão. Estava numa sala ampla, deveria caber 100 pessoas ali. Mobília rica e variada, mesinha com taças e jarros, mesas redondas, poltronas, sofás, estantes com livros, quadros nas paredes, outra mesa, larga, central, cercada de cadeiras, e uma lareira apagada, com só alguns restos de carvão em brasa — de onde vinha a única porção limitada de luz local, visto que o enorme lustre central dependurado do teto alto e os inúmeros lampiões nas paredes estavam mortos, apagados. Acima da lareira, um machado e um berrante cruzados e pendurados num escudo, preso à parede. Ao fundo do salão, duas portas fechadas. Duas escadas laterais subiam para um mezanino. Não havia ninguém, nem som algum. No ar, o incenso de madressilva.

O menino saiu na frente, subindo uma das escadas. Fez sinal para que Land o seguisse. Ele deveria ter uns 10 anos, cabelos curtos loiros, vestido de forma simples com uma roupa uniforme, cinzenta, bem passada, sem macula. Andava descalço.

No mezanino, Land ficou na altura do lustre, que visto de perto, revelava ter o formato de um polvo, com vários braços curvos em que, nas pontas, ficavam as velas acesas, no caso apagadas. Mas para cada três braços com velas, havia um braço com um punhal fincado.

Do mezanino, havia outras duas entradas e uma escada, para um andar superior.

O menino sumiu numa dessas entradas, voltou atrás e disse:

— Por aqui, por favor.

Land veria um pequeno corredor, local mais claro por causa da janela no final (que deveria dar para os fundos da casa), duas portas para direita, duas para a esquerda. Uma das portas à direita estava aberta, e tinha uma menina à frente, morena que nem bronze tostado, cabelos negros curtos, descalça, vestida como o menino loiro. Ela tinha tolhas brancas nas mãos.

O menino foi até ali e explicou:

— Talvez você queira um banho, antes de ver a senhora Moritz?

Os dois aguardavam em frente a porta aberta. Se Land fosse até lá, veria um banheiro. Banheira, água quente, água fria, mais toalhas e roupas cinzentas e bem passadas. Veria uma prateleira com frascos de perfume. E uma pequena janela redonda, de onde o mundo lá fora aparecia através do vidro e alguma luz iluminava o cômodo, junto com as velas acesas.


@Wesker
Se Vulcan estivesse por um bom tempo no Centro de Takaras, saberia que tinha de algo de errado. Silêncio demais, pessoas de menos, assim, da noite para o dia. Era manhã, a luz do sol tentando penetrar naquele lugar sombrio e conseguindo apenas criar aquela atmosfera desbotada de sempre. E sem as pessoas, o ambiente parecia ainda mais doente.

Havia os mortos, claro. Numa das placas, acima de um elfo negro enforcado, a mensagem era “Esse sujeito irritou o Capitão Flint”.

Mas não tinha público para testemunhar. Só Vulcan. Olhando para os lados, viu ratos nos lixos e cachorros com as ossadas aparecendo de tanta fome tropeçando rua abaixo. Cadê todo mundo?

Desceu a rua também, os cachorros saíram do caminho. Viu algumas pessoas abrindo seus negócios, voltando pra eles após uma noite de bebida. Viu aqueles mesmos sujeitos de sempre caídos na sarjeta. Mas ele ainda parecia o único a circular livremente pelo centro. Uma taverna, então. Passou por uma que estava fechada, o que foi novidade, pois aquela nunca fechava. Hoje era um dia de mudanças.

Continuou e achou outra taverna, aberta, só que sem os sons costumeiros de muita gente vindo de seu interior. Claro, ainda era manhã, nem mesmo em Takaras as pessoas começam de mãos dadas com a cerveja assim, tão cedo. Mas escutou algo, sinal de que tinha gente. Sinal de que tinha briga: pois o som foi de coisas caindo, um rugido de força ou dor, e mais coisas caindo.

Quando escutou, já estava meio fora e meio dentro, de modo que apenas terminou o movimento de entrar e aí viu a cena.  

Ninguém no lugar, exceto os dois homens. Um enforcando o outro, sobre o tampo de uma mesa. As cadeiras estavam caídas, junto com uma caneca de cerveja e um jarro, que se quebrou e banhou as formigas que passavam ali perto com álcool preto e esponjoso.

Ambos perceberam a entrada de Vulcan, que estava a meros três metros da mesa onde a luta se desenrolava.

O franzino homem que estava sendo enforcado era bem vestido, barba bem feita, seu chapéu verde escuro com uma pena azul, deitado no chão da taverna, longe da cabeça de cabelos longos. Ele tinha acabado de apunhalar o outro com uma faca, bem nas costelas, mas parecia estar perdendo mesmo assim, pois já estava todo vermelho, sufocando, as pernas se debatendo, tentando inutilmente vencer aquele lhe enforcava, que parecia muito mais forte. O condenado olhou para Vulcan como que pedindo ajuda, arfando, tentando falar.

Já aquele que enforcava era um sujeito largo, robusto, com mãos grandes, cabelos grisalhos curtos e cicatriz atrás de uma orelha. A faca no seu bucho não parecia lhe incomodar, insuficiente para lhe dissuadir do enforcamento que fazia com afinco. Seu sangue preto pingava do cabo da faca e se misturava com a cerveja, no chão. Ele tinha um cinto com a bainha vazia, olhou para Vulcan, depois olhou para o chão ali perto onde um facão estava caído, e disse, com uma voz de fumante:

— Você poderia pegar pra mim, por favor?


@Ziya
Ela se apresentou, suportou o tom e os olhares daquele senhor sombrio, e foi só, pois Cassio interrompeu o encontro com um sussurro repentino, ao pé do ouvido. Gaap pareceu irritado, depois distante. Era como se Ziya não existisse mais, pois simplesmente se levantou e deu as costas, indo embora.

Laraje fez cara inquisitiva para Cassio e os lábios dele responderam: "Reunião do conselho".

Ela varou a taça num gole, se levantou e sorriu para Ziya.

— O que seria da vida sem os imprevistos, né? — ela disse. — Seria apenas ordem, chata e monótona. Desculpe por isso. Podemos terminar essa conversa um outro dia, quem sabe?

Com isso ela também saiu e Cassio guiou Ziya para fora dos aposentos. Sem sinal de Dagran no lugar. A festa parecia ter mudado de tom, todos muitos sóbrios e sérios. Não demorou muito para terminar. Perderam o interesse na pessoa de Ziya: se ela tinha chamado pra si olhares, no início, agora mal a enxergavam.

Isso foi há dois dias.

O gosto era o amargor da incerteza: tinha ou não tinha criado uma impressão boa o suficiente para que Gaap lhe desse atenção novamente, num futuro próximo? A resposta não estava nas suas mãos, e isso era ruim demais. E pra piorar, não achou Moloch.

No cais, nada de Moloch. Sua embarcação virou fumaça e se Ziya chegou a abordar alguém para saber o que tinha acontecido, apenas se frustrou mais, pois não encontrou quem soubesse o paradeiro do barco. Uns nem se quer o viram ancorado ali. Sumiu, sem deixar rastros.

Um pouco depois disso, Cassio apareceu. Estava como um transeunte normal, em trapos e aparentemente sujo, quase que outra pessoa. Mas Ziya o reconheceu e da conversa veio algo bom. Uma chance. Cassio disse:

— O senhor Gaap pede desculpas por ontem. — Era difícil imaginar Gaap pedindo desculpas à alguém, seja quem for, mas que Ziya relevasse essa diplomacia do Cassio. — Ele quer terminar aquela conversa contigo, mas antes gostaria de um favor seu.

Isso foi há um dia.

De modo que agora Ziya devia ir até a ferraria de um velho chamado Imman. Uma tal de Forja dos Céus.

Segundo Cassio, Gaap queria que o tal Imman lhe ajudasse a achar uma pessoa. Eles tiveram alguma relação no passado, mas hoje Imman estava recluso num trabalho de merda, o de ferreiro, quando poderia na verdade fazer muito mais que isso. Essas foram as informações dadas por Cassio, ontem.

Junto com dois saquinhos com moedas e um punhal com marcas tribais desenhadas na lâmina. Um dos sacos de dinheiro era pra ela, um agrado, demonstração de generosidade antecipada por parte de Gaap. E o outro era para que ela entregasse à Imman, junto com a proposta de encontrar determinada pessoa e junto com a arma, que ele reconheceria o valor.

Segundo Cassio, havia uma mensagem mística oculta no punhal, e Imman era capaz de desvendá-la. Ao fazer isso, poderia usar suas habilidades para achar a pessoa que Gaap queria.

Para Ziya, parecia um punhal comum com marcas aleatórias, sem um significado aparente. Olhado com o auxílio de alguma luz, Ziya identificaria uma mancha mal limpada de sangue, no gume.  

Se houvesse resistência por parte do Imman em aceitar o trabalho, que Ziya resolvesse isso. Era o teste. O velho ferreiro era duro e poderia agir com hostilidade ao ver Cassio ou qualquer outro serviçal de Gaap. Mas com Ziya ele poderia ao menos escutar a proposta. Mas que não ficasse só nisso.

E se tudo desse certo, Cassio estaria no cais amanhã pela manhã, esperando por eles a fim de recolher a informação. Ou ao menos esperando por Ziya, caso Imman lhe confiasse o paradeiro da pessoa procurada.

Se Ziya não aparecesse no cais amanhã, talvez Gaap iria procurar outra pessoa para o trabalho. E talvez ele quisesse o saquinho de volta. Mas isso não ficou explícito na conversa com Cassio...

Então Ziya poderia se preparar como achasse melhor antes de ir até o endereço do ferreiro, dado a ela por Cassio. No percurso ela perceberia estar numa cidade subitamente quieta e melancólica, poucas pessoas na rua. Ao menos naquela parte da cidade, parecia haver algo de errado, ou então as pessoas não tinham acordado para o dia ainda. Era manhã.

E assim que chegasse na esquina com a ruela onde acharia a ferraria, a primeira alma viva que encontraria seria um mendigo recostado num lixão, estendendo uma cuia, as mãos tremendo:

— Moça, uma moeda, por favor.

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Mensagem por Ziya Qui maio 19, 2016 8:17 pm

"Entregue seu corpo aos homens, e sua alma ao diabo. Talvez assim tambem rasteje para fora da miséria"

Ao ver que o outro lhe pedia por moedas, Ziya se sentiu profundamente indignada. Ela era ainda mais pobre que ele ... pois por fim, só lhe restavam as moedas. Num mundo de reis e mendigos, o rico morreria rico, e o pobre, tão pobre quanto viveu. A vida como pedinte era repleta de humilhações, mas seriam necessarias outras ainda maiores para subir na vida.

Conhecia o desespero daquele que não tinha nada, e talvez pudesse usa-lo. Não deixou que o desdém a dominasse. Observava o corpo dele com atenção, se aparentasse ser saudavel o bastante, talvez pudesse servir como ajudante. Que tipo de pessoa a pedia por dinheiro? Era ele fraco, forte ... belo? Que funções parecia poder exercer? Quem sabe encontrara, jogado a sarjeta, um pequeno e improvavel tesouro?

No passado, ela não estaria acima de matar o coitado para roubar suas esmolas. Mas agora, lutava por uma reputação melhor. Estava querendo impressionar nobres, afinal. Se o homem de mãos tremulas lhe parecesse inutil e doente, o diria que nada tem, e então, ela apenas seguiria até a ferraria. Por outro lado, se encontrasse nele alguma caracteristica interessante, agiria de forma diferente, e o recrutaria.

[caso o mendigo tenha qualidades fisicas interessantes]

- Que tal mais do que uma? - sorriu ao mendigo. - Porém, não a troco de nada. Tenho o necessario apenas para sobreviver ... e voce se surpreenderia com o que uma garota precisa fazer para conseguir um pouco de dinheiro. De toda forma, estaria interessado em me acompanhar daqui pra frente? Nunca mais passará fome de novo ...

[em resposta afirmativa]


- Preciso dar um jeito em voce, mas isso deve esperar um pouco. Apenas venha comigo, e depois podemos comer alguma coisa.


[...]

Seguida da resposta do mendigo promissor [afirmativa ou negativa, ou do fato de Ziya ignorar o mendigo de aspecto desinteressante], parte até o estabelecimento de Imman. Não lhe parecia justo que ele ganhasse mais ouro, uma vez que era ela quem precisava persuadi-lo. Durante todo o percurso, a gana para trocar seu saco de dinheiro com o do homem lhe atiçava, mas a ideia de que aquilo prejudicaria seu plano maior a mantinha na linha. Bateu a porta, caso necessario, se não, apenas entrou.

- Eu gostaria de falar com Imman.

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Mensagem por Wesker Sex maio 20, 2016 11:41 am

Sabe, era estranho. Quando fui para Takaras nunca imaginei que a cidade pudesse ser tão quieta. Ainda assim, eu não me importava com isso desde que pudesse encontrar a taverna certa. “Ok, primeira lição em Takaras... Ser amigo do capitão Flint.” Pensava após perceber que aquele elfo negro não havia tido tempo de aprender esta lição.

As ruas daquela cidade não eram das mais limpas. O cheiro de lixo e podridão se espalhava, talvez fossem o que atraia todos aqueles ratos e cães. Caminhando mais eu finalmente pude encontrar algumas pessoas, pelo jeito o dia estava começando em Takaras “Se é que se pode chamar isso de dia” Pensava aquilo olhando para o céu, e vendo como a luz do Sol falhava em tentar iluminar aquele reino sombrio. Mas ainda que aquelas pessoas estivessem abrindo suas lojas, continuava a achar que aquela cidade era muito vazia.

Achava a primeira taverna, vazia... E eu achando que os bêbados da cidade nem saberiam diferenciar o dia da noite. Outra taverna, também vazia, mas tinha algo a mais que a primeira. Aqueles sons, inconfundíveis, tinha uma briga acontecendo ali dentro “Vim ao lugar certo” Pensava com um sorriso em meu rosto. Quando entrei, a cena que vi não fugia muito do esperado. Mas o cheiro de cobre no ar me fazia olhar diretamente para a faca fincada no homem que parecia estar ganhando a luta. Os combatentes pareciam homens bem diferentes, e o cabeludo não parecia que ia durar muito se não fosse ajudado. Ambos me viam, e enquanto o enforcado parecia clamar por ajuda com seus olhos, o que estava enforcando apenas me fazia um pedido e apontava para o facão que estava no chão.

Quando você cresce em uma comunidade de orcs, aprende que não se deve interferir em uma briga de dois homens que você desconhece a causa. E, por mais que eu fosse adorar bater em qualquer um dos dois ali, eu pretendia seguir este princípio –Você parece já ter uma faca  bem... Aí. – Dizia aquilo com sarcasmo, apontando para a faca que estava fincada no grandalhão. Caminhava até a faca que estava no chão e pegava, como me havia sido pedido. Sentia os cheiros no local, tentava diferenciar os odores de cada um daqueles homens para que pudesse descobrir as suas raças. Enquanto isso, caminhava na direção do que vencia a luta e entregava o facão. Não me importava com o que fosse acontecer ali depois que eu entregasse.

– Tome. Agora... Onde um homem pode conseguir dinheiro e uma boa bebida por aqui? – Fazia uma pequena pausa, olhando para o chão sujo de álcool e sangue, dizia – Sem limpar o chão, é claro.

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Mensagem por NR Sérpico Seg maio 23, 2016 9:11 pm

@Wesker
— Obrigado, irmão — disse o vencedor, para Vulcan. Ele continuou enforcando o homem na mesa com uma mão e pegou o facão com a outra. E disse, ao seu inimigo: — Sorte a sua que ela queria uma morte limpa. Eu adoraria fazer isso durar.

E com isso a faca desceu, não como uma faca, mas como um porrete. Entrou no crânio do cara e ele ficou sossegado na mesma hora, os olhos rolados pra trás. O careca de voz raspada removeu o facão num puxão e sangue espirrou do crânio do morto ─ sangue vermelho, de humano.

Quanto ao vencedor de sangue negro, difícil dizer o que ele era exatamente. Seu odor parecia com o de um humano comum, mas uma situação daquela deveria alterar os cheiros, o corpo esquentado pela adrenalina. Bem, isso não era regra pra aquele cara. Ou ele tinha um baita autocontrole biológico, ou não era o que parecia ser.

Ele olhou para a faca na barriga. Primeiro limpou o facão na roupa bonita do morto e depois guardou a arma na bainha. Era literalmente uma peixeira rústica. Só então removeu a faca das entranhas.

— Nem percebi — disse e jogou a faca no chão.

Deu as costas e foi sentar numa cadeira junto ao balcão.

— Se você revistar o cara, talvez ache algumas moedas. Quanto a bebida, vai ter de esperar o dono acordar. — Ele meteu a mão num bolso, tirou palitos e um fumo enrolado em seda, riscou os palitos na mão e a coisa acendeu. — Venha sentar comigo, irmão.

Ele deu uma olhada por sobre o ombro, enquanto acendia o fumo. Tragou. Fumaça saiu junto com as palavras:

— Eu sou Dok. Como se chama? Já que irei lhe pagar a primeira rodada, melhor te chamar pelo nome, certo, irmão?

Se Vulcan checasse os bolsos do morto, encontraria seis moedas de prata e um anel de aço com uma pedra laranja e translucida incrustada. Fora isso, só as roupas do cara. As roupas baixas estavam mijadas ─ um ato involuntário da bexiga nos últimos momentos do cidadão.

Atrás do balcão, algum movimento. Alguém se levantando.

— Acordou — disse Dok e deu uma risada esquisita, parecia uma ave carcarejando.

Um senhor, meio elfo, apareceu, segurando a cabeça no lugar, aparentando sono. Sua testa sangrava num canto. Ele olhou para Dok, olhou para o morto em uma das mesas do ambiente, e esbravejou:

— Você não é mais bem vindo aqui. Saia, antes que eu —

O que o interrompeu foi o saquinho que tilintou, cheio de moedas, depositado no balcão por Dok, que soprou:

— Desculpa, irmão. Espero que fiquemos bem, agora.

O senhor pegou o saquinho de dinheiro, olhou dentro e sua respiração foi sugada para algum lugar misterioso logo depois dos olhos ameaçarem cair da cara.

— O senhor poderia trazer a melhor cerveja da sua adega, por favor? — disse Dok, gentil, soltando fumaça pelas narinas.

O taverneiro acenou, amigo, amigo, e saiu por uma porta.

Dok procurou os olhos de Vulcan.

— Dinheiro é bom — ele disse, como se fosse um provérbio capaz de ilustrar toda aquela cena recente. — Um facilitador... Por que você não me fala mais sobre essa sua vontade de conseguir dinheiro, hm?


@Ziya
Vestido em trapos, o rosto coberto de barba encardida, cabelos crespos e quebradiços, a sujeira como primeira pele indefinindo a idade... enfim: era difícil achar alguma qualidade física interessante no sujeito. Mas Ziya tentou e tudo que conseguiu encontrar foi dentes brancos, quando tudo o mais era sujo. Fora isso, deduziu que o homem era alto e, vendo a roupa surrada colada no corpo, achou o peitoral da prática de algum exercício especifico, ainda acompanhando o homem, mesmo agora, em sua vida de merda, sem nenhum tipo de exercício que não fosse levantar uma cuia com sede de moedas.

E Ziya só conseguiu ver os dentes porque o homem ouviu a proposta com a boca aberta. Ele teve um momento de hesitação, assim, um segundo mais ou menos, hesitação essa que surgiu na parte em ter de acompanhar ela daqui pra frente... mas logo desapareceu quando ouviu que nunca mais sentiria fome. Esperança.

— Estou... — Rouco, como que há mil anos sem usar a voz. Melhorou depois de um pigarro ligeiro: — Sim, estou interessado. Obrigado, moça, obrigado.

Ele se levantou da sarjeta e ficou meio curvado, como se tivesse vergonha de seu 1,90m de altura. O cheiro de limão subiu junto com ele. Ziya seguiu para onde deveria e ele foi atrás, silencioso, os olhos piscando. A cuia ficou esquecida no chão.

Era uma ruela que descia um pouco, apertada, basicamente um beco, de um lado um casarão velho e aparentemente desabitado, do outro uma estalagem com as portas fechadas. Numa das janelas da estalagem, lá no terceiro andar, uma jovem de camisola, recostada no parapeito, lixava as unhas, as mãos pra fora. Olhou Ziya, enquanto lixava.

No fim da ruela, antes do muro alto que servia de escopo, havia uma casa de pedra. Do lado de fora da casa, um estande pequeno com algumas amostras de armas, metade delas enferrujadas e velhas, totalmente desprotegidas, como se o dito ferreiro não temesse ladrões. No topo do estande uma placa dizendo “Forja dos Céus”. Ziya bateu na porta, queria falar com Imman.

Do lado de dentro vinha sons de chiados, coisas quentes mergulhadas em água. O som parou. A porta tinha um olho mágico, por onde Ziya teve a impressão de ver algo se movendo do lado de lá. A voz grave de soldado dando ordem atravessou a porta:

— Da parte de quem?
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Mensagem por Wesker Ter maio 24, 2016 1:04 am

”Ouch! Acho que isso vai deixar cicatriz.”

Dizia aquilo como forma de ironizar a morte daquele homem. Confesso que nem eu esperava que a arma que eu havia entregado fosse ser usada daquela forma, era genial. Com o sangue derramado, não havia sido difícil de perceber que a vítima era apenas um humano comum. Entretanto o que mais me intrigava era o homem que havia saído vencedor, cheirava como um humano, mas havia algo errado naquilo. Sem contar o sangue negro, não sabia dizer o que ele era. Sorria ao ouvir o comentário daquele homem sobre a faca agarrada em suas entranhas, ao menos eu já sabia que ele era alguém interessante.

O homem se sentava e começava a falar comigo, me convidava para sentar com ele enquanto acendia um fumo. Caminhava até o cadáver e revistava seus bolsos. Pegava tudo aquilo que havia encontrado e punha em um dos bolsos de meu casaco, exceto por uma única moeda de prata que deixava com o cadáver – Vai precisar desta mais que eu no lugar para onde está indo. – Dizia para ele. Ouvia Dok se apresentar, e caminhava na direção da faca que ele havia atirado no chão. Pegaria a arma branca e também a limparia nas roupas do cadáver, depois rasgava um grande pedaço limpo (ou o mais limpo possível) de suas vestes e amarrava em volta da cintura, como um cinto improvisado, deixando a faca ali. Em seguida puxava uma cadeira e me sentava próximo ao homem.

– Bom, acho que uma hora ou outra ou precisaria de uma faca nesta cidade. – Fazia uma pausa, lembrando-me que ele havia perguntado meu nome há pouco tempo – Meu nome é Vulcan. E agora estamos falando a mesma língua, irmão! – Dizia sorridente, levantando a mão direita em um aceno para o homem.

Tentava ignorar o cheiro de mijo que vinha do cadáver, esperava que logo o cheiro de álcool pudesse superar aquele. Logo um barulho vinha de trás do balcão e um meio elfo não demorava para aparecer, já parecia um pouco velho e sonolento. Pelo jeito o nosso amiguinho ali atrás não havia sido o único a levar um golpe na cabeça. Ele parecia zangado e bem disposto a expulsar Dok, mas era o dinheiro quem falava mais alto. Sorria, pelo jeito o meu camarada ali sabia bem como tratar as pessoas em Takaras. Depois que o velho saía indo buscar uma cerveja, voltávamos a conversar.

– Isso acontece muito? – Perguntava de modo sarcástico, e depois me ajeitava na cadeira – Basicamente, eu vivia em uma sociedade onde não usávamos isso. É...Não deu  muito certo. – Mas não estava muito interessado em contar-lhe minha história, ela pouco importava para mim – Em resumo, eu quero poder colocar uma faca na cabeça de alguém e ainda comprar uma bebida no mesmo lugar depois disso. – Dizia aquilo de modo irônico, como referência ao que havia acabado de acontecer ali.

– Mas me diga, esse tipo de coisa... – Olhava para o cadáver rapidamente, para que Dok pudesse saber do que eu estava falando – Aquele cara lhe rendeu mais dinheiro que minhas cinco moedas de prata, não é? – Esta ultima parte era mais uma suposição, acreditava que aquelas moedas não haviam simplesmente caído nas mãos de um homem como aquele. Sorria a todo momento, o meu rotineiro sorriso irônico, não queria que ele pensasse que eu era uma ameaça a... Seja lá o que for que ele faz.

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Mensagem por Nikk Ter maio 24, 2016 5:16 pm

Land amaldiçoou Eriom mil vezes em pensamento, depois amaldiçoou a si mesmo outras mil por ter dado ouvidos a ele.
Deveria ter continuado escondido, era bom nisso e talvez nunca o encontrassem. Às vezes precisava brigar quando era pego roubando algo, mas ultimamente tal coisa acontecia tão poucas vezes que ele precisaria de uma mão apenas para contar quantas.

Encarou o homem diante de si, procurando mostrar firmeza no olhar. No entanto, não sentia a mínima vontade de ser expulso dali aos chutes, e já estava se preparando para dar o fora quando a porta da casa se abriu e um pequeno garoto anunciou as palavras da salvação.

Land agradeceu a própria sorte silenciosamente, e foi atrás do menino, tendo a delicadeza de esbarrar propositalmente no cara que estava a sua frente poucos segundos atrás.

Quando entrou na casa, surpreendeu-se com o tamanho do lugar, e se pegou pensando em como dormir naquele chão seria mais agradável que no beco frio. Na verdade, tinha inveja daquilo tudo. Não conseguia calcular o valor das mobílias, mas sabia que devia ser o suficiente para ter comida por meses ou talvez anos, e a lareira o deixou fascinado: nunca tinha visto uma antes.
Em contraste com todas aquelas coisas deslumbrantes, havia um cheiro no ar que Land não suportava, um cheiro forte e desagradável. Eca.

Seguiu o menino quando este sinalizou, e notou que sua roupa provavelmente era muito mais confortável do que parecia. Queria ter tido a sorte de trabalhar para uma lady rica quando era criança também.
Enquanto o pequeno sumiu para fazer alguma coisa, Land observava o polvo sobre sua cabeça, e se perguntou se aquilo significava alguma coisa ou se a dona da casa realmente gostava de animais marinhos. Quando o garoto voltou, seguiu-o novamente.

Seus olhos se adaptaram rapidamente à nova luz, e se surpreendeu quando foi-lhe oferecido um banho.

- Absolutamente. - respondeu ao garoto, abrangendo também a garota com o olhar, já passando pela porta.

Sem se dar o trabalho de fechar a porta, tirou suas roupas e inspirou profundamente, sentindo o ar úmido entrando pelo nariz. Por um momento ficou consciente de seu próprio cheiro.
Chutou os trapos que estava usando anteriormente para o canto do banheiro, e foi ao seu merecido banho.

Colocou um pé dentro da banheira cheia de água morna e depois o outro. Quando abaixou-se e sentou-se, pode ouvir o barulho da água transbordando e sentiu-se um pouco culpado pelo desperdício.
Quando mergulhou a cabeça, a água antes límpida e transparente tornou-se instantaneamente acinzentada, e o rapaz pareceu não dar a mínima.

Land esqueceu da vida. Esqueceu tudo que o preocupava, esqueceu onde estava, o que fazia, quem era...

- Quem dera eu pudesse fazer isso mais vezes... - murmurou para si mesmo.

Passou um bom tempo deitado na água, despreocupado, até lembrar-se da razão de estar ali. Com um pulo, saiu da banheira e secou-se rapidamente com uma toalha (que ficou com manchas pretas). Não quis vestir seus trapos novamente, por isso pegou uma daquelas roupas cinzas, e eram realmente mais confortáveis do que pareciam. Ignorou os perfumes; eram fedidos.

Saiu do banheiro a procura do pequeno que o levara até lá, e percebeu que seu cabelo, ainda molhado, estava caindo no rosto e atrapalhando sua visão. Com um suspiro, deu uma chacoalhada na cabeça, respingando uma quantidade considerável de água ao redor. Seus cabelos continuavam tão embaraçados quanto antes, e era possível ver que ainda havia sujeira nele, embora estivesse mais apresentável.

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Mensagem por Ziya Ter maio 24, 2016 10:44 pm

Ajudou o homem a se levantar, lhe dando a mão. Era macia e incolume, ainda que viesse a se macular com os dedos imundos do outro, era dificil de imaginar que vinha de onde ele estava prestes a sair, a sarjeta era apenas diferente. Quando este a tocou, o pacto estava selado. Estava agora, prestes a embarcar em um caminho sem chance de redenção.

- Imagine, querido! Ja estive numa situação como a sua. Quando criança, eu não era muito diferente dos trombadinhas que voce deve ver por aí. O segredo é conhecer as pessoas certas ... e ser grato a elas.

Quando atravessaram a ruela, Ziya logo reparou na estalagem, definindo-a, em sua mente, como um destino possivel. Diante de olhares vindos de seus donos, as portas fechadas de um estabelecimendo nunca significaram muito para ela.

"Não se preocupe, mais tarde voltaremos, assim poderá me ver mais de perto" - debochou, pensando para sí mesma, do olhar casual da outra.

Bardo Tartini¹, um de seus primeiros amantes, a definia de uma forma um tanto visceral: Ziya era como um mar de fel, no qual qualquer ser buscaria se afogar. Tal constatação, a primeira vista seria tido como exagerada, porém, a vida infame da mesma nada fez para desmenti-lo. Fossem esses lordes, plebeus, homens ou monstros, e por vezes, até mulheres, eram todos indiscriminadamente considerados em suas tentativas desesperadas de sobrevivencia e ascenção.

- Como posso te chamar? - perguntou ao mendigo, de forma carinhosa. Achava graça no fato de um homem tão grande ter vergonha de seu tamanho. Porém, a agradava bastante a forma com a qual ele se portava. É melhor que se lembrasse dos favores que estariam por vir, quando não mais precisasse se portar como um ninguem.

Quando finalmente chegaram ao "Forja dos Céus", o estado das armas lhe trouxe um belo semblante de satisfação. Se tinha tão pouco esmero por suas mercadorias, de fato detestava sua nova função. Havia esperança de persuadi-lo.

- Meu anjo, não está vendo que estamos assustando o homem? - se virou ao seu novo amigo, lhe dando uma moeda de prata e cinco de bronze. Ziya agora exibia um rosto com certo pesar, como se sentisse culpa pelo ocorrido. - Mas que cabeça a minha, viemos pra ca com voce todo maltrapido ... uma vergonha. Bata a porta da estalagem da moça que vimos mais cedo, tome um banho e encha essa barriga. Assim que terminar meus assuntos aqui, te buscarei la. É uma nova vida, precisa estar apresentavel daqui pra frente!

- Me desculpe por isso. Meu nome é Ziya, sou uma comerciante tambem. - agradecia agora pelo tecido caro que compunha seu vestido, e pelos adornos que trazia consigo. Pagos por Moloch, afim de que ela causasse uma boa impressão na corte demoniaca. Para as ruas, era um tanto demais, mas poderia despertar naquele que a observava pela porta um desejo por oportunidades maiores. Se fosse, de fato, uma comerciante, não deveria ser do tipo que vende coisas enferrujadas. - Não entendo muito sobre armas, e gostaria que Imman avaliasse uma peça para mim. Pode me deixar entrar, por favor? Está frio aqui ...

Obs: Ainda que o homem nao tenha feito nada de suspeito até então. Ziya é altamente paranoica, e enquanto da as moeda para o mendigo, ela esta atenta as ações do mesmo. Reagira a um furto com "Os ritmos do Profano/ Sibilo do Extase". Porém, nao o matará, para nao assustar o homem que a estiver observando.

¹ Uma referencia ao bardo é feita na descrição da H.E "Os ritmos do Profano".

Os Ritmos do Profano:

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Mensagem por NR Sérpico Seg maio 30, 2016 9:33 pm

@Nikk
Quase como um ritual de passagem. As crianças até se retiraram, crentes de que Land gostaria de ficar à vontade por um tempo razoável. E assim o foi, ou não, difícil dizer.

Durante o tempo que ficou no banho, não escutou nada na casa. Ele provavelmente era o único hospede, ou então outras pessoas estariam ainda dormindo, ou então as paredes eram grossas o bastante. Terminou, se arrumou, quase que uma nova pessoa. Saiu do banheiro e não viu os pequenos. A casa convidava a exploração. Mas antes que isso se tornasse ações, o menino surgiu, silencioso, na entrada do corredor, dizendo:

— O senhor pode vir comigo.

E saiu na frente. De volta ao mezanino, Land subiu por uma escada e ganhou o segundo andar, um corredor com portas a direita e a esquerda. Uma das portas estava aberta e o menino aguardava ali perto, sinalizando que Land poderia entrar.

Era um escritório, com mais estantes de livros e uma mesa no centro com pilhas de papéis e copos com penas e frascos de tinta. Tinha também um facão embainhado, sobre um pedestal, exibido como se fosse uma obra de arte.

Atrás da mesa, sentada numa cadeira estofada, estava a senhora de antes, que surgira na janela.

A criança fechou a porta assim que Land terminou de entrar.

E a senhora, com um gesto, convidaria Land a se sentar numa das cadeiras a frente da mesa dela. Ela parecia arrumada, olhos pintados, bochechas rosadas, unhas reluzentes. Vestia um casaco de peles, embora o clima fosse ameno e não corresse nenhuma brisa pelas frestas da janela, atrás dela. Apesar da fraca luz do dia vazada pelo vidro da janela, era o lustre — uma versão menor daquele encontrado no hall — que realmente clareava as coisas, as velas todas acesas.

Uma olhada mais demorada para os lados revelaria armários bonitos e bem fechados entre as estantes de livros. Numa das paredes, havia um quadro representando em preto e branco uma torre negra numa campina.

— De onde te conheço? — disse ela, de repente. Seus olhos estavam analisando atentamente Land, com a curiosidade dos esquecidos.

Land, porém, tinha certeza de nunca ter visto aquela senhora.

O incenso ali era mais denso, neblina no ar. Cheiro de hortelã. Vinha dos dois pratos de uma balança pequena, também na mesa, a fumaça perfumada subindo de folhas e outras substâncias naturais incendiadas de leve.    
 

@Wesker
Vulcan pegou algumas moedas, o anel, e prendeu a faca no cinto improvisado. Quando resumiu sua busca por dinheiro, Dok sorriu com uma sobrancelha erguida. Depois tragou o fumo com concentração, antes de responder de onde tinha conseguido o vale-melhor-cerveja-depois-da-confusão-no-estabelecimento.

— Na verdade não. Esse daí não tinha quase onde cair morto, apesar das roupas seminovas e do chapéu de mulherzinha comprado ainda ontem. As moedas que você pegou era tudo que ele tinha. — Dok olhou para trás, querendo ver o cadáver. — Por isso ele morreu. Não tinha o suficiente para pagar pela própria vida.

O taverneiro ressurgiu das entranhas da taverna. Equilibrava numa mão uma bandeja.

Dok carcarejou, que era o mesmo de rir:

— Vejo que está com o equilíbrio de volta, irmão.

— Eu já fui copeiro do rei, modéstia parte — disse o taverneiro, peito estufado. Na bandeja tinha duas jarras de barro, novas e sem escoriações ou máculas. E duas canecas de ferro, limpas e brilhantes como os mais purificados materiais vindos diretos da cozinha de um rei. Ele pegou as canecas, as depositou sobre o balcão. Depois serviu a cerveja e deixou as jarras ao alcance da mão de seus mais novos e queridos clientes — Minha melhor mercadoria, senhores. Da época em que eu servia pessoalmente o rei.

Com isso ele se fingiu de invisível e foi limpar a bagunça. Arrastou o cadáver por uma porta lateral e antes que pudesse sumir Dok manifestou sua gratidão por essa limpeza especifica:

— O senhor é muito prestativo. Lembrarei daqui quando amigos meus estiverem procurando um lugar para beber.

Ao que o taverneiro acenou um obrigado, sumindo lá pra dentro.

Dok se voltou para Vulcan:

— O que eu dei à ele — Se referia ao saquinho pesado dado ao taverneiro — não era do mijão que me esfaqueou ainda agora. Era de outro. Outro que tinha dinheiro. Mas que já estava marcado para morrer. — Dok bebeu, fumou. — Meu trabalho, caro Vulcan, é bem remunerado, hm. O suficiente para eu me dar o luxo de jogar todo aquele saquinho para o nosso amigo copeiro do rei.

A cerveja, aliás, era realmente boa.

Dok ficou quieto, fumando, depois enchendo seu copo novamente. Ele parecia concentrado naquilo, ou ao menos fingia isso enquanto esperava Vulcan fazer perguntas sobre o trabalho bem remunerado que ele executava por aí. De repente, se antecipando, ele perguntou:

— O que você sabe fazer? — E reparou na lâmina bastarda que Vulcan levava.


@Ziya
— Pode me chamar de Castanho — disse o pobre.

Pouco depois, quando ele recebeu de Ziya as moedas e as instruções para se alimentar e se arrumar, ele primeiro tentou esboçar um pedido de desculpas e depois um muito obrigado, mas apenas ficou gaguejando, segurando as moedas. Ziya, ao menos naquele momento, não precisou alimentar sua paranoia: Castanho não teve nenhum tipo de comportamento hostil, muito pelo contrário, parecia assustado com todas aquelas moedas. Estava como se fosse um novo milionário.

— Obrigado, senhora — dessa vez, não se sabe o porquê, ele achou sensato chamá-la de senhora. Ele fez o que pôde para se curvar mais ainda, em gratidão. E aí rumou para a estalagem. Bateu à porta e Ziya viu quando alguém atendeu e ele entrou, sem problemas.

De volta ao Imman. Houve apenas silêncio enquanto a sombra continuava atrás do olho mágico. Então, o barulho de trincas e a porta se abriu, primeiro uma fresta.

Olhos de olheiras fundas olharam para as roupas de Ziya.

A porta terminou de se abrir e Ziya viu um senhor de cabelos longos grisalhos amarrados num rabo de cavalo, barba longa grisalha trançada, vestido numa regata suada, pois lá dentro o clima era nível fornalha e Ziya pôde compreender isso mesmo da porta, quando o bafo de vapor soprou pra fora.

Ele deveria ter mais ou menos 60 anos. O porte atlético dos braços diziam menos, as olheiras diziam mais. A tira colo, uma bolsa onde martelos de diferentes formas despontavam ao alcance de um saque rápido.

Ele segurou a porta e deu passagem. Lá dentro era uma sauna.

Assim que entrasse, Ziya descobriria que não era a fornalha, a bigorna, os martelos, as pinças, as estantes com armas velhas, as estantes com armas novas, as estantes com armaduras, nem qualquer outro material de trabalho que chamava atenção, mas sim a estátua prateada de uma mulher num vestido, postada no centro do cômodo, o rosto coberto por um véu, nas mãos um buquê. A estátua brilhava à luz das lamparinas e da fornalha. Cada curva no vestido, o bordado na barra, a textura nas rosas do buquê... tudo parecia perfeito, um trabalho manufaturado com esmero numa grande peça de prata.

Por falar em peça:

— Eu sou Imman. Que tipo de avaliação você quer?

Sua voz era firme e alta, até parecia que ele estava com raiva ou coisa do tipo. Mas uma observação mais atenta do rosto de Imman mostraria o contrário, que ele estava sereno. E atento. Muito sóbrio, apesar do cansaço dos olhos.

Uma nova corrida de olhos pela forja revelaria, num canto, uma mesa com restos de comida e bebida, apenas uma cadeira. O cômodo era redondo, de fato como um iglu, mas tinha uma porta fechada no outro extremo da porta de entrada — deveria dar para um quarto. Na frente da porta, um capacho negro. Sobre o capacho, quase que completamente camuflada, havia uma pantera deitada, enrolada em si mesma, com os olhos bem abertos, reluzindo as luzes do ambiente. Olhando Ziya.

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Mensagem por Nikk Ter maio 31, 2016 4:22 am

Ao chamado do garoto, Land girou os calcanhares e pôs-se a segui-lo silenciosamente.
O banho fora relaxante e o ajudara a acalmar-se e recompor-se, mas agora a preocupação ganhava espaço novamente. "O que estou fazendo mesmo?", questionava-se não por ter-se esquecido, mas por arrependimento. Afinal, se deu conta de que se as coisas dessem errado pelo menos havia ganhado um banho grátis, e melhor que isso só estivesse sendo guiado a um banquete.

Passando pelo segundo andar, olhava atentamente cada porta por que passava, embora todas estivessem fechadas a exceção de uma, que Land se deu o luxo de entrar ao sinal do rapaz. Mais uma vez, pegou-se calculando o valor da mobília e intrigado pelo formato do lustre.

Quando a porta fechou-se atrás de si, prestou atenção a senhora sentada logo a frente, e embora sua visão não tivesse sido muito clara do lado de fora, sabia que era a mulher da janela embaçada, Senhora Moritz, supunha.

Sentou-se na cadeira diante da mesa quando a mulher deu permissão, desabou sobre o encosto e abriu as pernas bem à vontade, sem um pingo de noção sobre boas maneiras. A sala era fedida, Land notou, e ele sentia vontade de escancarar as janelas e deixar um pouco de ar entrar. Perguntou-se se todas as pessoas ricas gostavam de ser fedidas daquele jeito.

Quando a senhora falou, um arrepio percorreu a espinha do rapaz. Land escondia-se há dois anos, era impossível que alguém de Takaras o tivesse visto nesse período. Talvez antes disso, ou talvez... Cruzaram pela memória do rapaz lembranças sobre as conversas com Eriom.

- Impossível me conhecer, senhora, não sou daqui. - engoliu em seco, arrumando a postura e tentando avaliar a idade daquela mulher, torcendo para que fosse só uma velha gagá, embora a reputação que ela mantinha do lado de fora daquele prédio o fizesse duvidar disso.

Sentiu um vazio no seu estômago, provavelmente causado pela ansiedade e o longo período de jejum, e não podia evitar questionar a si mesmo onde terminaria aquela peça.

- Eu preciso de dinheiro, com urgência.
- tomou a liberdade para falar, não queria dar chance à mulher de continuar naquele assunto. - Você é a senhora Moritz? - cruzou as mãos, que suavam, tentando conter a tensão.

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Mensagem por Wesker Sex Jun 03, 2016 12:36 am

- Entendo. Lugar errado na hora errada... Já tive dias piores – Sorria, dizendo aquilo em tom de ironia. Estava respondendo ao comentário de Dok sobre o porquê de aquele pobre coitado ter morrido – Veja só, o nosso anfitrião voltou.

Dizia aquilo ainda em tom irônico quando via o taverneiro voltar ao local, trazendo nossas bebidas. Ele e Dok trocavam algumas palavras, não sabia dizer se aquele meio elfo mentia sobre ter sido copeiro do rei. Do que havia visto de Takaras até agora, isto não seria impossível – Ahh! Mande meus cumprimentos ao rei! – Dizia aquilo sorrindo, enquanto pegava minha caneca. O elfo começava a fazer uma limpeza na bagunça que o meu novo amigo havia feito no lugar. Quando o taverneiro sumia, eu e Dok voltávamos a nossa conversa. Bebia um gole da cerveja enquanto ouvia-o falar, era realmente uma das melhores que já havia provado.

Esvaziava a caneca e depois a enchia novamente, assim como fazia meu companheiro. Estávamos tendo uma conversa amigável ali, não havia pressa para responder. Mas ele parecia ansioso, talvez gostasse de se gabar. Sorria com sua pergunta, ele estava realmente interessado e talvez pudesse ser mesmo uma boa fonte de dinheiro. E cá entre nós, eu também adoro me gabar... Temos isto em comum.

– Eu sei lutar, caçar, rastrear... E dizem por aí que sou bom com as mulheres também... Mas não posso te revelar todos os meus segredos tão cedo, não é? Digamos que onde cresci, se não fosse forte eu tinha muitas chances de acabar igual ao nosso amigo de mais cedo. – Tomava mais um gole daquela cerveja – Mas e você Dok, o que faz nesse seu trabalho bem remunerado? Imagino que não tenha a ver com destruir tavernas de velhos elfos pela manhã...

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Mensagem por NR Sérpico Dom Jun 05, 2016 4:28 pm

@Nikk
Ela não pareceu ligar para o comportamento inicial de Land, sua carência de bons modos. Mas sem dúvida reparou quando ele engoliu em seco e conteve a tensão. Ficou esperando que Land explicasse mais coisas sobre não ser dali — quem sabe dizer, então, de onde era... Mas Land mudou o assunto, nervoso. Os olhos dela filmaram as mãos de Land, sem nenhum motivo aparente.

— Sim, sou a senhora Moritz — ela disse, procurando alguma memória nas mãos de Land. — E se precisa de dinheiro veio ao lugar certo. — Então ela deixou as mãos de Land e se encontrou com seus olhos, dando um sorriso profissional. — De quanto precisa, senhor...

E aí cabia o momento de Land/Joaquim se apresentar.

Seu estômago era um rebelde. Parecia que tinha peixinhos lá dentro.

As mãos da senhora Moritz sumiram atrás da mesa, e depois retornaram com um frasco pequeno lacrado por uma rolha. Vazio, novo. Ela ficou esperando um nome e uma quantia.

O estômago de Land irritado.

Já dava pra perceber que não era apenas fome. Tinha alguma coisa errada.

Aí Land teve a impressão de escutar algo. Um vidro trincando. Justo: pois apareceu uma rachadura no vidro da janela, atrás da senhora Moritz. Ela deixou o frasco na mesa e fez menção de se levantar, mas foi apunhalada nas costas, ficando, então, sentada.

O estômago de Land fez subir um gosto ácido pela sua garganta.

A faca, ou espada curta, atravessou a cadeira e prendeu a senhora Moritz no lugar. Ela tossiu. Quem fez isso foi um alguém com o rosto e a cabeça cobertos por um pano negro, vestido em couro escuro, luvas, toda pele oculta no traje furtivo.

Exceto ao redor dos olhos, onde se via uma pele amarelada.

Ele olhou para Land. Olhos que pareciam olhos de gato.

Land sentia o estômago subindo pela língua.

Notou baques surdos que pareciam vir do teto. Olhando, viu um ar embaçado, tremeluzente, e através dele, no alto do cômodo, tinha quatro formas humanoides, desbotadas, pairando no ar, socando o ar. A cada soco, havia um pequeno brilho no espaço, como se o soco acertasse uma camada invisível entre eles e o restante do cômodo.

A senhora Moritz disse:

— Se queria chamar minha atenção, escolheu o jeito errado. — Um fio de sangue escorria de seu nariz, mas ela não parecia moribunda. Continuou apenas sentada, aparentemente incapaz de se levantar.

O assassino atrás dela disse:

— Só queremos uma coisa e vamos embora.

Queremos. No plural.

Land sentiu algo frio encostando no seu pescoço, do lado direito. Uma faca.

— Não faça nada estúpido — alertou uma voz de mulher, ao pé do seu ouvido. — Isso não tem nada a ver com você.

Rendido. Como?

Os seres no teto batiam na camada invisível, querendo entrar na cena.

— Não vai conseguir manter sua redoma para sempre — disse a tranquila senhora Moritz, para seus visitantes inusitados. O sujeito que lhe apunhalou não se movia de trás dela.

— Queremos o frasco L-42 — disse uma terceira voz no ambiente. Land tinha a vaga noção de que vinha das proximidades das estantes de livros e armários, num dos lados do escritório. — Apenas diga como o pegamos e vamos embora.

Alguém batia na porta. Com força.

A senhora Moritz simplesmente não perdia a compostura:

— Vocês não têm nenhum poder de barganha aqui.

— Ah, é — disse a mulher que mantinha Land na rota de uma faca. — Tem certeza?

A senhora olhou Land. Houve silêncio, exceto pela batidas exteriores e interiores.

— O frasco, velha — disse a terceira voz, um homem inquieto tentando apressar a situação.

O ferro frio fez pressão contra o pescoço de Land, de modo que Moritz disse:

— Certo. — E respirou fundo. — O segundo, da direita para a esquerda. Você precisa de um selamento reverso não-elemental. Quarta gaveta. Selamento reverso, elemento ar. Vapor. Vai precisar de alquimia avançada, o sangue está cristalizado.

Então além dos sons das batidas, Land captou outros sons menores, como coisas queimando, arranhões, pequenos estouros, junto com murmúrios de feitiçaria. O homem que fazia isso disse, agora um tanto mais calmo:

— E depois?

— Terá de esperar um dia antes de abrir. Se não o sangue irá explodir. — Houve um silêncio entre eles e algo atraiu a atenção da senhora Moritz para a mulher atrás de Land, e ela foi forçada a garantir: — Não estou mentindo.

E durante todo o processo, aquele que tinha rendido a anfitriã de Land, o único do trio que estava visível para ele, não parava de encará-lo.

Um olhar que Land já podia começar a se acostumar: o invasor olhava como que tentando puxar algo pela memória... olhava com aquela curiosidade dos esquecidos.


@Wesker
— São boas qualidades — disse Dok, um chefe avaliando um currículo. Ele bebeu, dando um tempo. Então: — Meu serviço é achar pessoas que devem dinheiro ou algum serviço. Geralmente deixo alguma mensagem, conforme a vontade do meu empregador. Mas há casos em que meus empregadores não querem mais saber de receber o dinheiro deles. Esse cara que matei ainda agora... foi exatamente isso. Quem me contratou, queria romper os laços com ele, de uma vez por todas.

O taverneiro voltou, começou a pegar a jarra quebrada no chão, o copo. Enquanto limpava o sangue e a cerveja, Dok comentava, sem nenhum tipo de discrição:

— Acho que foi coisa do destino você aparecer pela porta. — Dok olhou Vulcan, e deu uma risada cacarejante. — Acontece que levei mais tempo do que gostaria pra achar e romper os laços do meu contratante com o recém morto levado para o porão. E, bem, eu sou um tanto quanto perfeccionista. Quando estipulo algumas metas, gosto de cumpri-las rapidamente. — O fumo já era uma ponta de nada. Dok a deixou de lado. Meteu a mão num bolso e tirou outro fumo de lá, já preparado. Tirou também um palito. Riscou o palito na palma da mão. Houve fogo. Acendeu o fumo e tragou. — Tenho mais um serviço hoje. E segundo minhas metas, estou atrasado. Talvez possa ser mais bem-sucedido com sua ajuda. Disse que sabe rastrear, não é? Isso seria ótimo.

Daí Dok se levantou. Se espreguiçou. Ossos estalando. Vulcan reparou que a ferida que ele tinha ganho ainda agora não sangrava mais.

— Então estava aqui pensando: você, se tiver interessado, claro, me ajuda no meu próximo serviço. É um serviço igual à este. Um rompimento de laços. E como pagamento, leva tudo que encontrar do sujeito que iremos caçar. E tenho quase certeza que ele terá mais do que algumas moedinhas.

Dok ajustou o fumo no canto da boca e sorriu, profissional. A mão direita dele se estendeu um pouco, um cumprimento de parceria, caso Vulcan aceitasse esse trabalho. Dok não parecia alguém que realmente precisasse de ajuda... Mas havia sinceridade em sua oferta.

— O que me diz, irmão Vulcan?
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Mensagem por Wesker Seg Jun 06, 2016 12:31 am

Ouvia Dok me explicar sobre o seu trabalho bem remunerado e continuava a beber a cerveja enquanto isso. Em resumo, era um mercenário. E o cara que teve a cabeça atravessada por uma faca agora há pouco acabou irritando as pessoas erradas –Uma pena para ele – Dizia, em tom sarcástico. Eu via o taverneiro voltar para continuar com sua limpeza. Dok continuava a falar como se aquele homem nem estivesse ali escutando, esse tipo de coisa provavelmente era bem normal por ali.

O mercenário fumava tanto quanto bebia ou ria de seu jeito estranho, era sem sombra de dúvidas uma pessoa muito interessante. Por fim o homem chegava na parte do discurso pela qual eu estava ansioso, pedia a minha ajuda. Sim, era bem óbvio que aquilo viria a qualquer momento. A questão é, eu poderia confiar em um homem como aquele? Dizem que a lealdade dos mercenários está no dinheiro, não na pessoa “Como se eu me importasse com isso” Pensava, e ria em seguida. Via Dok se levantar e reparava na sua ferida que, de certa forma, já estava bem melhor. Uma capacidade curativa rápida demais para um humano comum. Me lembrava de seu cheiro estranho, e da cor anormal de seu sangue. A duvida voltava a minha cabeça, com que tipo de criatura eu estava conversando ali?

Me levantava da cadeira enquanto Dok terminava o seu convite e logo apertava sua mão, ainda sorrindo – Temos um acordo então. – E falava a verdade. Era óbvio que, seja qual fosse à quantidade de ouro que o alvo possuísse, o mercenário ganharia muito mais. Mas ajudar Dok naquilo seria bom para que eu tivesse meu nome divulgado por Takaras, e com isso tivesse oportunidade de conseguir alguns bons contratos por mim mesmo. Depois de algum tempo, soltava sua mão.

Por fim, soltava a mão de Dok e me alongava também. Pegava a caneca de cerveja e bebia até a ultima gota, colocando-a de volta na mesa. Sair daquele lugar me faria bem, lobisomens nunca foram os maiores fãs de lugares fechados – Mostre-me o caminho – Dizia aquilo sarcasticamente, fazendo quase que uma cortesia para meu novo aliado. Assim que ele começasse a andar, eu lhe seguiria.

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Mensagem por NR Sérpico Sex Jun 10, 2016 7:02 pm

@Wesker
Fecharam o acordo num aperto de mão calejado. Vulcan estava pronto e Dok também varou sua última canecada antes de sair. Fez um cumprimento distante ao dono da taverna, dizendo que a cerveja estava boa e que o rei deveria estar com falta de um copeiro tão prestativo como aquele. O taverneiro agradeceu, humilde.

Saíram. A cidade ainda era a mesma pintura tranquila que Vulcan viu antes de entrar na taverna. Algumas poucas pessoas caminhavam, mas no geral movimento baixíssimo.

À caça:

— O nome dele é Clay e ele sabe se esconder — disse Dok. — Acho que algum patrono poderoso o bastante o mantém fora de evidência. Tudo que consegui foi um contato, um traficante. Eles fazem negócio com frequência. Mas não se engane: não estamos procurando um viciado. E sabe porque sei disso? — Dok deu uma meia risada. — É porque nunca encontrei um viciado esperto. E para Clay ser bom em se esconder, mesmo com a ajuda de alguém poderoso, ele precisa ser esperto. Meu palpite é que ele compra drogas para outra pessoa, talvez o tal patrono, não sei, não me importo.

Então a missão, inicialmente seria "conversar" com esse traficante e extrair informações do cara que realmente queriam achar. Até aí, sem dificuldades aparentes.

Caminharam por uma rua bem pavimentada, rodeada de estalagens, algumas delas fechadas, outras abrindo agora, algumas poucas já com movimento. Dok observava as fachadas atentamente, enquanto varava rapidamente seu fumo. Aí ele parou restando umas duas dezenas de estalagens rua abaixo. Seu olhar se fixou num casarão roxo de três andares, há uns 30 metros de onde estavam.

Ele se voltou para Vulcan e fez um sinal discreto, apontando a estalagem roxa que se chamava Oh! Criança.

— Lá, no quarto 21 do segundo andar, eu irei encontrar o traficante. É daquela janela ali. — Ele apontou para a janela do quarto 21, que tinha saída para o beco logo ao lado da estalagem. — Sei que Clay visita ele semanalmente. E o traficante está hospedado ali faz umas três semanas e nada do Clay aparecer nesse tempo. Esperar e observar não está dando certo. E quero terminar isso hoje, como já disse. Então irei subir lá e conseguir informações de um jeito energético e pouco discreto. De propósito.  

Dok falava excluindo Vulcan da ação. Explicou:

— Conseguindo ou não alguma informação, quero que você fique aqui, por perto. Observe a movimentação, observe quem sai da estalagem assim que eu entro, ou assim que eu começar minha conversa amistosa com o traficante. Certo? Clay pode saber sobre mim e ter alguém espiando por ele. E eu também quero conversar com esse alguém, se ele de fato existir.  

Dok não esperou muito. Já tinha um plano traçado e seguiria ele. Direto e seco. Se Vulcan conseguisse algo participando à distância, bom. Se não conseguisse, não tinha problema, pois ele tinha métodos pra fazer os outros cantarem informações.

Então Dok entrou na Oh! Criança.

Vulcan poderia ficar perto da estalagem, perto do beco com os ouvidos em pé, ou mesmo do outro lado da rua só de olho. Não importava muito pois o resultado seria o mesmo: assim que escutasse um som de batida que deveria vir da janela do quarto 21, veria a janela do quarto ao lado, também com vista para o beco, se abrindo lentamente.

Houve alguma movimentação no saguão principal, Vulcan pôde notar, mesmo do lado de fora. Mas ninguém saiu. E os poucos que passavam na rua nem ligaram ou prestaram atenção. Não havia nada suspeito do lado de fora da Oh! Criança.

Mas da janela que abriu, talvez o quarto 22, alguém começou a sair, com as mãos no alto batente da janela, se impulsionando para cima. Se dobrava com a agilidade de um ginasta e logo estava de pé no batente, esticando os braços para cima a fim de alcançar o batente da janela do quarto 32.

Uma aparente jovem de cabelos pretos que não passavam dos ombros. Vestia uma regata preta, calça folgada, botas. E estava subindo, rápida e furtiva.
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Mensagem por Ziya Ter Jun 21, 2016 3:33 pm

A estatua prateada era a prova de que Imman nao escapava de suas verdades. Não importava o quão rustico, ou quão desgraçada fosse sua vida, tambem buscava por algum tipo de beleza nela.  Ziya, por sua vez, se afogava em narcisismo, como uma valvula de escape para um mundo asqueroso. Não sabia o que fez com que o ferreiro se desentedesse com Gap, mas esperava que seu senso estetico fosse um ponto de partida para torna-lo passivel de corrupção.

Não dirigiu mais do que um olhar ao felino no chão, não demonstraria preocupação com o mesmo, afinal, estava seguindo o papel de uma comerciante comum. Ainda assim, não pôde deixar de esquecer que embora seu fascinio afetasse animais naturalmente, os mesmos não tendiam a compreender a fala humana. Precisava manter isso em mente diante do pior cenario possivel. Era o momento de trazer más recordações para o seu anfitrião, o faria com cautela.

- Jantei com um homem muito rico, dois dias atrás ... - Ziya disse, colocando o saco de moedas designado a Imman em cima da mesa, puxou o punhal da liga na coxa, colocando-o tambem sobre a mesa.  - Ele provavelmente é ocupado demais para vir aqui por sí só, mas me disse que voce poderia decifrar o que quer que esteja escrito na lamina.

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Mensagem por Nikk Ter Jun 21, 2016 4:39 pm

O alívio de Land foi visível quando a senhora confirmou ser Moritz, e especialmente quando demonstrou-se disposta a fornecer-lhe dinheiro. Soltou suas mãos cruzadas e um sorriso inocente tomou conta de seu rosto.

- Senhor Grimmoire. - disse num ímpeto, e logo percebeu sua própria estupidez - ... Joaquim... Grimmoire. - completou a frase desconcertado, temendo a encrenca em que se meteria por esquecer o nome falso que usara, enquanto via a mulher buscar um frasco com as mãos atrás da mesa. - Sobre a quantia... eu gostaria do suficiente para ir algum lugar longe. Qualquer lugar longe serve, de verdade. - Na realidade, Land não conhecia qualquer outro lugar fora de Takaras que não fosse Shane, e sabia que lá era tão seguro quanto o reino dos demônios.

A ansiedade já martelava mais uma vez sobre as costas do rapaz quando a janela atrás da velha trincou e num piscar de olhos ela estava presa na cadeira.
O criminoso, todo vestido em couro e coberto de preto fez Land lembrar de algumas histórias de ninjas que ouviu quando era mais jovem. Exceto a pele amarelada; aquilo era novo. Assustado, chegou a conclusão de que aquilo provavelmente não era sobre ninjas.

Estava prestes a tentar se levantar e talvez fugir quando sentiu uma lâmina afiada em seu pescoço, que por sinal acabou fazendo um corte superficial pelo impulso que havia sido interrompido. Não havia sequer notado alguém chegando tão perto.
"Nada estúpido, eh? Não é como se eu pudesse fazer alguma coisa nessa situação."

O rapaz não entendeu absolutamente nada do que aconteceu a seguir, fosse conversa ou ação, e permaneceu quieto e calado; ainda tinha muita afeição pela própria garganta. Exceto quando foi usado de refém contra a senhora Moritz.
Naquele momento, quis fazer algo estúpido, mas sabia que estava em desvantagem óbvia.

Os sons das batidas e as outras pessoas que ele sabiam estar na sala o intimidavam um pouco, mas ser usado pra atingir o ponto fraco de uma velha não era razão para se orgulhar, então estufou o peito.

- Vocês acham que eu tenho medo de morrer? - falou baixo, mais um sussurro para a pessoa que mantinha a faca em seu pescoço, e surpreendeu-se com a pouca-quase-dissipante coragem que conseguiu tomar. Por um segundo, realmente acreditou que não teria medo de morrer, até que a lâmina fez mais pressão e o garoto segurou a respiração.

Tanta coisa havia acontecido até ali, e no entanto o ápice para Land foi...
- Alquimia? Isso existe de verdade? - disse para Moritz, parecendo genuinamente surpreso com a ideia. Continuaria falando, mas o homem que encarava Land o intimidou e ele decidiu que não era uma boa noite pra transformar invasores em assassinos, embora ele estivesse preocupado com o ferimento da velha.

Iria compensá-la por isso. Se ambos saíssem vivos disso, é claro, mas definitivamente daria um jeito de compensá-la.
Agora que já tinham o que queriam, o que fariam?

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Mensagem por NR Sérpico Seg Jun 27, 2016 7:38 pm

@Nikk
Moritz apenas fez que sim, existia alquimia. A senhora não falou nada. Só olhava para Land e para a mulher atrás dele e depois para o homem pegando alguma coisa num dos armários, e depois de volta para a mulher. Em dado momento, Land sentiu um afago, a mulher acariciando os cabelos de sua nuca. A Senhora Moritz desviou o olhar.

Mas o cara que havia rendido ela simplesmente não desviava o olhar, encarando Land com atenção.

Algo no ambiente, no ar acima deles, pareceu quebrar por causa das pancadas dos seres humanoides.

— Tudo pronto? — perguntou a mulher, um pouco urgente. A faca ainda estava perto da garganta de Land, mas já sem atrito com a pele.

— Tudo — disse o terceiro. — Agora sim. Podemos ir. Sim.

— Solta ela — disse a mulher, Land achou que a mensagem era para o sujeito atrás da senhora Moritz.

Só que ele disse:

— Conheço esse cara — e apontou com a cabeça para Land. A voz dele era monótona, sem entonação — Ele estava na Minnie, ontem. É. — Olhou para a mulher, para o outro sujeito. — Kotzen está procurando ele.

Se Eriom estivesse ali, sem dúvida diria algo como “coisa chata, né?”

— Tem certeza? — Perguntou a mulher. A faca colou novamente na garganta de Land.

O homem de pele amarela apenas fez que sim.

— Vocês já têm o que queriam — disse a senhora Moritz, e começou a se mover...

Aí o homem atrás dela lhe golpeou na cabeça, no lado, logo acima do ouvido. A pancada foi forte o bastante para derrubar Moritz no chão, com cadeira e tudo. Aquilo foi muito rápido.

Para que Land não fizesse nada por impulso, a mulher com a faca colou nele, agora o braço também envolta do pescoço. Ela disse:

— Se levanta. Bem devagar — E, para o outro: — Vamos sair daqui.

A senhora Moritz estava entre tentar se levantar e tentar dizer algo, mas a tontura pós golpe, ou mesmo a ferida nas costas, parecia lhe deixar letárgica demais para qualquer uma das duas opções.

O cara que acertou ela não removeu a arma que tinha usado para paralisá-la. Saiu de trás da mesa dela e se aproximou da mulher e de Land. O outro também deveria estar chegando perto, trazendo em mão o que veio buscar. Land não sabia, não tinha olhado pra trás e talvez nem poderia.

A mulher exigiu novamente, no seu ouvido:

— Anda, levanta.

Provavelmente, assim que o fizesse, algo aconteceria para que saíssem dali.

@Ziya
Foi claro o som das moedas tilintando sobre a mesa, dentro do saco. Imman ergueu uma sobrancelha para aquilo. Fechou a porta, escutou ela em silêncio e se aproximou da mesa, tomando a liberdade de avaliar o punhal com o tato. A removeu da bainha.

— As marcas são códigos em draconiano e querem dizer “Retaliação Fria” — Então ele olhou a lâmina mais de perto. — Não é um aço qualquer. Isso vem da Baixa Lodoss. Mas acho que o seu amigo já sabe disso. — E aí ele olhou a lâmina mais de perto, vendo a mancha de sangue seco. Depois olhou para o saco de dinheiro e depois seus olhos encontraram Ziya. — Ele pagou muito bem para saber apenas o que as marcas querem dizer... Se for só isso, pode levar o dinheiro.

Seu tom de voz amaciou um pouco. Mas os olhos não piscavam, avaliando Ziya. E ele não devolveu o punhal à bainha, segurando a arma em mãos, meio que esperando o que Ziya faria. E se ele estava curioso sobre o homem muito rico que indicou o ferreiro da Forja dos Céus, não demonstrou.

— Recomendo a limpeza do gume — Ele disse, ainda olhando para ela e ainda com o punhal em mãos. — O sangue pode tornar esse aço fraco.
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Mensagem por Ziya Sáb Jul 02, 2016 12:29 pm

O pior mal é aquele que deixamos entrar, muitas vezes por descuido, em nossas vidas. Ziya era assim. Induzia ao erro, diminuia as distancias, e , por fim, clamava seus louros. Um mal que até pouco não estava alí, contaminava a Forja dos Céus (Musa do Inferno - On. [Por conta do periodo de delay, os efeitos só afloram junto do fim do post de ativação]).

O desapego era real? Ou apenas o ouro não valeria o esforço? Não se mostrava curioso, mas talvez por saber bem a quem ela se referia. A forma objetiva com a qual tentava se esquivar da tentação seria minada. As vezes é impossivel se livrar do que não presta. Uma vez que a aura se espalhe, nada sentirá além de fascinio e impotencia.

A figura a sua frente ja não era comerciante, nem emissaria do diabo. Mas, estranhamente, a unica força a quem poderia recorrer. Contrariando a logica, a enviada por Gaap era um farol após uma interminavel tempestade no mar. Com a percepção alterada, diante dela o mundo conhecido se tornava o inferno. Era a redenção, como uma visão sacra em um vale de tormento e desgraça.
Tomaria dele todos os seus segredos, forjaria um companherismo. Talvez até mesmo um plano. De forma que, ainda quando o encanto chegar ao fim, um laço estará formado.

- Tem certeza de que não precisa do ouro?  - disse, sem ainda recolher o pagamento.  O olhava de forma afável, enquando perguntava com uma maneira quase que pedagogica. Apropriado ... visto que de certa forma, o estava instruindo - O homem que me mandou aqui se chama Gaap ... você o conhece?

H.E:

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Mensagem por NR Sérpico Qua Jul 06, 2016 9:52 pm

@Ziya
Imman hesitou quanto ao ouro. E pareceu confuso quando escutou o nome do interessado. A habilidade Ziya estava em curso.

O ferreiro olhou para o ouro, depois desviou o olhar com a face franzida, como se sentisse dor de cabeça. Aí olhou... para a noiva de prata, como se pudesse encontrar alguma coisa ali, como se a estátua pudesse lhe dizer o que fazer a seguir.

A pantera levantou a cabeça. O rabo foi pra lá, veio pra cá.

Por um momento pareceu que Iamman venceria... Seus músculos se retesaram, a boca pareceu querer dizer “Gaap” como se fosse um xingamento, e não um nome. Mas aí ele olhou para Ziya, olhou para o chão, olhou para o dinheiro, olhou para o chão, olhou para Ziya, e disse:

— Conheço. Ele... Nós já fomos... — seu rosto se contraiu, depois se acalmou — Nós já trabalhamos juntos.

Ele piscou algumas vezes. E aí encarou a faca em suas mãos, agora com maior interesse.

— Se foi mandada por ele... então sei o que você quer. O que ele quer. — E aí olhou Ziya como se fosse uma amiga que não via há muito tempo. — O sangue na lâmina ainda está com o rastro fresco... Quem quer achar essa pessoa? Você ou ele?

Não eram os escritos ou a arma em si... mas o sangue. A informação que Gaap queria estava no sangue seco no gume, quase imperceptível, mas claro o bastante para Imman. Ele, aliás, era um senhor duro — mas de repente disposto a conversar numa boa. Por causa de influências externas, claro.

— É Ziya, certo? — disse, checando se tinha escutado direito a apresentação ela, no começo. — É um nome bonito... sabe o significado dele?

A pantera ainda estava com a cabeça levantada, as orelhas viradas para a conversa dos dois. Olhava Ziya com a passividade dos suicidas imprevisíveis. Seu rabo foi pra cá, voltou pra lá.

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Mensagem por Wesker Sáb Jul 09, 2016 2:48 pm

– Oh! Criança... Lembrarei desse lugar caso algum pedófilo esquisito me pergunte sobre alguma estalagem para dormir.

Dizia aquilo para Dok em tom sarcástico depois de ver o nome da estalagem. Sei que deveria ser o mais discreto possível quanto a estarmos de olho naquele lugar, mas minha língua afiada sempre foi uma das minhas desvantagens. Começava a escutar os planos do mercenário, se fossem adicionadas algumas cervejas podia-se dizer que ele teria uma conversa muito semelhante com a que ele teve com aquele pobre coitado no bar “Um dos melhores tipos de conversa” Pensava aquilo com um sorriso surgindo em meu rosto. Minha parte no plano seria ficar ali fora e ver se mais alguém além de mim e do meu mais novo amigo estava interessado na conversa. Com isso, ficava do outro lado da rua e via Dok entrando na estalagem.

– Olha só, parece que alguém acabou de acordar.

Dizia aquilo em tom sarcástico para mim mesmo quando via alguém sair da janela do quarto ao lado daquele que Dok havia apontado. Uma garota saia daquele quarto e parecia não querer ser seguida. Pelos movimentos, sabia bem o que estava fazendo ali “Uma ginasta? Adoro as mulheres flexíveis!” Respirando fundo eu saía de meu lugar e começava a ir na direção da estalagem. Tentava me aproveitar de meu olfato aguçado e do pouco movimento que havia na cidade para quem sabe conseguir captar o cheiro daquela pessoa e ter uma chance melhor de persegui-la.

– Parkour!

Dizia aquilo para mim mesmo quando me aproximava da parede da estalagem. Começaria a escalá-la me aproveitando dos muros e qualquer outra falha que pudesse haver na estrutura para que facilitasse a minha subida. Tentando subir o mais rápido possível para não perder o rastro daquela pessoa e poder continuar perseguindo-a mesmo que tenha de pular de prédio em prédio.

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Mensagem por NR Sérpico Ter Jul 19, 2016 8:34 pm

@Wesker
Vulcan subiu o mais rápido que pôde. Quatro andares tinha o estabelecimento, e a moça já estava com as mãos nas telhas quando Vulcan passava do segundo para o terceiro andar. Ela sumiu lá para cima, ele terminou de subir. Até então, furtivo.

Aí não mais: uma telha carente de manutenção resolveu ceder ao peso de Vulcan. Aquilo quase lhe custou a subida toda, lhe derrubando por falta de apoio. Mas agarrou com a outra mão em qualquer coisa e se manteve no jogo. A telha se soltou, rangendo.

E quando despontou a cabeça lá em cima, Vulcan viu a moça olhando em sua direção. Ela já estava na ponta de lá da estalagem, pronta para pular para a próxima, ao lado da Oh! Criança. Só ficou ali para ver quem era o cara pesado que arrancou uma telha do lugar e que estava vindo atrás dela.

Quando viu, continuou: saltou para a outra estalagem, como se fosse fácil. E já estava correndo pelas telhas enquanto Vulcan confirmava que sim, teria de pular de prédio em prédio se quisesse chegar na mulher. Então pulou. E quando pousou, a mulher já estava na outra, quase pulando para a seguinte. Estavam, os dois, descendo a rua das estalagens sobre as estalagens.

Algumas pessoas na rua notaram, dado um burburinho que subiu.

Vulcan, quando pulava da segunda estalagem para a terceira, se ligou que na velocidade não ia conseguir. Algumas telhas eram traiçoeiras, ele quase sempre tinha de olhar por onde pisava, não podendo nunca focar apenas no ritmo das pernas.

Já ela parecia não ter essa preocupação, deslizando e saltando como se estivesse em solo firme. Nem se quer olhou para trás novamente. Aí sumiu. Sobre a quinta estalagem, ela simplesmente sumiu.

Vulcan chegou na ponta da quarta estalagem e viu que a quinta tinha muitas falhas na cobertura, com telhas quebradas, rombos enormes, lonas tentando tapar os buracos em alguns pontos. Um terreno traiçoeiro. Ela poderia ter caído? Sim. Ou então decido intencionalmente por um daqueles buracos. De um jeito ou de outro, serviu para sair das vistas do perseguidor Vulcan. E este tinha apenas um vago rastro do odor dela, que não dizia nada diferente dos seus outros sentidos: a sugestão era que a mulher tinha ido naquela direção, entrado na estalagem através das telhas zoadas e decido. E ele precisaria chegar um pouco mais perto para conseguir uma assinatura... ademais, a brisa matutina, ainda que leve, dificultava perceber um cheiro especifico à distância.

Ele não escutava nenhum barulho daquela estalagem, coisas caindo, portas sendo abertas, qualquer som natural de uma pessoa em fuga... nada.
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Mensagem por Wesker Ter Jul 19, 2016 10:40 pm

Naquele momento minha única duvida era se deveria entrar no armazém escuro e suspeito para continuar perseguindo uma mulher que se movia com tal leveza que maia parecia um pequeno gato. Se você tem prestado atenção em mim, sabe que esse tipo de coisa não é uma duvida que dure muito tempo em minha cabeça. Um lobo perseguindo uma garota, isso me lembrava de uma estória que havia ouvido uma vez em uma taverna. Sobre uma moça chamada capuzinho vermelho ou coisa assim. Ela também foi perseguida por um lobisomem, a única diferença era que no lugar do armazém, estavam em uma floresta escura.

Um sorriso surgia em meu rosto enquanto eu dava alguns passos a frente para que pudesse cair em um dos buracos mais próximos de onde eu havia encontrado a garota pela ultima vez. Havia feito caçadas durante uma boa parte da minha vida, e aquilo era só mais um sentimento nostálgico –]Vamos lá garotinha, não deixe que o lobo mau te assuste – Eu gostava daquela situação, o escuro e a caçada faziam com que eu me sentisse em casa. Não estava disposto a sacrificar minhas roupas naquela perseguição, mas ainda assim deixa transparecer uma fase inicial da minha transformação, trazendo alguns centímetros a mais no meu tamanho, presas e garras mais afiadas, além de algo mais próximo de uma face lupina. Os pelos, é claro, se espalhavam por todo o corpo.

– Eu sou  o lobo mau, lobo mau, lobo mau. Pego as menininhas pra fazer... Bom, você vai descobrir.

Ei! Não me culpe, são os instintos lupinos. Algo me dizia que seja lá quem fosse aquela mulher, ela não havia ido para um lugar como aquele simplesmente tentando fugir. A melhor maneira de ter uma vantagem contra um ataque surpresa era estando preparado e também botando um pouco de medo nela. Tentaria me manter atento, a qualquer cheiro, ruído ou vulto. Caso fosse atacado eu tentaria me defender e contra atacar com minhas garras, me aproveitando de meu alcance que provavelmente era maior que o dela. Nenhum golpe meu teria a intenção de ser letal ali, eu precisava tirar algumas informações daquela mulher antes de qualquer outra coisa.

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Mensagem por NR Sérpico Seg Jul 25, 2016 8:40 pm

@Wesker
O pó no ar era simplesmente poeira de um local sem manutenção por um bom tempo? Ou era algo diferente, recente?

Acontece que Vulcan entrou de uma vez, sem querer dar mais dianteira para a presa. Um jogo, e ele estava empolgado por jogar logo. Pousou com tudo e a madeira do lugar rangeu com seu peso. Estava no espaço entre a telha e o forro do terceiro andar daquela estalagem mal-acabada — em outras palavras, no sótão. Não escutava sons abaixo de si, sinal que o lugar tinha poucos clientes, talvez nenhum, naquela manhã qualquer.

Algumas colunas de madeira sustentavam o telhado acima de sua cabeça. Caixas pequenas de madeira estavam espalhadas pelo local, assim como lonas e telhas quebradas que devem ter caído com o peso e movimento brusco de algum pássaro grande, pousando ali dia desses. Por falar em pássaro, Vulcan enxergou o que deveria ser um ninho, num canto, no ângulo de uma viga com uma coluna. Não tinha certeza se tinha enxergado algum pássaro lá, mas isso não importava.

Apenas a mulher importava. Ela estava ali também, não mais fugindo, mas também sem ir diretamente contra Vulcan.

Dessa vez, um gorro cobria seu rosto do nariz pra baixo.

A poeira dançava. Cheirava a... poeira mesmo.

Vulcan se manifestou, mais ou menos, como lobisomem, mostrando logo de cara do que era capaz. Talvez por isso ela não avançou assim que ele entrou e nem agora. Apenas encarava ele.

Todas elas.

E a poeira dançando. Irritou um pouco o nariz de Vulcan. Só um pouco, insuficiente para um espirro por exemplo.

Todas elas — todas as seis. Idênticas, as mesmas roupas, o gorro cobrindo o nariz e a boca. Etavam lá assim que Vulcan entrou.

Um pássaro piou.

Ela disse:

— Mau? — tom monótono, sem nenhum tipo de sentimento aparente transmitido pela voz abafada pelo gorro. — Mostre.

O som veio das seis. Uma ilusão ou realmente havia seis dela ali naquele espaço? Ela não tinha armas visíveis, contando, aparentemente, apenas com os punhos fechados. E não havia nela pressa alguma em se aproximar tão já de Vulcan e suas garras. Que ele simplesmente errasse no que fazer a seguir pra ela poder, então, agir.

Spoiler:
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